16
RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associa- ção “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos pontuais e inerentes à sustentabilidade social e ambiental. Filipe de Sousa Edição 70 Ano VI - Outubro 2013 Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê História da Música Pág.: 03 Terceira Idade Pág.: 04 Política e Cidadania Pág.: 05 Educação x Professores Pág.: 06 Página Literária Pág.: 07 Educação para a cidadania Pág.: 14 Dia Nacional do Professor Pág.: 13 Socializando ideias Pág.: 12 Constituições Brasileiras Pág.: 11 Profissão Cidadão Pág.: 10 E agora José? Pág.: 09 A CERCA (Conto real) Parte V Pág.: 08 Internacional Pág.: 16 Nossos Filhos Pág.: 15 Datas importantes OUTUBRO - 2013 01 - Dia Mundial da Música Dia Internacional da 3ª. Idade 02 - Nascimento de Mahatma Gandhi Índia (1869) Nascimento de Nilo Peçanha (1867) 03 - Fundação da Petrobras (1953) Nascimento de Costa e Silva (1902) 04 - Dia Mundial da Anistia Nascimento de Prudente de Morais (1841) 05 - Dia Mundial dos Professores (ONU) Promulgação da Constituição Cidadã (1988) 06 - Nascimento de Ulisses Guimarães (1916) Morte de Adolfo Lutz (1940) 07 - Dia Nacional do Compositor 12 - Dia da Criança Dia do Mar Nascimento de D. Pedro I (1798) 15 - Dia Nacional dos Professores 16 - Dia Mundial da alimentação 19 - Nascimento de Vinícius de Morais (1913) 21 - Início da Semana do Livro 22 - Morte de Arthur Azevedo (1908) 24 - Dia da ONU 25 - Dia da Democracia 26 - Dia Oficial do Músico Nascimento de Washington Luís (1869) 27 - Nascimento Luis Inácio Lula da Silva (1945) 28 - Dia do Servidor Público 29 - Dia Nacional do Livro 31 - Dia das Bruxas Nascimento de Carlos Drummond Morte de Indira Gandhi Neste mês de Outubro algumas datas e pessoas me fizeram refletir sobre o que temos de melhor na existência e que me fazem crer que realmente viver é preciso e bom. Pessoas que merecem nossa admiração. Logo no primeiro dia de Outubro temos referência ao Dia Mundial da músi- ca.Música, essa poesia de notas musicais que nos alegra e diverte e que também melancolicamente nos faz companhia em nossa noites de insô- nia. E nesse mesmo dia lembramos de nossos Pais, Avós, Tios e de vizinhos referenciados e lembrados no Dia Internacional da Terceira Idade. No dia sete se reverencia o Compositor Nacional e aqui me lembro de mais duas datas que me levam ao dia 19 do ano de 1913, data de nascimento do “Vini” Vinícius de Morais e de uma de suas belas frases “A gente não faz amigos, reconhece-os. “. E de um de seus poemas: "São demais os perigos desta vida Pra quem tem paixão principalmente Quando uma lua chega de repente E se deixa no céu, como esquecida E se ao luar que atua desvairado Vem se unir uma música qualquer Aí então é preciso ter cuidado Porque deve andar perto uma mulher..." O biógrafo de Vinicius, José Castello, autor do excelente livro "Vinicius de Moraes: o Poeta da Paixão - uma bio- grafia" nos diz que o poeta foi um homem que viveu para se ultrapassar e para se desmentir. Para se entregar totalmente e fugir, depois, em definitivo. Para jogar, enfim, com as ilusões e com a credulidade, por saber que a vida nada mais é que uma forma encarnada de ficção. Foi, antes de tudo, um apaixonado — e a paixão, sabe- mos desde os gregos, é o terreno do indomável. Daí porque fazer sua biografia era obra ingrata. Dele disse Carlos Drummond de Andrade: "Vinicius é o único poeta brasileiro que ousou viver sob o signo da paixão. Quer dizer, da poesia em estado natural". "Eu queria ter sido Vinicius de Moraes". Otto Lara Resende assim o definiu: "Manuel Bandeira viveu e morreu com as raízes enterradas no Recife. João Cabral continua li- gado à cana-de-açúcar. Drummond nunca deixou de ser mineiro. Vinicius é um poeta em paz com a sua cidade, o Rio. É o único poeta carioca". Mas ele dizia nada mais ser que "um labirinto em busca de uma saída". E neste mesmo mês se referencia também, Artur Azevedo (A. Nabantino Gonçalves de A.), jornalista e teatrólo- go, nascido em São Luís, MA, em 7 de julho de 1855, e falecido no Rio de Janeiro, RJ, em 22 de outubro de 1908. Figurou, ao lado do irmão Aluísio de Azevedo, no grupo fundador da Academia Brasileira de Letras, onde criou a Cadeira nº 29, que tem como patrono Martins Pena. E aqui relembro uma de suas poesias: Todo o cuidado nestas rimas ponho; Musa, peço-te, pois, que me remetas Versos que tenham rútilas facetas, E não revelem trovador bisonho. Meia noite bateu. Sai risonho... Brilhava - oh, musa, não me comprometas! - O mais belo de todos os planetas N'um céu que parecia um céu de sonho. O mais belo de todos os prazeres Gozei, à doce luz dos olhos pretos Da mais bela de todas as mulheres! Pobres quartetos! míseros tercetos!... Musa, musa infeliz, dar-me não queres. O mais belo de todos os sonetos!... E por fim, o grande intérprete das alucinações poéticas e dos amores reprimidos ou vividos dos poetas, dos de- sencontros e dos encontros nos lembramos no dia 26 de Outubro dos Músicos. Esses que vestem de melodia a obra de nossos poetas. Já nos disse William Shakespeare: O homem que não tem a música dentro de si e que não se emociona com um concerto de doces acordes é ca- paz de traições, de conjuras e de rapinas. E para fechara crônica, Arthur Schopenhauer nos alerta: A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende. Como feliz vestido assim é Outubro... Filipe de Sousa "Sinto que o progresso espiritual requer, em uma determinada etapa, que paremos de matar nossos companheiros, os animais, para a satisfação de nossos desejos corpóreos." - Mahatma Gandhi

071 Outubro 2013 veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associa-ção

Embed Size (px)

Citation preview

RE

CIC

LE

IN

FO

RM

ÃO

: P

asse

est

e jo

rnal

par

a o

utr

o le

ito

r o

u in

diq

ue

o s

ite

Este veículo, transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem sobre temas dos projetos desenvolvidos pela Associa-ção “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos , com ênfase em assuntos pontuais e inerentes à sustentabilidade social e ambiental.

Filipe de Sousa

Edição 70 Ano VI - Outubro 2013 Distribuição Gratuita

Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

História da Música Pág.: 03

Terceira Idade Pág.: 04

Política e Cidadania Pág.: 05

Educação x Professores Pág.: 06

Página Literária Pág.: 07

Educação para a cidadania Pág.: 14

Dia Nacional do Professor Pág.: 13

Socializando ideias Pág.: 12

Constituições Brasileiras Pág.: 11

Profissão Cidadão Pág.: 10

E agora José? Pág.: 09

A CERCA (Conto real) Parte V Pág.: 08

Internacional Pág.: 16

Nossos Filhos Pág.: 15

Datas importantes

OUTUBRO - 2013

01 - Dia Mundial da Música Dia Internacional da 3ª. Idade 02 - Nascimento de Mahatma Gandhi Índia (1869) Nascimento de Nilo Peçanha (1867) 03 - Fundação da Petrobras (1953) Nascimento de Costa e Silva (1902) 04 - Dia Mundial da Anistia Nascimento de Prudente de Morais (1841) 05 - Dia Mundial dos Professores (ONU) Promulgação da Constituição Cidadã (1988) 06 - Nascimento de Ulisses Guimarães (1916) Morte de Adolfo Lutz (1940) 07 - Dia Nacional do Compositor 12 - Dia da Criança Dia do Mar Nascimento de D. Pedro I (1798) 15 - Dia Nacional dos Professores 16 - Dia Mundial da alimentação 19 - Nascimento de Vinícius de Morais (1913) 21 - Início da Semana do Livro 22 - Morte de Arthur Azevedo (1908) 24 - Dia da ONU 25 - Dia da Democracia 26 - Dia Oficial do Músico Nascimento de Washington Luís (1869) 27 - Nascimento Luis Inácio Lula da Silva (1945) 28 - Dia do Servidor Público 29 - Dia Nacional do Livro 31 - Dia das Bruxas Nascimento de Carlos Drummond Morte de Indira Gandhi

Neste mês de Outubro algumas datas e pessoas me fizeram refletir sobre o que temos de melhor na existência e que me fazem crer que realmente viver é preciso e bom.

Pessoas que merecem nossa admiração.

Logo no primeiro dia de Outubro temos referência ao Dia Mundial da músi-ca.Música, essa poesia de notas musicais que nos alegra e diverte e que também melancolicamente nos faz companhia em nossa noites de insô-nia.

E nesse mesmo dia lembramos de nossos Pais, Avós, Tios e de vizinhos referenciados e lembrados no Dia Internacional da Terceira Idade.

No dia sete se reverencia o Compositor Nacional e aqui me lembro de mais duas datas que me levam ao dia 19 do ano de 1913, data de nascimento do “Vini” Vinícius de Morais e de uma de suas belas frases “A gente não faz amigos, reconhece-os. “. E de um de seus poemas:

"São demais os perigos desta vida Pra quem tem paixão principalmente Quando uma lua chega de repente E se deixa no céu, como esquecida E se ao luar que atua desvairado Vem se unir uma música qualquer

Aí então é preciso ter cuidado Porque deve andar perto uma mulher..."

O biógrafo de Vinicius, José Castello, autor do excelente livro "Vinicius de Moraes: o Poeta da Paixão - uma bio-grafia" nos diz que o poeta foi um homem que viveu para se ultrapassar e para se desmentir. Para se entregar totalmente e fugir, depois, em definitivo. Para jogar, enfim, com as ilusões e com a credulidade, por saber que a vida nada mais é que uma forma encarnada de ficção. Foi, antes de tudo, um apaixonado — e a paixão, sabe-mos desde os gregos, é o terreno do indomável. Daí porque fazer sua biografia era obra ingrata.

Dele disse Carlos Drummond de Andrade: "Vinicius é o único poeta brasileiro que ousou viver sob o signo da paixão. Quer dizer, da poesia em estado natural". "Eu queria ter sido Vinicius de Moraes". Otto Lara Resende assim o definiu: "Manuel Bandeira viveu e morreu com as raízes enterradas no Recife. João Cabral continua li-gado à cana-de-açúcar. Drummond nunca deixou de ser mineiro. Vinicius é um poeta em paz com a sua cidade, o Rio. É o único poeta carioca". Mas ele dizia nada mais ser que "um labirinto em busca de uma saída".

E neste mesmo mês se referencia também, Artur Azevedo (A. Nabantino Gonçalves de A.), jornalista e teatrólo-go, nascido em São Luís, MA, em 7 de julho de 1855, e falecido no Rio de Janeiro, RJ, em 22 de outubro de 1908. Figurou, ao lado do irmão Aluísio de Azevedo, no grupo fundador da Academia Brasileira de Letras, onde criou a Cadeira nº 29, que tem como patrono Martins Pena. E aqui relembro uma de suas poesias:

Todo o cuidado nestas rimas ponho; Musa, peço-te, pois, que me remetas Versos que tenham rútilas facetas, E não revelem trovador bisonho.

Meia noite bateu. Sai risonho... Brilhava - oh, musa, não me comprometas! - O mais belo de todos os planetas N'um céu que parecia um céu de sonho. O mais belo de todos os prazeres

Gozei, à doce luz dos olhos pretos Da mais bela de todas as mulheres! Pobres quartetos! míseros tercetos!... Musa, musa infeliz, dar-me não queres. O mais belo de todos os sonetos!...

E por fim, o grande intérprete das alucinações poéticas e dos amores reprimidos ou vividos dos poetas, dos de-sencontros e dos encontros nos lembramos no dia 26 de Outubro dos Músicos. Esses que vestem de melodia a obra de nossos poetas.

Já nos disse William Shakespeare: O homem que não tem a música dentro de si e que não se emociona com um concerto de doces acordes é ca-paz de traições, de conjuras e de rapinas. E para fechara crônica, Arthur Schopenhauer nos alerta: A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não compreende. Como feliz vestido assim é Outubro...

Filipe de Sousa

"Sinto que o progresso espiritual requer, em uma determinada etapa, que paremos de matar nossos companheiros, os animais, para a satisfação de nossos desejos corpóreos." - Mahatma Gandhi

OUTUBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 02

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download e visa a atender à Cidade de São Paulo e suas Regiões Metropolitanas.

Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista, Bragantina e Alto do Tietê e ABC Paulista. Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

Revisão de textos: Francisca Alves Veículo divulgador da Associação

“Formiguinhas do Vale”

Gazeta Valeparaibana é um MULTIPLICADOR do Projeto Social

“Formiguinhas do Vale” e está presente mensalmente em mais de 80 cidades do Cone Leste Paulista, com distribuição gratuita em

cerca de 2.780 Escolas Públicas e Privadas de Ensino Fundamental e Médio. “Formiguinhas do Vale”

Uma OSCIP - Sem fins lucrativos

Cidadania e

Meio Ambiente

Formiguinhas do Vale

www.formiguinhasdovale.org

A Associação tem como princi-pal objetivo interferir nas mudanças com-portamentais da sociedade que o momento exige, no que tange a preservação ambien-tal, sustentabilidade e paz social, refloresta-mento, incentivo à agricultura orgânica, hor-tas comunitárias e familiares, preservação dos ecossistemas, reciclagem e composta-gem do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela para o Mundo’ e multiplicado e divul-gado através deste veículo de interação.

Projetos integrados: • Projeto “Inicialização Musical” Este projeto tem por finalidade levar o conhecimento musical, a crianças e adultos com o fim de formar grupos multiplicadores, sempre incentivando a música de raiz de cada região, ao mesmo tempo em que se evidenciam as culturas e tradições popula-res de cada região. Inicialmente iremos for-mar turmas que terão a finalidade de multi-plicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respecti-vas comunidades.

• Projeto “Viveiro Escola Planta Brasil” Este projeto visa a implantação de um Viveiro Escola, especializado em árvores nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele nossas crianças irão aprender sobre os ecossistemas estudados, árvores nativas, técnicas de plantio e cuidados; técnicas de compostagem e reciclagem de lixo domésti-co, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico à prática, através de demonstrações de como plantar e cuidar, incentivando e destacando também, a importância da agricultura orgâ-nica, hortas comunitárias e familiares. Serão formadas turmas que terão a finalidade de se tornarem multiplicadoras do conheci-mento adquirido em cada comunidade.

• Projeto “Arte&Sobra” Neste Projeto Social iremos evidenciar a necessidade da reciclagem, com a finali-dade de preservação dos espaços urbanos e, como fator de geração de renda. Também serão formadas turmas multiplicadoras de conhecimento, que terão como função a for-mação de cooperativas ou grupos preserva-cionistas em suas comunidades.

• Projeto “SaciArte” Este projeto é um formador de grupos musicais onde as culturas regionais e a mú-sica de raiz sejam o seu tema. Primeiramen-te será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com res-ponsabilidade de participação voluntária, no grupo da comunidade da Região Cajuru na Zona Leste de São José dos Campos.

# SEJA UM VOLUNTÁRIO. Conheça !!! Fale conosco

0xx12 - 9114.3431

www.formiguinhasdovale.org

Editorial

Rádio web CULTURAonline Brasil NOVOS HORÁRIOS e NOVOS PROGRAMAS

Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós !

A Rádio web CULTURAonline, prioriza a Educação, a boa Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Professor , Família e Sociedade.

Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, onde a Educação se discute num debate aberto, crítico e livre. Mas com responsabilidade!

Acessível no links: www.culturaonlinebr.org

A JUSTIÇA É REALIZADA PARA TODOS? Os acontecimentos recentes me trouxeram a lembrança fato ocorrido numa cidade do interior do Paraná, quando certo dia o policial civil plantonista na Delegacia local, recebeu denúncia de um ilícito penal ocorrido num estabelecimento comercial, ato contínuo dois policiais se dirigiram ao local. Constatado se tratar de furto conduziram o infrator e convidaram o comerciante a se dirigir até a Delegacia. Lá chegando, o infrator foi recolhido a uma cela enquanto o comerciante foi atendido pelo Delegado e a es-crivã a fim de se inteirarem dos fatos. Enquanto isso chegava ao saguão da Delegacia uma jovem senhora com um bebê no colo, ao ver a jovem senhora, o comerciante apontou-a como sendo a pessoa que acom-panhara o infrator até a porta de seu estabelecimento. Na oitiva do comerciante, este relatou que por volta das 12:30 h o infrator entrara sozinho em seu estabele-cimento, o que seria perfeitamente normal se não fosse pela jaqueta que usava num dia de mais de 30º C e, assim sendo resolveu o comerciante observá-lo durante a estadia no interior do estabelecimento e, como já suspeitava flagrou-o na prática do furto de UM POTE DE PAPINHA PARA BEBÊS!!!! Diante da situação, as pessoas ali presentes, inclusive o advogado chamado para acompanhar a lavratura do flagrante, propuseram-se a pagar pelo objeto do furto e adquirir outros potes de papinha para ser forneci-do ao bebê, o que não foi aceito pelo comerciante que exigiu a lavratura do flagrante dizendo que “LUGAR DE LADRÃO É NA CADEIA”. Pois bem, encurtando a história, flagrante lavrado, infrator preso, alimentação providenciada e doada ao bebê (obviamente que comprada em outro estabelecimento) e, por cerca dos 08 meses que ainda permane-ci na cidade, o infrator lá estava atrás das grades, AGUARDANDO O JULGAMENTO!!!! do qual eu não sou-be o resultado. Retornando aos dias atuais, mais especificamente falando sobre o “mensalão” temos um desvio de R$101,6 milhões de verbas públicas, valor este apurado pelo Ministério Público Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU), pelo qual 25 dos 38 réus, APÓS JULGADOS, tiveram suas penas decretadas. Dos 25 réus com penas decretadas nenhum se encontra em cumprimento de pena e, 12 réus obtiveram o direito, atra-vés de decisão do STF, de novo julgamento. Nos dois casos a lei se cumpriu, não há que se discutir a legalidade dos atos, porém no primeiro o réu sem condenação foi mantido preso, até onde sei, por no mínimo 8 meses pela prática de um crime famélico, o qual consiste na subtração de alimentos para matar a fome e, caracterizado o estado de necessidade do agente, é o crime descaracterizado mas, quem deve decidir sobre a caracterização é um magistrado; no segundo caso R$101,6 milhões de reais foram desviados das verbas públicas, portanto pertencente ao po-vo e juntados a base de muito suor de cada brasileiro (sendo portanto cada um de nós vitimas da ação cri-minosa) e, após 8 anos com 38 réus aguardando o julgamento em plena liberdade pois afinal não ocorreu flagrante, 25 réus foram condenados e 12 conseguiram através de embargos infringentes um novo julga-mento, sem no entanto ocorrer a privação de liberdade. Finalizo deixando para reflexão a frase mais ouvida pelos alunos de Direito nas mais diversas Universida-des: "O DEVER DOS OPERADORES DO DIREITO É LUTAR PELO DIREITO, MAS SE ENCONTRAR O DIREITO EM CONFLITO COM A JUSTIÇA: LUTE PELA JUSTIÇA".

Claudia Andreucci OAB-SP 320.414

IMPORTANTE

Todas as matérias, reportagens, fotos e demais conteúdos são de inteira respon-

sabilidade dos colaboradores que assinam as matérias, podendo seus conteúdos não corresponderem à

opinião deste projeto nem deste Jornal.

CULTURAonline BRASIL

Nosso sentido de identidade geralmente nos faz cair na armadilha de pensar que nunca po-deremos mudar.Para nos tornarmos uma versão melhorada de nós mesmos, às vezes te-

mos que abrir mão das noções preconceituosas sobre quem pensamos que somos. Não importa quem você costumava ser.

O que importa é o tipo de pessoa que você gostaria de se tornar.

Yehuda Berg

OUTUBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 03

História da música - 1º. De Outubro Dia Mundial da Música

Todos sabemos que programas sobre educação onde se abordem verdades e se discuta o assunto de forma imparcial, suprapartidari-amente e com ética são raros na mídia convencional.

São raros porque infelizmente não dão IBOPE e a mídia convencional busca imagem e IBOPE, pois so-

mente assim conseguirá patroci-nadores e valorizará seus espaços publicitários.

EDUCAR Uma janela para o mundo

Nosso programa no ar todas as Quintas, das 20h às 22h e, o ou-vinte poderá interagir com suas

sugestões, críticas ou questionamentos.

CULTURAonline BRASIL Apresentado pelo

Prof. António Carlos Vieira CONHEÇA TODA A NOSSA

PROGRAMAÇÃO Acesse e ajude a Educação

no Brasil www.culturaonlinebr.org

Um pouco de história Os sons produzem uma sensa-ç ã o f í s i c a e m n ó s . Escutar é ser capaz de ir além do simples ouvir, é captar o sentido dos sons, perceber e compreen-der sua estrutura, sua forma, seu sentido, é prestar atenção e estar interessado naquilo que está ou-

vindo. E quanto maior o conhecimento de sons e de música, maior será nossa compreensão.

Pré-História A palavra música, do gre-go mousikê, que quer dizer "arte das musas", é uma refe-rência à mitologia grega e sua

origem não é clara. Muitos acreditam que a música já existia na pré-história e se apresentava com um caráter religioso, ritualístico em agradecimento aos deuses ou como forma de pedidos pela proteção, boa caça, entre outros. Se pensarmos que a dança aparece em pinturas rudimentares da pré-história não é difícil acreditar que a música também fazia parte dessas organizações. Nessa época podemos imaginar que muitos sons produzidos provinham, principalmente, dos movimentos corporais e sons da natureza e, assim como nas artes visuais e na dança, a música começou a ser aprimorada utili-zando-se de objetos dos mais diversos. Ainda para refletirmos sobre o assunto e reforçar a teoria sobre a música na pré-história basta lembrarmos da exis-tência de tribos indígenas que mantêm total isola-mento das sociedades organizadas e vivem ainda de forma rudimentar (paradas em um período da pré-história) e que possuem rituais envolvendo a música, utilizando a percussão corporal, a voz e objetos primários, básicos desenvolvidos para esse fim.

Antiguidade Muitos historiadores apontam a música na antiguidade im-pregnada de sentido ritualísti-co e como instrumento mais

utilizado a voz, pois por meio dela se dava a comu-nicação e nessa época o sentido da música era es-se, comunicar-se com os deuses e com o povo. Observamos que, na Grécia, a música funcionava como uma forma de estarem mais próximos das divindades, um caminho para a perfeição. Nessa época, a música era incorporada à dança e ao tea-tro, formando uma totalidade, e ao som da lira eram recitados poemas. As tragédias gregas encenadas eram inteiramente cantadas acompanhadas da lira,

da cítara e de instrumentos de sopro denominados aulos. Um destaque importante na antiguidade foi Pitágoras, um grande filósofo grego que descobriu as notas e os intervalos musicais. Já em Roma a música foi influenciada pela música grega, pelos etruscos e pela música ocidental. Os romanos utilizavam a música na guerra para sinali-zar ações dos soldados e tropas e também para cantar hinos as vitórias conquistadas, também pos-suía um papel fundamental na religião e em rituais sagrados, assim como no Egito, onde os egípcios acreditavam na "origem divina" da música, que es-tava relacionada a culto aos deuses. Geralmente os instrumentos eram tocados por mulheres (chamadas sacerdotisas). Os chineses, além de usarem a música em eventos religiosos e civis tive-ram uma percepção mais apurada da música e de como esse refletia sobre o povo chegando a usar a música como "identidade" ou forma de "personalizar" momentos históricos e seus impera-dores.

Idade Média Na Idade das Trevas ou Idade Média a Igreja tinha forte influ-ência sobre os costumes e cul-turas dos povos em toda a Eu-

ropa. Muitas restrições eram impostas e, por essa razão, observamos o predomínio do canto gregoria-no ou cantochão, porém houve um grande desen-volvimento da música mesmo com o direcionamen-to da igreja nas produções culturais e nessa fase a música popular também merece destaque com o surgimento dos trovadores e menestreis. É impor-tante citar, na Idade Média, Guido d'Arezzo, um monge católico que "criou a pauta de cinco linhas, na qual definiu as alturas das notas e o nome de cada uma (...). Nasciam, assim, os nomes das no-tas musicais que conhecemos: dó,ré, mi, fá, sol, lá e si." (LDP, p.264).

Renascimento Nesse período, na Europa, cresce o interesse pela música profana (que não era religiosa). A música também é trabalhada em várias

melodias, porém ainda as melhores composições musicais dessa época foram feitas para as igrejas. Barroco A música barroca foi assim designada para delimi-tar o período da história da música que vai do apa-recimento da ópera e do oratório até a morte do compositor, maestro e instrumentista Johann Se-bastian Bach. A música barroca foi muito fértil con-

tendo elaborações, brilhantismo e imponência não vistos anteriormente na história da música, fato es-se, talvez, devido à oposição aos modos gregoria-nos até então vigentes. A criação aflorou no perío-do barroco e diversos gêneros musicais foram cria-dos.

Classicismo Nesse período, a mú-sica instrumental pas-sa a ter maior desta-q u e , adq u i r i n d o "porte", elegância e

sofisticação. São sons suaves e equilibrados. Nes-se período criou-se, ainda, a sonata, e os espetácu-los de ópera passam a ter um brilho maior, bem como as orquestras se desenham e passam a ter grande relevância.

Romantismo Diferente da música no classi-cismo, que buscava o equilí-brio, no romantismo a música buscava uma liberdade maior

da estrutura clássica e uma expressão mais densa e viva, carregada de emoções e sentimentos. Os músicos, nessa fase, se libertam e visam, por meio da música, exprimir toda sua alma.

Música no século XX Podemos dizer que, esse período, para a música, foi uma verdadeira REVOLUÇÃO. O entusiasmo foi g rande , inovações , c r ia -

ções,novidades, tendências, gêneros musicais apa-receram. Foi um período rico para a música, impul-sionado pela rádio, e pelo surgimento de tecnologi-as para gravar, reproduzir e distribuir essa arte. No início do século XX, o interesse por novos sons fez os compositores incorporarem uma grande quantidade de instrumentos e objetos sonoros à música. Compositores como Leroy Andersen, que compôs uma obra para máquina de escrever e or-questra, Hermeto Pascoal que criou músicas com sons produzidos por garrafas, ferramentas, conver-sas e grunhidos de porcos e Ottorino Respighi, que escreveu uma obra para orquestra e rouxinou intitu-lada "Pinheiros de Roma". Todos os sons podem ser aproveitados em música, pois oferecem muitas possibilidades de enriquecer uma composição.

CULTURAonline BRASIL É melhor correr o risco de salvar um homem culpado do

que condenar um inocente. Voltaire

OUTUBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 04

A Terceira idade e o novo conceito de envelhecimento

Neste século, temos observado várias mudanças

de comportamento, dentre as quais, uma chama

bastante atenção. Esta mudança refere-se ao con-

ceito de envelhecimento, que felizmente tem mu-

dado bastante positivamente.

Se analisarmos o conceito social a respeito do ido-

so de algumas décadas pra cá, perceberemos uma

evolução bastante importante nos quesitos de cul-

tura, medicina, e, principalmente do respeito do

homem por si próprio.

Neste século, felizmente, muita coisa mudou no

sentido de valorizar o idoso. Talvez o fator deter-

minante neste processo tenha sido o crescimento

da população mundial de idosos como conseqüên-

cia do prognóstico de aumento da longevidade.

Esta longevidade aumentada decorre de vários

fatores, principalmente da evolução da ciência e

da medicina que permitiram diminuir, cada vez

mais, a incidência de doenças crônico degenerati-

vas e a morte precoce.

O idoso tem sido cada vez mais valorizado e sua

capacidade de trabalho tem melhorado progressi-

vamente.

Todos nós sabemos que a experiência de vida con-

tribui para a evolução do indivíduo que a socieda-

de talvez não tenha até então aproveitado por u-

ma certa rejeição em função da idade cronológica.

Esta rejeição certamente tinha enorme influência

do aspecto físico.

Agora a sociedade está dando mais crédito ao po-

tencial físico do idoso. Os fatores responsáveis por

esta mudança sem dúvida tem relação direta com

o aumento da prática de exercícios na terceira ida-

de.

Hoje em dia, em qualquer parque, clube, academi-

a e outros locais, podemos constatar um aumento

significativo da presença de idosos praticando ati-

vidades físicas.

Esta é uma verdadeira mudança cultural, podemos

até dizer que se trata de uma revolução de costu-

mes. O idoso era a tal ponto segregado que certa-

mente sentia constrangimento de usar um calção

e uma camiseta para fazer exercícios.

Felizmente, este quadro mudou, e agora propor-

ciona um prognóstico cada vez mais animador da

melhora da qualidade de vida da crescente popu-

lação de idosos em todo o mundo, além de pro-

porcionar até uma previsão de redução de custos

dos sistemas de saúde.

Fonte: Dr Turibio Leite de Barros

A melhor idade é um eufemismo frequentemente

usado no Brasil para referir-se aos cidadãos per-

tencentes à chamada terceira idade ou, mais apro-

priadamente, aos idosos.

O termo idoso recebe entre nós uma definição na

forma da lei:"pessoa com idade igual ou superior a

60 anos". Atualmente o número de pessoas idosas

não para de crescer no país e já ultrapassa10% da

população total. O Estatuto do Idoso, legislação

editada em 2003, estabelece que os censos demo-

gráficos brasileiros deverão incluir dados relativos

a esse segmento da população.

Entre os anos de 1940 e 2006, o número de idosos

registrados no Brasil cresceu cerca de 11 vezes,

passando de 1,7 milhão para 18,5 milhões. A pre-

visão é que em 2025 esse número esteja na casa

de 64 milhões de pessoas. Em 2050 estima-se que

um em cada três brasileiros seja idoso. A socieda-

de e o governo devem estar preparados para essa

nova realidade.

Em torno de 71% dos idosos registrados conse-

guem ter independência financeira. Eles são res-

ponsáveis por uma renda anual de R$ 243 bilhões,

um poder de compra nada desprezível. Apenas 5%

dos homens e 23% das mulheres dessa faixa da

população declaram-se em dificuldades financei-

ras

A maior parte da renda percebida pelos idosos,

em torno de 49%, é originária de ganhos da Previ-

dência. Em seguida, 39% dos rendimentos, são

provenientes de trabalho. Receitas advindas de

aluguéis representam 7% da renda anual declara-

da.

Do total de idosos conhecidos no Brasil, 55% são

mulheres, que apresentam uma expectativa de

vida superior aos homens. A viuvez das mulheres

idosas é 3,4 vezes maior do que a dos homens ido-

sos. Devido à expectativa de vida maior, e por te-

rem mais chance de se tornarem viúvas na tercei-

ra idade, a tendência é que as mulheres idosas te-

nham uma velhice mais solitária.

Semelhante ao que acontece com a vida humana

em todas as suas etapas, o tempo da terceira ida-

de não representa somente um período de felici-

dade e prazeres, mas também são encontráveis

nessa fase da vida muitas adversidades.

Um estudo realizado na Suécia e divulgado recen-

temente sugere que na atualidade as pessoas com

mais de 70 anos possuem uma vida sexual mais

ativa e sentem mais prazer do que os idosos de

três décadas atrás. Em compensação, devido à re-

dução de reflexos e no ritmo da caminhada, os

idosos tornam-se as principais vítimas de atropela-

mento nas grandes cidades.

Consta que a grande maioria dos idosos, 83%, pos-

sui casa própria já quitada. Menos mal. Um relató-

rio elaborado pela OAB (Ordem dos Advogados do

Brasil) em conjunto com o CFP (Conselho Federal

de Psicologia), e divulgado faz pouco tempo, con-

clui que o Brasil não possui infra-estrutura mínima

de abrigos para a população idosa. Segundo o re-

latório, alguns asilos visitados pelos pesquisadores

são "depósitos de idosos abandonados", onde os

internos vivem "sem família ou contato com a co-

munidade".

A coleta sistemática de dados sobre os idosos

nos próximos censos demográficos permitirá a for-

mação de um quadro de conhecimento mais preci-

so e consolidado sobre essa parcela significativa

da nossa população. Esses dados tanto poderão

ser usados para orientar o traçado de políticas de

governo de amplo alcance, como também campa-

nhas de cunho publicitário, já que os idosos des-

pertam cada vez mais o interesse dos operadores

do mundo dos negócios.

Fonte: portalterceiraidade.org.br

Terceira Idade - 1º de Outubro Dia Mundial da Terceira Idade

CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - PATROCÍNIOS: patrocí[email protected]:

A velhice é um estado de repouso e de liberdade no que respeita aos sentidos. Quando a violência das paixões

se relaxa e o seu ardor arrefece, ficamos libertos de uma multidão de furiosos tiranos.

Platão

A vida do homem divide-se em cinco períodos: infância, adolescência, mocidade, virilidade e velhice.

No primeiro período o homem ama a mulher como mãe; no segundo, como irmã; no terceiro, como amante; no

quarto, como esposa; no quinto, como filha.

Pierre Proudhon

OUTUBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 05

Cidadania

FUTURO DO

JORNALISTA Genha Auga MTB:15.320

A concorrência do jorna-lismo impresso com a internet e a tecnologia ter

colocado nas mãos do público a “edição jorna-lística”, aponta para um futuro tenebroso e de crises a atual imprensa.

Embora tenhamos informação “de graça”, pa-gamos pela falta de credibilidade e superficiali-dade das matérias. A necessidade de manter a audiência dos veículos de comunicação e ter à mão quem produza com velocidade, trouxe a corrida frenética por “furos de reportagens” que despejam diariamente numa enxurrada de notícias sem certeza da credibilidade de suas fontes, publicações de sinopses por falta de espaço nas redações e isso faz o profissional da comunicação escrever cada vez menos ou simplesmente reproduzir o que ouve sem apu-rar fatos, sem enriquecer o texto e, abdicando do seu poder de linguagem, deixa faltar a “escrita oral”. A internet é um meio de comunicação e não imprensa, ainda não tem leis de convívio soci-al, não mantém a ética com distância apropria-da entre quem escreve e a fonte e, quem re-porta uma notícia quer ser mais importante do que o texto e não percebe sua responsabilida-de para com quem lhe confiou uma história ou fato e sem olhar a notícia com a responsabili-dade que envolve cidadãos em suas variadas funções, publica sem se preocupar com o lei-tor. Se o jornal continuar a copiar a internet onde se escreve cada vez com menos caracteres para mostrar rapidamente - a “celebridade” que foi à praia, com quem tomou café - e ou-tros assuntos corriqueiros e pouco relevantes, enquanto seu papel é mostrar- onde o avião

caiu, porque e o que fazer para não cair mais. Esse massacre informativo se instalou nas re-des sociais e nas grandes mídias, desapare-ceu o intervalo entre o acontecimento e a notí-cia e essa instantaneidade faz com que todo veículo de informação repita todo tempo a mesma coisa. Mais difícil que dar a notícia é fazê-lo bem-feito, com fontes certas, completa e não apenas sinopses, pois o verdadeiro pro-fissional da comunicação não se basta em a-penas reproduzir, mesmo que o veículo usado se basta pelo ineditismo, por que sua credibili-dade está na assinatura do que faz. A internet facilitou qualquer um a acessar infor-mações mas há grandes conteúdos mais com-pletos e verdadeiros que o jornalismo deve continuar noticiando com clareza pois a tecno-logia para o sucesso rápido não é o melhor caminho e sim a tecnologia do jornalismo ho-nesto. A internet poderá se tornar imprensa, mas falta muito para achar o caminho. A mesma banalidade vê-se no telejornalismo que numa corrida contra o tempo e em detri-mento a isso a informação é publicada sem qualidade, sem apuração e vemos ser coloca-das “no ar”, imagens de helicóptero sobrevo-ando algum ponto de um lugar, filmando movi-mentos de um lado para o outro, sem nenhu-ma entrevista e emitindo opiniões sobre o fato que mal acabou de acontecer e, sem a menor responsabilidade, dizem o que bem entendem e, quando se trata de jornalismo investigativo, os próprios repórteres, quase que fazem o pa-pel de policial atraindo o público pela abundân-cia de emoções sem se importarem com quali-dade. Já não se valoriza o resultado do texto bem fundamentado e regido pela verdade e a notícia deixa de ser uma boa história sofrendo “interferências” para ser transformada em show, perdendo a decência e a qualificação no espaço-tempo-humano. Na época da ditadura houve investimento para o desenvolvimento das estradas e da comuni-cação mas atrasaram o desenvolvimento da educação, da cultura e trouxe a censura para nos impedir a informação, pois o direito à infor-mação tem que lhe dar o direito à opinião e

esse regime, confiava cegamente na ignorân-cia do povo. Com a democracia, recuperamos a liberdade da imprensa mas que deveria ser mantida em parceria com a responsabilidade pois a im-prensa é o sustentáculo do verdadeiro regime democrático. Eficiência e qualidade são requi-sitos para qualquer profissional e a essência do jornalista é informar e formar opinião e den-tro dessa liberdade, sua arma é a caneta. O dono da empresa dita a linha do jornal, mas ter compromisso com a verdade é responsabi-lidade de quem busca e escreve a matéria e fazer a empresa ser séria e ser lida. Estão em crise os jornais e o ensino, a veloci-dade da informação é muito maior do que a educação e o modelo dos jornais estão diminu-indo de tamanho e consequentemente, todos se informam rapidamente mas não interpretam o que leem e o que veem, é o mesmo que jo-gar fora a criança junto com a água do banho. Então a crise é do jornal ou do jornalista? Um jornalismo feito sem apuração, onde fontes são checadas apenas por telefone, a pesquisa feita apenas pelo “Google” e os diplomas com selo de qualidade maior que o conhecimento, só poderia gerar essa crise de reflexões. O fechamento de jornais sérios, a desvaloriza-ção do humano, a classe submetendo-se a ex-tensas jornadas e cada vez mais desunidos, esses analfabetos funcionais que se apresen-tam como comentaristas de banalidades são rejeitados nas ruas pela sociedade e desres-peitados pela própria polícia, entristecem quem nasceu para ser jornalista. O profissional qualificado que adquiriu conhe-cimento dedicando-se seriamente ao estudo, pela leitura voraz e escrevendo, atualmente está migrando para o livro, tornando-se jorna-lista-escritor, onde ainda podem dedicar-se a escrever uma boa notícia, uma boa história, sem medir caracteres e comprometidos com a fidelidade de sua missão que é a informação.

CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - PATROCÍNIOS: patrocí[email protected]:

CURTA e participe de nossa página “Política e Cidadania” no FaceBook > COLE no seu navegador o link abaixo https://www.facebook.com/groups/150403778428664/

Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique.

Todo o resto é publicidade.

George Orwell

OUTUBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 06

Educação x Professores

Dia do Professor- Motivos para comemorar

Dia 15 de outubro, comemora-se no Brasil o dia do pro-fessor. Segundo a história, a data surgiu em 15 de ou-tubro de 1827, em função de D. Pedro I ter sancionado um decreto Imperial que dizia em seu Art. 1º:” Em to-das as cidades, vilas e lugares mais populosos, ha-verão as escolas de primeiras letras que forem ne-cessárias.” Foi criado assim o Ensino Elementar no Brasil. Esse decreto abordou a educação de várias ma-neiras,descentralizou o ensino, permitindo que chegas-se a muitos lugares. No início havia uma educação dife-renciada para meninos e meninas, no lugar da geome-tria que era ensinada aos meninos, as meninas tinham aulas de bordados, prendas domésticas, etc. O profes-sor não ficou de fora dessas mudanças, também foi contemplado com ideias de como deveriam ser contra-tados e de como seriam seus salários. Mas como nem tudo são rosas, as ideias eram boas, mas colocá-las em prática já foi mais difícil. Entre os ideais imperiais estava a "capacidade de aprender, ten-do como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo", isso para o ensino básico, devo constatar que esses ideais continuam a ser persegui-dos por nós até os dias atuais. Mas a primeira comemo-ração do dia do professor só veio a ocorrer mais de cem anos depois do decreto ter entrado em vigor. Devi-do ao período letivo ser muito longo e cansativo, um grupo de docentes resolveu criar um dia de descanso que também serviria para organizar o restante do ano letivo. Isso ocorreu por volta de 1947. Não é preciso dizer que essa iniciativa deu tão certo que ficou institucionalizada e perdura até os dias de hoje, como feriado escolar. Art. 3 do Decreto 52682/63 Decreto nº 52.682 de 14 de Outubro de 1963 Decreta: Art. 1º O dia 15 de outubro, dedicado ao Professor fica declarado feriado escolar. Art. 2º O Ministro da Educação e Cultura, através de seus órgãos competentes, promoverá anualmente con-cursos alusivos à data e à pessoa do professor. Art. 3º Para comemorar condignamente o dia do profes-sor, aos estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias. Bem, o que temos que saber é se há o que comemorar. Sabemos que para sermos bons professores é neces-sário muito mais do que vocação e boa vontade. É ne-cessário investimento no professor, uma boa formação, salários dignos, capacitação e valorização desses pro-fissionais. Investimento em educação deveria ser a pri-oridade do governo. O baixo investimento na educação pública produz um quadro desolador que vem há anos se arrastando na educação brasileira. Está na hora da educação ser tra-tada com seriedade nesse país, ser prioridade, tirar a educação da situação de precariedade em que ela se encontra. Um professor precisa ter o bastante para pa-gar sua passagem de ônibus, comer, se vestir, ter con-

dição de pagar o alimento de seus filhos, ter um carro para poder se deslocar para as outras escolas em que vai dar aula, porque para sobreviver precisa trabalhar mais de 60 horas. Precisamos de políticas objetivas, não de caridade ou de políticos pedindo que tenhamos mais paciência. Parece que só quando tomamos uma atitude mais drástica, como a greve por exemplo, é que se dão conta da nossa existência, o pior ainda é voltar da greve e ter que ouvir que mais uma vez paramos e não conseguimos nada. Quando paramos para lutar por melhores condições de salário e de trabalho, estamos dando um exemplo do que é exercer a cidadania de forma plena e consciente, estamos lutando pelos nos-sos direitos, direitos esses que estão assegurados na Constituição Federal, e que não tem sido cumprido pela maioria dos governos. A lei do piso salarial aprovada em 2008, lei n° 11.738 de 16/07/2008, que instituiu o piso salarial para os pro-fissionais do magistério público da educação bási-ca, não foi cumprida pela maioria dos estados da fede-ração, levando a greve milhares de professores Brasil afora, que só viram nesse meio uma maneira de cobrar seus direitos, que deveria ser garantido pelos governos, uma vez que a lei do piso foi considerada constitucional pelo STF. Com certeza no dia 15 de outubro, ouviremos os dis-cursos demagógicos daqueles que nada fazem por nós educadores, que sequer cumpriram a lei pagando o que nos é devido por direito, falando em valorizar os profis-sionais da educação e melhorar a qualidade da educa-ção pública, tudo discurso vazio, que não encontra eco na prática, porque a verdade é que eles continuam se omitindo e deixando para depois o que eles não consi-deram prioridade. Se existe algo para comemorar nesse dia é a capacida-de de nós professores seguirmos adiante, acreditando que fazemos a diferença, que a educação é a base da sociedade e por isso nos importamos, e por isso luta-mos e nos indignamos com o descaso. Temos que co-memorar a nossa CORAGEM, a nossa resistência, e a fé de que dias melhores virão, pois as nossas lutas não são em vão, elas são a esperança de um futuro melhor, lutamos por dignidade na profissão, por reconhecimen-to da importância do nosso papel na sociedade e por sermos sabedores que só a educação é capaz de mu-dar o mundo. Temos que comemorar o fato de que nós temos uma missão muito importante que é a de formar profissionais em todas as profissões, e ajudar as pessoas a se de-senvolverem como seres humanos, com nosso auxílio , nossa dedicação e esforço. É preciso que saibamos a importância do nosso papel na sociedade, somos sujei-tos formadores de valores, e temos que educar, para fazermos dos nossos educandos agentes transforma-dores, com consciência crítica, que lutem por um mun-do mais justo e melhor para todos. Podemos e deve-mos mudar essa realidade que se apresenta de manei-ra tão desencorajadora para nós profissionais da edu-cação É só não perdermos a consciência da nossa im-portância no papel da formação do cidadão e de uma sociedade mais consciente, justa e digna.

Mariene Hildebrando Professora e especialista em Direitos Humanos e-mail: [email protected]

Rádio web CULTURAonline BRASIL Links de acesso: www.culturaonlinebr.org /// www.formiguinhasdovale.org

Se você tem filhos, conheça aqui um pouco mais sobre

como lidar com isto

Educação tem de vir do berço e cabe à família responsabilizar-se por isso! Se cada família praticasse esta máxima: Educar os filhos dentro de princípios morais e boas maneiras, com certeza não teríamos Professores frustrados e exauridos devido a falta de educação de muitas crianças e jovens.

Todos os dias em milhares de salas de aula espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, crianças e jovens chegam ao ápice da mal criação destilando todo tipo de impropérios nas dependências da Escola e fora dela, comunicando-se uns com os outros aos berros de forma rude e irônica, tratando mal os cole-gas, Professores e demais Funcioná-rios da Escola.

É de conhecimento da grande maioria das pessoas que, devido ao fato da criança ou jovem chegar na escola sem o mínimo de educação familiar, ocorrem uma série de problemas que desencadeiam a indisciplina e tumultu-am o andamento das atividades na sala de aula, e que por esta razão, muitas vezes, inviabiliza que o aprendi-zado ocorra de maneira satisfatória.

Sob este ponto de vista seria apropria-do dizer que, neste caso, os pais são responsáveis pela indisciplina e falta de educação dos filhos e portanto, de-vem ser responsabilizados por isso.

Reflita comigo, se as crianças e jovens chegassem com um mínimo de educa-ção de casa, dada pelos pais, boa par-te dos problemas de indisciplina dentro da sala de aula estariam resolvidos. Esse mínimo de educação envolveria que o aluno soubesse seis questões básicas:

Princípios básicos de boas maneiras que todos devem trazer de casa: 1) Pedir “Por Favor” , diga “Obrigado”, “Com licença “ e manter sempre o con-trole emocional; 2) Falar educadamente, sem usar gí-rias, palavrões, ou expressões de bai-xo calão; 3) Tratar com respeito todos a sua vol-ta e jamais falar de alguém pelas cos-tas; 4) Jamais usar de intimidação verbal ou física (bullyng) para conseguir o que deseja; 5) Ser íntegro: sustentar o que se diz e faz e sempre enfrentar as consequên-cias de seus erros; 6) Jamais usar de mentiras, engana-ção e falsas acusações; Ahhh... Uma última dica: nunca super-proteja os seus filhos e não acoberte os seus erros ou mentiras... Eles, co-mo qualquer outro, são sujeito a falhas e erros e precisam arcar com as con-sequências disto...

OUTUBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 07

Contos, Poesias e Crônicas ANGÚSTIA Genha Auga

Tem épocas que um pressentimento estranho aparece e te aflige...

Aproxima-se bem devagarzinho, invade o coração e você nem sabe o porquê...

Uma sensação indefinida que te inebria com um senti-mento que não é tristeza e nem se parece com alegria. Exatamente como a água do oceano que vem de longe misteriosa, mansa, que aconchega a alma e sacode den-tro do peito num vai e vem, como uma onda levanta te derruba implacável e ali te deixa, sem eira nem beira, te abandona num canto e some no horizonte.

É assim que o coração sente quando essa agonia te in-vade, essa angústia que não tem definição e te prostra sem reação mas, quando passa te cala, te confunde e pode até matar.

Machuca, leva o coração a trilhar pela melancolia, arra-nha por dentro e sangra a alma, faz morrer o sonho, a esperança e cerra os olhos para o belo.

Esse vazio que aperta no peito e derrama lágrimas de desamor sangra teu ser. Olha pra dentro de ti e procura o que quer e nunca se vê pronta pra dar e cumprir o que nunca prometeu.

Nunca jurou nada e nem discuti teu jeito, todo o tempo, simplesmente aproveita, se respeita.

Vá até onde quiser, para se elevar ou se destruir, para viver ou apenas morrer.

E eis te! Sobreviveu a esse turbilhão de pensamentos e seguiu atrás de mim.

Mas sei que chegará o tempo em que não te verei mais aqui...

A CONFINADA Genha Auga

Um dia a levaram com muito cuidado e carinho para um lugarzinho onde iria cumprir uma missão importante e divina que certa-mente, além de purificar o ar que o homem respira, encantaria os olhos de quem passasse. Um ato de amor pela natureza de quem a plantou

naquele pedacinho de terra, onde iria crescer e, se bem cuidada, embelezar a paisagem com folhas grandes, vi-çosas e flores para perfumar a primavera.

Ao seu redor, outras espécies viviam e juntas cresciam devagarzinho, mudavam o cenário a cada estação do ano e ao vento espalhavam sementes, agasalhavam e alimentavam os passarinhos, alegravam crianças que ao redor delas corriam todos os dias.

Passado algum tempo, voltei ao lugar onde ficava a ob-servar essas criaturas e, imaginando o quanto estariam crescidas e na expectativa de respirar um pouco do ar puro e relaxar...

Mas, qual não foi minha decepção ao ver tudo avassala-do por concreto e transformado em shopping. As belas árvores foram arrancadas e, ao desviar o olhar procu-rando a minha querida que desde pequenina vira crescer feliz ao lado de tantas outras, me deparei com uma ár-vore alta com as folhas esmagadas entre dois prédios, cercadas por grades num pedacinho de terra maltratada, escondida do sol e longe das crianças que já não perten-ciam àquele lugar.

Um cenário que já não encantava e uma tristeza me in-vadiu por vê-la assim tão solitária. Nunca mais voltei, não quis assistir a morte da confina-da.

CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - patrocí[email protected]

Quem é Genha Auga? É Jornalista formada pelas FIAM - Faculda-des Integradas Alcântara Machado. Membro da UBE – União Brasileira dos Es-critores. Atualmente: Cronista – Contista – Poetisa - Aplicadora e ledora de provas em concursos públicos e vestibulares e de avaliações de instituições do ensino médio e superior. - Atuou na coordenação do núcleo de educa-ção, exatas e saúde das FMU -Faculdades Metropolitanas Unidas. - Foi também a Jornalista Responsável em Revistas na Área da Saúde e na publicação da “Coletânea das Semanas Científicas ”da Faculdade Santa Marcelina e Escola Sophia Marchett. - Tem diversas publicações em antologias de contos e poesias, (Brasil - Genebra – Portugal). - Participação com poemas/contos/crônicas de sua autoria em e-book - aberturas de shows - saraus literários – rádio/jornal online – bienal - blogs – sites – portal. Contato: e-mail e facebook:[email protected]

PALAVRAS NA PRIMAVERA Genha Auga

Irradiante sol que ilumina e aquece.

No céu, resplandece a luz das estrelas. Mares tingem de azul nossa Terra,

Peixes dos rios nos alimentam, Pássaros cantam trazendo paz e calma.

Deus fez o “Homem” com perfeição, deu-lhe a missão de amar, procriar e preservar

a beleza do lugar. No melhor mundo que fez existir, nesse

chão abençoado que assim o quis, Criou quatro estações, dentre essas, a pri-

mavera; com primazia, cores e flores. O vento ameno com cheiro de pólen, leva

êxtase e romance, aproxima homens e mulheres propiciando o acasalamento.

E na beleza desse amor e encantos; Apaixonam-se!

Hoje o homem reclama que não a tem plena e perfeita como fora criada.

Não cuidou do que ganhou divinamente; Raios cingem o céu e a chuva cai,

a Terra escurece. Vulcões em labaredas jorram chamas co-

mo grito de guerra. Entre bramidos e aos quatro cantos, rugem

animais nas florestas e dominam as selvas.

Ecoam-se palavras e lamentos... Não há mais flores na primavera!

"Ideal seria que todas as pessoas soubessem amar, o tanto que sabem fingir"

NATUREZA Genha Auga

Nesse chão abençoado, Deus criou a natureza com primazia e cores;

O sol que ilumina e nos aquece, Estrelas que no céu resplandecem,

Mares, rios e peixes, A chuva que molha a terra, florestas verdes Pássaros que cantam, flores que encantam

Aproximou o homem e a mulher com o amor. Um mundo de belezas a eles entregou.

Por que então a humanidade, Não preservou o que ganhou divinamente?

Tingiu a terra com sangue, queimou o verde, Entre bramidos e rugidos matou os animais das

selvas, Sujou a água, não cuidou do meio ambiente.

Valores que a inteligência humana, Ainda não entende...

E eis que a natureza se rebela, Reflete o que a humanidade fez com ela

Tufões devastam tudo com furor, Mares trazem ondas de horror,

O aquecimento derrete geleiras, muda a Terra, Vulcões alastram suas chamas como um grito de

guerra.

Mãe natureza, Deus a fez com perfeição, Criou esse lugar para nele o ser humano habitar.

Mas, o homem vendeu sua alma ao diabo, E eis o resultado...

OUTUBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 8

Histórias reais que o mundo conta A CERCA - Parte V

continuação

Um interprete disse que teríamos que reverenciar qualquer soldado japonês que entrasse no campo ou quando tivéssemos que passar por eles, a falta desta reverencia seria severamente castigada.

Havia um rapaz de nome Dumas que andava sempre com os guardas e servia de interprete.

A vida se arrastava, tínhamos muito pouco do que sobrou do campo anterior. Havia neste campo u-ma novidade, ganhávamos de vez em quando, duzentos gramas de açúcar por pessoa.

Era proibido fazer fogo, as pessoas que fumavam, tinham que andar com uma latinha amarrada na cintura, ou na mão. Todavia não eram muitas as pessoas que ainda tinham fumo de verdade, muito já usavam folhas de mangueira e o papel era pagi-nas da bíblia. As pessoas que a tinham, vendiam suas folhas a um centavo cada; e com ela faziam quatro cigarros.

A maior preocupação era a de aumentar a quanti-dade de comida. O campo era muitas vezes maior que o primeiro, isto criou uma expectativa de que talvez encontrássemos plantas comestíveis entre a vegetação.

Meu pai, cuja mãe era uma moça nativa, havia aprendido muita coisa a respeito das ervas co-mestíveis que a natureza fornecia. As casas do campo tinham todas as cercas vivas, cujos arbus-tos pertenciam a um tipo comestível, em latim Plu-chea. Havia também outra plantinha cujo nome nativo é penikir; havia uma porção delas, fiz um canteiro numa área livre perto da nossa barraca, colhia folhas todos os dias para o almoço. Quando nós entramos neste campo, ainda tinha visto al-guns cachorros na rua, gatos também, mas em pouco tempo, estes animais haviam sumido. Os gatos tinham mais medo dos homens do que dos cães.

Certo dia, fui confrontado com a primeira vítima do campo; um homem de repente desmaiou, sangra-va pela boca. Ele foi internado, estava com úlcera e naquele momento tivera uma hemorragia. Até então não havia acontecido nenhum caso grave de saúde, mas isto foi provavelmente devida a re-sistência física que ainda tínhamos e que já dava mostras de estar se esgotando.

Os fins de semana se tornaram para nós um casti-go extra; os soldados de plantão descontavam o descontentamento de não poder folgar, em cima de nós. Eles bebiam e depois entravam no campo para correr atrás dos prisioneiros, não chegavam a ficar embriagados; quando conseguiam pegar um prisioneiro, cometiam barbaridades, naquelas ocasiões usavam botas com pregos na sola com que chutavam as vitimas no estômago e em ou-tras partes do corpo, dando bofetadas no rosto e na cabeça.

Muitos não suportavam o castigo e desmaiavam.

Percebia-se que a situação piorava gradativamen-te.

Os estrados de madeira tornaram-se viveiros de percevejos, era impressionante, havia milhões de insetos e não tínhamos meios de combatê-los.

Os estrados foram todos desmontados, mas os percevejos ficaram, em quantidade menor, mas sabíamos que seria por pouco tempo, pois os in-setos multiplicavam-se rapidamente.

Desconfiávamos de que os japoneses queriam nos dar trabalho, e em troca disto, teríamos um pouquinho mais de comida; este pouquinho mais, era um pedaço de pão do tamanho anteriormente descrito e um pedacinho de broa. Muitos não a-güentavam fazer mais nada, mas milhares ainda tinham relativas condições e tanta gente desocu-pada junto, não seria nada bom, aliás, já haviam acontecido algumas brigas e discussões, ainda bem que os japoneses nunca souberam. Os que estivessem dispostos a trabalhar podiam inscrever-se na serraria para entrelaçar cordas de sisal. Meu pai e meu tio optaram por este último, por causa da idade. Meu irmão e eu não tínhamos na-da ainda, havíamos feito novas amizades, eram Hendriks e Janssen.

Uma tarde eles me convidaram para participar do grupo que iria perfurar poços no campo. O forneci-mento de água não era muito bom, mas a área onde se localizava o campo era conhecida como tendo pouca água.

O serviço de cavar poços não era oficializado pe-los japoneses, de modo que não iríamos receber comida extra. No entanto o problema de falta de água não era imaginário. O grupo era formado por quatro pessoas, Walter Hanlo tinha que falar com o diretor, uma pessoa, cujo nome não me lembro, que localizava veios de água, Janssen Hendriks e eu, que seria a quinta pessoa.

Todos que trabalhavam começavam às sete horas da manhã e paravam às cinco da tarde com um descanso para o almoço.

Para podermos começar com a escavação eram necessárias ferramentas e a aprovação dos japo-neses, o que conseguimos e consequentemente com tal aprovação vieram também picaretas, pás, enxadas e uma corda, pois as latas vazias conse-guimos com o pessoal da cozinha.

A área onde estava o campo era uma área conhe-cida com área sem água no subsolo, pelo menos segundo os geólogos, tivemos que agüentar mui-tas criticas, mas, estávamos decididos.

O local para o primeiro poço já havia sido indicado por Dirk ( pseudônimo para o homem da vareta ) e então pusemos mãos a obra.

O poço tinha que ficar com dois metros de diâme-tro na parte superior e dois metros e meio na parte inferior.

A primeira parte era relativamente fácil, deu para trabalhar com a pá e a enxada, isto foi ate uma profundidade de uns três metros, aí então bate-mos numa crosta muito dura e abrasiva. A ponta da picareta entrava somente uns dois centímetros e as lascas machucavam os nossos pés. Como o progresso da escavação era lento tivemos que agüentar muitas criticas. Descobrimos que se es-cavássemos em seguimentos o material se solta-va em placas grandes, isto foi um achado muito importante para nos, pois o serviço passou a ren-der muito mais.

Quando atingimos sete metros de profundidade apareceram os primeiros vestígios de água.

A composição do solo era diferente, havia peque-nas pedras entre o material rochoso e a água es-corria timidamente entre as pedrinhas.

Apesar da água, era muito quente no fundo do poço, o suor escorria pelo rosto, cada um de nós ficava aproximadamente uns quinze minutos no poço. Com nove metros fomos obrigados a parar a escavação, pois não vencíamos o fluxo da água com o balde.

Estava ai o primeiro poço, nós havíamos vencido a descrença, Walter Hanlo conseguiu a comida extra para o grupo e eu consegui um lugar no gru-po para meu amigo Josef Kunkels.

O meu irmão também achou serviço, foi trabalhar na oficina onde consertavam apetrechos de cozi-nha etc., e ate tiveram de consertar os veículos dos japoneses.

Não havia serviço para todo mundo, mas muitos não estavam mais em condições de trabalhar, quer pela idade ou pela condição física, devido a fraca alimentação, pois, o que era servido não sustentava o suficiente, o que provocava um au-mento assustador de doentes pelo campo.

Muitos dos prisioneiros já haviam começado a co-mer insetos, ratos, caracóis, lagartos da terra, co-bras, etc. catados nos arredores do córrego.

Era a luta pela sobrevivência e nesta hora cada um estava entregue aos seus próprios recursos, pois era inútil esperar ajuda.

A água encanada começou a ser racionada e tive-mos que fazer mais poços e com maior velocida-de.

A esta altura dos acontecimentos a nossa equipe de perfuração já contava com oito novos mem-bros, Hans, Pieter, Visser, Kanis, Rinus, van der Pas, Driessen e Martins; Hanlo e Martins nunca haviam ido trabalhar fora do campo.

Até aquele momento já havíamos perfurado qua-tro poços e coincidentemente dois em cima do mesmo veio com uma distancia de cinqüenta me-tros longe um do outro.

Nossa comida extra já não representava muito; os mais idosos guardavam comida para comer em intervalos menores, isto era para enganar o estô-mago. Eu ainda catava folhas para o almoço, mas era impossível achar folhas da Pluchea, havia só gemas nos galhos, pois as folhas sumiam à medi-da que brotavam.

Explodiu uma epidemia de disenteria, dezenas e dezenas foram hospitalizados. Não havia quanti-dade de remédios suficiente para todos e o diretor viu-se obrigado a determinar que somente os en-fermos com menos de quarenta anos poderiam recebê-los e os de mais idade só iriam recebê-los após terem vencido a crise da doença.

A quantidade de água não era suficiente, eram necessários mais poços.

Devido ao solo duro e abrasivo, após ter passado a camada de terra, as perfurações eram demora-das e o desgaste da ponta da picareta era de dez centímetros por poço perfurado com nove metros de profundidade, o que nos fez concluir que modi-ficando o processo de perfuração utilizando uma broca ao invés de picareta, a dúvida era se a bro-ca iria agüentar.

Nós tínhamos que inventar uma broca que agüen-tasse o tranco e a escolha caiu sobre o uso dos postes de ferro usados para sustentar os fios elé-tricos.

Os postes eram feitos de tal maneira que uma ponta se encaixava na extremidade do outro o que já nos facilitaria.

Os japoneses nos deram três postes que en-caixados renderam vinte e dois metros.

CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO

CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - patrocí[email protected]

OUTUBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 9

E agora José?

Para onde caminha a humanidade?

Depois de algum tempo escrevendo no Jornal Gazeta Valeparaibana sobre a educação for-mal, nós do “Programa E agora José?” nos vi-mos, de certa forma, obrigados a mudar o foco da nossa atenção para a educação informal. Necessariamente o que estamos vivenciando é uma generalizada falta de educação (informal).

Temos visto ultimamente acontecimentos que nos saltam à vista e nos chamam a atenção. Acontecimentos violentos, de pais contra fi-lhos, de filhos contra pais, de estudantes con-tra estudantes, de estudantes contra professo-res, de professores contra estudantes... Não dá para negar que alguma coisa vem aconte-cendo com a sociedade e por mais que se ten-te entender, o fato é que está difícil encontrar a resposta.

Temos tentado encontrar a razão para a vio-lência generalizada e banalizada. Buscamos resgatar na linha do tempo de nossas vidas e nos acontecimentos recentes respostas que nos satisfaçam e nos ajudem a compreender essa faceta do ser humano.

Algumas pessoas poderão afirmar que a vio-lência sempre acompanhou a sociedade. Des-de que o mundo é mundo que a sociedade é

violenta e que estamos sendo moralistas. Ou-tras pessoas poderão dizer que é “sinal dos tempos, coisa do demo, apocalipse ou que es-tá escrito na Bíblia”. Na realidade nós acreditamos que, atualmen-te, a generalização da falta de educação e da violência gratuita, pode ser compreendida a partir da terceirização de responsabilidades. Deixamos de lado nossas responsabilidades sociais e não nos assumimos enquanto pais, professores, alunos, policiais, etc. Se estamos vendo uma onda crescente de violência é por-que não estamos assumindo nossas respon-sabilidades e estamos deixando para outros assumirem o que nós não fazemos.

Uma vez que a sociedade se mostra violenta e compreendendo que a escola faz parte da so-ciedade, logo isto estará bem reproduzido no ambiente escolar. Nas escolas pululam casos onde a falta de responsabilidade dos pais é gritante, também é gritante os casos de violên-cia gratuita. Vídeos de brigas nas escolas são diariamente inseridos no youtube como uma diversão. A impressão que se dá é a de que não saímos dos tempos romanos com gladia-dores, pão e circo. Mas, pensando em tempos atuais, o que está havendo com a sociedade?

Uma das hipóteses para a perda do pátrio po-der dos pais sobre seus filhos é a de que, a-pós a segunda metade do século XX com a inserção da mulher no mercado de trabalho e consequente divisão de responsabilidades no seio familiar, teria provocado uma quebra na responsabilidade para educação das crianças. A mulher deixou de ser a dona de casa para ser a dona da casa, fazendo muitas vezes o papel de pai e mãe ao mesmo tempo, pois a figura do pai em certas famílias acabou dei-xando de existir. Isso trouxe uma ruptura da estrutura familiar que se conhecia e que já es-

tava estabelecida até de certa forma, como sólida (pelo menos nas famílias mais tradicio-nais).

Nessa estrutura antiga a mulher desempenha-va um papel de educadora dos filhos, era ela quem mantinha a ordem familiar e ditava, em seu âmbito, as regras morais. O pai, por sua vez, era o mantenedor, aquele que provinha o sustento através do seu trabalho. Com o de-senvolvimento da estrutura social moderna, o filho foi sendo deixado de lado, aos cuidados dos avós, ou de uma creche, ou até mesmo ficam sozinhos com os mais novos sendo cui-dados pelos mais velhos. A responsabilidade pela educação das crianças foi terceirizada. Não se tem mais tempo para os filhos e para aplacar a consciência os pais exageram na permissividade (na doce ilusão de não serem pais, mas amigos dos filhos).

Esse assunto extenso, polêmico e controverso precisa ser retomado. Precisa ser melhor ana-lisado. Por isso no próximo mês, vamos tentar contribuir com mais discussões sobre este as-sunto.

Omar de Camargo Técnico Químico Professor em Química. Pós-Graduado em Química. [email protected]

Ivan Claudio Guedes Geógrafo e Pedagogo. Especialista em Gestão Ambiental, Mestre em Geociências e doutoran-do em Geologia. Articulista e palestrante. [email protected]

VALORES SOCIAIS

Além da família, a escola é outra institui-ção que tem importância no desenvolvi-mento de crianças e jovens, pois é o local onde se busca a integração social, troca de experiências, aprendizado, prepara-ção para o futuro. Analisando alguns es-tudos das últimas décadas sobre o papel da instituição educacional, observa-se pequenas mudanças neste sentido.

A escola, por meio do processo educati-vo, deve fortalecer experiências positivas de aprendizagem e de ajustamento, visto que se vive numa sociedade em constan-te transformação. Além disso, deve pro-porcionar que o indivíduo consiga realiza-ção individual através do desenvolvimen-to das próprias capacidades, favorecer a adaptação à família e aos demais grupos sociais, mobilizar o indivíduo para o tra-balho e necessidades da sociedade, bem como motivá-lo para uma participação ativa como cidadão na própria comunida-

de. O principal valor de uma escola de qualidade é a transmissão do saber e da cultura, incentivando a recriação-criação deste saber.

Aliado a esse valor vem a preparação dos cidadãos para uma democracia, a preparação dos trabalhadores para o mercado de trabalho e a igualização de oportunidades.

A escola precisa manter e perseverar no valor do diálogo entre as diversas cultu-ras nele representadas – diálogo que ex-clui as formas tradicionais de dominação-submissão, para se basear em formas de respeito mútuo que fundem uma nova forma de convivência. Sabemos que a escola prepara o aluno para a vida, atra-vés dos valores que a ele apresenta, des-sa forma, numa escola que luta por um padrão de qualidade, lançará à socieda-de pessoas críticas, aptas para exerce-rem a sua cidadania plenamente.

Filipe de Sousa

CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - patrocí[email protected]

OUTUBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 10

Profissão Cidadão - Dia 4 Dia Mundial da Anistia

Anistia é o ato do poder legislativo pelo qual se extinguem as consequências de um fato que em tese seria punível e, como resultado, qual-quer processo sobre ele. É uma medida ordina-riamente adotada para pacificação dos espíri-tos após motins ou revoluções.

A anistia deriva do grego amnestía, que signifi-ca esquecimento, ou seja, no seu significado atual provoca um “esquecimento” das infrações cometidas, isto é, cria uma ficção jurídica, co-mo se as condutas ilícitas nunca tivessem sido praticadas.

Existem três tipos de anistia: anistia tributá-ria, previdenciária, e anistia penal. A Anistia tri-butária e previdenciária extingue infrações ad-ministrativas dos contribuintes, mas não abran-ge eventuais crimes ou contravenções.

Ela tem como objetivo diminuir a carga fiscal das empresas e é concedida mediante lei espe-cífica do órgão legislativo que instituiu os res-pectivos tributos ou contribuições.

A anistia penal extingue a responsabilidade pe-nal para determinados fatos criminosos. Con-siste na decisão do Estado de não punir as pessoas já condenadas ou que podem vir a ser condenadas por certos atos praticados, que são tipificados penalmente. Ela tem como obje-tivo evitar a punição, para os casos em que já houve a condenação penal pelo tribunal.

A anistia se estende a alguns tipos de crimes, não exclui a responsabilidade civil, além do a-nistiado não poder ser considerado reincidente.

O século XX foi marcado por dois grandes con-flitos em escala mundial, entretanto, o mais fe-ral foi a Segunda Grande Guerra Mundial que vitimou cerca de setenta e cinco milhões de in-divíduos, dez de milhões só de judeus (Holocausto Nazista), aflorando, assim, o pior que o ser humano tem a oferecer a seus seme-lhantes. Então, tornou-se impostergável a ne-cessidade de uma reestruturação não somente entre os Estados Nacionais que participaram do conflito, mas sim, uma em esfera mundial. Sendo assim, diversos países, repudiando as

consequências advindas da guerra, assinaram documentos que exaltavam, precipuamente, a tolerância entre as nações e autodeterminação dos povos, corolário da Organização das Na-ções Unidas (ONU).

Contudo, mesmo sendo signatários, por vezes, era prática usual os países descumprirem os direitos ratificados e os quais propunham res-guardar. Logo, o que se observava era que tais documentos, a exemplo da Declaração Univer-sal os Direitos Humanos, não tinham caráter imperativo, mas sim, resignava-se a tão so-mente a uma essência consultiva.

Nesse contexto, conforme é apresentado, a A-nistia Internacional foi criada no ano de 1961, como reflexo a uma notícia que mencionava o caso de dois jovens estudantes portugueses que foram presos, após gritarem, em via públi-ca “viva a liberdade”, durante o Regime Salaza-rista. Peter Benenson, advogado britânico res-ponsável pela criação da entidade, apelou aos Estados, por meio de um artigo, para que atu-assem de forma positiva e tomassem as medi-das cabíveis e necessárias a fim de ajudar os indivíduos que são privados de liberdade ou mesmo quando tem, está cerceada por motivo associados a preconceitos raciais e lingüísti-cos. Esses indivíduos receberam a alcunha de “prisioneiros de consciência”, alusão clara e ob-jetiva ao motivo que culmina em sua prisão, ou seja, tão-só por se manifestarem.

Decorrido um curto lapso de tempo, represen-tantes de cinco países geraram os pilares para um movimento de cunho internacional, cujo fito basilar é a defesa dos Direitos Humanos que são ameaçados (WIKIPÉDIA/2008). Conse-qüentemente, pode-se afirmar que essa ONG visa resguardar em seu bojo os ditames e pre-ceitos apregoados como estandartes pela De-claração Universal dos Direitos Humanos de 1948, sobretudo, no que tange os incisos II e III do referido documento.

“Artigo II - Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religi-ão, opinião política ou de outra natureza, ori-gem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. Artigo III - Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.”

Tal fato ocorre, uma vez que tais condutas a-tentam contra a humanidade de forma geral e põe em xeque a concepção do indivíduo como ser que possui ampla complexitude e, conse-guintemente, dotado de um manancial de po-

tencialidades a serem desenvolvidos. Isto é, a aceitação de tais práticas atenta contra todo o arcabouço normativo que foi desenvolvido até o momento para resguardar o ser humano e evi-tar que barbáries outrora ocorridas, possam ser praticadas novamente.

É algo histórico o desrespeito aos direitos no solo pátrio, mesmo que o Estado Brasileiro te-nha ratificado a totalidade de documentos e tra-tados internacionais que sejam construídos sob a epígrafe “Direitos Humanos”. Esse fato decor-re de um longo período marcado pela ditadura militar, “inaugurada” em 1964 e findada na dé-cada de 1980, em que era praxe suprimir os direitos dos cidadãos, visando, desse modo, manter a ordem e a harmonia de um sistema esfacelado, justificado apenas pela vaidade de pouco.

Ainda nesse sentido, é interessante citar que a derrocada final desse modelo se deu com a promulgação de uma nova Carta Política que trouxe em seu seio novas premissas, valorou os preceitos e mandamentos e concedeu ao princípio da dignidade da pessoa humana o status de axioma primordial sobre o qual se assenta e se estrutura o Estado Democrático de Direito.

Entretanto, no que concerne a violação dos di-reitos humanos, recorrentes tem sido as denún-cias, precipuamente, as apresentadas pelos relatórios arquitetados pela Anistia Internacio-nal, revelando a real situação. Prova disso é o artigo publicado no dia 06 de Outubro do pre-sente ano e que discorre acerca dos abusos cometidos contra dos direitos humanos em di-versas cidades ao redor do mundo. Mais espe-cífico ainda é o artigo do dia 19 de setembro de 2008 que retrata com exatidão a situação de falta de segurança que impera no país, mor-mente, nos grandes centros urbanos, a exem-plo de São Paulo e Rio de Janeiro. Logo, o que existe de fato é um cenário em que o Estado encontra-se fortemente debilitado, sobretudo, no que se refere em assegurar a sua popula-ção as necessidades básicas, tais como a edu-cação, a saúde e a segurança. Ao passo que há um exponencial fortalecimento de milícias e grupos aramados que aterrorizam a população, principalmente aqueles residentes em comuni-dades carentes e favelas, instaurando um po-der paralelo que afronta o Ente Estatal, a Carta Magna e, conseqüentemente, todas as premis-sas que estruturam os Direitos Humanos.

OUTUBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 11

Constituições Brasileiras

www.formiguinhasdovale.org /// Rádio web CULTURAonline BRASIL /// http://www.culturaonlinebr.org

1ª - Constituição de 1824 (Brasil Império)

Apoiado pelo Partido Português, constituído por ricos comer-

ciantes portugueses e altos funcionários públicos, D. Pedro I

dissolveu a Assembléia Constituinte em 1823 e impôs seu

próprio projeto, que se tornou a primeira Constituição do Bra-

sil. Apesar de aprovada por algumas Câmaras Municipais da

confiança de D. Pedro I, essa Carta, datada de 25 de março

de 1824 e contendo 179 artigos, é considerada pelos historia-

dores como uma imposição do imperador.

Entre as principais medidas dessa Constituição, destaca-se o

fortalecimento do poder pessoal do imperador, com a criação

do Poder Moderador, que estava acima dos Poderes Executi-

vo, Legislativo e Judiciário. As províncias passam a ser go-

vernadas por presidentes nomeados pelo imperador e as

eleições são indiretas e censitárias.

O direito ao voto era concedido somente aos homens livres e

proprietários, de acordo com seu nível de renda, fixado na

quantia líquida anual de cem mil réis por bens de raiz, indús-

tria, comércio ou empregos. Para ser eleito, o cidadão tam-

bém tinha que comprovar renda mínima proporcional ao car-

go pretendido. Essa foi a Constituição com duração mais

longa na história do país, num total de 65 anos.

2ª - Constituição de 1891 (Brasil República)

Após a proclamação da República, em 15 de novembro de

1889, houve mudanças significativas no sistema político e

econômico do país, com a abolição do trabalho escravo, a

ampliação da indústria, o deslocamento de pessoas do meio

rural para centros urbanos e também o surgimento da infla-

ção. Outra mudança foi o abandono do modelo do parlamen-

tarismo franco-britânico, em proveito do presidencialismo

norte-americano.

O marechal Deodoro da Fonseca, proclamador da República

e chefe do governo provisório, e Rui Barbosa, seu vice, no-

mearam uma comissão de cinco pessoas para apresentar um

projeto a ser examinado pela futura Assembléia Constituinte.

O projeto escolhido vigorou como Constituição Provisória da

República até as conclusões da Constituinte.

As principais inovações dessa nova Constituição, datada de

24 de fevereiro de 1891, são: instituição da forma federativa

de Estado e da forma republicana de governo; estabeleci-

mento da independência dos Poderes Executivo, Legislativo

e Judiciário; criação do sufrágio com menos restrições, impe-

dindo ainda o voto aos mendigos e analfabetos; separação

entre a Igreja e o Estado, não sendo mais assegurado à reli-

gião católica o status de religião oficial; e instituição

do habeas corpus (garantia concedida sempre que alguém

estiver sofrendo ou ameaçado de sofrer violência ou coação

em seu direito de locomoção – ir, vir, permanecer –, por ile-

galidade ou abuso de poder).

3ª - Constituição de 1934 (Segunda República) Presidido por Getúlio Vargas, o país realiza nova Assembléia

Constituinte, instalada em novembro de 1933. A Constituição,

de 16 de julho de 1934, traz a marca getulista das diretrizes

sociais e adota as seguintes medidas: maior poder ao gover-

no federal; voto obrigatório e secreto a partir dos 18 anos,

com direito de voto às mulheres, mas mantendo proibição do

voto aos mendigos e analfabetos; criação da Justiça Eleitoral

e da Justiça do Trabalho; criação de leis trabalhistas, institu-

indo jornada de trabalho de oito horas diárias, repouso sema-

nal e férias remuneradas; mandado de segurança e ação

popular.

Essa Constituição sofreu três emendas em dezembro de

1935, destinadas a reforçar a segurança do Estado e as atri-

buições do Poder Executivo, para coibir, segundo o texto,

"movimento subversivo das instituições políticas e sociais".

4ª - Constituição de 1937 (Estado Novo)

Em 10 de novembro de 1937, Getúlio Vargas revogou a

Constituição de 1934, dissolveu o Congresso e outorgou ao

país, sem qualquer consulta prévia, a Carta Constitucional do

Estado Novo, de inspiração fascista, com a supressão dos

partidos políticos e concentração de poder nas mãos do che-

fe supremo do Executivo. Essa Carta é datada de 10 de no-

vembro de 1937.

Entre as principais medidas adotadas, destacam-se: institui-

ção da pena de morte; supressão da liberdade partidária e da

liberdade de imprensa; anulação da independência dos Po-

deres Legislativo e Judiciário; restrição das prerrogativas do

Congresso Nacional; permissão para suspensão da imunida-

de parlamentar; prisão e exílio de opositores do governo; e

eleição indireta para presidente da República, com mandato

de seis anos.

Com a derrota da Alemanha na Segunda Guerra Mundial, as

ditaduras direitistas internacionais entraram em crise e o Bra-

sil sofreu as consequências da derrocada do nazifascismo.

Getúlio Vargas tentou, em vão, sobreviver e resistir, mas a

grande reação popular, com apoio das Forças Armadas, re-

sultou na entrega do poder ao então presidente do Supremo

Tribunal Federal (STF), José Linhares, após a deposição de

Vargas, ocorrida em 29 de outubro de 1945.

O novo presidente constituiu outro ministério e revogou o

artigo 167 da Constituição, que adotava o estado de emer-

gência, acabando também com o Tribunal de Segurança

Constitucional. Ao fim de 1945, as eleições realizadas para a

Presidência da República deram vitória ao general Eurico

Gaspar Dutra, empossado em 31 de outubro de 1946, que

governou o país por decretos-lei, enquanto preparava-se uma

nova Constituição.

5ª - Constituição de 1946 Essa Constituição, datada de 18 de setembro de 1946, reto-

mou a linha democrática de 1934 e foi promulgada de forma

legal, após as deliberações do Congresso recém-eleito, que

assumiu as tarefas de Assembléia Nacional Constituinte.

Entre as medidas adotadas, estão o restabelecimento dos

direitos individuais, o fim da censura e da pena de morte. A

Carta também devolveu a independência ao Executivo, Le-

gislativo e Judiciário e restabeleceu o equilíbrio entre esses

poderes, além de dar autonomia a estados e municípios. Ou-

tra medida foi a instituição de eleição direta para presidente

da República, com mandato de cinco anos

As demais normas estabelecidas por essa Constituição fo-

ram: incorporação da Justiça do Trabalho e do Tribunal Fede-

ral de Recursos ao Poder Judiciário; pluralidade partidária;

direito de greve e livre associação sindical; e condicionamen-

to do uso da propriedade ao bem-estar social, possibilitando

a desapropriação por interesse social.

Destaca-se, entre as emendas promulgadas à Carta de 1946,

o chamado ato adicional, de 2 de setembro de 1961, que

instituiu o regime parlamentarista. Essa emenda foi motivada

pela crise político-militar após a renúncia de Jânio Quadros,

então presidente do país.

Como essa emenda previa consulta popular posterior, por

meio de plebiscito, realizado em janeiro de 1963, o país reto-

mou o regime presidencialista, escolhido pela população,

restaurando, portanto, os poderes tradicionais conferidos ao

presidente da República.

6ª - Constituição de 1967 (Regime Militar) O contexto predominante nessa época era o autoritarismo e a

política da chamada segurança nacional, que visava comba-

ter inimigos internos ao regime, rotulados de subversivos.

Instalado em 1964, o regime militar conservou o Congresso

Nacional, mas dominava e controlava o Legislativo. Dessa

forma, o Executivo encaminhou ao Congresso uma proposta

de Constituição que foi aprovada pelos parlamentares e pro-

mulgada no dia 24 de janeiro de 1967.

Mais sintética do que sua antecessora, essa Constituição

manteve a Federação, com expansão da União, e adotou a

eleição indireta para presidente da República, por meio de

Colégio Eleitoral formado pelos integrantes do Congresso e

delegados indicados pelas Assembléias Legislativas. O Judiciário também sofreu mudanças, e foram suspensas as

garantias dos magistrados.

Essa Constituição foi emendada por sucessiva expedição de

Atos Institucionais (AIs), que serviram de mecanismos de

legitimação e legalização das ações políticas dos militares,

dando a eles poderes extra-constitucionais. De 1964 a 1969,

foram decretados 17 atos institucionais, regulamentados por

104 atos complementares.

Um deles, o AI-5, de 13 de dezembro de 1968, foi um instru-

mento que deu ao regime poderes absolutos e cuja primeira

consequência foi o fechamento do Congresso Nacional por

quase um ano e o recesso dos mandatos de senadores, de-

putados e vereadores, que passaram a receber somente a

parte fixa de seus subsídios.

Entre outras medidas do AI-5, destacam-se: suspensão de

qualquer reunião de cunho político; censura aos meios de

comunicação, estendendo-se à música, ao teatro e ao cine-

ma; suspensão do habeas corpus para os chamados crimes

políticos; decretação do estado de sítio pelo presidente da

República em qualquer dos casos previstos na Constituição;

e autorização para intervenção em estados e municípios.

7ª - Constituição de 1988 (Constituição Cidadã)

Em 27 de novembro de 1985, por meio da emenda constitu-

cional 26, foi convocada a Assembléia Nacional Constituinte

com a finalidade de elaborar novo texto constitucional para

expressar a realidade social pela qual passava o país, que

vivia um processo de redemocratização após o término do

regime militar.

Datada de 5 de outubro de 1988, a Constituição inaugurou

um novo arcabouço jurídico-institucional no país, com amplia-

ção das liberdades civis e os direitos e garantias individuais.

A nova Carta consagrou cláusulas transformadoras com o

objetivo de alterar relações econômicas, políticas e sociais,

concedendo direito de voto aos analfabetos e aos jovens de

16 a 17 anos. Estabeleceu também novos direitos trabalhis-

tas, como redução da jornada semanal de 48 para 44 horas,

seguro-desemprego e férias remuneradas acrescidas de um

terço do salário.

Outras medidas adotadas Constituição de 88 foram: institui-

ção de eleições majoritárias em dois turnos; direito à greve e

liberdade sindical; aumento da licença-maternidade de três

para quatro meses; licença-paternidade de cinco dias; cria-

ção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em substituição ao

Tribunal Federal de Recursos; criação dos mandados de in-

junção, de segurança coletivo e restabelecimento do habeas

corpus.

Foi também criado o habeas data (instrumento que garante o

direito de informações relativas à pessoa do interessado,

mantidas em registros de entidades governamentais ou ban-

co de dados particulares que tenham caráter público).

Destacam-se ainda as seguintes mudanças; reforma no siste-

ma tributário e na repartição das receitas tributárias federais,

com propósito de fortalecer estados e municípios; reformas

na ordem econômica e social, com instituição de política agrí-

cola e fundiária e regras para o sistema financeiro nacional;

leis de proteção ao meio ambiente; fim da censura em rádios,

TVs, teatros, jornais e demais meios de comunicação; e alte-

rações na legislação sobre seguridade e assistência social.

Helena Daltro Pontual

OUTUBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 12

Socializando ideias

ATENÇÂO

A Gazeta Valeparaibana, um veículo de divul-gação da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, orga-nização sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de au-las, tais como: educação, cultura, tradições, his-tória, meio ambiente e sustentabilidade, respon-sabilidade social e ambiental, além da transmis-são de conhecimento.

Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conheci-mento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidária e conhecedora de suas res-ponsabilidades sociais.

No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudi-quem seus nomes. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato. [email protected]

Rádio web CULTURAonline Brasil Prestigie, divulgue, acesse,

junte-se a nós. A Rádio web

CULTURAonline BRASIL, prioriza a Educação, a boa

Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social,

cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Saúde,

Cidadania, Professor e Famí-lia.Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz e, a E-ducação e o Brasil se discute num debate aberto, crítico e

livre, com conhecimento e responsabili-

dade!

Acessível no link: www.culturaonlinebr.org

Eu sei, mas não devia Por: Marina Colasanti Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as jane-las ao redor. E, porque não tem vista, logo se a-costuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã sobres-saltado porque está na hora. A tomar o café cor-rendo porque está atrasado. A ler o jornal no ôni-bus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dor-mir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando

os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ou-vir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que de-seja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra. A gente se acostuma a andar na rua e ver carta-zes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. Às salas fecha-das de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz

artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potá-vel. À contaminação da água do mar. À lenta mor-te dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter se-quer uma planta. A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perce-ber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimen-to ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspere-za, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostu-ma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma

A deseducação brasileira Estou no final de uma facul-dade de Pe-dagogia e a educação neste pais nos deixa perplexo .

Que modelo é este que nos faz às vezes temer uma sala de aula na rede estadual de São Paulo ou de qualquer estado Brasileiro. Não quero aqui Criticar governo A ou B ou partido A e B.

Quero debater dentro da tal democracia a educação. A matéria do Estado de São Paulo deste domingo não nos traz novidade. E já sei que a sociedade continuará muda, cega e sur-da?

Diante da calamidade que é a educação. Não há um real desejo de mudança. E não falo de uma educação para o trabalho. Precisamos de uma educação que faça nascer um cida-dão que entenda os direitos e os deveres da democracia.

Precisa se reformular o estatuto da criança e do adolescente. Governos precisam ter me-nos cara de pau e não pagar seiscentos reais a um educador.

Métodos, teorias não nos falta precisamos re-almente entende-las?

No pé em que está a educação neste país não dá. Não teremos nunca um cidadão que saiba o que é industria cultural e suas mani-pulações.

Que realmente entenda o que é mercado de trabalho. E o que é aprender.

Talvez nos professores talvez não tenhamos aprendido a entender a vida então como ire-mos ensinar.

Mas governos também não sabem governar. E a classe política insiste em fechar os olhos a educação e fazer um debate profundo.

Preferem não cassar parlamentares no con-gresso. Preferem fechar os olhos ao clamor das ruas.

Os pais precisam aprender a educar seus fi-lhos. Cabe ao professores colaborar com esta educação.

Passar os conteúdos e a história da humani-dade nas ciências exatas, ciências humanas.

Mas será que ainda somos humanos nesta sociedade massificada em que vivemos?

João Carlos Faria (Joka)

www.formiguinhasdovale.org /// CULTURAonline BRASIL /// http://www.culturaonlinebr.org

OUTUBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 13

Dia Nacional do Professor 15 de Outubro

Nada a comemorar

O Dia Mundial do Professor, celebrado em mais de 100 países, constitui um importante dia de reflexão e sensibilização sobre a im-portância que os(as) professores(as) têm na educação e no consequente desenvolvi-mento. Por esse motivo, é essencial que es-te dia seja assinalado por todos e todas. Este ano as celebrações do Dia Mundial do Professor incluíram uma especial homena-gem aos professores que trabalham em si-tuações muito difíceis. Em muitos países, a profissão docente é exercida em condições extremas - em zonas rurais sem infra-estruturas, zonas pós-conflito ou mesmo á-reas que foram atingidas por catástrofes na-turais. O papel dos professores é vital em crises humanitárias para a reconstrução so-cial, econômica e intelectual de um determi-nado local. O papel dos professores é tam-bém muito importante ao nível psico-social, no sentido de apoiarem jovens que testemu-nharam violência extrema ou viveram a des-truição das suas casas e aldeias ou a morte de parentes.

O tema deste ano foi ‘Recovery begins with teachers’ (‘A recuperação começa com os professores’) e levou professores do Haiti, Israel, Leso-to, Mali, Laos e França a partilharem as suas experiências e aprendizagens na reflexão e debate sobre o tema. A Diretora Geral da UNESCO, Irina Bokova, e os chefes executivos da UNICEF, do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi-mento), da Organização Internacional do Trabalho e da EI (Educação Internacional) referem que «Os professores dão continuidade e segu-rança, dando esperança ao futuro das crianças (…) ajudam a atenuar os efeitos de conflitos e dos desastres naturais. Apoiar os professores em situações de pós-conflito é um importante investimento na paz e no desenvolvimento.» Irina Bokova acrescenta ainda que os professores «são edificadores da paz (…) eles pavimentam um caminho traçado por valores de respeito, tolerância, compreensão mútua e solidariedade. Esta é uma missão cada vez mais importante na sociedade atual (…).» Os mesmos afirmaram: «As más condições de trabalho e os baixos salários para além de violarem os direitos dos professores, desencorajam jovens a ingressar esta profissão. A situação deve ser resolvida rapidamente, num momento em que são necessários cerca de dez milhões de professores para que se atinja a Educação Primária para Todos e Todas até 2015», chamando a atenção para o fato do Dia Mundial do professor ser não só um dia para homenagear os professores de todo o mundo, mas também um dia para focar as atenções no seu estatuto e nas suas condições de trabalho. De acordo com as últimas projeções do Instituto de Estatística da UNESCO (2007), é necessário contratar mais 10,3 milhões de professores para se atingir o ensino primário universal até 2015 – o segundo dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) – tendo como limite, estipulado internacionalmente, de 40 alunos por professor. Como referem os chefes das quatro maiores agências das Nações Unidas, «Sem um número suficiente de professores qualificados e motiva-dos, corremos o risco de ficar aquém da promessa feita há dez anos atrás no Fórum Mundial de Educação porque os professores são vitais dentro do siste-ma de ensino.» A recuperação de muitas crianças, homens e mulheres em situações de con-flitos, catástrofes naturais ou situações de doença, passa pela educação e pelos professores. A melhor forma de homenagear todos os professores e todas as professoras de todo o mundo é dar-lhes melhores condições de tra-balho, para que sejam motivados na preparação das gerações jovens e futu-ras para que sejam cidadãos e cidadãs conscientes e responsáveis. Sobre a Campanha: A Campanha Global pela Educação (CGE) é uma coli-gação internacional de organizações não governamentais, sindicatos, institui-ções escolares e movimentos sociais de todos os tipos, empenhada na pro-moção do direito à educação. Esta coligação nasceu em 1999 com o propósi-to de exigir dos governos o acesso e o usufruto do direito à educação para todos e todas. Reclama que se ponham em prática todas as declarações que emergiram de fóruns e cimeiras internacionais até à data. Em Portugal, a CGE é implementada por uma plataforma de organizações da sociedade civil.

www.formiguinhasdovale.org /// CULTURAonline BRASIL /// http://www.culturaonlinebr.org

OUTUBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 14

EDUCAR não é opinião Educação para a cidadania:

O conhecimento como instrumento político de libertação.

A formação do ser humano começa na família. Ali, tem início um pro-cesso de humanização e libertação; é um caminho que busca fazer da criança um ser civilizado, e bem cedo a escola participa desse pro-cesso.

Com o conhecimento adquirido na escola, o aluno se prepara para a vida. Passa a ter o poder de se transformar e de modificar o mundo onde vive.

Educar é um ato que visa à convivência social, a cidadania e a toma-da de consciência política. A educação escolar, além de ensinar o co-nhecimento científico, deve assumir a incumbência de preparar as pessoas para o exercício da cidadania. A cidadania é entendida como o acesso aos bens materiais e culturais produzidos pela sociedade, e ainda significa o exercício pleno dos direitos e deveres previstos pela Constituição da República.

A educação para a cidadania pretende fazer de cada pessoa um a-gente de transformação. Isso exige uma reflexão que possibilite com-preender as raízes históricas da situação de miséria e exclusão em que vive boa parte da população. A formação política, que tem no uni-verso escolar um espaço privilegiado, deve propor caminhos para mu-dar as situações de opressão. Muito embora outros segmentos partici-pem dessa formação, como a família ou os meios de comunicação, não haverá democracia substancial se inexistir essa responsabilidade propiciada, sobretudo, pelo ambiente escolar.

O problema da grave concentração de renda no Brasil, a corrupção que permeia os órgãos governamentais, a ingerência política e o des-caso histórico do governo brasileiro com os direitos fundamentais de seus cidadãos são problemas que somente se encerrarão com o apri-moramento da democracia, que se dará por meio do controle do po-der pelo povo.

Segundo Lakatos (1999):

Democracia é a filosofia ou sistema social que sustenta que o indiví-duo, apenas pela sua qualidade de pessoa humana, e sem considera-ção às qualidades, posição, status, raça, religião, ideologia ou patri-mônio, deve participar dos assuntos da comunidade e exercer nela a direção que proporcionalmente lhe corresponde.

Infelizmente, no Brasil, a participação do povo no poder se limita a comparecer às urnas durante o processo eleitoral. A cultura de partici-

pação é o primeiro passo para se consolidar uma democracia capaz de garantir os direitos sociais de todos os cidadãos.

A formação de uma cultura democrática como a sonhada pelo educa-dor Pedro Demo nasce do conhecimento enquanto instrumento políti-co de libertação. Ela permitirá o desenvolvimento dos potenciais de cada aluno-cidadão no meio social em que vive.

Quem hoje poderá pensar a problemática social brasileira sem levar em conta o significado da escola nesse contexto?

De modo particular, a corrupção na administração pública vem sendo apontada como um dos mais graves problemas atuais no Brasil. A corrupção se encerra somente com o aprimoramento da democracia. Por isso, cada cidadão deve acompanhar de perto a ação de seus candidatos antes, durante e depois das eleições.

Considerando questões sociais como esta, Cecília Peruzzo adverte que:

Estes são apenas alguns dos indicativos da importância histórica da educação para a cidadania em sua contribuição para alterações no campo da cultura política, por meio da ampliação do espectro da parti-cipação política, não só em nível macro do poder político nacional, mas incrementando-a a partir do micro, da participação em nível local, das organizações populares, e contribuindo para o processo de de-mocratização e ampliação da conquista de direitos de cidadania.

A idéia de educação deve estar intimamente ligada às de liberdade, democracia e cidadania. A educação não pode preparar nada para a democracia a não ser que também seja democrática. Seria contraditó-rio ensinar a democracia no meio de instituições de caráter autoritário.

Bóbbio (2002) afirma que “a democracia não se refere só à ordem do poder público do Estado, mas deve existir em todas as relações soci-ais, econômicas, políticas e culturais. Começa na relação interindivi-dual, passa pela família, a escola e culmina no Estado. Uma socieda-de democrática é aquela que vai conseguindo democratizar todas as suas instituições e práticas”.

Autor: Roberto Carlos Simões Galvão

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOBBIO, Norberto. Teoria geral da política. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

LAKATOS, Eva Maria. Sociologia geral. 7.ed. São Paulo: Atlas, 1999.

PERUZZO, Cecília M. K. Comunicação nos movimentos populares: a participação

na construção da cidadania. Petrópolis: Vozes, 1998.

CONTATOS: 055 12 9114.3431 - Emails: CONTATO: [email protected] - patrocí[email protected]

Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, encontramos pessoas propensas aos mais diversos rumos incluindo incluindo-se a devassi-dão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não tenha medo de lutar pelo que acredita, apenas seja você, mesmo nos mais divergentes momentos que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetará os que estão à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu futuro amanhã. Seja feliz, haja com honestidade sempre. Mas acima de tudo, cuidado com o que te tornarás!

Filipe de Sousa

O Dom de ser Advogado! Advogar, é lutar, defender e ajudar;

Se fazer acreditar, no momento de amparar; Ser fiel a seus princípios;

Seguir firme e determinado; Sempre com as lei ao seu lado; Fazê-la cumprir com sabedoria;

Com lealdade e fidalguia; Defendendo e sendo amável; Confiando em seu esforço;

Na sentença favorável! Wallace Barbosa

OUTUBRO 2013 Gazeta Valeparaibana Página 15

Nossos filhos - Educação

Genha Auga A palavra estória, co-mumente aceita como sendo um relato de fatos não comprova-dos (ou fictícios), fora designada para tal fim no início do século XX, por um acadêmi-co brasileiro – mas sem respaldo etimoló-

gico.

Etimologistas dizem, no entanto, que tal neo-logismo é uma “frescura” estilística, uma vez que, na língua portuguesa, não há razão lin-guística para adotá-lo, mesmo quando quiser diferenciar de história.

Envolto pela tradição folclorista do termo, o conhecido escritor Guimarães Rosa acabou publicando, em 1962, um livro com o títu-lo Primeiras Estórias.

O Aurélio, 4ª Edição, também condena o ver-bete estória: "Recomenda-se apenas a grafi-

a história, tanto no sentido de ciência históri-ca, quanto no de narrativa de ficção, conto popular, e demais acepções".

Portanto, segundo recomendação etimológi-ca, não se deve usar o termo estória, mesmo em se tratando de evento fictício. Use somen-te história.

Fica registrado, assim, o erro do consagrado Guimarães Rosa. Erros de português, portan-to, são encontrados inclusive por parte de quem julgamos incapazes de cometê-los.

Alguns modernistas brasileiros, por exemplo, tendo à frente o poeta Mário de Andrade, de-fendiam que uma frase poderia ser iniciada por um pronome átono, ao contrário do que dizia - e ainda diz - a regra gramatical perti-nente ao caso.

Eles defendiam, deste modo, que frases do tipo "O vi hoje", são corretas. Ou ainda "As conheci há pouco".

A reação não demorou a chegar, o que fez os modernistas recuarem, com exceção de Mário de Andrade, que mesmo diante das pondera-

ções de Manuel Bandeira, preferiu continuar no erro.

Robério Fernandes – Colunista da "Reforma Ortográfica" - É Licenciado em História e ex-professor de matemática financeira. - Autor do livro “Manual de português para o dia a dia forense”. - É servidor concursado do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. - Ministra cursos sobre a nova reforma orto-gráfica. - Em 2009 foi facilitador do referido curso na Comarca de Acopiara e em 2010 e 2011 na Comarca de Aquiraz, tendo como destinatá-rios juízes, promotores, advogados e servido-res do Judiciário e do Ministério Público. É autor de três blogs, um dos quais voltados exclusivamente para a língua portuguesa, com postagens semanais.

Nota: Recomenda-se apenas o uso de histó-ria, tanto ao referir-se à ciência quanto à nar-rativa de ficção, geralmente de cunho popular - Dicionário Michaelis Escolar – Português –

www.formiguinhasdovale.org /// CULTURAonline BRASIL /// http://www.culturaonlinebr.org

A palavra mágica

Vou procurá-la a vida inteira

no mundo todo.

Se tarda o encontro, se não a

encontro, não desanimo, procuro sempre.

Procuro sempre, e a minha procura

ficará sendo a minha palavra.

(Carlos Drummond de Andrade) A linguagem oral é a mais remota figura de comunicação entre as pessoas, portanto, as histórias têm papel respeitável no desenvolvi-mento das crianças. Mais que uma linguagem prazerosa e educativa, a ação de contar e ou-vir histórias possibilita o resgate da memória cultural e afetiva. Contar histórias é a mais antiga das artes. Nos velhos tempos, o povo

se reunia ao redor do fogo para se esquentar, alegrar, dialogar, narrar acontecimentos. As pessoas assim reunidas contavam e repetiam histórias, para guardar suas tradições e sua língua. Assim transmitiam a história e o co-nhecimento acumulado pelas gerações, as crenças, os mitos, os costumes e os valores a serem resguardados pela comunidade. Deve-mos lembrar que Cristo, nas pregações, usa-va a parábola, uma forma narrativa alegórica, uma história, para passar sua mensagem aos homens. Suas palavras iam do concreto ao simbólico e todos as entendiam. O ato de contar uma história, além de ativida-de lúdica, amplia a imaginação e ajuda a cri-ança a organizar sua fala, através da coerên-cia e da realidade. O ver, sentir e ouvir são as primeiras disposições na memória das pesso-as. Contar histórias é uma experiência de in-teração. Constitui um relacionamento cordial entre a pessoa que conta e os que ouvem. A interação que se estabelece aproxima os su-jeitos envolvidos. Os contos enriquecem nos-so espírito, iluminam nosso interior, e, ao mesmo tempo, nos tornam mais protagonistas na resolução dos problemas e mais flexíveis para aceitar diferenças. O exercício de contar histórias possibilita de-bater importantes aspectos do dia-a-dia das crianças. Contar histórias é também uma for-ma de ensinar temas éticos e cidadania e de

propiciar um mundo imaginário que encanta a criança. A criança necessita ouvir histórias para desenvolver sua imaginação, a observa-ção, e a linguagem oral e escrita, assim como, o prazer pela arte, a habilidade de dar lógica aos acontecimentos e estimular o interesse pela leitura. Através da arte de contar histórias, podemos tornar possível a construção da aprendizagem relacionada à competência cognitiva da crian-ça, propiciando elaboração de conceitos, compreendendo sua atitude no mundo, e se identificando com papéis sociais que exercerá ao longo de sua existência.As histórias devem acontecer dentro de um contexto simples e adequado ao entendimento da criança. São extraordinárias ferramentas para a comunica-ção de valores, porque dão contexto a fatos abstratos, difíceis de serem transmitidos isola-damente. O professor como contador de his-tórias, transforma-se em um mediador privile-giado dentro do contexto da educação quando leva o aluno a pesquisa e a novas produções. A história passa a ser reinventada pela crian-ça através de um desenho, uma pintura, ou mesmo através de uma fala com enfoque pes-soal. Ref: Revista ACB Amélia Hamze Profª FEB/CETEC FISO e ISEB – Barretos/SP

A arte da palavra

OUTUBRO - 2013

Edição nº. 71 Ano VI - 2013

Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável - Cidadania

A Síria e os EUA

Para entender o que está acontecendo na Síria temos que entender o que está acontecendo nos EUA, o que não é fácil na Espanha devido à insuficiente e/ou parcial cobertura por parte dos meios de informação espanhóis (com algu-mas exceções) da realidade daquele país.

Hoje os EUA estão vivendo um momento de grandes conflitos cuja resolução marcará o pa-ís por muitos anos.

Por um lado, estamos vendo a aplicação de algumas políticas de cortes de gasto público sem precedentes, cortes que estão se justifi-cando pela suposta necessidade de reduzir o que se considera um excessivo nível de déficit público.

A fim de alcançar a diminuição desse déficit, estão cortando de uma maneira radical servi-ços do escassamente financiado Estado de Bem-estar estadunidense, afetando especial-mente os serviços e transferências públicas às populações mais vulneráveis, tais como o pro-grama Food Stamps (vale alimentos) que os Estados provém em bases discricionais e as-sistenciais à população pobre que não tem fun-dos para comprar alimentos e que o próprio governo federal (seu Departamento de Agricul-tura) define como "food insecure”, que quer di-zer, como afirma em linguagem mais acessível

o The New York Times, "pessoas que têm fo-me”, e que são 49 milhões de cidadãos e resi-dentes estadunidenses que representam nada menos que 16,4% da população dos EUA.

Por outro lado, o Presidente Obama está pe-dindo a aprovação do Congresso dos EUA pa-ra levar a cabo um ato de intervenção militar contra o governo da Síria, aduzindo que dito governo cometeu um ato (a utilização de armas químicas em um conflito armado) que deveria ser penalizado.

Não sancioná-lo implicaria - segundo o Presi-dente Obama - uma perda de credibilidade, não apenas dos EUA, mas da comunidade in-ternacional, pois tanto o governo dos EUA co-mo a comunidade internacional haviam se comprometido em vários tratados internacio-nais a não autorizar tais armas nas frentes de batalha. Na recente reunião do G-20, o Presi-dente Obama afirmou que "gasear gente ino-cente com armas químicas, inclusive contra crianças, é algo que nós não fazemos e que não devemos permitir”.

A pergunta que se coloca é: Que credibilida-de tem os argumentos pró-bombardeio?

Tais argumentos aduzidos pela Administração Obama, entretanto, têm escassa credibilidade. Na verdade, o governo federal dos EUA foi um dos governos que utilizou com mais frequência armamento químico (e biológico) nas frentes de batalha.

O caso mais notório foi a utilização, por parte das Forças Armadas dos EUA no Vietnã, Laos e Camboja, de 45 milhões de litros do Agente Laranja (uma dioxina altamente tóxica), afetan-do mais de meio milhão de pessoas (matando-as ou ferindo-as e deformando-as) entre as po-pulações bombardeadas no Vietnã, Camboja e Laos. (foto acima)

Ainda hoje, e como sequela daqueles bombar-deios, existe um grande número de nascimen-tos de crianças com enormes deformidades entre as populações daqueles países expostas a tal arma química, que continua no solo de mais de quatro milhões de acres desses territó-rios.

O governo federal dos EUA utilizou também, além de armas químicas, armas bacteriológi-cas (também proibidas nos tratados internacio-nais) contra vários países na América Latina (incluindo Cuba, causa da epidemia de dengue em 1981, que matou 188 pessoas, incluindo 88 crianças).

E inclusive, mais recentemente, o caso mais notório de utilização massiva de armas quími-cas foi o que levou a cabo o governo iraquiano (liderado então por Saddam Hussein) contra o Irã, utilização com pleno conhecimento e apoio do governo federal dos EUA, que apoiava ao ditador iraquiano naquele conflito.

E o mesmo governo federal dos EUA tem, en-tre seus aliados, alguns dos maiores violadores de direitos humanos hoje no mundo, tais como a Arábia Saudita, que tem um enorme arsenal de armas químicas que, segundo várias cadei-as de informação, foram fornecidas aos extre-mistas islâmicos, na oposição ao ditador sírio, os quais possuem esse tipo de armas como indicou também Carla del Ponte, membro da Comissão Internacional de Investigação das Nações Unidas para investigar casos anterio-res de utilização de armas químicas na Síria, que afirmou que existiu a posse e utilização de tais armas no passado pelos rebeldes,

Na verdade, ditas armas foram utilizadas pelos dois lados do conflito na Síria. Da redação

PREMIAÇÕES E PROTESTO MARCAM OS

102 ANOS DA CÂMARA PORTUGUESA DO RIO DE JANEIRO

No último dia 11 de setembro, a Câma-ra Portuguesa de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro reuniu empresários e personalida-des que mais se destacaram nas relações Brasil-Portugal este ano para um jantar em comemoração aos 102 anos de atividades no

Rio de Janeiro.

O evento foi realizado no Museu Histórico Na-cional, no Centro do Rio, homenageou o pre-sidente da Cimpor, 9ª maior cimenteira do mundo, Ricardo Lima; o presidente executivo da EDP Energias de Portugal, António Mexia; o presidente do Banco Caixa Geral Brasil, Nu-no Fernandes Thomaz, o presidente do Con-selho Administrativo do Banco BIC Português S.A, Fernando Teles, o presidente da Gesti-Fute – Gestão de Carreiras de Profissionais Desportivos, Jorge Mendes, considerado, por três anos consecutivos, o melhor agente de jogadores de futebol do mundo e a cantora Mariza, expoente internacional do fado con-temporâneo.

Outro homenageado e alvo de protestos de imigrantes portugueses no Rio era Miguel Relvas, ministro do governo português, e no-meado para o Alto-Comissário da Casa da Língua Portuguesa no Brasil.

Segundo Linda Miriam, uma das manifestan-

tes – é uma vergonha a Câmara homenagear e nomear um político como Miguel Relvas, acusado de espionagem, do escândalo finan-ceiro do BPN e desvio de verba do projeto Tecnoforma -, afirmou a portuguesa.

+351 Negócios Rio-Portugal. Durante o jantar foi lançada a Revista +351 Ne-gócios Rio-Portugal, uma publicação tri-mestral da Câmara Portuguesa do Rio, com notícias, dicas e entrevistas com personalidades de relevância mundial. A revista trará também informações sobre novos projetos e empreendimentos e, em sua primeira edição, um editorial do Pri-meiro-Ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, onde destaca a importância do Brasil na integração entre dois países.

Ana Crys Tavares Rio de Janeiro