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Boletim informativo do CVV Francisca Júlia Edição 71 Janeiro | Fevereiro | Março | 2013 Mulheres alcoolistas Sociedade x Consumo Os cuidados com si mesmo podem ajudar uma pessoa a prevenir a depressão Pág. 3 O Natal foi comemorado com muita alegria e confraternizações no CVV Francisca Júlia Pág. 6 e 7 Avaliações da saúde mental de homens que sofreram agressões são raras Pág. 3 Um simples dia na praia foi também um momento ímpar para resgatar lembranças de vivências anteriores à internação Pág. 5 Natal no FJ Passeio na Praia Mais um tema para reflexão do colunista Júlio Ottoboni Pág. 4 Palestra de Jacques Conchon em SJC Pág. 5 Saúde mental masculina é afetada pela violência

Mente Aberta, CVVFJ, Edição 071, 2012

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Informativo do CVV Francisca Júlia de São José dos Campos, SP.

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Page 1: Mente Aberta, CVVFJ, Edição 071, 2012

Boletim informativo do CVV Francisca Júlia

Edição 71Janeiro | Fevereiro | Março | 2013

Mulheres alcoolistas

Sociedadex Consumo

Os cuidados com si mesmo podem ajudar uma pessoa a prevenir a depressão

Pág. 3

O Natal foi comemorado com muita alegria e confraternizações no CVV Francisca Júlia

Pág. 6 e 7

Avaliações da saúde mental de homens que sofreram agressões são raras

Pág. 3

Um simples dia na praia foi também um momento ímpar para resgatar lembranças de vivências anteriores à internação

Pág. 5

Natal no FJPasseio na Praia

Mais um tema para reflexão do colunista Júlio Ottoboni

Pág. 4

Palestra de Jacques Conchonem SJCPág. 5

Saúde mental masculina é afetada pela violência

Page 2: Mente Aberta, CVVFJ, Edição 071, 2012

ReflexãoA boa parte

“Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada – Jesus.” (LUCAS, 10:42).

Não te esqueças da “boa parte” que reside em todas as criaturas e em todas as coisas.O fogo destrói, mas transporta consigo o ele-mento purifi cador.A pedra é contundente, mas consolida a se-gurança.A ventania açoita impiedosa, todavia, ajuda a renovação.A enxurrada é imundície, entretanto, costuma carrear o adubo indispensável à sementeira vitoriosa. Assim também há criaturas que, em se reve-lando negativas em determinados setores da luta humana, são extremamente valiosas em outros. A apreciação unilateral é sempre ruinosa.A imperfeição completa, tanto quanto a per-feição integral, não existe no plano em que evoluímos. O criminoso, acusado por toda a gente, ama-nhã pode ser o enfermeiro que te estende o copo d’água. O companheiro, no qual descobres agora uma faixa de trevas, pode ser depois o irmão subli-mado que te convida ao bom exemplo. A tempestade da hora em que vivemos é, mui-tas vezes, a fonte do bem-estar das horas que vamos viver.Busquemos o lado melhor das situações, dos acontecimentos e das pessoas. “Maria escolheu a boa parte, que não lhe será tirada” – disse-nos o Senhor.Assimilemos a essência da divina lição.Quem procura a “boa parte” e nela se detém recolhe no campo da vida o tesouro espiritual que jamais lhe será roubado.

Do espírito Emmanuelpsicografi a de Francisco Candido Xavier

Expediente Diretor GeralLuiz Carlos Peagno

Diretor ClínicoDr. Odeilton Tadeu SoaresCRM: 68139-3

outra pessoa é o centro da atenção, com respeito a suas vivências e sentimentos. A relação com a outra pessoa sempre será de apoio, com disponibilidade para ouvir.

Para os que nutrem o respeito pelo outro, inexiste a importância por títulos, grau de cultura, muito menos pelo saldo bancário. O que pesa nisto é o SIMPLES FATO DE A PESSOA EXISTIR. Dentro de cada ser há um ato de sabedoria, a pura expres-são da divindade, que poderá ser desenvolvido pelo clima de acolhimento fraterno sem julgamentos, ou ideias preconcebidas.

Compreendemos, ainda durante o encontro, que para uma boa conversa dar certo é indispensável que nos apresentemos livres de preconceitos. Essa é a única forma de entender o que a outra pessoa está nos dizendo. É fundamental confi armos na ca-pacidade que todo ser humano tem em si para solu-cionar seus problemas, evocando assim a tendência construtiva, e criar um ambiente acolhedor, livre de ameaças , para desencadear a criatividade.

Estamos disponíveis para levar adiante – para esco-las, empresas, sociedade amigos de bairro e grupos interessados – a PROPOSTA DE VIDA DO CVV, rumo à construção de uma SOCIEDADE MAIS FRATERNA E AMIGA.

Luiz Carlos PeagnoDiretor do CVV Francisca Júlia

Palestra Jacques Conchon – Fundador do CVV

No dia 19 de janeiro de 2013, no auditório da Câ-mara Municipal de São José dos Campos, Jacques André Conchon, fundador do CVV – Centro de Valorização da Vida, realizou uma Palestra com o tema CVV – Uma Proposta de Vida, ainda alusiva aos 50 anos do CVV no Brasil.

O encontro contou com a participação de 76 pessoas e foi marcado pelo emocionante relato da experiên-cia adquirida pelo CVV ao longo do tempo, atenden-do pessoas solitárias com propensão ao suicídio.

Acredito que a superfi cialidade e a tecnologia sem ligação com os sentimentos podem conduzir à soli-dão profunda. Importante para integrar e melhorar as condições de vida da humanidade, a tecnologia ao mesmo tempo desenvolve um paradoxo de apro-ximar e afastar as pessoas. Neste mundo tão repleto de facilidades, a vida se tornou complexa e poucos percebem isto, principalmente no que se refere aos sentimentos.

Em uma realidade competitiva as pessoas se fe-cham, não se comunicam, e vivem isoladas. Duran-te a conversa de Jacques , percebemos que as ne-cessidades do ser interior relacionam-se a uma vida plena, em vez das necessidades externas, que geram ansiedade, solidão e isolamento. Por isso a grande importância de se ouvir o outro, ter uma postura sensível, numa autêntica relação fraterna, na qual a

Conselho DiretorLorival Marcusso BlancoAntonio C. B. dos SantosRenato Caetano de JesusMilton GabbaiSolange PerezAlan Kardeck Gonzalez

ColunistaJúlio OttoboniProjeto gráfi co e desktopZoon Design – [email protected]ãoAllcor Gráfi ca e Editora

Nota FiscalPaulistaDevido à colaboração de seus 22 voluntários, o CVV Francisca Júlia, de São José dos Campos, con-seguiu alcançar uma arrecadação signifi cativa com o cadastro dos cupons fi scais no sistema da Nota Fiscal Paulista.

O trabalho realizado nos anos de 2010 e 2011, com a digitação de mais de 52 mil notas e cupons fi scais recolhidos nas empresas parceiras, acabou se rever-tendo em ações para a melhoria nos atendimentos dos pacientes.

Em 2012, o número de notas e cupons fi scais ca-dastrados subiu para 113.593 unidades, o que re-presentou uma arrecadação de R$ 20.314,14 para a instituição. O objetivo agora dos voluntários é aumentar ainda mais a arrecadação para este ano.

A direção da entidade agradece a todos que reco-lheram e doaram os cupons para o CVV Francisca Júlia, entre elas a padaria Doce Delícia, Mc Donalds, Marina Lopes e Indelicato Cafeteria.Patrícia Arruda

Editorial

Page 3: Mente Aberta, CVVFJ, Edição 071, 2012

Avaliações da saúde mental de homens que sofreram agressões são raras

Homens com sofrimento mental sofrem mais vio-lência psicológica, física e sexual. Essa constatação é um dos pontos levantados na dissertação Agravos à saúde mental dos homens envolvidos em situações de violência realizada na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) feita pelo psicólogo Fernando Pes-soa de Albuquerque, sob orientação da professora Lilia Blima Schraiber. Os formulários avaliados para o estudo permitiram ao psicólogo inferir que sofrer violência tem relação com 30% dos casos de sofrimento mental, o que contribui para prejudicar a saúde desses homens.

Albuquerque constatou também que metade dos homens com sofrimento mental foram vítimas de violência na infância e/ou adolescência. Com esses dados, segundo ele, pode-se supor que situações de ansiedade e angústia, causadas por atos violentos sofridos durante a formação da identidade, difi cul-tam, na vida adulta, uma saúde mental mais cons-tante e integrada. “‘Experimentar’ violência tem efeito cumulativo, e cria mais probabilidade de a pessoa adquirir um transtorno mental comum”, diz o psicólogo.

Os dados do estudo foram coletados a partir de registros de entrevistas e de prontuários médicos de 477 homens de 18 a 60 anos que frequentaram

dois Centros de Saúde-Escola das regiões Central e Oeste da cidade de São Paulo, em busca de aten-dimentos diversos de saúde. Nesses formulários, registraram-se as queixas que os homens traziam ao serviço, assim como a frequência com que iam ao médico. Os dados foram levantados para uma pesquisa fi nanciada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) chama-da “Homens, violência e saúde: uma contribuição para o campo de pesquisa e intervenção em violên-cia doméstica e saúde” realizada em 2003.

Tipos

Sofrimento mental consiste em incômodos rela-cionados às questões psíquicas, sendo uma apro-ximação do diagnóstico de transtorno mental comum (TMC), ainda que não seja caracterizado como uma doença mental. Seus efeitos provocam queda na qualidade de vida, além de agravo à saú-de mental. Entre os fatores associados a essa situa-ção está a violência, em todas as suas formas: física, sexual e psicológica.

Para o trabalho, Albuquerque considerou a violên-cia que a pessoa sofre, ou seja, quando ela é vítima e não autora da ação agressora. O psicólogo optou

por avaliar os números que representavam a vio-lência sofrida por tipo, por idade e por sobreposi-ção de homens que relataram tanto sofrer quanto praticar agressões.

Segundo o autor, existem poucos estudos sobre saúde mental masculina. Os principais trabalhos envolvem somente eventos com desfechos fatais. “Pouco se sabe sobre os agravos menos imediatos”, diz Albuquerque. Na sociedade, o ideal de mascu-linidade justifi ca, ou naturaliza, em algumas situa-ções, a agressividade, o que leva a acreditar que a violência é bem vista entre os homens. No entanto, as condições de saúde pioram sob essa infl uência.

A importância deste tipo de trabalho, concluiu o autor, é introduzir os cuidados psicológicos à saú-de masculina na atenção primária das Unidades Básicas de Saúde (UBS). “Homens procuram me-nos ajuda psicológica, porque a imagem idealizada de homem é o indivíduo que não pode deprimir ou fi car ansioso”, conta o psicólogo. Afi rma, ainda, que pesquisas desse tipo podem ajudar a desenvol-ver políticas públicas de saúde para homens.

Por Mariana Melo – [email protected] em 7 nov. 2012.

Mulheres alcoolistas| Saúde |3

Os cuidados com si mesmo podem ajudar uma pessoa a prevenir a depressão

Comprometimento e dedicação para com os compromissos assumidos. Maturidade professional, respeito e sigilo. Responsabilidade e disciplina quanto as orientações e padrões estabelecidos. Honestidade de propósitos nas ações e valorização do trabalho em equipe.

O ser humano valorizado, vivendo integrado junto a família e a sociedade.

Visão de Futuro

Saúde mental masculina éafetada pelaviolência

Promover o reequilíbrio emocional, a reabilitação psíquica e a reinserção social das pessoas portadoras de transtornos mentais e seus familiares.

Missão

Valores

Situação mais ou menos comum para o voluntário do CVV é apoiar homens alcoolizados, principal-mente nos fi nais de semana. Entretanto, há algum tempo percebemos uma mudança signifi cativa nes-se panorama: mulheres também começam a telefo-nar em evidente estado de embriaguez.

Endossando essa constatação, a Folha de S. Paulo de 3 de setembro de 2007, num artigo da jornalista Cláudia Collucci intitulado “Cresce alcoolismo en-tre mulheres”, chama atenção para esse fato respon-sável por sérios prejuízos à saúde da mulher.

Diz o texto que “o número de mulheres dependen-tes do álcool que procuram tratamento cresceu 78% nos últimos três anos no estado de São Paulo, segundo levantamento em unidades públicas de saúde”.

Pesquisas indicam que, em 20 anos, aumentou mui-to a proporção de mulheres alcoolistas no país. Era uma mulher para cada dez homens. Agora é uma para três. Além disso, o organismo feminino meta-boliza o álcool de forma diferente da dos homens e, por isso, elas sofrem mais rápido os efeitos nocivos da bebida.

Para os especialistas, a mudança do estilo de vida das mulheres, que as deixa sobrecarregadas de trabalho e estressadas, é um dos fatores preponde-rantes para o aumento do alcoolismo entre elas. O fenômeno preocupa por dois motivos:

a) a mulher é mais vulnerável ao álcool e tem problemas mais cedo;b) a indústria de bebida tem investido em propagandas para elas.

Estudo da Secretaria Estadual da Saúde mostra que o número de mulheres dependentes nos Centros de Atenção Psicossocial passou de 17.816 (2004) para 31.674 (2006).

O psiquiatra Sérgio Ramos, presidente da Asso-ciação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas, diz que os homens levam 15 anos para ter problemas no fígado e as mulheres, cinco. As alcoolistas também sofrem mais riscos de de-senvolver doenças cardiovasculares, câncer de mama, osteoporose e distúrbios psiquiátricos que podem levá-las à ideação suicida e até mesmo a perpetrar o ato.

Fonte: Informativo CVV / Texto: Hélio / Ribeirão Preto (SP)

Page 4: Mente Aberta, CVVFJ, Edição 071, 2012

| Colaboradores | 4

Sociedade xConsumoSociedade de consumo banaliza sentido de felicidade. Esse foi o título com que a Agência USP divulgou em fevereiro último a matéria abaixo. O conceito de felicidade moderna vem sendo alvo de estudos cada vez mais detalhados.

“A tendência à simplificação do que é a felicidade e do que pode tornar as pessoas felizes, própria da necessidade de criar demandas de consumo da sociedade atual, pode produzir uma redução dos diferentes sentidos e interpretações que a felicida-de pode ter. ‘Tanto será menor a qualidade da fe-licidade, quanto mais se fala dela, neste caso’, diz o psicólogo Luciano Espósito Sewaybricker, autor da pesquisa realizada no Instituto de Psicologia (IP) da USP.

A definição variada do que é felicidade e a tendên-cia à banalização que a sociedade impõe ao desejo de satisfação, ideia compartilhada pelo conceito de Modernidade Líquida, de Zygmunt Bauman, permitiram à Sewaybricker concluir que satisfação ‘em massa’ e imediata não garantirá felicidade. Para a pesquisa, o psicólogo buscou conceituações da felicidade feitas por alguns pensadores de variadas épocas para aproximar da Modernidade Líquida. A pesquisa, que começou em 2010 e foi finaliza-da em 2012, teve a orientação do professor Sigmar Malvezzi.

Pesquisa

Os pensadores do estudo foram: Platão, Aristó-teles, Zenão de Cítia, Epicuro, Santo Agostinho, Bentham, Kant e Freud. Inicialmente, o psicólogo

buscou nas obras destes homens respostas para quatro perguntas relacionadas à felicidade. No en-tanto, percebeu que não seria possível extrair, com as mesmas questões, os principais pontos relativos ao tema que pudessem servir à conclusão do traba-lho. Entre os nomes estudados, alguns procuravam aproximar felicidade da virtude, do prazer ou do destino. O que foi possível, de alguma forma, ad-mitir como comum a todos foi a ideia de que a feli-cidade é reconhecida como um ideal da existência.

Após análise de cada pensador, Sewaybricker con-ciliou essas definições à Modernidade Líquida de Bauman, porque acredita que este conceito faz um bom desenho teórico do que é a sociedade atual. Segundo Bauman, ao perseguir a ‘solidez’, ou seja, a estabilidade proposta pela modernidade, a socieda-de percebeu que o ‘sólido’ é inalcançável. Com isso, ocorreu uma flexibilização das metas de vida, o que foi metaforizado como ‘líquido’. Essa flexibilização leva a busca por laços transitórios, planejamentos a curto prazo e gratificações imediatas. No seu traba-lho, Sewaybricker escreve: ‘Em meio à Modernida-de Líquida, a humanidade encontra-se privada de uma destinação clara’.

Polissemia

Além disso, o levantamento dos conceitos dos pen-sadores levaram Sewaybricker a compreender a fe-licidade como um tema extremamente polissêmico. Seus múltiplos significados e interpretações impe-dem generalizações. Nesse caso, a polissemia do tema pode ser interessante, porque leva a discussão à esfera individual, em detrimento à comunidade, ou coletividade, ou seja, cada pessoa tem sua condi-ção de felicidade mais relacionada às suas concep-ções, realizações e desejos próprios, permitindo um aprofundamento das reflexões relacionadas. Com esta complexidade, é impossível definir uma fór-

mula da felicidade: cada um se considerará feliz da forma que lhe aprouver.

Por isso, a pergunta feita inicialmente na disser-tação – ‘A atual organização social e do trabalho permite felicidade?’ – perde o sentido, pois algu-ma felicidade sempre será promovida, devido aos diversos níveis e formas de satisfação possíveis. ‘Felicidade pode ser um meio-termo ou um extre-mo entre aspectos individuais ou coletivos, entre ideais ascéticos e ontológicos, prazeres e virtudes’ diz Sewaybricker, e acrescenta: ‘suprir felicidades não significa que você não volte a um estado de insatisfação’.

Imposição

A abordagem do trabalho permite uma reflexão crítica sobre a busca pela felicidade e os percalços e frustrações que idealizações podem trazer. ‘Procurei trazer clareza para um tema constantemente em pauta’, diz Sewaybricker, que também aponta para a constante cobrança de que as pessoas se afirmem como felizes. Segundo o filósofo André Comte-Sponville, autor também estudado para o mestrado, a constante recorrência ao tema é um sintoma de que o homem moderno não é feliz. ‘Tanto se fala quanto menos se tem’ diz o psicólogo, parafraseando o filósofo francês.”

O QUE É?Escuta Terapêutica é um apoio emocional fundamentado no programa CVV e que está sendo oferecido aos pacientes, aos familiares dos pacientes, aos funcionários e também à comunidade em geral.

COMO SURGIU?

Surgiu com a constatação da necessidade de apoio emocional aos envolvidos, em diversos níveis, com transtornos

mentais e dependência química.

COMO FUNCIONA?

Com a iniciativa do CVV Francisca Júlia, voluntários treinados no programa do CVV – Centro de Valorização da Vida

estão à disposição para informar, escutar, acolher os que desejarem conversar e desabafar, em total sigilo e anonimato.

COMO SER ATENDIDO?

O Plantão do Escuta Terapêutica está disponível de segunda a quarta-feira, das 14h00 às 17h00 nos seguintes meios:

AtendimentoVia telefone: (012) 3944.9094Via e-mail: [email protected] no endereço: Estrada Dr. Bezerra de Menezes, 700 São José dos Campos, das 14 às 17 horas.

NÃO É NECESSÁRIO IDENTIFICAR-SE. SIGILO E ANONIMATO ABSOLUTOS.

ATENDIMENTO GRATUITO.

Quem nos procura encontra alguém

com disponibilidade para ouvir!

Jornalista diplomado e com pós-graduação

em jornalismo científico. É escritor, especialista

em Cassiano Ricardo. Atuou em vários jornais

da grande imprensa nacional, como Estadão,

Jornal da Tarde, Gazeta Mercantil, Jornal do

Brasil e no projeto de regionalização da revista Veja. Foi professor

universitário no curso de jornalismo da Univap. É nascido em São

José dos Campos.

Júlio Ottoboni

Page 5: Mente Aberta, CVVFJ, Edição 071, 2012

| Aconteceu no FJ |5

Apesar do dia cinzento, Adriano tocou a areia da praia com os pés descalços. Sem hesitar, correu até a água para um mergulho. Já se passou um ano in-teiro desde a última vez que esteve no litoral.

A breve cena vivida por Adriano poderia ser cor-riqueira a boa parte dos turistas, mas ele vive uma situação diferente. Ele é paciente do CVV Francisca Júlia e está em um passeio terapêutico, organizado pela Assistente Social Cristina Lopes, que propor-cionou uma experiência fora da rotina de ativida-des com a qual está acostumado.

Um simples dia na praia foi também um momento ímpar para resgatar lembranças de vivências anteriores à internação. Em alguns casos, memórias que vêm à tona com um simples olhar para as ondas e que remetem a uma rotina de até mais de duas décadas.

“Quando morava no Guarujá, trabalhei muito no mar pegando e limpando peixe”, revelou Moisés, um paciente internado há mais de 10 anos e que sempre apresentou difi culdade de falar sobre sua vida pré-hospitalar.

Nesse caminho, até a lembrança perdida, tudo ser-ve para contribuir no processo: do ato de andar de ônibus fretado, passar pelo contato com o cheiro da maresia, até as mãos que vasculham a areia na bus-ca por pequenas conchas.

No momento em que estão de frente para o mar, deixam de ser pacientes, esquecem as limitações trazidas pelas patologias e até mesmo a vontade de fumar. Todo o foco está voltado para a redescoberta de si e do convívio social.

A caminhada na areia para observar de perto o vai e vem das ondas é subentendidamente um processo de passos terapêuticos para uma vida com dignida-de e qualidade.

O retorno disso tudo vem já na manhã seguinte, em forma de um sorriso acompanhado por uma per-gunta “Luiz, quando vamos pra praia de novo?”.

Luiz Henrique de Sales Corrêa

Jacques André Conchon, resolveu usar a sua vasta experiência que obteve como um dos fundadores do CVV e nos 50 anos que esteve à frente nos traba-lhos de prevenção ao suicídio, para realizar pales-tras sobre o tema em várias cidades do Brasil.

Nesse novo desafi o, a cidade de São José dos Cam-pos foi a escolhida para a sua primeira palestra, rea-lizada no dia 19 de janeiro, no auditório da Câmara Municipal.

Falando com maestria e com a segurança de uma pessoa que vivenciou desde muito jovem a proble-mática das pessoas que optam pelo suicídio para resolverem suas difi culdades, Jacques Conchon se utilizou da música e da poesia, principalmente de Vinícius de Morais e Chico Buarque, para falar sobre os tempos atuais, onde as pessoas vivem cer-cadas das mais avançadas tecnologias, porém afun-dadas na mais profunda solidão e superfi cialidade.

Da palestra fi ca a mensagem para refl exão no tre-cho da letra da música de Toquinho, Um Homem chamado Alfredo:

Palestra de Jacques Conchon

Passeio na praia

Ah! Quanta gente sozinha,Que a gente mal adivinha.Gente sem vez para amar,Gente sem mão para dar,Gente que basta um olhar, quase nada...

Gente com os olhos no chãoSempre pedindo perdão.Gente que a gente não vêPorque é quase nada.

Ao fi nal da palestra, os participantes receberam da vereadora Dulce Rita um delicioso café da manhã com muitas frutas e quitutes, assim puderam prati-car os ensinamentos de Jacques Conchon.

Neide Pereira Pinto – Voluntária

Ah! Quanta gente sozinha,Que a gente mal adivinha.Gente sem vez para amar,Gente sem mão para dar,Gente que basta um olhar, quase nada...

Gente com os olhos no chãoSempre pedindo perdão.Gente que a gente não vêPorque é quase nada.

Page 6: Mente Aberta, CVVFJ, Edição 071, 2012

O NATAL NO FJ FOI CELEBRADO COM MUITA FESTA

| Aconteceu no FJ | 6

Equipe, familiares e internos durante a festa de confraternização

Toda a decoração do salão, dos chales e os presentes foram feitos com material reciclado

Bolo feito na panificadora Koisa de Loco, do FJ

O Natal nunca passa despercebido, não importa o local. Independentemente das diferenças, a maio-ria das pessoas se reúne com familiares e amigos para se confraternizar e celebrar a essência da data: o amor. No CVV Francisca Julia a comemoração do Natal aconteceu em datas diferentes nas unidades, o que possibilitou a participação das famílias dos pacientes.

A direção do FJ agradece aos funcionários e vo-luntários que proporcionaram momentos inesque-cíveis para os pacientes e seus familiares, aos que adotaram e deram presentes, a equipe que se em-penhou para que tudo ocorresse conforme o plane-jado. Também agradecemos à aqueles que doaram seu tempo, sua dedicação e sua presença nesta data tão especial para cada um de nós.

A festa de confraternização do Revicta, a unidade particular do FJ, reuniu pacientes, familiares e toda a equipe médica e de apoio. Usando o conceito de reciclagem, os internos fizeram um amigo secreto diferente: cada um construiu um presente para o colega sorteado e a troca dos presentes foi duran-

te uma festa com todos os familiares. O objetivo de trazer a família dos pacientes para a festa de confraternização foi cumprido, pois foi evidente a melhora na autoimagem dos internos. As comidas e bebidas foram providenciadas pelos familiares, para atender ao pedido dos internos que desejavam

compartilhar com os colegas esse momento de des-contração. Cada família levou para casa uma árvore de Natal feita de revista reciclada como uma lem-brança desse dia feliz.

A festa de natal dos pacientes do FJ aconteceu no dia 19 de dezembro no espaço do Centro de Con-vivência. A festa foi organizada e produzida pelos funcionários integrantes da Comissão de Festa e com ajuda das pessoas que estavam em período de tratamento. Houve a participação da PIB (Primeira Igreja Batista), com apresentação de seu coral com

músicas natalinas, e em seguida houve um almoço especialmente elaborado para a ocasião, com pra-tos tradicionais de Natal. À tarde, contamos com a apresentação do Grupo de Chorinho da Fundação Cassiano Ricardo de São José dos Campos, o que proporcionou uma maior interação entre os funcio-nários e pacientes. Finalizando o dia, houve a entre-

ga de presentes pelo Papai Noel e sua Assistente, re-presentados por duas pessoas que se encontravam em tratamento no CVV Francisca Júlia.

Larissa S.G.Gaia – Terapeuta Ocupacional

Confraternização dos pacientes do CVV Francisca Júlia

Confraternização no Revicta

Page 7: Mente Aberta, CVVFJ, Edição 071, 2012

| Aconteceu no FJ |7

A festa dos 30 moradores do Lar Abrigado acon-teceu no dia 21 de dezembro passado. A festa de Natal foi concebida muito carinho, com uma de-coração caprichosa, mesa farta e o envolvimento de funcionários, voluntários e pessoas que doaram

presentes, mantimentos e sua mão de obra no dia do evento. Os moradores degustaram um típico churrasco brasileiro com música ao vivo, seguido de sobremesa e bolo comemorativo. Ainda houve a entrega dos presentes com a presença do Papai Noel, que leu uma linda mensagem sobre o verda-deiro sentido do Natal. Os moradores experimen-

taram o incentivo à prática do verdadeiro amor, o qual tem poder de transformar o homem e trazê-lo de volta aos verdadeiros valores da vida.

Michele Jimenez Benjamim – Terapeuta Ocupacional

Confraternização na ResidênciaTerapêutica

A festa de Natal da Residência foi um encontro es-pecial, com muita música, descontração e expecta-tivas positivas. Desde a marcação da data da festa os moradores das residências terapêuticas ficaram entusiasmados com o encontro. Planejaram a fes-ta com todos detalhes, da roupa até a comida que queriam saborear nessa data. Esperaram ansiosos pelos presentes e pela presença dos familiares, que

compartilharam as alegrias desse dia. Os momen-tos de alegria foram possíveis pelo trabalho em equipe de todos os colaboradores (setor adminis-trativo, equipe técnica, cuidadores e motorista) do serviço Residencial terapêutico, que, junto com os moradores, fizeram desse dia um momento muito especial. Além das pessoas que fazem parte do co-tidiano do Serviço Residencial Terapêutico, houve apoio de empresas e pessoas, como, por exemplo, dos proprietários do Sítio Paineiras, que cederam o espaço para a festa, a empresa de Transporte Breda,

nas pessoas de Edson Campos e Zélia, que cederam o ônibus, a News Buffet, de Lia, Francilene e equipe, que prepararam a ceia, a decoração e serviram os convidados. Também estiveram presentes o Sorve-te Alkimia e os músicos Luiz Filipe e sua equipe, a Van Transportes, com o Eduardo, que transportou as pessoas dos bairros mais distantes para o evento, e as voluntárias Vanja e Lucia.

Camila de Assis Covas – Coordenadora Serviço Re-sidencial Terapêutico

Confraternização no Lar Abrigado

Page 8: Mente Aberta, CVVFJ, Edição 071, 2012

Renove-se para dias melhores.

Saúde mental e Dependência química O REVICTA oferece tratamento especializado em transtornos mentais e dependência química para homens e mulheres. As internações são continuadas de acordo com a necessidade da pessoa, o que possibilita ao paciente se distanciar dos ambientes que facilitam o comportamento de risco e focar sua atenção integralmente ao tratamento.

AcomodaçõesA acomodação é o diferencial do Revicta. Localizado numa área de rara beleza natural, com amplos jardins e vista privilegiada, onde os pacientes têm liberdade e conforto.

Os pacientes são hospedados em casas com no máximo 6 ocupantes, armário e cama individuais, amplo espaço de estar e cozinha.

Pós-InternaçãoConsultório

Após sair da internação o tratamento continua no consultório, com o acompanhamento de psicólogos e médicos.

Hospital Dia

É uma opção para o acompanhamento pós-internação em regime parcial e de semi-hospitalização. O paciente passa o dia no hospital acompanhado por uma equipe multidisciplinar e retorna para dormir em sua casa, minimizando o processo de isolamento do paciente.

Revicta Internação e Hospital DiaEstrada Dr. Bezerra de Menezes, 700Torrão de OuroSão José dos Campos - SPTel.: (12) 3944-9090 | 3933-9097

Revicta ConsultórioAv. Dr. João Guilhermino, 429 Centro - 2º andar - Sala 28São José dos Campos - SPTel.: (12) 3204-8006

ABFNV | Bradesco Saúde | GM | Hapvida Assistência Médica Gama Saúde | Grupo Policlin | Grupo São José Saúde

Cime Hospital Alvorada | Samesp | SabesprevSanta Casa Vale Saúde | Sul América Saúde | MediService

Intermédica | Usisaúde | Correios Saúde

Convênios