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1 ANGINA INSTÁVEL
É uma síndrome clínica geralmente
Definição: causada pela ruptura de uma placa aterosclerótica, situando-se entre um quadro de angina estável e de infarto agudo do miocárdio no espectro das síndromes coronárias agudas.
Os mecanismos fisiopatológicos que precipitam as síndromes isquêmicas miocárdicas agudas têm como característica anatomopatológica a fissura da placa aterosclerótica na artéria responsável pelo evento isquêmico.
Fatores que podem tornar a placa mais vulnerável à ruptura:
• Dislipidemia; • Nicotina;
• Monóxido de carbono; - Níveis elevados de angiotensina e de ácido acetoacético;
- Imunocomplexos circulantes; - Células inflamatórias e seus produtos humorais; - Aumento da fragilidade do colágeno;
- Fatores hemodinâmicos e mecânicos;
- Liberação de agentes oxidantes potentes.
Outros fatores que além da ruptura da placa, exercem mecanismos fundamentais na instabilização de um quadro isquêmico são:
- Ativação plaquetária; - Trombose;
- Vasoconstricção;
- Espasmo coronário.
O endotélio vascular tem papel fundamental no controle da circulação, através da liberação e modulação de inúmeros fatores que influenciam a reatividade e a estrutura vascular e, também, a coagulação sanguínea. Funções Endoteliais:
- Barreira seletivamente permeável;
- Síntese de substâncias vasodilatadoras e anti-plaquetárias; Ex: Fator de relaxamento dependente do endotélio (EDRF), Prostaglandina E2 (PGE2)
- Síntese de substâncias vasoconstrictoras e ativadoras da agregação plaquetária: Ex: endotelinas, endoperóxidos, leucotrienos.
Ex:colágeno, fibronectina,
- Produção de fatores trombogênicos: tromboplastina tissular, fator de von Willebrand, fator de ativação plaquetária (PAF), fator V, etc.
Ex: Glicosaminoglicans, trombomodulina
- Produção de fatores antitrombogênicos: e proteína S.
- Produção de fator fibrinolítico: Ex: Ativador do plasminogênio tecidual (t- PA), uroquinase.
- Secreção de fatores promotores do crescimento: Ex: Fator de crescimento derivado das plaquetas (EDGF);
Fator de relaxamento dependente do endotélio (EDRF) – principal mediador da vasodilatação em presença de endotélio normal. EDRF – análogo endógeno dos nitratos vasodilatadores.
Estímulos que produzem vasodilatação na presença de endotélio íntegro:
- Exercício físico;
-Aumento do fluxo sangüíneo vascular; -Aumento do estresse parietal;
-Histamina;
-Acetilcolina;
-Serotonina;
-Fator de ativação plaquetária;
-Trombina, etc.
Placas ateroscleróticas em Artérias coronárias
Instabilização das placas
Alteração da demanda/ aporte de oxigênio
Espasmo Estase circulatória
Trombose
Quanto à evolução dos trombos, se houver lise com períodos relativamente curtos de oclusão coronária, o resultado é a angina instável. Se a oclusão é total e prolongada, ocorre infarto do miocárdio.
- Circulação colateral coronária.
Diagnóstico:
- História clínica - Exame físico
- Avaliação do eletrocardiograma de
repouso.
7 Sinais e sintomas:
- Precordialgia intensa de até 30 minutos de duração;
- Náuseas - Vômitos;
- Sudorese fria - Palpitações.
Tratamento:
• Ácido acetil-salicílico; • Heparina;
• Nitratos;
• Beta-bloqueadores.
A cinecoronariografia de urgência está indicada, quando após 24 horas de tratamento, não houver reversão da sintomatologia ou em casos de instabilidade hemodinâmica.
O Infarto Agudo do Miocárdio é causado pela limitação do fluxo coronário de tal magnitude e duração que resulta em necrose do músculo cardíaco.
- 60% dos óbitos ocorrem na primeira hora devido à fibrilação ventricular.
- Redução imediata e progressiva da contratilidade do segmento ventricular.
- Alterações do segmento ST e da onda T ao ECG.
- O início da isquemia começa em 60 segundos após completa oclusão da artéria coronária. As células miocárdicas começam a morrer em 20 a 40 minutos na presença de completa oclusão coronariana.
- Fluxo colateral.
- Dislipidemia - Tabagismo
- Hipertensão - Diabete melito
- Sedentarismo - Obesidade
Fatores de risco modificáveis:
Fatores de risco não-modificáveis:
- História familiar (IAM em um parente de 1º grau menor de 5 anos); - Idade;
- Sexo (DAC ocorre 10 anos mais cedo em homens).
Causas não-ateroscleróticas do IAM:
• Espasmos da artéria coronária; • Dissecção de artéria coronária;
• Arterites coronárias associadas a doenças sistêmicas;
• Espessamento de parede coronariana secundário a doenças metabólicas e trauma de artérias coronarianas, incluindo radioterapias; • Embolia para artérias coronárias;
• Desequilíbrio entre a oferta e a demanda miocárdica;
• Trombose: CID, estados de hipercoagulabilidade; • Anomalias coronarianas congênitas;
• Uso de cocaína, etc.
Manifestações Clínicas:
• Desconforto torácico/ dor; • Anormalidades no ECG;
• Marcadores cardíacos séricos elevados.
Geralmente a dor é difusa; uma dor altamente localizada raramente relaciona-se à angina ou IAM.
-Náusea -Inquietação
-Vomitos - Dispnéia
Sintomas associados: -Diaforese - Apreensão
-Fraqueza; A dor do IAM dura mais tempo (tipicamente 20 min a várias horas) se comparada a da angina, não sendo aliviada por repouso ou por nitroglicerina.
Estima-se que pelo menos 20% dos IAMs são indolores (“silenciosos”) ou atípicos (não reconhecidos).
A pressão arterial no IAM freqüentemente está elevada inicialmente, mas pode estar normal ou baixa.
Eletrocardiograma
O ECG inicial nem é perfeitamente específico nem perfeitamente sensível para todos os pacientes que desenvolvem IAM com elevação do segmento ST. Quando a elevação típica do segmento ST persiste por horas e é seguida por horas ou dias por inversões de onda T ou Q, o diagnóstico de IAM pode ser estabelecido com quase absoluta certeza.
Marcadores cardíacos:
A maior sensibilidade e especificidade dos marcadores cardíacos séricos tornaram-no o “padrão ouro” para detecção da necrose miocárdica. Marcadores cardíacos:
- Troponina I e T
- Creatina Quinase (CK) e suas isoenzimas MB
Complicações do IAM: • Aneurisma do ventrículo esquerdo (VE);
• Pericardite.
Oxigenação – estar atento às concentrações de oxigênio indicadas, vias aéreas livres de secreções;
Controle da perfusão periférica e coloração das mucosas. Manter material de intubação a pronto uso;
Controle dos sinais vitais freqüentemente visa detecção precoce de alterações, bem como o ajuste da infusão das drogas;
Monitorização do ritmo cardíaco – deve ser avaliado quanto ao ritmo, freqüência e amplitude das ondas;
Os eletrodos devem estar bem fixados ao tórax, deixando sempre a área para a aplicação das pás livres;
Se apresentar alguma arritmia ao monitor, comunicar ao médico e providenciar registro do eletrocardiograma;
Ter sempre pronto para uso e testado o aparelho para cardioversão;
Fazer balanço hídrico rigoroso – controle dos volumes infundidos, ingesta e líquidos perdidos;
Atentar para a aceitação da dieta, e restrição hídrica, se houver;
Avaliação freqüente do nível de consciência;
Atenção ao aspecto emocional do paciente.
Definição: É a incapacidade do coração de impulsionar o sangue a um volume e velocidade compatíveis com as necessidades metabólicas dos tecidos; para tanto, lança mão de mecanismos de compensação: hipertrofia, dilatação e taquicardia.
A falência miocárdica constitui a via final comum de diversas cardiopatias, destacando-se as seguintes etiologias:
- Isquêmica; - Chagásica;
- Dilatada idiopática; - Hipertensiva;
- Valvar - Congênita
- Periparto; - Pós-miocardite;
- Por agentes cardiotóxicos (álcool, cocaína);
16 Fatores de risco:
• HAS - Diabete melito
• Idade avançada - História de IAM
• Valvopatia - Cardiopatia
• Doença de Chagas - Alcoolismo
Manifestações Clínicas: • Pulso fraco;
• Pressão arterial baixa;
• Extremidades frias;
• Presença de B3.
• Congestão pulmonar;
• Oligúria;
• Obnubilação;
• Edema;
• Dispnéia : de esforço, paroxística noturna, ortopnéia, asma cardíaca, edema agudo de pulmão, respiração de Cheyne-Stokes.
• Edema: periférico, derrame pleural, derrame pericárdico; ascite, anasarca. • Palpitações.
Exame Físico Geral:
• Desnutrição; • Edema de membros inferiores;
• Anasarca;
• Cianose periférica.
Semiologia Cardiovascular:
• Taquicardia; • Íctus desviado e aumentado;
• Presença de B3 ou B4
• A estase jugular é o sinal que mais seguramente reflete hipervolemia.
Semiologia Pulmonar:
• Taquidispnéia; • Estertores creptantes e subcreptantes basais; • Derrame pleural;
• Respiração de Cheyne-Stokes.
Semiologia Abdominal:
• Ascite; • Hepatomegalia.
Exames Complementares:
• ECG; • Radiografia de tórax;
• Ecocardiografia;
• Exames laboratoriais;
• Cateterismo cardíaco.
Tratamento: • Controle da hipertensão arterial;
• Tratamento da dislipidemia;
• Evitar fumo, álcool e drogas; ilícitas como a cocaína;
• Uso de IECA, betabloqueadores, digital, diuréticos; • Avaliação cardiológica periódica.
O edema pulmonar é uma síndrome clínica de causas diversas. No entanto, as alterações fisiopatológicas são semelhantes e decorrem do acúmulo de fluidos nos espaços alveolares e intersticiais dos pulmões, resultando em hipoxemia, complacência pulmonar diminuída, trabalho respiratório aumentado e ventilaçãoperfusão anormal.
Diagnóstico: clínico e suas manifestações dependem da quantidade de líquido acumulado nos pulmões.
- Cardiogênico - Não-cardiogênico
Tipos:
- Ansiedade
Quadro clínico: - Agitação
- Dispnéia
- Uso da musculatura intercostal
- Cianose - Sudorese fria
- Batimento de asas do nariz - Palidez cutânea - Respiração ruidosa
- Tosse
A tosse, inicialmente seca e persistente é seguida por tosse produtiva com expectoração espumosa, branca ou rósea.
Progressão do Exaustão
EAP respiratória
Confusão mental Hipoventilação
e torpor
Morte por hipoxemia
21 MANEJO DO PACIENTE COM EAP
Medidas de suporte:
- Elevação da cabeceira do leito; - Garantir via aérea e acesso venoso adequados;
- Instalação de oxigenioterapia, em caso de disfunção respiratória grave – ventilação mecânica não invasiva e, se necessário, intubação endotraqueal ; - Verificação dos sinais vitais e oximetria;
- Realização de ECG e radiografia de tórax;
- Realização de gasometria arterial, eletrólitos, enzimas cardíacas.
Se PA sistólica > 90 mmHg sem sinais clínicos de choque: Morfina, Isossorbida, furosemida, nitroglicerina ou nitroprussiato de sódio...
Se PA sistólica 70 – 100 mmHg, sem sinais de choque: Dobutamina;
Com sinais de choque: Dopamina ou dopamina + dobutamina. Medidas acima (morfina, nitrato, furosemida) quando PA sistólica > 90mmHg.
Se PA sistólica < 70 mmHg: noradrenalina; Considerar dopamina e dobutamina
23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CINTRA, Eliane. Assistência de Enfermagem ao Paciente Gravemente Enfermo. São Paulo: Atheneu, 2003.
KNOBEL, Elias. Condutas no Paciente Grave. São Paulo: Atheneu, 2002.
SMELTZER, Suzanne.Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
STEFANI, Doral. Clínica Médica. São Paulo: Artmed,2006.