1. a DiversiDaDe BiolÓgiCa seParaDa em gruPos Você

Biologia – DiversiDaDe Da viDa

1. A diversidade biológica separada em grupos 051.1 O nome científico dos seres vivos é binomial 061.2 Mas, afinal, qual é mesmo o conceito de espécie? 071.3 A espécie Homo sapiens pode ser dividida em raças? 081.4 A divisão dos seres vivos em reinos 081.5 A divisão dos seres vivos em domínios 111.6 Cladística ou sistemática, outra forma de classificar os seres vivos 112. Vírus, ser (vivo) ou não ser (vivo), eis a questão 172.1 Os vírus são compostos de ácidos nucleicos e proteínas 182.2 Os vírus utilizam o maquinário da célula para produzir novos vírus 182.3 As viroses são doenças causadas por vírus 213. As bactérias são organismos unicelulares procariontes 323.1 Uma única célula sem membrana nuclear e organelas membranosas 333.2 A formação de novas bactérias 343.3 Principais doenças causadas por bactérias 353.4 Os antibióticos é a forma de tratar as infecções bacterianas 384. Os protozoários, assim como as algas, estão no reino Protista 444.1 Os protozoários fazem parte da porção heterotrófica do reino Protista 454.2 Os protozoários divididos em grupos 464.3 Doenças causadas por protozoários 474.4 As algas fazem parte da porção autotrófica do reino Protista 494.5 Os principais grupos de algas 494.6 As adaptações dos organismos fotossintetizantes ao ambiente aquático 504.7 A importância das algas para o ambiente e para o ser humano 504.8 As formas de reprodução dos organismos fotossintetizantes aquáticos 515. Os fungos são benéficos ou meléficos ao ser humano? 565.1 Como os fungos capturam seu alimento se eles não têm boca? 575.2 A principal forma de reprodução dos fungos é através da liberação de esporos 585.3 O tipo de esporo sexuado é um dos critérios para classificar os fungos 595.4 O Saccharomyces cerevisiae um levedo amplamente utilizado pelo ser humano 605.5 Comparando os fungos com as plantas e com os animais 606. Os grupos de plantas que necessitam de água para sua reprodução 666.1 As briófitas são plantas sem vasos condutores de seiva 676.2 As briófitas necessitam de água para que ocorra a fecundação 676.3 As pteridófitas são plantas vasculares sem sementes 696.4 as pteridófitas também dependem da água para que ocorra sua reprodução 707. As gimnospermas e as angiospermas são plantas espermatófitas 757.1 As gimnospermas são plantas com sementes nuas 767.2 A fecundação nas gimnospermas ocorre sem a necessidade de água do meio ambiente 777.3 As angiospermas são plantas com flores e fruto 787.4 O sucesso das angiospermas é devido à flor e ao fruto 797.5 Monocotiledôneas e eudicotiledôneas são classes das angiospermas 827.6 As plantas vasculares podem se reproduzir por propagação vegetativa 83Referências bibliográficas 90

Biologia – Transmissão Da viDa

1. Genética: a ciência da hereditariedade 911.1 As primeiras explicações 921.2 Conceitos fundamentais 942. A Genética do século XXI 1002.1 O início da engenharia genética 1002.2 Principais técnicas da Genética moderna 1013. Gregor Mendel e a primeira lei da Genética 1133.1 Os experimentos, os resultados e as conclusões de Mendel 113

sumário Do volume

3.2 A relação com a meiose facilitou a compreensão 1143.3 Como descobrir se o gene em questão é dominante ou recessivo? 1163.4 O cruzamento-teste determina genótipos desconhecidos 1163.5 É mais fácil nascer menino ou menina? 1163.6 Probabilidade e Genética – calculando a chance de ocorrência dos eventos 1173.7 A construção de árvores genealógicas ajudam a compreender a transmissão de um gene nas famílias 1203.8 Os cruzamentos consanguíneos aumentam a chance de manifestação de genes deletéricos 1214. As variações da primeira lei de Mendel 1264.1 Entre alguns pares, a relação de dominância é parcial 1264.2 Entre alguns pares, não há relação de dominância 1264.3 Alguns alelos são letais em homozigose 1274.4 Muitos alelos para um caráter 1275. Os grupos sanguíneos são determinados geneticamente 1315.1 Sistema ABO: sua identificação rendeu o prêmio Nobel a Landsteiner 1315.2 Sistema Rh: a descoberta de um novo antígeno nas hemácias de macacos Rhesus 134Referências bibliográficas e webgráficas 140

VOLUME 1

DIVERSIDADE DA VIDA

1. Classifi cação biológica2. Vírus3. Organismos procarióticos4. Reino protista5. Fungos6. Briófi tas e pteridófi tas7. Gimnospermas e angiospermas

TRANSMISSÃO DA VIDA

1. Introdução à Genética2. Genética do século XXI3. Primeira Lei de Mendel4. Variações da Primeira Lei de Mendel5. Herança dos grupos sanguíneos

VOLUME 2

DIVERSIDADE DA VIDA

8. Critérios de classifi cação dos animais9. Poríferos e cnidários10. Platelmintos e nematódeos11. Moluscos12. Anelídeos


6. Segunda Lei de Mendel7. Interação genica8. Linkage

VOLUME 3

DIVERSIDADE DA VIDA

13. Artrópodes14. Equinodermos e introdução aos cordados15. Peixes16. Anfíbios e répteis17. Aves e mamíferos


9. Herança sexual10. Anomalias cromossômicas11. Genética e evolução

sumário ComPleTo

5A diversidade biológica separada em grupos

Biologia - Diversidade da Vida

1. a DiversiDaDe BiolÓgiCa seParaDa em gruPos

Você conhece muitos animais e plantas? Já atentou para a variabilidade de seres vivos no planeta? Observou a quantidade de mamíferos, felinos, aves, répteis e insetos com os quais convivemos, direta ou indiretamente?

Os zoólogos, biólogos que estudam os animais, descreveram mais de 1,5 milhão de espécies animais. Estima-se que esse número não corresponda a 20% de todos os animais viventes. Imagine o trabalho que é organizar tudo isso. E olha que estamos falando somente dos animais, nem mencionamos as plantas, os protozoários, as algas, os fungos e as bactérias.

Reúna-se em grupos com seus colegas de classe e façam a seguinte atividade: Analisem os botões da foto ao lado. Dividam os botões em grupos de acordo com critérios criados por você e por seus colegas de grupo. Depois de fi nalizada a tarefa, cada grupo deve expor para a sala como os botões foram divididos. No fi nal, discutam as seguintes questões:a) Havendo na sala mais de uma classifi cação para os botões, diga qual é a mais correta. b) Tentem explicar o porquê de os botões terem sido classifi cados de formas diferentes.

O agrupamento dos seres vivos pode ser feito seguindo critérios que não re� etem o parentesco evolutivo entre eles. É o que acontecia na Grécia antiga, na qual os animais eram classi� cados de acordo com o ambiente em que viviam: terrestres, aéreos e aquáticos. O problema dessa classi� cação era o de agrupar animais que são muitos distintos evolutivamente, como as borboletas e os pássaros. Esse tipo de classi� cação, que não re� ete o parentesco evolutivo entre os seres vivos, é considerado como arti� cial.

O grego e biólogo Aristóteles foi o primeiro a classi� car os seres vivos baseando-se em suas similaridades estruturais, ou seja, ele buscou compreender a relação de parentesco entre os seres vivos, realizando, assim, um sistema de classi� cação natural.

A classi� cação biológica moderna somente teve início no ano de 1735 com a publicação da primeira edição do livro Systema Naturae (Sistema natural), de Carl von Linné ou simplesmente Lineu, em português. Utilizando o estudo comparado da forma dos organismos (morfologia), essa classi� cação consistiu em dividir os reinos em espécies e em dar um nome particular para cada uma delas.

Capa de uma das edições de Systema Naturae, de Carl von Linné, obra que iniciou a classifi cação biológica moderna.

Disponível em: <www.lindahall.org>. Acesso em: 11 set. 2013.

Como você separaria esses botões em grupo?Acervo CNEC



A classi� cação de Lineu foi importante, pois distribuiu os organismos em sistema hierárquico, no qual grupos menores mais especí� cos são incluídos em grupos maiores, mais abrangentes.

Hoje, essa hierarquia das categorias taxonômicas consiste em sete grupos principais ou sete categorias taxonômicas (ou táxons), como mostra a � gura a seguir.

Espe

cífic

oEs

pecí

fico

Ger

al

Animalia

Chordata

Mammalia

Carnivora

Canidae

Canis

Canis familiaris

Espécie

Gênero

Família

Ordem

Classe

Filo

Reino Ger

al

Classifi cação do cachorro doméstico nas sete principais categorias taxonômicas.Acervo CNEC

1.1 O nome científico dos seres vivos é binomial

Outra importante contribuição de Lineu para a Biologia foi a criação de um sistema e� ciente para dar nome aos seres vivos. Antes de Lineu, o nome das espécies era uma descrição do ser vivo. A abelha europeia (ou abelha doméstica), por exemplo, era apis pubescens, thrace subgriseo, abdomine fusco, pedibus posticis glabis utrinque margine ciliatis.

Lineu determinou que o nome das espécies deveria ser escrito em latim e composto por duas palavras: a primeira refere-se ao gênero e deve ter a letra inicial maiúscula; a segunda refere-se ao epíteto (ou termo) especí� co e deve ter a letra inicial minúscula. É importante que as duas palavras se destaquem no texto.

Pela nomenclatura de Lineu ou nomenclatura binomial, como � cou conhecida, o nome cientí� co da abelha doméstica é Apis mellifera. Assim, somente analisando esse nome é possível descobrir que essa espécie pertence ao gênero Apis.

Apis mellifera

Gênero Epíteto específicoEspécie

+

O nome científi co da espécie é composto por duas palavras.

Acervo CNEC



Saiba maisSaiba maisExistem várias outras regras para a nomenclatura científi ca. Entre elas, podemos citar:

• Para todos os táxons, usa-se letra inicial maiúscula. • Algumas classifi cações necessitam ser mais detalhadas. Para isso, são utilizados táxons intermediários entre os principais. Um exemplo é o subgênero, que deve ser colocado logo após o gênero, com letra inicial maiúscula, destacado em relação ao texto e entre parênteses.Exemplo: Aedes (Stegomya) aegypti. Nesse caso, Aedes é o gênero, Aedes aegypti é a espécie, e Stegomya é o subgênero.• Quando o nome da espécie é dado em homenagem a alguém, o termo específi co pode ser escrito com inicial maiúscula. Exemplo: Trypanosoma Cruzi, o termo específi co foi dado em homenagem a Oswaldo Cruz.• O nome do pesquisador que descreveu a espécie pode ser colocado após o nome dela, sem pontuação, seguido de vírgula e do ano de publicação. Exemplo: Musca domestica Linnaeus, 1758. A mosca comum (cujo nome científi co é Musca domestica) foi nomeada por Lineu (Linnaeus é forma latinizada do nome Linné) no ano de 1758.

Trabalhando com PesquisaTrabalhando com PesquisaA importância da nomenclatura científi ca

Faça uma pesquisa individual sobre a importância da nomenclatura científi ca.Depois, exponha o resultado de sua pesquisa para os colegas. É importante que a turma, juntamente com o professor, elabore uma lista com essas importâncias.

1.2 Mas, afinal, qual é mesmo o conceito de espécie?

Apesar de constantemente utilizarmos o termo espécie, não é nada fácil conceituá-lo. Mesmo Charles Darwin, que utilizou essa palavra no título de sua mais famosa obra, A Origem das Espécies, tinha di� culdades para de� nir espécie. Mesmo hoje, não existe uma de� nição única e geral para o termo espécie biológica.

Você deve estar pensando: mas eu tenho certeza de que, em anos anteriores, estudei a de� nição de espécie. E você está correto. A� nal, aprendemos que “Espécie é um grupo de populações cujos indivíduos, em condições naturais, são capazes de se cruzar e de produzir descendentes férteis, estando reprodutivamente isolados de indivíduos de outras espécies”. Essa é a de� nição proposta pelos evolucionistas � eodosius Dobzhansky e Ernst Mayr e que � cou conhecida como conceito biológico de espécies.

Exemplo de aplicação dessa de� nição é a égua (que pertence à espécie Equus caballus e possui 64 cromossomos) e o jumento (que pertence à espécie Equus asinus e possui 62 cromossomos). A égua e o jumento cruzam-se com facilidade na natureza e, mais do que isso, esse cruzamento deixa descendente, que é popularmente chamado de mula ou burro, e que quase sempre é estéril. Assim, a mula (ou burro) é considerada um híbrido (com 63 cromossomos), e a égua e o jumento não podem ser classi� cados na mesma espécie, já que seu descendente é estéril.

Trabalhando com PesquisaTrabalhando com Pesquisa O conceito biológico de espécie é válido para todos os seres vivos? Sobre o conceito biológico de espécies, pesquise:- Por que esse conceito não pode ser aplicado às bactérias? Como são defi nidas as espécies para os organismos procariontes?- Em quais outras condições esse conceito não pode ser aplicado?- Por que o conceito de espécie considera que os cruzamentos devem ser em ambientes naturais? Cite, pelo menos, um exemplo que reforça a necessidade de se considerar essa condição.



1.3 A espécie Homo sapiens pode ser dividida em raças?

Algumas espécies podem ser divididas em duas ou até mais subespécies ou raças. Todos os indivíduos de uma mesma subespécie assemelham-se entre si e compartilham uma ou mais características não encontradas em outras subespécies.

Na edição de 1767 do Systema Naturae, foi apresentada uma divisão taxonômica da espécie humana. Lineu dividiu o Homo sapiens em quatro subespécies ou raças principais e as classi� cou com as suas características principais, segundo sua visão.

De acordo com essa classi� cação, a espécie humana seria dividida em grupos, considerando seus aspectos morfológicos, como, por exemplo, a pigmentação de sua pele. O mais grave disso é relacionar essas características físicas super� ciais às características psicológicas, como, por exemplo, considerar que os asiáticos têm pele amarela e, consequentemente, são melancólicos e avaros; ou que os negros, por terem maior quantidade de melanina, são impassíveis e preguiçosos.

O problema é que essa associação persiste até hoje, o que não faz o menor sentido do ponto de vista genético e biológico. A� nal, o Projeto Genoma Humano mostrou que temos pouco mais que 24 mil genes e que, desses, poucas dúzias são responsáveis pela pigmentação da pele e por outras características físicas dos humanos. E, mais do que isso, já está comprovado que esses genes não têm qualquer in� uência sobre o comportamento ou o intelecto humano.

Mesmo sendo um exemplo que deveria ser totalmente descartado, a classi� cação de Lineu mostra como uma espécie pode ser dividida em subespécies ou raças. Mas é exatamente pelo fato de o reconhecimento de uma subespécie estar normalmente baseado em uma ou poucas características super� ciais que a formação desses grupos não tem sido levada tão a sério.

De qualquer forma, a subespécie é designada por três palavras (trinomial), sendo que o terceiro termo deve ser colocado após o nome da espécie.

Note que o terceiro termo também é destacado e a primeira letra é minúscula. Além disso, é importante considerar que a subespécie é uma categoria mais especí� ca que a espécie. Sendo assim, indivíduos de subespécies diferentes, mas da mesma espécie, são capazes de cruzar e de deixar descendentes férteis.

1.4 A divisão dos seres vivos em reinos

Das sete principais categorias taxonômicas, o reino é mais abrangente. Consequentemente, é o táxon que apresenta o menor número de grupos. Desde Aristóteles, o ser humano preocupa-se em classi� car os seres vivos em grandes grupos como os reinos.

Ao longo do tempo, a classi� cação vem passando por modi� cações, muitas delas decorrentes de descobertas cientí� cas, principalmente nos campos da genética e da bioquímica. Outras mudanças são em decorrência da falta de consenso entre os cientistas. A� nal, os critérios utilizados por um cientista para sua classi� cação necessariamente não são os critérios utilizados na classi� cação de outro cientista.

Homo sapiens americanus

Gênero Epiteto específico Terceiro termoEspécie

Subespécie

+ +

A subespécie é designada pela associação de três termos.

Acervo CNEC

EspécieHomo sapiens

Homo sapiens europeusBranco, sério e forte

Homo sapiens americanusVermelho, mal-humorado, violento

Homo sapiens aferNegro, impassível, preguiçoso

Homo sapiens asiaticusAmarelo, melancólico e avaro

Divisão de nossa espécie em subespécies de acordo com Lineu. Acervo CNEC



Este esquema mostra algumas das mudanças que ocorreram, ao longo do tempo, em relação à classi� cação dos seres vivos em reinos.

AnimaisAnimais

Reino AnimaliaReino Plantae

ProtozoáriosCogumelos ProtozoáriosProtozoáriosProtozoáriosProtozoáriosProtozoáriosProtozoáriosCogumelosCogumelos

Cogumelos

Plantas

Bactérias

AnimaisCogumelos

Plantas

CogumelosCogumelosAnimaisAnimais

Bactérias

AlgasPlantas


Animais

Bactérias

Aristóteles e Lineu* Haeckel (1834) Copeland (1956)

Protozoários


ProtozoáriosCogumelos ProtozoáriosProtozoáriosProtozoáriosCogumelos

Reino ProtistaReino Protista

Reino Monera

Reino AnimaliaReino FungiReino Plantae

Reino Protista

Reino Monera

Protista

Bactérias

Algas

Plantas

Reino AnimaliaReino FungiReino Plantae

Reino Protista

Reino Monera

CogumelosCogumelosAnimais

Animais

Protista

Bactérias

Algas

Plantas

Wittaker (1969) Margulis e Schwartz (1982)

* A classifi cação vigente no período de Aristóteles e Lineu.Ao longo dos anos, a classifi cação biológica vem sofrendo modifi cações.

Acervo CNEC

Utilizando o esquema acima, que mostra as mudanças na classifi cação biológica, discuta com seus colegas:

• Qual a diferença da classifi cação de Haeckel para a classifi cação de Lineu? Qual o possível critério utilizado por Haeckel para formar esse novo reino?• Por que Copeland dividiu o reino criado por Haeckel?• Qual a principal novidade na classifi cação de Whittaker? Qual o principal critério que promoveu essa novidade?• Qual a principal diferença da classifi cação de Margulis e Schwartz em relação à classifi cação de Whittaker?• Qual a importância de novos conhecimentos para a classifi cação biológica?



As classi� cações mais utilizadas são a de Whittaker e a de Margulis e Schwartz. A primeira é baseada em somente três critérios: número de células (unicelular ou multicelular), nutrição (heterotró� ca ou autotró� ca) e organização celular (procarionte ou eucarionte). A segunda manteve os reinos propostos por Whittaker, reclassi� cando alguns grupos e considerando o Protista como o reino que recebe os grupos que não se encaixam nos demais reinos.

A B

Reino Plantae• Eucariontes• Multicelulares• Autotróficos

Musgos, samambaias, plantascom flores, pinheiros e grupos

de algas multicelulares

Reino Fungi• Eucariontes• Unicelulares e Multicelulares• Heterotróficos

Cogumelos, levedos, bolores

Reino Animalia• Eucariontes• Multicelulares• Heterotróficos

Vermes, sapos, insetos, polvo,cavalo e ser humano

Rei

no F

ungi

Cogumelos,levedos ebolores

Rei

no P

lant

ae

Grupos dealgas

multicelulares

Musgos,samambaias,pinheiros eplantas com

flores

Rei

no A

nim

alia

Cavalos,vermes,sapos,insetos,polvos emacacos

Reino Protista Reino Protista

Reino Monera Reino Monera

• Eucariontes• Unicelulares• Heterotróficos e autotróficos

• Procariontes• Unicelulares• Heterotróficos e autotróficos

Grupos de algas unicelulares eprotozoários

Bactérias e cianobactériasBactérias e cianobactérias

GRUPOS DE ALGAS MULTICELULARES, gruposde algas unicelulares e protozoários

Em A, a classifi cação de Whittaker, baseada na nutrição, no número de células e na organização celular dos organismos. Em B, a principal mudança promovida por Margulis e Schwartz em relação à classifi cação de Whittaker.

Acervo CNEC

Você se lembra...Você se lembra...Qual é a diferença entre organismos procarióticos e eucarióticos? E entre organismos unicelulares e

multicelulares? E entre organismos heterótrofos e autótrofos?

Organismoautótrofo

Produz moléculas orgânicas a partirde moléculas inorgânicas.Produz seu próprio alimento.

Organismoheterótrofo

Não consegue formar moléculas orgânicasa partir de moléculas inorgânicas.Não produz seu próprio alimento.Obtém alimento (moléculas orgânicas) domeio.

Nutrição

Célulaeucariótica

Apresenta núcleo organizado.O DNA encontra-se separado do citoplasma.Apresenta organelas membranosas.Apresenta membrana nuclear.

Célulaprocariótica

Não apresenta núcleo organizado.O DNA encontra-se disperso no citoplasma.Não apresenta organelas membranosas.Não apresenta membrana nuclear.

Organizaçãocelular

OrganismounicelularOrganismo formado por uma única célula

OrganismomulticelularOrganismo formado por várias células

Número decélulas



1.5 A divisão dos seres vivos em domínios

Em 1990, utilizando o RNAr como base de comparação, Carl R. Woese propôs que os seres vivos deveriam ser classi� cados em três grandes grupos ou domínios: Archaea, Bacteria e Eukarya. Em dois deles, Archaea e Bacteria, os representantes são procariontes e, no outro, Eukarya, os representantes são eucariontes.

Muito antes disso, desde 1977, Woese já propunha que os procariontes são muito diferentes entre si e, por isso, há necessidade de dividi-los em dois domínios, ao contrário dos eucariontes, que, devido à sua semelhança, permaneceram em um domínio único.

Outra implicação importante mostrada pela comparação do RNAr é que os Archaea, que inicialmente foram chamados de arqueobactérias, estão mais relacionados aos eucariontes do que às bactérias. Isso leva a crer que os eucariontes tenham um ancestral comum mais recente com os representante do domínio Archaea do que com as bactérias.

Domínio Bacteria

Bactéria e cianobactérias

Domínio ArchaeaArqueas (metanogênicas

e halófitas extremas)

Domínio EukaryaProtozoários, algas, fungos,

plantas e animais

1.6 Cladística ou sistemática, outra forma de classificar os seres vivos

Em 1966, com as publicações dos trabalhos do cientista alemão Willi Hennig, a cladística ou � logenética começou a ganhar força. Essa escola critica a forma de classi� cação utilizada até o momento pela falta de um método adequado para testar hipóteses.

Para entendermos a cladística, devemos compreender as ideias de Darwin, que reconheceu que as espécies se originariam de outras espécies.

Os cladísticos consideram que as espécies que apresentam um ancestral comum, ou seja, que se originaram de um mesmo ancestral, herdam algumas de suas características. Assim, quanto mais recente o ancestral entre duas espécies, maior o número de características compartilhadas e, portanto, maior a semelhança entre elas.

As características analisadas podem ser estruturas anatômicas, padrões comportamentais, nucleotídeos na sequência de DNA, sequências de aminoácidos em uma proteína ou qualquer outra característica herdável.

Muitas classi� cações � logenéticas contrapõem-se às evolutivas. Um bom exemplo são os peixes, que, na classi� cação evolutiva, têm caráter taxonômico, sendo, para cladística, simplesmente um termo informal.

A cladística expressa suas hipóteses através de representações grá� cas em forma de árvore chamadas de cladogramas. O objetivo desse tipo de representação é o de mostrar as relações evolutivas entre os grupos analisados.

Ancestral III

Ancestral II

Ancestral I1

2

4

5

Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D Presente

Passado

3

O cladograma expressa, de forma gráfi ca, a relação entre os grupos. Os número de 1 a 5 estão representando características.Acervo CNEC



Utilizando a árvore fi logenética anterior, discuta com os seus colegas e responda ao que se pede:a) Quais as características do grupo B? E quais as do grupo D?b) O II é ancestral de quais grupos? E o III?c) A característica 1 está presente em quais grupos? E a característica 3?d) Qual é mais recente: o ancestral III ou o II?e) Dentre os quatro grupos analisados, qual é aquele evolutivamente mais próximo de C? Justifi que a resposta.

Exercícios de salaExercícios de sala1 A tabela a seguir representa a classifi cação de cinco animais nas sete principais categorias taxonômicas:

Galinha Piriquito Canário-da-terra Ornitorrinco Faisão

Reino Animalia Animalia Animalia Animalia Animalia

Filo Chordata Chordata Chordata Chordata Chordata

Classe Aves Aves Aves Mammalia Aves

Ordem Galliformes Psittaciformes Passeriformes Monotremata Galliformes

Família Phasianidae Psittacidae Emberizidae Ornithorhynchidae Phasianidae

Gênero Gallus Melopsittacus Sicalis Ornithorhynchus Phasianus

Espécie G. gallus M. undulatus S. fl aveola O. anatinus P. colchicus De acordo com o quadro, agora responda:

a) Dentre os cinco animais citados, quais os dois que apresentam maior proximidade evolutiva? Justifi que sua resposta.b) Dentre os cinco animais citados, qual o que possui menor proximidade evolutiva com os demais? Justifi que sua resposta.

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2 Leia este texto para resolver as questões propostas. Vários animais ou vegetais são encontrados em regiões ou até mesmo em países distintos. Isso

gera uma infi nidade de nomes para um mesmo ser vivo, levando-nos à necessidade de se padronizar os nomes dos seres vivos em uma linguagem universal. O sistema de nomenclatura utilizado hoje é o binomial, proposto por Lineu, em 1758.a) De acordo com esse sistema, diga, em cada situação, se o nome está grafado de forma correta ou não. Caso você encontre algum erro, indique-o.

1. CANIS LUPUS 2. felis catus 3. Zea mais 4. Trypanosoma cruzi 5. pan Paniscus

b) O nome científi co da espécie humana é Homo sapiens. Isso signifi ca que o homem pertence ao gênero Homo e à espécie sapiens. Essa afi rmação está correta? Justifi que sua resposta.



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3 Existe muita controvérsia quanto à classifi cação em reinos. A mais conhecida é a de Whittaker, que posteriormente foi revista por Margulis e Schwartz, o qual classifi cou os seres vivos em cinco reinos. Com a aquisição de novos conhecimentos, foi possível perceber que os grupos que pertenciam aos reinos Protista e Monera possuíam organismos derivados de duas ou mais formas ancestrais não comuns. Assim, entre as várias classifi cações que surgiram, a que optou por 8 reinos buscou solucionar os problemas.

O esquema a seguir relaciona as duas classifi cações mencionadas no texto.(A) Classificação em 5 reinos

(B) Classificação em 8 reinos

Monera Protista Plantae Fungi Animalia

Bacteria Archaea Archaezoa Protozoa Choromista Plantae Fungi Animalia

Adaptado de CAMPBEL, Neil A. l, REECE, Jane B. e MITCHELL. Lawrence G. Biology. 5. Ed. Menlon Park, California: Benjamin/Cummings. 1999.

Baseando-se nesse esquema e em seus conhecimentos, responda:a) Pela classifi cação em oito reinos, quantos desses são procariontes e quantos são eucariontes?b) Na classifi cação em cinco reinos, o reino Protista é chamado de lixo da classifi cação. Explique por quê. c) Considerando a classifi cação em oito reinos, quantos desses pertencem ao domínio Eukarya? E ao domínio Archaea? E ao domínio Bacteria?d) Alguns autores consideram que o domínio seria um táxon acima de reino. Pelo conceito de categoria taxonômica, esse tipo de consideração é um equívoco para a classifi cação em cinco reinos, o que não seria para a classifi cação em oito reinos. Por que, na classifi cação em oito reinos, não seria um equívoco dizer que o domínio é um táxon superior ao reino?

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4 Em 1990 Woese propôs que os seres vivos deveriam ser classifi cados em três domínios: Archaea, Bacteria e Eukarya.

Cianobactérias

BactériasArqueas

Protozoários

Fungos

Plantas

Animais

EukaryaArchaeaBacteria

Origem da vida

Presente

Primórdios Sobre esses três domínios, faça o que se pede.

a) Responda: Quais domínios apresentam representantes procariontes e qual apresenta representantes eucariontes?b) Utilizando a classifi cão em reinos de Margulis e Schwartz como referência, relacione essa classifi cação com a classifi cação em domínios.c) Responda: Qual dos domínios é evolutivamente mais próximo do domínio Eukarya? Justifi que sua resposta.

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5 A árvore fi logenética a seguir foi feita por um aluno. Ela representa a relação fi logenética de várias espécies da subfamília Phanterinae (família Felidae).

De acordo com o cladograma, responda: Qual dos felídeos apresenta maior proximidade evolutiva com o Panthera pardus? Justifi que sua resposta. Não se esqueça de utilizar as regras da nomenclatura científi ca em sua resposta.

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Pan

ther

a le

o

Pan

ther

a pa

rdus

Pan

ther

a on

ca

Pan

ther

a tig

ris

Pan

ther

a un

cia

Neo

felix

neb

ulos

a

Neo

felix

cin

za

Disponível em: <http://setimocientista.blogspot.com>. Acesso em: 14 mar. 2011.



Exercícios propostosExercícios propostos6 Observe o nome científi co de três espécies (A, B e C): Espécie A – Giardia lamblia Espécie B – Giardia duodenale Espécie C – Ancylostoma duodenale Sobre essas espécies, pode-se afi rmar que:

a) A e B são mais próximas já que pertencem à mesma espécie.b) A e B são mais próximas já que pertencem ao mesmo gênero.c) A e C são mais próximas já que possuem ancestral comum mais recente.d) B e C são mais próximas já que pertencem à mesma espécie.e) B e C são mais próximas já que pertencem à mesma família.

7 Phantera leo e Phantera onca são, respectivamente, os nomes científi cos do leão e da onça. Sobre esses dois organismos, podemos afi rmar que:a) ambos são da mesma espécie, pois podem se cruzar e gerar descendentes férteis, em ambiente natural.b) apesar de pertencerem a espécies distintas, o seu cruzamento resulta em descendentes férteis, em ambiente natural.c) ambos são da mesma espécie, mas não geram descendentes férteis, em ambiente natural.d) são dois seres de espécies distintas, que não podem gerar descendentes férteis, em ambiente natural.e) apesar de pertencerem à mesma espécie, o cruzamento entre eles não é viável.

8 “Para fazerem o mel, as abelhas retiram o pólen das plantas cultivadas pelos agricultores (seres humanos). Na frase acima, é possível identifi car seres vivos distintos. Sobre eles, podemos afi rmar que:

a) dois pertencem ao reino Plantae, e um pertence ao reino Animalia.b) dois pertencem ao reino Animalia, e um pertence ao reino Plantae.c) um é do reino Animalia, um é do reino Plantae, e um é do reino dos Invertebrados.d) dois são do reino Fungi, e um é do reino Animalia.e) dois são do reino Invertebrados, e um é do reino Plantae.

9 A árvore fi logenética a seguir mostra a relação fi logenética do homem com os outros primatas não humanos.

Tem

poM

ilhõe

s de

ano

s

Presente

25

20

15

10

5

I II

A

B

C

D

E

Gibões(Hylobates

syndactylus)

Orangotangos(Pongo

pygmanaeus)

Gorilas(Gorillagorilla)

Humanos(Homo

sapiens)Chimpanzés

(Pan troglodytes)Bonobos

(Pan paniscus)

Disponível em: <http://divulgarciencia.com>. (Adaptado) Acesso em: 24 nov. 2011.

Sabendo que I e II representam alguma característica e que as letras A, B, C, D e E representam ancestrais, assinale a alternativa correta.a) A característica II somente é encontrada nos humanos, nos chimpanzés e nos bonobos.b) A letra E representa o ancestral que originou os gêneros Homo e Pan.c) A característica I é encontrada nos gibões e nos orangotangos.d) O humano é evolutivamente mais próximo do bonobo do que do gorila.e) A formação dos chimpanzés e dos bonobos aconteceu antes que a formação dos humanos.

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