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2 Fundamentos de sismicidade
A investigao de problemas envolvendo carregamentos ssmicos requer do
engenheiro geotcnico um conhecimento bsico dos diferentes processos que
influenciam a ocorrncia de sismos e como eles geram movimentos do terreno. A
sismologia a cincia que investiga esses fenmenos, abrangendo o estudo da
estrutura da Terra e sua relao com a produo de sismos.
Nesse captulo so introduzidos alguns conceitos gerais sobre a origem dos
terremotos, bem como feita uma breve descrio qualitativa dos principais
parmetros e termos tcnicos utilizados para a sua caracterizao. Adicionalmente
comenta-se sobre alguns mtodos para gerao de sismos artificiais e apresenta-se
uma metodologia para estimativa da ameaa ssmica, tanto atravs de mtodos
determinsticos quanto probabilsticos.
2.1. Conceitos gerais
2.1.1. Estrutura da Terra
Um dos mais importantes avanos na sismologia a compreenso da
estrutura da Terra. Estudos de reflexo e refrao de ondas ssmicas revelam que o
planeta tem estrutura formada por camadas sucessivas, com diferentes densidades,
crescentes da superfcie para o centro do globo (Kramer, 1996).
O ncleo, formado por um ncleo interno (1400 km de dimetro) e um
ncleo externo (2000 km de dimetro), composto principalmente por ferro e
nquel fundidos, com densidade equivalente a 13,5 vezes a da gua (Arias, 1996).
O manto, que constitui 83% do volume e 65% da massa do planeta, situa-
se abaixo da crosta entre 60 e 3.000 km de profundidade. Apresenta-se em estado
pastoso (material magmtico) com temperatura variando entre 1.200C a 3.700C.
Sua parte superior (manto superior), compreendida entre 100 e 250 km de
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Fundamentos de sismicidade 35
profundidade, conhecida como astenosfera, que se supe frgil, parcialmente
fundida e capaz de deformar-se plasticamente.
A litosfera, ou crosta terrestre, a camada superficial, menos densa porm
slida. Sua espessura muito delgada em relao ao raio da Terra, sendo
caracterizada pela propagao de ondas ssmicas a altas velocidades devido
presena de materiais exibindo grande rigidez (rochas). Na litosfera se
desenvolvem os terremotos gerados por processos de tectonismo entre as placas
que a constituem (teoria das placas).
Figura 2.1- Esquema da estrutura da Terra (www.ige.unicamp.br/site/aulas/109/Terra-
tempo_geo-aula1.pdf).
2.1.2. Ondas planas de tenso
Quando um sismo ocorre, so gerados diferentes tipos de ondas que se
propagam com velocidades e caractersticas dependentes das propriedades do
meio por onde trafegam.
Ondas podem ser classificadas como ondas de corpo (ondas P e S que se
propagam no interior da Terra) e ondas de superfcie (ondas R e L que se
propagam nas proximidades da superfcie de macios de solo ou rocha).
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Fundamentos de sismicidade 36
A onda P tambm conhecida como onda primria, longitudinal ou compressional e se assemelha onda sonora, propagando-se atravs de
sucessivas compresses e dilataes do meio (slido, lquido ou gasoso).
a onda de corpo mais rpida, gerando vibraes da partcula na mesma
direo de sua propagao (Figura 2.2, a). A velocidade de propagao Cp
de ondas P dado pela teoria da elasticidade linear como:
2 (1 )(1 )(1 2 )P
G EC + = = + (2.1)
onde a massa especfica do material, e G so as constantes de Lam (G tambm definido como o mdulo cisalhante), E o mdulo de
Young e v o coeficiente de Poisson.
A onda S faz vibrar uma partcula na direo perpendicular sua trajetria de propagao, sendo tambm conhecida como onda transversal,
secundria ou de cisalhamento. Dependendo da direo de vibrao da
partcula so ainda denominadas SV (movimento da partcula, ou
polarizao, no plano de propagao) ou SH (movimento da partcula, ou
polarizao, normal ao plano de propagao), conforme Figura 2.2, b.
velocidade de propagao Cs expressa pela teoria da elasticidade linear
por
2 (1 )S
G EC = = + (2.2)
obtendo-se a relao entre as velocidades de propagao de ondas P e S,
2 2(1 )(1 2 )
P
S
C GC
+ = = (2.3)
de onde facilmente se verifica que Cp Cs 2 . As ondas de superfcie (ondas Rayleigh R e ondas de Love L)
resultam de interaes envolvendo as ondas de corpo, causadas por reflexes e
refraes na superfcie do terreno e nas interfaces entre camadas de diferentes
densidades. Essas interaes ocorrem com maior intensidade em sismos pouco
profundos. Os movimentos produzidos por ondas de superfcie esto em geral
restritos a profundidades inferiores a 30 km.
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Fundamentos de sismicidade 37
As ondas Rayleigh so produzidas por interaes das ondas P e SV na superfcie da Terra, gerando movimentos elpticos das partculas
superficiais (Figura 2.2,c). As ondas R tm velocidade de propagao CR
ligeiramente inferior s ondas SV, podendo ser aproximadamente
calculadas pela equao 2.4. Na ocorrncia de terremotos so as mais
destrutivas, por propagaram-se junto superfcie, onde se encontram as
obras de engenharia, e por sua menor perda de energia com a distncia de
propagao atenuao.
0,862 1,141R S
C C+= + (2.4)
As ondas Love (L) ocorrem em formaes estratificadas, provocando movimentos similares aos da onda SH, fazendo vibrar partculas
superficiais na direo normal direo de propagao da onda (Aguilar,
2005), conforme Figura 2.2d.
Em eventos de foco profundo prevalecem as ondas de corpo P e S, enquanto
que em sismos de foco superficial predominam as ondas de superfcie. A Figura
2.3 mostra os registros de dois sismos com origem no arquiplago de Tonga, no
Pacfico, sendo o primeiro de foco profundo e o segundo de foco superficial,
ambos detectados em Albuquerque, Novo Mxico, EUA, a 10.000 km de
distncia. O sismo de foco profundo gera ondas de corpo P e S de grande
amplitude, mas relativamente pouca atividade produzida por ondas de superfcie
foi registrada. Por outro lado, no caso do sismo de foco superficial, observa-se
claramente que a maior parte da energia foi liberada sob forma de ondas de
superfcie de grande amplitude.
Para sismos profundos, devido a sucessivas reflexes e refraes entre
materiais de diferentes velocidades de propagao, as ondas alcanam a superfcie
da Terra quase verticalmente, reduzindo, portanto, a gerao de ondas de
superfcie.
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Fundamentos de sismicidade 38
Figura 2.2 Movimentos de partcula produzidos pelos diferentes tipos de ondas planas
de tenso (Teixeira et al., 2003).
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Fundamentos de sismicidade 39
S
PONDAS
DESUP
ERFC
IENU
CLEO
P
S
S
P
NUCL
EO
P S
(A)
(B)
LOCAL DE REGISTRO
LOCAL DE REGISTRO
ONDAS DESUPERFCIE
ONDAS DESUPERFCIE
HIPOCENTRO
HIPOCENTRO
Figura 2.3 - Ondas ssmicas registradas a 10.000 km do epicentro: a) sismo de foco
profundo; b) sismo de foco superficial. Modificado de Sauter (1989) apud Arias (1996).
2.1.3. Falhas geolgicas
Falhas so estruturas geolgicas, variando de metros a centenas de
quilmetros de comprimento, ao longo de cujas superfcies podem se produzir
deslocamentos relativos do terreno. A presena de falhas superficiais no significa
que um sismo deva ser esperado, pois deslocamentos nelas podem ocorrer sem a
ocorrncia de abalos ssmicos ou ento a falha pode ser inativa. Por outro lado, a
ausncia de falhas superficiais tambm no pode garantir a impossibilidade de
sismos na regio pois, na realidade, na maioria dos eventos ssmicos a ruptura
provocada na crosta terrestre no chega a atingir a superfcie.
O termo falha ativa indica que a mesma possui ameaa potencial para
ocorrncia de sismo, diretamente relacionada com o perodo de tempo desde o
ltimo movimento nela verificado. A Diviso de Minas e Geologia da Califrnia
(California Division of Mines and Geology) define uma falha ativa como aquela
em que ocorreram deslocamentos nos ltimos 10.000 anos, enquanto que o Corpo
de Engenheiros do Exrcito Americano (U. S. Army Corps of Engineers)
estabelece o perodo de 35.000 anos para fins de projeto de barragens.
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Fundamentos de sismicidade 40
Na Figura 2.4, a falha divide dois blocos, designados normalmente por
bloco levantado e bloco abatido. As partes dos blocos adjacentes falha chamam-
se lbios da falha. O plano que divide os dois blocos denominado plano de falha.
Com frequncia, os blocos deixam marcas da movimentao ao deslizarem sobre
o plano de falha, chamadas de estrias, que so uma boa indicao do tipo de
movimento ocorrido. Outra descrio utilizada, a de teto (bloco acima do plano
de falha) e muro (bloco abaixo do plano de falha).
A falha caracterizada essencialmente pela direo e inclinao do seu
plano de falha. Devido movimentao, dois pontos originalmente adjacentes
ficam afastados de uma determinada distncia, conhecida como rejeito da falha.
Figura 2.4 Notao geomtrica para a descrio da orientao do plano de falha
(http://w3.ualg.pt/~jdias/GEOLAMB/GA2_SistTerra/202Tectonica/Fracturas.html).
De acordo com o rejeito, as falhas podem ser classificadas em falhas de
rejeito direcional (strike slip fault), onde o movimento relativo paralelo ao
plano de falha, falhas de rejeito de mergulho (dip slip fault), onde o movimento
relativo paralelo direo de mergulho do plano de falha e falhas de rejeito
oblquo (oblique slip fault), onde o movimento relativo produz rejeitos de
mergulho e direcional.
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Fundamentos de sismicidade 41
2.2. Origem dos sismos
So duas as teorias mais conhecidas que explicam a origem dos sismos: a
teoria de tectnica de placas e a teoria da recuperao elstica.
2.2.1. Tectnica de placas
A teoria da tectnica de placas foi desenvolvida para explicar o fenmeno o
da deriva dos continentes, considerando a litosfera formada por placas tectnicas,
separadas e distintas, que flutuam sobre a astenosfera e se movimentam em
trajetrias complexas, muito lentamente (2 a 10cm/ano). A litosfera est dividida
em 16 placas tectnicas principais e vrias secundrias. Dentre as principais
(Figura 2.5) citam-se as placas Africana, da Antrtida, Arbica, Australiana, das
Carabas, de Cocos, Euroasiana, das Filipinas, de Nazca, Norteamericana, do
Pacfico, Indiana, de Scotia, Juan de Fuca e a placa Sulamericana.
Figura 2.5 - Placas tectnicas principais (http://pubs.usgs.gov/gip/dynamic/slabs.html).
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Fundamentos de sismicidade 42
Os sismos interplacas ocorrem nas zonas de fronteira entre placas tectnicas
e dependem da forma com que as mesmas se movimentam entre si (Figura 2.6):
Movimento de deslizamento Placas deslizam uma em relao outra, ao longo de fronteiras ditas
transformantes ou conservativas. Devido frico, a tendncia ao
deslizamento inicialmente inibida, acarretando o crescimento do estado
de tenses e, consequentemente, da energia interna que, atingindo um
valor elevado, subitamente liberada sob forma de calor, gerao de ondas
ssmicas e movimento de deslizamento interplacas.
Movimento de separao (divergncia) Placas se afastam uma em relao outra, ao longo de fronteiras ditas
divergentes ou construtivas. O espao produzido pelo movimento de
separao preenchido com novo material da crosta terrestre, origem
magmtica.
Movimento de coliso (convergncia) Quando uma placa ocenica colide com uma placa continental, de menor
densidade, a primeira tende a mergulhar sob a placa continental formando
uma zona de subduco ao longo de fronteiras ditas convergentes ou
destrutivas. Na superfcie esse movimento interplacas produz o surgimento
de fossas, na placa ocenica, e cadeias montanhosas, na placa continental.
O movimento pode ocorrer tambm entre duas placas ocenicas ou entre
duas placas continentais, podendo ser definidos os seguintes tipos
adicionais de convergncia:
Convergncia entre placas ocenicas Uma das placas geralmente mergulha sobre a outra, formando um
arco vulcnico.
Convergncia entre placas continentais A densidade das rochas em ambas as placas pequena em relao ao
manto, sendo difcil o movimento de mergulho. Em face das tenses
compressivas desenvolvidas nas fronteiras interplacas, pode, no
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Fundamentos de sismicidade 43
entanto, ocorrer a formao de uma zona de obduco, gerada pelo
movimento de sobreposio de uma placa em relao outra.
Figura 2.6 Movimentos interplacas (http://geo.ineti.pt/geociencias/ edicoes_online/
diversos/guiao_tectonica_placas/texto.htm).
A sismicidade intraplacas, como as registradas no Brasil (Figura 2.7), ocorre
dentro da mesma placa litosfrica (no caso, a placa Sul-Americana) e so menos
freqentes. A grande maioria de pequena magnitude (
Fundamentos de sismicidade 44
Magnitude
>= 6.5
5.5 - 6.4
4.5 - 5.4
3.5 - 4.4
Intensidade
>= IV
< IV
sismos
profundos
Figura 2.7 - Sismos ocorridos no Brasil da poca colonial ao ano 2000 (Berrocal, 1984).
2.3. Teoria da recuperao elstica (elastic rebound theory)
A teoria da recuperao elstica descreve o processo de sucessivas
acumulaes e liberaes de energia interna no macio rochoso adjacente s
falhas.
Quando materiais geolgicos (rochas) esto sujeitos a nveis de tenso que
ultrapassam seu limite de elasticidade, deformaes permanentes podem ocorrer
(dobramentos), se o comportamento do material for do tipo dtil. No caso de
comportamento de material frgil, uma ruptura sbita pode acontecer (movimento
de falhas) originando a propagao de ondas ssmicas.
2.4. Localizao de um sismo
Ainda que a ocorrncia de um sismo envolva movimento de uma superfcie
de muitos quilmetros quadrados de rea (no plano da falha), este parece ter sido
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Fundamentos de sismicidade 45
provocado por uma fonte pontual quando observado a centenas ou milhares de
quilmetros de distncia. O ponto de onde emanam as ondas ssmicas chama-se
hipocentro ou foco e a sua projeo na superfcie da Terra designa-se por
epicentro. A distncia na superficie entre o epicentro e um observador ou stio
conhecida como distncia epicentral e a distncia entre um observador e o foco
chamado distncia focal ou distncia hipocentral (Figura 2.8).
A diferena entre os tempos de chegada de ondas P e S a uma estao
sismogrfica permite estimar a distncia epicentral d pela expresso
1 1
P S
P S S
tdC C
= (2.5)
na qual tp-s a diferena entre os tempo de chegada e Cp e Cs so as velocidades
de propagao das ondas P e S, respectivamente.
Conhecendo-se estes elementos obtidos em trs diferentes estaes
sismogrficas, basta traar, com o auxlio de um compasso, trs arcos de
circunferncia centrados nessas estaes, com raios iguais s respectivas
distncias epicentrais, para determinar, na interseo, a localizao do epicentro
do terremoto.
Figura 2.8 - Elementos para descrio da localizao de um sismo (adaptado de
http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=dinamica+da+terra&meta=).
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Fundamentos de sismicidade 46
2.5. Grandeza de um sismo
2.5.1. Intensidade
A intensidade de um sismo um parmetro de medida qualitativa que
classifica a severidade do movimento do solo, provocado por um sismo numa
determinada rea, com base nos efeitos experimentados por pessoas e observados
em objetos, estruturas e na natureza. , portanto, um parmetro subjetivo, pois
depende da impresso do observador. A escala de intensidade mais utilizada a
de Mercalli Modificada (MMI), apresentada no anexo.
2.5.2. Magnitude
A magnitude uma medida quantitativa relacionada com a energia liberada
pelo sismo, sendo calculada em funo da mxima amplitude dos deslocamentos
registrados em estaes sismogrficas.
A magnitude da maioria dos terremotos medida atravs da escala Richter, tambm conhecida como magnitude local (ML), desenvolvida em 1935 com o
propsito de medir terremotos do sul da Califrnia e baseada na mxima
amplitude do movimento ssmico registrado durante o evento, versus
distncia do ponto de observao. A escala definida por um nmero real,
tomando-se o logaritmo natural da mxima amplitude registrada por um
sismgrafo Wood-Anderson, particularmente sensvel a ondas S com perodo
de 1s. Assim, para cada nmero inteiro da escala (por exemplo, terremoto de
magnitude 5) a amplitude do movimento registrado 10 vezes maior do
correspondente a um terremoto de magnitude 4, com 32 vezes maior
liberao de energia. Embora o trabalho original de Richter tenha sido
calibrado somente para sismgrafos Wood-Anderson e especificamente para
terremotos do sul da Califrnia, sismologistas desenvolveram fatores de
escala par adaptar a escala de Richter para vrios outros tipos de medidas
obtidas em vrios tipos de sismgrafos instalados em todo o mundo, inclusive
na Lua e no planeta Marte. A saturao da escala atingida para terremotos
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Fundamentos de sismicidade 47
com magnitude superiores a 6,8, quando para terremotos com magnitudes
alm deste limite os valores registrados na escala so similares.
( ) ( )L oM LogA LogA= (2.6) onde A e Ao representam as amplitudes mximas de deslocamento horizontal
registradas a uma distncia para terremoto com magnitudes ML e zero,
respectivamente. Richter definiu a magnitude zero como aquela que induz
uma amplitude de deslocamento igual a um micrmetro (1 m) para um epicentro localizado distncia de 100 km de uma estao Wood Anderson.
Para diferentes tipos de estaes sismogrficas, necessrio aplicar-se uma
correo no termo da distncia associado definio da constante Ao.
Magnitude de ondas de superfcie (MS), utilizada para terremotos com foco a
profundidades menores do que 70 km, considerando ondas Rayleigh com
perodo entre 18 a 22s e estimada frequentemente pela correlao
log 1,66log 2,0SM A= + + (2.7) onde A a amplitude do deslocamento do solo em micrmetros e uma
distncia medida em graus, entre a distncia epicentral e a profunidade focal,
em quilmetros (ver Figura 2.8). A formulao vlida para distncias
compreendidas entre 20 e 90 e h vrias adaptaes da equao (2.7),
considerando efeitos geogrficos locais, de modo que o valor medido seja
consistente com o da escala Richter. Valores mximos observados nessa
escala esto aproximadamente entre 8,3 a 8,7.
Magnitude de ondas de corpo (Mb), originalmente proposta com base em ondas P com perodo de 4-5 s, e atualmente para ondas P com perodo de 1s.
Determinada com base na correlao,
( ) ( )b 10m log / Q , A T h= + (2.8) onde A a amplitude do movimento do terremo (em micrmetros), T o
correspondente perodo (em segundos) e Q(,h) um fator de correo, funo da distncia em graus, determinada considerando a distncia epicentral e a profundidade focal h, em quilmetros.
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Fundamentos de sismicidade 48
Quando inicialmente propostas, admitia-se que escalas de magnitude deveriam
registrar valores equivalentes ou, em outras palavras, pensava-se que
terremotos de todos os tamanhos irradiavam propores fixas de energia em
diferentes perodos. Constatou-se que grandes terremotos sistematicamente
irradiam grande quantidade de energia de longo perodo, resultando ento que
a magnitude Mb limita-se a valores mximos entre 6,5 a 6,8.
A magnitude do momento (Mw) uma nova escala, que pode diretamente representar caractersticas do abalo como o movimento da falha e a energia
ssmica envolvida.
10 02 log 6 3W
M M= (2.9)
M0 o momento ssmico utilizado pelos sismologistas para estimativa da
energia liberada durante o terremoto, definido por
0 M DS= (2.10) onde o mdulo de elasticidade transversal dos materiais na falha, D o
deslocamento mdio observado na falha e S a rea de ruptura ao longo da
falha geolgica onde o terremoto ocorreu.
Essa escala tem vantagens sobre a escala de Richter porque ela no atinge
a saturao, significando que grandes terremotos podem ser mais precisamente
registrados, e a escala est mais diretamente ligada s caractersicas fsicas do
hipocentro. Em consequncia, M0 vem substituindo a escala de Richter para
estimativas de terremotos de grande magnitude, como j ocorre no United
States Geological Survey (USGS) que monitora terremotos globais com
magnitudes superior a 3,5.
2.6. Parmetros do movimento do terreno
Para que os efeitos dos sismos possam ser avaliados, requer-se alguma
forma quantitativa para descrev-los. No necessrio, felizmente, reproduzir
uma histria no tempo que descreva o movimento do terreno, bastando somente
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Fundamentos de sismicidade 49
serem identificadas as caractersticas de importncia para a engenharia e os
parmetros que as representam.
2.6.1. Parmetros de amplitude
Os parmetros associados ao movimento podem ser a acelerao, a
velocidade ou o deslocamento. Uma destas variveis medida e as outras so
calculadas por diferenciao ou integrao.
A acelerao horizontal de pico (peak horizontal acceleration, PHA) a
medida mais comum da amplitude do movimento, correspondente ao maior valor
absoluto de acelerao horizontal dentre os registrados no acelerograma. Apesar
da PHA ser muito til, no fornece informaes sobre o contedo de frequncias e
a durao do evento, sendo necessrias informaes adicionais para
caracterizao do sismo.
A velocidade horizontal de pico (peak horizontal velocity, PHV) menos
sensvel s altas frequncias, preferindo-se seu uso em vez da PHA, j que estima
com maior preciso o potencial de dano do movimento. O deslocamento de pico
geralmente associado a movimentos de baixas frequncias, mais difcil de se
determinar e, portanto, menos utilizado.
2.6.2. Parmetros de contedo de frequncias
O contedo de frequncias descreve a forma como a amplitude do
movimento distribuda entre diferentes frequncias. A importncia desta
caracterstica implica na sua forte influncia nos efeitos do sismo.
O espectro de amplitudes de Fourier exibe como a amplitude do movimento
distribuda em relao frequncia.
O espectro de potncia ou funo densidade de espectro de potncia, G(),
usado para estimar as propriedades estatsticas de um movimento e calcular uma
resposta estocstica usando-se tcnicas de vibrao aleatria. um parmetro
muito adequado para descrever o sismo como um processo aleatrio estacionrio.
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Fundamentos de sismicidade 50
21( ) nd
G cT
= (2.11)
onde Td a durao do sismo e cn a amplitude do ensimo harmnico da srie de
Fourier.
O espectro de resposta descreve a mxima resposta de um sistema com um
grau de libertade (single degree of freedom, SDOF), para um movimento
particular, em funo da frequncia natural do sistema () e a razo do
amortecimento do sistema SDOF. O espectro de resposta pode ser plotado
individualmente em escala aritmtica ou pode ser apresentado como um grfico de
quatro escalas logartmicas que abrangem a velocidade espectral no eixo vertical,
a frequncia natural (ou perodo T) no eixo horixontal e a acelerao e o
deslocamento nos eixos inclinados a 45.
O perodo predominante definido como o perodo de vibrao
correspondente ao valor mximo do espectro da amplitude de Fourier. Embora
este parmetro seja uma representao aproximada, fornece uma descrio muito
til do contedo de frequncias.
2.6.3. Parmetros de durao
Muitos processos fsicos, como a degradao da rigidez e a perda da
resistncia de certos tipos de estruturas, so sensveis aos ciclos de carregamento e
descarregamento que acontecem durante o sismo. Um movimento de curta
durao pode no produzir uma resposta com elevado potencial de dano. Por outro
lado, um movimento com amplitude moderada, mas com longa durao, pode
produzir ciclos de carregamentos e descarregamentos suficientes para causar um
dano substancial. A durao do movimento est diretamente relacionada com o
tempo necessrio para liberar a energia de deformao acumulada ao longo da
falha geolgica.
Este parmetro foi investigado por meio da interpretao dos acelerogramas
de sismos de diferentes magnitudes. Tm-se diferentes metodologias para
enfrentar o problema da avaliao da durao de um movimento atravs de um
acelerograma. Para objetivos prticos da engenharia, o mtodo do intervalo de
durao (bracketed duration) parece fornecer a indicao mais razovel da
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Fundamentos de sismicidade 51
influncia da durao no potencial de dano. O intervalo de durao definido
como o tempo entre o primeiro e o ltimo valor de ultrapassagem em relao a um
valor de acelerao pr-determinado (usualmente 0,05g).
2.7. Estimativa dos parmetros do movimento
Todo projeto de engenharia sismo-resistente precisa estimar o nvel de
movimento ssmico ao qual a estrutura projetada estar sujeita. Como foi
apresentado anteriormente, o sismo precisa ser descrito em funo dos parmetros
de movimento do terreno e, conseqentemente, requer-se o uso de algum mtodo
para calcular estes parmetros. As relaes de prognstico expressam um
parmetro particular em funo de variveis que exercem influncia sobre o
mesmo.
2.7.1. Desenvolvimento das relaes de prognstico
As relaes de previso usualmente estimam os parmetros do movimento
do terreno em funo da magnitude, distncia e, em alguns casos, de outras
variveis afins.
( ), , iY f M R P= (2.12) na qual Y o parmetro do movimento do terreno de interesse, M a magnitude
do sismo, R a medida da distncia desde a origem at o local que est sendo
considerado (distncia epicentral ou distncia focal) e Pi outro parmetro para
caracterizao da origem do sismo, condies particulares do stio, trejetrias de
propago de onda, etc.
As relaes de prognstico so calculadas por anlises de regresso nas
bases de dados de registros ssmicos. As formas comuns de relaes de
prognstico so baseadas nas seguintes observaes:
1. Os valores de pico dos parmetros de movimento do terreno so
distribudos logaritmicamente, ou seja, a regresso efetuada com o
logaritmo natural (lnY).
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Fundamentos de sismicidade 52
2. A magnitude do sismo tipicamente definida como o logaritmo de algum
parmetro do movimento de pico, conseqentemente, lnY deve ser
aproximadamente proporcional a M.
3. A propagao das ondas de tenso faz com que as amplitudes das ondas de
corpo (P e S) diminuam com a distncia R sob a taxa 1/R, e as amplitudes
das ondas de superfcie (ondas Rayleigh) sob a taxa de 1/R.
4. O acrscimo da rea de ruptura ao longo da falha geolgica acontece
quando h incremento da magnitude do sismo.
5. A energia liberada durante a propagao das ondas de tenso
parcialmente absorvida pelo amortecimento dos materiais atravs dos
quais as ondas se propagam. O amortecimento impe que as amplitudes do
movimento decresam exponencialmente com R.
6. Os parmetros de movimento podem ser influenciados pelas caractersticas
do stio da origem (por exemplo, o tipo de falha) ou caractersticas do local
de estudo (por exemplo, tipo de rocha).
Combinando as observaes anteriores, uma relao de prognstico tpica
pode ter a seguinte forma:
ln 9Y C = (2.13) na qual os nmeros apresentados nos quadrados indicam as observaes
associadas com cada um dos termos. O termo lnY descreve a incerteza no valor do
parmetro de movimento dado pela relao de previso. Estatisticamente, ele
representa o clculo do desvio padro de lnY na magnitude e distncia de interesse
(Kramer, 1996). Convm salientar que, para obter uma estimativa razovel,
requer-se uma relao baseada em dados que sejam consistentes com as condies
relevantes ao prognstico.
2.7.2. Estimativa dos parmetros de amplitude
As relaes de previso que decrescem com o incremento da distncia (tais
como a acelerao e a velocidade de pico) so chamadas relaes de atenuao.
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Fundamentos de sismicidade 53
Muitas relaes de atenuao tm sido desenvolvidas para determinar a acelerao
de pico para diferentes zonas geogrficas e tectnicas. Moreno & Aguilar (2003)
utilizam a lei de atenuao proposta por Casaverde & Vargas (1980), associada ao
mecanismo de subduco localizada no oeste do Peru.
( ) 1,00,868,7 25sMA e R = + (2.14) Para a costa oeste dos Estados Unidos, McGuire (1974) props a lei de
atenuao
( ) 1,30,28472*10 25sMA R = + (2.15) onde A a acelerao em cm/s2, MS a magnitude em termos das ondas de
superfcie e R a distncia hipocentral em km.
Anlises de regresso da velocidade horizontal de pico (PHV) tm fornecido
vrias relaes teis para formulao de leis de atenuao. Kramer (1996)
apresenta a relao proposta por Joyner & Boore (1988) descrita pela equao:
( ) ( )21 2 3 4 5 6log ( / ) 6 6 logPHV cm s j j M j M j R j R j= + + + + + (2.16) onde R=(ro2+j72) e ro a distncia mais curta (em km) do stio at a projeo na
superfcie de ruptura da falha. Os coeficientes da equao so apresentados na
Tabela 2.2, obtidos com base na anlise de sismos com magnitudes entre 5.0 a
7.7.
Tabela 2.2 Coeficientes da lei de atenuao de Joyner & Boore (1988) apud Kramer
(1996).
Componente j1 j2 j3 j4 j5 j6 j7 logPHVAleatria 2,09 0,49 0,0 -1,0 -0,0026 0,17 4,0 0,33
Maior 2,17 0,49 0,0 -1,0 -0,0026 0,17 4,0 0,33
2.7.3. Estimativa dos parmetros de contedo de frequncias
O contedo de frequncias abrange mudanas em relao magnitude e
distncia. O espectro da amplitude de Fourier pode ser obtido atravs da
calibrao de um modelo baseado na origem do sismo, trajetria das ondas e
comportamento do stio, podendo ser expresso por, como exemplo:
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Fundamentos de sismicidade 54
( ) ( )2 2 8max
1
1 1
s
fRQ f
o
c
f eA f CMRf f
f f
= +
(2.17)
onde fc a frequncia de corte, fmax a mxima frequncia, Q(f) um fator
dependente da qualidade da frequncia (inversamente proporcional razo de
amortecimento da rocha) e C uma constante dada por
34s
R FVC = (2.18)
onde R (0,55), F=2, V(=2/2), a massa especfica da rocha e vs a
velocidade de propagao da onda de cisalhamento na rocha (Kramer, 1996).
2.7.4. Estimativa da durao
Como a acelerao decresce com a distncia, espera-se que as duraes
baseadas nos nveis de acelerao absoluta, tais como o intervalo de durao
(descrito no item 2.6.3), diminuam com a distncia. As duraes baseadas nas
aceleraes relativas crescem com a distncia e so longas, mesmo quando as
amplitudes das aceleraes so muito baixas.
2.8. Projeto do movimento do terreno
Um dos mais importantes aspectos na engenharia sismo-geotcnica o
desenvolvimento do projeto do movimento do terreno, o qual envolve os
conceitos descritos anteriormente. O movimento projetado do terreno reflete os
nveis de amplitude, contedo de frequncias e durao do movimento do local
onde se quer construir a obra.
2.8.1. Efeitos das condies do stio no movimento do terreno
As condies do stio local podem influenciar profundamente todas as
caractersticas essenciais, tais como o contedo de frequncias e a durao do
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Fundamentos de sismicidade 55
movimento do terreno. Sua influncia depende da geometria da fonte, das
propriedades do solo, da topografia e das caractersticas do sismo.
Os efeitos das condies do stio podem ser avaliadas por meio de anlises
tericas simples de respostas do terreno, atravs de medidas do movimento na
superfcie ou abaixo dela ou mediante medidas do movimento do terreno em
locais com diferentes condies de subsolo.
2.8.2. Parmetros do projeto
Os movimentos previstos do terreno podem ser especificados de diferentes
modos, dependendo de como sero usados no projeto. Muitas avaliaes requerem
uma histria completa no tempo, outras somente precisam de um ou mais
parmetros do movimento do terreno.
Antigamente, os parmetros de projeto eram mais comumente obtidos a
partir de sismos de projeto, obtidos atravs de tcnicas determinsticas ou
probabilsticas, e algumas companhias ainda usam este tipo de metodologia. Os
sismos de projeto tem como objetivo verificar a operacionalidade da estrutura sob
carregamentodinmico e tambm prevenir a ocorrncia de rupturas catastrficas.
Dois sismos de projeto podem ser considerados: o sismo mximo esperado
(maximum credible earthquake, MCE) e o sismo base de operao (operating
basis earthquake, OBE), embora na literatura haja outras designaes como o
sismo de desligamento seguro (safe shutdown earthquake, SSE), o sismo de nvel
operacional (operating level earthquake), o sismo mximo provvel (maximum
probable earthquake), o sismo de projeto possvel (probable design earthquake),
etc.
O espectro de resposta freqentemente usado para representar o
carregamento ssmico na avaliao dinmica de estruturas, sendo o sismo de
projeto expresso em termos do espectro de projeto. O espectro de resposta
altamente irregular e sua forma reflete os detalhes de seu contedo de frequncias.
O espectro de projeto, por outro lado, geralmente mais suave, pois
determinado por meio de uma curva de suavizao, representando a mdia ou
envoltria do espectro de resposta de mltiplos movimentos. Kramer (1996)
afirma que Newmark & Hall (1973) recomendam que o projeto de espectro de
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Fundamentos de sismicidade 56
resposta seja desenvolvido em um grfico de quatro escalas logartmicas, tal como
ilustrado na Figura 2.9.
Figura 2.9 - Representao de um espectro de resposta com quatro escalas
logartmicas (Adaptado de Figuereido, 2004).
2.8.3. Gerao de movimento artificial do terreno
H muitas ocasies nas quais os parmetros do movimento do terreno no
so suficientes para descrever adequadamente os efeitos do movimento. A anlise
da histria do movimento no tempo necessria no caso de problemas no
lineares tais como a resposta de estruturas inelsticas ou deformaes
permanentes de taludes de solo, por exemplo. A tcnica de gerao de
movimentos superficiais do terreno busca assegurar que estes sejam consistentes
com os parmetros objetivos e que suas caractersticas sejam consistentes com os
sismos reais. Este desafio no fcil de ser vencido, uma vez que muitos
movimentos aparentam ser razoveis no domnio do tempo, mas podem no o ser
no domnio da frequncia ou vice-versa. Muitos acelerogramas aparentemente
adequados, aps integrados, apresentam-se como histrias no tempo de
velocidades e/ou deslocamentos no aceitveis.
Os mtodos mais usados para gerar movimentos artificiais de terreno se
classificam em quatro categorias:
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Fundamentos de sismicidade 57
A mais simples das metodologias a modificao de registro de movimentos reais de terreno. Os nveis de movimento mximo, tais como a acelerao de
pico e a velocidade de pico, tm sido utilizados para normalizar movimentos
existentes de terreno para nveis altos ou baixos de vibrao. Este
procedimento de normalizao requer uma seleo cuidadosa e sempre
recomendvel manter o contedo de frequncias e durao originais.
A gerao de sismos no domnio do tempo abrange um processo estocstico estacionrio na qual as estatsticas permanecem constantes no tempo. Como a
amplitude da acelerao varia com o tempo e o contedo de frequncias varia
com a durao da vibrao, ento estes so parmetros no-estacionrios. A
gerao de um sismo artificial no domnio do tempo envolve tipicamente a
multiplicao de um sinal de rudo branco filtrado e estacionrio (processo de
Poisson filtrado) com uma funo envoltria que descreve os incrementos e
decrementos (no-estacionrios) da amplitude do movimento. O
procedimento ilustrado na Figura 2.10.
Figura 2.10 - Gerao artificial de movimentos de terreno (adaptado de Kramer, 1996).
A gerao de uma histria sinttica no domnio da frequncia realizada por meio da combinao do espectro da amplitude de Fourier com o espectro de
fase de Fourier. Este mtodo normalmente usado para gerar movimentos de
terreno compatveis com o espectro de resposta alvo. Consiste em obter a
histria no tempo da envoltria de um sinal de rudo branco, estimar em
seguida o espectro de fase de Fourier e o espectro de amplitude de Fourier
deste sinal para, finalmente, combin-los para se obter a histria sinttica no
tempo tal como mostra a Figura 2.11.
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Fundamentos de sismicidade 58
Figura 2.11 - Exemplo de uma funo sinttica no tempo gerada no domnio da
frequncia (modificado de Kramer, 1996).
O mtodo da funo de Green baseado na idia de uma soma de movimentos produzidos por uma srie de pequenas falhas individuais de
pequena rea. Consiste em dividir a zona de falha geolgica em um nmero
finito de segmentos. Em cada um define-se uma funo de Green que
descrever a variao do deslocamento com o tempo. Combinando-se em
cada segmento a funo de Green com a funo de escorregamento
respectiva, produz-se ento o movimento de cada parte no campo originado
pelo escorregamento. Finalmente, para obter o movimento total do stio,
somam-se os efeitos dos escorregamentos em cada parte, considerando a
ordem em que eles produziram a ruptura. Esta metodologia particularmente
til para gerar movimentos superficiais em locais prximos falha geolgica.
2.8.4. Gerao de sismos artificiais no domnio da frequncia
Descreveu-se brevemente as diferentes metodologias para obteno da
histria no tempo do movimento artificial de um terreno. Na presente dissertao
escolheu-se trabalhar com um sismo gerado artificialmente no domnio da
frequncia.
Um dos modos para se caracterizar um sismo, desde que este seja admitido
como um processo aleatrio fracamente estacionrio, consiste na determinao do
seu contedo de frequncias e da contribuio isolada ao sismo de cada uma
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Fundamentos de sismicidade 59
dessas frequncias, utilizando uma funo densidade espectro de potncia (FDEP)
(item 2.6.2).
Um dos mtodos mais conhecidos para gerao de sismos artificiais, a partir
de uma FDEP, conhecido como o Mtodo da Superposio de Oscilaes
(Figueiredo, 2004), que consiste em usar funes senoidais da forma:
( ) ( )i i ix t A sen t = + i=1,2,......... (2.19) onde xi(t) a i-sima funo senoidal de superposio, Ai a amplitude do i-
simo harmnico, i a frequncia circular correspondente ao i-simo harmnico
e i o i-simo ngulo de fase.
Essas funes so superpostas, como mostra a equao (2.20), para se obter
a funo aleatria para a caracterizao do acelerograma de um sismo.
( )1
( )n
t ti
X x t=
= (2.20) Os harmnicos com frequncia circular 1, 2, 3, ...., tm as
correspondentes amplitudes A1 = 2|C1|, A2 = 2|C2|, A3 = 2|C3|, ..., nos quais os
valores Ci, correspondem s amplitudes de Fourier. Estes valores so obtidos a
partir da mdia dos quadrados da funo xi(t), no intervalo s/2 < t < s/2, onde s
a durao da fase intensa do sismo, em segundos.
Da correspondncia entre a mdia dos quadrados da funo xi(t) e a funo
densidade de espectro de potncia do processo, obtm-se a seguinte relao:
2
( )2
ii
AS = (2.21) que atende funo densidade unilateral, ou seja, a FDEP que tem toda a sua
potncia concentrada somente no semi-eixo positivo de . A diferena entre as
frequncias consecutivas i e i-1 um valor constante e correspondente a s 2= .
O ngulo de fase i aleatrio, com funo densidade de probabilidade
uniforme entre 0 e 2. Os valores obtidos da superposio so corrigidos por meio
da funo intensidade I(t) que visa conferir ao acelerograma artificialmente
gerado um carter no-estacionrio que o faz aproximar-se do registro de um
sismo real. Na Figura 2.12 ilustra-se um exemplo desta funo. O acelerograma,
j modificado, inicia com a acelerao igual a zero e gradativamente aumenta seus
valores at atingir a fase mais intensa do sismo e, depois, tem esses valores
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Fundamentos de sismicidade 60
reduzidos at alcanar o valor de acelerao que se deseja. Adota-se a seguinte
definio para I(t):
a) Fase inicial (0 < t < Tinicial) :
2
( )inicial
tI tT
= (2.22)
onde Tinicial = 10% Ttotal
b) Fase intensa (Tinicial < t < (Ttotal Tfinal)):
( ) 1I t = (2.23) c) Fase final ((Ttotal Tfinal) < t < Ttotal):
[ ( )]( ) total finala t T TI t e = (2.24) onde Tfinal = 25% Ttotal e a constante a determinada de modo a garantir
uma reduo de 95% do valor da acelerao mxima.
A funo I(t) aplicada ao processo aleatrio como
1
( ) ( ) sen( )n
i i ii
X t I t A t =
= + (2.25)
Figura 2.12 - Funo Intensidade para um sismo com durao total de 15s (Figueiredo,
2004).
Uma condio importante, que se considera no procedimento, que a
acelerao, a velocidade e o deslocamento iniciais, bem como a acelerao e a
velocidade finais, devem ter valores nulos, de modo que o acelerograma gerado
tenha caractersticas compatveis com as de um sismo real. Estas condies so
atendidas quando utiliza-se uma correo da linha base do acelerograma, feita
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Fundamentos de sismicidade 61
ponto a ponto na srie discreta de valores do acelerograma, j com a funo
intensidade aplicada.
2( ) ( ) 2 3c ny t y t a bt ct= + + + (2.26) Na expresso acima, os subscritos c e n indicam, respectivamente, os
acelerogramas corrigido e no-corrigido no tempo t. As constantes a, b e c so
obtidas atravs da minimizao do funcional F(t,Vo,a,b,c).
200
( , , , , ) 0s
cF t V a b c y dt = = (2.27) onde o limite superior de integrao s corresponde durao do sismo e a
velocidade do sismo determinada por
2 30( ) ( )c ny t y t V at bt ct= + + + + (2.28)
As condies iniciais podem ser expressas por .
0(0) 0cy V= = , (0) 0cy = e
as finais por .
( ) 0cy s = (Figueiredo, 2004). Na Figura 2.13 apresenta-se um diagrama de blocos que resume os principais pontos do processo de gerao de
sismos artificiais.
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Fundamentos de sismicidade 62
Figura 2.13 - Diagrama de blocos que descreve o procedimento de gerao de sismos
artificiais (Notas de aula de Dinmica de Solos, 1996).
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Fundamentos de sismicidade 63
2.9. Avaliao de ameaa ssmica
Projetos que envolvem anlises ssmicas tm como meta produzir estruturas
que resistam a certos nveis de vibrao do solo sem danos excessivos. O nvel de
vibrao descrito em termos de um nico parmetro do movimento do solo que,
ao ser ultrapassado, define a ameaa ssmica. A anlise de ameaa ssmica
envolve a quantificao de tal parmetro, que pode ser feita de forma
determinstica, quando se assume um cenrio para um terremoto particular, ou de
forma probabilstica, na qual incertezas na dimenso, na localizao e no tempo
de ocorrncia so explicitamente consideradas (Almeida, 2002). A avaliao da
ameaa ou risco ssmico exige a identificao e a caracterizao da origem da
atividade ssmica que possa produzir movimentos do terreno significativos na
regio de interesse. A origem do sismo pode ser especificada com base em
evidncias geolgicas, tectnicas, histricas e por instrumentao.
2.9.1. Anlise determinstica
No passado, a utilizao de anlises de ameaa ssmica determinstica
(deterministic seismic hazard analysis, DSHA) era predominante. Uma DSHA
abrange a ocorrncia de um sismo de uma determinada magnitude em uma zona
especfica em relao qual as caractersticas do movimento do terreno sejam
conhecidas. Uma DSHA tpica pode ser descrita por:
1. Identificao e caracterizao de todas as origens de sismos capazes
de produzir um movimento de terreno importante no local. A
caracterizao da origem inclui a definio da geometria da origem e
do potencial do sismo.
2. A seleo do parmetro de distncia origem stio, para cada origem
identificada. Em muitas DSHA a distncia mais curta entre a origem
e o stio a selecionada, podendo ser expressa como a distncia
epicentral ou hipocentral, dependendo das medidas de distncia e das
relaes de prognstico consideradas a seguir.
3. Seleo do sismo controlador (por exemplo, o sismo esperado que
produzir o mesmo nvel de vibrao ou maior), geralmente expresso
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Fundamentos de sismicidade 64
em termos de algum parmetro do movimento do terreno no stio. A
seleo feita comparando-se os nveis de vibrao produzidos
pelos sismos (identificados no passo 1) e assumindo-se as distncias
identificadas no passo 2. O sismo controlador descrito em termos
de sua magnitude e da distncia da origem at o stio.
4. A ameaa no stio definida, normalmente em termos do movimento
do terreno local pelo sismo controlador. Suas caractersticas so
usualmente descritas por um ou mais parmetros de movimento
obtidos a partir das relaes de previso (descritas no item 2.7.1). A
acelerao de pico, a velocidade de pico e as ordenadas do espectro
de resposta so comumente utilizadas para caracterizar a ameaa
ssmica. Na Figura 2.14 ilustra-se o procedimento para uma anlise
de ameaa ssmica determinstica.
Figura 2.14 - Procedimento de avaliao da ameaa ssmica determinstica (modificado
de Kramer, 1996).
Uma anlise determinstica tem a desvantagem de no fornecer informaes
sobre a probabilidade de ocorrncia do sismo controlador e a probabilidade de que
o sismo ocorra onde assumido que deve acontecer. Alm disso, este
procedimento tampouco produz resultados sobre o nvel de vibrao esperado
durante certo intervalo de tempo ou sobre os efeitos das incertezas introduzidas
nos vrios passos necessrios para calcular as caractersticas do movimento de
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Fundamentos de sismicidade 65
terreno. Possivelmente, o efeito mais importante que uma DSHA envolve
decises subjetivas em relao ao potencial do sismo (passo 1), podendo se referir
aos sismos j mencionados no item 2.8.2 como MCE, OBE, SSE, etc.
2.9.2. Anlise probabilstica
Nos ltimos 40 a 50 anos, o uso de conceitos probabilsticos tem permitido
considerar na avaliao da ameaa ssmica as incertezas na magnitude do sismo,
na razo de recorrncia e a variao das caractersticas de movimento com a
dimenso e a localizao do sismo. A anlise de ameaa ssmica probabilstica
(probabilistic seismic hazard analysis, PSHA) permite que as incertezas possam
ser identificadas, quantificadas e combinadas de forma racional para uma
descrio completa da ameaa ssmica. A metodologia da PSHA descrita abaixo
muito similar aos mtodos de Cornell (1968) e Algermissen et. al. (1982), ambos
apresentados em Kramer (1996). O procedimento abrange 4 passos similares ao
procedimento determinstico (DSHA):
1. O primeiro passo a identificao e caracterizao da fonte do
sismo. Adicionalmente, deve-se especificar a distribuio de
probabilidade de ruptura da zona da origem. Em muitos casos,
distribuies de probabilidades uniformes so atribudas em cada
zona de origem, implicando que os sismos possam acontecer em
qualquer ponto nesta zona. Estas distribuies so combinadas com
a geometria da origem para obter a distribuio probabilstica
correspondente da distncia origem stio. Uma DSHA, por outro
lado, assume de maneira implcita que a probabilidade de ocorrncia
unitria nos pontos de cada zona de origem muito prxima ao stio
e zero nos demais locais.
2. A sismicidade ou distribuio temporal da recorrncia do sismo deve
ser caracterizada. Uma relao de recorrncia, que especifica a razo
mdia na qual um sismo de determinada magnitude excedido,
ento utilizada para indicar a sismicidade da zona de origem. A
relao de recorrncia pode favorecer a magnitude mxima do
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Fundamentos de sismicidade 66
terremoto, mas no o limita, tal como acontece freqentemente com
uma DSHA.
3. O movimento de terreno, produzido no local por sismo de magnitude
qualquer e de ocorrncia provvel em qualquer ponto de cada zona
de origem, deve ser determinado com o uso das relaes de
prognstico. A incerteza inerente nas relaes de previso tambm
considerada na PSHA.
4. Finalmente, as incertezas na localizao do sismo, na magnitude do
mesmo e na previso dos parmetros do movimento de terreno
devem ser estimadas. A metodologia PSHA ilustrada na Figura
2.15.
Figura 2.15 - Esquema de avaliao da ameaa ssmica probabilstica (NAHB Research
Center, 2003).
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Fundamentos de sismicidade 67
Um correto desempenho de PSHA requer ateno cuidadosa nos problemas
de caracterizao da origem, da previso dos parmetros de movimento do terreno
e dos mecanismos de clculo de probabilidades
Caracterizao da fonte ssmica
Para cada zona de origem, a incerteza na localizao de um sismo
caracterizada por uma funo densidade de probabilidade da distncia origem-
stio. A avaliao da funo densidade de probabilidade requer a estimativa da
geometria da zona de origem e da distribuio do sismo nessa funo.
A distribuio da magnitude do sismo num perodo de tempo estabelecido
descrita por uma relao de recorrncia que define uma razo anual mdia de
ultrapassagem de um sismo de determinada magnitude. O inverso desta razo
comumente referido como o perodo de retorno. A relao de recorrncia mais
simples definida pela equao:
log m a bm = (2.29) onde m a razo anual mdia de ultrapassagem da magnitude m e as constantes a
e b so avaliadas com base nas informaes sobre a ocorrncia de sismos recentes
e histricos.
Definida a relao de recorrncia, estabelece-se a frequncia anual (m),
por fonte ssmica, de sismos com magnitudes maiores ou iguais a um limite
mnimo de interesse. Estabelece-se tambm a funo de densidade de
probabilidade de magnitude, fM(m), ambas utilizadas diretamente na equao da
curva de ameaa ssmica (Almeida, 2002). Portanto, fixados os limites mnimo e
mximo de magnitude para a fonte ssmica, mo e mmax, tem-se:
[ ] ( )( )max max1 exp
( ) |1 exp
oM o
o
m mF m P M m m m m
m m
= < =
(2.30)
A funo densidade de probabilidade correspondente funo de distribuio de
probabilidade de magnitude, FM(m) apresentada anteriormente, :
[ ][ ]maxexp ( )
( )1 exp ( )
oM
o
m mf m
m m
= (2.31)
onde =2,303a e =2,303b.
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Fundamentos de sismicidade 68
Relaes de prognstico
As relaes de prognstico determinam o nvel de vibrao produzido por
um sismo de certa magnitude e o que acontece numa determinada distncia
origem-stio. Essas relaes de previso so desenvolvidas a partir de uma funo
de disperso da base de dados, que incorpora a incerteza do movimento do
terreno.
Incerteza temporal
As probabilidades dos sismos de determinada magnitude, que acontecem em
um perodo de tempo finito, so geralmente estimadas assumindo-se que os
mesmos ocorrem obedecendo funo de probabilidades de Poisson, na qual a
probabilidade de ocorrncia de n sismos de uma magnitude determinada, (P(n)),
durante um intervalo de tempo t, apenas funo do nmero mdio de eventos por
unidade de tempo (), ou seja, do intervalo de recorrncia mdio:
( ) n ( )P [( ) e ] / ! N n n= = (2.32) Ainda que o modelo de Poisson assuma uma independncia de eventos que
no seja consistente com a teoria do ressalto elstico, este permanece como o mais
usado na PSHA contempornea.
Clculo de probabilidades
Mtodos padres de anlise de probabilidades podem ser utilizados para
combinar as incertezas quantificveis: magnitude do sismo, localizao,
recorrncia e efeitos, para calcular os nveis de movimento do terreno com vrias
probabilidades de ultrapassagem e em diferentes perodos de tempo. Como as
funes densidade de probabilidade so de natureza emprica e complexa, as
probabilidades de ultrapassagem so geralmente calculadas por mtodos
numricos em vez de analiticamente.
A metodologia comum abrange o desenvolvimento de curvas de ameaa
ssmica, as quais indicam a probabilidade de ultrapassagem anual de diferentes
valores de um parmetro de movimento de terreno estabelecido. O conceito bsico
dos clculos necessrios para o desenvolvimento das curvas de ameaa ssmica
bastante simples. A probabilidade de ultrapassagem de um valor particular y*, de
um parmetro do movimento do terreno, Y, calculado para um sismo possvel,
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Fundamentos de sismicidade 69
numa localizao provvel, sendo posteriormente multiplicado pela probabilidade
de ocorrncia de um sismo de magnitude particular numa zona especificada.
Finalmente, este processo repetido para todas as magnitudes e localizaes
possveis somando-se suas probabilidades (Kramer, 1996).
A exatido da PSHA depende da preciso com que so especificadas as
diferentes incertezas anteriormente citadas. Mesmo que exista a disponibilidade
de vrios modelos e procedimentos para a caracterizao de incertezas, eles
devem ser baseados numa coleta de dados sobre perodos de tempo que
geologicamente so muito curtos. Importante enfatizar que a experincia do
engenheiro deve ser aplicada na interpretao dos resultados da PSHA.
As incertezas do modelo podem ser incorporadas na PSHA por meio de uma
rvore lgica. Esta permite o uso de modelos alternativos, para cada um dos quais
atribuido um peso ponderado relacionado probabilidade de que o modelo
esteja correto. Os fatores de ponderao so geralmente assumidos de forma
subjetiva e, conseqentemente, depende de decises dos analistas.
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