06 CD Juventude e Trabalho

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    Juventude

    e Trabalho

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    A o longo de sua histria, o Brasil tem enfrentado o problema da excluso social quegerou grande impacto nos sistemas educacionais. Hoje, milhes de brasileiros aindano se beneficiam do ingresso e da permanncia na escola, ou seja, no tm acesso a um

    sistema de educao que os acolha.

    Educao de qualidade um direito de todos os cidados e dever do Estado; garantir o

    exerccio desse direito um desafio que impe decises inovadoras.

    Para enfrentar esse desafio, o Ministrio da Educao criou a Secretaria de Educao

    Continuada, Alfabetizao e Diversidade Secad, cuja tarefa criar as estruturas necessrias

    para formular, implementar, fomentar e avaliar as polticas pblicas voltadas para os grupostradicionalmente excludos de seus direitos, como as pessoas com 15 anos ou mais que no

    completaram o Ensino Fundamental.

    Efetivar o direito educao dos jovens e dos adultos ultrapassa a ampliao da oferta

    de vagas nos sistemas pblicos de ensino. necessrio que o ensino seja adequado aos que

    ingressam na escola ou retornam a ela fora do tempo regular: que ele prime pela qualidade,

    valorizando e respeitando as experincias e os conhecimentos dos alunos.

    Com esse intuito, a Secad apresenta os Cadernos de EJA: materiais pedaggicos para o

    1. e o 2. segmentos do ensino fundamental de jovens e adultos. Trabalho ser o tema da

    abordagem dos cadernos, pela importncia que tem no cotidiano dos alunos.A coleo composta de 27 cadernos: 13 para o aluno, 13 para o professor e um com

    a concepo metodolgica e pedaggica do material. O caderno do aluno uma coletnea

    de textos de diferentes gneros e diversas fontes; o do professor um catlogo de ativi-

    dades, com sugestes para o trabalho com esses textos.

    A Secad no espera que este material seja o nico utilizado nas salas de aula. Ao con-

    trrio, com ele busca ampliar o rol do que pode ser selecionado pelo educador, incentivan-

    do a articulao e a integrao das diversas reas do conhecimento.

    Bom trabalho!Secretaria de Educao Continuada,

    Alfabetizao e Diversidade Secad/MEC

    Apresentao

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    Sumrio

    TEXTO Subtema

    1. Para quem no tem experincia Relicostumes 6

    2. Cinco dias por dois 8

    3.A fome do loboDiversidades regionais 10

    4. Formacin y empleo Maturidade social 13

    5. O jovem e o adolescenteMiscigenao 14

    6. O que grafite? Crtica social 16

    7. O primeiro emprego Trabalhadores 18

    8. The british are coming! Cultura suburbana 20

    9. Desempregado, sim, desocupado, noa luta dos negros 24

    10. De norte a sul Ambiente de trabalho 26

    11. O aprendiz Identidade nacional 31

    12. Juventude rural: ampliando as oportunidadesAmbiente de trabalho 32

    13. O trem ndios do Brasil 34

    14. O jovem e suas comprasImigrao e culinria 37

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    15. Deus-darDireitos civis 38

    16. Procura-se trabalho Origens dos trabalhadores 40

    17. Primeiros passosndios do Brasil 44

    18. Se liga, mano! 45

    19. HIV e trabalho Olhos da alma 46

    20. Para alm dos ovos e tomatesArte culinria 48

    21. Mudana de estiloArte culinria 50

    22. Nada impossvel de mudarArte culinria 52

    23. Soneto de juventude Arte culinria 53

    24. Conselho nacional de juventude aprova por aclamao carta

    sobre acessibilidadeArte culinria 54

    25. Ensaio: Bruno MirandaArte culinria 58

    26. A reduo s complicaArte culinria 60

    27. A verdadeira dana do patinhoArte culinria 63

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    Desemprego juveni lTEXTO 1

    Juventude e Trabalho6

    PARAQUEM

    NOTEM EXPERINCIA

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    Pesquisas divulgadas pelo Depar-tamento Intersindical de Estatstica eEstudos Socioeconmicos DIEESE,

    sobre emprego e desemprego, denunciamque os jovens representam 45,5% dosdesempregados, quase metade de todos osdesempregados do pas.

    Segundo o DIEESE, dos 3,2 milhes dedesempregados pesquisados nas regiesmetropolitanas de So Paulo, Belo Hori-zonte, Porto Alegre, Salvador, Recife eDistrito Federal, 1,5 milho so jovens de

    at 24 anos.A populao economicamente ativacom mais de 16 anos minoria entre osque conquistaram um posto de trabalho. Afase mais crtica compreende o perodoentre os 16 e os 24 anos. Justamente por-que esta a fase da vida que coincide coma concluso de uma formao e a busca deuma vaga no mercado de trabalho.

    Sabemos que a necessidade de uma

    colocao no mercado de trabalho, muitasvezes, atrapalha e desestimula a continui-dade dos estudos, ampliando os nmerosda evaso escolar.

    Neste sentido, a pesquisa demonstra queos jovens trabalham com uma carga horria

    acima do limite legal, colaborando para o

    afastamento dos bancos escolares. Alm doque, o rendimento recebido pelos jovens

    varia entre um e dois salrios mnimos.A falta de uma perspectiva profissional

    para os milhares de jovens brasileiros umfator preponderante de desagregao so-cial e de aumento da criminalidade. Basea-dos nestes dados, conclumos que precisofomentar a economia brasileira e gerar os

    empregos de que o pas precisa.Um dos maiores especialistas emdesemprego do pas, Mrcio Pochmann, emuma entrevista dada em 2000, j alertavasobre o assunto dizendo o seguinte:

    Como h pessoas disponveis e no hvagas para serem ocupadas, isso gera umacirramento da competio no interior domercado de trabalho. Os postos de traba-

    lho que eram tradicionalmente ocupadospelos jovens esto sendo hoje ocupados poradultos. por isso que as empresas dizemque o jovem no tem preparao.

    No mundo inteiro, hoje, temos omaior nmero de adolescentes de toda ahistria da humanidade. Por isso, preci-samos investir nos jovens, promover o seudesenvolvimento, criar perspectivas favo-rveis para o seu futuro e apoiar sua

    participao integral na sociedade.

    Desempregados de at 24 anos

    enfrentam dificuldades na horade entrar no mercado de trabalho

    Juventude e Trabalho 7

    Paulo Paim

    Adaptado de discurso pronunciado em 14 de setembro de 2006

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    CINCODIASRhuna|Composio:Alex

    Martinho/RafaeldeCastro

    Carlos um cara ocupado com a vidaQue rala todo dia pelo po de cada dia

    E no tem tempo pra nada, s estudo e trabalhoCada hora apenas mais uma volta do relgio

    Que ele olha apressado pra ver se t na hora da aula do cursinhoQue ele acredita possa trazer uma nova vida

    E s deve trazer ainda mais agulhao

    Mas quando chega o fim de semana hora de tudo mudarPe a camisa sem manga, expe a tattoo e sai pra provocar

    Ele vai arrepiarSe der mole quebra tudo, quer extravasarEla chega e vem pra provocar

    Sai de baixo, ele no perdoa, chega junto

    Oh, oh, oh, uh, oh, chega junto, fica junto, quebra tudo

    Rotina do jovemTEXTO 2

    Juventude e Trabalho8

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    PORDOIS

    Juventude e Trabalho 9

    Carolina s estuda o dia todo trancada no seu quartoO dia passa e nada faz ela olhar o sol

    "Eu preciso passar", pensa ela o tempo todoO stress e o sono no importam

    A hora corre mas ela nem olha pro relgioQuando nota o dia j se foiE amanh vai ser tudo outra vez

    Mas quando chega o fim de semana hora de tudo mudarPe a maquiagem, o vestido colado, e parte pra night pra provocar

    As mscaras caem no fim de semana hora do show particular

    Extrado do site: http://rhuna.letras.com.br/letras/513896/

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    A

    FOME

    DOL

    OBO

    Ame me ligou desesperada. O filho estava preso na

    Papuda, um presdio em Braslia onde ficam os que

    cometem crimes os mais horrveis, aqueles que per-

    deram os tnues fios que os laariam para uma vida com-

    preendida, aceita por todos. Ah, aquele rapaz bom, ele

    trabalhador, ele no faz mal a ningum, pobre mas no

    incomoda! Ah, aquele ali melhor que desaparea, que

    morra! O rapaz tem cerca de 30 anos, mas como se tives-

    se 100 anos, porque muito se gastou. A me, essa tem mil

    anos (o outro filho caiu na droga, como viver num lugarassim e preservar os filhos?). Aos 20, o rapaz envolveu-se com

    uma gangue que roubava toca-fitas de carros. Me e filhos

    moram na cidade-satlite do Guar, periferia de Braslia, guar

    o nome de um lobo, lindo, vermelho de pernas altas e negras,

    e seu uivo parece o grito de uma pessoa pedindo socorro. Um

    dia, a polcia bateu na casa daquela me atnita, sem recursos

    de nenhuma espcie, e encontrou no quarto do rapaz peas

    roubadas. Ele foi preso, sofreu torturas na delegacia arran-

    caram unhas das suas mos e ps, diz a me, com a dor deuma madona, mas como se expiasse a culpa de ter um filho

    errado, de agressor ele passou a vtima, de me de um agres-

    sor ela se tornou a me de uma vtima. Foi bom para ele apren-

    der, ela diz, conformada. O filho foi para a priso. Um rapaz

    quieto, que nunca levanta a voz, com cara de sonso.

    A polcia e a justia transformaminfratores em criminosos e vtimas

    Risco social

    TEXTO 3

    Juventude e Trabalho10

    Ana Miranda

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    Como teve bom comportamento, deixaram que cumpris-

    se a pena em casa, e ele no se apresentou mais Justia,

    sendo considerado foragido. A me teve um longo e rduo

    trabalho para recuperar o filho, sem a ajuda de ningum,

    s a do prprio filho. Com o tempo foram conseguindo. Ofilho no arrumava emprego em lugar nenhum, mas passou

    a vender cachorro-quente na porta de uma escola, a prepa-

    rar churrascos em stios, ah, se os burgueses soubessem que

    o churrasqueiro era um foragido, e acabou por comprar

    ele mesmo uma carrocinha de cachorro-quente, casou, teve

    filhos, tornou-se um pai, um marido, um trabalhador. H

    pouco tempo conseguiu afinal o dinheiro para seu sonho,

    que era comprar um carro. Encontrou um com preo timo

    e o comprou, mas, quando foi atrs dos documentos, soubeque o carro tinha problemas, talvez fosse roubado. Ele e a

    me procuraram a mulher que lhes vendera o carro, ele

    exigiu o dinheiro de volta, mas a mulher negava que o carro

    fosse roubado e no quis desfazer o negcio. Ao passar por

    uma blitz numa das ruas de Braslia, o rapaz se lembrou de

    Juventude e Trabalho 11

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    sua condio, e sem os documentos do carro apavorou-se,

    acelerou, tentou escapar. Perseguido pela polcia, detido,acabou numa delegacia. Foi bom para ele aprender, repetiu

    a me. Constataram sua condio diante da Justia e o

    enviaram para a Papuda. Ento, a me me ligou.

    Essa histria a histria mais comum nas nossas peri-

    ferias. Com a diferena de que o rapaz foi recuperado para

    viver na sociedade sem incomodar ningum, tornou-se uma

    pessoa til. O mais comum que os jovens se enredem cada

    vez mais na trama do crime, nesse submundo que permeiatodas as nossas classes sociais, mas principalmente nos

    lugares onde os lobos gritam por socorro. Eu soube, dias

    atrs, que o rapaz conseguiu a priso domiciliar e est

    novamente vendendo seus cachorros-quentes e fazendo

    churrascos, vivendo com a famlia, mas dorme na priso.

    Essa histria faz pensar em quantos outros jovens devem

    estar em situao semelhante, com histrias de vida pare-

    cidas, mas sem algum para lhes dar um oriente. Fiquei

    sabendo que existe em Braslia uma organizao ligada a

    direitos humanos que trata desses casos, e com muita

    competncia. Existe uma fronteira entre o criminoso e o

    quase criminoso, digamos assim, e este ltimo quem mais

    merece ateno e apoio, no somente as penas alternati-

    vas, mas um trabalho dirio e extenuante, como o daquela

    me que aprendeu a conhecer a fome do lobo.

    Texto 3 / R isco social

    Juventude e Trabalho12

    Extrado da revista Caros Amigos n 91.

    Ana Miranda escritora, autora de Boca do Inferno,

    Desmundo, Amrik, Dias & Dias, Deus-dar, entre outros livros.

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    Juventude e Trabalho 13

    El 27% de los jvenes brasileosentre 15 y 24 aos que vive en las

    grandes regiones urbanas del pas

    no trabaja ni estudia, segn encuestas

    realizadas en las principales regiones

    metropolitanas del pas.

    Muchas veces, a causa de la dificultad

    de encontrar un empleo, los jvenes se

    desaniman y dejan de buscar hasta que la

    situacin del pas mejore. Otros pueden

    estar estudiando en casa o haciendo cursos

    espordicos.

    Una queja comn consiste en la

    restriccin del mercado de trabajo. Sin

    insercin laboral posible, nunca se ten-

    dr la experiencia solicitada para acce-

    der a un empleo.

    FORMACINY EMPLEO Un cuarto de losjvenes brasileosno trabaja ni estudia

    Desemprego juveni lTEXTO 4

    Extrado do site http://www.ilo.org/public/spanish/region/ampro/

    cinterfor/temas/youth/rec_dif/jov_bra.htm

    GLOSARIO

    Acceder. ter acesso a, alcanar algo

    Empleo. emprego

    Encuesta. pesquisa de opinio

    Hasta. at

    Laboral. de trabalho

    Mejorar. melhorar

    Ninguna. nenhuma

    Queja. queixa

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    Embora muitas vezes tidas como si-

    nnimos, juventude e adolescncia

    tm significados distintos, ainda que

    superpostos.

    A Organizao das Naes Unidas(ONU) define como jovens as pessoas entre

    15 e 24 anos.

    A Organizao Mundial de Sade

    (OMS) entende que a adolescncia um

    processo biolgico, que vai dos 10 aos 19

    anos de idade, abrangendo a pr-adoles-

    cncia (10 a 14 anos) e a adolescncia

    propriamente dita (15 a 19 anos). J a

    juventude considerada uma categoriasociolgica que implica a preparao dos

    indivduos para o exerccio da vida adulta,

    abrangendo a faixa dos 15 aos 24 anos de

    idade. As diferenas entre adolescncia e

    juventude, portanto, no se limitam

    idade, mas aos conceitos, demonstrando

    processos de naturezas distintas.

    Mais comum ainda do que falar da

    adolescncia e da juventude como a mesma

    coisa se referir indistintamente aos quevivem esses perodos como adolescentes ou

    jovens. Como se observa em reportagens,

    em conversas informais e at mesmo em

    textos tericos. Tambm pode ser verifica-

    do nas definies encontradas no dicion-

    rio Aurlio, por exemplo (veja boxe).

    Embora a juventude possa ser conside-

    rada uma categoria social que agrupa os

    que compartilham a mesma fase de vida, preciso ficar atento multiplicidade de

    experincias que se renem sob essa deno-

    minao. Ser que podemos falar numa

    mesma experincia juvenil vivida por um

    jovem morador do serto nordestino, e por

    Ser jovemTEXTO 5

    Juventude e Trabalho14

    O JOVEM E

    O ADOLESCENTE

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    Juventude e Trabalho

    Foto:X

    xxxxxxxxxxx

    xxxxxxxxxxx

    15

    Juventude - 1. Idade moa; mocida-

    de, adolescncia, Juventa. 2. a gente

    moa; mocidade. 3. fase do ciclo de

    um lago na qual este recebe mais gua

    do que perde e por isso tem maior

    durao.

    Adolescncia - 1. 0 perodo da vida

    humana que sucede infncia, come-a com a puberdade, e se caracteriza

    por uma srie de mudanas corporais

    e psicolgicas (estende-se aproxima-

    damente dos 12 aos 20 anos).

    Jovem - 1. Que moo, que est na

    idade juvenil; juvenil. 2. produzido ou

    criado pelos jovens, pela juventude. 3.

    diz-se do animal de tenra idade.

    Adolescente - 1. Que est na adoles-cncia. 2. Fig. Que est no comeo, no

    incio; que ainda no atingiu todo o

    vigor. 3. De pouco tempo; novo: "Plan-

    tei, com a minha mo ingnua e

    mansa, / Uma linda amendoeira ado-

    lescente". (Raul de Leoni, Luz Medi-

    terrnea, p. 65). 4. Prprio do adoles-

    cente: "D. Camila prolongou, quanto

    pde, os vestidos adolescentes da

    filha." (Machado de Assis, Histrias

    sem data, p. 122). 5. Pessoa que est

    na adolescncia.

    Extrado do site: http://www2.uol.com.br/aurelio

    Extrado do livro Dilogos com o mundo juvenil / Ana Paula

    Corti e Raquel Souza / Ao educativa, 2005

    Segundo o mestre

    um jovem que reside num grande centro

    urbano? Certamente no.

    A classe social, a condio tnica e de

    gnero, a presena ou no no mercado de

    trabalho e na escola, a moradia urbanoou rural a situao familiar e a orientao

    religiosa so fatores que vo diferenciando

    internamente esse grupo que chamamos de

    juventude. Afinal, dois jovens negros, por

    exemplo, que possuam diferentes condies

    econmicas tero provavelmente experin-

    cias juvenis muito diferentes.

    Por isso, ao falar das experincias de

    vida juvenis propriamente ditas, precisoreconhecer uma multiplicidade o que nos

    leva a falar de juventudes, no plural.

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    ?Cultura juveni l

    TEXTO 6

    Juventude e Trabalho16

    O QUE GRAFITEA arte que embeleza ou enfeia as cidadestem origem na antiguidade

    Para muitos, o grafite apenas uma

    "pichao evoluda". Para outros,

    uma arte urbana. O fato que ele est

    presente em diversas partes da cidade:banheiros pblicos, fachadas de edifcios,

    muros, casas abandonadas, nibus, metr,

    orelhes, postes, monumentos pblicos e

    outros lugares expostos.

    A palavra grafite tem origem na Itlia

    e significa "escrita feita com carvo".

    Os antigos romanos escreviam assim,

    com carvo, manifestaes de protesto, ou

    de qualquer outro cunho nas paredes dasconstrues. Alguns desses grafites ainda

    podem ser vistos em stios arqueolgicos

    espalhados pela Itlia.

    No final da dcada de 1960, jovens

    do Bronx, bairro de Nova York, (EUA),restabeleceram essa forma de arte usan-

    do tintas spray. O grafite seria uma das

    trs manifestaes artsticas do hip-hop,

    movimento nascido nos guetos ameri-

    canos que rene outras duas modali-

    dades: o rap e o break.

    Os artistas do grafite costumavam

    escrever os prprios nomes em seus traba-

    lhos ou chamar a ateno para problemasde ordem poltica ou questes sociais.

    Grafite: Os Gmeos Foto: Ruy Fraga

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    No Brasil, as crticas ao grafite se

    devem s pichaes de fachadas, monu-

    mentos, igrejas, e mesmo de residncias.Para reverter esse problema, algumas ci-

    dades esto convidando artistas do grafite

    a participar de projetos que visam em-

    belezar os locais pblicos. Por exemplo, a

    Universidade de So Paulo (USP) decidiu

    organizar a primeira cooperativa brasi-

    leira de grafiteiros, muitos deles ex-picha-

    dores. O objetivo profissionaliz-los com

    orientao de professores de artes plsti-cas e designers, de forma a exibirem seus

    trabalhos em painis e muros especial-

    mente destinados a esse fim.

    Juventude e Trabalho 17

    Extrado e adaptado do site:

    http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/desenhista/grafite.html

    Pode-se dividir o grafiteem seis modalidades:

    Grafite 3D: desenhos concebidos a par-tir de idias visuais de profundidade, sem

    contornos.Exige domnio tcnico do grafi-

    teiro na combinao de cores e formas.

    WildStyle: tem o formato de letras dis-torcidas, em forma de setas, que quase

    cobrem o desenho.

    Bomber: so letras gordas e que pare-cem vivas, geralmente feitas com duas

    ou trs cores.

    Letras grafitadas: incorporao dastcnicas do grafite pichao. As letras

    grafitadas representam a assinatura do

    grupo.

    Artstico ou livre figurao: nesseestilo vale tudo: caricaturas, perso-

    nagens de histria em quadrinhos, figu-

    raes realistas e elementos abstratos.

    Com mscaras e spray: facilita a rpi-da execuo e disseminao de uma

    marca individual ou de grupo.

    Grafite: Binho Foto: Ruy Fraga

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    Renato Pompeu

    Segundo as estatsticas governamentais,

    os jovens que nunca tiveram um em-prego, mas que esto procura de um

    lugar no mercado de trabalho, constituemhoje em dia no Brasil a faixa da populaoem que h maior proporo de desempre-gados. Pois, para ser considerado desempre-

    PRIMEIRO

    EMPREGOComo conseguir um primeiro

    emprego, quando, naturalmente,

    no se tem experincia?

    Desemprego juveni lTEXTO 7

    Juventude e Trabalho18

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    gado, no basta no ter emprego: precisotambm estar procurando um. E nas gran-des cidades se contam s centenas de milha-res, seno aos milhes, os jovens que estoprocurando seu primeiro emprego.

    A primeira dificuldade que esses jovensencontram que, por definio, no tmnenhuma experincia de trabalho. E, na fila

    dos desempregados candidatos a cadaemprego, sempre haver, na atual situaodo Pas, uma ou mais pessoas que tenhamexperincia em atuar no servio para o qualh vagas. Ao contrrio do que poderia pare-cer primeira vista, fica mais fcil umapessoa mais velha conseguir um empregodepois de ter perdido outro, do que umapessoa mais nova conseguir um emprego

    pela primeira vez.Um dos conselhos que so dados aos

    candidatos ao primeiro emprego queprocurem aperfeioar ao mximo a suaformao. Se esto no curso secundrio,devem procurar formar-se num dos nume-rosos cursos profissionalizantes oferecidospor entidades do comrcio e indstria e porramos especficos, como a hotelaria e o

    design. A formao profissional especializa-da pode suprir a falta de experincia detrabalho, reforando a situao do candi-dato no caso de ele procurar empregonuma rea para a qual est especificamen-te qualificado.

    Se, porm, os candidatos ao primeiroemprego esto fazendo curso superior, oideal que busquem formar-se como mes-tres e como doutores e que aperfeioem osseus conhecimentos de lnguas estrangei-ras quanto mais ttulos a pessoa acumu-lar, maiores sero suas chances, principal-mente nas maiores e melhores empresas,

    mais exigentes em matria de qualificao.Deve-se estar atento para os empregos

    oferecidos em anncios de jornais, inclusi-ve os jornais de menor expresso, como osjornais de bairro. Deve-se enviar currculosbem-feitos e atraentes para todos os canaispossveis e imaginveis, inclusive pelaInternet. Mas aqui preciso tomar cuida-do. Existem empresas que cobram para

    armazenar currculos, alegando que osdivulgam junto aos departamentos respec-tivos das firmas empregadoras, numa

    verdadeira bolsa de empregos. Nemtodas essas empresas, entretanto, cumpremo que prometem. mais sensato dirigir-ses prprias firmas empregadoras, ou aosservios governamentais e sindicais decolocao. Acima de tudo, jamais desistir:

    insistir sempre em procurar o primeiroemprego, at alcan-lo.

    Renato Pompeu escritor e jornalista

    Juventude e Trabalho 19

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    Cultura juveni lTEXTO 8

    THE BRITISH

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    Piers Grimley Evans

    In the 1960s an enormous quantity of

    foreign bands making success in America

    was known as the British invasion.

    Today, the trend has reversed. While

    American bands occupy a large part of theUK pop market, this year for the first time

    since 1963 there were weeks without any

    British artist listed in the US top 100. But a

    new style of dance music, UK Garage, could

    change things. In the competitive arena of

    urban music, it has triumphed over trans-

    atlantic competition and is currently pre-

    pared for global success. Timmi Magic, 1/3

    of the influential group of DJs and produc-ers, the Dreem Teem, explains the reason:

    Timmi Magic: In the last two years,

    weve had top tens, number ones and

    theres been a variety of styles that have

    changed from basic club music to some-

    thing really popular. And Im sure the restof the world will like it. If they like vocals,

    theres vocals there, if they like instruments

    like bass theres bass line, you know. So

    Im sure that the rest of the world is going

    to like it. Now its already in Europe. You

    can hear UK Garage in Amsterdam, in

    Switzerland, Belgium, places like that, you

    know, where people like night clubs. So,

    you know, thats a start out of England butwe expect to go to more and more countries

    and continents.

    The Cyprus Sound

    The fast beat, big vocals and heavy bass

    lines of UK Garage were first heard in 1996

    on the events of innovative DJs like the

    Dreem Teem. An underground scene,

    sustained by illegal pirate radio stations,then popularized from London to major

    cities around Britain. By the start of 2000,

    it was regularly in the clubs and many

    people went to Cyprus every summer to

    enjoy garage at the vast clubs of Ayia Napa.

    Juventude e Trabalho 21

    The rediscovery of the garage music: the elegant and

    aggressive sound that is beating in the British night clubs

    ARE COMING!

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    The music is a mix of House, R&B and

    Drumnbass. The attitude, explains Simon

    Long, the music manager at London radio

    station, Kiss 100 FM, is new and distinctive.

    Simon Long: Its an urban experience.

    Its an urban attitude. Its lots of different

    cultures together, lots of different musical

    styles together, people with different inter-ests, its not important if its drumn bass,

    ragga, reggae. Its a predominantly black

    experience. The attitude is very urban. Its

    very aspirational too, because people are

    interested in this music and the DJs like to

    dress in nice clothes, fashion, etc. This was

    not common before. You know, you see

    people going to clubs in suits and they

    drink the most expensive champagne. Itscalled The Bling Bling, you know. Its all

    about the gold and the flashy jewellery and

    its all about image. So I would say thats

    the attitude. Its streetwise. Its sassy. In

    that, its very exhibitionist too.

    Not So Solid

    In 2002 UK Garage has a higher profile

    than ever, but it has also attracted a lot of

    controversy, with the explosive arrival of 30

    south London garagists named The So

    Solid Crew. Until they appeared, UK Garage

    had more melodic pop music. The lyrics, in

    the words of Timmi Magic, were aboutgetting out on the dancefloor. The So

    Solid Crew produce less melodic music and

    much darker lyrics. One track includes the

    expression to beat your ass up and take

    you to the morgue. There are rumours of

    a division in UK Garage and of hostility

    between successful artists and a confronta-

    tional younger generation. Timmi Magic

    says it is not true, although he has somereservations and critics about The So Solid

    Crew as a Garage group:

    Timmi Magic: Weve always believed

    that any music thats in the name of UK

    Garage, or anything that we can play on the

    Texto 8 / Cultura juveni l

    Juventude e Trabalho22

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    dance floor, were going to support. Some

    people say, You know, that the music The

    So Solid produces isnt really UK Garage.

    Its more like UK Hip-hop, and I sometimes

    agree, because the elements that we

    believed were garage (US Garage, UK

    Garage and others), are the vocals and

    melodies, but these songs have morerhythm and breaks and rapping, and that

    is more related to the hip-hop category. So

    you never know, maybe it is the evolution

    of a new type of music. Only time can tell

    if UK Garage is going to be remembered as

    a goodtime dance music, or as something

    darker. The British record industry hopes

    that young people will be hearing a lot

    more of both, particularly, of course, inAmerica.

    Juventude e Trabalho 23

    Extrado do site

    http://speakup.ig.com.br/stories_b/183_garage.shtml

    GLOSSARYArrival. chegada

    Bass. contra-baixo

    Beat. batida, ritmo

    Confrotational. agressiva.Currently. atualmente

    Getting out on the dancefloor. soltar-se na

    pista

    Lyrics. letra.

    Morgue. necrotrio

    Sassy. atrevida.

    Streetwise. com conhecimentos da rua

    Trend. tendncia

    The flashy jewellery.jias reluzentes

    To beat your ass up. "quebrar sua cara"

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    P

    ara quem ainda acha que ter traba-lho ter emprego, a explicao de

    Vernica S, 18 anos, curta e clara:Trabalho tentar se organizar de formacriativa para atuar economicamente nasociedade. Com isso, ela demonstra queh pelo menos uma parte da juventudebrasileira que no apenas produto (ou

    vtima) da era do fim do emprego.Jovens como Vernica tambm consi-

    deram-se agentes, com direito de optar e

    criar novas formas de trabalho, nas quais aatividade profissional tambm proporcioneconhecimento e prazer. Parece discurso dequem tem timas condies econmicas e,teoricamente, no so pressionados pelanecessidade de ganhar dinheiro. Mas, para

    a sociloga Lvia de Tommasi, coordenado-ra do projeto Rede de Juventude, que atuano Nordeste do Brasil, a separao entretrabalho e emprego e a viso de que traba-lho deve proporcionar prazer comum aos

    jovens de todas as camadas sociais, mesmoas mais pobres. Eles querem trabalho, sim,no s por causa da necessidade do dinhei-ro, mas tambm para crescimento pessoal.Quando peo para que definam trabalhocom uma palavra, um adjetivo, o que ouomuito prazer, satisfao, compromisso.

    Por que a gente tem de trabalhar?

    Muita gente acha que para ter umaparticipao ativa na sociedade. E acreditanos princpios do trabalho solidrio comouma nova forma de participar, de intervirno meio em que vivemos, na comunidade. o que Vernica S pensa e faz: no grupo

    DESEMPREGADO,SIM,DESOCUPADO,

    NOA iniciativa pode criar ocupaes

    produtivas quando o mercadoformal se fecha.

    EmpreendedorismoTEXTO 9

    Juventude e Trabalho24

    Iara Biderman

    Foto Valria Gonalvez / AE

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    Juventude e Trabalho 25

    Conexo Solidria, do Liceu de Artes e Of-cios da Bahia, ela aplica os seus princpios.Estudante de relaes pblicas, acha que afaculdade que cursa est muito voltadapara a rea empresarial, e procura, em seu

    trabalho, romper com as barreiras.Por que a gente tem de trabalhar?

    Para ter uma participao economicamenteativa na sociedade. O trabalho solidrio uma nova forma de participar, diz.

    Para Vernica, o Conexo um espaoonde ela pode fazer o que gosta, da manei-ra que acredita ser a melhor. Esse prazer noque faz a ajuda a encarar horrios extras

    aos sbados, domingos, s vezes, noiteadentro. Meu trabalho e minha vida pes-soal esto misturadssimos, no sei ondecomea um e termina o outro, diz. Essamistura tpica dos jovens que podem estardesempregados, mas nunca desocupados.

    Operrio da criao

    Conciliar perodos de muito trabalhocom pocas de quase nada tambm comum. Meu trabalho prazeroso, mas hmomentos em que me sinto um operrio,tenho de criar e produzir direto. Mas tam-bm, quando quero, fico em casa. 0 empre-go formal me impediria isso, diz o artistaplstico Roberto Carlos Pereira, o Bessa,de 25 anos, que tem um ateli de bonecos

    na cidade de Olinda, em Pernambuco.Bessa conta que tirou sua carteira de traba-lho aos 16 anos, mas nunca a usou. Sentraria em um emprego se fosse algo emque acreditasse.

    E se no for artista?

    Nem todo mundo vai ser artista, nemeste pode ser o nico caminho. Porm, um

    misto de trabalho solidrio, criativo e dequalidade pode ser um timo caminho. Ocoletivo xitos D'Rua, de Recife, por exem-plo, aproveita o talento dos jovens paracriar oportunidades de trabalho. Utilizatcnicas de grafitagem, por exemplo, paraproduzir camisetas, capas de CD, ou paraanunciar shows. Com isso, seus jovens ecriativos trabalhadores tambm podem

    manter uma loja solidria, onde cada umcoloca os seus produtos de forma que todospossam compr-los.

    Extrado da revista Onda Jovem Ano I, no 2, jul/05

    Instituto Votorantim

    Aergrafos da ONG Revolucionarte pintam

    o tnel que liga a Avenida Dr. Arnaldo a

    Avenida Paulista, em So Paulo. Na foto,

    Edmilson Barbosa (21 anos) pinta a obra

    "Casamento na Roa", de Cndido Portinari

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    Um estilo quase musical que

    serve de veculo a textos em

    geral libertrios e de protesto

    Cultura juveni lTEXTO 10

    Juventude e Trabalho26

    DE NORTE

    A SUL

    Grafite: Titi Freak Foto: Ruy Fraga

    10CA03BT07P2.qxd 19.01.07 09:59 Page 26

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    N

    o tem mais volta: a tendncia mesmo a expanso do movimentohip-hop. Com ajuda do poder p-

    blico, o movimento ganha fora maisrpido; se tiver espao na mdia, a nemse fala. No entanto, parece que, se notiver ajuda de nenhum dos dois, o pessoalse articula e acontece mesmo assim.

    Achamos o movimento hip-hop em todasas regies brasileiras.

    NORDESTE

    O Nordeste est bem organizado politi-camente. em Teresina, por exemplo, quefica a sede do MHHOB (Movimento Hip-Hop Organizado). A sede, chamada Centrode Refrencia da Cultura Hip-Hop, o maiorespao dedicado cultura no pas. L acon-tecem oficinas de MC, a produo de umfanzine e at um pr-vestibular para negros.

    Em Recife, o pessoal tambm est a

    cada dia mais organizado. O movimentocomeou a crescer em 2000 e hoje existea Associao Metropolitana de Hip-Hop,que une todos os grupos locais. Galo deSouza, referncia do hip-hop pernambu-cano pela sua atuao poltica, diz que a

    associao pensa aes para estruturar ohip-hop na regio.

    Em Salvador, a infra-estrutura frgil os shows acontecem em praas e nasescolas e faltam equipamentos para osDJs e informao sobre o rap de outrosestados. Mas o movimento vem crescen-do e hoje se ouve o freestyle rima deimproviso na sada das escolas, nosintervalos de aulas e at em pontos denibus. A batida costuma misturar ele-mentos da cultura negra, o hip-hop afro,como faz o grupo Quilombo Vivo, de

    Amaralina, em Salvador, que misturacapoeira e candombl em suas msicas.

    Outros grupos representativos so: FriaConsciente, Quilombahia, DGS, SimplesRaportagem, Juri Racional, Lica, Os

    Agentes, Anjos da Rima e Jr-junior.Em So Lus, a miscelnea com

    elementos do folclore, em uma combina-o de rap com tambor-de-crioula e comtambor-de-minas. O Cl Nordestino, grupode So Lus, fez uma batida na msica

    Toada do Cl que comea com cantoria debumba-meu-boi, passa para a batida do rape volta para o bumba-meu-boi: uma mistu-ra verdadeiramente original. Eles tambmmisturam rap com maracatu. Lamartine, doCl, explica que a influncia inevitvel.

    Juventude e Trabalho 27

    Jlia Contier

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    A gente se criou ouvindo tambor noterreiro das nossas casas, ouvindo cantiga,ouvindo ladainha, at porque a gente veio

    do interior do estado, ento essa convivn-cia com o tambor-de-crioula e o bumba-meu-boi natural.

    NORTE

    O Norte do Brasil tambm est arti-culado e unido. H mais de um anoformou-se a rede Movimento Hip-Hop naFloresta ou MHF, filiada ao MHHOB. O

    MHF funde a ideologia hip-hop comconceitos ecolgicos para fortalecer acultura amaznica. Tem MHF no Par,

    Amap, Acre, Rondnia e Amazonas. Emjulho, vai acontecer um encontro chama-do Ritual do Hip-Hop da Floresta, em Rio

    Branco vai durar uma semana e definiras diretrizes do movimento, estabeleceruma agenda e agilizar os projetos.

    Preto Michel, representante do MHFno Par, diz que os grupos costumamcantar os problemas de cada regio. EmBelm, o grupo MBC fez uma msicasobre o massacre de Eldorado dos Cara-

    js; um grupo de Macap fala da pororo-ca, o encontro do rio com o mar; e em RioBranco e Roraima a temtica das quei-madas bastante presente.

    O movimento valoriza a cultura ama-znica, as tribos indgenas, os quilombolase as populaes ribeirinhas. Por isso, emManaus misturam rap com bumba-meu-boi. Em Macap, misturam com o mara-baixo, som percussivo das comunidades

    Texto 7 / Cultura juveni l

    Juventude e Trabalho28

    O grupo de rap

    Racionais mantm

    um ncleo de apoio

    juventude no

    bairro proletrio de

    Capo Redondo,

    na periferia de

    So Paulo.Foto:ViviZanatta

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    quilombolas. Nesta cidade, o que chamaateno o nmero de grupos: apenasnove. Alm disso, tem trs grafiteiros, quelutam por reconhecimento e apoio.

    CENTRO-OESTE

    O rap aqui do p rachado. Foi assimque o MC Letal, da banda goiana Teste-munha Ocular, definiu o rap de l, ou seja,um rap de raiz, da terra. Eles misturam o

    gnero com a congada, catira, folia de reis,moda de viola. O movimento um poucodividido, no tem sede, e as bandas sopoucas; mas no fica fora de cena.

    J o pessoal de Braslia parece prio-rizar mais as letras do que a batida. Osrappers se preocupam demais em retrataro cotidiano violento e se esqueceram damusicalidade, o que prejudicou a recep-

    tividade em outras regies do pas, diz ajornalista e danarina de break BiancaChiaviatti. Mas a receptividade emBraslia grande, j que a cidade compor-ta grandes festivais, como o Abril proRap, que existe h quatro anos porm,s em 2005 que o graffiti e o breakganharam espao. Os grupos de rap emevidncia so: Vadios Loucos, Atitude

    Feminina, Veronika e Cdigo Penal.

    SUDESTE

    No Rio de Janeiro e em So Pauloperde-se a conta de quantos grupos e orga-nizaes existem. Descobrimos at articu-

    laes no Vale do Paraba, em So Paulo,onde o hip-hop est presente em todas asperiferias, embora de maneira desorganiza-da e desarticulada ainda. Em Jacare, jexiste a Associao Cultural e EducacionalNego Prettu em vias de se tornar umaOSCIP (Organizao da Sociedade Civil deInteresse Pblico). L funciona um Centrode Juventude onde acontecem diversas ofi-cinas. Recentemente, em So Jos dos

    Campos, a Cmara Municipal aprovou umprojeto de lei que cria a Semana Hip-Hop,que vai acontecer sempre em junho. A partemusical tem muita influncia da capital deSo Paulo, tanto na batida como com letras.

    Como em So Paulo, a cultura hip-hopinvadiu Belo Horizonte atravs do break.

    A dana chegou cidade com filmes comoBreak Dance, ao qual os jovens assistiam

    muitas vezes para aprender os passos; de-pois se reuniam em espaos pblicos paramostrar o que j sabiam. Uma curiosi-dade: como os b.boys se instruam pelatela, acabavam invertendo as posies danavam espelhado. Essa caracterstica,mais a mistura com a capoeira, resultouem um estilo prprio da regio. O rap,hoje em dia, o elemento com mais visi-

    bilidade em Belo Horizonte, mas ograffiti o elemento que mais cresce, com amploapoio do governo local.

    A antroploga Jnia Torres conseguiulistar mais de trezentos grupos de rap emsua dissertao de mestrado para a Federal

    Juventude e Trabalho 29

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    de Minas Gerais. Entre os de maior des-taque esto A Fuga, Retrato Radical e NUC Negros da Unidade Consciente, que mis-tura no seu rap samba e cantiga de roda,alm de levar para o palco apresentaesde capoeira.

    SUL

    Parece que em Porto Alegre o hip-hopest bem ligado ao PT, que ajudou o movi-mento durante seus anos de governo. OBazi, da banda Da Guedes, de Porto Alegre,revela: Ganhamos um programa de tele-

    viso, oHip-Hop Sul, do PT, h alguns anosatrs, porque o hip-hop gacho se aliou ao

    partido para auxili-lo na campanha. Emtroca, disseram que gostariam de ter umespao melhor e acabaram tendo. Mas eagora que o PT no mais governo? Agorano tinha mais como tirar isso da gente. Oespao j est conquistado. O fato que ohip-hop se expandiu em todas as classessociais. Tem muita gente fazendo rap emPorto Alegre Nitrodi, Odissia, Depen-

    dentes, Manos do Rap, Polmica... so maisde sessenta grupos. O que prevalece nasletras a situao da periferia em geral.Poucas letras falam da raa negra especifi-camente, j que em Porto Alegre a maioriada populao branca.

    Em Curitiba, o movimento tambmcresceu depois que conquistou um espaomaior na mdia hoje h trs programas derdio destinados ao do pblico rap. Os inte-grantes da banda Conscincia Suburbanacontam que o movimento est se profissio-

    nalizando, mas tende para a polarizao:enquanto alguns assumem o discurso polti-co-social, que eles chamam de rap raiz,com trabalhos que levam o hip-hop para asescolas e para as comunidades, outrosfazem o rap underground, mais danante ecom temas mais alegres.

    Em Florianpolis, o hip-hop aindaengatinha, como diz o grafiteiro Ladio, mas

    j conquistou muito espao. Existem algu-mas organizaes como a CH2F (ConexoHip-Hop Floripa), Nao Hip-Hop e Hip-Hop Rua. O Nao Hip-Hop faz o Cinemana Favela, promovendo mostras de filmesnacionais e, depois da exibio, debatescom alguns atores dos elencos. MV Billcostuma aparecer por l, pois essa organi-zao filiada Cufa Central nica das

    Favelas. As outras organizaes tambmdesenvolvem trabalhos sociais, com oficinassobre a cultura hip-hop.

    Texto 10 / Arte em evoluo

    Juventude e Trabalho30

    Julia Contier estudante de jornalismo.

    Extrado da revista Caros Amigos, Edio especial Hip-Hop Hoje

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    31/64

    Juventude e Trabalho 31

    Renato Pompeu

    No Brasil, pelo menos na letra da lei,

    no permitido que uma pessoa

    com menos de 16 anos exera

    emprego. Mas a Lei do Aprendiz, sancio-

    nada em 2000 e regulamentada em 2005,

    permite que, a partir de 14 anos, se faam

    cursos profissionalizantes, nos quais a pes-

    soa pode ficar at completar 24 anos (se a

    pessoa sofre de alguma deficincia, pode

    continuar como aprendiz depois dos 24anos de idade.

    A cada contrato de aprendizagem, que

    tem de ser por escrito e no pode ter prazo

    de mais de dois anos, o empregador se com-

    promete a instruir o aprendiz em tarefas

    especficas, adequadas para as caractersti-

    cas dos jovens, e o aprendiz se compromete

    a cumprir as tarefas que lhe so designadas.

    O contrato deve ser registrado na Carteirade Trabalho do Aprendiz, que, alm do trei-

    no profissionalizante, deve freqentar tam-

    bm o ensino fundamental at o fim.

    Quem d as aulas? O Artigo 8.o da

    Regulamentao da Lei do Aprendiz apre-

    senta as entidades qualificadas:

    Art. 8o Consideram-se entidades quali-

    ficadas em formao tcnico-profissional

    metdica:I - os Servios Nacionais de Aprendiza-

    gem, assim identificados:

    a) Servio Nacional de Aprendizagem

    Industrial SENAI;

    b) Servio Nacional de Aprendizagem

    Comercial SENAC;

    c) Servio Nacional de Aprendizagem

    Rural SENAR;

    d) Servio Nacional de Aprendizagem doTransporte SENAT; e

    e) Servio Nacional de Aprendizagem do

    Cooperativismo SESCOOP;

    II as escolas tcnicas de educao,

    inclusive as agrotcnicas; e

    III as entidades sem fins lucrativos, que

    tenham por objetivos a assistncia ao

    adolescente e educao profissional,

    registradas no Conselho Municipal dos

    Direitos da Criana e do Adolescente.

    Os dados esto a; agora cabe a cada

    um decidir se vai ser aprendiz.

    Renato Pompeu escritor e jornalista

    proibido trabalhar antes dos16 anos, mas se pode aprendera trabalhar desde os 14

    Jovens aprendem

    mecnica em curso

    profissionalizante

    do SENAI

    OAPRENDIZ

    Primeiro empregoTEXTO 11

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    32/64

    Jovens no campoTEXTO 12

    Juventude e Trabalho32

    Fixar o homem ao campo: poucas ex-presses so to populares e, ao mes-mo tempo, nocivas a uma poltica de

    desenvolvimento rural capaz de mobilizaras melhores energias da juventude. "poste, e no gente, que fica parado num s

    lugar", gostava de dizer o saudoso JosGomes da Silva, nome emblemtico da lutapela reforma agrria no Brasil. E em ne-nhum outro momento da vida a mobilida-de, o desejo de viver novas experincias ecorrer riscos so maiores que na juventude.

    Alm de trao caracterstico da juventude,o impulso para a inovao evidentementetil para a sociedade como um todo.

    Inovaes projetadas

    Para que a propenso dos jovens ino-vao se realize, entretanto, necessrioum ambiente social que estimule o co-

    nhecimento e favorea que as novas idiastenham chance de se tornar empreendi-mentos. Uma das maiores doenas denosso tempo est exatamente na incapa-cidade de as sociedades contemporneasoferecerem perspectivas para que a inova-

    o se concretize em projetos privadosou sociais construtivos.

    Para isso, o mais importante que odestino dos jovens no esteja traadodesde seu nascimento, como fatalidade.Ora, o pressuposto da to propalada "fixa-o do homem ao campo" que no hmelhor caminho para os jovens rurais quesua transformao em agricultores. H

    dois equvocos nessa suposio.

    As sementes da evaso

    Estudos mostram que parte importan-te dos jovens vivendo hoje em estabeleci-

    JUVENTUDE

    RURAL:AMPLIANDO AS OPORTUNIDADES

    Ricardo Abramovay

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    mentos agropecurios e a grande maio-ria das moas, em especial no deseja

    seguir a profisso dos pais. O trabalho li-mita-se ao oeste de Santa Catarina, mas certamente representativo: mesmo em umadas regies em que a agricultura familiartem maior expresso social e econmicano pas, um tero dos rapazes e quase doisteros das moas declaravam no querercontinuar vivendo em estabelecimentosagropecurios.

    Agricultores pluriativos

    Uma poltica de desenvolvimento ruralvoltada para a juventude no pode limitar-se agricultura. Os futuros agricultoressero cada vez mais pluriativos, suas ren-das dependero da agricultura, mas tam-bm de outras atividades. Quanto mais os

    jovens estiverem preparados para essas

    outras atividades entre as quais se desta-cam as voltadas valorizao da prpriabiodiversidade existente no meio rural maiores suas chances de realizao pessoale profissional. Alm disso, nas regies ru-

    rais no vivem apenas agricultores. No sepode ignorar esta realidade elementar e

    hoje sobejamente conhecida: o meio rural muito maior do que a agricultura.

    Uma verdadeira poltica de desenvol-vimento rural deve associar uma educa-o de qualidade e estmulo para proje-tos inovadores que faam do meio rural,para eles, no uma fatalidade, mas umaopo de vida.

    A poltica deve contemplar igualmente

    os jovens rurais que no querem ser agri-cultores, mas gostariam de permanecer emsuas regies de origem, valorizando seuscrculos de amizade, contribuindo para osurgimento de novas atividades e evitando,na prtica, a falsa oposio entre a mono-tonia e a pobreza da vida interiorana e osconhecidos problemas das periferias dasgrandes cidades.

    Ricardo Abramovay professor titular do Departamento

    de Economia da FEA e do Programa de Ps-Graduao em

    Cincia Ambiental da USP - Pesquisador do CNPq -

    Organizador de Laos Financeiros na Luta contra a Pobreza

    (Annablume/FAPESP, 2004)

    Extrado de http://www.econ.fea.usp.br/abramovay/

    Foto:VidalCavalcante

    /AE

    Juventude e Trabalho 33

    Cortadores decana de Guaba,

    regio de Ribeiro

    Preto SP, esto

    abandonando

    o trabalho por

    causa dos baixos

    salrios do setor.

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    O TREM

    Rotina do jovemTEXTO 13

    Juventude e Trabalho34

    Realidade muito tristeMas no subrbio sujismundoO submundo que persiste o crimePegar o trem arriscado

    Trabalhador no tem escolhaEnto enfrenta aquele trem lotadoNo se sabe quem quem, assimPode ser ladro, ou no,Tudo bem se for pra mimSe for polcia fique esperto ZPois a lei d cobertura pra eleTe socar se quiserO cheiro mau de ponta a pontaMas assim mesmo normalmenteO que predomina a maconhaE aos milhares de todos os tiposDe manh, na neurose, comoPode ter um dia lindoPortas abertas mesmo correndoLotado at o teto sempre estMeu irmo vai vendoNo d pra agentar, sim o trem que assim, j estive, eu sei, j estive

    Muita ateno, essa a verdadeSubrbio pra morrer, vou dizer moleSubrbio pra morrer, vou dizer ( mole)E agora se liga, voc pode crer ( pra gravar, t ?)Todo cuidado no basta, porque (um toque)

    Crnica da arriscada

    viagem de todo dia

    nos trens de subrbio

    Composio: Rzo

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    Juventude e Trabalho 35

    Subrbio pra morrer, vou dizer ( mole)Confira de perto, bom conhecer ( mole)E agora se liga, voc pode crer ( pra gravar, t ?)Todo cuidado no basta, porque (um toque)

    Subrbio pra morrer, vou dizer...Todos os dias mesma gente sempre andando, viajando,Surfando, mais a mais no teme

    Vrios malucos, movimento quenteVrios moleques pra vender,Vm comprar, aqui que vendeQuem diz que surfista, Ento fica de p, boto m f, assim que Se cair vai pro sacoMe lembro de um irmo, troo chatoSubia, descia por sobre o trem, sorria

    Vinha da Barra Funda h dois anos todo diaEm cima do trem com os manosSurfistas, assim chamados so popularmenteSe levantou e encostou naquele fio,Tomou um choqueMas to forte que nem sentiu, foi s nuvensT com Deus, mano Biro sabe

    Subrbio pra morrer, vou dizer mole(Refro)

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    Texto 21 / Rotina do jovem

    Juventude e Trabalho36

    ...E eu peo a Oxal e ento,

    sempre vai nos guardarDai-nos foras pra lutar, sei vai precisarNo trem, meu bom, assim, o que Ento centenas vo sentados eMilhares vo em pE em todas as estaes, ali preste

    Ateno aos PFsO trem pra, o povo entra e saiDepois disso, o trem j se vai

    Mas o que isto? EsquisitoE vrias vezes assistiTrabalhador na porta tomando borrachadasMarmitas amassadas, fardas, isso a lei?

    Vejam vocs, so ces, s querem humilhar toda vezAconteceu o ano passado em PerusUm maluco estava na paz, sem deverCaminhava na linha do trem sim, a uns cem metrosDessa estao, preste ateno, repressoSegundo testemunhas dali, ouviFoi na cara dura assassinado, mas no foi divulgadoE ningum est, no est, ningum viu

    As mortes na estrada de ferro Santos-JundiaE ningum t nem a, Osasco-Itapevi,do Brs a Mogi ou Tamanduate o trem que assim, j estive, eu sei, j estiveMuita ateno, essa a verdadeSubrbio pra morrer, vou dizer mole(Refro)

    Fonte P http://rappinhood.letras.terra.com.br/letras/70520/

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    O JOVEM E SUAS COMPRAS

    Juventude e Trabalho 37

    Pesquisa mostra que o jovem mdiobrasileiro se acha mais considerado pe-lo que adquire do que pelo que ele .

    Os jovens brasileiros se interessam maispor compras do que os americanos. o quediz a pesquisa Os Jovens e o ConsumoSustentvel, feita por dois institutos espe-cializados e divulgada pela Fundao Get-lio Vargas. O estudo trouxe revelaes so-bre como pensa a juventude na hora emque vai s compras, sua percepo da pro-paganda e dos impactos de suas prpriasaes dela, juventude no meio ambien-te e na sociedade.

    A pesquisa foi elaborada a partir de umlevantamento realizado pelo Programa dasNaes Unidas para o Meio Ambiente(Pnuma) e pela Organizao das NaesUnidas para a Educao, Cincia e Cultura

    (Unesco), no ano 2000, em 24 pases. Cer-ca de 70% dos jovens brasileiros entrevis-tados disseram que se interessam pelo te-ma compras. Entre os norte-americanos,pas de elevado consumo, o percentual menor: 33%.

    Jovens brasileiros so tambm os quemais gostam de televiso e os que menosse interessam por poltica e sociedade.Outro dado destacado o que mostra abaixa noo de interdependncia dasaes do jovem com o mundo em que vive.Quase 60% dos entrevistados disseramque suas aes no tm impacto no mun-do; 44% opinaram que suas atitudes noinfluem nem na cidade onde moram; e24% afirmaram que suas aes no cau-sam impacto nenhum nem em suas pr-prias vidas. Conforme a pesquisa, a gran-de maioria dos jovens brasileiros (59%)acha que o seu trabalho no tem impactona sociedade, quer dizer, o jovem no seperceberia como parte de um todo. E oconsumo seria o principal elo de sua liga-o com o meio em que vive. Finalmente,

    cerca de 50% disseram que pessoas dasua idade consomem demais.

    Consumo

    TEXTO 14

    Desvendado o engano contido na frase voc o que tem.

    Fonte P http://integracao.fgvsp.br/BancoPesquisa/pesquisas_

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    N

    a esquina da minha rua fica sem-pre o mesmo grupo de meninos,

    uns 7 ou 8 anos, com suas caixi-nhas de dropes, ou flanelas amarelas. Soalegres, bonitinhos, a pele queimada,saudveis, com o corpo de idade indefini-da, aquela pequena estatura de criana,mas sem a ingenuidade infantil. Elesandam pela cidade sem a companhia denenhum adulto, parecem rapazinhos,mesmo na maneira de andar e falar, bem

    espertos, astuciosos. Tm agasalhos sur-rados, mas que do pro gasto; usam tnis,camisetas, bons com a aba virada paratrs. Quando eles me vem, correm paraa janela do meu carro, na maior alga-zarra. Se o sinal est aberto e passo dire-

    to, eles correm para o outro quarteiro,em bando, e me pegam no sinal da aveni-da, bem mais demorado. Me chamam detia, fazem sinal com dois dedos, abanan-do a cabea e dando um sorriso de con-fiana, para que eu desa o vidro e oua.

    Contam histrias de que precisam de di-nheiro para comprar material escolar, ouesto sem almoar, ou vo viajar no fe-riado. Eles me dizem que estudam, e tra-balham ali para ajudar a famlia, e medo nomes falsos, mas s vezes escuto osnomes verdadeiros de um ou outro, numdescuido deles. O Fbio, por exemplo, sechama Wellington. Um tem o pai desem-

    pregado, outro no tem pai, outro notem casa, outro no tem nada a no ser arua. Quase sempre dou dinheiro. s vezes,compro um iogurte para cada um, outras

    vezes cadernos e lpis, ou livros dehistrias infantis, ou biscoitos. Mas um

    DEUS-DAR

    Ana Miranda

    Risco social

    TEXTO 15

    Juventude e Trabalho38

    O dilema de dar ou

    no dar dinheiro aos

    meninos no sinal

    15CA03BT17P2.qxd 12/13/06 8:34 PM Page 38

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    amigo meu, especialista em questes de

    meninos de rua, me disse que no devo

    dar dinheiro aos meninos, para no

    estimular o trabalho infantil, e que eu

    ajudaria muito mais se desse uma quan-

    tia mensal para uma associao que cuida

    de crianas. Um dia abri o vidro do carro

    e expliquei para o chefe deles, o Fbio, o

    que meu amigo havia dito, e que estava

    dando o dinheiro deles para uma creche.

    Ele ficou pensativo. No dia seguinte, veio

    me perguntar, mesmo, o que o meu amigo

    havia me dito, por que no se podia dar

    dinheiro para eles. Nas vezes seguintes,

    eles ainda tentaram me convencer a dar

    algum dinheiro, pediam cada vez quan-

    tias mais nfimas. Hoje passo na esquina,

    eles me vem, eu os vejo, sentados na

    grama, na murada do restaurante, num

    caixote de madeira, eles acenam, confor-

    mados, alegres, e eu sigo com o corao

    opresso por dvidas. Eles ainda esto ali,

    em bando, vivendo a vida em seu dia-a-

    dia, crescendo de qualquer maneira, ao

    deus-dar.

    Ana Miranda escritora

    Extrado da revista Caros Amigos no 42

    Juventude e Trabalho 39

    Leandro dos Santos Ribeiro (de camiseta azul), 11 anos, cursando a 6 srie, vende

    doces no trnsito de Caieiras, na Grande So Paulo, para comprar material escolar.

    Foto:CleberBontato

    /AE

    15CA03BT17P2.qxd 20.01.07 12:15 Page 39

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    Como os jovens enfrentam o desafio de um mundo que exige

    formao escolar cada vez melhor e ainda esprito empreendedor

    Desemprego juveni lTEXTO 16

    Juventude e Trabalho40

    Foto:Caio

    Gautel

    PROCURA-SETRABALHO

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    Inexperincia, indeciso vocacional, bai-

    xa escolaridade ou falta de oportunida-

    de. So desafios que a maior parte dos

    jovens brasileiros tem de enfrentar quan-

    do comea a dar os primeiros passos em

    busca de trabalho. As estatsticas demons-

    tram: s pouco mais da metade dos 34 mi-

    lhes de jovens entre 15 e 24 anos tm

    algum tipo de ocupao.

    Empregado, subempregado ou de-

    sempregado, rico, pobre ou remediado,

    nenhum jovem quer ficar onde est. En-

    to vamos ver como eles driblam os obst-

    culos para ingressar em um mercado de

    trabalho cada vez mais exigente.

    Iniciativa precoce

    Alguns tm sorte de encontrar logo o

    caminho, como o carioca Edgar Noguei-

    ra. Aos 13 anos de idade ele ganhou um

    computador e inventou um site de busca,

    o aonde.com. Aos 21 anos, recm-forma-

    do em administrao, segue feliz e resol-vido com sua empresa e j mantm um

    segundo site, o namoro.com. J a paulis-

    ta Dbora Tatiana Vilhena, 19 anos, abriu

    mo de alguns sonhos, para preservar

    outros. Pobre, arranjou emprego deempacotadora de supermercado. Preci-

    sava trabalhar logo, diz ela, que abando-

    nou o sonho da universidade. Particular

    muito cara; pblica, muito difcil.

    O potiguar Neilton de Freitas, 21

    anos, aprendeu com a ONG Natal Volun-

    trios que o caminho difcil, mas

    ningum deve se contentar com menos do

    que deseja. Ele terminou o curso de

    garom. Busquei o setor de turismo,

    forte na cidade, conta ele, que antes

    tentou o mais brasileiro dos sonhos: ser

    jogador de futebol. Sua meta ser intr-

    prete de ingls.

    E a experincia?

    A mineira Angelina de Lima Ramos,

    22 anos, passou um ano dando com a

    cara na porta antes de arrumar um

    emprego: faltava experincia. Conseguiu

    o de vendedora de uma loja de luminrias

    em Juiz de Fora e faz sua crtica aos obst-

    culos: Como algum com 16, 17 anos

    pode ser experiente se ningum d uma

    oportunidade? Uma tremenda injustia.

    O Brasil tem poucos com muita chan-

    ce e muitos sem nenhuma, avalia o cario-

    ca William Sebastio dos Santos Oliveira,22 anos, que s pde estudar at a 6a srie,

    porque precisou trabalhar cedo para ajudar

    em casa. Agora parece que encontrou sua

    vocao. Por meio da Incubadora Afro-

    Juventude e Trabalho 41

    Ao lado: Jovens aguardam procura de emprego no Palcio

    do Trabalhador em So Paulo.

    16CA03BT01P2.qxd 19.01.07 09:52 Page 41

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    Brasileira, que promove o empreendedoris-

    mo entre jovens afrodescendentes, desen-

    volveu sua empresa de grafismo e j vive

    de estampar camisetas e faixas.

    Vocao elstica

    O apicultor gacho Francis Leal Batis-

    ta, 19 anos, cursa engenharia agrcola

    graas a uma bolsa do Programa Univer-

    sidade para Todos, do governo federal.

    Queria ser bilogo, mas no teria condi-

    es de pagar a faculdade. Aqui, encon-

    trei minha vocao e tenho muito mais

    mercado, comemora.

    Com pouco estudo e sem experincia,

    a cearense A. G. F, de 19 anos, sente na

    pele as dificuldades de ingressar no merca-

    do de trabalho. Fiz at a 7a srie e depois

    que engravidei no deu para continuar os

    estudos. Quando meu filho nasceu, no

    tinha com quem deix-lo e por isso no

    procurei emprego, diz ela, que conta com

    a ajuda da av para sobreviver.

    Das ruas para o cuPor muito pouco a baiana Luciana

    Xavier, de 21 anos, no engrossou o triste

    exrcito de desalentados. Dos 2 aos 14

    anos, ela viveu nas ruas de Salvador, pe-

    dindo esmola, dormindo ao relento. Sua

    vida s tomou outro rumo quando ingres-

    sou no Projeto Ax: O Ax mudou os

    rumos da minha existncia. Percebi poten-

    cialidades em mim mesma que no conhe-

    cia. Isso me ajudou a descobrir o que gos-

    tava de fazer. Terminei o curso de moda e

    virei estilista. Ganhei uma bolsa para estu-

    dar numa faculdade de moda de Floren-

    a, na Itlia, e agora quero ser uma profis-

    sional revolucionria, conta Luciana.

    Escolha o caminho

    Em So Paulo, o projeto Cidade Esco-

    la Aprendiz tambm est dando muito

    certo. Participante da primeira turma do

    Aprendiz, a paulistana Mnica Alves, de

    23 anos, formou-se em arquitetura e

    trabalha na restaurao de prdios no

    centro de So Paulo: O Aprendiz me fez

    acreditar que eu poderia conseguir fazer

    o que gostava. O problema de alunos de

    escolas pblicas, como era o meu caso,

    no saber como concretizar os seus

    sonhos.

    Difcil acesso

    Os jovens portadores de necessidades

    especiais ainda tm dificuldades maiores.

    Embora a legislao brasileira exija que

    empresas maiores reservem pelo menos 5%

    Texto 16 / Desemprego juveni l

    Juventude e Trabalho42

    16CA03BT01P2.qxd 12/13/06 8:36 PM Page 42

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    de suas vagas a trabalhadores com esses

    problemas, a situao complexa: a pessoa

    tem dificuldade para entrar no mercado

    no apenas por causa de suas limitaes,

    mas tambm pelo preconceito e pelas defi-

    cincias na capacitao e atendimento a

    essas pessoas.

    O Instituto Brasileiro de Defesa dos

    Direitos da Pessoa Portadora de Deficincia

    (IBDD), do Rio de Janeiro, trabalha em

    favor da colocao de portadores de neces-

    sidades especiais. A carioca e estudante de

    direito Joana de Montenegro Roquete, 22

    anos, se beneficiou. Ela tem uma doena

    degenerativa, precisa usar cadeira de rodas

    e conseguiu trabalho na consultoria jur-dica da companhia Furnas Centrais Eltri-

    cas, como empregada terceirizada. A lei

    que obriga as empresas a contratarem defi-

    cientes facilitou minha entrada no merca-

    do, mas a maior dificuldade do portador de

    deficincia no obter uma vaga e sim boa

    qualificao, principalmente pela dificulda-

    de de acesso fsico s instituies de ensi-

    no, diz Joana.

    Juventude e Trabalho 43

    Extrado do Portal Onda Jovem

    http://ondajovem.terra.com.br/manchete. asp?ID_Edicao=8

    O subemprego outra faceta do drama demuitos jovens, principalmente os pobres ecom pouco estudo. Eles pulam de empregoem emprego, exercendo funes mnimas ecorriqueiras. O mineiro A.L., de 16 anos, deIpatinga, exemplo. H um ano largou a esco-la e foi trabalhar em um mercadinho do bair-ro. muito cansativo trabalhar o dia todo eainda estudar noite, diz. E o emprego nomercadinho, sem carteira assinada, no foi oprimeiro. Ele comeou aos 14 anos numa ofi-cina mecnica, j foi ajudante de pedreiro ebalconista de bar. Decidi trabalhar porque

    meus pais no tinham condies de me darcoisas que eu queria. Precisava ter meuprprio dinheiro, ganho salrio mnimo.A situ-ao no est fcil. L no mercado chegamuita gente procurando trabalho. Por isso, eutento de fazer tudo certinho, seno vem outroe toma minha vaga, constata o garoto.

    A luta por um emprego

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    H mais de 1 bilho de pessoas no

    mundo que tm entre 15 e 25 anos

    de idade. Oitenta e cinco por cento

    desses jovens vivem em pases em desen-

    volvimento, como o Brasil, onde muitos

    deles estudam, trabalham, e vivem na

    extrema pobreza.

    Calcula-se que existam 180 milhes

    de desempregados no planeta, sendo que,desses, 74 milhes so jovens.

    Um nmero ainda maior de pessoas,

    jovens e adultos, enfrenta longas jornadas

    de trabalho informal, lutando para con-

    seguir sua subsistncia.

    Enquanto para alguns a globalizao e a

    tecnologia oferecem novas oportunidades de

    trabalho, para muitos jovens estas mesmas

    tendncias aumentam a dificuldade de

    arranjar emprego sendo que a discrimi-

    nao contra jovens mulheres ainda maior.

    Jovens pobres ou sem perspectivas

    encontram-se em maior risco de serem

    atrados para comportamentos socialmentedestrutivos. A sua energia, sua capacidade

    para a inovao e as suas aspiraes so

    bens que a sociedade no pode desperdiar.

    PRIMEIROSPASSOS

    Os jovens tm asoluo, mas

    quem os procura?

    Desemprego juveni lTEXTO 17

    Juventude e Trabalho44

    Adaptado do site:http://www.oitbrasil.org.br

    17CA03BT05P2.qxd 12/13/06 8:41 PM Page 44

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    Risco social

    TEXTO 18

    Fonte P

    AngeliSE LIGA, MANO!

    Segurana e Sade no Trabalho 45

    Voc fica se perguntando o que vai ser quando crescer? Se liga, mano! No raciocino sobre hipteses!

    18CA03BT27P2.qxd 12/13/06 8:42 PM Page 45

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    Juventude e Trabalho46

    A

    epidemia do HIV/Aids est afetando

    profundamente a estrutura social,

    cultural e econmica, constituindo-se em uma grave ameaa ao mundo pro-

    dutivo, na medida que afeta a fora de tra-

    balho, impe altos custos a empresas de

    todos os setores, diminui a produtividade,

    aumenta os custos trabalhistas e acarreta a

    perda de capacidades e experincias. Esti-

    mativas da Organizao Internacional do

    Trabalho indicam que, hoje, pelo menos 25

    milhes de trabalhadores, entre 15 e 49anos de idade, esto infectados com HIV

    em todo o mundo.

    Diante destes fatos, a Coordenao

    Nacional de DST/Aids vem promovendo

    aes sobre este tema no local do trabalho.

    Em outubro de 1998, foi publicada uma

    Portaria do Ministrio da Sade, criando o

    Conselho Empresarial Nacional de Preven-

    o ao HIV/Aids no Local de Trabalho.

    O Conselho tem como objetivo apoiar

    a resposta nacional frente epidemia e

    viabilizar aes de sensibilizao, mobiliza-o, difuso de conhecimento sobre pre-

    veno da Aids e a promoo da sade

    junto s empresas.

    Ao reconhecer que o problema do HIV/

    Aids , tambm, uma questo do local de

    trabalho, a OIT criou, em novembro de

    2000, o Programa da OIT sobre HIV/Aids

    e o Mundo do Trabalho. O objetivo do Pro-

    grama contribuir para a conteno da

    pandemia, sistematizando informaes so-

    bre o seu impacto no mundo do trabalho,

    combatendo a discriminao e a excluso,

    desenvolvendo campanhas de conscientiza-

    o e prestando assessoria a seus membros.

    Sade do jovemTEXTO 19

    HIVE

    TRABALHO

    19CA03BT09P2.qxd 12/13/06 10:49 PM Page 46

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    Uma das primeiras atividades do

    Programa da OIT foi a produo do

    Repertrio de Recomendaes Prticas

    sobre o HIV/Aids e o Mundo do Traba-

    lho, elaborado em parceria com gover-

    nos, empregadores e trabalhadores. O

    Repertrio foi lanado pelo diretor geral

    da OIT na Sesso Especial das Naes

    Unidas sobre HIV/Aids, realizada em

    Nova York em junho de 2001. Este docu-

    mento incentiva a preveno e a assistn-cia aos trabalhadores e suas famlias.

    A partir dos princpios bsicos de prote-

    o dos direitos dos trabalhadores, de

    promoo do emprego, de proteo social e

    do dilogo social da OIT, o documento

    cobre temas como a preveno, o treina-

    mento, a testagem anti-HIV e a confiden-

    cialidade, a assistncia e o apoio aos empre-

    gados infectados e afetados pelo HIV/Aids.So eles:

    1. reconhecimento do HIV/Aids como um

    problema do local de trabalho;

    2. no-discriminao e estigmatizao das

    pessoas que vivem com HIV/Aids;

    3. promoo da igualdade de gnero;

    4. manuteno de um ambiente de traba-

    lho saudvel e seguro;

    5.promoo do dilogo social para estabe-lecer programas e aes conjuntas entre

    governos, empregadores e trabalhadores;

    6. proibio de exames (screening) para

    os candidatos a emprego ou pessoas

    contratadas;

    7. garantia de confidencialidade sobre as

    informaes relativas ao HIV/Aids de can-

    didatos e empregados;

    8. manuteno da relao de emprego;

    9. desenvolvimento de aes de preven-

    o; e

    10. garantia de assistncia e apoio aos

    empregados e suas famlias.

    Extrado dos Cadernos da Unesco Brasil 2002.

    Juventude e Trabalho 47

    Recomendaes

    Promover o conhecimento acerca das questes

    biolgicas, psicolgicas e socioculturais que

    envolvem a Aids de modo a preparar as empre-

    sas ou locais de trabalho para:

    reconhecer a Aids como um problema no local

    de trabalho como qualquer outra enfermidade;

    no exigir a apresentao do diagnstico de

    HIV tanto para os futuros contratados quanto

    para os funcionrios efetivos;

    respeito s necessidades dos portadores;

    garantir uma poltica de trabalho na perspec-

    tiva dos Direitos Humanos e em cidades como

    So Paulo e Rio de Janeiro, ser jovem e ter o

    primeiro trabalho muito difcil, e se no tiver

    o primeiro trabalho no se tem experincia, por-

    que no se tem experincia, no se consegue

    trabalho.

    Tudo isso gera uma roda-viva muito complicada.Quando a questo da Aids vem se juntar ao con-

    texto, a tal roda-viva se agrava tremendamente.

    19CA03BT09P2.qxd 12/13/06 10:49 PM Page 47

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    48/64

    Enquanto projetamos sobre a juven-

    tude o desencanto com as eleies

    atuais, presente em uma parcela da

    sociedade brasileira, as informaes sobre

    o alistamento eleitoral, divulgadas recen-

    temente pelo TSE mostram um aumento

    de 39%, em relao a 2002, do nmero de

    eleitores de 16 e 17 anos, faixa etria em

    que o voto facultativo. Foi nesta faixa

    etria o maior crescimento proporcional deeleitores. Certamente estes nmeros no

    falam por si, mas eles so no mnimo intri-

    gantes (e fornecem uma pauta e tanto para

    meios de comunicao). Com a mesma

    indagao na cabea, vale citar a pesquisa

    Juventudes Brasileiras, recentemente di-

    vulgada pela Unesco, que revela que 68,8%

    dos jovens de 15 a 29 anos acreditam que

    o voto pode mudar a situao do pas e que66,6% deles afirmaram no ser aceitvel

    no votar nas eleies.

    Por outro lado, a despeito das estatsti-

    cas que buscam dar conta do todo, h mui-

    ta informao qualitativa disponvel. So

    mltiplas as experincias de participao

    juvenil existentes no Brasil. No se pode

    pensar nos grmios estudantis, nos centros

    acadmicos, nas juventudes partidrias e

    sindicais de hoje com os olhos de dcadas

    atrs. Hoje distinguindo-se e/ou identifi-

    cando-se com aqueles espaos usuais da

    poltica h posses de Hip-Hop, h jovens

    reunidos em diferentes tipos de ONGs e em

    movimentos sociais especficos. Redes de

    jovens mulheres, da juventude negra eindgena, de jovens rurais, de jovens pela

    livre orientao sexual, de jovens com defi-

    cincia atuam buscando inscrever seus

    direitos em diferentes espaos. A Rede dos

    Jovens do Nordeste, que h anos tem feito

    uma campanha pelo voto consciente, se

    organiza atravs do recorte regional.

    Grupos culturais, religiosos e esportivos

    tambm fazem parte de um cardpioamplo e plural. Mas h momentos em que

    as fronteiras (sociais e identitrias) exis-

    tentes entre eles se suspendem produzindo

    combinaes inditas e desafiantes inter-

    PARA ALM DOSOVOS E TOMATESCresce em nmero e qualidade o universo de eleitores jovens

    Part ic ipao pol t icaTEXTO 20

    Juventude e Trabalho48

    Regina Novaes

    20CA03BT15P2.qxd 12/13/06 8:47 PM Page 48

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    49/64

    locues. Alguns destes momentos surgem

    e ecoam no interior do Conselho Nacional

    de Juventude, onde se busca valorizar asdiferentes formas de participao juvenil.

    De fato, so mltiplas as expectativas

    da juventude brasileira. O convite para

    que se conhea mais sobre as criativas e

    pouco divulgadas experincias em curso.

    Conhecendo, fica difcil dizer, a priori, que

    estes grupos no estejam produzindo em

    uma linguagem jovem, a no ser que se

    considere que tal linguagem seja mono-plio de algum ou de algum canal.

    Para terminar, vale citar uma pesquisa

    realizada sob a coordenao do Ibase e

    Polis, em conjunto com outras ONGs, em

    sete regies metropolitanas brasileiras.

    Nesta pesquisa, amplamente divulgada, a

    grande maioria dos jovens entrevistadosdiz desacreditar dos polticos, mas acredi-

    tar na poltica e dela querer participar. Esta

    ltima frase pode parecer um mero jogo de

    palavras ou um enigma. Mas pode ser vista

    tambm como um convite dos jovens para

    que no se economize reflexo e para que

    faa um debate que possa resgatar o senti-

    do mais profundo da poltica. Para alm

    dos ovos, tomates e eleies.

    Juventude e Trabalho 49

    Regina Novaes antroploga, secretria nacional adjunta de

    Juventude e presidente do Conselho Nacional de Juventude

    Fonte P Agncia Carta Maior (http://www.cartamaior.com.br)

    Foto:MonicaZarattini/AE

    A nova gerao de

    eleitores: a jovem

    Roberta Galvo,

    18 anos, votando

    pela primeira vez,

    nas eleies

    nacionais de 2002.

    20CA03BT15P2.qxd 12/13/06 8:47 PM Page 49

  • 7/29/2019 06 CD Juventude e Trabalho

    50/64

    Um em cada trs jovens brasileiros

    participa de algum tipo de organi-

    zao social. So grupos religiosos,

    de hip-hop, de grafiti, que no so vistos

    tradicionalmente como organizaes pol-

    ticas. Mas atualmente essas tm sido as

    formas de participao social dos jovens

    brasileiros.As avaliaes fazem parte de uma

    pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de

    Anlises Sociais e Econmicas (Ibase) e

    pelo Instituto Plis de Estudos e Assessoria

    em Polticas Pblicas.

    Apesar de se comentar que o jovem

    brasileiro est em apatia, a pesquisa aponta

    um grande nvel de participao juvenil,

    destaca Ozanira da Costa, uma das coorde-nadoras do estudo. Apesar disso, os jovens

    tm buscado novas formas de participar da

    vida poltica, j que h um descontenta-

    mento grande com as formas tradicionais

    de participao, como partidos, sindicatos e

    entidades estudantis. A prpria realidade

    do pas no estimula esse jovem a partici-

    par da poltica tradicional, lamenta Ozira

    da Costa, em entrevista ao programa Revis-

    ta Brasil, da Rdio Nacional.

    Essa realidade se reflete nos nmeros.

    Dos 8.000 jovens entrevistados, em oito

    regies metropolitanas, 28% fazem parte

    de algum grupo. Mas apenas 1% desses

    jovens participam de algum partido polti-

    co. E apenas 0,7% est filiado a algumsindicato.

    A principal forma de participao em

    grupos religiosos (15%), seguida das asso-

    ciaes esportivas (8%) e de grupos artsti-

    cos (8%). Para Ozanira da Costa, o resultado

    mostra a importncia dos trs temas reli-

    gio, esporte e cultura para a juventude.

    Um em cada cinco jovens respondeu

    sim pergunta Voc j participou dealgum movimento ou reunio para melho-

    rar a vida do seu bairro ou da sua cidade?.

    Desse pblico que j havia participado de

    alguma mobilizao, 40% tinha como obje-

    tivo melhorar ou criar uma rea de lazer

    Juventude e Trabalho50

    MUDANA DEESTILO

    Jovens continuam

    participando da poltica,

    mas de outras formas,

    aponta pesquisa

    Part ic ipao pol t ica

    Daniel Merli

    TEXTO 21

    Foto: Marcelo Ximenez / AE

    21CA03BT28P2.qxd 19.01.07 09:53 Page 50

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    51/64

    ou esporte. Os outros motivos foram segu-

    rana (34%), melhora de saneamento

    (29%) e de postos de sade (27%).

    Duas das chaves para essa participa-

    o, segundo a pesquisadora, so a renda e

    o grau de educao dos jovens. A pesquisa

    revelou que quanto maior a renda do

    jovem, maior seu grau de participao em

    organizaes sociais. O mesmo vale para ograu de instruo.

    A grande ligao para que o jovem

    possa participar mais da vida poltica e da

    sociedade a educao, afirma. Mas o

    jovem pobre tem uma grande dificuldade

    de acesso educao e no tem estmulo.

    J o jovem com renda familiar melhor

    tem condio de ir a uma escola particu-

    lar e l tem mais acesso informao emais estmulo para participar da vida

    poltica do pas.

    A falta de acesso informao outro

    obstculo participao, segundo a pesqui-

    sadora. A pesquisa mostrou que 85% dos

    jovens se informam pela televiso. (...) Os

    jovens no tm acesso e as escolas no esti-

    mulam temas da atualidade.

    A pesquisa dos institutos Plis e Ibase

    foi feita em dois perodos: julho de 2004,

    pouco antes das eleies municipais, e

    novembro de 2005, perodo da crise pol-

    tica que atingiu o Congresso Nacional.

    Foram entrevistadas 8 mil pessoas de 15a 24 anos das regies metropolitanas de

    Belm, Belo Horizonte, Porto Alegre,

    Recife, Rio de Janeiro, Salvador, So

    Paulo e Distrito Federal.

    Depois da pesquisa quantitativa,

    foram escolhidos 900 jovens para uma

    pesquisa qualitativa. Segundo Ozira da

    Costa, foi usado um mtodo canadense

    chamado de Grupos de Dilogo. Soformados grupos de discusso sobre

    alguns temas para descobrir a opinio dos

    entrevistados sobre cada assunto.

    Juventude e Trabalho 51

    Extrado do site: http://ww.radiobras.gov.br

    Grupo que faz trabalho voluntrio com crianas na Escola do Retiro, em Pirituba. Na foto, da esquerda

    para a direita: Luana dos Santos, Paulo Frana, DJ Dudu, Domingos Lima e Adevaldo de Souza.

    21CA03BT28P2.qxd 12/13/06 8:48 PM Page 51

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    52/64

    Desconfiai do mais trivial ,

    na aparncia singelo.

    E examinai, sobretudo,

    o que parece habitual.

    Suplicamos expressamente:

    no aceiteis o que de hbito

    como coisa natural,

    pois em tempo de desordem sangrenta,

    de confuso organizada,

    de arbitrariedade consciente,de humanidade desumanizada,

    nada deve parecer natural

    nada deve parecer impossvel de mudar.

    NADA IMPOSSVELDE MUDARBrecht

    Part ic ipao pol t icaTEXTO 22

    Juventude e Trabalho52

    22CA03BT22P2.qxd 20.01.07 12:18 Page 52

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    53/64

    Dessa juventude serei vivente,

    A alma eterna da vida, a minha prece,

    Que de sonho e conquistas enriquece,

    O ontem, o hoje, o amanh e eternamente.

    Quero viv-la sempre intensamente,

    Nos momentos de glria envaidece,

    Na inquietao que a vida oferece,

    No rosto que traz um sorriso ausente.

    Se na rebeldia do inconsciente,

    Encontra-se o desejo que estremece,

    Amar, lutar, vencer, poder ser gente,

    Ser um jovem que luta e no esmorece,

    E mesmo que na nsia se faz carente,

    De viver o sonho nunca se esquece.

    Ser jovemTEXTO 23

    Juventude e Trabalho 53

    SONETO DE

    JUVENTUDE

    Dairi Jos Antnio Duarte

    Cordeiros BA

    23CA03BT30P2.qxd 20.01.07 12:20 Page 53

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    54/64

    Apartir da situao de discriminao

    vivida pelo cantor e compositor

    Marcelo Yuka ex-baterista da banda

    O Rappa e hoje membro do Conjuv em

    setembro de 2005, denunciada e documen-

    tada pela Escola de Gente Comunicao

    em Incluso, publicada no jornal O Globo, o

    Conselho se mobilizou e solicitou organi-

    zao que redigisse um documento discu-

    tindo o tema acessibilidade para pessoas

    com deficincia. Abaixo, a carta:

    Acessibilidade

    A Organizao das Naes Unidas

    (ONU) aponta que existem 600 milhes depessoas com deficincia no planeta 400

    milhes nos pases em desenvolvimento.

    Ainda, segundo a ONU, a deficincia tanto

    causa como efeito da pobreza: 82% das

    pessoas com deficincia do mundo, princi-

    CONSELHO NACIONALDE JUVENTUDE APROVAPOR ACLAMAO CARTASOBRE ACESSIBILIDADEO Conselho Nacional de Juventude aprovou por aclamao aCarta de Maro, que discute a acessibilidade e incluso socialde jovens com deficincias.

    Necessidades Especia isTEXTO 24

    Juventude e Trabalho54

    Marcelo Yuka

    Foto:WilonJunior/AE

    24CA03BT29P2.qxd 12/13/06 8:52 PM Page 54

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    55/64

    palmente crianas e jovens, vivem abaixo

    da linha da pobreza. Dados do Banco Mun-

    dial apontam que pelo menos 79 milhes de

    indivduos com deficincia esto na Amri-

    ca Latina e no Caribe, dos quais 24 milhes

    no Brasil, de acordo com o Censo 2000 do

    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatsti-

    ca (IBGE).

    Por que, ento, atender s necessida-

    des especficas de pessoas com deficin-

    cia ainda considerado custo e no inves-

    timento pela maioria dos especialistas em

    polticas pblicas?

    Por que as polticas pblicas continuam

    tratando pobreza e deficincia como ques-

    tes isoladas?

    De que modo as necessidades especfi-

    cas da deficincia podem mudar o rumo de

    programas e projetos de desenvolvimento,

    como o combate misria e fome?No Brasil, mais da metade de crianas,

    adolescentes e jovens com deficincia

    pobre (conforme dados da ONU) e rara-

    mente consegue participar de programas

    sociais em suas comunidades. No costuma

    haver previso de recursos no oramento

    desses projetos governamentais, no-

    governamentais e privados para garantir

    a jovens com deficincia, direitos humanoscomo o de ir e vir e o de se comunicar. Direi-

    tos garantidos por meio de ajudas tcnicas

    previstas em leis como intrprete da Lngua

    Brasileira de Sinais (Libras), legendagem

    em programas de televiso e sesses de

    cinema, material em braile e sites com aces-

    sibilidade de acordo com padres nacional

    e internacional.

    Agncias de cooperao internacional,

    programas de investimento social corporati-

    vo e polticas pblicas governamentais e

    no-governamentais continuam apostando

    primeiro na busca de solues para a pobre-

    za e, s depois, para a deficincia enfoque

    que no vem trazendo os resultados espera-

    dos. A conseqncia desse modo dicotmi-

    co de perceber a juventude de um pas a

    falta de convivncia de jovens com e sem

    deficincia e a perpetuao de prticas secu-

    lares de discriminao. Grande parte dos

    projetos de juventude no Brasil continua

    discriminando jovens com deficincia por

    absoluta inconscincia e desconhecimento.

    No dia 2 de dezembro de 2004, o gover-

    no federal atendeu uma demanda histricados movimentos sociais que defendem os

    direitos de pessoas com deficincia: assinou

    o Decreto Federal n 5.296, regulamentan-

    do as leis nos 10.048/00 e 10.098/00 e esta-

    belecendo normas gerais e critrios bsicos

    para a promoo da acessibilidade das

    pessoas com deficincia ou mobilidade

    reduzida (gestantes, pessoas com crianas

    de colo, pessoas com idade igual ou supe-rior a sessenta anos, pessoas obesas, entre

    outras situaes).

    A regulamentao dessas leis represen-

    tou um passo decisivo para a cidadania e

    incluso de crianas, jovens, adultos (as) e

    Juventude e Trabalho 55

    24CA03BT29P2.qxd 12/13/06 8:52 PM Page 55

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    56/64

    idosos (as) com deficincia ou mobilidade

    reduzida, garantindo que o acesso educa-o, sade, ao trabalho, ao lazer, ao turis-

    mo e cultura contemple a diversidade

    humana. O decreto trata de cinco eixos

    principais: acessibilidade no meio fsico;

    acessibilidade nos sistemas de transportes

    coletivos terrestres, aquavirios e areos;

    acessibilidade na comunicao e na infor-

    mao; acesso s ajudas tcnicas; e existn-

    cia de um programa nacional de acessibili-

    dade com dotao oramentria especfica.

    A legislao brasileira um exemplo mun-

    dial com relao incluso de pessoas com

    deficincia, o principal desafio divulg-la

    e coloc-la em prtica, comprometendo

    todos os segmentos da sociedade brasileira

    neste processo.

    Relacionando as questes da juventude

    com as especficas da deficincia, temos um

    panorama indito. O pas tem no momento

    a maior gerao de jovens de todos os

    tempos: so 48 milhes de brasileiros (as)

    com idade entre 15 e 29 anos. Ao mesmo

    tempo, cresceu no pas a percepo de que

    preciso construir polticas pblicas inclusi-

    vas para esse segmento, ou seja, abertas

    diversidade, contemplando as caractersti-

    cas e as necessidades inerentes das infinitas

    juventudes, entre elas aquela formada porjovens com qualquer tipo de deficincia,

    hoje com baixssima escolaridade. Nesse

    contexto, vem ganhando legitimidade como

    assunto estratgico e de relevncia nacional

    a urgncia em recon