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2014 LEANDRO BORTOLETO Mestre e bacharel em direito pela Universidade Estadual Paulista – UNESP. Coordenador e professor no curso de especialização em Direito Público da Escola Superior de Direito – ESD/Ribeirão Preto. Professor no curso de pós-graduação em Direito da Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, campus Ribeirão Preto. Professor no curso de graduação em direito do Centro Universitário UNISEB. Professor no curso de especialização em licitações e contratos administrativos do Centro Universitário UNISEB Interativo. Professor no curso EuVouPassar. Professor no curso Proordem. Analista Judiciário na Justiça Federal. Ex-oficial de justiça no TJ/SP. PERLA MÜLLER Mestre e graduada em Direito pela Universidade Estadual Paulista – UNESP. Especialista em Direito Em- presarial pela Universidade Federal de Uberlândia-UFU. Professora de Fundamentos de Ética, Filosofia Geral e Filosofia do Direito no Centro Universitário Uniseb. Professora no curso de especialização em Direito Público da Escola Superior de Direito – ESD/Ribeirão Preto. Professora de Ética Profissional no curso Proordem. Advogada-sócia do escritório Assef Müller Advogados Associados. Para os concursos de Técnico e Analista dos Tribunais e do MPU INCLUI: Questões de concursos comentadas Análise do Decreto nº 1.171/94 Legislação relacionada ao capítulo Edital esquematizado

1. Ética No Serviço Público

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ética no serviço

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  • 2014

    LEANDRO BORTOLETO Mestre e bacharel em direito pela Universidade Estadual Paulista UNESP.

    Coordenador e professor no curso de especializao em Direito Pblico da Escola Superior de Direito ESD/Ribeiro Preto. Professor no curso de ps-graduao em Direito

    da Fundao Armando lvares Penteado FAAP, campus Ribeiro Preto.Professor no curso de graduao em direito do Centro Universitrio UNISEB.

    Professor no curso de especializao em licitaes e contratos administrativos do Centro Universitrio UNISEB Interativo. Professor no curso EuVouPassar.

    Professor no curso Proordem. Analista Judicirio na Justia Federal. Ex-ofi cial de justia no TJ/SP.

    Contato: www.leandrobortoleto.com.br Contato: www.leandrobortoleto.com.br Contato: www.leandrobortoleto.com.br

    PERLA MLLER Mestre e graduada em Direito pela Universidade Estadual Paulista UNESP. Especialista em Direito Em-

    presarial pela Universidade Federal de Uberlndia-UFU. Professora de Fundamentos de tica, Filosofi a Geral e Filosofi a do Direito no Centro Universitrio Uniseb. Professora no curso de especializao em Direito Pblico da Escola Superior de Direito ESD/Ribeiro Preto.

    Professora de tica Profi ssional no curso Proordem.Advogada-scia do escritrio Assef Mller Advogados Associados.

    Contato: [email protected]: [email protected]: [email protected]

    Para os concursos de Tcnico e Analista dos Tribunais e do MPU

    INCLUI: Questes de concursos comentadas Anlise do Decreto n 1.171/94 Legislao relacionada ao captulo Edital esquematizado

    Para os concursos de Tcnico e Analista dos Tribunais e do MPU

  • 7Edital sistematizado1(Para facilitar a pesquisa e otimizar seu estudo)

    f ITENS DO EDITAL f TPICO DO LIVRO f PGINAS

    1. tica e Moral. Cap I

    Itens 1 e 213-20

    2. tica, princpios e valores. Cap IItem 3

    20-23

    3. tica e democracia: exerccio da cidadania. Cap IItem 5

    28-30

    4. tica e funo pblica. 5 tica no Setor Pblico

    Cap IItem 6

    30-32

    6. Cdigo de tica Profissional do Servio Pblico (Decreto n 1.171/1994).

    Cap IITodos os itens

    37-74

    7 Lei n 8.112/1990 e alteraes: regime disciplinar (deveres e proibies, acumulao, responsabili-dades, penalidades).

    Cap 3Item 2

    77-97

    8. Lei n 8.429/1992: das disposies gerais, dos atos de improbidade administrativa.

    Cap 4Item 2

    117-127

    1. Dependendo do edital, a matria pode ser cobrada como tica no Servio Pblico ou tica na Admi-nistrao Pblica.

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    Cdigo de tica do Servidor Pblico Civil do Poder Executivo Federal: Decreto n 1.171/94

    CAPTULO IICdigo de tica do Servidor

    Pblico Civil do Poder Executivo Federal: Decreto n 1.171/94

    Sumrio 1 Introduo. 2 Das regras deontolgicas. 3. Dos principais deveres do servidor pblico. 4 Das vedao ao servidor pblico. 5. Das comisses de tica. 6. Legislao relacionada ao captulo. 7. Questes: 7.1 Questes comentadas; 7.2 Questes de concursos.

    1. INTRODUO

    A modernidade tem experimentado, cada vez mais, uma perda de padres ticos. Diante a complexidade da vida nos dias atuais, tornou-se extremamente difcil ao homem mdio a distino entre o bem e o mal, o honesto e o desonesto, a virtude e o vcio.

    Tal situao tem exigido uma crescente ampliao do Direito ao campo antes reservado moral e tica. O que antes era resolvido pela conscincia do homem, hoje passa a ser regido pelo formalismo do Direito.

    neste contexto que se destacam os cdigos de tica, que se caracterizam por princpios e regras que visam justamente definir condutas a serem seguidas por um determinado grupo de profissionais.

    A necessidade de se definir os caminhos ticos a serem seguidos pelos profissio-nais de cada ramo especfico fez multiplicar, nos ltimos anos, os chamados "cdigos de ticas" relativos s mais diversas profisses (cdigo de tica da advocacia, cdigo de tica da medicina, etc).

    No poderia ser diferente em relao profisso dos servidores pblicos, sobretudo quando se leva em considerao que a Administrao Pblica deve se pautar pelo princpio da moralidade, sendo exigido de seus agentes aos quais se incumbe a materializao da vontade do Estado por meio de atos e procedimentos administrativos um comportamento regido pela tica.

    Outrossim, os cdigos de tica so mais que mero conjunto de leis a serem observadas por seus destinatrios, no caso os servidores pblicos, sob pena da

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    Leandro Bortoleto e Perla Mller

    sano estatal; os cdigos de tica so, na realidade um conjunto de normas a serem observadas, no por medo da violncia do Estado por sua inobservncia (sano), mas por senso e conscincia moral livre, autnoma e ntima, por convic-o interna, de que os servios pblicos devem orientar-se consecuo do bem comum e prestgio solidariedade social como meios de sobrevivncia e harmonia da sociedade para o que se exige o estrito respeito ao elemento tico que deve compor todo o agir humano.

    No que se refere aos Servidores Pblicos Civis do Poder Executivo Federal, que interessa ao nosso estudo, o Governo Federal, por meio do Decreto n 1.171/94, instituiu o Cdigo de tica Profissional do Servidor Pblico Civil do Poder Executivo Federal. Na Exposio de Motivos do ato normativo, destaca-se que o objetivo pretendido instalar, na Administrao Pblica, a conscincia tica na conduta do servidor pblico, com o restaurar da sua dignidade e da sua honorabilidade, crian-do assim incentivos prtica da solidariedade social, bem como, expressamente, informar ao cidado usurio dos servios pblicos a adeso do Estado ao enten-dimento doutrinrio de que sua conduta conforme tica consolida efetivamente o Poder, criando em torno da autoridade a colaborao espontnea da cidadania, em decorrncia da conseqente obteno de servios pblicos mais satisfatrios1.

    De acordo com o art. 2 do Decreto, foi determinado poca que os rgos da administrao direta e as entidades da administrao indireta federal deveriam im-plementar, no prazo de sessenta dias, as providncias necessrias plena vigncia do Cdigo de tica, inclusive mediante a Constituio da respectiva Comisso de tica, integrada por trs servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente e, posteriormente, a constituio da Comisso de tica deveria ser comunicada , ento existente, Secretaria da Administrao Federal Presidncia da Repblica, com a indicao dos respectivos membros titulares e suplentes.

    Assim, o Cdigo de tica Profissional do Servidor Pblico Civil do Poder Executi-vo Federal segue como anexo ao decreto mencionado e est dividido da seguinte maneira:

    f Cdigo de tica Profissional do Servidor Pblico Civil do Poder Executivo Federal (Decreto n 1.171/94)

    Captulo I Captulo II

    Seo I Das regras deontolgicasSeo II Dos principais deveres do servidor pblicoSeo III Das vedaes ao servidor pblico

    Das comisses de tica

    1. in http://www.dnit.gov.br/institucional/comissao-de-etica/legislacao/legislacao-aplicada-a-gestao--da-etica-e-de-pessoas/Exposicao%20de%20Motivos%20Codigo%20de%20Etica%20do%20Serv%20%20Publico.pdf, acesso em 30/07/2014.

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    Cdigo de tica do Servidor Pblico Civil do Poder Executivo Federal: Decreto n 1.171/94

    Todas as disposies do Cdigo de tica referem-se ao servidor pblico fe-deral e o Decreto n 1.171/94, no inciso XXIV (Captulo II) cuida de definir quem se encaixa nessa expresso. Assim, nos termos desse dispositivo, para fins de apurao do comprometimento tico, considera-se servidor pblico todo aquele que, por fora de lei, contrato ou de qualquer ato jurdico, preste servios de natureza permanente, temporria ou excepcional, ainda que sem retribuio financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer rgo do poder estatal, como as autarquias, as fundaes pblicas, as entidades paraestatais, as empresas pblicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevalea o interesse do Estado.

    f Definio de servidor pblico para fins de apurao de comprometimento ticoAquele que

    por fora de:preste servios

    de natureza: desde que ligado:

    lei

    contrato ou

    qualquer ato jurdico

    permanente temporria excepcionalainda que sem retri-buio financeira

    direta ou

    indiretamente

    a qualquer rgo do poder estatal, como as autar-quias, as fundaes pblicas, as entidades paraesta-tais, as empresas pblicas e as sociedades de eco-nomia mista, ou em qualquer setor onde prevalea o interesse do Estado

    2. DAS REGRAS DEONTOLGICAS

    Conforme anteriormente apontado, de extrema necessidade compelir os agentes pblicos a seguirem um padro tico condizente com a moralidade que deve cercar os atos administrativos, de modo que o prprio Estado edita normas deontolgicas, ditando limites ao de seus servidores, encontrando-se positiva-dos, alm de normas e princpios gerais, normas especficas aos diversos setores da Administrao Pblica.

    Tais regras deontolgicas so insertas nos chamados cdigos de tica que positivam os princpios ticos na forma de normas jurdicas que, por um lado, impem-se como elemento obrigatrio da conduta do servidor pblico e, por outro lado, apresentam-se como informativos aos usurios dos servios pblicos de que devem ser tratados com respeito e dignidade, bem como de que os atos e processos administrativos devem ser dotados de moralidade como condio de sua eficcia e validade.

    Referido Cdigo de tica, inserido no Anexo ao Decreto n 1.171/94, traz em sua primeira parte, um conjunto de normas deontolgicas que devero ser seguidas pelos Servidores Pblicos Civis do Poder Executivo Federal como forma de incorporao do elemento tico ao comportamento do agente administrativo no desempenho de seu cargo ou funo pblicos.

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    Leandro Bortoleto e Perla Mller

    Como se v, o Cdigo de tica dos Servidores Pblicos Federais, refora a ideia, logo em seu primeiro dispositivo legal (Inciso I), de que o servidor pblico deve manter seu comportamento e seus atos sempre direcionados pelos princpios morais. Tal determinao decorre obviamente do princpio da moralidade previsto expressamente na Constituio Federal de 1988.

    Assim, a dignidade, o decoro, o zelo, a eficcia e a conscincia dos princpios morais so primados maiores que devem nortear o servidor pblico.

    Porm, o que deve ser verificado que a moralidade tratada no enunciado no se limita apenas ao mrito dos atos e procedimentos administrativos, pelos quais se materializa a vontade do Estado, mas deve, sobretudo, pautar o prprio comportamento do servidor, seja no exerccio do cargo ou funo ou fora dele.

    Isto significa que o servidor deve manter uma conduta digna e decorosa mesmo que esteja fora do exerccio de sua profisso, j que representa o Estado, no se admitindo que comportamentos imorais venham a abalar a honra e a tradio dos servios pblicos, j que seus atos, comportamentos e atitudes sero direcionados para a preservao da honra e da tradio dos servios pblicos.

    Portanto, se o servidor pblico dado a condutas indecorosas que possam refletir negativamente sobre a imagem da instituio qual pertena, restar caracterizada a violao norma que impe o dever de seguir uma conduta moralmente aceita, ainda que a falta de decoro se d fora do ambiente de trabalho.

    f CONDUTA DO SERVIDOR PBLICO

    Moralidade, dignidade, decoro, zelo, eficcia

    Dentro do servio pblico e fora dele Comportamento den-tro da moralidade para preservao da honra e tradio dos servios pblicos

    No que se refere aos atos e procedimentos administrativos, o inciso II do Cdi-go de tica dispe que o servidor pblico est obrigado a realizar, quando diante uma tomada de deciso, um juzo tico para ponderar qual deciso se amolda ao que seja moralmente aceitvel. No basta ao servidor a verificao dos critrios formais do ato a ser praticado, devendo, antes de tudo, verificar se sua deciso segue um padro tico justificvel e esperado pela sociedade, j que, caso sua deciso esteja dissociada da moralidade, poder ser caracterizado como ato de improbidade, sujeito s sanes legais, conforme previso contida no artigo 37, 4, do Constituio Federal.

    Assim, o servidor no poder desprezar o elemento tico de sua conduta, ou seja, no poder se limitar a decidir somente entre o legal e ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, de-vendo sempre agregar a sua escolha poltica a ponderao entre o honesto e o desonesto, de forma a propiciar a deciso que mais se enquadre dentro dos princpios ticos.

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    Leandro Bortoleto e Perla Mller

    4. DAS VEDAES AO SERVIDOR PBLICOParalelo aos deveres, o Cdigo de tica arrola as vedaes a que se sujeita o

    servidor pblico6, em sua Seo III, no inciso XV, nas alneas a a p.

    As proibies dirigidas ao servidor no Anexo do Decreto n 1.171/94 no podem ser confundidas com as que constam no art. 117 da Lei n 8.112/90, especialmente porque no estatuto dos servidores federais h a previso de aplicao de sanes mais graves como, por exemplo, a suspenso e a demisso, enquanto que no Cdigo de tica a pena prevista a censura.

    O servidor, no exerccio de seu cargo ou funo, deve atuar sempre em busca do interesse pblico e, assim, no pode pretender obter vantagem pelo seu exerccio. Nesse sentido, o Cdigo de tica veda ao servidor o uso do cargo ou funo, facili-dades, amizades, tempo, posio e influncias, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem (alnea a) e fazer uso de informaes privilegiadas obtidas no mbito interno de seu servio, em benefcio prprio, de parentes, de amigos ou de terceiros (alnea m).

    f NO PODE O SERVIDOR

    Usar

    cargo funo facilidades amizades tempo posio influncias

    para obter qualquer favo-recimento, para si ou para outrem

    alnea a

    informaes privilegiadas (obtidas no mbito interno de seu servio)

    em benefcio: prprio de parentes de amigos de terceiros

    alnea m

    A contraprestao pelo exerccio das atribuies prprias do cargo que ocupa devida pelo Estado e, por isso, o servidor no presta nenhum favor a ningum quando exerce suas atividades e no lhe permitido obter qualquer espcie de retorno ou vantagem como recompensa ou como condio para praticar ou deixar de praticar algum ato que lhe prprio. Nessa esteira, prev a alnea g que vedado ao servidor pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificao, prmio, comisso, doao ou vantagem de qual-quer espcie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua misso ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim.

    6. Da mesma maneira quanto aos deveres, ressalta-se a importncia da leitura e da memorizao das vedaes, seja pela corriqueira cobrana nas provas, seja para se fazer a diferenciao com as vedaes elencadas no art. 117 da Lei n 8.112/90.

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    Cdigo de tica do Servidor Pblico Civil do Poder Executivo Federal: Decreto n 1.171/94

    f AO SERVIDOR VEDADO

    PleitearSolicitarProvocarSugerirReceber

    Qualquer tipo de: ajuda financeira gratificao prmio comisso doao vantagem de qualquer espcie

    para: si familiares qualquer pessoa

    para o cumprimento da sua misso

    ou para influenciar outro ser-

    vidor para o mesmo fim

    Tambm, por exigncia de uma atuao impessoal no pode o servidor querer privilegiar nem prejudicar ningum e, desse modo, lhe proibido usar de artifcios para procrastinar ou dificultar o exerccio regular de direito por qualquer pes-soa, causando-lhe dano moral ou material (alnea d) ou iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em servios pblicos (alnea i).

    No pode o servidor querer imprimir suas vontades e desejos pessoais no exer-ccio de sua funo e, portanto, lhe vedado permitir que perseguies, simpatias, antipatias, caprichos, paixes ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o pblico, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hierarqui-camente superiores ou inferiores (alnea f), bem como no pode prejudicar deliberadamente a reputao de outros servidores ou de cidados que deles dependam (alnea b).

    f AO SERVIDOR VEDADO(alnea d)usar de artifcios

    para: procrastinar ou dificultar

    o exerccio regu-lar de direito por qualquer pessoa

    causando-lhe dano: moral ou material

    (alnea i)iludir ou tentar iludir

    qualquer pessoa que necessite do atendimento em ser-vios pblicos

    (alnea f)permitir

    que perseguies simpatias antipatias caprichos paixes interesses de ordem pessoal

    interfiram no tra-to com

    o pblico os jurisdicionados

    administrativos colegas hierarqui-

    camente superio-res ou inferiores

    (alnea b)prejudicar deliberadamente a reputao

    de: outros servidores ou cidados que deles dependam

    Para que a atuao administrativa possa ser exercida, h a necessidade de recursos materiais e humanos e, por isso, h servidores pblicos, os quais tm a sua dispo-sio bens materiais para viabilizar sua atividade. Entretanto, o nico fim admissvel

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    Cdigo de tica do Servidor Pblico Civil do Poder Executivo Federal: Decreto n 1.171/94

    No caso especfico do servidor pblico federal, nos termos do art. 127, da Lei n 8.112/90, a penas disciplinares passveis de aplicao so: a) advertncia; b) sus-penso; c) demisso; d) cassao de aposentadoria e disponibilidade; e) destituio de cargo em comisso; f) destituio de funo comissionada.

    f PENAS APLICVEIS AO SERVIDOR FEDERALDecreto n 1.171/94 Lei n 8112/90

    Censura

    advertncia suspenso demisso cassao de aposentadoria e disponibilidade destituio de cargo em comisso destituio de funo comissionada

    Foi atribuda, tambm, s comisses a funo de fornecer os registros de con-duta tica dos servidores aos respectivos rgos pblicos, para instruir promoes e demais procedimento inerentes carreira (inciso XVIII).

    6. LEGISLAO RELACIONADA AO CAPTULO

    Decreto n 1.171, de 22 de junho de 1994Aprova o Cdigo de tica Profissional do

    Servidor Pblico Civil do Poder Executivo Federal.

    O PRESIDENTE DA REPBLICA, no uso das atribuies que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da Constituio, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n 8.429, de 2 de junho de 1992,

    DECRETA:

    Art. 1 Fica aprovado o Cdigo de tica Profissional do Servidor Pblico Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa.

    Art. 2 Os rgos e entidades da Adminis-trao Pblica Federal direta e indireta imple-mentaro, em sessenta dias, as providncias necessrias plena vigncia do Cdigo de tica, inclusive mediante a Constituio da respectiva Comisso de tica, integrada por trs servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego permanente.

    Pargrafo nico. A constituio da Comis-so de tica ser comunicada Secretaria da Administrao Federal da Presidncia da Repblica, com a indicao dos respectivos membros titulares e suplentes.

    Art. 3 Este decreto entra em vigor na data de sua publicao.

    Braslia, 22 de junho de 1994, 173 da In-dependncia e 106 da Repblica.

    ITAMAR FRANCO

    Romildo Canhim

    Este texto no substitui o publicado no DOU de 23.6.1994.

    ANEXOCdigo de tica Profissional do Servidor

    Pblico Civil do Poder Executivo FederalCAPTULO I Seo I

    Das Regras Deontolgicas

    I A dignidade, o decoro, o zelo, a efi-ccia e a conscincia dos princpios morais so primados maiores que devem nortear o servidor pblico, seja no exerccio do cargo ou funo, ou fora dele, j que refletir o

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    Cdigo de tica do Servidor Pblico Civil do Poder Executivo Federal: Decreto n 1.171/94

    XXII A pena aplicvel ao servidor pblico pela Comisso de tica a de censura e sua fundamentao constar do respectivo pare-cer, assinado por todos os seus integrantes, com cincia do faltoso.

    XXIII Revogado pelo Decreto n 6.029, de 2007.

    XXIV Para fins de apurao do comprome-timento tico, entende-se por servidor pblico todo aquele que, por fora de lei, contrato ou

    de qualquer ato jurdico, preste servios de natureza permanente, temporria ou excep-cional, ainda que sem retribuio financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer rgo do poder estatal, como as au-tarquias, as fundaes pblicas, as entidades paraestatais, as empresas pblicas e as so-ciedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevalea o interesse do Estado.

    XXV Revogado pelo Decreto n 6.029, de 2007.

    7. QUESTES

    7.1 Questes comentadas

    01. (Cespe CNJ Analista Judicirio 2013) No intuito de solucionar o problema de um cidado, o servidor pblico pode criar mecanismos para evitar a morosida-de da burocracia organizacional, inclusive desconsiderando, caso seja necess-rio, as regras hierrquicas que possam impedir a fluidez do trabalho.

    Certo ( ) Errado ( )

    COMENTRIOS

    Errado. De fato, por fora do princpio da eficincia, o servidor deve exercer suas ativi-dades da forma a buscar os melhores resultados possveis e, sem dvida, para isso no pode haver morosidade. Nesse sentido, conforme as alneas a e b do inciso XIV do Cdigo de tica, so deveres, respectivamente, desempenhar, a tempo, as atribuies do cargo, funo ou emprego pblico de que seja titular e exercer suas atribuies com rapidez, perfeio e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente re-solver situaes procrastinatrias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espcie de atraso na prestao dos servios pelo setor em que exera suas atribuies, com o fim de evitar dano moral ao usurio. Entretanto, por outro lado, o servidor tem o dever de obedincia hierrquica, o que s pode ser afastado se houver ordem manifestamente ilegal e no, simplesmente, para agilizar as suas atividades. Nesse sen-tido, so deveres do servidor ter respeito hierarquia, porm sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal (alnea h) e cumprir, de acordo com as normas do servio e as instru-es superiores, as tarefas de seu cargo ou funo, tanto quanto possvel, com critrio, segurana e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem (alnea r).

    (Cespe CNJ Tcnico Judicirio rea Administrativa 2013) Acerca de tica no servio pblico, julgue os itens a seguir.

    02. Um servidor pblico que tenha seu nome vinculado a qualquer atividade empre-sarial suspeita pode incorrer em falta tica.

    Certo ( ) Errado ( )

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    Leandro Bortoleto e Perla Mller

    COMENTRIOS

    Certo. O comprometimento tico do servidor deve existir tambm fora do servio pbli-co e, dependendo da situao, pode haver falta tica mesmo no sendo no exerccio da sua funo. o caso enunciado na questo, pois vedado ao servidor, consoante alnea p do inciso XV, exercer atividade profissional atica ou ligar o seu nome a empreen-dimentos de cunho duvidoso.

    03. Estimular a observncia do Cdigo de tica do Servio Pblico um dever de todo e qualquer servidor pblico.

    Certo ( ) Errado ( )

    COMENTRIOS

    Certo. De forma a conferir robustez e incentivar o comportamento tico o Cdigo de tica arrola como dever do servidor exercer atividade profissional atica ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso (inciso XIV, alnea p).

    04. Para apurao de qualquer falta tica no setor pblico, deve-se considerar como servidor pblico o indivduo que presta servio na condio de servidor efetivo e concursado.

    Certo ( ) Errado ( )

    COMENTRIOS

    Errado. O conceito de servidor pblico para fins de apurao do comprometimento tico no se refere, apenas, ao servidor estatutrio e ocupante de cargo efetivo. Ao contrrio, adota-se acepo mais ampla e, assim, considera-se servidor, para os fins do Cdigo de tica, todo aquele que, por fora de lei, contrato ou de qualquer ato ju-rdico, preste servios de natureza permanente, temporria ou excepcional, ainda que sem retribuio financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer rgo do poder estatal, como as autarquias, as fundaes pblicas, as entidades paraestatais, as empresas pblicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevalea o interesse do Estado (inciso XXIV).

    05. (Cespe MPU Tcnico Administrativo 2013) Considere a seguinte situao hi-pottica.

    O chefe de determinada repartio pediu a um subordinado, que estava de sada para comprar um lanche em estabelecimento localizado no prprio rgo, que fosse at o supermercado mais prximo comprar fraldas. Para agradar o chefe, o subordinado prontamente atendeu a solicitao.

    Nessa situao, o chefe no cometeu falta tica, pois o subordinado j estava de sada para satisfazer um interesse pessoal.

    Certo ( ) Errado ( )

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    Leandro Bortoleto e Perla Mller

    (Cespe STJ Tcnico Judicirio rea Administrativa 2008) No servio pblico, o funcionrio deve-se guiar pela conduta tica, que abrange aspectos da atuao e da relao com os pblicos externo e interno. Julgue os itens a seguir, acerca do comportamento tico do servidor pblico e suas implicaes.

    19. O funcionrio que, no exerccio de suas funes, deixa o usurio de seu servio espera enquanto atende ligao telefnica particular por 20 minutos causa danos morais a esse usurio.

    Certo ( ) Errado ( )

    COMENTRIOS

    Certo. A afirmao , de fato, correta, principalmente quando se tem em mira o disposto no inciso X do Decreto 1.171/94 que prescreve que Deixar o servidor pblico qualquer pessoa espera de soluo que compete ao setor em que exera suas funes, per-mitindo a formao de longas filas, ou qualquer outra espcie de atraso na prestao do servio, no caracteriza apenas atitude contra a tica ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usurios dos servios pblicos.

    20. Caso o chefe de um rgo pblico determine a seu subordinado a execuo de ato vetado pelo cdigo de tica no servio pblico, o servidor dever obedecer prontamente determinao, pois seu dever respeitar a hierarquia em todas as situaes.

    Certo ( ) Errado ( )

    COMENTRIOS

    Errado. O servidor pblico no poder, jamais, desprezar o elemento tico de sua con-duta (inciso II do Decreto 1.171/94), muito embora deva prestar toda a sua ateno s ordens legais de seus superiores (inciso XI do Decreto). Ora, como j dito, a moralidade do ato administrativo (elemento que de sua validade e eficcia) no se limita a deci-dir entre o legal e ilegal, o justo e injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas, principalmente, entre o honesto e o desonesto (inciso II), e aqui no parece honesta a prtica de ato que o Cdigo de tica expressamente dispe ser contrria tica no servio pblico.

    7.2 Questes de concursos

    01. (Cespe CNJ Analista Judicirio 2013) Com relao tica no servio pblico, julgue o item a seguir.

    O servidor pblico que, ao constatar falta tica de seu colega de trabalho, deixe de representar contra a referida pessoa no dever ser apenado, pois a dela-o no servio pblico tem carter discricionrio.

    Certo ( ) Errado ( )

    (Cespe MPU Tcnico Administrativo 2013) No que se refere tica no servio pblico, julgue os itens que se seguem.