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Pet Entrevista Dando voz aos animais Pet Evento Pet South América 2010 Pet Comportamento Produtos não testados em animais Pet Saúde Gravidez e pets Ano I - No 8- novembro/ 2010 Os animais através da História Conheça o importante papel que alguns animais desempenharam em nossa civilização

#08 - Novembro 2010

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Revista Conexão Pet, edição de Novembro 2010

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Page 1: #08 - Novembro 2010

Pet EntrevistaDando voz aos animais

Pet EventoPet South América 2010

Pet ComportamentoProdutos não testados em animais

Pet SaúdeGravidez e pets

Ano I - No 8- novembro/ 2010

Os animais através da História

Conheça o importante papel que alguns animais desempenharam em nossa civilização

Page 2: #08 - Novembro 2010

Expediente

Direção e Edição:Vivian Lemos – MTB: 26122/RJ

[email protected]

Criação e Design:Daniele Knofel

[email protected]

Comercial: [email protected]

Sugestões, críticas e dúvidas:[email protected]

A revista virtual Conexão Pet é uma publicação da Múltipla Edições. Todos os direitos

reservados. Cópia de matérias são autorizadas desde que citada a devida fonte.

Agradecimentos:Ana Paula Mansani

Arizana KukaConsuelo de Magalhães

Daniele de MirandaEquipe Geekcats

Estela Midori MatsumotoLaelia Tonhozi

Leandro HenemannMaeve Winkler

Maria Carolina MoroNailane KoloskiPaula PedrosaSheila MouraSissi Freeman

Sumário

Mensagens dos Leitores

Pet Notas

Pet Saúde

Pet Educação

Pet Comportamento

Os animais através da História

Celebridades do Bem

Meu Pet é Estrela

Entrevista

Pet Evento

A grande família planetária

Pet Ação

Pet Risadas

6

10

14

18

22

26

38

46

50

28

Editorial

Queridos leitores,

É com muita alegria que anunciamos que estamos chegando à reta final do concurso Meu Pet é Estrela. Foram diversas inscrições de todo o Brasil, e com a ajuda de nossos maravilhosos jurados chegamos a 15 pets semifinalistas. Agora está nas mãos de vocês a escolha do pet que estampará nossa capa de dezembro.

Nesta edição, nossa matéria de capa traz a primeira parte de algumas curiosidades sobre os animais ao longo da história. São histórias nem sempre muito bonitas, mas fundamen-tais para entendermos a evolução de nosso relacionamento com os pets.

Também trazemos um tema que gera muita polêmica: gravidez e pets. Veja que esta fase pode ser ainda mais alegre na companhia de seus amigos de quatro patas.

Trazemos também a cobertura do maior evento do mercado pet da América Latina: a Pet South América 2010. Foram muitas novi-dades e foco na responsabilidade social. Temos ainda uma entrevista com a presidente da ONG Fala Bicho Sheila Moura, dúvidas sobre comportamento respondidas por Gustavo Campelo, educação infantil sobre animais e muito mais!

Espero que gostem de mais uma edição preparada com muito cuidado e carinho para vocês.

Grande abraço,

Vivian [email protected]

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Expediente

Direção e Edição:Vivian Lemos – MTB: 26122/RJ

[email protected]

Criação e Design:Daniele Knofel

[email protected]

Comercial: [email protected]

Sugestões, críticas e dúvidas:[email protected]

A revista virtual Conexão Pet é uma publicação da Múltipla Edições. Todos os direitos

reservados. Cópia de matérias são autorizadas desde que citada a devida fonte.

Agradecimentos:Ana Paula Mansani

Arizana KukaConsuelo de Magalhães

Daniele de MirandaEquipe Geekcats

Estela Midori MatsumotoLaelia Tonhozi

Leandro HenemannMaeve Winkler

Maria Carolina MoroNailane KoloskiPaula PedrosaSheila MouraSissi Freeman

Sumário

Mensagens dos Leitores

Pet Notas

Pet Saúde

Pet Educação

Pet Comportamento

Os animais através da História

Celebridades do Bem

Meu Pet é Estrela

Entrevista

Pet Evento

A grande família planetária

Pet Risadas

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Editorial

Queridos leitores,

É com muita alegria que anunciamos que estamos chegando à reta final do concurso Meu Pet é Estrela. Foram diversas inscrições de todo o Brasil, e com a ajuda de nossos maravilhosos jurados chegamos a 15 pets semifinalistas. Agora está nas mãos de vocês a escolha do pet que estampará nossa capa de dezembro.

Nesta edição, nossa matéria de capa traz a primeira parte de algumas curiosidades sobre os animais ao longo da história. São histórias nem sempre muito bonitas, mas fundamen-tais para entendermos a evolução de nosso relacionamento com os pets.

Também trazemos um tema que gera muita polêmica: gravidez e pets. Veja que esta fase pode ser ainda mais alegre na companhia de seus amigos de quatro patas.

Trazemos também a cobertura do maior evento do mercado pet da América Latina: a Pet South América 2010. Foram muitas novi-dades e foco na responsabilidade social. Temos ainda uma entrevista com a presidente da ONG Fala Bicho Sheila Moura, dúvidas sobre comportamento respondidas por Gustavo Campelo, educação infantil sobre animais e muito mais!

Espero que gostem de mais uma edição preparada com muito cuidado e carinho para vocês.

Grande abraço,

Vivian [email protected]

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Se você tiver alguma dúvida, crítica ou sugestão envie sua mensagem para [email protected] e ela poderá ser publicada aqui.

Mensagens dos leitores

4

Pessoal do Conexão Pet: sempre leio a revista e o site, acho

muito importante vocês publicarem também as denúncias, pois infelizmente

temos que ficar atentos a triste realidade dos animais em nosso país. Continuem assim!

Otávio FerreiraSalvador/BA

Gosto muito da revista Conexão Pet! Acho fácil de ler

e muito interessante! Sílvia CastroNiterói/RJ

Muito importante o tema adoção

de animais adultos. Geralmente as pessoas querem filhotes, e não

percebem que o adulto está lá e não tem muitas chances de ter uma família. As

histórias foram emocionantes!Sandra Pchovski

Florianópolis/SC

Eu já gostava da atriz Larissa Maciel, agora depois de

saber que é uma pessoa que ama e resgata animais, fiquei ainda mais encan-tada! A entrevista estava ótima, ela parece ser muito simpática!

Fernanda RivasRio de Janeiro/RJ

Adorei a matéria sobre adoção de

animais adultos, foi muito impor-tante para que algumas pessoas perce-

bam que não devem amar um animal só porque ele é filhote, afinal todos vão crescer. E também ressaltou o fato de que os abrigos

estão cheios de animais crescidos precisando de um lar.

Aparecida Ferreira São Paulo/SP

Muito legal ver na revista que a atriz Larissa

Maciel é uma fã de animais e usa sua imagem para que as pessoas

sejam melhores com eles. É um orgulho para o Rio Grande do Sul ter uma atriz com tanto talento e que é uma pessoa

tão bacana.Melissa Giusto

Porto Alegre/RS

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Se você tiver alguma dúvida, crítica ou sugestão envie sua mensagem para [email protected] e ela poderá ser publicada aqui.

Mensagens dos leitores

4

Pessoal do Conexão Pet: sempre leio a revista e o site, acho

muito importante vocês publicarem também as denúncias, pois infelizmente

temos que ficar atentos a triste realidade dos animais em nosso país. Continuem assim!

Otávio FerreiraSalvador/BA

Gosto muito da revista Conexão Pet! Acho fácil de ler

e muito interessante! Sílvia CastroNiterói/RJ

Muito importante o tema adoção

de animais adultos. Geralmente as pessoas querem filhotes, e não

percebem que o adulto está lá e não tem muitas chances de ter uma família. As

histórias foram emocionantes!Sandra Pchovski

Florianópolis/SC

Eu já gostava da atriz Larissa Maciel, agora depois de

saber que é uma pessoa que ama e resgata animais, fiquei ainda mais encan-tada! A entrevista estava ótima, ela parece ser muito simpática!

Fernanda RivasRio de Janeiro/RJ

Adorei a matéria sobre adoção de

animais adultos, foi muito impor-tante para que algumas pessoas perce-

bam que não devem amar um animal só porque ele é filhote, afinal todos vão crescer. E também ressaltou o fato de que os abrigos

estão cheios de animais crescidos precisando de um lar.

Aparecida Ferreira São Paulo/SP

Muito legal ver na revista que a atriz Larissa

Maciel é uma fã de animais e usa sua imagem para que as pessoas

sejam melhores com eles. É um orgulho para o Rio Grande do Sul ter uma atriz com tanto talento e que é uma pessoa

tão bacana.Melissa Giusto

Porto Alegre/RS

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Galinheiro-ovoPet Notas

Com o óbvio, mas sensacional formato de ovo, esse galinheiro é puro estilo! Feito à mão em cedro, que garante resistência natural a bactérias, tem peças em aço inox, uma estilosa cúpula de vidro com sistema de venti-lação e até travas "anti-raposas". Além disto, ainda possui um sistema de rodinhas escon-dido que facilita o transporte. A portinhola elevadiça dá o toque final, fazendo com as galináceas entrem e saiam feito rainhas do castelo. Para saber mais - www.nogg.co.

Cerveja para cães

A Bowser Beer é uma cerveja feita para cães. Ela não é alcoólica e é comercializada em dois sabores: Beefy Brown Ale e Cock-a-Doodle Brew. A bebida é feita com uma mis-tura de carne de vaca ou caldo de galinha, malte de cevada e glucosamina, o que segundo a empresa é uma combinação sau-dável. A bebida é vendida em um pacote com seis garrafas, para parecer uma cerveja de verdade, mas na verdade é feita de plástico e materiais recicláveis. Por enquanto, a ‘birita canina’ só é vendida nos EUA.

BBC

Cases Felinos

Potes domésticos

Paulo Toledo Piza/G1

6 7

8

Estes cases em formato de gatos são para máquinas fotográficas, iPods, iPhones etc. Feitos em feltro, são inspirados nos dois gatos da artista japonesa criadora da marca "Tokyoinspired". Kato e Simba (nome real dos gatinhos) são totalmente feitos à mão e além de muito estilo na hora de guardar os gadgets eles servem para manter os apare-lhos sempre limpinhos e desengordurados, já que basta uma esfregadinha no feltro. Por enquanto os gatos estão fora de estoque, porque a japinha vendeu tudo, mas visite o site da Etsy (www.etsy.com) e fique esperto quando chegar mais.

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Brinquedos caninos

A Fisher-Price é uma tradicional fabricante de brinquedos para crianças. Agora, a empresa resolveu incluir os cães na brincadeira e desenvolveu uma linha de produtos especificamente para os totós. A companhia apostou em reeditar alguns clássicos da infância dos norte-americanos, só que agora em versão canina. O preço deve variar de 7 a 12 dólares e por enquanto só há previsão de vendas nos EUA.

A empresa Hugh Hayden Design elaborou Legais demais estes potes para guardar e servir ração de cães e gatos! A linha "Pupp & Kitt" tem o formato dos bichinhos, o que garante, além da imediata associação, um visual divertido e cheio de estilo. Basta retirar a "cabeça-tampa" e colocar a ração na base, que vira o recipiente para cachorros e bicha-nos comerem. Tudo integrado, prático e bonito. São várias cores e dois modelos: cão e gato (Pupp & Kitt). Cada um mede 28 cm de altura e tem design da empresa Qualy.

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Galinheiro-ovoPet Notas

Com o óbvio, mas sensacional formato de ovo, esse galinheiro é puro estilo! Feito à mão em cedro, que garante resistência natural a bactérias, tem peças em aço inox, uma estilosa cúpula de vidro com sistema de venti-lação e até travas "anti-raposas". Além disto, ainda possui um sistema de rodinhas escon-dido que facilita o transporte. A portinhola elevadiça dá o toque final, fazendo com as galináceas entrem e saiam feito rainhas do castelo. Para saber mais - www.nogg.co.

Cerveja para cães

A Bowser Beer é uma cerveja feita para cães. Ela não é alcoólica e é comercializada em dois sabores: Beefy Brown Ale e Cock-a-Doodle Brew. A bebida é feita com uma mis-tura de carne de vaca ou caldo de galinha, malte de cevada e glucosamina, o que segundo a empresa é uma combinação sau-dável. A bebida é vendida em um pacote com seis garrafas, para parecer uma cerveja de verdade, mas na verdade é feita de plástico e materiais recicláveis. Por enquanto, a ‘birita canina’ só é vendida nos EUA.

BBC

Cases Felinos

Potes domésticos

Paulo Toledo Piza/G1

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Estes cases em formato de gatos são para máquinas fotográficas, iPods, iPhones etc. Feitos em feltro, são inspirados nos dois gatos da artista japonesa criadora da marca "Tokyoinspired". Kato e Simba (nome real dos gatinhos) são totalmente feitos à mão e além de muito estilo na hora de guardar os gadgets eles servem para manter os apare-lhos sempre limpinhos e desengordurados, já que basta uma esfregadinha no feltro. Por enquanto os gatos estão fora de estoque, porque a japinha vendeu tudo, mas visite o site da Etsy (www.etsy.com) e fique esperto quando chegar mais.

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Reprodução

Brinquedos caninos

A Fisher-Price é uma tradicional fabricante de brinquedos para crianças. Agora, a empresa resolveu incluir os cães na brincadeira e desenvolveu uma linha de produtos especificamente para os totós. A companhia apostou em reeditar alguns clássicos da infância dos norte-americanos, só que agora em versão canina. O preço deve variar de 7 a 12 dólares e por enquanto só há previsão de vendas nos EUA.

A empresa Hugh Hayden Design elaborou Legais demais estes potes para guardar e servir ração de cães e gatos! A linha "Pupp & Kitt" tem o formato dos bichinhos, o que garante, além da imediata associação, um visual divertido e cheio de estilo. Basta retirar a "cabeça-tampa" e colocar a ração na base, que vira o recipiente para cachorros e bicha-nos comerem. Tudo integrado, prático e bonito. São várias cores e dois modelos: cão e gato (Pupp & Kitt). Cada um mede 28 cm de altura e tem design da empresa Qualy.

Fonte: Blog Bem Legaus e People´s Pets

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Galinheiro-ovoPet Notas

Com o óbvio, mas sensacional formato de ovo, esse galinheiro é puro estilo! Feito à mão em cedro, que garante resistência natural a bactérias, tem peças em aço inox, uma estilosa cúpula de vidro com sistema de venti-lação e até travas "anti-raposas". Além disto, ainda possui um sistema de rodinhas escon-dido que facilita o transporte. A portinhola elevadiça dá o toque final, fazendo com as galináceas entrem e saiam feito rainhas do castelo. Para saber mais - www.nogg.co.

Cerveja para cães

A Bowser Beer é uma cerveja feita para cães. Ela não é alcoólica e é comercializada em dois sabores: Beefy Brown Ale e Cock-a-Doodle Brew. A bebida é feita com uma mis-tura de carne de vaca ou caldo de galinha, malte de cevada e glucosamina, o que segundo a empresa é uma combinação sau-dável. A bebida é vendida em um pacote com seis garrafas, para parecer uma cerveja de verdade, mas na verdade é feita de plástico e materiais recicláveis. Por enquanto, a ‘birita canina’ só é vendida nos EUA.

BBC

Cases Felinos

Potes domésticos

Paulo Toledo Piza/G1

6 7

8

Estes cases em formato de gatos são para máquinas fotográficas, iPods, iPhones etc. Feitos em feltro, são inspirados nos dois gatos da artista japonesa criadora da marca "Tokyoinspired". Kato e Simba (nome real dos gatinhos) são totalmente feitos à mão e além de muito estilo na hora de guardar os gadgets eles servem para manter os apare-lhos sempre limpinhos e desengordurados, já que basta uma esfregadinha no feltro. Por enquanto os gatos estão fora de estoque, porque a japinha vendeu tudo, mas visite o site da Etsy (www.etsy.com) e fique esperto quando chegar mais.

Reprodução

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Reprodução

Reprodução

Brinquedos caninos

A Fisher-Price é uma tradicional fabricante de brinquedos para crianças. Agora, a empresa resolveu incluir os cães na brincadeira e desenvolveu uma linha de produtos especificamente para os totós. A companhia apostou em reeditar alguns clássicos da infância dos norte-americanos, só que agora em versão canina. O preço deve variar de 7 a 12 dólares e por enquanto só há previsão de vendas nos EUA.

A empresa Hugh Hayden Design elaborou Legais demais estes potes para guardar e servir ração de cães e gatos! A linha "Pupp & Kitt" tem o formato dos bichinhos, o que garante, além da imediata associação, um visual divertido e cheio de estilo. Basta retirar a "cabeça-tampa" e colocar a ração na base, que vira o recipiente para cachorros e bicha-nos comerem. Tudo integrado, prático e bonito. São várias cores e dois modelos: cão e gato (Pupp & Kitt). Cada um mede 28 cm de altura e tem design da empresa Qualy.

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Balão de passarinho

Pet Notas

A criação da designer Renata Manau e sua Biscuit, empresa artesanal que produz incríveis peças de cerâmica e vidro, será oficialmente apresentada em setembro durante o London Design Festival. Parte de um trabalho onde ela e mais seis designers desenvolveram peças que buscaram inspira-ção dos históricos prédios londrinos até contos de fadas britânicos, "Balão" foi a sua contribuição. Saído das mãos de "Winnie the Pooh" (ou para nós o Ursinho Puff), o balão-zinho de cerâmica, com direito a fio e tudo mais, tornou-se uma singela casinha de pás-saros. O brilho do balão (no desenho) virou a "janelia-portinha". Simpático, ficaria muito legal em uma árvore de verdade.

Prato canino brincalhão

Deixe seu dogão maluquinho e instigue a usá-lo a cabeça para encontrar sua recom-pensa. "Seek-A-Treat™" é uma divertida mistura de prato de comida e brinquedo. São cinco compartimentos onde pode-se colocar biscoitos, ração ou a guloseima que seu cachorrinho preferir. Para encontrá-las ele precisará acionar rodas e arrastar círculos, garantindo momentos de pura diversão e aprendizado. Bastante resistente e durável, não tem ranhuras ou bordas que ma-chuquem os animais. Custa 15,98 dólares na http://www.harrietcarter.com.

BBC

Bolsas sinalizadas

Tubarão no fornoNão tem muito o que falar, pois a imagem já

diz tudo: uma luva térmica que imita tubarão, com direito a bocarra e barbatana dorsal. Segurar panelas quentes, abrir o forno e servir pratos agora também podem garantir boas risadas! O "tuba-luva" custa 7,95 dólares na http://www.surlatable.com.

Paulo Toledo Piza/G1

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Muito legal a coleção de bolsas "out_of_ark"! Brincando com a ideia de que a qualquer hora um animal selvagem pode cruzar o nosso caminho, os designers da "out_of_48" misturaram bolsas e placas de sinalização de estradas. O resultado são divertidos modelos batizados de acordo com o país/região onde os bichos podem ser encontrados. Feitas em lona e resistentes à água, elas têm três tipos de formato (iguais aos das placas originais) e também podem ser usadas para carregar notebooks. Os preços variam de 59 a 159 euros.Reprodução

Reprodução

Reprodução

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Page 10: #08 - Novembro 2010

A mulher vai a sua primeira consulta ao obstetra e relata que tem animais. Se o pet for um gato então, o médico vai fazer cara feia e manda-la ´jogar o gato fora´ por causa da toxoplasmose. Infelizmente a cena ainda é comum em vários consultórios brasileiros. E isso ocorre graças a pouca (ou nenhuma) infor-mação que os médicos têm sobre zoonoses. Quem mais dispõe de conhecimento sobre elas são os veterinários, por isso o preconceito se alastra.

Para começarmos a elucidar a questão da toxoplasmose na gravidez, publicamos abaixo um trecho de artigo veiculado na revista Clínica Veterinária, na edição de maio/junho deste ano. A autoria é dos veterinários Patrícia Yukiko

10 11

Pet Saúde

Montaño, Marúcia de Andrade Cruz (nossa colunista), Leila Sabrina Ullmann, Helio Lan-goni e Alexandre Welder Biondo.

“Como os gatos são os únicos animais domésticos no qual o T. gondii (protozoário causador da toxoplasmose) completa o está-gio sexual de seu ciclo de vida, eliminando assim milhões de formas infecciosas (oocistos) no meio ambiente, eles desempenham impor-tante papel no ciclo de vida desse protozoário. Porém, é importante reconhecer que a princi-pal forma de infecção do homem não ocorre pelo contato direto com os gatos, mas princi-palmente pelo consumo de carne crua ou mal passada contendo cistos do parasita ou pela ingestão acidental de oocistos esporulados

12

Gravidez e petsVocê sabe o que fazer para ter harmonia na sua gestação com os animais?

provenientes das fezes dos gatos, que con-taminam alimentos como frutas, verduras, leite e água, além de ocorrer também durante a realização de atividades de jardinagem (...).

O desconhecimento de boa parte dos profis-sionais da saúde a respeito das vias de trans-missão e do verdadeiro papel do gato no ciclo da toxoplasmose é um grande problema. A recomendação de não ter nenhum contato com qualquer gato durante o período gestacio-nal pode acarretar um aumento do número de gatos errantes no município, devido ao fato de muitos donos abandonarem seus animais à própria sorte. Outro aspecto importante é o emocional, pois a gestante possui laços afeti-vos com seu gato e acaba vivendo uma situa-ção de estresse ao ter que se separar de seu animal (...).

(...) A possibilidade de transmissão para seres humanos pelo simples ato de tocar ou acariciar um gato, ou até mesmo pelos arra-nhões e mordidas, é mínima ou inexistente, devido às características de eliminação do agente e de higiene desses animais. (...)

Os gatos que habitam apartamentos e se alimentam apenas de alimentos comerciais ou dietas caseiras apresentam menor risco de contato com o agente e, consequentemente, um potencial de transmissão ainda menor para seus responsáveis”.

Conversamos com algumas gestantes que já estavam bem conscientes de que não corriam riscos ao conviverem com seus pets e compartilham conosco suas experiências:

Maeve Winkler está grávida de seis meses e tem 12 animais em casa. Seu médico não pediu afastamento dos animais, apenas precaução: “Ele apenas pediu que eu tomasse cuidado quando limpasse a caixa de areia dos gatos por causa da toxoplasmose, mas fiz o

exame no começo da gravidez e deu negativo. Sempre limpei as caixinhas com luvas e pazinha, então sem problemas. Meu marido ajuda também e tudo fica tranquilo. Meus animais são saudáveis, castrados e vacinados e os mantenho sempre limpos”.

Maeve disse que os gatos estão ainda mais carinhosos com ela: “Os gatos, principal-mente, estão mais carinhosos e próximos a mim neste período, parece que eles sabem que uma nova vida está por vir”. Ela diz que adora a companhia de seus pets nesta fase: “Meus gatos e cães ficaram mais carinhosos, tenho um deles que quando sobe no meu colo, o bebê parece que conhece já e se mexe. Ele ama ficar perto e quando mostrei o quartinho do bebê ele cheirou tudo e se deitou ao lado do berço. Ter meus bichinhos perto me deixa mais calma e feliz”.

Arizana Kuka já passou da fase da gravidez, ela tem dois filhos, um menino de oito anos e uma menina de dois. “Todos conviveram juntos, meus filhos são completamente sau-dáveis sem alergia a nada”, afirma.

Assim como outras gestantes, Arizana também tomou cuidado com a caixa de areia: “Parei de limpar a caixa de areia somente, de resto conversava com minha gata mais velha contando que chegaria um humano

pequenino pra cuidarmos”. O casal Leandro Henemann e Ana Paula

Mansani já era gateiro antes da chegada de sua filha. Leandro, que é veterinário, conta que o obstetra não ficou nada contente ao descobrir que além de terem gatos em casa, Ana Paula ajudava na clínica veterinária: “Na época, recomendou que evitássemos o con-tato da Ana com gatos, mas como sou médico veterinário, sei como é o ciclo da toxoplas-mose e que é: o gato somente elimina o agente no ambiente por um curto espaço de tempo (na fase inicial da doença onde há presença de diarréia), o agente só se torna contaminante depois de 24 horas fora do intestino do gato e o contagio direto de ges-tantes por gatos contaminados é estatistica-mente ínfimo”, explica Leandro.

Ana Paula fez os exames necessários e tomou todas as precauções para garantir a saúde de seu bebê: “Ana fez os exames que constataram que ela era negativa para toxo, então cuidamos com a alimentação e na higiene da liteira. Nós evitamos alimentos crus como carnes para os gatos durante a gestação para evitar que se contaminassem e por con-sequência eliminassem no ambiente”, diz Leandro.

Ana tomou todos os cuidados informados pelo médico, mas jamais poderia se desfazer de suas companheiras felinas: “Não poderia abandonar de forma alguma as criaturinhas que tinham sido e são até hoje minhas com-panheirinhas. Elas adoravam dormir do lado da minha barriga enquanto eu tricotava casa-quinhos e ficavam curiosas nas mudanças do novo quartinho. Quando eu ainda estava na maternidade, deixamos um paninho junto do nenê para que pegasse o seu cheirinho. No dia seguinte, meu marido levou este paninho para casa para que as gatas cheirassem e fossem se acostumando com o cheirinho da nenê. Ao chegar em casa ficaram curiosas, rodeando o

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berço e quando a nenê chorava, uma delas ficava toda preocupada”, lembra Ana Paula.

Leandro diz que fizeram a apresentação da bebê (Letícia) e gatas gradualmente e com cuidado: “Após o nascimento da Leticia, desde o primeiro dia em casa os gatos tiveram acesso a ela com moderação, mas para evitar acidentes de arranhadura do que para preve-nir doenças. Seguimos a tendência dos aler-gologistas americanos que preconizam o con-tato da criança com o ambiente (pelos, pó, etc.) com moderação, para que o sistema imu-nológico dela entenda que pelos são normais e não criasse reações alérgicas intensas. Mesmo eu tendo bronquite crônica e rinite alérgica, nossa filha não tem alergia a nada, em especial a pelos. Ela tem uma gata só dela, dorme com ela todos os dias”.

Maria Carolina Moro também desfrutou da companhia de seus pets durante a gravidez e hoje presencia o fortalecimento da relação de sua filha com suas cadelas: “Tenho conduzido a convivência da bebê com meus animais da forma mais natural possível, as cachorras estão sempre dentro de casa junto com a Maria Sophia. Somente evito que as cachorras

lambam o rosto da Maria Sophia porque elas passeiam na rua e então podem trazem algum microorganismo prejudicial à saúde dela. A bebê adora as cachorras, quando as vê, já pela manhã, dá gritos de alegria. Agora que ela está começando a andar (segurando nas nossas mãos), quer ir o tempo todo atrás das cachorras, mas elas é que fogem da bebê, e escondem-se no escritório da residência ou em suas casinhas na parte exterior da casa. Outra coisa, é que a Maria Sophia adora deitar nas caminhas das cachorras que existem no interior da nossa casa, daí quando ela está indo em direção às caminhas as cachorras já saem correndo. Certa vez, quando a Maria Sophia tinha cerca de seis meses, puxou forte a orelha da Nina (tigrada) e tentou colocar na boca para morder, ainda bem que eu vi e pude evitar a mordida (da bebê na cachorra, sendo que a cachorra nada fez contra a bebê, só chorou)”.

A quem pensa em abandonar seu animal por conta de uma gravidez, Carolina dá seu recado: “O animal deposita toda a confiança dele em seu dono, e não pode ter esta confi-ança traída porque vai ocorrer o nascimento de um bebê. O animal faz parte da família e vai continuar fazendo parte depois do nascimento da criança, o animal vai acompanhar a gravi-dez, vai ter um pouco de ciúmes após o nasci-

mento do bebê, mas aos poucos tudo vai se normalizando e a convivência vai ficando extremamente agradável e até mesmo engra-çada em certas situações”.

Maeve Winkler também acredita que a con-vivência entre animais e crianças é extrema-mente benéfica para todos: “Tenho um filho de 15 anos que nasceu ao meio dos animais e hoje é um adolescente que ama, respeita e, acima de tudo, criou resistência ao conviver com eles. Meu filho é forte e saudável e rara-mente ficou doente (doenças infantis), jamais teve alergias ou rinites ou qualquer outra coisa por conta deles. Tenho animais desde que nasci e aprendi muito com eles. Quando a criança começa a crescer e sensibilizar suas relações de afeto, os objetos passam a ser substituídos por seres vivos. De todos os animaizinhos de estimação o mais comum e que mais se interage com o ser humano é o cão. Com ele a criança pode brincar, correr, explorar o ambiente e vivenciar novas experiências”.

Com informação e amor, o convívio com os gatos na gravidez pode ser prazeroso e confor-tador. E depois que a criança nasce, é uma recompensa compartilhar da descoberta de um amor tão puro como o que une crianças e animais.

Maria Carolina Moro, sua filha Maria Sophia e as cadelas Nina e Vaquinha

Leo, filho de Arizana e o gato Merlin

Sophia, filha de Arizana, e a gata Luna

Maria Sophia e a cadela Vaquinha

Page 11: #08 - Novembro 2010

A mulher vai a sua primeira consulta ao obstetra e relata que tem animais. Se o pet for um gato então, o médico vai fazer cara feia e manda-la ´jogar o gato fora´ por causa da toxoplasmose. Infelizmente a cena ainda é comum em vários consultórios brasileiros. E isso ocorre graças a pouca (ou nenhuma) infor-mação que os médicos têm sobre zoonoses. Quem mais dispõe de conhecimento sobre elas são os veterinários, por isso o preconceito se alastra.

Para começarmos a elucidar a questão da toxoplasmose na gravidez, publicamos abaixo um trecho de artigo veiculado na revista Clínica Veterinária, na edição de maio/junho deste ano. A autoria é dos veterinários Patrícia Yukiko

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Pet Saúde

Montaño, Marúcia de Andrade Cruz (nossa colunista), Leila Sabrina Ullmann, Helio Lan-goni e Alexandre Welder Biondo.

“Como os gatos são os únicos animais domésticos no qual o T. gondii (protozoário causador da toxoplasmose) completa o está-gio sexual de seu ciclo de vida, eliminando assim milhões de formas infecciosas (oocistos) no meio ambiente, eles desempenham impor-tante papel no ciclo de vida desse protozoário. Porém, é importante reconhecer que a princi-pal forma de infecção do homem não ocorre pelo contato direto com os gatos, mas princi-palmente pelo consumo de carne crua ou mal passada contendo cistos do parasita ou pela ingestão acidental de oocistos esporulados

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Gravidez e petsVocê sabe o que fazer para ter harmonia na sua gestação com os animais?

provenientes das fezes dos gatos, que con-taminam alimentos como frutas, verduras, leite e água, além de ocorrer também durante a realização de atividades de jardinagem (...).

O desconhecimento de boa parte dos profis-sionais da saúde a respeito das vias de trans-missão e do verdadeiro papel do gato no ciclo da toxoplasmose é um grande problema. A recomendação de não ter nenhum contato com qualquer gato durante o período gestacio-nal pode acarretar um aumento do número de gatos errantes no município, devido ao fato de muitos donos abandonarem seus animais à própria sorte. Outro aspecto importante é o emocional, pois a gestante possui laços afeti-vos com seu gato e acaba vivendo uma situa-ção de estresse ao ter que se separar de seu animal (...).

(...) A possibilidade de transmissão para seres humanos pelo simples ato de tocar ou acariciar um gato, ou até mesmo pelos arra-nhões e mordidas, é mínima ou inexistente, devido às características de eliminação do agente e de higiene desses animais. (...)

Os gatos que habitam apartamentos e se alimentam apenas de alimentos comerciais ou dietas caseiras apresentam menor risco de contato com o agente e, consequentemente, um potencial de transmissão ainda menor para seus responsáveis”.

Conversamos com algumas gestantes que já estavam bem conscientes de que não corriam riscos ao conviverem com seus pets e compartilham conosco suas experiências:

Maeve Winkler está grávida de seis meses e tem 12 animais em casa. Seu médico não pediu afastamento dos animais, apenas precaução: “Ele apenas pediu que eu tomasse cuidado quando limpasse a caixa de areia dos gatos por causa da toxoplasmose, mas fiz o

exame no começo da gravidez e deu negativo. Sempre limpei as caixinhas com luvas e pazinha, então sem problemas. Meu marido ajuda também e tudo fica tranquilo. Meus animais são saudáveis, castrados e vacinados e os mantenho sempre limpos”.

Maeve disse que os gatos estão ainda mais carinhosos com ela: “Os gatos, principal-mente, estão mais carinhosos e próximos a mim neste período, parece que eles sabem que uma nova vida está por vir”. Ela diz que adora a companhia de seus pets nesta fase: “Meus gatos e cães ficaram mais carinhosos, tenho um deles que quando sobe no meu colo, o bebê parece que conhece já e se mexe. Ele ama ficar perto e quando mostrei o quartinho do bebê ele cheirou tudo e se deitou ao lado do berço. Ter meus bichinhos perto me deixa mais calma e feliz”.

Arizana Kuka já passou da fase da gravidez, ela tem dois filhos, um menino de oito anos e uma menina de dois. “Todos conviveram juntos, meus filhos são completamente sau-dáveis sem alergia a nada”, afirma.

Assim como outras gestantes, Arizana também tomou cuidado com a caixa de areia: “Parei de limpar a caixa de areia somente, de resto conversava com minha gata mais velha contando que chegaria um humano

pequenino pra cuidarmos”. O casal Leandro Henemann e Ana Paula

Mansani já era gateiro antes da chegada de sua filha. Leandro, que é veterinário, conta que o obstetra não ficou nada contente ao descobrir que além de terem gatos em casa, Ana Paula ajudava na clínica veterinária: “Na época, recomendou que evitássemos o con-tato da Ana com gatos, mas como sou médico veterinário, sei como é o ciclo da toxoplas-mose e que é: o gato somente elimina o agente no ambiente por um curto espaço de tempo (na fase inicial da doença onde há presença de diarréia), o agente só se torna contaminante depois de 24 horas fora do intestino do gato e o contagio direto de ges-tantes por gatos contaminados é estatistica-mente ínfimo”, explica Leandro.

Ana Paula fez os exames necessários e tomou todas as precauções para garantir a saúde de seu bebê: “Ana fez os exames que constataram que ela era negativa para toxo, então cuidamos com a alimentação e na higiene da liteira. Nós evitamos alimentos crus como carnes para os gatos durante a gestação para evitar que se contaminassem e por con-sequência eliminassem no ambiente”, diz Leandro.

Ana tomou todos os cuidados informados pelo médico, mas jamais poderia se desfazer de suas companheiras felinas: “Não poderia abandonar de forma alguma as criaturinhas que tinham sido e são até hoje minhas com-panheirinhas. Elas adoravam dormir do lado da minha barriga enquanto eu tricotava casa-quinhos e ficavam curiosas nas mudanças do novo quartinho. Quando eu ainda estava na maternidade, deixamos um paninho junto do nenê para que pegasse o seu cheirinho. No dia seguinte, meu marido levou este paninho para casa para que as gatas cheirassem e fossem se acostumando com o cheirinho da nenê. Ao chegar em casa ficaram curiosas, rodeando o

13

berço e quando a nenê chorava, uma delas ficava toda preocupada”, lembra Ana Paula.

Leandro diz que fizeram a apresentação da bebê (Letícia) e gatas gradualmente e com cuidado: “Após o nascimento da Leticia, desde o primeiro dia em casa os gatos tiveram acesso a ela com moderação, mas para evitar acidentes de arranhadura do que para preve-nir doenças. Seguimos a tendência dos aler-gologistas americanos que preconizam o con-tato da criança com o ambiente (pelos, pó, etc.) com moderação, para que o sistema imu-nológico dela entenda que pelos são normais e não criasse reações alérgicas intensas. Mesmo eu tendo bronquite crônica e rinite alérgica, nossa filha não tem alergia a nada, em especial a pelos. Ela tem uma gata só dela, dorme com ela todos os dias”.

Maria Carolina Moro também desfrutou da companhia de seus pets durante a gravidez e hoje presencia o fortalecimento da relação de sua filha com suas cadelas: “Tenho conduzido a convivência da bebê com meus animais da forma mais natural possível, as cachorras estão sempre dentro de casa junto com a Maria Sophia. Somente evito que as cachorras

lambam o rosto da Maria Sophia porque elas passeiam na rua e então podem trazem algum microorganismo prejudicial à saúde dela. A bebê adora as cachorras, quando as vê, já pela manhã, dá gritos de alegria. Agora que ela está começando a andar (segurando nas nossas mãos), quer ir o tempo todo atrás das cachorras, mas elas é que fogem da bebê, e escondem-se no escritório da residência ou em suas casinhas na parte exterior da casa. Outra coisa, é que a Maria Sophia adora deitar nas caminhas das cachorras que existem no interior da nossa casa, daí quando ela está indo em direção às caminhas as cachorras já saem correndo. Certa vez, quando a Maria Sophia tinha cerca de seis meses, puxou forte a orelha da Nina (tigrada) e tentou colocar na boca para morder, ainda bem que eu vi e pude evitar a mordida (da bebê na cachorra, sendo que a cachorra nada fez contra a bebê, só chorou)”.

A quem pensa em abandonar seu animal por conta de uma gravidez, Carolina dá seu recado: “O animal deposita toda a confiança dele em seu dono, e não pode ter esta confi-ança traída porque vai ocorrer o nascimento de um bebê. O animal faz parte da família e vai continuar fazendo parte depois do nascimento da criança, o animal vai acompanhar a gravi-dez, vai ter um pouco de ciúmes após o nasci-

mento do bebê, mas aos poucos tudo vai se normalizando e a convivência vai ficando extremamente agradável e até mesmo engra-çada em certas situações”.

Maeve Winkler também acredita que a con-vivência entre animais e crianças é extrema-mente benéfica para todos: “Tenho um filho de 15 anos que nasceu ao meio dos animais e hoje é um adolescente que ama, respeita e, acima de tudo, criou resistência ao conviver com eles. Meu filho é forte e saudável e rara-mente ficou doente (doenças infantis), jamais teve alergias ou rinites ou qualquer outra coisa por conta deles. Tenho animais desde que nasci e aprendi muito com eles. Quando a criança começa a crescer e sensibilizar suas relações de afeto, os objetos passam a ser substituídos por seres vivos. De todos os animaizinhos de estimação o mais comum e que mais se interage com o ser humano é o cão. Com ele a criança pode brincar, correr, explorar o ambiente e vivenciar novas experiências”.

Com informação e amor, o convívio com os gatos na gravidez pode ser prazeroso e confor-tador. E depois que a criança nasce, é uma recompensa compartilhar da descoberta de um amor tão puro como o que une crianças e animais.

Maria Carolina Moro, sua filha Maria Sophia e as cadelas Nina e Vaquinha

Leo, filho de Arizana, e o gato Merlin

Sophia, filha de Arizana, e a gata Luna

Maria Sophia e a cadela Vaquinha

Page 12: #08 - Novembro 2010

A mulher vai a sua primeira consulta ao obstetra e relata que tem animais. Se o pet for um gato então, o médico vai fazer cara feia e manda-la ´jogar o gato fora´ por causa da toxoplasmose. Infelizmente a cena ainda é comum em vários consultórios brasileiros. E isso ocorre graças a pouca (ou nenhuma) infor-mação que os médicos têm sobre zoonoses. Quem mais dispõe de conhecimento sobre elas são os veterinários, por isso o preconceito se alastra.

Para começarmos a elucidar a questão da toxoplasmose na gravidez, publicamos abaixo um trecho de artigo veiculado na revista Clínica Veterinária, na edição de maio/junho deste ano. A autoria é dos veterinários Patrícia Yukiko

10 11

Pet Saúde

Montaño, Marúcia de Andrade Cruz (nossa colunista), Leila Sabrina Ullmann, Helio Lan-goni e Alexandre Welder Biondo.

“Como os gatos são os únicos animais domésticos no qual o T. gondii (protozoário causador da toxoplasmose) completa o está-gio sexual de seu ciclo de vida, eliminando assim milhões de formas infecciosas (oocistos) no meio ambiente, eles desempenham impor-tante papel no ciclo de vida desse protozoário. Porém, é importante reconhecer que a princi-pal forma de infecção do homem não ocorre pelo contato direto com os gatos, mas princi-palmente pelo consumo de carne crua ou mal passada contendo cistos do parasita ou pela ingestão acidental de oocistos esporulados

12

Gravidez e petsVocê sabe o que fazer para ter harmonia na sua gestação com os animais?

provenientes das fezes dos gatos, que con-taminam alimentos como frutas, verduras, leite e água, além de ocorrer também durante a realização de atividades de jardinagem (...).

O desconhecimento de boa parte dos profis-sionais da saúde a respeito das vias de trans-missão e do verdadeiro papel do gato no ciclo da toxoplasmose é um grande problema. A recomendação de não ter nenhum contato com qualquer gato durante o período gestacio-nal pode acarretar um aumento do número de gatos errantes no município, devido ao fato de muitos donos abandonarem seus animais à própria sorte. Outro aspecto importante é o emocional, pois a gestante possui laços afeti-vos com seu gato e acaba vivendo uma situa-ção de estresse ao ter que se separar de seu animal (...).

(...) A possibilidade de transmissão para seres humanos pelo simples ato de tocar ou acariciar um gato, ou até mesmo pelos arra-nhões e mordidas, é mínima ou inexistente, devido às características de eliminação do agente e de higiene desses animais. (...)

Os gatos que habitam apartamentos e se alimentam apenas de alimentos comerciais ou dietas caseiras apresentam menor risco de contato com o agente e, consequentemente, um potencial de transmissão ainda menor para seus responsáveis”.

Conversamos com algumas gestantes que já estavam bem conscientes de que não corriam riscos ao conviverem com seus pets e compartilham conosco suas experiências:

Maeve Winkler está grávida de seis meses e tem 12 animais em casa. Seu médico não pediu afastamento dos animais, apenas precaução: “Ele apenas pediu que eu tomasse cuidado quando limpasse a caixa de areia dos gatos por causa da toxoplasmose, mas fiz o

exame no começo da gravidez e deu negativo. Sempre limpei as caixinhas com luvas e pazinha, então sem problemas. Meu marido ajuda também e tudo fica tranquilo. Meus animais são saudáveis, castrados e vacinados e os mantenho sempre limpos”.

Maeve disse que os gatos estão ainda mais carinhosos com ela: “Os gatos, principal-mente, estão mais carinhosos e próximos a mim neste período, parece que eles sabem que uma nova vida está por vir”. Ela diz que adora a companhia de seus pets nesta fase: “Meus gatos e cães ficaram mais carinhosos, tenho um deles que quando sobe no meu colo, o bebê parece que conhece já e se mexe. Ele ama ficar perto e quando mostrei o quartinho do bebê ele cheirou tudo e se deitou ao lado do berço. Ter meus bichinhos perto me deixa mais calma e feliz”.

Arizana Kuka já passou da fase da gravidez, ela tem dois filhos, um menino de oito anos e uma menina de dois. “Todos conviveram juntos, meus filhos são completamente sau-dáveis sem alergia a nada”, afirma.

Assim como outras gestantes, Arizana também tomou cuidado com a caixa de areia: “Parei de limpar a caixa de areia somente, de resto conversava com minha gata mais velha contando que chegaria um humano

pequenino pra cuidarmos”. O casal Leandro Henemann e Ana Paula

Mansani já era gateiro antes da chegada de sua filha. Leandro, que é veterinário, conta que o obstetra não ficou nada contente ao descobrir que além de terem gatos em casa, Ana Paula ajudava na clínica veterinária: “Na época, recomendou que evitássemos o con-tato da Ana com gatos, mas como sou médico veterinário, sei como é o ciclo da toxoplas-mose e que é: o gato somente elimina o agente no ambiente por um curto espaço de tempo (na fase inicial da doença onde há presença de diarréia), o agente só se torna contaminante depois de 24 horas fora do intestino do gato e o contagio direto de ges-tantes por gatos contaminados é estatistica-mente ínfimo”, explica Leandro.

Ana Paula fez os exames necessários e tomou todas as precauções para garantir a saúde de seu bebê: “Ana fez os exames que constataram que ela era negativa para toxo, então cuidamos com a alimentação e na higiene da liteira. Nós evitamos alimentos crus como carnes para os gatos durante a gestação para evitar que se contaminassem e por con-sequência eliminassem no ambiente”, diz Leandro.

Ana tomou todos os cuidados informados pelo médico, mas jamais poderia se desfazer de suas companheiras felinas: “Não poderia abandonar de forma alguma as criaturinhas que tinham sido e são até hoje minhas com-panheirinhas. Elas adoravam dormir do lado da minha barriga enquanto eu tricotava casa-quinhos e ficavam curiosas nas mudanças do novo quartinho. Quando eu ainda estava na maternidade, deixamos um paninho junto do nenê para que pegasse o seu cheirinho. No dia seguinte, meu marido levou este paninho para casa para que as gatas cheirassem e fossem se acostumando com o cheirinho da nenê. Ao chegar em casa ficaram curiosas, rodeando o

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berço e quando a nenê chorava, uma delas ficava toda preocupada”, lembra Ana Paula.

Leandro diz que fizeram a apresentação da bebê (Letícia) e gatas gradualmente e com cuidado: “Após o nascimento da Leticia, desde o primeiro dia em casa os gatos tiveram acesso a ela com moderação, mas para evitar acidentes de arranhadura do que para preve-nir doenças. Seguimos a tendência dos aler-gologistas americanos que preconizam o con-tato da criança com o ambiente (pelos, pó, etc.) com moderação, para que o sistema imu-nológico dela entenda que pelos são normais e não criasse reações alérgicas intensas. Mesmo eu tendo bronquite crônica e rinite alérgica, nossa filha não tem alergia a nada, em especial a pelos. Ela tem uma gata só dela, dorme com ela todos os dias”.

Maria Carolina Moro também desfrutou da companhia de seus pets durante a gravidez e hoje presencia o fortalecimento da relação de sua filha com suas cadelas: “Tenho conduzido a convivência da bebê com meus animais da forma mais natural possível, as cachorras estão sempre dentro de casa junto com a Maria Sophia. Somente evito que as cachorras

lambam o rosto da Maria Sophia porque elas passeiam na rua e então podem trazem algum microorganismo prejudicial à saúde dela. A bebê adora as cachorras, quando as vê, já pela manhã, dá gritos de alegria. Agora que ela está começando a andar (segurando nas nossas mãos), quer ir o tempo todo atrás das cachorras, mas elas é que fogem da bebê, e escondem-se no escritório da residência ou em suas casinhas na parte exterior da casa. Outra coisa, é que a Maria Sophia adora deitar nas caminhas das cachorras que existem no interior da nossa casa, daí quando ela está indo em direção às caminhas as cachorras já saem correndo. Certa vez, quando a Maria Sophia tinha cerca de seis meses, puxou forte a orelha da Nina (tigrada) e tentou colocar na boca para morder, ainda bem que eu vi e pude evitar a mordida (da bebê na cachorra, sendo que a cachorra nada fez contra a bebê, só chorou)”.

A quem pensa em abandonar seu animal por conta de uma gravidez, Carolina dá seu recado: “O animal deposita toda a confiança dele em seu dono, e não pode ter esta confi-ança traída porque vai ocorrer o nascimento de um bebê. O animal faz parte da família e vai continuar fazendo parte depois do nascimento da criança, o animal vai acompanhar a gravi-dez, vai ter um pouco de ciúmes após o nasci-

mento do bebê, mas aos poucos tudo vai se normalizando e a convivência vai ficando extremamente agradável e até mesmo engra-çada em certas situações”.

Maeve Winkler também acredita que a con-vivência entre animais e crianças é extrema-mente benéfica para todos: “Tenho um filho de 15 anos que nasceu ao meio dos animais e hoje é um adolescente que ama, respeita e, acima de tudo, criou resistência ao conviver com eles. Meu filho é forte e saudável e rara-mente ficou doente (doenças infantis), jamais teve alergias ou rinites ou qualquer outra coisa por conta deles. Tenho animais desde que nasci e aprendi muito com eles. Quando a criança começa a crescer e sensibilizar suas relações de afeto, os objetos passam a ser substituídos por seres vivos. De todos os animaizinhos de estimação o mais comum e que mais se interage com o ser humano é o cão. Com ele a criança pode brincar, correr, explorar o ambiente e vivenciar novas experiências”.

Com informação e amor, o convívio com os gatos na gravidez pode ser prazeroso e confor-tador. E depois que a criança nasce, é uma recompensa compartilhar da descoberta de um amor tão puro como o que une crianças e animais.

Maria Carolina Moro, sua filha Maria Sophia e as cadelas Nina e Vaquinha

Leo, filho de Arizana e o gato Merlin

Sophia, filha de Arizana, e a gata Luna

Maria Sophia e a cadela Vaquinha

Page 13: #08 - Novembro 2010

A mulher vai a sua primeira consulta ao obstetra e relata que tem animais. Se o pet for um gato então, o médico vai fazer cara feia e manda-la ´jogar o gato fora´ por causa da toxoplasmose. Infelizmente a cena ainda é comum em vários consultórios brasileiros. E isso ocorre graças a pouca (ou nenhuma) infor-mação que os médicos têm sobre zoonoses. Quem mais dispõe de conhecimento sobre elas são os veterinários, por isso o preconceito se alastra.

Para começarmos a elucidar a questão da toxoplasmose na gravidez, publicamos abaixo um trecho de artigo veiculado na revista Clínica Veterinária, na edição de maio/junho deste ano. A autoria é dos veterinários Patrícia Yukiko

10 11

Pet Saúde

Montaño, Marúcia de Andrade Cruz (nossa colunista), Leila Sabrina Ullmann, Helio Lan-goni e Alexandre Welder Biondo.

“Como os gatos são os únicos animais domésticos no qual o T. gondii (protozoário causador da toxoplasmose) completa o está-gio sexual de seu ciclo de vida, eliminando assim milhões de formas infecciosas (oocistos) no meio ambiente, eles desempenham impor-tante papel no ciclo de vida desse protozoário. Porém, é importante reconhecer que a princi-pal forma de infecção do homem não ocorre pelo contato direto com os gatos, mas princi-palmente pelo consumo de carne crua ou mal passada contendo cistos do parasita ou pela ingestão acidental de oocistos esporulados

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Gravidez e petsVocê sabe o que fazer para ter harmonia na sua gestação com os animais?

provenientes das fezes dos gatos, que con-taminam alimentos como frutas, verduras, leite e água, além de ocorrer também durante a realização de atividades de jardinagem (...).

O desconhecimento de boa parte dos profis-sionais da saúde a respeito das vias de trans-missão e do verdadeiro papel do gato no ciclo da toxoplasmose é um grande problema. A recomendação de não ter nenhum contato com qualquer gato durante o período gestacio-nal pode acarretar um aumento do número de gatos errantes no município, devido ao fato de muitos donos abandonarem seus animais à própria sorte. Outro aspecto importante é o emocional, pois a gestante possui laços afeti-vos com seu gato e acaba vivendo uma situa-ção de estresse ao ter que se separar de seu animal (...).

(...) A possibilidade de transmissão para seres humanos pelo simples ato de tocar ou acariciar um gato, ou até mesmo pelos arra-nhões e mordidas, é mínima ou inexistente, devido às características de eliminação do agente e de higiene desses animais. (...)

Os gatos que habitam apartamentos e se alimentam apenas de alimentos comerciais ou dietas caseiras apresentam menor risco de contato com o agente e, consequentemente, um potencial de transmissão ainda menor para seus responsáveis”.

Conversamos com algumas gestantes que já estavam bem conscientes de que não corriam riscos ao conviverem com seus pets e compartilham conosco suas experiências:

Maeve Winkler está grávida de seis meses e tem 12 animais em casa. Seu médico não pediu afastamento dos animais, apenas precaução: “Ele apenas pediu que eu tomasse cuidado quando limpasse a caixa de areia dos gatos por causa da toxoplasmose, mas fiz o

exame no começo da gravidez e deu negativo. Sempre limpei as caixinhas com luvas e pazinha, então sem problemas. Meu marido ajuda também e tudo fica tranquilo. Meus animais são saudáveis, castrados e vacinados e os mantenho sempre limpos”.

Maeve disse que os gatos estão ainda mais carinhosos com ela: “Os gatos, principal-mente, estão mais carinhosos e próximos a mim neste período, parece que eles sabem que uma nova vida está por vir”. Ela diz que adora a companhia de seus pets nesta fase: “Meus gatos e cães ficaram mais carinhosos, tenho um deles que quando sobe no meu colo, o bebê parece que conhece já e se mexe. Ele ama ficar perto e quando mostrei o quartinho do bebê ele cheirou tudo e se deitou ao lado do berço. Ter meus bichinhos perto me deixa mais calma e feliz”.

Arizana Kuka já passou da fase da gravidez, ela tem dois filhos, um menino de oito anos e uma menina de dois. “Todos conviveram juntos, meus filhos são completamente sau-dáveis sem alergia a nada”, afirma.

Assim como outras gestantes, Arizana também tomou cuidado com a caixa de areia: “Parei de limpar a caixa de areia somente, de resto conversava com minha gata mais velha contando que chegaria um humano

pequenino pra cuidarmos”. O casal Leandro Henemann e Ana Paula

Mansani já era gateiro antes da chegada de sua filha. Leandro, que é veterinário, conta que o obstetra não ficou nada contente ao descobrir que além de terem gatos em casa, Ana Paula ajudava na clínica veterinária: “Na época, recomendou que evitássemos o con-tato da Ana com gatos, mas como sou médico veterinário, sei como é o ciclo da toxoplas-mose e que é: o gato somente elimina o agente no ambiente por um curto espaço de tempo (na fase inicial da doença onde há presença de diarréia), o agente só se torna contaminante depois de 24 horas fora do intestino do gato e o contagio direto de ges-tantes por gatos contaminados é estatistica-mente ínfimo”, explica Leandro.

Ana Paula fez os exames necessários e tomou todas as precauções para garantir a saúde de seu bebê: “Ana fez os exames que constataram que ela era negativa para toxo, então cuidamos com a alimentação e na higiene da liteira. Nós evitamos alimentos crus como carnes para os gatos durante a gestação para evitar que se contaminassem e por con-sequência eliminassem no ambiente”, diz Leandro.

Ana tomou todos os cuidados informados pelo médico, mas jamais poderia se desfazer de suas companheiras felinas: “Não poderia abandonar de forma alguma as criaturinhas que tinham sido e são até hoje minhas com-panheirinhas. Elas adoravam dormir do lado da minha barriga enquanto eu tricotava casa-quinhos e ficavam curiosas nas mudanças do novo quartinho. Quando eu ainda estava na maternidade, deixamos um paninho junto do nenê para que pegasse o seu cheirinho. No dia seguinte, meu marido levou este paninho para casa para que as gatas cheirassem e fossem se acostumando com o cheirinho da nenê. Ao chegar em casa ficaram curiosas, rodeando o

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berço e quando a nenê chorava, uma delas ficava toda preocupada”, lembra Ana Paula.

Leandro diz que fizeram a apresentação da bebê (Letícia) e gatas gradualmente e com cuidado: “Após o nascimento da Leticia, desde o primeiro dia em casa os gatos tiveram acesso a ela com moderação, mas para evitar acidentes de arranhadura do que para preve-nir doenças. Seguimos a tendência dos aler-gologistas americanos que preconizam o con-tato da criança com o ambiente (pelos, pó, etc.) com moderação, para que o sistema imu-nológico dela entenda que pelos são normais e não criasse reações alérgicas intensas. Mesmo eu tendo bronquite crônica e rinite alérgica, nossa filha não tem alergia a nada, em especial a pelos. Ela tem uma gata só dela, dorme com ela todos os dias”.

Maria Carolina Moro também desfrutou da companhia de seus pets durante a gravidez e hoje presencia o fortalecimento da relação de sua filha com suas cadelas: “Tenho conduzido a convivência da bebê com meus animais da forma mais natural possível, as cachorras estão sempre dentro de casa junto com a Maria Sophia. Somente evito que as cachorras

lambam o rosto da Maria Sophia porque elas passeiam na rua e então podem trazem algum microorganismo prejudicial à saúde dela. A bebê adora as cachorras, quando as vê, já pela manhã, dá gritos de alegria. Agora que ela está começando a andar (segurando nas nossas mãos), quer ir o tempo todo atrás das cachorras, mas elas é que fogem da bebê, e escondem-se no escritório da residência ou em suas casinhas na parte exterior da casa. Outra coisa, é que a Maria Sophia adora deitar nas caminhas das cachorras que existem no interior da nossa casa, daí quando ela está indo em direção às caminhas as cachorras já saem correndo. Certa vez, quando a Maria Sophia tinha cerca de seis meses, puxou forte a orelha da Nina (tigrada) e tentou colocar na boca para morder, ainda bem que eu vi e pude evitar a mordida (da bebê na cachorra, sendo que a cachorra nada fez contra a bebê, só chorou)”.

A quem pensa em abandonar seu animal por conta de uma gravidez, Carolina dá seu recado: “O animal deposita toda a confiança dele em seu dono, e não pode ter esta confi-ança traída porque vai ocorrer o nascimento de um bebê. O animal faz parte da família e vai continuar fazendo parte depois do nascimento da criança, o animal vai acompanhar a gravi-dez, vai ter um pouco de ciúmes após o nasci-

mento do bebê, mas aos poucos tudo vai se normalizando e a convivência vai ficando extremamente agradável e até mesmo engra-çada em certas situações”.

Maeve Winkler também acredita que a con-vivência entre animais e crianças é extrema-mente benéfica para todos: “Tenho um filho de 15 anos que nasceu ao meio dos animais e hoje é um adolescente que ama, respeita e, acima de tudo, criou resistência ao conviver com eles. Meu filho é forte e saudável e rara-mente ficou doente (doenças infantis), jamais teve alergias ou rinites ou qualquer outra coisa por conta deles. Tenho animais desde que nasci e aprendi muito com eles. Quando a criança começa a crescer e sensibilizar suas relações de afeto, os objetos passam a ser substituídos por seres vivos. De todos os animaizinhos de estimação o mais comum e que mais se interage com o ser humano é o cão. Com ele a criança pode brincar, correr, explorar o ambiente e vivenciar novas experiências”.

Com informação e amor, o convívio com os gatos na gravidez pode ser prazeroso e confor-tador. E depois que a criança nasce, é uma recompensa compartilhar da descoberta de um amor tão puro como o que une crianças e animais.

Maria Carolina Moro, sua filha Maria Sophia e as cadelas Nina e Vaquinha

Leo, filho de Arizana e o gato Merlin

Sophia, filha de Arizana, e a gata Luna

Maria Sophia e a cadela Vaquinha

Page 14: #08 - Novembro 2010

Dúvidas animais!

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Educação Pet

Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

Obediência Ajuda para escolha de filhotes

Prevenção de problemas Segurança Passeios

Entre em contatowww.gu s t a v o c ampe l o . c om .b r

(11) 9626.4787

Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

O especialista em comportamento Gustavo Campelo responde suas dúvidas

Realmente o comportamento de nossos amigos animais suscita muitas dúvidas! Para tentar ajudar nossos leitores que estão com situações incomuns com seus pets, Gustavo Campelo* responde a algumas perguntas:

Cadela violentaMinha cadelinha tem dois anos e se

chama Ranah. Faz algum tempo que anda violenta. Late muito para pessoas e morde também, morde até a mim. Eu não bato nela, tento brigar, mas não adianta... O que fazer? Obrigada desde já!

Ariana GrotaNilópolis/RJ

RespostaPara te dar uma resposta mais precisa eu

necessito de mais dados. Como ele morde, quando, onde e motivo dessa mordida. Existem muitos tipos de agressividade. Mas uma coisa importante é que você dê para seu cão o que todo cão precisa. Exercício em primeiro lugar, disciplina em segundo lugar e carinho, apenas em terceiro lugar. Seja a líder de seu cão, uma líder justa, uma líder que entende realmente as necessidades do animal e trabalhe para prover essas necessi-dades. Sugiro que aumente a quantidade de atividade física de seu animal, elogie sempre que ele fizer algo que você gostaria. Bons passeios!

16

Husky SensívelEu tenho uma husky de 14 anos e ela faz

uma coisa que nunca entendi bem. Quando saímos para passear e os cachorros nas casas latem para ela, ela chora. Sei que hus-kies normalmente não latem, mas por que o choro?

Amana ZanellaBelo Horizonte/ MG

Resposta O comportamento que seu husky apre-

senta é normal. Ele ouve os cães latindo ameaçadoramente para ele, e isso o deixa ansioso. Esse chorinho é de ansiedade. É provável que esse choro tenha aumentado conforme o cão foi envelhecendo. Isso acon-tece porque ele sabe, que com mais idade, ficaria difícil entrar numa briga, caso os cães escapassem. Os cães mais idosos se sentem cada vez mais inseguros, mesmo em situa-ções que passaram a vida toda sem proble-mas. Sugiro que você não dê atenção ao seu cão enquanto ele estiver chorando. Elogie quando ele estiver calmo durante o passeio. Elogie com um carinho e uma palavra de agrado. Tente sempre ficar entre ele e o cão da casa, isso passará mais confiança ao seu cão.

Cadelas demolidoras

Tenho duas cadelinhas lindas e elas estão comendo a parede? Isso é normal?

Patricia NolliBelo Horizonte/MG

Gato MiaTenho um gato de dois anos, castrado,

superbem de saúde que vive comigo em meu apartamento. Acontece que há algumas semanas em determinada hora da manhã ele começa a miar e não para mais! Já achei que fosse por comida, então comecei a dar comida antes de dormir, melhorou um pouco, mas voltou a miar... aí comecei a dormir com um pratinho de ração do meu lado e lá pelas 6:30 da manhã (quando ele começa a miar... só vai parar lá pelas 9:30) eu o oferecia. Ele comia e logo após começava a miar de novo. Como não entendia o que ele queria, levan-tava, limpava areia, dava água, abria a janela pra ele tomar sol, mas nada adianta! Às vezes acho que ele mia pra me acordar porque quer minha companhia, mas assim que eu acordo, ele deita e dorme! Não entendo o que ele quer. Pode me ajudar?

Larissa AssunçãoRio de Janeiro/RJ

Resposta Normalmente esse comportamento pode

aparecer em duas situações. Na primeira o animal não gasta energia física suficiente então começa a procurar no ambiente alguma coisa para fazer. Isso depois pode virar um vício. Na segunda possibilidade o cão pode ter algum problema de saúde, como vermes, e por isso come a parede. Sugiro que faça um exame de fezes e peça ajuda a seu veterinário. Verifique também a questão de caminhadas.

RespostaLarissa, não é que no fim da sua pergunta

você mesma matou a charada? Muito provavelmente seu gato tinha um motivo mesmo para miar da primeira vez. Você ficou preocupada e deu comida. Nas vezes subse-quentes ele miava e você dava atenção, ca-rinho, água, comida, limpava a caixa. Resul-tado disso: você simplesmente treinou seu gato para te acordar de manhã. Ele aprendeu que sempre que mia, você dá atenção. E é isso que ele quer. Solução: Antes de dormir verifique que ele tem água, comida, um lugar para dormir. Ok. Agora vá dormir, e esqueça que tem um animal. Não levante por nada, até que ele pare de miar. Se achar necessário, ponha um tampão de ouvido. Bom treino!

Resposta O que me chamou a atenção é a palavra

"gotinhas". Pode ser uma questão de saúde. Em primeiro lugar leve seu cão ao veterinário para que ele possa verificar se está tudo ok com a saúde. Caso seja constatado que não há problemas com a saúde, nos resta a hipó-tese de problema comportamental. Apesar de uma análise profunda ser necessária, uma dica importante é não dar atenção (bronca ou carinho) caso veja o cão fazendo xixi em local errado. Elogie sempre que ele acertar.

Xixi por todo lugarBom dia! Tenho um poodle com quatro

anos. E ele agora deu pra fazer xixi (gotinhas) em todos os lugares da casa que não pode. Parece fazer de pirraça, qual solução?! Antes ele fazia apenas no terraço no cantinho dele.

Gabriela Abreu

* Gustavo Campelo é especialista em comportamento animal e palestrante. Ele é diretor da em-presa que leva seu nome, e é especialista em educação e socialização de pets – www.gustavocampelo.com.br

17

Você tem dúvidas sobre o comportamento do seu pet?

Envie sua pergunta para [email protected] que Gustavo Campelo irá responder. Publicaremos as respostas em nossa próxima edição.

Page 15: #08 - Novembro 2010

Dúvidas animais!

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Educação Pet

Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

Obediência Ajuda para escolha de filhotes

Prevenção de problemas Segurança Passeios

Entre em contatowww.gu s t a v o c ampe l o . c om .b r

(11) 9626.4787

Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

O especialista em comportamento Gustavo Campelo responde suas dúvidas

Realmente o comportamento de nossos amigos animais suscita muitas dúvidas! Para tentar ajudar nossos leitores que estão com situações incomuns com seus pets, Gustavo Campelo* responde a algumas perguntas:

Cadela violentaMinha cadelinha tem dois anos e se

chama Ranah. Faz algum tempo que anda violenta. Late muito para pessoas e morde também, morde até a mim. Eu não bato nela, tento brigar, mas não adianta... O que fazer? Obrigada desde já!

Ariana GrotaNilópolis/RJ

RespostaPara te dar uma resposta mais precisa eu

necessito de mais dados. Como ele morde, quando, onde e motivo dessa mordida. Existem muitos tipos de agressividade. Mas uma coisa importante é que você dê para seu cão o que todo cão precisa. Exercício em primeiro lugar, disciplina em segundo lugar e carinho, apenas em terceiro lugar. Seja a líder de seu cão, uma líder justa, uma líder que entende realmente as necessidades do animal e trabalhe para prover essas necessi-dades. Sugiro que aumente a quantidade de atividade física de seu animal, elogie sempre que ele fizer algo que você gostaria. Bons passeios!

16

Husky SensívelEu tenho uma husky de 14 anos e ela faz

uma coisa que nunca entendi bem. Quando saímos para passear e os cachorros nas casas latem para ela, ela chora. Sei que hus-kies normalmente não latem, mas por que o choro?

Amana ZanellaBelo Horizonte/ MG

Resposta O comportamento que seu husky apre-

senta é normal. Ele ouve os cães latindo ameaçadoramente para ele, e isso o deixa ansioso. Esse chorinho é de ansiedade. É provável que esse choro tenha aumentado conforme o cão foi envelhecendo. Isso acon-tece porque ele sabe, que com mais idade, ficaria difícil entrar numa briga, caso os cães escapassem. Os cães mais idosos se sentem cada vez mais inseguros, mesmo em situa-ções que passaram a vida toda sem proble-mas. Sugiro que você não dê atenção ao seu cão enquanto ele estiver chorando. Elogie quando ele estiver calmo durante o passeio. Elogie com um carinho e uma palavra de agrado. Tente sempre ficar entre ele e o cão da casa, isso passará mais confiança ao seu cão.

Cadelas demolidoras

Tenho duas cadelinhas lindas e elas estão comendo a parede? Isso é normal?

Patricia NolliBelo Horizonte/MG

Gato MiaTenho um gato de dois anos, castrado,

superbem de saúde que vive comigo em meu apartamento. Acontece que há algumas semanas em determinada hora da manhã ele começa a miar e não para mais! Já achei que fosse por comida, então comecei a dar comida antes de dormir, melhorou um pouco, mas voltou a miar... aí comecei a dormir com um pratinho de ração do meu lado e lá pelas 6:30 da manhã (quando ele começa a miar... só vai parar lá pelas 9:30) eu o oferecia. Ele comia e logo após começava a miar de novo. Como não entendia o que ele queria, levan-tava, limpava areia, dava água, abria a janela pra ele tomar sol, mas nada adianta! Às vezes acho que ele mia pra me acordar porque quer minha companhia, mas assim que eu acordo, ele deita e dorme! Não entendo o que ele quer. Pode me ajudar?

Larissa AssunçãoRio de Janeiro/RJ

Resposta Normalmente esse comportamento pode

aparecer em duas situações. Na primeira o animal não gasta energia física suficiente então começa a procurar no ambiente alguma coisa para fazer. Isso depois pode virar um vício. Na segunda possibilidade o cão pode ter algum problema de saúde, como vermes, e por isso come a parede. Sugiro que faça um exame de fezes e peça ajuda a seu veterinário. Verifique também a questão de caminhadas.

RespostaLarissa, não é que no fim da sua pergunta

você mesma matou a charada? Muito provavelmente seu gato tinha um motivo mesmo para miar da primeira vez. Você ficou preocupada e deu comida. Nas vezes subse-quentes ele miava e você dava atenção, ca-rinho, água, comida, limpava a caixa. Resul-tado disso: você simplesmente treinou seu gato para te acordar de manhã. Ele aprendeu que sempre que mia, você dá atenção. E é isso que ele quer. Solução: Antes de dormir verifique que ele tem água, comida, um lugar para dormir. Ok. Agora vá dormir, e esqueça que tem um animal. Não levante por nada, até que ele pare de miar. Se achar necessário, ponha um tampão de ouvido. Bom treino!

Resposta O que me chamou a atenção é a palavra

"gotinhas". Pode ser uma questão de saúde. Em primeiro lugar leve seu cão ao veterinário para que ele possa verificar se está tudo ok com a saúde. Caso seja constatado que não há problemas com a saúde, nos resta a hipó-tese de problema comportamental. Apesar de uma análise profunda ser necessária, uma dica importante é não dar atenção (bronca ou carinho) caso veja o cão fazendo xixi em local errado. Elogie sempre que ele acertar.

Xixi por todo lugarBom dia! Tenho um poodle com quatro

anos. E ele agora deu pra fazer xixi (gotinhas) em todos os lugares da casa que não pode. Parece fazer de pirraça, qual solução?! Antes ele fazia apenas no terraço no cantinho dele.

Gabriela Abreu

* Gustavo Campelo é especialista em comportamento animal e palestrante. Ele é diretor da em-presa que leva seu nome, e é especialista em educação e socialização de pets – www.gustavocampelo.com.br

17

Você tem dúvidas sobre o comportamento do seu pet?

Envie sua pergunta para [email protected] que Gustavo Campelo irá responder. Publicaremos as respostas em nossa próxima edição.

Page 16: #08 - Novembro 2010

Dúvidas animais!

14

Educação Pet

Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

Obediência Ajuda para escolha de filhotes

Prevenção de problemas Segurança Passeios

Entre em contatowww.gu s t a v o c ampe l o . c om .b r

(11) 9626.4787

Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

O especialista em comportamento Gustavo Campelo responde suas dúvidas

Realmente o comportamento de nossos amigos animais suscita muitas dúvidas! Para tentar ajudar nossos leitores que estão com situações incomuns com seus pets, Gustavo Campelo* responde a algumas perguntas:

Cadela violentaMinha cadelinha tem dois anos e se

chama Ranah. Faz algum tempo que anda violenta. Late muito para pessoas e morde também, morde até a mim. Eu não bato nela, tento brigar, mas não adianta... O que fazer? Obrigada desde já!

Ariana GrotaNilópolis/RJ

RespostaPara te dar uma resposta mais precisa eu

necessito de mais dados. Como ele morde, quando, onde e motivo dessa mordida. Existem muitos tipos de agressividade. Mas uma coisa importante é que você dê para seu cão o que todo cão precisa. Exercício em primeiro lugar, disciplina em segundo lugar e carinho, apenas em terceiro lugar. Seja a líder de seu cão, uma líder justa, uma líder que entende realmente as necessidades do animal e trabalhe para prover essas necessi-dades. Sugiro que aumente a quantidade de atividade física de seu animal, elogie sempre que ele fizer algo que você gostaria. Bons passeios!

16

Husky SensívelEu tenho uma husky de 14 anos e ela faz

uma coisa que nunca entendi bem. Quando saímos para passear e os cachorros nas casas latem para ela, ela chora. Sei que hus-kies normalmente não latem, mas por que o choro?

Amana ZanellaBelo Horizonte/ MG

Resposta O comportamento que seu husky apre-

senta é normal. Ele ouve os cães latindo ameaçadoramente para ele, e isso o deixa ansioso. Esse chorinho é de ansiedade. É provável que esse choro tenha aumentado conforme o cão foi envelhecendo. Isso acon-tece porque ele sabe, que com mais idade, ficaria difícil entrar numa briga, caso os cães escapassem. Os cães mais idosos se sentem cada vez mais inseguros, mesmo em situa-ções que passaram a vida toda sem proble-mas. Sugiro que você não dê atenção ao seu cão enquanto ele estiver chorando. Elogie quando ele estiver calmo durante o passeio. Elogie com um carinho e uma palavra de agrado. Tente sempre ficar entre ele e o cão da casa, isso passará mais confiança ao seu cão.

Cadelas demolidoras

Tenho duas cadelinhas lindas e elas estão comendo a parede? Isso é normal?

Patricia NolliBelo Horizonte/MG

Gato MiaTenho um gato de dois anos, castrado,

superbem de saúde que vive comigo em meu apartamento. Acontece que há algumas semanas em determinada hora da manhã ele começa a miar e não para mais! Já achei que fosse por comida, então comecei a dar comida antes de dormir, melhorou um pouco, mas voltou a miar... aí comecei a dormir com um pratinho de ração do meu lado e lá pelas 6:30 da manhã (quando ele começa a miar... só vai parar lá pelas 9:30) eu o oferecia. Ele comia e logo após começava a miar de novo. Como não entendia o que ele queria, levan-tava, limpava areia, dava água, abria a janela pra ele tomar sol, mas nada adianta! Às vezes acho que ele mia pra me acordar porque quer minha companhia, mas assim que eu acordo, ele deita e dorme! Não entendo o que ele quer. Pode me ajudar?

Larissa AssunçãoRio de Janeiro/RJ

Resposta Normalmente esse comportamento pode

aparecer em duas situações. Na primeira o animal não gasta energia física suficiente então começa a procurar no ambiente alguma coisa para fazer. Isso depois pode virar um vício. Na segunda possibilidade o cão pode ter algum problema de saúde, como vermes, e por isso come a parede. Sugiro que faça um exame de fezes e peça ajuda a seu veterinário. Verifique também a questão de caminhadas.

RespostaLarissa, não é que no fim da sua pergunta

você mesma matou a charada? Muito provavelmente seu gato tinha um motivo mesmo para miar da primeira vez. Você ficou preocupada e deu comida. Nas vezes subse-quentes ele miava e você dava atenção, ca-rinho, água, comida, limpava a caixa. Resul-tado disso: você simplesmente treinou seu gato para te acordar de manhã. Ele aprendeu que sempre que mia, você dá atenção. E é isso que ele quer. Solução: Antes de dormir verifique que ele tem água, comida, um lugar para dormir. Ok. Agora vá dormir, e esqueça que tem um animal. Não levante por nada, até que ele pare de miar. Se achar necessário, ponha um tampão de ouvido. Bom treino!

Resposta O que me chamou a atenção é a palavra

"gotinhas". Pode ser uma questão de saúde. Em primeiro lugar leve seu cão ao veterinário para que ele possa verificar se está tudo ok com a saúde. Caso seja constatado que não há problemas com a saúde, nos resta a hipó-tese de problema comportamental. Apesar de uma análise profunda ser necessária, uma dica importante é não dar atenção (bronca ou carinho) caso veja o cão fazendo xixi em local errado. Elogie sempre que ele acertar.

Xixi por todo lugarBom dia! Tenho um poodle com quatro

anos. E ele agora deu pra fazer xixi (gotinhas) em todos os lugares da casa que não pode. Parece fazer de pirraça, qual solução?! Antes ele fazia apenas no terraço no cantinho dele.

Gabriela Abreu

* Gustavo Campelo é especialista em comportamento animal e palestrante. Ele é diretor da em-presa que leva seu nome, e é especialista em educação e socialização de pets – www.gustavocampelo.com.br

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Você tem dúvidas sobre o comportamento do seu pet?

Envie sua pergunta para [email protected] que Gustavo Campelo irá responder. Publicaremos as respostas em nossa próxima edição.

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Dúvidas animais!

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Educação Pet

Consulta e terapia comportamentalSocialização de filhotes

Obediência Ajuda para escolha de filhotes

Prevenção de problemas Segurança Passeios

Entre em contatowww.gu s t a v o c ampe l o . c om .b r

(11) 9626.4787

Quer ter um cão ideal?Conviver com o seu melhor amigo é mais fácil do que você imagina.

O especialista em comportamento Gustavo Campelo responde suas dúvidas

Realmente o comportamento de nossos amigos animais suscita muitas dúvidas! Para tentar ajudar nossos leitores que estão com situações incomuns com seus pets, Gustavo Campelo* responde a algumas perguntas:

Cadela violentaMinha cadelinha tem dois anos e se

chama Ranah. Faz algum tempo que anda violenta. Late muito para pessoas e morde também, morde até a mim. Eu não bato nela, tento brigar, mas não adianta... O que fazer? Obrigada desde já!

Ariana GrotaNilópolis/RJ

RespostaPara te dar uma resposta mais precisa eu

necessito de mais dados. Como ele morde, quando, onde e motivo dessa mordida. Existem muitos tipos de agressividade. Mas uma coisa importante é que você dê para seu cão o que todo cão precisa. Exercício em primeiro lugar, disciplina em segundo lugar e carinho, apenas em terceiro lugar. Seja a líder de seu cão, uma líder justa, uma líder que entende realmente as necessidades do animal e trabalhe para prover essas necessi-dades. Sugiro que aumente a quantidade de atividade física de seu animal, elogie sempre que ele fizer algo que você gostaria. Bons passeios!

16

Husky SensívelEu tenho uma husky de 14 anos e ela faz

uma coisa que nunca entendi bem. Quando saímos para passear e os cachorros nas casas latem para ela, ela chora. Sei que hus-kies normalmente não latem, mas por que o choro?

Amana ZanellaBelo Horizonte/ MG

Resposta O comportamento que seu husky apre-

senta é normal. Ele ouve os cães latindo ameaçadoramente para ele, e isso o deixa ansioso. Esse chorinho é de ansiedade. É provável que esse choro tenha aumentado conforme o cão foi envelhecendo. Isso acon-tece porque ele sabe, que com mais idade, ficaria difícil entrar numa briga, caso os cães escapassem. Os cães mais idosos se sentem cada vez mais inseguros, mesmo em situa-ções que passaram a vida toda sem proble-mas. Sugiro que você não dê atenção ao seu cão enquanto ele estiver chorando. Elogie quando ele estiver calmo durante o passeio. Elogie com um carinho e uma palavra de agrado. Tente sempre ficar entre ele e o cão da casa, isso passará mais confiança ao seu cão.

Cadelas demolidoras

Tenho duas cadelinhas lindas e elas estão comendo a parede? Isso é normal?

Patricia NolliBelo Horizonte/MG

Gato MiaTenho um gato de dois anos, castrado,

superbem de saúde que vive comigo em meu apartamento. Acontece que há algumas semanas em determinada hora da manhã ele começa a miar e não para mais! Já achei que fosse por comida, então comecei a dar comida antes de dormir, melhorou um pouco, mas voltou a miar... aí comecei a dormir com um pratinho de ração do meu lado e lá pelas 6:30 da manhã (quando ele começa a miar... só vai parar lá pelas 9:30) eu o oferecia. Ele comia e logo após começava a miar de novo. Como não entendia o que ele queria, levan-tava, limpava areia, dava água, abria a janela pra ele tomar sol, mas nada adianta! Às vezes acho que ele mia pra me acordar porque quer minha companhia, mas assim que eu acordo, ele deita e dorme! Não entendo o que ele quer. Pode me ajudar?

Larissa AssunçãoRio de Janeiro/RJ

Resposta Normalmente esse comportamento pode

aparecer em duas situações. Na primeira o animal não gasta energia física suficiente então começa a procurar no ambiente alguma coisa para fazer. Isso depois pode virar um vício. Na segunda possibilidade o cão pode ter algum problema de saúde, como vermes, e por isso come a parede. Sugiro que faça um exame de fezes e peça ajuda a seu veterinário. Verifique também a questão de caminhadas.

RespostaLarissa, não é que no fim da sua pergunta

você mesma matou a charada? Muito provavelmente seu gato tinha um motivo mesmo para miar da primeira vez. Você ficou preocupada e deu comida. Nas vezes subse-quentes ele miava e você dava atenção, ca-rinho, água, comida, limpava a caixa. Resul-tado disso: você simplesmente treinou seu gato para te acordar de manhã. Ele aprendeu que sempre que mia, você dá atenção. E é isso que ele quer. Solução: Antes de dormir verifique que ele tem água, comida, um lugar para dormir. Ok. Agora vá dormir, e esqueça que tem um animal. Não levante por nada, até que ele pare de miar. Se achar necessário, ponha um tampão de ouvido. Bom treino!

Resposta O que me chamou a atenção é a palavra

"gotinhas". Pode ser uma questão de saúde. Em primeiro lugar leve seu cão ao veterinário para que ele possa verificar se está tudo ok com a saúde. Caso seja constatado que não há problemas com a saúde, nos resta a hipó-tese de problema comportamental. Apesar de uma análise profunda ser necessária, uma dica importante é não dar atenção (bronca ou carinho) caso veja o cão fazendo xixi em local errado. Elogie sempre que ele acertar.

Xixi por todo lugarBom dia! Tenho um poodle com quatro

anos. E ele agora deu pra fazer xixi (gotinhas) em todos os lugares da casa que não pode. Parece fazer de pirraça, qual solução?! Antes ele fazia apenas no terraço no cantinho dele.

Gabriela Abreu

* Gustavo Campelo é especialista em comportamento animal e palestrante. Ele é diretor da em-presa que leva seu nome, e é especialista em educação e socialização de pets – www.gustavocampelo.com.br

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Você tem dúvidas sobre o comportamento do seu pet?

Envie sua pergunta para [email protected] que Gustavo Campelo irá responder. Publicaremos as respostas em nossa próxima edição.

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Produtos não testados em animaisNa hora da compra você se preocupa com os nossos amigos?

16 19

Pet Comportamento

20 21

20

22 23

21

O consumo consciente é um conceito que vem sendo bastante difundido nos últimos anos. Como habitantes deste planeta e consumidores de diversos produtos é nosso dever estarmos atentos à forma de produção das mercadorias que consumi-mos.

Muitas empresas já passam informações sobre ações de reflorestamento, pouco consumo de água, utilização de materiais recicláveis etc. Mas infelizmente poucas

dia os produtos nacionais serão mais ´amigos da natureza´ em todos os senti-dos”.

Sabendo dessa dificuldade encontrada em terras brasileiras, a ONG PEA fez uma lista das empresas que não testam em ani-mais. As informações são atualizadas peri-odicamente e é uma boa fonte de informa-ções para quem quer consumir sem peso na consciência. A lista pode ser encontrada em www.pea.org.br/crueldade/testes/lista.

empresas vão buscar alternativas para esses procedimentos. Pode ser que a par-cela de pessoas que procurem não con-sumir produtos testados em animais seja muito pequena para causar um impacto relevante para que certas empresas deixem de utilizar esses procedimentos, mesmo assim estaremos com a consciência limpa sabendo que não estamos utilizando um produto que causou dor e sofrimento a outro ser vivo apenas para satisfazer nossa vaidade e interesses pessoais”.

A tradicional marca de cosméticos Granado aboliu testes e utilização de matérias-primas de origem animal em 1994. “A empresa além de não testar, também não utiliza em nenhuma de suas formulações produtos a base de animal”, afirma a Diretora de marketing da empresa, Sissi Freeman. “Os cartuchos das embala-gens dos produtos possuem o selo FSC, que certifica que a madeira utilizada no pro-cesso é proveniente de um manejo contro-lado. Esses valores têm como fundamento agredir menos o meio ambiente. Os animais não poderiam ficar de fora dessa política socioambiental”, complementa Sissi.

Outra empresa que abraçou a causa da produção sem crueldade foi O Boticário. “Desde 2000, não realizamos testes que envolvam o uso de animais em nossos

produtos e estabelecemos parcerias com fornecedores e institutos que também não o façam”, explica Estela Midori Matsumoto, da Assessoria de Imprensa do Grupo Bo-ticário.

A empresa também prova que todos os produtos podem ser fabricados sem o sofri-mento dos animais: “A empresa apoia a utilização e desenvolve técnicas de cultura de células in vitro e testes com pessoas (in vivo). Os métodos são validados pelo ECVAN (centro Europeu para Validação de Métodos Alternativos) e reconhecidos internacional-mente por entidades como FDA (Food and Drug Administration) e SCCNFP (Comitê Científico para Produtos Cosméticos e Não Alimentos). Esta prática eliminou a necessi-dade de testes em animais, mantendo a segurança necessária para a comercializa-ção de produtos de higiene, cosméticos e perfumaria”, descreve Estela.

Como vimos, as empresas já estão notando uma preocupação do consumidor em saber se estará consumindo um produto que foi produzido de forma sustentável e sem o sofrimento desnecessário de ani-mais. Convidamos vocês a uma reflexão sobre o tema com o texto da Educadora Am-biental e membro do movimento SOS-BICHO, Laelia Tonhozi:

De ratos, coelhos, pombos, cães, gatos, cavalos, porcos, peixes e

macacosPor Laelia Tonhozi *

Entre você e a exploração de animais em experimentos há mais laços do que você imagina.

Vejamos: os animais têm sido usados na indústria da alimentação para verificar se o alimento que vamos comer não vai nos fazer mal; na indústria cosmética e farmacêutica, para verificar se não vamos ter alergia do batom ao antibiótico de última linha, se não vamos ter um ataque cardíaco, se não vamos engordar emagrecer, morrer, enfim, para verificar a eficácia de determinado produto ou a cura para as doenças. São usados no mundo da pesquisa, da ciência, para examinar nossos comportamentos

diante de determinadas alterações quími-cas, físicas, ambientais etc.

Muitos testes, além de nocivos, são letais. Para estudo, os animais são usados como modelos para que possamos apren-der como manipular os corpos biológicos.

E entre outros e tantos usos, também hoje servem para indústria bélica (isto mesmo!), pela indústria de armamentos, o que definitivamente nos impõe a pergunta: podemos tirar algum bem diante de tanto mal?

Bem: considera-se experimentação animal toda e qualquer prática que utiliza animais para fins científicos ou didáticos, sempre justificada como uma forma de se buscar o conhecimento e o progresso cientí-fico. E sempre se usou animais porque são ao mesmo tempo parecidos (ou iguais) a nós humanos, ou porque são diferentes (ou completamente diferentes: coisas?).

Entramos no universo das contradições: se os animais são tão parecidos a nós humanos, por que não usamos humanos para fazer as mesmas experiências terríveis e dolorosas que fazemos com os animais? Ou, se são tão diferentes, do que nos ser-viriam resultados de experiências e experi-mentos feitos em indivíduos tão diferentes dos humanos?

18

Para se obter as respostas que se busca com as experimentações utilizando-se os animais como cobaias, estima-se que uma média de 100 milhões deles sejam mortos ao ano, ao tempo em que sabemos também que apenas 1% dos medicamentos testados vão a mercado e mais, que os resultados obtidos não são confiáveis, são repetitivos e são descartados.

Por outro lado, já sabemos que podemos abolir o uso de animais, seja através dos mé-todos substitutivos em sala de aula, de siste-mas biológicos in vitro, simulações com-putadorizadas, uso e placenta e de cordões umbilicais, entre outros.

Se estamos cientes de que os animais são seres sencientes como nós, não seria cruel-dade fazer com eles o que não gostaríamos que fizessem conosco ?

Não estamos dizendo com isto que somos contra o progresso da ciência. No entanto, defendemos a boa ciência, a ciência ética. Pois é claro que todos queremos encontrar a cura para as doenças e garantias para o nosso cotidiano. Todavia, devemos ter claro que não é correto que seres inocentes paguem por isto. E mais, precisamos avaliar quais são os interesses por trás desta “ciên-cia”: com certeza não é por dever de com-paixão aos humanos. Seria o mesmo que dizer que o criador de bois coloca animais no pasto porque está preocupado com a comida da humanidade.

ainda divulgam quais são suas práticas em relação aos animais. Elas testam produ-tos em nossos compa-nheiros? Utilizam produtos de origem animal?

Muitos consumidores já estão atentos a empresas que não trazem sofrimento aos

animais: “Quem respeita a vida deveria se preocupar em consumir racionalmente”, afirma Paula Pedrosa. No entanto, ela encontra dificuldade para localizar informa-ções sobre testes em animais nos produtos: “A maioria das embalagens nem cita se foi ou não testado em animais. É um parâmetro que a legislação ainda não apoia correta-mente. Estamos engatinhando neste quesito, mas tenho esperança de que um

dados, entram em contato com as empresas e divulgam as informações para os demais interessados, em blogs, sites, orkut, etc. Como é o caso do site www.vista-se.com”, fala a estudante Nailane Koloski.

Nailane ainda afirma a importância do consumo consciente: “É uma forma de boicote às empresas que se utilizam dessas práticas cruéis. Se várias pessoas deixarem de consumir produtos por esses motivos as

Muitas pessoas recorrem a esse tipo de listagem para o seu dia a dia. “As embalagens dos produtos geralmente não informam se eles foram testa-dos em animais, essas infor-mações acabam circulando na internet, através de pes-soas que procuram esses

Há claros interesses econômicos e uma enorme hipocrisia, até porque os testes são revestidos de medidas para “minimizar a dor e o sofrimento” dos animais, os quais, após não serem mais úteis, receberão como prêmio, uma “eutanásia humanitária”, como forma de descarte.

E onde é que você entra nesta estória? Se você, como eu, acredita que podemos

fazer a diferença e não sermos coniventes com os danos que causamos aos animais, interferindo no seu direito de viver em paz, temos que abrir mão de nosso egoísmo antropocêntrico, de nossa visão especista. Temos que revisar nossos valores, mudar nossas práticas cotidianas, acreditar que podemos tomar outros caminhos, respei-tando os interesses dos animais em viver e serem felizes.

Enfim, se temos mentes tão brilhantes, façamos com nossas mentes um exercício de nos colocarmos no lugar do outro e fun-damentalmente nos interrogarmos: é justo que eu faça com ele o que não gostaria que fosse feito comigo? Este é nosso dever moral.

*Laelia TonhoziEducadora Ambiental – EspecialistaMembro do Movimento SOSBICHO de Pro-teção AnimalCuritiba/Paraná

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empresas vão buscar alternativas para

esses procedimentos. Pode ser que a par-

cela de pessoas que procurem não con-

sumir produtos testados em animais seja

muito pequena para causar um impacto

relevante para que certas empresas deixem

de utilizar esses procedimentos, mesmo

assim estaremos com a consciência limpa

sabendo que não estamos utilizando um

produto que causou dor e sofrimento a

outro ser vivo apenas para satisfazer nossa

vaidade e interesses pessoais”.

A tradicional marca de cosméticos

Granado aboliu testes e utilização de

matérias-primas de origem animal em

1994. “A empresa além de não testar,

também não utiliza em nenhuma de suas

formulações produtos a base de animal”,

afirma a Diretora de marketing da empresa,

Sissi Freeman. “Os cartuchos das embala-

gens dos produtos possuem o selo FSC, que

certifica que a madeira utilizada no pro-

cesso é proveniente de um manejo contro-

lado. Esses valores têm como fundamento

agredir menos o meio ambiente. Os animais

não poderiam ficar de fora dessa política

socioambiental”, complementa Sissi.

Outra empresa que abraçou a causa da

produção sem crueldade foi O Boticário.

“Desde 2000, não realizamos testes que

envolvam o uso de animais em nossos

produtos e estabelecemos parcerias com

fornecedores e institutos que também não o

façam”, explica Israel Feferman, Diretor de

Pesquisa e Inovação do Grupo Boticário.

A empresa também prova que todos os

produtos podem ser fabricados sem o sofri

mento dos animais: “A empresa apoia a

utilização e desenvolve técnicas de cultura

de células in vitro e testes com pessoas (in

vivo). Os métodos são validados pelo ECVAN

(centro Europeu para Validação de Métodos

Alternativos) e reconhecidos internacional

mente por entidades como FDA (Food and

Drug Administration) e SCCNFP (Comitê

Científico para Produtos Cosméticos e Não

Alimentos). Esta prática eliminou a necessi

dade de testes em animais, mantendo a

segurança necessária para a comercializa

ção de produtos de higiene, cosméticos e

perfumaria”, descreve Feferman.

Como vimos, as empresas já estão

notando uma preocupação do consumidor

em saber se estará consumindo um produto

que foi produzido de forma sustentável e

sem o sofrimento desnecessário de ani

mais. Convidamos vocês a uma reflexão

sobre o tema com o texto da Educadora Am

biental e membro do movimento SOS

BICHO, Laelia Tonhozi:

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Produtos não testados em animaisNa hora da compra você se preocupa com os nossos amigos?

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Pet Comportamento

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O consumo consciente é um conceito que vem sendo bastante difundido nos últimos anos. Como habitantes deste planeta e consumidores de diversos produtos é nosso dever estarmos atentos à forma de produção das mercadorias que consumi-mos.

Muitas empresas já passam informações sobre ações de reflorestamento, pouco consumo de água, utilização de materiais recicláveis etc. Mas infelizmente poucas

dia os produtos nacionais serão mais ´amigos da natureza´ em todos os senti-dos”.

Sabendo dessa dificuldade encontrada em terras brasileiras, a ONG PEA fez uma lista das empresas que não testam em ani-mais. As informações são atualizadas peri-odicamente e é uma boa fonte de informa-ções para quem quer consumir sem peso na consciência. A lista pode ser encontrada em www.pea.org.br/crueldade/testes/lista.

empresas vão buscar alternativas para esses procedimentos. Pode ser que a par-cela de pessoas que procurem não con-sumir produtos testados em animais seja muito pequena para causar um impacto relevante para que certas empresas deixem de utilizar esses procedimentos, mesmo assim estaremos com a consciência limpa sabendo que não estamos utilizando um produto que causou dor e sofrimento a outro ser vivo apenas para satisfazer nossa vaidade e interesses pessoais”.

A tradicional marca de cosméticos Granado aboliu testes e utilização de matérias-primas de origem animal em 1994. “A empresa além de não testar, também não utiliza em nenhuma de suas formulações produtos a base de animal”, afirma a Diretora de marketing da empresa, Sissi Freeman. “Os cartuchos das embala-gens dos produtos possuem o selo FSC, que certifica que a madeira utilizada no pro-cesso é proveniente de um manejo contro-lado. Esses valores têm como fundamento agredir menos o meio ambiente. Os animais não poderiam ficar de fora dessa política socioambiental”, complementa Sissi.

Outra empresa que abraçou a causa da produção sem crueldade foi O Boticário. “Desde 2000, não realizamos testes que envolvam o uso de animais em nossos

produtos e estabelecemos parcerias com fornecedores e institutos que também não o façam”, explica Estela Midori Matsumoto, da Assessoria de Imprensa do Grupo Bo-ticário.

A empresa também prova que todos os produtos podem ser fabricados sem o sofri-mento dos animais: “A empresa apoia a utilização e desenvolve técnicas de cultura de células in vitro e testes com pessoas (in vivo). Os métodos são validados pelo ECVAN (centro Europeu para Validação de Métodos Alternativos) e reconhecidos internacional-mente por entidades como FDA (Food and Drug Administration) e SCCNFP (Comitê Científico para Produtos Cosméticos e Não Alimentos). Esta prática eliminou a necessi-dade de testes em animais, mantendo a segurança necessária para a comercializa-ção de produtos de higiene, cosméticos e perfumaria”, descreve Estela.

Como vimos, as empresas já estão notando uma preocupação do consumidor em saber se estará consumindo um produto que foi produzido de forma sustentável e sem o sofrimento desnecessário de ani-mais. Convidamos vocês a uma reflexão sobre o tema com o texto da Educadora Am-biental e membro do movimento SOS-BICHO, Laelia Tonhozi:

De ratos, coelhos, pombos, cães, gatos, cavalos, porcos, peixes e

macacosPor Laelia Tonhozi *

Entre você e a exploração de animais em experimentos há mais laços do que você imagina.

Vejamos: os animais têm sido usados na indústria da alimentação para verificar se o alimento que vamos comer não vai nos fazer mal; na indústria cosmética e farmacêutica, para verificar se não vamos ter alergia do batom ao antibiótico de última linha, se não vamos ter um ataque cardíaco, se não vamos engordar emagrecer, morrer, enfim, para verificar a eficácia de determinado produto ou a cura para as doenças. São usados no mundo da pesquisa, da ciência, para examinar nossos comportamentos

diante de determinadas alterações quími-cas, físicas, ambientais etc.

Muitos testes, além de nocivos, são letais. Para estudo, os animais são usados como modelos para que possamos apren-der como manipular os corpos biológicos.

E entre outros e tantos usos, também hoje servem para indústria bélica (isto mesmo!), pela indústria de armamentos, o que definitivamente nos impõe a pergunta: podemos tirar algum bem diante de tanto mal?

Bem: considera-se experimentação animal toda e qualquer prática que utiliza animais para fins científicos ou didáticos, sempre justificada como uma forma de se buscar o conhecimento e o progresso cientí-fico. E sempre se usou animais porque são ao mesmo tempo parecidos (ou iguais) a nós humanos, ou porque são diferentes (ou completamente diferentes: coisas?).

Entramos no universo das contradições: se os animais são tão parecidos a nós humanos, por que não usamos humanos para fazer as mesmas experiências terríveis e dolorosas que fazemos com os animais? Ou, se são tão diferentes, do que nos ser-viriam resultados de experiências e experi-mentos feitos em indivíduos tão diferentes dos humanos?

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Para se obter as respostas que se busca com as experimentações utilizando-se os animais como cobaias, estima-se que uma média de 100 milhões deles sejam mortos ao ano, ao tempo em que sabemos também que apenas 1% dos medicamentos testados vão a mercado e mais, que os resultados obtidos não são confiáveis, são repetitivos e são descartados.

Por outro lado, já sabemos que podemos abolir o uso de animais, seja através dos mé-todos substitutivos em sala de aula, de siste-mas biológicos in vitro, simulações com-putadorizadas, uso e placenta e de cordões umbilicais, entre outros.

Se estamos cientes de que os animais são seres sencientes como nós, não seria cruel-dade fazer com eles o que não gostaríamos que fizessem conosco ?

Não estamos dizendo com isto que somos contra o progresso da ciência. No entanto, defendemos a boa ciência, a ciência ética. Pois é claro que todos queremos encontrar a cura para as doenças e garantias para o nosso cotidiano. Todavia, devemos ter claro que não é correto que seres inocentes paguem por isto. E mais, precisamos avaliar quais são os interesses por trás desta “ciên-cia”: com certeza não é por dever de com-paixão aos humanos. Seria o mesmo que dizer que o criador de bois coloca animais no pasto porque está preocupado com a comida da humanidade.

ainda divulgam quais são suas práticas em relação aos animais. Elas testam produ-tos em nossos compan-heiros? Utilizam produtos de origem animal?

Muitos consumidores já estão atentos a empresas que não trazem sofrimento aos

animais: “Quem respeita a vida deveria se preocupar em consumir racionalmente”, afirma Paula Pedrosa. No entanto, ela encontra dificuldade para localizar informa-ções sobre testes em animais nos produtos: “A maioria das embalagens nem cita se foi ou não testado em animais. É um parâmetro que a legislação ainda não apoia correta-mente. Estamos engatinhando neste quesito, mas tenho esperança de que um

dados, entram em contato com as empresas e divulgam as informações para os demais interessados, em blogs, sites, orkt, etc. Como é o caso do site www.vista-se.com”, fala a estudante Nailane Koloski.

Nailane ainda afirma a importância do consumo consciente: “É uma forma de boicote às empresas que se utilizam dessas práticas cruéis. Se várias pessoas deixarem de consumir produtos por esses motivos as

Muitas pessoas recorrem a esse tipo de listagem para o seu dia a dia. “As embalagens dos produtos geralmente não informam se eles foram testa-dos em animais, essas infor-mações acabam circulando na internet, através de pes-soas que procuram esses

Há claros interesses econômicos e uma enorme hipocrisia, até porque os testes são revestidos de medidas para “minimizar a dor e o sofrimento” dos animais, os quais, após não serem mais úteis, receberão como prêmio, uma “eutanásia humanitária”, como forma de descarte.

E onde é que você entra nesta estória? Se você, como eu, acredita que podemos

fazer a diferença e não sermos coniventes com os danos que causamos aos animais, interferindo no seu direito de viver em paz, temos que abrir mão de nosso egoísmo antropocêntrico, de nossa visão especista. Temos que revisar nossos valores, mudar nossas práticas cotidianas, acreditar que podemos tomar outros caminhos, respei-tando os interesses dos animais em viver e serem felizes.

Enfim, se temos mentes tão brilhantes, façamos com nossas mentes um exercício de nos colocarmos no lugar do outro e fun-damentalmente nos interrogarmos: é justo que eu faça com ele o que não gostaria que fosse feito comigo? Este é nosso dever moral.

*Laelia TonhoziEducadora Ambiental – EspecialistaMembro do Movimento SOSBICHO de Pro-teção AnimalCuritiba/Paraná

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Produtos não testados em animaisNa hora da compra você se preocupa com os nossos amigos?

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Pet Comportamento

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O consumo consciente é um conceito que vem sendo bastante difundido nos últimos anos. Como habitantes deste planeta e consumidores de diversos produtos é nosso dever estarmos atentos à forma de produção das mercadorias que consumi-mos.

Muitas empresas já passam informações sobre ações de reflorestamento, pouco consumo de água, utilização de materiais recicláveis etc. Mas infelizmente poucas

dia os produtos nacionais serão mais ´amigos da natureza´ em todos os senti-dos”.

Sabendo dessa dificuldade encontrada em terras brasileiras, a ONG PEA fez uma lista das empresas que não testam em ani-mais. As informações são atualizadas peri-odicamente e é uma boa fonte de informa-ções para quem quer consumir sem peso na consciência. A lista pode ser encontrada em www.pea.org.br/crueldade/testes/lista.

empresas vão buscar alternativas para esses procedimentos. Pode ser que a par-cela de pessoas que procurem não con-sumir produtos testados em animais seja muito pequena para causar um impacto relevante para que certas empresas deixem de utilizar esses procedimentos, mesmo assim estaremos com a consciência limpa sabendo que não estamos utilizando um produto que causou dor e sofrimento a outro ser vivo apenas para satisfazer nossa vaidade e interesses pessoais”.

A tradicional marca de cosméticos Granado aboliu testes e utilização de matérias-primas de origem animal em 1994. “A empresa além de não testar, também não utiliza em nenhuma de suas formulações produtos a base de animal”, afirma a Diretora de marketing da empresa, Sissi Freeman. “Os cartuchos das embala-gens dos produtos possuem o selo FSC, que certifica que a madeira utilizada no pro-cesso é proveniente de um manejo contro-lado. Esses valores têm como fundamento agredir menos o meio ambiente. Os animais não poderiam ficar de fora dessa política socioambiental”, complementa Sissi.

Outra empresa que abraçou a causa da produção sem crueldade foi O Boticário. “Desde 2000, não realizamos testes que envolvam o uso de animais em nossos

produtos e estabelecemos parcerias com fornecedores e institutos que também não o façam”, explica Estela Midori Matsumoto, da Assessoria de Imprensa do Grupo Bo-ticário.

A empresa também prova que todos os produtos podem ser fabricados sem o sofri-mento dos animais: “A empresa apoia a utilização e desenvolve técnicas de cultura de células in vitro e testes com pessoas (in vivo). Os métodos são validados pelo ECVAN (centro Europeu para Validação de Métodos Alternativos) e reconhecidos internacional-mente por entidades como FDA (Food and Drug Administration) e SCCNFP (Comitê Científico para Produtos Cosméticos e Não Alimentos). Esta prática eliminou a necessi-dade de testes em animais, mantendo a segurança necessária para a comercializa-ção de produtos de higiene, cosméticos e perfumaria”, descreve Estela.

Como vimos, as empresas já estão notando uma preocupação do consumidor em saber se estará consumindo um produto que foi produzido de forma sustentável e sem o sofrimento desnecessário de ani-mais. Convidamos vocês a uma reflexão sobre o tema com o texto da Educadora Am-biental e membro do movimento SOS-BICHO, Laelia Tonhozi:

De ratos, coelhos, pombos, cães, gatos, cavalos, porcos, peixes e

macacosPor Laelia Tonhozi *

Entre você e a exploração de animais em experimentos há mais laços do que você imagina.

Vejamos: os animais têm sido usados na indústria da alimentação para verificar se o alimento que vamos comer não vai nos fazer mal; na indústria cosmética e farmacêutica, para verificar se não vamos ter alergia do batom ao antibiótico de última linha, se não vamos ter um ataque cardíaco, se não vamos engordar emagrecer, morrer, enfim, para verificar a eficácia de determinado produto ou a cura para as doenças. São usados no mundo da pesquisa, da ciência, para examinar nossos comportamentos

diante de determinadas alterações quími-cas, físicas, ambientais etc.

Muitos testes, além de nocivos, são letais. Para estudo, os animais são usados como modelos para que possamos apren-der como manipular os corpos biológicos.

E entre outros e tantos usos, também hoje servem para indústria bélica (isto mesmo!), pela indústria de armamentos, o que definitivamente nos impõe a pergunta: podemos tirar algum bem diante de tanto mal?

Bem: considera-se experimentação animal toda e qualquer prática que utiliza animais para fins científicos ou didáticos, sempre justificada como uma forma de se buscar o conhecimento e o progresso cientí-fico. E sempre se usou animais porque são ao mesmo tempo parecidos (ou iguais) a nós humanos, ou porque são diferentes (ou completamente diferentes: coisas?).

Entramos no universo das contradições: se os animais são tão parecidos a nós humanos, por que não usamos humanos para fazer as mesmas experiências terríveis e dolorosas que fazemos com os animais? Ou, se são tão diferentes, do que nos ser-viriam resultados de experiências e experi-mentos feitos em indivíduos tão diferentes dos humanos?

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Para se obter as respostas que se busca com as experimentações utilizando-se os animais como cobaias, estima-se que uma média de 100 milhões deles sejam mortos ao ano, ao tempo em que sabemos também que apenas 1% dos medicamentos testados vão a mercado e mais, que os resultados obtidos não são confiáveis, são repetitivos e são descartados.

Por outro lado, já sabemos que podemos abolir o uso de animais, seja através dos mé-todos substitutivos em sala de aula, de siste-mas biológicos in vitro, simulações com-putadorizadas, uso e placenta e de cordões umbilicais, entre outros.

Se estamos cientes de que os animais são seres sencientes como nós, não seria cruel-dade fazer com eles o que não gostaríamos que fizessem conosco ?

Não estamos dizendo com isto que somos contra o progresso da ciência. No entanto, defendemos a boa ciência, a ciência ética. Pois é claro que todos queremos encontrar a cura para as doenças e garantias para o nosso cotidiano. Todavia, devemos ter claro que não é correto que seres inocentes paguem por isto. E mais, precisamos avaliar quais são os interesses por trás desta “ciên-cia”: com certeza não é por dever de com-paixão aos humanos. Seria o mesmo que dizer que o criador de bois coloca animais no pasto porque está preocupado com a comida da humanidade.

ainda divulgam quais são suas práticas em relação aos animais. Elas testam produ-tos em nossos compan-heiros? Utilizam produtos de origem animal?

Muitos consumidores já estão atentos a empresas que não trazem sofrimento aos

animais: “Quem respeita a vida deveria se preocupar em consumir racionalmente”, afirma Paula Pedrosa. No entanto, ela encontra dificuldade para localizar informa-ções sobre testes em animais nos produtos: “A maioria das embalagens nem cita se foi ou não testado em animais. É um parâmetro que a legislação ainda não apoia correta-mente. Estamos engatinhando neste quesito, mas tenho esperança de que um

dados, entram em contato com as empresas e divulgam as informações para os demais interessados, em blogs, sites, orkt, etc. Como é o caso do site www.vista-se.com”, fala a estudante Nailane Koloski.

Nailane ainda afirma a importância do consumo consciente: “É uma forma de boicote às empresas que se utilizam dessas práticas cruéis. Se várias pessoas deixarem de consumir produtos por esses motivos as

Muitas pessoas recorrem a esse tipo de listagem para o seu dia a dia. “As embalagens dos produtos geralmente não informam se eles foram testa-dos em animais, essas infor-mações acabam circulando na internet, através de pes-soas que procuram esses

Há claros interesses econômicos e uma enorme hipocrisia, até porque os testes são revestidos de medidas para “minimizar a dor e o sofrimento” dos animais, os quais, após não serem mais úteis, receberão como prêmio, uma “eutanásia humanitária”, como forma de descarte.

E onde é que você entra nesta estória? Se você, como eu, acredita que podemos

fazer a diferença e não sermos coniventes com os danos que causamos aos animais, interferindo no seu direito de viver em paz, temos que abrir mão de nosso egoísmo antropocêntrico, de nossa visão especista. Temos que revisar nossos valores, mudar nossas práticas cotidianas, acreditar que podemos tomar outros caminhos, respei-tando os interesses dos animais em viver e serem felizes.

Enfim, se temos mentes tão brilhantes, façamos com nossas mentes um exercício de nos colocarmos no lugar do outro e fun-damentalmente nos interrogarmos: é justo que eu faça com ele o que não gostaria que fosse feito comigo? Este é nosso dever moral.

*Laelia TonhoziEducadora Ambiental – EspecialistaMembro do Movimento SOSBICHO de Pro-teção AnimalCuritiba/Paraná

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Não é de hoje que os seres humanos desfrutam da maravilhosa companhia dos animais e, em alguns casos, exploram-nos. Durante a época de transição entre o Médio e o Novo Império, entre 1785 e 1557 A.C., os egípcios veneravam Bastet, a deusa-gato com corpo de mulher e cabeça de gato. A cadelinha Laika foi um símbolo do desres-peito humano com os animais ao ser enviada ao espaço em uma missão russa, em 1957.

Como o percurso desta relação é longo, resolvemos dividir em duas partes para que você, leitor, aproveite melhor. Começamos com os bichanos.

Vamos conhecer algumas histórias dessa convivência nem tão sempre harmoniosa (por nossa culpa) entre humanos e animais durante boa parte de nossa civilização e os animais que se destacaram nesse percurso.

OS GATOS NA HISTÓRIA

O Deus Gato

Símbolo do amor e da procriação, Bastet foi venerada em Bubastis, cidade que se tornaria a capital durante o reinado dos Reis Líbios, e em Saqqara, local onde foi construído o templo Bubastéion. A criação de gatos sagrados, objeto de culto durante as festividades anuais, era uma prática frequente. Estes animais eram alimenta-dos com pão embebido em leite e peixes do Nilo.

Eram exibidos num cesto para receberem as homenagens do povo. Quando morriam, eram cobertos por um lençol e seu corpo era tratado com óleo de cedro por um embalsamador. A

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Os animais através da HistóriaConheça o importante papel que alguns animais

desempenharam em nossa civilização

prática de mumificar os gatos só teve início a partir da XXII dinastia (950 A.C.). Mais tarde, sob a XXX dinastia, durante a qual se verificou uma intensa propagação da cultura grega no país dos Faraós e no século IV A.C., época da ocupação do Egito pelos Persas, a prática estava bastante enraizada nos costumes: as múmias eram cada vez mais numerosas. Este fato foi comprovado pela desco-berta de dezesseis necrópoles de gatos, das quais as mais importantes estão localizadas em Beni-Hassan, no santuário da deusa-gato Bastet, em Saqqara e em Bubastis.

Quando foram enviadas por barco para a Europa, estas múmias de gatos ficaram inicial-mente conservadas no Museu de História Natural de Londres. Porém, o seu número era tão elevado que acabaram por ser utilizadas como fertilizante. Graças aos progressos alcançados nas áreas de radiologia, foi possível estudar estes antigos tesouros, os quais constituíram uma importante fonte de revelações.

Estes gatos eram muito jovens, tendo idades entre dois a quatro meses ou nove a dezessete meses. Um detalhe veio proporcionar novos conhecimentos sobre os costumes dos egípcios. A marca de estrangulação presente no pescoço dos gatinhos demonstra que, antes de serem mergu-lhados em natrão e posteriormente embalsa-mados, a sua morte nem sempre provinha de causas naturais.

O gato era um animal sagrado e podia influen-ciar as decisões dos seus adoradores. No século VI A.C., segundo o historiador Políbio, este animal teria ocupado uma posição estratégica durante um evento militar. Durante o cerco de Peluse por Cambises II, Rei da Pérsia, o inimigo apoderou-se dos gatos e colocou-os precisamente na linha da frente da batalha. Esta astúcia provocou a rendição imediata dos egípcios, os quais se recusaram a ter os seus animais sagrados no alvo das batalhas.

No Oriente, o gato foi igualmente reverenciado. De acordo com a lenda, Maomé preferiu sacrificar a sua roupa e cortar uma manga em vez de acordar a sua gata Muezza, que dormia no seu colo. No século XIII, o sultão El-Daher-Beybars deixou como herança para os gatos a totalidade de um jardim, ao qual foi dado o nome de "O Pomar dos Gatos" ou Gheytel-Qouttah.

No Extremo Oriente o gato foi tratado com grande estima. Os monges budistas faziam criação de gatos sagrados. No Japão, o palácio de Kyoto abriu as suas portas a uma gata branca a qual deu à luz cinco gatinhos. O templo dedicado à gata Maneki-Neko, o qual retrata a deusa sentada com uma pata erguida em sinal de boas-vindas, prova a grande adoração que existia pelos gatos no país do Sol Nascente.

A CRENDICE EM TORNO DO GATO PRETO

A origem das superstições com o gato preto é antiga. Psamético II, um dos faraós da XXVI dinas-tia (594-588 A.C.), mandara derrubar as estátuas dos usurpadores etíopes e lançou uma maldição sobre o gato etíope negro. A ideia perdurou até à Idade Média, altura em que os Etíopes foram com-parados ao demónio.

Mais tarde, uma bula de Gregório IX, Papa entre 1227 e 1241, evoca o demónio com as feições de um gato negro. Em 1307, o bispo de Coventry, tal como os templários da mesma época, foi acusado de ter venerado um gato preto durante a sua prova-ção.

O corpo médico lançou uma maldição contra o gato preto. Um ilustre médico, Jerónimo Cardan, alertou os seus doentes contra os gatos negros, cruéis e audaciosos, pois, como tinham mau humor, poderiam causar melancolia no ser humano. Teria início uma era de massacre contra os felinos.

Durante a inquisição, muitas vezes foram quei-mados juntamente com as pessoas acusadas de bruxaria. Até hoje ainda existe a ideia de que toda bruxa possui um gato preto de estimação, sendo esse animal associado aos mais diversos tipos de sortilégios. É muito comum ouvir histórias de sorte e azar associadas aos animais dessa cor.

Na ficção

O cinema, os quadrinhos e livros produziram muitos personagens marcantes. Vamos lembrar alguns:

Garfield – O gato gordo e folgado é estrela de uma das tirinhas mais famosas da história, sendo publicado em 2570 jornais de todo o mundo (só perdendo para Peanuts). Os outros personagens principais são Odie, um cão ingênuo, e Jon Arbuckle, um cartunista, tutor dos dois. Garfield é criação de Jim Davis, que tirou o nome de seu avô James Garfield Davis. A primeira tirinha estreou em 19 de Junho de 1978. Em 2004 o sarcástico felino ganhou seu primeiro longa-metragem.

Gato Félix - Foi o primeiro personagem de desenho animado popular ao ponto de, por si só, atrair o público. A criação do personagem tem sido atribuída ao cartunista norte-americano Otto Messmer, embora o produtor cinematográfico e também cartunista australiano Pat Sullivan, que detinha os direitos autorais sobre o desenho, se dissesse o criador do gato. Os historiadores acreditam que Messmer tenha sido o ghost writer de Sullivan. O certo é que Félix saiu dos estúdios Sullivan, alcançando sucesso sem precedentes nos anos 1920.

Mingau - É o gato de Magali, da Turma da Mônica, da raça angorá. Muito manhoso, preguiçoso, e muitas vezes também orgulhoso. Ama brincar com a Magali e também gosta muito de leite e de comer peixe, mas sem o apetite da sua tutora. Seu nome foi escolhido por um concurso feito em 1989, ano em que a primeira revista da Magali foi publicada.

Cats - É um musical composto por Andrew Lloyd Webber que teve sua estreia em Londres em 1981, e que se consagrou por mais de vinte anos em cartaz na Broadway. Para realizar esse espetáculo, Llyod Weber musicou uma série de poemas de T. S. Eliot sobre gatos e acrescentou um roteiro, onde Memory foi uma das suas músicas de maior sucesso. Essa obra é tida como uma das maiores produções da Broadway, e já foi vista por mais de 50 milhões de apreciadores, num total de 45 mil apresentações.

A vida felina nos séculos XX e XXI Estima-se que existam hoje, só nos Estados

Unidos aproximadamente 65 milhões de gatos domésticos. Um número que ultrapassa a quanti-dade de cães domésticos.

Com cerca de 40 espécies diferentes, se vivem nas ruas, sua expectativa de vida é de cerca de três anos, mas com cuidados adequados podem viver por cerca de 16 anos.

Temos informações de que a gata mais velha do mundo chama-se Kataleena Lady, nasceu no dia 11 de Março de 1977 e vive em Melbourne, na Aus-trália.

No entanto, alguns dizem que o gato que atingiu mais anos de vida foi o texano Creme Puff que chegou a celebrar o seu 38º aniversário em Agosto de 2005. No pódio está ainda o inglês Devon que, nascido em 1903, faleceu um dia após ter comple-tado 36 anos, em 1939. Também natural do estado americano do Texas, a medalha de bronze vai para Granpa que miou até ao seu 34º aniversário.

Para conhecer os cães através da História,

acompanhe a nossa edição de dezembro!

*Com informações de Wikipedia e Royal Canin

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Não é de hoje que os seres humanos desfrutam da maravilhosa companhia dos animais e, em alguns casos, exploram-nos. Durante a época de transição entre o Médio e o Novo Império, entre 1785 e 1557 A.C., os egípcios veneravam Bastet, a deusa-gato com corpo de mulher e cabeça de gato. A cadelinha Laika foi um símbolo do desres-peito humano com os animais ao ser enviada ao espaço em uma missão russa, em 1957.

Como o percurso desta relação é longo, resolvemos dividir em duas partes para que você, leitor, aproveite melhor. Começamos com os bichanos.

Vamos conhecer algumas histórias dessa convivência nem tão sempre harmoniosa (por nossa culpa) entre humanos e animais durante boa parte de nossa civilização e os animais que se destacaram nesse percurso.

OS GATOS NA HISTÓRIA

O Deus Gato

Símbolo do amor e da procriação, Bastet foi venerada em Bubastis, cidade que se tornaria a capital durante o reinado dos Reis Líbios, e em Saqqara, local onde foi construído o templo Bubastéion. A criação de gatos sagrados, objeto de culto durante as festividades anuais, era uma prática frequente. Estes animais eram alimenta-dos com pão embebido em leite e peixes do Nilo.

Eram exibidos num cesto para receberem as homenagens do povo. Quando morriam, eram cobertos por um lençol e seu corpo era tratado com óleo de cedro por um embalsamador. A

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Os animais através da HistóriaConheça o importante papel que alguns animais

desempenharam em nossa civilização

prática de mumificar os gatos só teve início a partir da XXII dinastia (950 A.C.). Mais tarde, sob a XXX dinastia, durante a qual se verificou uma intensa propagação da cultura grega no país dos Faraós e no século IV A.C., época da ocupação do Egito pelos Persas, a prática estava bastante enraizada nos costumes: as múmias eram cada vez mais numerosas. Este fato foi comprovado pela desco-berta de dezesseis necrópoles de gatos, das quais as mais importantes estão localizadas em Beni-Hassan, no santuário da deusa-gato Bastet, em Saqqara e em Bubastis.

Quando foram enviadas por barco para a Europa, estas múmias de gatos ficaram inicial-mente conservadas no Museu de História Natural de Londres. Porém, o seu número era tão elevado que acabaram por ser utilizadas como fertilizante. Graças aos progressos alcançados nas áreas de radiologia, foi possível estudar estes antigos tesouros, os quais constituíram uma importante fonte de revelações.

Estes gatos eram muito jovens, tendo idades entre dois a quatro meses ou nove a dezessete meses. Um detalhe veio proporcionar novos conhecimentos sobre os costumes dos egípcios. A marca de estrangulação presente no pescoço dos gatinhos demonstra que, antes de serem mergu-lhados em natrão e posteriormente embalsa-mados, a sua morte nem sempre provinha de causas naturais.

O gato era um animal sagrado e podia influen-ciar as decisões dos seus adoradores. No século VI A.C., segundo o historiador Políbio, este animal teria ocupado uma posição estratégica durante um evento militar. Durante o cerco de Peluse por Cambises II, Rei da Pérsia, o inimigo apoderou-se dos gatos e colocou-os precisamente na linha da frente da batalha. Esta astúcia provocou a rendição imediata dos egípcios, os quais se recusaram a ter os seus animais sagrados no alvo das batalhas.

No Oriente, o gato foi igualmente reverenciado. De acordo com a lenda, Maomé preferiu sacrificar a sua roupa e cortar uma manga em vez de acordar a sua gata Muezza, que dormia no seu colo. No século XIII, o sultão El-Daher-Beybars deixou como herança para os gatos a totalidade de um jardim, ao qual foi dado o nome de "O Pomar dos Gatos" ou Gheytel-Qouttah.

No Extremo Oriente o gato foi tratado com grande estima. Os monges budistas faziam criação de gatos sagrados. No Japão, o palácio de Kyoto abriu as suas portas a uma gata branca a qual deu à luz cinco gatinhos. O templo dedicado à gata Maneki-Neko, o qual retrata a deusa sentada com uma pata erguida em sinal de boas-vindas, prova a grande adoração que existia pelos gatos no país do Sol Nascente.

A CRENDICE EM TORNO DO GATO PRETO

A origem das superstições com o gato preto é antiga. Psamético II, um dos faraós da XXVI dinas-tia (594-588 A.C.), mandara derrubar as estátuas dos usurpadores etíopes e lançou uma maldição sobre o gato etíope negro. A ideia perdurou até à Idade Média, altura em que os Etíopes foram com-parados ao demónio.

Mais tarde, uma bula de Gregório IX, Papa entre 1227 e 1241, evoca o demónio com as feições de um gato negro. Em 1307, o bispo de Coventry, tal como os templários da mesma época, foi acusado de ter venerado um gato preto durante a sua prova-ção.

O corpo médico lançou uma maldição contra o gato preto. Um ilustre médico, Jerónimo Cardan, alertou os seus doentes contra os gatos negros, cruéis e audaciosos, pois, como tinham mau humor, poderiam causar melancolia no ser humano. Teria início uma era de massacre contra os felinos.

Durante a inquisição, muitas vezes foram quei-mados juntamente com as pessoas acusadas de bruxaria. Até hoje ainda existe a ideia de que toda bruxa possui um gato preto de estimação, sendo esse animal associado aos mais diversos tipos de sortilégios. É muito comum ouvir histórias de sorte e azar associadas aos animais dessa cor.

Na ficção

O cinema, os quadrinhos e livros produziram muitos personagens marcantes. Vamos lembrar alguns:

Garfield – O gato gordo e folgado é estrela de uma das tirinhas mais famosas da história, sendo publicado em 2570 jornais de todo o mundo (só perdendo para Peanuts). Os outros personagens principais são Odie, um cão ingênuo, e Jon Arbuckle, um cartunista, tutor dos dois. Garfield é criação de Jim Davis, que tirou o nome de seu avô James Garfield Davis. A primeira tirinha estreou em 19 de Junho de 1978. Em 2004 o sarcástico felino ganhou seu primeiro longa-metragem.

Gato Félix - Foi o primeiro personagem de desenho animado popular ao ponto de, por si só, atrair o público. A criação do personagem tem sido atribuída ao cartunista norte-americano Otto Messmer, embora o produtor cinematográfico e também cartunista australiano Pat Sullivan, que detinha os direitos autorais sobre o desenho, se dissesse o criador do gato. Os historiadores acreditam que Messmer tenha sido o ghost writer de Sullivan. O certo é que Félix saiu dos estúdios Sullivan, alcançando sucesso sem precedentes nos anos 1920.

Mingau - É o gato de Magali, da Turma da Mônica, da raça angorá. Muito manhoso, preguiçoso, e muitas vezes também orgulhoso. Ama brincar com a Magali e também gosta muito de leite e de comer peixe, mas sem o apetite da sua tutora. Seu nome foi escolhido por um concurso feito em 1989, ano em que a primeira revista da Magali foi publicada.

Cats - É um musical composto por Andrew Lloyd Webber que teve sua estreia em Londres em 1981, e que se consagrou por mais de vinte anos em cartaz na Broadway. Para realizar esse espetáculo, Llyod Weber musicou uma série de poemas de T. S. Eliot sobre gatos e acrescentou um roteiro, onde Memory foi uma das suas músicas de maior sucesso. Essa obra é tida como uma das maiores produções da Broadway, e já foi vista por mais de 50 milhões de apreciadores, num total de 45 mil apresentações.

A vida felina nos séculos XX e XXI Estima-se que existam hoje, só nos Estados

Unidos aproximadamente 65 milhões de gatos domésticos. Um número que ultrapassa a quanti-dade de cães domésticos.

Com cerca de 40 espécies diferentes, se vivem nas ruas, sua expectativa de vida é de cerca de três anos, mas com cuidados adequados podem viver por cerca de 16 anos.

Temos informações de que a gata mais velha do mundo chama-se Kataleena Lady, nasceu no dia 11 de Março de 1977 e vive em Melbourne, na Aus-trália.

No entanto, alguns dizem que o gato que atingiu mais anos de vida foi o texano Creme Puff que chegou a celebrar o seu 38º aniversário em Agosto de 2005. No pódio está ainda o inglês Devon que, nascido em 1903, faleceu um dia após ter comple-tado 36 anos, em 1939. Também natural do estado americano do Texas, a medalha de bronze vai para Granpa que miou até ao seu 34º aniversário.

Para conhecer os cães através da História,

acompanhe a nossa edição de dezembro!

*Com informações de Wikipedia e Royal Canin

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Não é de hoje que os seres humanos desfrutam da maravilhosa companhia dos animais e, em alguns casos, exploram-nos. Durante a época de transição entre o Médio e o Novo Império, entre 1785 e 1557 A.C., os egípcios veneravam Bastet, a deusa-gato com corpo de mulher e cabeça de gato. A cadelinha Laika foi um símbolo do desres-peito humano com os animais ao ser enviada ao espaço em uma missão russa, em 1957.

Como o percurso desta relação é longo, resolvemos dividir em duas partes para que você, leitor, aproveite melhor. Começamos com os bichanos.

Vamos conhecer algumas histórias dessa convivência nem tão sempre harmoniosa (por nossa culpa) entre humanos e animais durante boa parte de nossa civilização e os animais que se destacaram nesse percurso.

OS GATOS NA HISTÓRIA

O Deus Gato

Símbolo do amor e da procriação, Bastet foi venerada em Bubastis, cidade que se tornaria a capital durante o reinado dos Reis Líbios, e em Saqqara, local onde foi construído o templo Bubastéion. A criação de gatos sagrados, objeto de culto durante as festividades anuais, era uma prática frequente. Estes animais eram alimenta-dos com pão embebido em leite e peixes do Nilo.

Eram exibidos num cesto para receberem as homenagens do povo. Quando morriam, eram cobertos por um lençol e seu corpo era tratado com óleo de cedro por um embalsamador. A

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Os animais através da HistóriaConheça o importante papel que alguns animais

desempenharam em nossa civilização

prática de mumificar os gatos só teve início a partir da XXII dinastia (950 A.C.). Mais tarde, sob a XXX dinastia, durante a qual se verificou uma intensa propagação da cultura grega no país dos Faraós e no século IV A.C., época da ocupação do Egito pelos Persas, a prática estava bastante enraizada nos costumes: as múmias eram cada vez mais numerosas. Este fato foi comprovado pela desco-berta de dezesseis necrópoles de gatos, das quais as mais importantes estão localizadas em Beni-Hassan, no santuário da deusa-gato Bastet, em Saqqara e em Bubastis.

Quando foram enviadas por barco para a Europa, estas múmias de gatos ficaram inicial-mente conservadas no Museu de História Natural de Londres. Porém, o seu número era tão elevado que acabaram por ser utilizadas como fertilizante. Graças aos progressos alcançados nas áreas de radiologia, foi possível estudar estes antigos tesouros, os quais constituíram uma importante fonte de revelações.

Estes gatos eram muito jovens, tendo idades entre dois a quatro meses ou nove a dezessete meses. Um detalhe veio proporcionar novos conhecimentos sobre os costumes dos egípcios. A marca de estrangulação presente no pescoço dos gatinhos demonstra que, antes de serem mergu-lhados em natrão e posteriormente embalsa-mados, a sua morte nem sempre provinha de causas naturais.

O gato era um animal sagrado e podia influen-ciar as decisões dos seus adoradores. No século VI A.C., segundo o historiador Políbio, este animal teria ocupado uma posição estratégica durante um evento militar. Durante o cerco de Peluse por Cambises II, Rei da Pérsia, o inimigo apoderou-se dos gatos e colocou-os precisamente na linha da frente da batalha. Esta astúcia provocou a rendição imediata dos egípcios, os quais se recusaram a ter os seus animais sagrados no alvo das batalhas.

No Oriente, o gato foi igualmente reverenciado. De acordo com a lenda, Maomé preferiu sacrificar a sua roupa e cortar uma manga em vez de acordar a sua gata Muezza, que dormia no seu colo. No século XIII, o sultão El-Daher-Beybars deixou como herança para os gatos a totalidade de um jardim, ao qual foi dado o nome de "O Pomar dos Gatos" ou Gheytel-Qouttah.

No Extremo Oriente o gato foi tratado com grande estima. Os monges budistas faziam criação de gatos sagrados. No Japão, o palácio de Kyoto abriu as suas portas a uma gata branca a qual deu à luz cinco gatinhos. O templo dedicado à gata Maneki-Neko, o qual retrata a deusa sentada com uma pata erguida em sinal de boas-vindas, prova a grande adoração que existia pelos gatos no país do Sol Nascente.

A CRENDICE EM TORNO DO GATO PRETO

A origem das superstições com o gato preto é antiga. Psamético II, um dos faraós da XXVI dinas-tia (594-588 A.C.), mandara derrubar as estátuas dos usurpadores etíopes e lançou uma maldição sobre o gato etíope negro. A ideia perdurou até à Idade Média, altura em que os Etíopes foram com-parados ao demónio.

Mais tarde, uma bula de Gregório IX, Papa entre 1227 e 1241, evoca o demónio com as feições de um gato negro. Em 1307, o bispo de Coventry, tal como os templários da mesma época, foi acusado de ter venerado um gato preto durante a sua prova-ção.

O corpo médico lançou uma maldição contra o gato preto. Um ilustre médico, Jerónimo Cardan, alertou os seus doentes contra os gatos negros, cruéis e audaciosos, pois, como tinham mau humor, poderiam causar melancolia no ser humano. Teria início uma era de massacre contra os felinos.

Durante a inquisição, muitas vezes foram quei-mados juntamente com as pessoas acusadas de bruxaria. Até hoje ainda existe a ideia de que toda bruxa possui um gato preto de estimação, sendo esse animal associado aos mais diversos tipos de sortilégios. É muito comum ouvir histórias de sorte e azar associadas aos animais dessa cor.

Na ficção

O cinema, os quadrinhos e livros produziram muitos personagens marcantes. Vamos lembrar alguns:

Garfield – O gato gordo e folgado é estrela de uma das tirinhas mais famosas da história, sendo publicado em 2570 jornais de todo o mundo (só perdendo para Peanuts). Os outros personagens principais são Odie, um cão ingênuo, e Jon Arbuckle, um cartunista, tutor dos dois. Garfield é criação de Jim Davis, que tirou o nome de seu avô James Garfield Davis. A primeira tirinha estreou em 19 de Junho de 1978. Em 2004 o sarcástico felino ganhou seu primeiro longa-metragem.

Gato Félix - Foi o primeiro personagem de desenho animado popular ao ponto de, por si só, atrair o público. A criação do personagem tem sido atribuída ao cartunista norte-americano Otto Messmer, embora o produtor cinematográfico e também cartunista australiano Pat Sullivan, que detinha os direitos autorais sobre o desenho, se dissesse o criador do gato. Os historiadores acreditam que Messmer tenha sido o ghost writer de Sullivan. O certo é que Félix saiu dos estúdios Sullivan, alcançando sucesso sem precedentes nos anos 1920.

Mingau - É o gato de Magali, da Turma da Mônica, da raça angorá. Muito manhoso, preguiçoso, e muitas vezes também orgulhoso. Ama brincar com a Magali e também gosta muito de leite e de comer peixe, mas sem o apetite da sua tutora. Seu nome foi escolhido por um concurso feito em 1989, ano em que a primeira revista da Magali foi publicada.

Cats - É um musical composto por Andrew Lloyd Webber que teve sua estreia em Londres em 1981, e que se consagrou por mais de vinte anos em cartaz na Broadway. Para realizar esse espetáculo, Llyod Weber musicou uma série de poemas de T. S. Eliot sobre gatos e acrescentou um roteiro, onde Memory foi uma das suas músicas de maior sucesso. Essa obra é tida como uma das maiores produções da Broadway, e já foi vista por mais de 50 milhões de apreciadores, num total de 45 mil apresentações.

A vida felina nos séculos XX e XXI Estima-se que existam hoje, só nos Estados

Unidos aproximadamente 65 milhões de gatos domésticos. Um número que ultrapassa a quanti-dade de cães domésticos.

Com cerca de 40 espécies diferentes, se vivem nas ruas, sua expectativa de vida é de cerca de três anos, mas com cuidados adequados podem viver por cerca de 16 anos.

Temos informações de que a gata mais velha do mundo chama-se Kataleena Lady, nasceu no dia 11 de Março de 1977 e vive em Melbourne, na Aus-trália.

No entanto, alguns dizem que o gato que atingiu mais anos de vida foi o texano Creme Puff que chegou a celebrar o seu 38º aniversário em Agosto de 2005. No pódio está ainda o inglês Devon que, nascido em 1903, faleceu um dia após ter comple-tado 36 anos, em 1939. Também natural do estado americano do Texas, a medalha de bronze vai para Granpa que miou até ao seu 34º aniversário.

Para conhecer os cães através da História,

acompanhe a nossa edição de dezembro!

*Com informações de Wikipedia e Royal Canin

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Não é de hoje que os seres humanos desfrutam da maravilhosa companhia dos animais e, em alguns casos, exploram-nos. Durante a época de transição entre o Médio e o Novo Império, entre 1785 e 1557 A.C., os egípcios veneravam Bastet, a deusa-gato com corpo de mulher e cabeça de gato. A cadelinha Laika foi um símbolo do desres-peito humano com os animais ao ser enviada ao espaço em uma missão russa, em 1957.

Como o percurso desta relação é longo, resolvemos dividir em duas partes para que você, leitor, aproveite melhor. Começamos com os bichanos.

Vamos conhecer algumas histórias dessa convivência nem tão sempre harmoniosa (por nossa culpa) entre humanos e animais durante boa parte de nossa civilização e os animais que se destacaram nesse percurso.

OS GATOS NA HISTÓRIA

O Deus Gato

Símbolo do amor e da procriação, Bastet foi venerada em Bubastis, cidade que se tornaria a capital durante o reinado dos Reis Líbios, e em Saqqara, local onde foi construído o templo Bubastéion. A criação de gatos sagrados, objeto de culto durante as festividades anuais, era uma prática frequente. Estes animais eram alimenta-dos com pão embebido em leite e peixes do Nilo.

Eram exibidos num cesto para receberem as homenagens do povo. Quando morriam, eram cobertos por um lençol e seu corpo era tratado com óleo de cedro por um embalsamador. A

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Os animais através da HistóriaConheça o importante papel que alguns animais

desempenharam em nossa civilização

prática de mumificar os gatos só teve início a partir da XXII dinastia (950 A.C.). Mais tarde, sob a XXX dinastia, durante a qual se verificou uma intensa propagação da cultura grega no país dos Faraós e no século IV A.C., época da ocupação do Egito pelos Persas, a prática estava bastante enraizada nos costumes: as múmias eram cada vez mais numerosas. Este fato foi comprovado pela desco-berta de dezesseis necrópoles de gatos, das quais as mais importantes estão localizadas em Beni-Hassan, no santuário da deusa-gato Bastet, em Saqqara e em Bubastis.

Quando foram enviadas por barco para a Europa, estas múmias de gatos ficaram inicial-mente conservadas no Museu de História Natural de Londres. Porém, o seu número era tão elevado que acabaram por ser utilizadas como fertilizante. Graças aos progressos alcançados nas áreas de radiologia, foi possível estudar estes antigos tesouros, os quais constituíram uma importante fonte de revelações.

Estes gatos eram muito jovens, tendo idades entre dois a quatro meses ou nove a dezessete meses. Um detalhe veio proporcionar novos conhecimentos sobre os costumes dos egípcios. A marca de estrangulação presente no pescoço dos gatinhos demonstra que, antes de serem mergu-lhados em natrão e posteriormente embalsa-mados, a sua morte nem sempre provinha de causas naturais.

O gato era um animal sagrado e podia influen-ciar as decisões dos seus adoradores. No século VI A.C., segundo o historiador Políbio, este animal teria ocupado uma posição estratégica durante um evento militar. Durante o cerco de Peluse por Cambises II, Rei da Pérsia, o inimigo apoderou-se dos gatos e colocou-os precisamente na linha da frente da batalha. Esta astúcia provocou a rendição imediata dos egípcios, os quais se recusaram a ter os seus animais sagrados no alvo das batalhas.

No Oriente, o gato foi igualmente reverenciado. De acordo com a lenda, Maomé preferiu sacrificar a sua roupa e cortar uma manga em vez de acordar a sua gata Muezza, que dormia no seu colo. No século XIII, o sultão El-Daher-Beybars deixou como herança para os gatos a totalidade de um jardim, ao qual foi dado o nome de "O Pomar dos Gatos" ou Gheytel-Qouttah.

No Extremo Oriente o gato foi tratado com grande estima. Os monges budistas faziam criação de gatos sagrados. No Japão, o palácio de Kyoto abriu as suas portas a uma gata branca a qual deu à luz cinco gatinhos. O templo dedicado à gata Maneki-Neko, o qual retrata a deusa sentada com uma pata erguida em sinal de boas-vindas, prova a grande adoração que existia pelos gatos no país do Sol Nascente.

A CRENDICE EM TORNO DO GATO PRETO

A origem das superstições com o gato preto é antiga. Psamético II, um dos faraós da XXVI dinas-tia (594-588 A.C.), mandara derrubar as estátuas dos usurpadores etíopes e lançou uma maldição sobre o gato etíope negro. A ideia perdurou até à Idade Média, altura em que os Etíopes foram com-parados ao demónio.

Mais tarde, uma bula de Gregório IX, Papa entre 1227 e 1241, evoca o demónio com as feições de um gato negro. Em 1307, o bispo de Coventry, tal como os templários da mesma época, foi acusado de ter venerado um gato preto durante a sua prova-ção.

O corpo médico lançou uma maldição contra o gato preto. Um ilustre médico, Jerónimo Cardan, alertou os seus doentes contra os gatos negros, cruéis e audaciosos, pois, como tinham mau humor, poderiam causar melancolia no ser humano. Teria início uma era de massacre contra os felinos.

Durante a inquisição, muitas vezes foram quei-mados juntamente com as pessoas acusadas de bruxaria. Até hoje ainda existe a ideia de que toda bruxa possui um gato preto de estimação, sendo esse animal associado aos mais diversos tipos de sortilégios. É muito comum ouvir histórias de sorte e azar associadas aos animais dessa cor.

Na ficção

O cinema, os quadrinhos e livros produziram muitos personagens marcantes. Vamos lembrar alguns:

Garfield – O gato gordo e folgado é estrela de uma das tirinhas mais famosas da história, sendo publicado em 2570 jornais de todo o mundo (só perdendo para Peanuts). Os outros personagens principais são Odie, um cão ingênuo, e Jon Arbuckle, um cartunista, tutor dos dois. Garfield é criação de Jim Davis, que tirou o nome de seu avô James Garfield Davis. A primeira tirinha estreou em 19 de Junho de 1978. Em 2004 o sarcástico felino ganhou seu primeiro longa-metragem.

Gato Félix - Foi o primeiro personagem de desenho animado popular ao ponto de, por si só, atrair o público. A criação do personagem tem sido atribuída ao cartunista norte-americano Otto Messmer, embora o produtor cinematográfico e também cartunista australiano Pat Sullivan, que detinha os direitos autorais sobre o desenho, se dissesse o criador do gato. Os historiadores acreditam que Messmer tenha sido o ghost writer de Sullivan. O certo é que Félix saiu dos estúdios Sullivan, alcançando sucesso sem precedentes nos anos 1920.

Mingau - É o gato de Magali, da Turma da Mônica, da raça angorá. Muito manhoso, preguiçoso, e muitas vezes também orgulhoso. Ama brincar com a Magali e também gosta muito de leite e de comer peixe, mas sem o apetite da sua tutora. Seu nome foi escolhido por um concurso feito em 1989, ano em que a primeira revista da Magali foi publicada.

Cats - É um musical composto por Andrew Lloyd Webber que teve sua estreia em Londres em 1981, e que se consagrou por mais de vinte anos em cartaz na Broadway. Para realizar esse espetáculo, Llyod Weber musicou uma série de poemas de T. S. Eliot sobre gatos e acrescentou um roteiro, onde Memory foi uma das suas músicas de maior sucesso. Essa obra é tida como uma das maiores produções da Broadway, e já foi vista por mais de 50 milhões de apreciadores, num total de 45 mil apresentações.

A vida felina nos séculos XX e XXI Estima-se que existam hoje, só nos Estados

Unidos aproximadamente 65 milhões de gatos domésticos. Um número que ultrapassa a quanti-dade de cães domésticos.

Com cerca de 40 espécies diferentes, se vivem nas ruas, sua expectativa de vida é de cerca de três anos, mas com cuidados adequados podem viver por cerca de 16 anos.

Temos informações de que a gata mais velha do mundo chama-se Kataleena Lady, nasceu no dia 11 de Março de 1977 e vive em Melbourne, na Aus-trália.

No entanto, alguns dizem que o gato que atingiu mais anos de vida foi o texano Creme Puff que chegou a celebrar o seu 38º aniversário em Agosto de 2005. No pódio está ainda o inglês Devon que, nascido em 1903, faleceu um dia após ter comple-tado 36 anos, em 1939. Também natural do estado americano do Texas, a medalha de bronze vai para Granpa que miou até ao seu 34º aniversário.

Para conhecer os cães através da História,

acompanhe a nossa edição de dezembro!

*Com informações de Wikipedia e Royal Canin

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A fama a favor de uma boa causaEles são famosos e sabem que suas opiniões influenciam muita gente ao redor do mundo. Ainda bem que muitas celebridades resolveram abraçar a causa animal e mostrar aos fãs a importância de darmos voz àqueles que não falam. Conheça mais alguns artistas que mostram o seu amor pelos animais.

Natalie Portman

A atriz Natalie Portman é um dos rostos mais conhecidos em Holly-wood. Ela interpretou diversos papeis de destaque como a prin-cesa Amidala em ´Star Wars´. Ela é vegetariana desde criança e lançou uma linha de sapatos que não possui materiais de origem animal. Ela conta que após ter lido o livro ‘Comer Animais´, de Jonathan Safran Foer, passou de vegetariana a vegana. Natalie, que foi eleita a vegetariana mais sexy do mundo pela PETA, se recusa a usar couro ou pele e é uma grande defensora dos direitos animais.

Stella McCartney

Stella McCartney é filha do ex-beatle Paul McCartney, mas conseguiu seu próprio espaço no disputado mundo da moda. Ela possui inclusive uma coleção em parceria com a marca esportiva Adidas. Stella não utiliza mate-riais de origem animal em suas coleções e é vegetariana convicta, e sempre que pode defende suas convicções publicamente.

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Celebridades do bem

Danilo GentiliO humorista do programa ´CQC´ vez por outra é alvo de polêmi-cas por suas declarações consideradas incorretas através de posts no Twitter. Porém, o rapaz mostrou que tem um bom coração quando se trata de animais. No início de julho, ele estava andando de carro com a sua mãe, quando se deparou com um cachorrinho jogado na rua, todo machucado (foto abaixo). Depois de muito esforço, os dois conseguiram colocar o cão-zinho no carro para levar ao veterinário. Em uma cadeira de rodas para animais, Dentinho, como o cachorro foi batizado pela mãe de Danilo, foi adotado pela família e vive em Santo André (SP).

PinkA cantora Pink pode ser muito irreverente nos palcos e videoclipes, mas sabe ser séria quando o assunto são os animais. Recentemente, ela utilizou seu Twitter para protestar contra a venda indiscriminada de animais. Ela apresentou-se em um evento que defende a causa animal em setembro. Pink é ainda ativista do PETA e participa de campanhas da entidade.da PETA (People For The Ethical Treatment of Animals) que diz: “Nunca acorrente seus cães”.

Divulgação

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A fama a favor de uma boa causaEles são famosos e sabem que suas opiniões influenciam muita gente ao redor do mundo. Ainda bem que muitas celebridades resolveram abraçar a causa animal e mostrar aos fãs a importância de darmos voz àqueles que não falam. Conheça mais alguns artistas que mostram o seu amor pelos animais.

Natalie Portman

A atriz Natalie Portman é um dos rostos mais conhecidos em Holly-wood. Ela interpretou diversos papeis de destaque como a prin-cesa Amidala em ´Star Wars´. Ela é vegetariana desde criança e lançou uma linha de sapatos que não possui materiais de origem animal. Ela conta que após ter lido o livro ‘Comer Animais´, de Jonathan Safran Foer, passou de vegetariana a vegana. Natalie, que foi eleita a vegetariana mais sexy do mundo pela PETA, se recusa a usar couro ou pele e é uma grande defensora dos direitos animais.

Stella McCartney

Stella McCartney é filha do ex-beatle Paul McCartney, mas conseguiu seu próprio espaço no disputado mundo da moda. Ela possui inclusive uma coleção em parceria com a marca esportiva Adidas. Stella não utiliza mate-riais de origem animal em suas coleções e é vegetariana convicta, e sempre que pode defende suas convicções publicamente.

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Celebridades do bem

Daniele Suzuki

A atriz e apresentadora Daniele Suzuki sempre se sentiu atraída pela possibilidade de se tornar vegetariana, e essa motivação ficou ainda mais forte quando ela assistiu ao documentário ‘Ter-ráqueos’. ''A verdade incomoda, sim. Principalmente, se essa verdade afeta diretamente você e seus hábitos já condicionados por um costume'', escreveu em seu blog. Ela também está ligada em outras causas ecológicas, como o combate ao aqueci-mento global, e sempre posta informações a respeito em seu Twitter.

PinkA cantora Pink pode ser muito irreverente nos palcos e videoclipes, mas sabe ser séria quando o assunto são os animais. Recentemente, ela utilizou seu Twitter para protestar contra a venda indiscriminada de animais. Ela apresentou-se em um evento que defende a causa animal em setembro. Pink é ainda ativista do PETA e participa de campanhas da entidade.da PETA (People For The Ethical Treatment of Animals) que diz: “Nunca acorrente seus cães”.

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Conheça os semifinalistas do Meu Pet é Estrela 2010

Max – Campo Grande/MT Max – Campo Grande/MT

Chegamos à reta final do nosso primeiro concurso. O Meu Pet é Estrela recebeu inúmeras inscrições de vários cantos do Brasil. Para nos ajudar na tarefa tão árdua de escolher os pets mais bacanas, tivemos a ajuda de um júri especializado formado pelos fotógrafos de pets Fabiana Fernandez, Lionel Falcon e Manuel Cortijo.

Chegamos a 15 semifinalistas superfofos e com as mais variadas histórias. Conheça um pouco mais sobre eles e escolha o seu favorito para a nossa capa de dezembro! É só acessar www.conexaopet.com.br e votar na sua estrela!

Os concorrentes são o gato Ariel, de Curitiba; a cadela Baleia, de São Paulo; Belle, também de São Paulo; a chow chow Charlotte, de São Paulo, a SRD Gina, de Novo Hamburgo/RS; O cãozinho Max, de Mesquita/RJ; Melissa Pug, de Petróplis/RJ; A xará Melissa, de Guarulhos/SP; A gatinha Mia, de São José dos Pinhais/PR; o gato Morfeu, de Curitiba, o cãozinho Nick, de Caiobá/PR; a gata Safira, de Jaú/SP; o gato Tony, do Rio de Janeiro; a cadela Xuxinha Vida, de Salto de Pirapora/SP e Xuxu, de São Paulo.

OS SEMIFINALISTAS

Para conhecer um pouco mais da história desses lindos animais, basta acessar www.conexaopet.com.br. Estamos publi-cando o perfil dessas lindezas diariamente. Decida quem será o Pet Estrela 2010! Vote quantas vezes quiser!

Gostaríamos de fazer um agradecimento especial à nossa parceira Pet Life, que acreditou em nossa ideia e apoiou de cora-ção a nossa iniciativa!

30 31

Realização

Patrocínio

36 31

1º Belle – São Paulo/SP

Ariel - Curitiba Baleia - São Paulo

Belle - São Paulo Melissa - Guarulhos

Tony - Rio de Janeiro Xuxinha - Salto de Pirapora

Mia - São José dos Pinhais Morfeu - Curitiba

Nick - Caioba Safira - Jaú

Xuxu - São Paulo Melissa - Petropolis

Charlotte - São Paulo Gina - Novo Hamburgo

Max - Nova Iguaçu

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Conheça os semifinalistas do Meu Pet é Estrela 2010

Max – Campo Grande/MT Max – Campo Grande/MT

Chegamos à reta final do nosso primeiro concurso. O Meu Pet é Estrela recebeu inúmeras inscrições de vários cantos do Brasil. Para nos ajudar na tarefa tão árdua de escolher os pets mais bacanas, tivemos a ajuda de um júri especializado formado pelos fotógrafos de pets Fabiana Fernandez, Lionel Falcon e Manuel Cortijo.

Chegamos a 15 semifinalistas superfofos e com as mais variadas histórias. Conheça um pouco mais sobre eles e escolha o seu favorito para a nossa capa de dezembro! É só acessar www.conexaopet.com.br e votar na sua estrela!

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OS SEMIFINALISTAS

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Ariel - Curitiba Baleia - São Paulo

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Tony - Rio de Janeiro Xuxinha - Salto de Pirapora

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Max – Campo Grande/MT Max – Campo Grande/MT

Chegamos à reta final do nosso primeiro concurso. O Meu Pet é Estrela recebeu inúmeras inscrições de vários cantos do Brasil. Para nos ajudar na tarefa tão árdua de escolher os pets mais bacanas, tivemos a ajuda de um júri especializado formado pelos fotógrafos de pets Fabiana Fernandez, Lionel Falcon e Manuel Cortijo.

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1º Belle – São Paulo/SP

Ariel - Curitiba Baleia - São Paulo

Belle - São Paulo Melissa - Guarulhos

Tony - Rio de Janeiro Xuxinha - Salto de Pirapora

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Nick - Caioba Safira - Jaú

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Max – Campo Grande/MT Max – Campo Grande/MT

Chegamos à reta final do nosso primeiro concurso. O Meu Pet é Estrela recebeu inúmeras inscrições de vários cantos do Brasil. Para nos ajudar na tarefa tão árdua de escolher os pets mais bacanas, tivemos a ajuda de um júri especializado formado pelos fotógrafos de pets Fabiana Fernandez, Lionel Falcon e Manuel Cortijo.

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Os concorrentes são o gato Ariel, de Curitiba; a cadela Baleia, de São Paulo; Belle, também de São Paulo; a chow chow Charlotte, de São Paulo, a SRD Gina, de Novo Hamburgo/RS; O cãozinho Max, de Mesquita/RJ; Melissa Pug, de Petróplis/RJ; A xará Melissa, de Guarulhos/SP; A gatinha Mia, de São José dos Pinhais/PR; o gato Morfeu, de Curitiba, o cãozinho Nick, de Caiobá/PR; a gata Safira, de Jaú/SP; o gato Tony, do Rio de Janeiro; a cadela Xuxinha Vida, de Salto de Pirapora/SP e Xuxu, de São Paulo.

OS SEMIFINALISTAS

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EntrevistaDando voz aos animais

Nossa entrevistada deste mês é Sheila Moura, presidente da ONG carioca Fala Bicho

Sheila Moura é Doutora em Serviço Social, presidente-fundadora da Socie-dade Educacional "Fala Bicho" (1993) e ativista na proteção animal desde 1972. Produziu trabalhos pioneiros no país, como o Manual do Fala Bicho, o convênio com prefeitura para castração gratuita, a idealização, produção e publicação do primeiro livro brasileiro sobre experimen-tação animal (A Verdadeira Face da Experimentação Animal), programas de rádio, entre outros. Tem vinte e um artigos e inúmeras denúncias publicados na im-prensa desde 1987, sobre os mais diver-sos temas ligados à defesa dos animais.

Sheila também publica notícias sobre animais no Blog O Grito do Bicho (ogritodobicho.blogspot.com), onde faz denúncias e mostra curiosidades sobre nossos companheiros. Ela concedeu en-trevista ao Conexão Pet para falar sobre sua luta pelos animais.

Conexão Pet - Quando e de que forma iniciou sua luta pela causa animal?

Sheila Moura - Claro que a história se repete como outra qualquer, mas, desde cedo minha relação com os animais foi notória dentro da minha família. Minha mãe contava que só sorria se dissesse: olha o gatinho, olha o cachorrinho, etc... quando crescidinha, era aquela que pegava os bichos na rua e levava para

casa, que xingava os condutores das car-roças de lixo (eram puxadas por burros), que tacava pedra na carrocinha... enfim, estas coisas meigas. Já crescidona (1968), comecei a me interessar pelos movimentos e aqui no Rio, só tinha mesmo a SUIPA, que foi minha base. Mas, ao conhecer Claudie Dunin (1976), fundadora da SOZED, me encantei e co-mecei a perceber que a educação seria a única forma de, definitivamente, acabar-mos com a "proteção animal". Todo humano deveria saber, por si, a importân-cia dos animais na sobrevivência do plan-eta sem que haja movimentos exigindo o direito destes seres fazerem seus respec-tivos papéis no equilíbrio dos ecossiste-mas.

CP - Como a fundação Fala Bicho

começou e em que frentes atua? SM - Em 1989, comecei a ficar muito

incomodada com minha participação nestes movimentos e na pouca atenção que se dava à fauna, principalmente a urbana. Como ambientalista, trabalhei junto a tantos militantes na concepção de novas ideias de legislação, de formação de órgãos (IBAMA, Delegacia do Meio ambiente, Ministério do Meio Ambiente etc.) e, principalmente, na tentativa de fazer o reconhecimento dos animais dentro do contexto do meio ambiente. Foi

uma luta na inclusão do capítulo da fauna na Constituição Brasileira (1988), muito embora, não tenha acompanhado ativamente como outros estados o fizeram. Destaco a importância de pes-soas como Edna Cardoso, Sonia Fonseca e outras poucas nesta conquista. Então, em abril de 1993, chutei o pau da bar-raca e fundei a Sociedade Educacional "Fala Bicho". Já aposentada, poderia me dedicar "full time" a causa. Parti para educar, partindo do princípio que educar é fazer pensar. Fizemos inúmeras ações que poderão ser vistas no link do Jornal O Grito do Bicho que editava periodicamente. (www.falabicho.org.br/programas/jornal_grito_bicho.pdf). Mas, destaco o pio-neirismo dentro do Brasil: na criação do primeiro livro sobre Proteção animal no país , "Manual do Fala Bicho" (1994), que passou a ser uma referência em fa-culdades de veterinária, em ações jurídi-cas, em teses de biólogos, em escolas publicas; na criação do primeiro pro-grama feito por uma prefeitura (RJ) de castração gratuita (1995); na realização do primeiro programa de rádio dedicado ao tema de proteção animal e que por grande período teve transmissão nacio-nal (Radio Globo - 1995); na produção do primeiro livro brasileiro sobre experimen-tação animal, até hoje, considerado o vade mecum na área (“A Verdadeira Face

da Experimentação Animal”); na realiza-ção do primeiro convênio com uma pre-feitura visando a cooperação técnico-científica na implantação de políticas publicas para o animal. Enfim, a aprecia-ção de algumas outras, fica à disposição no link que citei.

CP - Lembra-se de algum momento em

que o blog “O Grito do Bicho” teve reper-cussão especial em algum caso especí-fico?

SM - A criação deste blog foi uma obra do meu webmaster Luis, pessoa que co-nheci em 2008. Procurava alguém que me ajudasse no meu derradeiro projeto para a causa que seria a criação de uma Biblioteca Virtual Temática composta de todo material que tenho acumulado nestes anos todos (quase 40). Desde 2001, com o cancelamento do meu con-vênio por causa de pretensões políticas da prefeitura do RJ que criou um troço chamado Secretaria Especial de Proteção Animal (a tal SEPDA), fiquei até 2009, tentando a implantação de vários progra-

mas como o "Educando na Rua", "Uma praça de educação", séries de TV e rádio, etc., etc., etc... que sempre tinham a seguinte resposta que era uma pergunta: "por que este projeto incrível não tem o apoio da SEPDA?" Era cômico e trágico, já que aquela secretaria nunca teve nin-guém à frente para saber o que fazer com tanto poder. Como alguém iria avaliar minha capacidade e competência se não há reconhecimento de um profissional do direito animal? Somos muito poucos... Caí em depressão profunda, pois nem doar este meu material que documenta a história da proteção animal no Brasil (e até alguma coisa do exterior), eu con-seguia por ser caro demais para uma pequena empresa e baixo demais para uma grande empresa. Eike Batista disse, para terceiros, que não teria o nome vin-culado numa "mixaria" de 70 mil reais... Pura verdade! Meu web, então, inventou o blog para me ocupar e não me deixar enlouquecer. E em um ano, me curei da depressão, pois, não tenho tempo nem para respirar diante da demanda que tenho pela frente. Estou vivendo um dos melhores períodos na minha vida, pois, como a alma humana se alimenta de afeto, meus leitores me dão o colo para chorar toda esta frustração e mágoa que sinto desde 2001. Quanto a repercussão especial do nosso blog, acho que foi a suspensão da caça do javali que era feita com interesses casados: saciar a patolo-gia humana que pagava para ver os bichos sendo torturados e estraçalhados por cães e a implantação da espécie em fazendas particulares com o objetivo de explorar a caça no país.

CP - Como você vê as políticas públicas voltadas aos animais no Brasil?

SM –(Risos) Qual política publica é vol-tada pelos animais no Brasil? Isto é o que eu queria fazer aqui no RJ. Aliás, tenho um programa irrepreensível para implan-tar o modelo aqui no Rio para que seja exemplo para o país inteiro, como foi a castração gratuita. Mas como conseguir esta oportunidade se estamos cercadas de protetores medíocres que acham que a realidade está baseada na teoria dos "achismos"? Como conseguir a confi-ança do homem público depois que eles viveram a doideira implantada por prote-toras "insanas"? Eles querem distância o suficiente do assunto e nem mesmo querem separar o joio do trigo.... Enquanto isto, cheia de oportunidades para revolucionar, a proteção animal no RJ (quiçá no Brasil), simplesmente, pasta resolvendo um caso aqui outro ali, mas sem tomar um atitude com base em tantas argumentações legais que temos para fazê-lo.

CP - Em sua opinião, por que ainda

presenciamos tantos casos de negligên-cia e crueldade com os animais?

SM - O motivo é simplérrimo (sic): superpopulação humana e a tecnologia (TV, rádio , Internet, telefone, celulares etc.) que nos permite saber dos casos muito rapidamente.

CP - Gostaria que você comentasse o

atual caso de acusação de desvio de verbas na SUIPA. O blog O Grito do Bicho foi uma voz ativa a favor da entidade. Em

sua opinião por que houve a denúncia?SM - A SUIPA (fundada em 1943) é um

símbolo da proteção animal para o país. Uma entidade antiga (acho que só perde para a UIPA/SP) que começou a escrever a história da proteção animal. Destaco a APA, da Lia Cavalcante, que foi uma dissi-dente da SUIPA, mas, fora ela, com algum destaque para a SOZED e LPCA, a que mais formou opinião dentro da sociedade civil sobre o conceito de defender animais foi ela. Quando nos pronunciamos a favor da SUIPA é porque conheço o perfil das acusadoras. Este tipo de pessoas "in-quisidoras" não quer construir e sim destruir e usam o "amor aos animais" para exercer esta doença ruim que têm dentro. O mesmo caso aconteceu em SP, em 2007, contra Angela Caruso, que, também na mesma hora se identificou com tudo que passou e apoiou a SUIPA. Fora eu, que vivi o mesmo terror em 2001 (fui acusada de dividir o valor do meu con-

36 37

vênio com “pessoas da prefeitura", embora tenha deixado 3600 reais de pre-sente para prefeitura na tentativa de manter os excepcionais programas que implantamos na ocasião) e a Angela Caruso em 2007 (acusada de desvio de dinheiro publico do programa de castra-ções em SP), ninguém mais viveu o drama de ser acusada injustamente, só porque "incomodamos" aos incompetentes. O caso da SUIPA, está na Delegacia do Meio Ambiente e está sendo apurado em que bases foram feitos os "cálculos" para uma acusação tão fortemente apresen-tada por uma promotora que recebeu uma "denúncia anônima" com dados, fotos e vídeos de prática de crueldade contra animais naquelas dependências. Eu a defendi, como fiz com Angela Caruso, porque me identifiquei com a injustiça, a mesma que sofri em 2001.

CP - Qual é a maior recompensa que você

tem no trabalho em defesa dos animais?SM - Caramba, minha recompensa é

poder dormir com a consciência tranquila de que não vivi um dia sem que os animais estivessem no meu ideal de vida. Apesar de ter escrito um livro, plantado uma árvore e ter tido um filho (e mais três netos), não consigo me acomodar com o reboliço de ideias que existem dentro de mim para fazer o humano reconhecer a superioridade dos animais neste planeta. Eles sabem tudo e nós temos que apren-der tudo, já que somos um estranho nesta praia. Não fazendo parte de nenhum

ecossistema mundial nem como preda-dor (apenas destruímos), os humanos deveriam ser mais conscientes que esta-mos acabando com as condições de sobrevivência de nossa triste espécie.

CP - Como é possível ajudar a ONG Fala Bicho?SM - Se informando, estudando os

temas, se aprofundando nas questões do direito animal. Não temos sócios (até tentei) porque nosso trabalho não é de recolher os bichinhos e reacomodá-los. Nosso projeto é audacioso, de mudanças de comportamentos, de formação de opinião do tipo Peta. Quem aqui no Brasil está disposto a investir em ideias? As pessoas são capazes de contribuir com a PETA, com a WWF, Greenpeace, e outras mais... mas, nas ideias nacionais da Fala Bicho? Imagina! Agora, não somos os únicos... veja o caso da Sea Shepherd que tem dificuldade, às vezes, até de pagar seus insumos básicos? Questionar o trabalho deles não dá, né? Por isso que só corro atrás de patrocínios e verbas gov-ernamentais, posto que, estaremos devolvendo à sociedade a divulgação das marcas e retorno de programas de governo.

CP - Gostaria de deixar alguma mensa-

gem para nossos leitores?SM - Ishi, me encrencou: agradecer por

ter lido nossas ideias até aqui e pedir que estudem, se informem e se profissional-izem na defesa animal, pois temos muito trabalho pela frente e o que mais falta são pessoas que levem a coisa com a seriedade que é necessária.

“Todo humano deveria saber, por si, a importância dos animais na sobrevivên-cia do planeta sem que haja movimentos exigindo o direito destes seres fazerem seus respectivos papéis no equilíbrio dos ecossistemas”.

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EntrevistaDando voz aos animais

Nossa entrevistada deste mês é Sheila Moura, presidente da ONG carioca Fala Bicho

Sheila Moura é Doutora em Serviço Social, presidente-fundadora da Socie-dade Educacional "Fala Bicho" (1993) e ativista na proteção animal desde 1972. Produziu trabalhos pioneiros no país, como o Manual do Fala Bicho, o convênio com prefeitura para castração gratuita, a idealização, produção e publicação do primeiro livro brasileiro sobre experimen-tação animal (A Verdadeira Face da Experimentação Animal), programas de rádio, entre outros. Tem vinte e um artigos e inúmeras denúncias publicados na im-prensa desde 1987, sobre os mais diver-sos temas ligados à defesa dos animais.

Sheila também publica notícias sobre animais no Blog O Grito do Bicho (ogritodobicho.blogspot.com), onde faz denúncias e mostra curiosidades sobre nossos companheiros. Ela concedeu en-trevista ao Conexão Pet para falar sobre sua luta pelos animais.

Conexão Pet - Quando e de que forma iniciou sua luta pela causa animal?

Sheila Moura - Claro que a história se repete como outra qualquer, mas, desde cedo minha relação com os animais foi notória dentro da minha família. Minha mãe contava que só sorria se dissesse: olha o gatinho, olha o cachorrinho, etc... quando crescidinha, era aquela que pegava os bichos na rua e levava para

casa, que xingava os condutores das car-roças de lixo (eram puxadas por burros), que tacava pedra na carrocinha... enfim, estas coisas meigas. Já crescidona (1968), comecei a me interessar pelos movimentos e aqui no Rio, só tinha mesmo a SUIPA, que foi minha base. Mas, ao conhecer Claudie Dunin (1976), fundadora da SOZED, me encantei e co-mecei a perceber que a educação seria a única forma de, definitivamente, acabar-mos com a "proteção animal". Todo humano deveria saber, por si, a importân-cia dos animais na sobrevivência do pla-neta sem que haja movimentos exigindo o direito destes seres fazerem seus respec-tivos papéis no equilíbrio dos ecossiste-mas.

CP - Como a fundação Fala Bicho

começou e em que frentes atua? SM - Em 1989, comecei a ficar muito

incomodada com minha participação nestes movimentos e na pouca atenção que se dava à fauna, principalmente a urbana. Como ambientalista, trabalhei junto a tantos militantes na concepção de novas ideias de legislação, de formação de órgãos (IBAMA, Delegacia do Meio ambiente, Ministério do Meio Ambiente etc.) e, principalmente, na tentativa de fazer o reconhecimento dos animais dentro do contexto do meio ambiente. Foi

uma luta na inclusão do capítulo da fauna na Constituição Brasileira (1988), muito embora, não tenha acompanhado ativamente como outros estados o fizeram. Destaco a importância de pes-soas como Edna Cardoso, Sonia Fonseca e outras poucas nesta conquista. Então, em abril de 1993, chutei o pau da bar-raca e fundei a Sociedade Educacional "Fala Bicho". Já aposentada, poderia me dedicar "full time" a causa. Parti para educar, partindo do princípio que educar é fazer pensar. Fizemos inúmeras ações que poderão ser vistas no link do Jornal O Grito do Bicho que editava periodicamente. (www.falabicho.org.br/programas/jornal_grito_bicho.pdf). Mas, destaco o pio-neirismo dentro do Brasil: na criação do primeiro livro sobre Proteção animal no país , "Manual do Fala Bicho" (1994), que passou a ser uma referência em fa-culdades de veterinária, em ações jurídi-cas, em teses de biólogos, em escolas publicas; na criação do primeiro pro-grama feito por uma prefeitura (RJ) de castração gratuita (1995); na realização do primeiro programa de rádio dedicado ao tema de proteção animal e que por grande período teve transmissão nacio-nal (Radio Globo - 1995); na produção do primeiro livro brasileiro sobre experimen-tação animal, até hoje, considerado o vade mecum na área (“A Verdadeira Face

da Experimentação Animal”); na realiza-ção do primeiro convênio com uma pre-feitura visando a cooperação técnico-científica na implantação de políticas publicas para o animal. Enfim, a aprecia-ção de algumas outras, fica à disposição no link que citei.

CP - Lembra-se de algum momento em

que o blog “O Grito do Bicho” teve reper-cussão especial em algum caso especí-fico?

SM - A criação deste blog foi uma obra do meu webmaster Luis, pessoa que co-nheci em 2008. Procurava alguém que me ajudasse no meu derradeiro projeto para a causa que seria a criação de uma Biblioteca Virtual Temática composta de todo material que tenho acumulado nestes anos todos (quase 40). Desde 2001, com o cancelamento do meu con-vênio por causa de pretensões políticas da prefeitura do RJ que criou um troço chamado Secretaria Especial de Proteção Animal (a tal SEPDA), fiquei até 2009, tentando a implantação de vários progra-

mas como o "Educando na Rua", "Uma praça de educação", séries de TV e rádio, etc., etc., etc... que sempre tinham a seguinte resposta que era uma pergunta: "por que este projeto incrível não tem o apoio da SEPDA?" Era cômico e trágico, já que aquela secretaria nunca teve nin-guém à frente para saber o que fazer com tanto poder. Como alguém iria avaliar minha capacidade e competência se não há reconhecimento de um profissional do direito animal? Somos muito poucos... Caí em depressão profunda, pois nem doar este meu material que documenta a história da proteção animal no Brasil (e até alguma coisa do exterior), eu con-seguia por ser caro demais para uma pequena empresa e baixo demais para uma grande empresa. Eike Batista disse, para terceiros, que não teria o nome vin-culado numa "mixaria" de 70 mil reais... Pura verdade! Meu web, então, inventou o blog para me ocupar e não me deixar enlouquecer. E em um ano, me curei da depressão, pois, não tenho tempo nem para respirar diante da demanda que tenho pela frente. Estou vivendo um dos melhores períodos na minha vida, pois, como a alma humana se alimenta de afeto, meus leitores me dão o colo para chorar toda esta frustração e mágoa que sinto desde 2001. Quanto a repercussão especial do nosso blog, acho que foi a suspensão da caça do javali que era feita com interesses casados: saciar a patolo-gia humana que pagava para ver os bichos sendo torturados e estraçalhados por cães e a implantação da espécie em fazendas particulares com o objetivo de explorar a caça no país.

CP - Como você vê as políticas públicas voltadas aos animais no Brasil?

SM –(Risos) Qual política publica é vol-tada pelos animais no Brasil? Isto é o que eu queria fazer aqui no RJ. Aliás, tenho um programa irrepreensível para implan-tar o modelo aqui no Rio para que seja exemplo para o país inteiro, como foi a castração gratuita. Mas como conseguir esta oportunidade se estamos cercadas de protetores medíocres que acham que a realidade está baseada na teoria dos "achismos"? Como conseguir a confi-ança do homem público depois que eles viveram a doideira implantada por prote-toras "insanas"? Eles querem distância o suficiente do assunto e nem mesmo querem separar o joio do trigo.... Enquanto isto, cheia de oportunidades para revolucionar, a proteção animal no RJ (quiçá no Brasil), simplesmente, pasta resolvendo um caso aqui outro ali, mas sem tomar um atitude com base em tantas argumentações legais que temos para fazê-lo.

CP - Em sua opinião, por que ainda

presenciamos tantos casos de negligên-cia e crueldade com os animais?

SM - O motivo é simplérrimo (sic): superpopulação humana e a tecnologia (TV, rádio , Internet, telefone, celulares etc.) que nos permite saber dos casos muito rapidamente.

CP - Gostaria que você comentasse o

atual caso de acusação de desvio de verbas na SUIPA. O blog O Grito do Bicho foi uma voz ativa a favor da entidade. Em

sua opinião por que houve a denúncia?SM - A SUIPA (fundada em 1943) é um

símbolo da proteção animal para o país. Uma entidade antiga (acho que só perde para a UIPA/SP) que começou a escrever a história da proteção animal. Destaco a APA, da Lia Cavalcante, que foi uma dissi-dente da SUIPA, mas, fora ela, com algum destaque para a SOZED e LPCA, a que mais formou opinião dentro da sociedade civil sobre o conceito de defender animais foi ela. Quando nos pronunciamos a favor da SUIPA é porque conheço o perfil das acusadoras. Este tipo de pessoas "in-quisidoras" não quer construir e sim destruir e usam o "amor aos animais" para exercer esta doença ruim que têm dentro. O mesmo caso aconteceu em SP, em 2007, contra Angela Caruso, que, também na mesma hora se identificou com tudo que passou e apoiou a SUIPA. Fora eu, que vivi o mesmo terror em 2001 (fui acusada de dividir o valor do meu con-

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vênio com “pessoas da prefeitura", embora tenha deixado 3600 reais de pre-sente para prefeitura na tentativa de manter os excepcionais programas que implantamos na ocasião) e a Angela Caruso em 2007 (acusada de desvio de dinheiro publico do programa de castra-ções em SP), ninguém mais viveu o drama de ser acusada injustamente, só porque "incomodamos" aos incompetentes. O caso da SUIPA, está na Delegacia do Meio Ambiente e está sendo apurado em que bases foram feitos os "cálculos" para uma acusação tão fortemente apresen-tada por uma promotora que recebeu uma "denúncia anônima" com dados, fotos e vídeos de prática de crueldade contra animais naquelas dependências. Eu a defendi, como fiz com Angela Caruso, porque me identifiquei com a injustiça, a mesma que sofri em 2001.

CP - Qual é a maior recompensa que você

tem no trabalho em defesa dos animais?SM - Caramba, minha recompensa é

poder dormir com a consciência tranquila de que não vivi um dia sem que os animais estivessem no meu ideal de vida. Apesar de ter escrito um livro, plantado uma árvore e ter tido um filho (e mais três netos), não consigo me acomodar com o reboliço de ideias que existem dentro de mim para fazer o humano reconhecer a superioridade dos animais neste planeta. Eles sabem tudo e nós temos que apren-der tudo, já que somos um estranho nesta praia. Não fazendo parte de nenhum

ecossistema mundial nem como preda-dor (apenas destruímos), os humanos deveriam ser mais conscientes que esta-mos acabando com as condições de sobrevivência de nossa triste espécie.

CP - Como é possível ajudar a ONG Fala Bicho?SM - Se informando, estudando os

temas, se aprofundando nas questões do direito animal. Não temos sócios (até tentei) porque nosso trabalho não é de recolher os bichinhos e reacomodá-los. Nosso projeto é audacioso, de mudanças de comportamentos, de formação de opinião do tipo Peta. Quem aqui no Brasil está disposto a investir em ideias? As pessoas são capazes de contribuir com a PETA, com a WWF, Greenpeace, e outras mais... mas, nas ideias nacionais da Fala Bicho? Imagina! Agora, não somos os únicos... veja o caso da Sea Shepherd que tem dificuldade, às vezes, até de pagar seus insumos básicos? Questionar o trabalho deles não dá, né? Por isso que só corro atrás de patrocínios e verbas go-vernamentais, posto que, estaremos devolvendo à sociedade a divulgação das marcas e retorno de programas de governo.

CP - Gostaria de deixar alguma mensa-

gem para nossos leitores?SM - Ishi, me encrencou: agradecer por

ter lido nossas ideias até aqui e pedir que estudem, se informem e se profissiona-lizem na defesa animal, pois temos muito trabalho pela frente e o que mais falta são pessoas que levem a coisa com a seriedade que é necessária.

“Todo humano deveria saber, por si, a importância dos animais na sobrevivên-cia do planeta sem que haja movimentos exigindo o direito destes seres fazerem seus respectivos papéis no equilíbrio dos ecossistemas”.

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EntrevistaDando voz aos animais

Nossa entrevistada deste mês é Sheila Moura, presidente da ONG carioca Fala Bicho

Sheila Moura é Doutora em Serviço Social, presidente-fundadora da Socie-dade Educacional "Fala Bicho" (1993) e ativista na proteção animal desde 1972. Produziu trabalhos pioneiros no país, como o Manual do Fala Bicho, o convênio com prefeitura para castração gratuita, a idealização, produção e publicação do primeiro livro brasileiro sobre experimen-tação animal (A Verdadeira Face da Experimentação Animal), programas de rádio, entre outros. Tem vinte e um artigos e inúmeras denúncias publicados na im-prensa desde 1987, sobre os mais diver-sos temas ligados à defesa dos animais.

Sheila também publica notícias sobre animais no Blog O Grito do Bicho (ogritodobicho.blogspot.com), onde faz denúncias e mostra curiosidades sobre nossos companheiros. Ela concedeu en-trevista ao Conexão Pet para falar sobre sua luta pelos animais.

Conexão Pet - Quando e de que forma iniciou sua luta pela causa animal?

Sheila Moura - Claro que a história se repete como outra qualquer, mas, desde cedo minha relação com os animais foi notória dentro da minha família. Minha mãe contava que só sorria se dissesse: olha o gatinho, olha o cachorrinho, etc... quando crescidinha, era aquela que pegava os bichos na rua e levava para

casa, que xingava os condutores das car-roças de lixo (eram puxadas por burros), que tacava pedra na carrocinha... enfim, estas coisas meigas. Já crescidona (1968), comecei a me interessar pelos movimentos e aqui no Rio, só tinha mesmo a SUIPA, que foi minha base. Mas, ao conhecer Claudie Dunin (1976), fundadora da SOZED, me encantei e co-mecei a perceber que a educação seria a única forma de, definitivamente, acabar-mos com a "proteção animal". Todo humano deveria saber, por si, a importân-cia dos animais na sobrevivência do plan-eta sem que haja movimentos exigindo o direito destes seres fazerem seus respec-tivos papéis no equilíbrio dos ecossiste-mas.

CP - Como a fundação Fala Bicho

começou e em que frentes atua? SM - Em 1989, comecei a ficar muito

incomodada com minha participação nestes movimentos e na pouca atenção que se dava à fauna, principalmente a urbana. Como ambientalista, trabalhei junto a tantos militantes na concepção de novas ideias de legislação, de formação de órgãos (IBAMA, Delegacia do Meio ambiente, Ministério do Meio Ambiente etc.) e, principalmente, na tentativa de fazer o reconhecimento dos animais dentro do contexto do meio ambiente. Foi

uma luta na inclusão do capítulo da fauna na Constituição Brasileira (1988), muito embora, não tenha acompanhado ativamente como outros estados o fizeram. Destaco a importância de pes-soas como Edna Cardoso, Sonia Fonseca e outras poucas nesta conquista. Então, em abril de 1993, chutei o pau da bar-raca e fundei a Sociedade Educacional "Fala Bicho". Já aposentada, poderia me dedicar "full time" a causa. Parti para educar, partindo do princípio que educar é fazer pensar. Fizemos inúmeras ações que poderão ser vistas no link do Jornal O Grito do Bicho que editava periodicamente. (www.falabicho.org.br/programas/jornal_grito_bicho.pdf). Mas, destaco o pio-neirismo dentro do Brasil: na criação do primeiro livro sobre Proteção animal no país , "Manual do Fala Bicho" (1994), que passou a ser uma referência em fa-culdades de veterinária, em ações jurídi-cas, em teses de biólogos, em escolas publicas; na criação do primeiro pro-grama feito por uma prefeitura (RJ) de castração gratuita (1995); na realização do primeiro programa de rádio dedicado ao tema de proteção animal e que por grande período teve transmissão nacio-nal (Radio Globo - 1995); na produção do primeiro livro brasileiro sobre experimen-tação animal, até hoje, considerado o vade mecum na área (“A Verdadeira Face

da Experimentação Animal”); na realiza-ção do primeiro convênio com uma pre-feitura visando a cooperação técnico-científica na implantação de políticas publicas para o animal. Enfim, a aprecia-ção de algumas outras, fica à disposição no link que citei.

CP - Lembra-se de algum momento em

que o blog “O Grito do Bicho” teve reper-cussão especial em algum caso especí-fico?

SM - A criação deste blog foi uma obra do meu webmaster Luis, pessoa que co-nheci em 2008. Procurava alguém que me ajudasse no meu derradeiro projeto para a causa que seria a criação de uma Biblioteca Virtual Temática composta de todo material que tenho acumulado nestes anos todos (quase 40). Desde 2001, com o cancelamento do meu con-vênio por causa de pretensões políticas da prefeitura do RJ que criou um troço chamado Secretaria Especial de Proteção Animal (a tal SEPDA), fiquei até 2009, tentando a implantação de vários progra-

mas como o "Educando na Rua", "Uma praça de educação", séries de TV e rádio, etc., etc., etc... que sempre tinham a seguinte resposta que era uma pergunta: "por que este projeto incrível não tem o apoio da SEPDA?" Era cômico e trágico, já que aquela secretaria nunca teve nin-guém à frente para saber o que fazer com tanto poder. Como alguém iria avaliar minha capacidade e competência se não há reconhecimento de um profissional do direito animal? Somos muito poucos... Caí em depressão profunda, pois nem doar este meu material que documenta a história da proteção animal no Brasil (e até alguma coisa do exterior), eu con-seguia por ser caro demais para uma pequena empresa e baixo demais para uma grande empresa. Eike Batista disse, para terceiros, que não teria o nome vin-culado numa "mixaria" de 70 mil reais... Pura verdade! Meu web, então, inventou o blog para me ocupar e não me deixar enlouquecer. E em um ano, me curei da depressão, pois, não tenho tempo nem para respirar diante da demanda que tenho pela frente. Estou vivendo um dos melhores períodos na minha vida, pois, como a alma humana se alimenta de afeto, meus leitores me dão o colo para chorar toda esta frustração e mágoa que sinto desde 2001. Quanto a repercussão especial do nosso blog, acho que foi a suspensão da caça do javali que era feita com interesses casados: saciar a patolo-gia humana que pagava para ver os bichos sendo torturados e estraçalhados por cães e a implantação da espécie em fazendas particulares com o objetivo de explorar a caça no país.

CP - Como você vê as políticas públicas voltadas aos animais no Brasil?

SM –(Risos) Qual política publica é vol-tada pelos animais no Brasil? Isto é o que eu queria fazer aqui no RJ. Aliás, tenho um programa irrepreensível para implan-tar o modelo aqui no Rio para que seja exemplo para o país inteiro, como foi a castração gratuita. Mas como conseguir esta oportunidade se estamos cercadas de protetores medíocres que acham que a realidade está baseada na teoria dos "achismos"? Como conseguir a confi-ança do homem público depois que eles viveram a doideira implantada por prote-toras "insanas"? Eles querem distância o suficiente do assunto e nem mesmo querem separar o joio do trigo.... Enquanto isto, cheia de oportunidades para revolucionar, a proteção animal no RJ (quiçá no Brasil), simplesmente, pasta resolvendo um caso aqui outro ali, mas sem tomar um atitude com base em tantas argumentações legais que temos para fazê-lo.

CP - Em sua opinião, por que ainda

presenciamos tantos casos de negligên-cia e crueldade com os animais?

SM - O motivo é simplérrimo (sic): superpopulação humana e a tecnologia (TV, rádio , Internet, telefone, celulares etc.) que nos permite saber dos casos muito rapidamente.

CP - Gostaria que você comentasse o

atual caso de acusação de desvio de verbas na SUIPA. O blog O Grito do Bicho foi uma voz ativa a favor da entidade. Em

sua opinião por que houve a denúncia?SM - A SUIPA (fundada em 1943) é um

símbolo da proteção animal para o país. Uma entidade antiga (acho que só perde para a UIPA/SP) que começou a escrever a história da proteção animal. Destaco a APA, da Lia Cavalcante, que foi uma dissi-dente da SUIPA, mas, fora ela, com algum destaque para a SOZED e LPCA, a que mais formou opinião dentro da sociedade civil sobre o conceito de defender animais foi ela. Quando nos pronunciamos a favor da SUIPA é porque conheço o perfil das acusadoras. Este tipo de pessoas "in-quisidoras" não quer construir e sim destruir e usam o "amor aos animais" para exercer esta doença ruim que têm dentro. O mesmo caso aconteceu em SP, em 2007, contra Angela Caruso, que, também na mesma hora se identificou com tudo que passou e apoiou a SUIPA. Fora eu, que vivi o mesmo terror em 2001 (fui acusada de dividir o valor do meu con-

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vênio com “pessoas da prefeitura", embora tenha deixado 3600 reais de pre-sente para prefeitura na tentativa de manter os excepcionais programas que implantamos na ocasião) e a Angela Caruso em 2007 (acusada de desvio de dinheiro publico do programa de castra-ções em SP), ninguém mais viveu o drama de ser acusada injustamente, só porque "incomodamos" aos incompetentes. O caso da SUIPA, está na Delegacia do Meio Ambiente e está sendo apurado em que bases foram feitos os "cálculos" para uma acusação tão fortemente apresen-tada por uma promotora que recebeu uma "denúncia anônima" com dados, fotos e vídeos de prática de crueldade contra animais naquelas dependências. Eu a defendi, como fiz com Angela Caruso, porque me identifiquei com a injustiça, a mesma que sofri em 2001.

CP - Qual é a maior recompensa que você

tem no trabalho em defesa dos animais?SM - Caramba, minha recompensa é

poder dormir com a consciência tranquila de que não vivi um dia sem que os animais estivessem no meu ideal de vida. Apesar de ter escrito um livro, plantado uma árvore e ter tido um filho (e mais três netos), não consigo me acomodar com o reboliço de ideias que existem dentro de mim para fazer o humano reconhecer a superioridade dos animais neste planeta. Eles sabem tudo e nós temos que apren-der tudo, já que somos um estranho nesta praia. Não fazendo parte de nenhum

ecossistema mundial nem como preda-dor (apenas destruímos), os humanos deveriam ser mais conscientes que esta-mos acabando com as condições de sobrevivência de nossa triste espécie.

CP - Como é possível ajudar a ONG Fala Bicho?SM - Se informando, estudando os

temas, se aprofundando nas questões do direito animal. Não temos sócios (até tentei) porque nosso trabalho não é de recolher os bichinhos e reacomodá-los. Nosso projeto é audacioso, de mudanças de comportamentos, de formação de opinião do tipo Peta. Quem aqui no Brasil está disposto a investir em ideias? As pessoas são capazes de contribuir com a PETA, com a WWF, Greenpeace, e outras mais... mas, nas ideias nacionais da Fala Bicho? Imagina! Agora, não somos os únicos... veja o caso da Sea Shepherd que tem dificuldade, às vezes, até de pagar seus insumos básicos? Questionar o trabalho deles não dá, né? Por isso que só corro atrás de patrocínios e verbas gov-ernamentais, posto que, estaremos devolvendo à sociedade a divulgação das marcas e retorno de programas de governo.

CP - Gostaria de deixar alguma mensa-

gem para nossos leitores?SM - Ishi, me encrencou: agradecer por

ter lido nossas ideias até aqui e pedir que estudem, se informem e se profissional-izem na defesa animal, pois temos muito trabalho pela frente e o que mais falta são pessoas que levem a coisa com a seriedade que é necessária.

“Todo humano deveria saber, por si, a importância dos animais na sobrevivên-cia do planeta sem que haja movimentos exigindo o direito destes seres fazerem seus respectivos papéis no equilíbrio dos ecossistemas”.

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EntrevistaDando voz aos animais

Nossa entrevistada deste mês é Sheila Moura, presidente da ONG carioca Fala Bicho

Sheila Moura é Doutora em Serviço Social, presidente-fundadora da Socie-dade Educacional "Fala Bicho" (1993) e ativista na proteção animal desde 1972. Produziu trabalhos pioneiros no país, como o Manual do Fala Bicho, o convênio com prefeitura para castração gratuita, a idealização, produção e publicação do primeiro livro brasileiro sobre experimen-tação animal (A Verdadeira Face da Experimentação Animal), programas de rádio, entre outros. Tem vinte e um artigos e inúmeras denúncias publicados na im-prensa desde 1987, sobre os mais diver-sos temas ligados à defesa dos animais.

Sheila também publica notícias sobre animais no Blog O Grito do Bicho (ogritodobicho.blogspot.com), onde faz denúncias e mostra curiosidades sobre nossos companheiros. Ela concedeu en-trevista ao Conexão Pet para falar sobre sua luta pelos animais.

Conexão Pet - Quando e de que forma iniciou sua luta pela causa animal?

Sheila Moura - Claro que a história se repete como outra qualquer, mas, desde cedo minha relação com os animais foi notória dentro da minha família. Minha mãe contava que só sorria se dissesse: olha o gatinho, olha o cachorrinho, etc... quando crescidinha, era aquela que pegava os bichos na rua e levava para

casa, que xingava os condutores das car-roças de lixo (eram puxadas por burros), que tacava pedra na carrocinha... enfim, estas coisas meigas. Já crescidona (1968), comecei a me interessar pelos movimentos e aqui no Rio, só tinha mesmo a SUIPA, que foi minha base. Mas, ao conhecer Claudie Dunin (1976), fundadora da SOZED, me encantei e co-mecei a perceber que a educação seria a única forma de, definitivamente, acabar-mos com a "proteção animal". Todo humano deveria saber, por si, a importân-cia dos animais na sobrevivência do plan-eta sem que haja movimentos exigindo o direito destes seres fazerem seus respec-tivos papéis no equilíbrio dos ecossiste-mas.

CP - Como a fundação Fala Bicho

começou e em que frentes atua? SM - Em 1989, comecei a ficar muito

incomodada com minha participação nestes movimentos e na pouca atenção que se dava à fauna, principalmente a urbana. Como ambientalista, trabalhei junto a tantos militantes na concepção de novas ideias de legislação, de formação de órgãos (IBAMA, Delegacia do Meio ambiente, Ministério do Meio Ambiente etc.) e, principalmente, na tentativa de fazer o reconhecimento dos animais dentro do contexto do meio ambiente. Foi

uma luta na inclusão do capítulo da fauna na Constituição Brasileira (1988), muito embora, não tenha acompanhado ativamente como outros estados o fizeram. Destaco a importância de pes-soas como Edna Cardoso, Sonia Fonseca e outras poucas nesta conquista. Então, em abril de 1993, chutei o pau da bar-raca e fundei a Sociedade Educacional "Fala Bicho". Já aposentada, poderia me dedicar "full time" a causa. Parti para educar, partindo do princípio que educar é fazer pensar. Fizemos inúmeras ações que poderão ser vistas no link do Jornal O Grito do Bicho que editava periodicamente. (www.falabicho.org.br/programas/jornal_grito_bicho.pdf). Mas, destaco o pio-neirismo dentro do Brasil: na criação do primeiro livro sobre Proteção animal no país , "Manual do Fala Bicho" (1994), que passou a ser uma referência em fa-culdades de veterinária, em ações jurídi-cas, em teses de biólogos, em escolas publicas; na criação do primeiro pro-grama feito por uma prefeitura (RJ) de castração gratuita (1995); na realização do primeiro programa de rádio dedicado ao tema de proteção animal e que por grande período teve transmissão nacio-nal (Radio Globo - 1995); na produção do primeiro livro brasileiro sobre experimen-tação animal, até hoje, considerado o vade mecum na área (“A Verdadeira Face

da Experimentação Animal”); na realiza-ção do primeiro convênio com uma pre-feitura visando a cooperação técnico-científica na implantação de políticas publicas para o animal. Enfim, a aprecia-ção de algumas outras, fica à disposição no link que citei.

CP - Lembra-se de algum momento em

que o blog “O Grito do Bicho” teve reper-cussão especial em algum caso especí-fico?

SM - A criação deste blog foi uma obra do meu webmaster Luis, pessoa que co-nheci em 2008. Procurava alguém que me ajudasse no meu derradeiro projeto para a causa que seria a criação de uma Biblioteca Virtual Temática composta de todo material que tenho acumulado nestes anos todos (quase 40). Desde 2001, com o cancelamento do meu con-vênio por causa de pretensões políticas da prefeitura do RJ que criou um troço chamado Secretaria Especial de Proteção Animal (a tal SEPDA), fiquei até 2009, tentando a implantação de vários progra-

mas como o "Educando na Rua", "Uma praça de educação", séries de TV e rádio, etc., etc., etc... que sempre tinham a seguinte resposta que era uma pergunta: "por que este projeto incrível não tem o apoio da SEPDA?" Era cômico e trágico, já que aquela secretaria nunca teve nin-guém à frente para saber o que fazer com tanto poder. Como alguém iria avaliar minha capacidade e competência se não há reconhecimento de um profissional do direito animal? Somos muito poucos... Caí em depressão profunda, pois nem doar este meu material que documenta a história da proteção animal no Brasil (e até alguma coisa do exterior), eu con-seguia por ser caro demais para uma pequena empresa e baixo demais para uma grande empresa. Eike Batista disse, para terceiros, que não teria o nome vin-culado numa "mixaria" de 70 mil reais... Pura verdade! Meu web, então, inventou o blog para me ocupar e não me deixar enlouquecer. E em um ano, me curei da depressão, pois, não tenho tempo nem para respirar diante da demanda que tenho pela frente. Estou vivendo um dos melhores períodos na minha vida, pois, como a alma humana se alimenta de afeto, meus leitores me dão o colo para chorar toda esta frustração e mágoa que sinto desde 2001. Quanto a repercussão especial do nosso blog, acho que foi a suspensão da caça do javali que era feita com interesses casados: saciar a patolo-gia humana que pagava para ver os bichos sendo torturados e estraçalhados por cães e a implantação da espécie em fazendas particulares com o objetivo de explorar a caça no país.

CP - Como você vê as políticas públicas voltadas aos animais no Brasil?

SM –(Risos) Qual política publica é vol-tada pelos animais no Brasil? Isto é o que eu queria fazer aqui no RJ. Aliás, tenho um programa irrepreensível para implan-tar o modelo aqui no Rio para que seja exemplo para o país inteiro, como foi a castração gratuita. Mas como conseguir esta oportunidade se estamos cercadas de protetores medíocres que acham que a realidade está baseada na teoria dos "achismos"? Como conseguir a confi-ança do homem público depois que eles viveram a doideira implantada por prote-toras "insanas"? Eles querem distância o suficiente do assunto e nem mesmo querem separar o joio do trigo.... Enquanto isto, cheia de oportunidades para revolucionar, a proteção animal no RJ (quiçá no Brasil), simplesmente, pasta resolvendo um caso aqui outro ali, mas sem tomar um atitude com base em tantas argumentações legais que temos para fazê-lo.

CP - Em sua opinião, por que ainda

presenciamos tantos casos de negligên-cia e crueldade com os animais?

SM - O motivo é simplérrimo (sic): superpopulação humana e a tecnologia (TV, rádio , Internet, telefone, celulares etc.) que nos permite saber dos casos muito rapidamente.

CP - Gostaria que você comentasse o

atual caso de acusação de desvio de verbas na SUIPA. O blog O Grito do Bicho foi uma voz ativa a favor da entidade. Em

sua opinião por que houve a denúncia?SM - A SUIPA (fundada em 1943) é um

símbolo da proteção animal para o país. Uma entidade antiga (acho que só perde para a UIPA/SP) que começou a escrever a história da proteção animal. Destaco a APA, da Lia Cavalcante, que foi uma dissi-dente da SUIPA, mas, fora ela, com algum destaque para a SOZED e LPCA, a que mais formou opinião dentro da sociedade civil sobre o conceito de defender animais foi ela. Quando nos pronunciamos a favor da SUIPA é porque conheço o perfil das acusadoras. Este tipo de pessoas "in-quisidoras" não quer construir e sim destruir e usam o "amor aos animais" para exercer esta doença ruim que têm dentro. O mesmo caso aconteceu em SP, em 2007, contra Angela Caruso, que, também na mesma hora se identificou com tudo que passou e apoiou a SUIPA. Fora eu, que vivi o mesmo terror em 2001 (fui acusada de dividir o valor do meu con-

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vênio com “pessoas da prefeitura", embora tenha deixado 3600 reais de pre-sente para prefeitura na tentativa de manter os excepcionais programas que implantamos na ocasião) e a Angela Caruso em 2007 (acusada de desvio de dinheiro publico do programa de castra-ções em SP), ninguém mais viveu o drama de ser acusada injustamente, só porque "incomodamos" aos incompetentes. O caso da SUIPA, está na Delegacia do Meio Ambiente e está sendo apurado em que bases foram feitos os "cálculos" para uma acusação tão fortemente apresen-tada por uma promotora que recebeu uma "denúncia anônima" com dados, fotos e vídeos de prática de crueldade contra animais naquelas dependências. Eu a defendi, como fiz com Angela Caruso, porque me identifiquei com a injustiça, a mesma que sofri em 2001.

CP - Qual é a maior recompensa que você

tem no trabalho em defesa dos animais?SM - Caramba, minha recompensa é

poder dormir com a consciência tranquila de que não vivi um dia sem que os animais estivessem no meu ideal de vida. Apesar de ter escrito um livro, plantado uma árvore e ter tido um filho (e mais três netos), não consigo me acomodar com o reboliço de ideias que existem dentro de mim para fazer o humano reconhecer a superioridade dos animais neste planeta. Eles sabem tudo e nós temos que apren-der tudo, já que somos um estranho nesta praia. Não fazendo parte de nenhum

ecossistema mundial nem como preda-dor (apenas destruímos), os humanos deveriam ser mais conscientes que esta-mos acabando com as condições de sobrevivência de nossa triste espécie.

CP - Como é possível ajudar a ONG Fala Bicho?SM - Se informando, estudando os

temas, se aprofundando nas questões do direito animal. Não temos sócios (até tentei) porque nosso trabalho não é de recolher os bichinhos e reacomodá-los. Nosso projeto é audacioso, de mudanças de comportamentos, de formação de opinião do tipo Peta. Quem aqui no Brasil está disposto a investir em ideias? As pessoas são capazes de contribuir com a PETA, com a WWF, Greenpeace, e outras mais... mas, nas ideias nacionais da Fala Bicho? Imagina! Agora, não somos os únicos... veja o caso da Sea Shepherd que tem dificuldade, às vezes, até de pagar seus insumos básicos? Questionar o trabalho deles não dá, né? Por isso que só corro atrás de patrocínios e verbas gov-ernamentais, posto que, estaremos devolvendo à sociedade a divulgação das marcas e retorno de programas de governo.

CP - Gostaria de deixar alguma mensa-

gem para nossos leitores?SM - Ishi, me encrencou: agradecer por

ter lido nossas ideias até aqui e pedir que estudem, se informem e se profissional-izem na defesa animal, pois temos muito trabalho pela frente e o que mais falta são pessoas que levem a coisa com a seriedade que é necessária.

“Todo humano deveria saber, por si, a importância dos animais na sobrevivên-cia do planeta sem que haja movimentos exigindo o direito destes seres fazerem seus respectivos papéis no equilíbrio dos ecossistemas”.

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EntrevistaDando voz aos animais

Nossa entrevistada deste mês é Sheila Moura, presidente da ONG carioca Fala Bicho

Sheila Moura é Doutora em Serviço Social, presidente-fundadora da Socie-dade Educacional "Fala Bicho" (1993) e ativista na proteção animal desde 1972. Produziu trabalhos pioneiros no país, como o Manual do Fala Bicho, o convênio com prefeitura para castração gratuita, a idealização, produção e publicação do primeiro livro brasileiro sobre experimen-tação animal (A Verdadeira Face da Experimentação Animal), programas de rádio, entre outros. Tem vinte e um artigos e inúmeras denúncias publicados na im-prensa desde 1987, sobre os mais diver-sos temas ligados à defesa dos animais.

Sheila também publica notícias sobre animais no Blog O Grito do Bicho (ogritodobicho.blogspot.com), onde faz denúncias e mostra curiosidades sobre nossos companheiros. Ela concedeu en-trevista ao Conexão Pet para falar sobre sua luta pelos animais.

Conexão Pet - Quando e de que forma iniciou sua luta pela causa animal?

Sheila Moura - Claro que a história se repete como outra qualquer, mas, desde cedo minha relação com os animais foi notória dentro da minha família. Minha mãe contava que só sorria se dissesse: olha o gatinho, olha o cachorrinho, etc... quando crescidinha, era aquela que pegava os bichos na rua e levava para

casa, que xingava os condutores das car-roças de lixo (eram puxadas por burros), que tacava pedra na carrocinha... enfim, estas coisas meigas. Já crescidona (1968), comecei a me interessar pelos movimentos e aqui no Rio, só tinha mesmo a SUIPA, que foi minha base. Mas, ao conhecer Claudie Dunin (1976), fundadora da SOZED, me encantei e co-mecei a perceber que a educação seria a única forma de, definitivamente, acabar-mos com a "proteção animal". Todo humano deveria saber, por si, a importân-cia dos animais na sobrevivência do pla-neta sem que haja movimentos exigindo o direito destes seres fazerem seus respec-tivos papéis no equilíbrio dos ecossiste-mas.

CP - Como a fundação Fala Bicho

começou e em que frentes atua? SM - Em 1989, comecei a ficar muito

incomodada com minha participação nestes movimentos e na pouca atenção que se dava à fauna, principalmente a urbana. Como ambientalista, trabalhei junto a tantos militantes na concepção de novas ideias de legislação, de formação de órgãos (IBAMA, Delegacia do Meio ambiente, Ministério do Meio Ambiente etc.) e, principalmente, na tentativa de fazer o reconhecimento dos animais dentro do contexto do meio ambiente. Foi

uma luta na inclusão do capítulo da fauna na Constituição Brasileira (1988), muito embora, não tenha acompanhado ativamente como outros estados o fizeram. Destaco a importância de pes-soas como Edna Cardoso, Sonia Fonseca e outras poucas nesta conquista. Então, em abril de 1993, chutei o pau da bar-raca e fundei a Sociedade Educacional "Fala Bicho". Já aposentada, poderia me dedicar "full time" a causa. Parti para educar, partindo do princípio que educar é fazer pensar. Fizemos inúmeras ações que poderão ser vistas no link do Jornal O Grito do Bicho que editava periodicamente. (www.falabicho.org.br/programas/jornal_grito_bicho.pdf). Mas, destaco o pio-neirismo dentro do Brasil: na criação do primeiro livro sobre Proteção animal no país , "Manual do Fala Bicho" (1994), que passou a ser uma referência em fa-culdades de veterinária, em ações jurídi-cas, em teses de biólogos, em escolas publicas; na criação do primeiro pro-grama feito por uma prefeitura (RJ) de castração gratuita (1995); na realização do primeiro programa de rádio dedicado ao tema de proteção animal e que por grande período teve transmissão nacio-nal (Radio Globo - 1995); na produção do primeiro livro brasileiro sobre experimen-tação animal, até hoje, considerado o vade mecum na área (“A Verdadeira Face

da Experimentação Animal”); na realiza-ção do primeiro convênio com uma pre-feitura visando a cooperação técnico-científica na implantação de políticas publicas para o animal. Enfim, a aprecia-ção de algumas outras, fica à disposição no link que citei.

CP - Lembra-se de algum momento em

que o blog “O Grito do Bicho” teve reper-cussão especial em algum caso especí-fico?

SM - A criação deste blog foi uma obra do meu webmaster Luis, pessoa que co-nheci em 2008. Procurava alguém que me ajudasse no meu derradeiro projeto para a causa que seria a criação de uma Biblioteca Virtual Temática composta de todo material que tenho acumulado nestes anos todos (quase 40). Desde 2001, com o cancelamento do meu con-vênio por causa de pretensões políticas da prefeitura do RJ que criou um troço chamado Secretaria Especial de Proteção Animal (a tal SEPDA), fiquei até 2009, tentando a implantação de vários progra-

mas como o "Educando na Rua", "Uma praça de educação", séries de TV e rádio, etc., etc., etc... que sempre tinham a seguinte resposta que era uma pergunta: "por que este projeto incrível não tem o apoio da SEPDA?" Era cômico e trágico, já que aquela secretaria nunca teve nin-guém à frente para saber o que fazer com tanto poder. Como alguém iria avaliar minha capacidade e competência se não há reconhecimento de um profissional do direito animal? Somos muito poucos... Caí em depressão profunda, pois nem doar este meu material que documenta a história da proteção animal no Brasil (e até alguma coisa do exterior), eu con-seguia por ser caro demais para uma pequena empresa e baixo demais para uma grande empresa. Eike Batista disse, para terceiros, que não teria o nome vin-culado numa "mixaria" de 70 mil reais... Pura verdade! Meu web, então, inventou o blog para me ocupar e não me deixar enlouquecer. E em um ano, me curei da depressão, pois, não tenho tempo nem para respirar diante da demanda que tenho pela frente. Estou vivendo um dos melhores períodos na minha vida, pois, como a alma humana se alimenta de afeto, meus leitores me dão o colo para chorar toda esta frustração e mágoa que sinto desde 2001. Quanto a repercussão especial do nosso blog, acho que foi a suspensão da caça do javali que era feita com interesses casados: saciar a patolo-gia humana que pagava para ver os bichos sendo torturados e estraçalhados por cães e a implantação da espécie em fazendas particulares com o objetivo de explorar a caça no país.

CP - Como você vê as políticas públicas voltadas aos animais no Brasil?

SM –(Risos) Qual política publica é vol-tada pelos animais no Brasil? Isto é o que eu queria fazer aqui no RJ. Aliás, tenho um programa irrepreensível para implan-tar o modelo aqui no Rio para que seja exemplo para o país inteiro, como foi a castração gratuita. Mas como conseguir esta oportunidade se estamos cercadas de protetores medíocres que acham que a realidade está baseada na teoria dos "achismos"? Como conseguir a confi-ança do homem público depois que eles viveram a doideira implantada por prote-toras "insanas"? Eles querem distância o suficiente do assunto e nem mesmo querem separar o joio do trigo.... Enquanto isto, cheia de oportunidades para revolucionar, a proteção animal no RJ (quiçá no Brasil), simplesmente, pasta resolvendo um caso aqui outro ali, mas sem tomar um atitude com base em tantas argumentações legais que temos para fazê-lo.

CP - Em sua opinião, por que ainda

presenciamos tantos casos de negligên-cia e crueldade com os animais?

SM - O motivo é simplérrimo (sic): superpopulação humana e a tecnologia (TV, rádio , Internet, telefone, celulares etc.) que nos permite saber dos casos muito rapidamente.

CP - Gostaria que você comentasse o

atual caso de acusação de desvio de verbas na SUIPA. O blog O Grito do Bicho foi uma voz ativa a favor da entidade. Em

sua opinião por que houve a denúncia?SM - A SUIPA (fundada em 1943) é um

símbolo da proteção animal para o país. Uma entidade antiga (acho que só perde para a UIPA/SP) que começou a escrever a história da proteção animal. Destaco a APA, da Lia Cavalcante, que foi uma dissi-dente da SUIPA, mas, fora ela, com algum destaque para a SOZED e LPCA, a que mais formou opinião dentro da sociedade civil sobre o conceito de defender animais foi ela. Quando nos pronunciamos a favor da SUIPA é porque conheço o perfil das acusadoras. Este tipo de pessoas "in-quisidoras" não quer construir e sim destruir e usam o "amor aos animais" para exercer esta doença ruim que têm dentro. O mesmo caso aconteceu em SP, em 2007, contra Angela Caruso, que, também na mesma hora se identificou com tudo que passou e apoiou a SUIPA. Fora eu, que vivi o mesmo terror em 2001 (fui acusada de dividir o valor do meu con-

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vênio com “pessoas da prefeitura", embora tenha deixado 3600 reais de pre-sente para prefeitura na tentativa de manter os excepcionais programas que implantamos na ocasião) e a Angela Caruso em 2007 (acusada de desvio de dinheiro publico do programa de castra-ções em SP), ninguém mais viveu o drama de ser acusada injustamente, só porque "incomodamos" aos incompetentes. O caso da SUIPA, está na Delegacia do Meio Ambiente e está sendo apurado em que bases foram feitos os "cálculos" para uma acusação tão fortemente apresen-tada por uma promotora que recebeu uma "denúncia anônima" com dados, fotos e vídeos de prática de crueldade contra animais naquelas dependências. Eu a defendi, como fiz com Angela Caruso, porque me identifiquei com a injustiça, a mesma que sofri em 2001.

CP - Qual é a maior recompensa que você

tem no trabalho em defesa dos animais?SM - Caramba, minha recompensa é

poder dormir com a consciência tranquila de que não vivi um dia sem que os animais estivessem no meu ideal de vida. Apesar de ter escrito um livro, plantado uma árvore e ter tido um filho (e mais três netos), não consigo me acomodar com o reboliço de ideias que existem dentro de mim para fazer o humano reconhecer a superioridade dos animais neste planeta. Eles sabem tudo e nós temos que apren-der tudo, já que somos um estranho nesta praia. Não fazendo parte de nenhum

ecossistema mundial nem como preda-dor (apenas destruímos), os humanos deveriam ser mais conscientes que esta-mos acabando com as condições de sobrevivência de nossa triste espécie.

CP - Como é possível ajudar a ONG Fala Bicho?SM - Se informando, estudando os

temas, se aprofundando nas questões do direito animal. Não temos sócios (até tentei) porque nosso trabalho não é de recolher os bichinhos e reacomodá-los. Nosso projeto é audacioso, de mudanças de comportamentos, de formação de opinião do tipo Peta. Quem aqui no Brasil está disposto a investir em ideias? As pessoas são capazes de contribuir com a PETA, com a WWF, Greenpeace, e outras mais... mas, nas ideias nacionais da Fala Bicho? Imagina! Agora, não somos os únicos... veja o caso da Sea Shepherd que tem dificuldade, às vezes, até de pagar seus insumos básicos? Questionar o trabalho deles não dá, né? Por isso que só corro atrás de patrocínios e verbas go-vernamentais, posto que, estaremos devolvendo à sociedade a divulgação das marcas e retorno de programas de governo.

CP - Gostaria de deixar alguma mensa-

gem para nossos leitores?SM - Ishi, me encrencou: agradecer por

ter lido nossas ideias até aqui e pedir que estudem, se informem e se profissiona-lizem na defesa animal, pois temos muito trabalho pela frente e o que mais falta são pessoas que levem a coisa com a seriedade que é necessária.

“Todo humano deveria saber, por si, a importância dos animais na sobrevivên-cia do planeta sem que haja movimentos exigindo o direito destes seres fazerem seus respectivos papéis no equilíbrio dos ecossistemas”.

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Nossa entrevistada deste mês é Sheila Moura, presidente da ONG carioca Fala Bicho

Sheila Moura é Doutora em Serviço Social, presidente-fundadora da Socie-dade Educacional "Fala Bicho" (1993) e ativista na proteção animal desde 1972. Produziu trabalhos pioneiros no país, como o Manual do Fala Bicho, o convênio com prefeitura para castração gratuita, a idealização, produção e publicação do primeiro livro brasileiro sobre experimen-tação animal (A Verdadeira Face da Experimentação Animal), programas de rádio, entre outros. Tem vinte e um artigos e inúmeras denúncias publicados na im-prensa desde 1987, sobre os mais diver-sos temas ligados à defesa dos animais.

Sheila também publica notícias sobre animais no Blog O Grito do Bicho (ogritodobicho.blogspot.com), onde faz denúncias e mostra curiosidades sobre nossos companheiros. Ela concedeu en-trevista ao Conexão Pet para falar sobre sua luta pelos animais.

Conexão Pet - Quando e de que forma iniciou sua luta pela causa animal?

Sheila Moura - Claro que a história se repete como outra qualquer, mas, desde cedo minha relação com os animais foi notória dentro da minha família. Minha mãe contava que só sorria se dissesse: olha o gatinho, olha o cachorrinho, etc... quando crescidinha, era aquela que pegava os bichos na rua e levava para

casa, que xingava os condutores das car-roças de lixo (eram puxadas por burros), que tacava pedra na carrocinha... enfim, estas coisas meigas. Já crescidona (1968), comecei a me interessar pelos movimentos e aqui no Rio, só tinha mesmo a SUIPA, que foi minha base. Mas, ao conhecer Claudie Dunin (1976), fundadora da SOZED, me encantei e co-mecei a perceber que a educação seria a única forma de, definitivamente, acabar-mos com a "proteção animal". Todo humano deveria saber, por si, a importân-cia dos animais na sobrevivência do plan-eta sem que haja movimentos exigindo o direito destes seres fazerem seus respec-tivos papéis no equilíbrio dos ecossiste-mas.

CP - Como a fundação Fala Bicho

começou e em que frentes atua? SM - Em 1989, comecei a ficar muito

incomodada com minha participação nestes movimentos e na pouca atenção que se dava à fauna, principalmente a urbana. Como ambientalista, trabalhei junto a tantos militantes na concepção de novas ideias de legislação, de formação de órgãos (IBAMA, Delegacia do Meio ambiente, Ministério do Meio Ambiente etc.) e, principalmente, na tentativa de fazer o reconhecimento dos animais dentro do contexto do meio ambiente. Foi

uma luta na inclusão do capítulo da fauna na Constituição Brasileira (1988), muito embora, não tenha acompanhado ativamente como outros estados o fizeram. Destaco a importância de pes-soas como Edna Cardoso, Sonia Fonseca e outras poucas nesta conquista. Então, em abril de 1993, chutei o pau da bar-raca e fundei a Sociedade Educacional "Fala Bicho". Já aposentada, poderia me dedicar "full time" a causa. Parti para educar, partindo do princípio que educar é fazer pensar. Fizemos inúmeras ações que poderão ser vistas no link do Jornal O Grito do Bicho que editava periodicamente. (www.falabicho.org.br/programas/jornal_grito_bicho.pdf). Mas, destaco o pio-neirismo dentro do Brasil: na criação do primeiro livro sobre Proteção animal no país , "Manual do Fala Bicho" (1994), que passou a ser uma referência em fa-culdades de veterinária, em ações jurídi-cas, em teses de biólogos, em escolas publicas; na criação do primeiro pro-grama feito por uma prefeitura (RJ) de castração gratuita (1995); na realização do primeiro programa de rádio dedicado ao tema de proteção animal e que por grande período teve transmissão nacio-nal (Radio Globo - 1995); na produção do primeiro livro brasileiro sobre experimen-tação animal, até hoje, considerado o vade mecum na área (“A Verdadeira Face

da Experimentação Animal”); na realiza-ção do primeiro convênio com uma pre-feitura visando a cooperação técnico-científica na implantação de políticas publicas para o animal. Enfim, a aprecia-ção de algumas outras, fica à disposição no link que citei.

CP - Lembra-se de algum momento em

que o blog “O Grito do Bicho” teve reper-cussão especial em algum caso especí-fico?

SM - A criação deste blog foi uma obra do meu webmaster Luis, pessoa que co-nheci em 2008. Procurava alguém que me ajudasse no meu derradeiro projeto para a causa que seria a criação de uma Biblioteca Virtual Temática composta de todo material que tenho acumulado nestes anos todos (quase 40). Desde 2001, com o cancelamento do meu con-vênio por causa de pretensões políticas da prefeitura do RJ que criou um troço chamado Secretaria Especial de Proteção Animal (a tal SEPDA), fiquei até 2009, tentando a implantação de vários progra-

mas como o "Educando na Rua", "Uma praça de educação", séries de TV e rádio, etc., etc., etc... que sempre tinham a seguinte resposta que era uma pergunta: "por que este projeto incrível não tem o apoio da SEPDA?" Era cômico e trágico, já que aquela secretaria nunca teve nin-guém à frente para saber o que fazer com tanto poder. Como alguém iria avaliar minha capacidade e competência se não há reconhecimento de um profissional do direito animal? Somos muito poucos... Caí em depressão profunda, pois nem doar este meu material que documenta a história da proteção animal no Brasil (e até alguma coisa do exterior), eu con-seguia por ser caro demais para uma pequena empresa e baixo demais para uma grande empresa. Eike Batista disse, para terceiros, que não teria o nome vin-culado numa "mixaria" de 70 mil reais... Pura verdade! Meu web, então, inventou o blog para me ocupar e não me deixar enlouquecer. E em um ano, me curei da depressão, pois, não tenho tempo nem para respirar diante da demanda que tenho pela frente. Estou vivendo um dos melhores períodos na minha vida, pois, como a alma humana se alimenta de afeto, meus leitores me dão o colo para chorar toda esta frustração e mágoa que sinto desde 2001. Quanto a repercussão especial do nosso blog, acho que foi a suspensão da caça do javali que era feita com interesses casados: saciar a patolo-gia humana que pagava para ver os bichos sendo torturados e estraçalhados por cães e a implantação da espécie em fazendas particulares com o objetivo de explorar a caça no país.

CP - Como você vê as políticas públicas voltadas aos animais no Brasil?

SM –(Risos) Qual política publica é vol-tada pelos animais no Brasil? Isto é o que eu queria fazer aqui no RJ. Aliás, tenho um programa irrepreensível para implan-tar o modelo aqui no Rio para que seja exemplo para o país inteiro, como foi a castração gratuita. Mas como conseguir esta oportunidade se estamos cercadas de protetores medíocres que acham que a realidade está baseada na teoria dos "achismos"? Como conseguir a confi-ança do homem público depois que eles viveram a doideira implantada por prote-toras "insanas"? Eles querem distância o suficiente do assunto e nem mesmo querem separar o joio do trigo.... Enquanto isto, cheia de oportunidades para revolucionar, a proteção animal no RJ (quiçá no Brasil), simplesmente, pasta resolvendo um caso aqui outro ali, mas sem tomar um atitude com base em tantas argumentações legais que temos para fazê-lo.

CP - Em sua opinião, por que ainda

presenciamos tantos casos de negligên-cia e crueldade com os animais?

SM - O motivo é simplérrimo (sic): superpopulação humana e a tecnologia (TV, rádio , Internet, telefone, celulares etc.) que nos permite saber dos casos muito rapidamente.

CP - Gostaria que você comentasse o

atual caso de acusação de desvio de verbas na SUIPA. O blog O Grito do Bicho foi uma voz ativa a favor da entidade. Em

sua opinião por que houve a denúncia?SM - A SUIPA (fundada em 1943) é um

símbolo da proteção animal para o país. Uma entidade antiga (acho que só perde para a UIPA/SP) que começou a escrever a história da proteção animal. Destaco a APA, da Lia Cavalcante, que foi uma dissi-dente da SUIPA, mas, fora ela, com algum destaque para a SOZED e LPCA, a que mais formou opinião dentro da sociedade civil sobre o conceito de defender animais foi ela. Quando nos pronunciamos a favor da SUIPA é porque conheço o perfil das acusadoras. Este tipo de pessoas "in-quisidoras" não quer construir e sim destruir e usam o "amor aos animais" para exercer esta doença ruim que têm dentro. O mesmo caso aconteceu em SP, em 2007, contra Angela Caruso, que, também na mesma hora se identificou com tudo que passou e apoiou a SUIPA. Fora eu, que vivi o mesmo terror em 2001 (fui acusada de dividir o valor do meu con-

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vênio com “pessoas da prefeitura", embora tenha deixado 3600 reais de pre-sente para prefeitura na tentativa de manter os excepcionais programas que implantamos na ocasião) e a Angela Caruso em 2007 (acusada de desvio de dinheiro publico do programa de castra-ções em SP), ninguém mais viveu o drama de ser acusada injustamente, só porque "incomodamos" aos incompetentes. O caso da SUIPA, está na Delegacia do Meio Ambiente e está sendo apurado em que bases foram feitos os "cálculos" para uma acusação tão fortemente apresen-tada por uma promotora que recebeu uma "denúncia anônima" com dados, fotos e vídeos de prática de crueldade contra animais naquelas dependências. Eu a defendi, como fiz com Angela Caruso, porque me identifiquei com a injustiça, a mesma que sofri em 2001.

CP - Qual é a maior recompensa que você

tem no trabalho em defesa dos animais?SM - Caramba, minha recompensa é

poder dormir com a consciência tranquila de que não vivi um dia sem que os animais estivessem no meu ideal de vida. Apesar de ter escrito um livro, plantado uma árvore e ter tido um filho (e mais três netos), não consigo me acomodar com o reboliço de ideias que existem dentro de mim para fazer o humano reconhecer a superioridade dos animais neste planeta. Eles sabem tudo e nós temos que apren-der tudo, já que somos um estranho nesta praia. Não fazendo parte de nenhum

ecossistema mundial nem como preda-dor (apenas destruímos), os humanos deveriam ser mais conscientes que esta-mos acabando com as condições de sobrevivência de nossa triste espécie.

CP - Como é possível ajudar a ONG Fala Bicho?SM - Se informando, estudando os

temas, se aprofundando nas questões do direito animal. Não temos sócios (até tentei) porque nosso trabalho não é de recolher os bichinhos e reacomodá-los. Nosso projeto é audacioso, de mudanças de comportamentos, de formação de opinião do tipo Peta. Quem aqui no Brasil está disposto a investir em ideias? As pessoas são capazes de contribuir com a PETA, com a WWF, Greenpeace, e outras mais... mas, nas ideias nacionais da Fala Bicho? Imagina! Agora, não somos os únicos... veja o caso da Sea Shepherd que tem dificuldade, às vezes, até de pagar seus insumos básicos? Questionar o trabalho deles não dá, né? Por isso que só corro atrás de patrocínios e verbas gov-ernamentais, posto que, estaremos devolvendo à sociedade a divulgação das marcas e retorno de programas de governo.

CP - Gostaria de deixar alguma mensa-

gem para nossos leitores?SM - Ishi, me encrencou: agradecer por

ter lido nossas ideias até aqui e pedir que estudem, se informem e se profissional-izem na defesa animal, pois temos muito trabalho pela frente e o que mais falta são pessoas que levem a coisa com a seriedade que é necessária.

“Todo humano deveria saber, por si, a importância dos animais na sobrevivên-cia do planeta sem que haja movimentos exigindo o direito destes seres fazerem seus respectivos papéis no equilíbrio dos ecossistemas”.

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Pet EventoPet South América 2010

A Pet South América 2010 aconteceu de 6 a 8 de outubro no Expo Center Norte, em São Paulo e reuniu cerca de 20 mil visitantes de acordo com a empresa organizadora do evento, NürnbergMesse Brasil. Foram 200 marcas em exposição que mostraram novi-dades e tendências em saúde animal, alimentação, beleza e acessórios.

O primeiro dia de Pet South América mostrou que os felinos estão ganhando cada vez mais lugar no coração dos brasileiros e também no mercado pet.

caminhões trazem a matérias-primas. Todos eles são checados, mesmo que a procedên-cia seja um fornecedor conhecido. Além disso, os caminhões ficam no pátio, fora da fábrica, e nem os recebemos se estiverem produzindo fumaça preta, por exemplo", ressaltou Jordão.

A empresa ainda fez questão de informar que seu objetivo é segmentar ao máximo seus produtos, atendendo às necessidades específicas de cada animal. "Nossa maior preocupação são os animais, e não seus tutores. Queremos fazer alimentos que sejam cada vez mais palatáveis e saudáveis para os animais", concluiu Jordão.

Atualmente, empresas e cidadão estão cada vez mais atentos à responsabilidade social. Muitos consumidores estão atentos a esse tipo de investimento na hora de adquirir produtos (veja nossa matéria sobre produtos

Empresas apostam na sustentabilidade e dão mais espaço aos felinos

cãezinhos com olhar tristonhos perguntam-se por que não têm um lar? O efeito da cam-panha pode ser comprovado pelo número de adoções: 14.250 animais já ganharam lares. "Sempre falamos o número exato e nunca arrendodamos, porque cada cão é especial, e tem uma história comovente", explica Fer-nando Rodrigues, Gerente de Trade Market-ing da Mars Brasil.

Para alavancar ainda mais o número de animais que encontraram lares, a Pedigree decidiu levar três lindas cadelinhas para seu stand na feira Pet South América, e achar bons lares para elas. Pretinha, Polaina e Moogie foram alvo de atenção e vários flashes durante o evento.

A empresa disponibilizou um endereço de e-mail para os interessados nas cadelinhas ([email protected]), onde

Além disso, a cat model Nikole está no stand da empresa, já que é a gata-propaganda da marca. Durante o evento, será lançado um boneco inflável e um mascote de pelúcia inspirados na famosa gatinha.

Ainda apostando no sucesso dos felinos, a empresa Organnact mostrou o Lactobac Cat (produto também disponível nas versões para cães, equinos e bovinos). A proposta do probiótico é regularizar o intestino dos ani-mais, fazendo-o funcionar como um 'relo-ginho'.

produtos Megamazon serão destinados ao projeto SOS Mata Atlântica, contribuindo para o reflorestamento desta região.

A grife Chocolate e Mia. apresentou até mesmo uma linha de móveis para os pets: sofás, camas box, divãs e pufes irão acomo-dar os animais mais exigentes. O stand da grife ainda apresentou coleiras e peitorais feitos em PU (também conhecido como couro ecológico) que lembra muito a textura do couro tradicional.

Em uma das coleiras, há uma espécie de mochila para que os tutores possam armaze-nar as fezes de seus animais até encontrarem um local adequado para seu descarte.

"Os peitorais e os laços de borracha são nossos grandes sucessos. Apostamos sempre no diferencial para nos destacarmos", explica Lilian Resende, proprietária da Chocolate e Mia.

Já na Bichinhbo Chic, o luxo dá o tom para os pets mimados. Um dos lançamentos foi a cama Imperial, que aparece nas versões mas-culina e feminina e vem com um manto que pode ser retirado para facilitar a lavagem.

Para combinar com as camas, há a linha de camisetas para deixar os cães cheios de estilo.

Há também uma toquinha, onde os pets poderão ser esconder nos dias mais frios, que é feita em malha atoalhada, é antialérgica e 100% lavável.

Para os dias chuvosos, nada melhor que proteger o totó com uma estilosa capa de chuva, que é feita em tecido encerado, imper-meável e conta com regulagem peitoral e no pescoço para adaptar-se perfeitamente ao corpo do animal. Há também um local para passar a guia e facilitar o passeio.

A Pedigree resolveu reforçar a campanha Adotar é Tudo de bom, que já é um sucesso no Brasil. Quem não conhece o comercial, onde

os possíveis adotantes deveriam enviar dados e contar o motivo do interesse na adoção. "Vamos avaliar cada e-mail para que possa-mos achar ótimas famílias para elas", afirma Fernando.

Todos os animais da campanha são doados vacinados, vermifugados e castrados.

"Apostamos muito nessa campanha, pois o importante não é ter animais bem cuidados em abrigos, e sim achar lares para eles", exp-plica Rodrigues.

Além da promoção da adoção das três cad-elas, ao final da feira a empresa doou todos os alimentos que ficaram expostos no stand - cerca de quatro toneladas- à ONG UIPA, de São Paulo.

Enfim, o evento mostrou que além de lança-mentos e produtos para nossos pets também é importante mostrar preocupação com a sus-tentabilidade e o bem-estar de nossos amigos.

supervisora da divisão pet.No evento, a Orval lançou, em sua linha

Kennel, o shampoo para animais de pelos escuros e também o banho a seco para cães adultos e filhotes.

A Pet Society foi outra empresa que levou à Pet SA seu conceito de produtos susten-táveis. Os produtos para banho e tosa são concentrados, o que implica na utilização de embalagens menores e consequente utiliza-ção de menos energia para produção das mesmas, redução da quantidade de plástico (lixo) a reciclar, economia de espaço para transporte e armazenamento, contribuindo para a redução da emissão de Carbono (CO2) e outros gases causadores do efeito estufa.

A empresa também possui a linha Mega-mazon, desenvolvida com extratos amazôni-cos 100% naturais, retirados de forma eco-logicamente correta, contribuindo para a preservação da floresta amazônica, por evitar o desmatamento de áreas onde existem as árvores fontes dos frutos e sementes utilizados para a manufatura destes extratos.

Parte dos lucros obtidos pela venda dos

não testados em animais nesta edição). A empresa Orval é uma das que apostam

nas ações sociais. Através da linha Kennel ajuda a ONG Uipa, de São Paulo. "Em 2008, precebemos a necessidade de uma ajuda, pois existem muitos animais abandonados. O trabalho da Uipa já é muito antigo, há um histórico deles desde 1920, quando começaram a recolher animais sem lares. Nós levamos aos animais produtos que os beneficiam, e gostaríamos que aqueles que não têm a sorte de terem uma família, pudes-sem receber algum auxílio. Visitamos a Uipa, eles têm em torno de 2500 animais. Sabe-mos que o trabalho deles e sério. Todos os nossos produtos têm a logo da Uipa em seu rótulo e trazem informação sobre a ONG. Revertemos um percentual das vendas de nossos produtos para que eles possam manter o trabalho", explica Suraia Aissami,

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A empresa Mundo Animal está lançando na feira uma linha de cos-méticos exclusiva para os bichanos que leva o nome de Cat & Co. A linha conta com sham-

poos, colônias em mousse, banho a seco e até mesmo um suplemento alimentar para facilitar a digestão de bolas de pelo.

"Resolvemos desenvolver essa linha espe-cífica, pois sentíamos a necessidade que os tutores de felinos tinham em relação a produ-tos específicos para seus animais. Todos os produtos foram elaborados com um Ph espe-cífico para a pele e o pelo dos gatos. Além disso, a colônia em mousse não faz aquele barulho desagradável de spray, não assus-tando os gatinhos na hora dos cuidados de beleza", ressalta a veterinária Gisele Santos.

A empresa Vansil lançou um suplemento chamado Cat Malt, que promete evitar o acúmulo de pelos no intestino dos bichanos.

No segundo dia de evento, a Royal Canin abriu seu estande para os jornalistas, onde fez um tour virtual, simu-lando as etapas de fabri-cação de suas rações.

Acompanhando a visita, direcionada a jornalistas, estavam o presidente da empresa no Brasil, Bernard Poulox, e o Diretor Indus-trial Edwaldo Jordão.

Eles relataram o início da empresa, Na França, e a chegada ao Brasil, em 1990. "Nossa maior preocupação é com os nutri-entes, e não com os ingredientes. Para os ani-mais, não importa se estão comendo carne de cordeiro, boi ou frango. O importante para sua saúde são os nutrientes que ingerem", afirmou Jordão.

Durante a visita, foi ressaltada a extrema importância que o controle de qualidade exerce no preparo dos produtos Royal Canin. "Nossa preocupação começa quando os

Chocolate e Mia - peitoral com espaço para guardar saquinhos para catar as fezes do animal das ruas

A cadela Moogie estava para adoção no stand da Pedigree

A cadela Pretinha estava para adoção no stand da Pedigree

Edwaldo Jordão, Marcela Ceneviva e Bernard Poulox receberam jornalis-tas no stand da Royal Canin

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Pet EventoPet South América 2010

A Pet South América 2010 aconteceu de 6 a 8 de outubro no Expo Center Norte, em São Paulo e reuniu cerca de 20 mil visitantes de acordo com a empresa organizadora do evento, NürnbergMesse Brasil. Foram 200 marcas em exposição que mostraram novi-dades e tendências em saúde animal, alimentação, beleza e acessórios.

O primeiro dia de Pet South América mostrou que os felinos estão ganhando cada vez mais lugar no coração dos brasileiros e também no mercado pet.

caminhões trazem a matérias-primas. Todos eles são checados, mesmo que a procedên-cia seja um fornecedor conhecido. Além disso, os caminhões ficam no pátio, fora da fábrica, e nem os recebemos se estiverem produzindo fumaça preta, por exemplo", ressaltou Jordão.

A empresa ainda fez questão de informar que seu objetivo é segmentar ao máximo seus produtos, atendendo às necessidades específicas de cada animal. "Nossa maior preocupação são os animais, e não seus tutores. Queremos fazer alimentos que sejam cada vez mais palatáveis e saudáveis para os animais", concluiu Jordão.

Atualmente, empresas e cidadão estão cada vez mais atentos à responsabilidade social. Muitos consumidores estão atentos a esse tipo de investimento na hora de adquirir produtos (veja nossa matéria sobre produtos

Empresas apostam na sustentabilidade e dão mais espaço aos felinos

cãezinhos com olhar tristonhos perguntam-se por que não têm um lar? O efeito da cam-panha pode ser comprovado pelo número de adoções: 14.250 animais já ganharam lares. "Sempre falamos o número exato e nunca arrendodamos, porque cada cão é especial, e tem uma história comovente", explica Fer-nando Rodrigues, Gerente de Trade Market-ing da Mars Brasil.

Para alavancar ainda mais o número de animais que encontraram lares, a Pedigree decidiu levar três lindas cadelinhas para seu stand na feira Pet South América, e achar bons lares para elas. Pretinha, Polaina e Moogie foram alvo de atenção e vários flashes durante o evento.

A empresa disponibilizou um endereço de e-mail para os interessados nas cadelinhas ([email protected]), onde

Além disso, a cat model Nikole está no stand da empresa, já que é a gata-propaganda da marca. Durante o evento, será lançado um boneco inflável e um mascote de pelúcia inspirados na famosa gatinha.

Ainda apostando no sucesso dos felinos, a empresa Organnact mostrou o Lactobac Cat (produto também disponível nas versões para cães, equinos e bovinos). A proposta do probiótico é regularizar o intestino dos ani-mais, fazendo-o funcionar como um 'relo-ginho'.

produtos Megamazon serão destinados ao projeto SOS Mata Atlântica, contribuindo para o reflorestamento desta região.

A grife Chocolate e Mia. apresentou até mesmo uma linha de móveis para os pets: sofás, camas box, divãs e pufes irão acomo-dar os animais mais exigentes. O stand da grife ainda apresentou coleiras e peitorais feitos em PU (também conhecido como couro ecológico) que lembra muito a textura do couro tradicional.

Em uma das coleiras, há uma espécie de mochila para que os tutores possam armaze-nar as fezes de seus animais até encontrarem um local adequado para seu descarte.

"Os peitorais e os laços de borracha são nossos grandes sucessos. Apostamos sempre no diferencial para nos destacarmos", explica Lilian Resende, proprietária da Chocolate e Mia.

Já na Bichinhbo Chic, o luxo dá o tom para os pets mimados. Um dos lançamentos foi a cama Imperial, que aparece nas versões mas-culina e feminina e vem com um manto que pode ser retirado para facilitar a lavagem.

Para combinar com as camas, há a linha de camisetas para deixar os cães cheios de estilo.

Há também uma toquinha, onde os pets poderão ser esconder nos dias mais frios, que é feita em malha atoalhada, é antialérgica e 100% lavável.

Para os dias chuvosos, nada melhor que proteger o totó com uma estilosa capa de chuva, que é feita em tecido encerado, imper-meável e conta com regulagem peitoral e no pescoço para adaptar-se perfeitamente ao corpo do animal. Há também um local para passar a guia e facilitar o passeio.

A Pedigree resolveu reforçar a campanha Adotar é Tudo de bom, que já é um sucesso no Brasil. Quem não conhece o comercial, onde

os possíveis adotantes deveriam enviar dados e contar o motivo do interesse na adoção. "Vamos avaliar cada e-mail para que possa-mos achar ótimas famílias para elas", afirma Fernando.

Todos os animais da campanha são doados vacinados, vermifugados e castrados.

"Apostamos muito nessa campanha, pois o importante não é ter animais bem cuidados em abrigos, e sim achar lares para eles", exp-plica Rodrigues.

Além da promoção da adoção das três cad-elas, ao final da feira a empresa doou todos os alimentos que ficaram expostos no stand - cerca de quatro toneladas- à ONG UIPA, de São Paulo.

Enfim, o evento mostrou que além de lança-mentos e produtos para nossos pets também é importante mostrar preocupação com a sus-tentabilidade e o bem-estar de nossos amigos.

supervisora da divisão pet.No evento, a Orval lançou, em sua linha

Kennel, o shampoo para animais de pelos escuros e também o banho a seco para cães adultos e filhotes.

A Pet Society foi outra empresa que levou à Pet SA seu conceito de produtos susten-táveis. Os produtos para banho e tosa são concentrados, o que implica na utilização de embalagens menores e consequente utiliza-ção de menos energia para produção das mesmas, redução da quantidade de plástico (lixo) a reciclar, economia de espaço para transporte e armazenamento, contribuindo para a redução da emissão de Carbono (CO2) e outros gases causadores do efeito estufa.

A empresa também possui a linha Mega-mazon, desenvolvida com extratos amazôni-cos 100% naturais, retirados de forma eco-logicamente correta, contribuindo para a preservação da floresta amazônica, por evitar o desmatamento de áreas onde existem as árvores fontes dos frutos e sementes utilizados para a manufatura destes extratos.

Parte dos lucros obtidos pela venda dos

não testados em animais nesta edição). A empresa Orval é uma das que apostam

nas ações sociais. Através da linha Kennel ajuda a ONG Uipa, de São Paulo. "Em 2008, precebemos a necessidade de uma ajuda, pois existem muitos animais abandonados. O trabalho da Uipa já é muito antigo, há um histórico deles desde 1920, quando começaram a recolher animais sem lares. Nós levamos aos animais produtos que os beneficiam, e gostaríamos que aqueles que não têm a sorte de terem uma família, pudes-sem receber algum auxílio. Visitamos a Uipa, eles têm em torno de 2500 animais. Sabe-mos que o trabalho deles e sério. Todos os nossos produtos têm a logo da Uipa em seu rótulo e trazem informação sobre a ONG. Revertemos um percentual das vendas de nossos produtos para que eles possam manter o trabalho", explica Suraia Aissami,

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A empresa Mundo Animal está lançando na feira uma linha de cos-méticos exclusiva para os bichanos que leva o nome de Cat & Co. A linha conta com sham-

poos, colônias em mousse, banho a seco e até mesmo um suplemento alimentar para facilitar a digestão de bolas de pelo.

"Resolvemos desenvolver essa linha espe-cífica, pois sentíamos a necessidade que os tutores de felinos tinham em relação a produ-tos específicos para seus animais. Todos os produtos foram elaborados com um Ph espe-cífico para a pele e o pelo dos gatos. Além disso, a colônia em mousse não faz aquele barulho desagradável de spray, não assus-tando os gatinhos na hora dos cuidados de beleza", ressalta a veterinária Gisele Santos.

A empresa Vansil lançou um suplemento chamado Cat Malt, que promete evitar o acúmulo de pelos no intestino dos bichanos.

No segundo dia de evento, a Royal Canin abriu seu estande para os jornalistas, onde fez um tour virtual, simu-lando as etapas de fabri-cação de suas rações.

Acompanhando a visita, direcionada a jornalistas, estavam o presidente da empresa no Brasil, Bernard Poulox, e o Diretor Indus-trial Edwaldo Jordão.

Eles relataram o início da empresa, Na França, e a chegada ao Brasil, em 1990. "Nossa maior preocupação é com os nutri-entes, e não com os ingredientes. Para os ani-mais, não importa se estão comendo carne de cordeiro, boi ou frango. O importante para sua saúde são os nutrientes que ingerem", afirmou Jordão.

Durante a visita, foi ressaltada a extrema importância que o controle de qualidade exerce no preparo dos produtos Royal Canin. "Nossa preocupação começa quando os

Chocolate e Mia - peitoral com espaço para guardar saquinhos para catar as fezes do animal das ruas

A cadela Moogie estava para adoção no stand da Pedigree

A cadela Pretinha estava para adoção no stand da Pedigree

Edwaldo Jordão, Marcela Ceneviva e Bernard Poulox receberam jornalis-tas no stand da Royal Canin

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Pet EventoPet South América 2010

A Pet South América 2010 aconteceu de 6 a 8 de outubro no Expo Center Norte, em São Paulo e reuniu cerca de 20 mil visitantes de acordo com a empresa organizadora do evento, NürnbergMesse Brasil. Foram 200 marcas em exposição que mostraram novi-dades e tendências em saúde animal, alimentação, beleza e acessórios.

O primeiro dia de Pet South América mostrou que os felinos estão ganhando cada vez mais lugar no coração dos brasileiros e também no mercado pet.

caminhões trazem a matérias-primas. Todos eles são checados, mesmo que a procedên-cia seja um fornecedor conhecido. Além disso, os caminhões ficam no pátio, fora da fábrica, e nem os recebemos se estiverem produzindo fumaça preta, por exemplo", ressaltou Jordão.

A empresa ainda fez questão de informar que seu objetivo é segmentar ao máximo seus produtos, atendendo às necessidades específicas de cada animal. "Nossa maior preocupação são os animais, e não seus tutores. Queremos fazer alimentos que sejam cada vez mais palatáveis e saudáveis para os animais", concluiu Jordão.

Atualmente, empresas e cidadão estão cada vez mais atentos à responsabilidade social. Muitos consumidores estão atentos a esse tipo de investimento na hora de adquirir produtos (veja nossa matéria sobre produtos

Empresas apostam na sustentabilidade e dão mais espaço aos felinos

cãezinhos com olhar tristonhos perguntam-se por que não têm um lar? O efeito da cam-panha pode ser comprovado pelo número de adoções: 14.250 animais já ganharam lares. "Sempre falamos o número exato e nunca arrendodamos, porque cada cão é especial, e tem uma história comovente", explica Fer-nando Rodrigues, Gerente de Trade Market-ing da Mars Brasil.

Para alavancar ainda mais o número de animais que encontraram lares, a Pedigree decidiu levar três lindas cadelinhas para seu stand na feira Pet South América, e achar bons lares para elas. Pretinha, Polaina e Moogie foram alvo de atenção e vários flashes durante o evento.

A empresa disponibilizou um endereço de e-mail para os interessados nas cadelinhas ([email protected]), onde

Além disso, a cat model Nikole está no stand da empresa, já que é a gata-propaganda da marca. Durante o evento, será lançado um boneco inflável e um mascote de pelúcia inspirados na famosa gatinha.

Ainda apostando no sucesso dos felinos, a empresa Organnact mostrou o Lactobac Cat (produto também disponível nas versões para cães, equinos e bovinos). A proposta do probiótico é regularizar o intestino dos ani-mais, fazendo-o funcionar como um 'relo-ginho'.

produtos Megamazon serão destinados ao projeto SOS Mata Atlântica, contribuindo para o reflorestamento desta região.

A grife Chocolate e Mia. apresentou até mesmo uma linha de móveis para os pets: sofás, camas box, divãs e pufes irão acomo-dar os animais mais exigentes. O stand da grife ainda apresentou coleiras e peitorais feitos em PU (também conhecido como couro ecológico) que lembra muito a textura do couro tradicional.

Em uma das coleiras, há uma espécie de mochila para que os tutores possam armaze-nar as fezes de seus animais até encontrarem um local adequado para seu descarte.

"Os peitorais e os laços de borracha são nossos grandes sucessos. Apostamos sempre no diferencial para nos destacarmos", explica Lilian Resende, proprietária da Chocolate e Mia.

Já na Bichinhbo Chic, o luxo dá o tom para os pets mimados. Um dos lançamentos foi a cama Imperial, que aparece nas versões mas-culina e feminina e vem com um manto que pode ser retirado para facilitar a lavagem.

Para combinar com as camas, há a linha de camisetas para deixar os cães cheios de estilo.

Há também uma toquinha, onde os pets poderão ser esconder nos dias mais frios, que é feita em malha atoalhada, é antialérgica e 100% lavável.

Para os dias chuvosos, nada melhor que proteger o totó com uma estilosa capa de chuva, que é feita em tecido encerado, imper-meável e conta com regulagem peitoral e no pescoço para adaptar-se perfeitamente ao corpo do animal. Há também um local para passar a guia e facilitar o passeio.

A Pedigree resolveu reforçar a campanha Adotar é Tudo de bom, que já é um sucesso no Brasil. Quem não conhece o comercial, onde

os possíveis adotantes deveriam enviar dados e contar o motivo do interesse na adoção. "Vamos avaliar cada e-mail para que possa-mos achar ótimas famílias para elas", afirma Fernando.

Todos os animais da campanha são doados vacinados, vermifugados e castrados.

"Apostamos muito nessa campanha, pois o importante não é ter animais bem cuidados em abrigos, e sim achar lares para eles", exp-plica Rodrigues.

Além da promoção da adoção das três cad-elas, ao final da feira a empresa doou todos os alimentos que ficaram expostos no stand - cerca de quatro toneladas- à ONG UIPA, de São Paulo.

Enfim, o evento mostrou que além de lança-mentos e produtos para nossos pets também é importante mostrar preocupação com a sus-tentabilidade e o bem-estar de nossos amigos.

supervisora da divisão pet.No evento, a Orval lançou, em sua linha

Kennel, o shampoo para animais de pelos escuros e também o banho a seco para cães adultos e filhotes.

A Pet Society foi outra empresa que levou à Pet SA seu conceito de produtos susten-táveis. Os produtos para banho e tosa são concentrados, o que implica na utilização de embalagens menores e consequente utiliza-ção de menos energia para produção das mesmas, redução da quantidade de plástico (lixo) a reciclar, economia de espaço para transporte e armazenamento, contribuindo para a redução da emissão de Carbono (CO2) e outros gases causadores do efeito estufa.

A empresa também possui a linha Mega-mazon, desenvolvida com extratos amazôni-cos 100% naturais, retirados de forma eco-logicamente correta, contribuindo para a preservação da floresta amazônica, por evitar o desmatamento de áreas onde existem as árvores fontes dos frutos e sementes utilizados para a manufatura destes extratos.

Parte dos lucros obtidos pela venda dos

não testados em animais nesta edição). A empresa Orval é uma das que apostam

nas ações sociais. Através da linha Kennel ajuda a ONG Uipa, de São Paulo. "Em 2008, precebemos a necessidade de uma ajuda, pois existem muitos animais abandonados. O trabalho da Uipa já é muito antigo, há um histórico deles desde 1920, quando começaram a recolher animais sem lares. Nós levamos aos animais produtos que os beneficiam, e gostaríamos que aqueles que não têm a sorte de terem uma família, pudes-sem receber algum auxílio. Visitamos a Uipa, eles têm em torno de 2500 animais. Sabe-mos que o trabalho deles e sério. Todos os nossos produtos têm a logo da Uipa em seu rótulo e trazem informação sobre a ONG. Revertemos um percentual das vendas de nossos produtos para que eles possam manter o trabalho", explica Suraia Aissami,

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A empresa Mundo Animal está lançando na feira uma linha de cos-méticos exclusiva para os bichanos que leva o nome de Cat & Co. A linha conta com sham-

poos, colônias em mousse, banho a seco e até mesmo um suplemento alimentar para facilitar a digestão de bolas de pelo.

"Resolvemos desenvolver essa linha espe-cífica, pois sentíamos a necessidade que os tutores de felinos tinham em relação a produ-tos específicos para seus animais. Todos os produtos foram elaborados com um Ph espe-cífico para a pele e o pelo dos gatos. Além disso, a colônia em mousse não faz aquele barulho desagradável de spray, não assus-tando os gatinhos na hora dos cuidados de beleza", ressalta a veterinária Gisele Santos.

A empresa Vansil lançou um suplemento chamado Cat Malt, que promete evitar o acúmulo de pelos no intestino dos bichanos.

No segundo dia de evento, a Royal Canin abriu seu estande para os jornalistas, onde fez um tour virtual, simu-lando as etapas de fabri-cação de suas rações.

Acompanhando a visita, direcionada a jornalistas, estavam o presidente da empresa no Brasil, Bernard Poulox, e o Diretor Indus-trial Edwaldo Jordão.

Eles relataram o início da empresa, Na França, e a chegada ao Brasil, em 1990. "Nossa maior preocupação é com os nutri-entes, e não com os ingredientes. Para os ani-mais, não importa se estão comendo carne de cordeiro, boi ou frango. O importante para sua saúde são os nutrientes que ingerem", afirmou Jordão.

Durante a visita, foi ressaltada a extrema importância que o controle de qualidade exerce no preparo dos produtos Royal Canin. "Nossa preocupação começa quando os

Chocolate e Mia - peitoral com espaço para guardar saquinhos para catar as fezes do animal das ruas

A cadela Moogie estava para adoção no stand da Pedigree

A cadela Pretinha estava para adoção no stand da Pedigree

Edwaldo Jordão, Marcela Ceneviva e Bernard Poulox receberam jornalis-tas no stand da Royal Canin

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Pet EventoPet South América 2010

A Pet South América 2010 aconteceu de 6 a 8 de outubro no Expo Center Norte, em São Paulo e reuniu cerca de 20 mil visitantes de acordo com a empresa organizadora do evento, NürnbergMesse Brasil. Foram 200 marcas em exposição que mostraram novi-dades e tendências em saúde animal, alimentação, beleza e acessórios.

O primeiro dia de Pet South América mostrou que os felinos estão ganhando cada vez mais lugar no coração dos brasileiros e também no mercado pet.

caminhões trazem a matérias-primas. Todos eles são checados, mesmo que a procedên-cia seja um fornecedor conhecido. Além disso, os caminhões ficam no pátio, fora da fábrica, e nem os recebemos se estiverem produzindo fumaça preta, por exemplo", ressaltou Jordão.

A empresa ainda fez questão de informar que seu objetivo é segmentar ao máximo seus produtos, atendendo às necessidades específicas de cada animal. "Nossa maior preocupação são os animais, e não seus tutores. Queremos fazer alimentos que sejam cada vez mais palatáveis e saudáveis para os animais", concluiu Jordão.

Atualmente, empresas e cidadão estão cada vez mais atentos à responsabilidade social. Muitos consumidores estão atentos a esse tipo de investimento na hora de adquirir produtos (veja nossa matéria sobre produtos

Empresas apostam na sustentabilidade e dão mais espaço aos felinos

cãezinhos com olhar tristonhos perguntam-se por que não têm um lar? O efeito da cam-panha pode ser comprovado pelo número de adoções: 14.250 animais já ganharam lares. "Sempre falamos o número exato e nunca arrendodamos, porque cada cão é especial, e tem uma história comovente", explica Fer-nando Rodrigues, Gerente de Trade Marke-ting da Mars Brasil.

Para alavancar ainda mais o número de animais que encontraram lares, a Pedigree decidiu levar três lindas cadelinhas para seu stand na feira Pet South América, e achar bons lares para elas. Pretinha, Polaina e Moogie foram alvo de atenção e vários flashes durante o evento.

A empresa disponibilizou um endereço de e-mail para os interessados nas cadelinhas ([email protected]), onde

Além disso, a cat model Nikole está no stand da empresa, já que é a gata-propaganda da marca. Durante o evento, será lançado um boneco inflável e um mascote de pelúcia inspirados na famosa gatinha.

Ainda apostando no sucesso dos felinos, a empresa Organnact mostrou o Lactobac Cat (produto também disponível nas versões para cães, equinos e bovinos). A proposta do probiótico é regularizar o intestino dos ani-mais, fazendo-o funcionar como um 'relo-ginho'.

produtos Megamazon serão destinados ao projeto SOS Mata Atlântica, contribuindo para o reflorestamento desta região.

A grife Chocolate e Mia. apresentou até mesmo uma linha de móveis para os pets: sofás, camas box, divãs e pufes irão acomo-dar os animais mais exigentes. O stand da grife ainda apresentou coleiras e peitorais feitos em PU (também conhecido como couro ecológico) que lembra muito a textura do couro tradicional.

Em uma das coleiras, há uma espécie de mochila para que os tutores possam armaze-nar as fezes de seus animais até encontrarem um local adequado para seu descarte.

"Os peitorais e os laços de borracha são nossos grandes sucessos. Apostamos sempre no diferencial para nos destacarmos", explica Lilian Resende, proprietária da Chocolate e Mia.

Já na Bichinhbo Chic, o luxo dá o tom para os pets mimados. Um dos lançamentos foi a cama Imperial, que aparece nas versões mas-culina e feminina e vem com um manto que pode ser retirado para facilitar a lavagem.

Para combinar com as camas, há a linha de camisetas para deixar os cães cheios de estilo.

Há também uma toquinha, onde os pets poderão ser esconder nos dias mais frios, que é feita em malha atoalhada, é antialérgica e 100% lavável.

Para os dias chuvosos, nada melhor que proteger o totó com uma estilosa capa de chuva, que é feita em tecido encerado, imper-meável e conta com regulagem peitoral e no pescoço para adaptar-se perfeitamente ao corpo do animal. Há também um local para passar a guia e facilitar o passeio.

A Pedigree resolveu reforçar a campanha Adotar é Tudo de bom, que já é um sucesso no Brasil. Quem não conhece o comercial, onde

os possíveis adotantes deveriam enviar dados e contar o motivo do interesse na adoção. "Vamos avaliar cada e-mail para que possa-mos achar ótimas famílias para elas", afirma Fernando.

Todos os animais da campanha são doados vacinados, vermifugados e castrados.

"Apostamos muito nessa campanha, pois o importante não é ter animais bem cuidados em abrigos, e sim achar lares para eles", explica Rodrigues.

Além da promoção da adoção das três ca-delas, ao final da feira a empresa doou todos os alimentos que ficaram expostos no stand - cerca de quatro toneladas- à ONG UIPA, de São Paulo.

Enfim, o evento mostrou que além de lança-mentos e produtos para nossos pets também é importante mostrar preocupação com a sus-tentabilidade e o bem-estar de nossos amigos.

supervisora da divisão pet.No evento, a Orval lançou, em sua linha

Kennel, o shampoo para animais de pelos escuros e também o banho a seco para cães adultos e filhotes.

A Pet Society foi outra empresa que levou à Pet SA seu conceito de produtos susten-táveis. Os produtos para banho e tosa são concentrados, o que implica na utilização de embalagens menores e consequente utiliza-ção de menos energia para produção das mesmas, redução da quantidade de plástico (lixo) a reciclar, economia de espaço para transporte e armazenamento, contribuindo para a redução da emissão de Carbono (CO2) e outros gases causadores do efeito estufa.

A empresa também possui a linha Mega-mazon, desenvolvida com extratos amazôni-cos 100% naturais, retirados de forma eco-logicamente correta, contribuindo para a preservação da floresta amazônica, por evitar o desmatamento de áreas onde existem as árvores fontes dos frutos e sementes utilizados para a manufatura destes extratos.

Parte dos lucros obtidos pela venda dos

não testados em animais nesta edição). A empresa Orval é uma das que apostam

nas ações sociais. Através da linha Kennel ajuda a ONG Uipa, de São Paulo. "Em 2008, precebemos a necessidade de uma ajuda, pois existem muitos animais abandonados. O trabalho da Uipa já é muito antigo, há um histórico deles desde 1920, quando começaram a recolher animais sem lares. Nós levamos aos animais produtos que os beneficiam, e gostaríamos que aqueles que não têm a sorte de terem uma família, pudes-sem receber algum auxílio. Visitamos a Uipa, eles têm em torno de 2500 animais. Sabe-mos que o trabalho deles e sério. Todos os nossos produtos têm a logo da Uipa em seu rótulo e trazem informação sobre a ONG. Revertemos um percentual das vendas de nossos produtos para que eles possam manter o trabalho", explica Suraia Aissami,

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A empresa Mundo Animal está lançando na feira uma linha de cos-méticos exclusiva para os bichanos que leva o nome de Cat & Co. A linha conta com sham-

poos, colônias em mousse, banho a seco e até mesmo um suplemento alimentar para facilitar a digestão de bolas de pelo.

"Resolvemos desenvolver essa linha espe-cífica, pois sentíamos a necessidade que os tutores de felinos tinham em relação a produ-tos específicos para seus animais. Todos os produtos foram elaborados com um Ph espe-cífico para a pele e o pelo dos gatos. Além disso, a colônia em mousse não faz aquele barulho desagradável de spray, não assus-tando os gatinhos na hora dos cuidados de beleza", ressalta a veterinária Gisele Santos.

A empresa Vansil lançou um suplemento chamado Cat Malt, que promete evitar o acúmulo de pelos no intestino dos bichanos.

No segundo dia de evento, a Royal Canin abriu seu estande para os jornalistas, onde fez um tour virtual, simu-lando as etapas de fabri-cação de suas rações.

Acompanhando a visita, direcionada a jornalistas, estavam o presidente da empresa no Brasil, Bernard Poulox, e o Diretor Indus-trial Edwaldo Jordão.

Eles relataram o início da empresa, Na França, e a chegada ao Brasil, em 1990. "Nossa maior preocupação é com os nutri-entes, e não com os ingredientes. Para os ani-mais, não importa se estão comendo carne de cordeiro, boi ou frango. O importante para sua saúde são os nutrientes que ingerem", afirmou Jordão.

Durante a visita, foi ressaltada a extrema importância que o controle de qualidade exerce no preparo dos produtos Royal Canin. "Nossa preocupação começa quando os

Chocolate e Mia - peitoral com espaço para guardar saquinhos para catar as fezes do animal das ruas

A cadela Moogie estava para adoção no stand da Pedigree

A cadela Pretinha estava para adoção no stand da Pedigree

Edwaldo Jordão, Marcela Ceneviva e Bernard Poulox receberam jornalis-tas no stand da Royal Canin

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A grande família planetáriaLaelia Tonhozi*

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Para falar de suas memórias, vivências e sensibilidades, sem abrir mão de subja-cente projeto de educar, de botar para refletir, Luiz Eduardo Cheida nos enche de prazer ao nos oferecer seu tão delicado e recém lançado Bichos, plantas e seus pa-rentes: crônicas ambientais. Curitiba, Aymará, 2010.

Cheida, deputado-escritor, nos introduz num universo de honestidade e marotices, se colocando na voz de bichos, com os quais dialoga de igual pra igual, às vezes fazendo papel de um deles (é um deles!) para passar seus recados de gente pra gente, ou mesmo para expor suas surpresas diante da vida: surpreende-se pelo belo, pelo inocente, pelo indiferente, pelo sábio, pelo autoritário, pelo explorado e pelo explorador. E vai contando causos, uns de verdade, uns de mentira. ”Vai dizer que está errado ?”

Ao se surpreender, Cheida nos sur-preende com a abrangência de seu olhar nos fazendo lembrar que de fazemos todos parte de uma grande família planetária – daí o título de seu livro, razão pela qual, condenados ou premiados com um futuro comum, somos ou estamos responsáveis a fazer o melhor para todos, respeitando a todos e a cada um: bichos, plantas e seus parentes, nós.

E este é um dos elementos que dá uni-dade às crônicas. Nossa diversidade e inter-dependência é que faz a rede da vida.

E num dos pontos ou nós desta rede, em que o forte se sobrepõe sobre o fraco, ras-gando a frágil e tênue linha que pode nos fazer do melhor o pior, em Pimenta nos olhos dos outros, é trazida sem anestesia para o leitor desavisado, a notícia da grande dor por que passam os animais –co-baias de laboratórios – 35 milhões ao ano só nos Estados Unidos, para alimentar um mercado insaciável para as novidades.

Se justificamos a experimentação em animais na convicção de que sendo difer-entes dos humanos não seriam sensíveis à dor e ao sofrimento, em resumo, seriam diferentes “...como justificariam experi-mentos com alguma utilidade a humanos ? “, pergunta o cronista. E sugere uma grande fuga de animais confinados rumo à liber-dade: “...e aquelas vidas condenadas pu-deram, para sempre, fazer aquilo para o qual haviam nascido, viver.”

“A propósito: árvore, quando morre, também vai para o céu.” Assim encerra o autor uma de sua crônicas. Deliciosa !

E assim, a gente encerra esta prosa.

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*Laelia Tonhozi é ativista na defesa animal, bacharel em Letras e Bibliotecono-mia, pós-graduada em Educação Ambiental.

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Pet Resenha

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A grande família planetáriaLaelia Tonhozi*

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Para falar de suas memórias, vivências e sensibilidades, sem abrir mão de subja-cente projeto de educar, de botar para refletir, Luiz Eduardo Cheida nos enche de prazer ao nos oferecer seu tão delicado e recém lançado Bichos, plantas e seus pa-rentes: crônicas ambientais. Curitiba, Aymará, 2010.

Cheida, deputado-escritor, nos introduz num universo de honestidade e marotices, se colocando na voz de bichos, com os quais dialoga de igual pra igual, às vezes fazendo papel de um deles (é um deles!) para passar seus recados de gente pra gente, ou mesmo para expor suas surpresas diante da vida: surpreende-se pelo belo, pelo inocente, pelo indiferente, pelo sábio, pelo autoritário, pelo explorado e pelo explorador. E vai contando causos, uns de verdade, uns de mentira. ”Vai dizer que está errado ?”

Ao se surpreender, Cheida nos sur-preende com a abrangência de seu olhar nos fazendo lembrar que de fazemos todos parte de uma grande família planetária – daí o título de seu livro, razão pela qual, condenados ou premiados com um futuro comum, somos ou estamos responsáveis a fazer o melhor para todos, respeitando a todos e a cada um: bichos, plantas e seus parentes, nós.

E este é um dos elementos que dá uni-dade às crônicas. Nossa diversidade e inter-dependência é que faz a rede da vida.

E num dos pontos ou nós desta rede, em que o forte se sobrepõe sobre o fraco, ras-gando a frágil e tênue linha que pode nos fazer do melhor o pior, em Pimenta nos olhos dos outros, é trazida sem anestesia para o leitor desavisado, a notícia da grande dor por que passam os animais –co-baias de laboratórios – 35 milhões ao ano só nos Estados Unidos, para alimentar um mercado insaciável para as novidades.

Se justificamos a experimentação em animais na convicção de que sendo dife-rentes dos humanos não seriam sensíveis à dor e ao sofrimento, em resumo, seriam diferentes “...como justificariam experi-mentos com alguma utilidade a humanos ? “, pergunta o cronista. E sugere uma grande fuga de animais confinados rumo à liber-dade: “...e aquelas vidas condenadas pu-deram, para sempre, fazer aquilo para o qual haviam nascido, viver.”

“A propósito: árvore, quando morre, também vai para o céu.” Assim encerra o autor uma de sua crônicas. Deliciosa !

E assim, a gente encerra esta prosa.

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*Laelia Tonhozi é ativista na defesa animal, bacharel em Letras e Bibliotecono-mia, pós-graduada em Educação Ambiental.

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Pet Resenha

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Pet Risadas

Especial GatosNeste mês temos a honra de trazer para vocês algumas tirinhas do Geek Cats (www.geekcats.com)

para diverti-los nossos leitores com gatinhos muito engraçados!

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Pet Risadas

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para diverti-los nossos leitores com gatinhos muito engraçados!

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Pet Risadas

Especial GatosNeste mês temos a honra de trazer para vocês algumas tirinhas do Geek Cats (www.geekcats.com)

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Especial GatosNeste mês temos a honra de trazer para vocês algumas tirinhas do Geek Cats (www.geekcats.com)

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Especial GatosNeste mês temos a honra de trazer para vocês algumas tirinhas do Geek Cats (www.geekcats.com)

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Balão de passarinho

Pet Notas

A criação da designer Renata Manau e sua Biscuit, empresa artesanal que produz incríveis peças de cerâmica e vidro, será oficialmente apresentada em setembro durante o London Design Festival. Parte de um trabalho onde ela e mais seis designers desenvolveram peças que buscaram inspira-ção dos históricos prédios londrinos até contos de fadas britânicos, "Balão" foi a sua contribuição. Saído das mãos de "Winnie the Pooh" (ou para nós o Ursinho Puff), o balão-zinho de cerâmica, com direito a fio e tudo mais, tornou-se uma singela casinha de pás-saros. O brilho do balão (no desenho) virou a "janelia-portinha". Simpático, ficaria muito legal em uma árvore de verdade.

Prato canino brincalhão

Deixe seu dogão maluquinho e instigue a usá-lo a cabeça para encontrar sua recom-pensa. "Seek-A-Treat™" é uma divertida mistura de prato de comida e brinquedo. São cinco compartimentos onde pode-se colocar biscoitos, ração ou a guloseima que seu cachorrinho preferir. Para encontrá-las ele precisará acionar rodas e arrastar círculos, garantindo momentos de pura diversão e aprendizado. Bastante resistente e durável, não tem ranhuras ou bordas que ma-chuquem os animais. Custa 15,98 dólares na http://www.harrietcarter.com.

BBC

Bolsas sinalizadas

Tubarão no fornoNão tem muito o que falar, pois a imagem já

diz tudo: uma luva térmica que imita tubarão, com direito a bocarra e barbatana dorsal. Segurar panelas quentes, abrir o forno e servir pratos agora também podem garantir boas risadas! O "tuba-luva" custa 7,95 dólares na http://www.surlatable.com.

Paulo Toledo Piza/G1

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Muito legal a coleção de bolsas "out_of_ark"! Brincando com a ideia de que a qualquer hora um animal selvagem pode cruzar o nosso caminho, os designers da "out_of_48" misturaram bolsas e placas de sinalização de estradas. O resultado são divertidos modelos batizados de acordo com o país/região onde os bichos podem ser encontrados. Feitas em lona e resistentes à água, elas têm três tipos de formato (iguais aos das placas originais) e também podem ser usadas para carregar notebooks. Os preços variam de 59 a 159 euros.Reprodução

Reprodução

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