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1 DIRETORIA DE ENSINO DE RIBEIRÃO PRETO ESCOLAS ESTADUAIS DE SERRANA Volume 1, Edição 2. Setembro de 2008 EE Jardim das Rosas Pag. 2 EE Deputado José Costa Pag. 3 EE Neusa Maria do Bem Pag. 4 Expediente Pag. 6 2ª FASE As Escola Estaduais de Serrana se reuniram no dia 20/08/2008 para debater e iniciarem a 2 ª Fase do Projeto de Acompanhamento e Prevenção da Evasão. Discutiu-se a importância de envolvermos os pais no combate a evasão e de chamá-los a responsabilidade. E de juntos, professores, alunos e comunidade escolar desenvolverem ações que valorizem a permanência dos alunos que estão na escola e que ao mesmo tempo seja um convite para aqueles que têm dificuldade de nela permanecer. AÇÕES REALIZADAS Cada UE de Serrana procurou envolver alunos, professores e pais em ações que auxiliassem no combate à evasão. Ações que valorizassem principalmente os alunos que são freqüentes, prevenindo assim possíveis abandonos. E ao mesmo tempo fosse um convite (a permanecer) para aqueles que retornaram. Tornando a escola um lugar cada vez mais acolhedor. Ações que exploraram a criatividade, a união, a solidariedade, a expressão que permitem que os jovens sejam atuantes e se exponham. Ações como: Jogos intercalasse, gincanas, festa junina, apresentação de bandas e “Projeto Pão Solidário” envolvendo alunos da APAE, entre outras. Além disso foram realizadas reuniões com os pais de alunos faltosos e evadidos, a partir da qual se percebe uma mudança que

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DIRETORIA DE ENSINO DE RIBEIRÃO PRETOESCOLAS ESTADUAIS DE SERRANA

Volume 1, Edição 2. Setembro de 2008

EE Jardim das Rosas Pag. 2

EE Deputado José Costa Pag. 3

EE Neusa Maria do Bem Pag. 4

Expediente Pag. 6

2ª FASE

As Escola Estaduais de Serrana se reuniram no dia 20/08/2008 para debater e iniciarem a 2ª Fase do Projeto de Acompanhamento e Prevenção da Evasão. Discutiu-se a importância de envolvermos os pais no combate a evasão e de chamá-los a responsabilidade. E de juntos, professores, alunos e comunidade escolar desenvolverem ações que valorizem a permanência dos alunos que estão na escola e que ao mesmo tempo seja um convite para aqueles que têm dificuldade de nela permanecer.

AÇÕES REALIZADAS

Cada UE de Serrana procurou envolver alunos, professores e pais em ações que auxiliassem no combate à evasão. Ações que valorizassem principalmente os alunos que são freqüentes, prevenindo assim possíveis abandonos. E ao mesmo tempo fosse um convite (a permanecer) para aqueles que retornaram. Tornando a escola um lugar cada vez mais acolhedor.

Ações que exploraram a criatividade, a união, a solidariedade, a expressão que permitem que os jovens sejam atuantes e se exponham. Ações como: Jogos intercalasse, gincanas, festa junina, apresentação de bandas e “Projeto Pão Solidário” envolvendo alunos da APAE, entre outras.

Além disso foram realizadas reuniões com os pais de alunos faltosos e evadidos, a partir da qual se percebe uma mudança que ainda não é a ideal.

“Não há razão para desistir quando é possível imaginar razões pra ter esperança” (Madre Tereza de Calcutá)

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EE Jardim das Rosas

Conjugar

Permanecer. Para muitos verbo difícil de conjugar. E muito mais de praticar. Aquilo que permanece está. Quem permanece vivencia. Aprender com prazer, curiosidade e paixão acontece quando se ensina com prazer, curiosidade e paixão. Pode parecer piegas ou brega como um pingüim sobre a geladeira, mas é verdade que pessoas motivadas, independente das situações adversas são capazes de motivar aqueles que estão ao seu redor. Alguns serão “contaminados” mais rapidamente que outros. Isso não é segredo para ninguém, pois é processo natural da vida.

Os problemas sociais que afastam os alunos da escola são semelhantes a todas aquelas que enfrentam a Evasão. Problemas estes, que se agravam mais, quando a escola ainda espera o aluno “ideal” (todo ponto de vista é visto de um ponto), ou mesmo que tenha consciência do aluno real continua a trabalhar como se os indivíduos que ali estão presentes fossem robôs sem defeito de fabrica. Todos com o mesmo programa a executar. É necessário a todos que trabalham no ambiente escolar, compreender a diversidade. Que a formação dos profissionais os tornem competentes e capazes de continuar aprendendo. Que tenham uma base sólida para que possam continuar a sua formação no cotidiano escolar. Para que possam atuar utilizando diversas estratégias no desenvolvimento do individuo e na promoção de sua aprendizagem.

Ao nos reunirmos com os pais, percebemos que a maioria se sente de mãos atadas. Como se não tivessem mais o que fazer. Alguns não enxergam a “Escola” como algo tão importante. Os mesmos passam por diversos problemas. Um deles é o desemprego, que acaba por influenciar a não permanência do aluno na escola, pois muitos ajudam no sustento da casa.

E na escola, além da sala de aula, diversas atividades são realizadas com o intuito de promover um ambiente agradável e, que ao mesmo tempo desenvolva a aprendizagem. Alguns desses projetos estão diretamente ligados aos conteúdos trabalhados em sala de aula. Outras nem tanto, mas acabam por desenvolver a expressão, oralidade e a criatividade, quesitos tão importantes no mundo atual.

Alunos do Ensino Médio que se apresentaram nos eventos organizados pelo Colegiado em 2008

Alunos do Ensino Fundamental que participaram dos jogos interclasse.

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ESCOLA RESGATA O ALUNO Atualmente a equipe gestora vem desenvolvendo várias ações para resgatar os alunos que se evadiram da escola. Em reunião com os pais destes alunos, a equipe orientou-os sobre a importância dos estudos, oferecendo como apoio aos alunos que retornassem: aulas de reforço e recuperação, aulas na sala de informática com alunos monitores. O resultado obtido com a reunião, só veio confirmar a realidade da maioria de nossos jovens, que vão em busca de trabalho e abandonam os estudos. Em um relato, uma mãe disse que, com o trabalho, o filho dela melhorou muito o comportamento. Mas vale ressaltar que o estudo é muito importante para o desenvolvimento pessoal e profissional dos nossos jovens. Além do incentivo da escola e o apoio de vários parceiros da cidade, as famílias também estão comprometidas diretamente nas atividades, buscando assim garantir uma maior integração entre escola, família e comunidade.

EE Deputado José Costa

UMA MUDANÇA PARA O ALUNO

A escola vem oferecendo ações e projetos diferenciados para torná-la sempre um local atrativo e acolhedor, com isso, as atividades são diversificadas como:

Palestra sobre: Vitórias e Conquistas.

Comemorações: Festa Junina e Folclore.Projeto: Teatro – “E, agora Mãe?”Os gráficos abaixo demonstram os resultados positivos obtidos com as ações realizadas pela equipe escolar.

UMA LIÇÃO DE VIDA

O Projeto Pão Solidário esteve na APAE de Serrana, onde os alunos se sensibilizaram com oportunidade de Estarem compartilhando e conhecendo exemplos de superação.

Alunos Evadidos

23%Conv.

Retor.54%

32%

0

20

40

60

80

E F E M

Alunos Faltosos

Conv

Retor

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EE Neusa Maria do Bem

Relatório da Reunião sobre a Evasão Escolar“ A palavra é o meu domínio sobre o mundo”. Clarice Lispector

Refletindo o pensamento da escritora e poetisa Clarice Lispector, entendemos que o “poder” da palavra é muito grande e pode mudar parte da realidade que encontramos. Embasados nessa linha de pensamento, reunimos os responsáveis e todos os alunos com baixa freqüência da escola Estadual Neusa Maria do Bem, antigo Jardim das Rosas II, para fazermos o uso da palavra e entendermos as causas que geraram a evasão e as conseqüências causadas por ela. Recebemos os responsáveis de nossos alunos faltosos no dia 27/08/2008 e iniciamos a reunião com a presença do corpo docente e administrativo da unidade escolar junto com o Sr. Adriano Santana Ponciano, membro do Conselho Tutelar. O promotor da cidade de Serrana, Dr. Paulo César e Souza Assef foi convidado, mas por motivo alheio à sua vontade, não pôde comparecer e não enviou nenhum representante. As propostas de ações para mudar o quadro da baixa freqüência escolar dos alunos dessa unidade escolar foi iniciativa de todo o corpo docente e administrativo dessa escola. As coordenadoras do Ensino Fundamental e do Ensino Médio: Sílvia Helena Moura Borges e Marta Regina Caldatto, junto com a professora de Geografia Débora Lopes Francisco e a professora de Português, Márcia Aparecida Carvalho Pozzato, conduziram a reunião e registraram todas as partes que compõem esse relatório. A reunião iniciou-se com a leitura do artigo da LDB (Lei de Diretrizes e Bases que regem a Educação Brasileira: Artigo 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua e qualificação para o trabalho.

A seguir, ouvimos dos responsáveis e dos nossos alunos as CAUSAS da baixa freqüência escolar. Houve a abertura e foi concedida a palavra para cada membro fazer o seu uso durante toda a reunião. A partir daí, procuramos identificar conjuntamente, as causas da evasão escolar. Os resultados foram os seguintes: Os nossos alunos com baixa freqüência escolar foram recebidos de duas escolas publicas estaduais e uma municipal. Esses alunos foram transferidos compulsoriamente, sem serem consultados, por isso, alguns não freqüentam às aulas afirmando não gostarem da escola. São frutos de várias uniões conjugais, carentes de afeto e compreensão e vivenciam uma realidade em que o nível aquisitivo e intelectual não são suficientes às necessidades dos educandos. A idade é superior em relação à série em que se encontram. São filhos de pais desempregados e que dão “pouco” valor à escola. Alguns alunos ficam a maior parte do tempo sozinhos porque os pais se ausentam para o trabalho. Sendo assim, não há um acompanhamento das atividades pedagógicas. A distância entre casa e escola é muito grande. Há uma defasagem considerada em relação ao aprendizado do aluno que, muitas vezes se sente fracassado para o aprendizado dos conteúdos e a construção do conhecimento. O nível de escolaridade dos pais é baixo, alguns são analfabetos. Fatos que geram a incompreensão da relevância da escola na vida dos seus filhos. A desnutrição e a falta de uma alimentação equilibrada também são fatores que interferem na baixa freqüência de alguns alunos. Há ausência de políticas públicas estaduais e municipais para resolver o problema da evasão. O desinteresse que o próprio aluno apresenta em relação aos estudos. Após identificarmos e refletirmos sobre as causas da evasão, ouvimos, apontamos e enumeramos as conseqüências provocadas por ela: Impossibilidade de vivências que contribuam com o desenvolvimento intelectual e pessoal dos educandos. Comprometimento de inserção no

Pais, alunos, corpo docente e administrativo presentes na reunião do dia 27/08/2008.

mercado de trabalho. Comprometimento na construção da auto-imagem, uma vez que esses alunos estão em situação de fracasso, mas não são fracassados. Ausência

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de vínculo com colegas e professores. Os alunos não exercem a reflexão e não mobilizam seus sonhos como condição de vida, consequentemente há limitação das possibilidades de transformação da vida pessoal e coletiva. Não há construção e aquisição de conhecimentos que contribuam com o exercício da cidadania. Impossibilidade de construção de uma vida mais disciplinada já que participar da escola demanda cumprimento de direitos e deveres. Impossibilidade de construção do presente e do futuro. Comprometimento da compreensão da realidade, uma vez que as ciências humanas e naturais nos dão subsídios para fazermos essa leitura. Comprometimento na construção dos valores que devem nortear a vida de todo cidadão. Ao identificarmos e compartilharmos as conseqüências, perguntamos aos pais como eles têm atuado para reverter essa situação. As ações apontadas pelos responsáveis foram as seguintes: Há diálogo com os filhos e netos destacando a importância da sua freqüência na escola, mas esses não seguem as orientações. Muitas vezes os responsáveis buscam parceria com os membros do Conselho Tutelar, mas nem sempre encontram a solução adequada ao problema. Alguns pais ou responsáveis solicitam vagas em outras unidades no período noturno para os filhos que estão em idade para um possível trabalho, mas nem sempre são atendidos. Determinados responsáveis não atuam para resolução desse problema porque entendem que é melhor os filhos estarem no trabalho do que na escola, dessa forma ajudam no orçamento familiar. Alguns pais não atuam de maneira adequada em relação à educação dos filhos e são muito passivos na condução das estratégias. Em seguida ao apontamento das ações dos pais, apresentamos as estratégias de atuação da escola para reverter essa situação. São elas: Diálogo intensivo na prevenção da evasão escolar. Contatos constantes com as famílias buscando articular parceria da escola com elas. Contrato pessoal com os alunos tentando garantir a sua presença todos os dias na unidade escolar. Houve várias investigações por parte da coordenação, tentando entender as razões e os possíveis sofrimentos e desejos dos alunos evadidos. Foram desenvolvidos projetos como a escrita de cartas feitas por colegas da unidade escolar, tentando reinserí-los no cotidiano escolar; Há levantamento constante da freqüência dos alunos por parte da coordenação, promovendo articulação entre professores e coordenadores. Solicitação do trabalho de membros do Conselho Tutelar na investigação e identificação dos alunos evadidos. Encaminhamento dos alunos faltosos para a Vara da Infância e Juventude. Criação e atuação do Grêmio Estudantil junto ao corpo discente, docente e administrativo da escola em busca de soluções para esse problema. Foram estabelecidos compromissos do corpo docente e administrativo da escola em construir uma escola prazerosa para os nossos alunos. Promoção de gincanas, festas e jogos interclasses, na tentativa de promover a socialização entre os alunos. Criação de momentos culturais com a participação de bandas da cidade de Serrana, como a Banda de rock Splinter e a banda Marcial.

Gincana realizada na escola dia 4/09/2008 Adesão de um aparelho de som e de uma caixa acústica da marca Britânia, obtidas por atividades culturais promovidas pelo Grêmio Estudantil para a veiculação de canções de vários gêneros musicais no intervalo. Vale ressaltar que a seleção dos gêneros musicais foi vivenciada democraticamente por toda a comunidade escolar. Houve adequação e criação de atividades pedagógicas pertinentes ao nível de desenvolvimento desses alunos, procurando fornecer subsídios para a sua interação dos conteúdos abordados junto à classe. Participação dialógica entre o professor e aluno na tentativa de mostrar a importância da escola para a sua vida. A luta conjunta de todo o corpo docente e administrativo para obter o compromisso do Estado e da Prefeitura frente à educação. Após as reflexões, estabelecemos um compromisso escrito com os pais de que todos os alunos deveriam voltar a freqüentar a escola. No dia seguinte a reunião, tivemos o retorno de inúmeros alunos na escola. Até o presente momento, nossos objetivos foram alcançados. Eles se pautam na escola como lugar possível para desenvolvermos o pensamento, a socialização, a produção, a reprodução da cultura e do conhecimento. Assim, entendemos que a palavra associada à reflexão é o veículo que desperta e demanda constantemente novas ações. Esperamos que a nossa palavra, articulada com as dos pais e alunos evadidos, possam reverter essa situação.

Gincana realizada na escola dia 4/09/2008

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EE Neusa Maria do Bem

EE Jardim das Rosas

EE Deputado José Costa

GESTORES:

Solange Navarro Fabbri

Maria Helena de Bem Zavanella

Rosilene Aparecida da Silva

Jane Aparecida Casagrande da Silva

GESTORES:Maria Laurinda Quintino Carvalho

MerencioLuziana Maria Borges Janini

Silvia Helena Moura Borges PiresMarta Regina Caldatto

GESTORES:

Maria de Lourdes Barbosa

Mario Sérgio da Fonseca Borges

Renata Aparecida dos Santos

Evandra Cristina da Silva

Expediente:

“Jornal O desafio da permanência” é uma publicação da Escolas Estaduais de Serrana.

Ano 1 – no 2.

Diagramação: Evandra Cristina da Silva

Correção: Iracema Cândido dos Reis Lopes