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1 TJMS 1ª Fase

1ª Fase 28... · 2020-03-05 · do contrato de transporte nas situações em que a condução da pessoa ... afastando-se a teoria do risco aplicável à responsabilidade do transportador

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TJMS

1ª Fase

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DIA 28 – QUINTA-FEIRA – 05/03/2020

METAS

CIVIL:

• Ler do art. 693 a 886 do CC (2h)

TRIBUTÁRIO: • Ler do art. 77 a 138 do CTN (1h)

REVISÕES

• 24H – Direito Notarial e Registral: questões de Tabelionato de Notas da CONSULPLAN;

• 24H – Direito Penal: questões de penal da CONSULPLAN;

• 48H – Direito Administrativo: questões da CONSULPLAN sobre Atos administrativos;

• 7 DIAS – Direito Civil: questões de contratos em geral da CONSULPLAN, resolvidas em 27/02;

• 30 DIAS – Direito Empresarial: questões de Teoria Geral do Direito Empresarial, resolvidas em 05/02.

CIVIL COMO ESTUDAR?

➔ Ler do art. 693 a 886 do CC (2h)

OBSERVAÇÕES

• Hoje iremos finalizar o estudo da matéria “Contratos em espécie” e iremos concluir o pequeno trecho do Código Civil que trata dos atos unilaterais. Lembre-se que contratos em espécie é a terceira matéria de maior cobrança em provas CONSULPLAN. No estudo de hoje, veremos diversas espécies de contrato que são muito cobradas em prova, tais como o contrato de seguro e o de fiança. Leia com bastante atenção.

▪ Legislação estudada: o Enunciados de Jornada de Direito Civil relacionados aos artigos lidos

hoje: ▪ Enunciado 369 (art. 732): Diante do preceito constante no art. 732 do

Código Civil, teleologicamente e em uma visão constitucional de unidade do sistema, quando o contrato de transporte constituir uma relação de

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consumo, aplicam-se as normas do Código de Defesa do Consumidor que forem mais benéficas a este.

▪ Enunciado 559 (art. 736): Observado o Enunciado 369 do CJF, no transporte aéreo, nacional e internacional, a responsabilidade do transportador em relação aos passageiros gratuitos, que viajarem por cortesia, é objetiva, devendo atender à integral reparação de danos patrimoniais e extrapatrimoniais.

▪ Justificativa: O art. 736 do Código Civil afasta a incidência das normas do contrato de transporte nas situações em que a condução da pessoa é feita puramente por amizade ou cortesia, não existindo nenhuma vantagem direta ou indireta para o condutor. Tal regra tem reflexo direto na responsabilidade civil em caso de dano à pessoa conduzida. Por não se tratar de transporte, mas de mera liberalidade, o condutor somente será responsabilizado se ficar comprovado pela vítima ou seu sucessor o dolo ou culpa grave, afastando-se a teoria do risco aplicável à responsabilidade do transportador (art. 734 do Código Civil). Trata-se de entendimento consolidado na jurisprudência nacional e expressamente consagrado na Súmula n. 145 do Superior Tribunal de Justiça. Não obstante o art. 732 do Código Civil e em abono à interpretação consagrada pelo Enunciado n. 369 da IV Jornada de Direito Civil, no transporte aéreo de pessoas, nacional e internacional, são aplicáveis aos passageiros gratuitos, que viajarem por cortesia, as regras sobre responsabilidade civil do transportador previstas nas leis especiais (art. 256, § 2º, b, da Lei n. 7.565/1986 e art. 1º do Decreto n. 5.910/2006). Por conseguinte, a responsabilidade do transportador aéreo será sempre objetiva, sendo nula a cláusula excludente de responsabilidade em tais casos ou que estabelece limitações. A indenização deverá atender à efetiva reparação dos danos patrimoniais e morais, inclusive relativamente aos passageiros gratuitos.

▪ Art. 757: Enunciado 185: A disciplina dos seguros do Código Civil e as normas da previdência privada que impõem a contratação exclusivamente por meio de entidades legalmente autorizadas não impedem a formação de grupos restritos de ajuda mútua, caracterizados pela autogestão. Enunciado 370: Nos contratos de seguro por adesão, os riscos predeterminados indicados no art. 757, parte final, devem ser interpretados de acordo com os arts. 421, 422, 424, 759 e 799 do Código Civil e 1º, inc. III, da Constituição Federal.

▪ Art. 763: Enunciado 371: A mora do segurado, sendo de escassa importância, não autoriza a resolução do contrato, por atentar ao princípio da boa-fé objetiva. Enunciado 376: Para efeito de aplicação do art. 763 do Código Civil, a resolução do contrato depende de prévia interpelação.

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▪ Art. 765:

Enunciado 542: A recusa de renovação das apólices de seguro de vida pelas seguradoras em razão da idade do segurado é discriminatória e atenta contra a função social do contrato.

Justificativa: Nos seguros de vida, o avanço da idade do segurado representa agravamento do risco para a seguradora. Para se precaverem, as seguradoras costumam estipular aumento dos prêmios conforme a progressão da idade do segurado ou, simplesmente, comunicar-lhe, às vésperas do término de vigência de uma apólice, o desinteresse na renovação do contrato. Essa prática implica, em muitos

casos, o alijamento do segurado idoso, que, para contratar com nova seguradora, poderá encontrar o mesmo óbice da idade ou enfrentar prêmios com valores inacessíveis. A prática das seguradoras é abusiva, pois contraria o art. 4º do Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741, de 01/10/2003), que dispõe: "Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei". A prática também é atentatória à função social do contrato. A cobertura de riscos é da essência da atividade securitária, assim como o mecanismo distributivo. Os cálculos atuariais permitiriam às seguradoras diluir o risco agravado pela idade entre toda a massa de segurados, equalizando os prêmios em todas as faixas de idade, desde

os mais jovens, sem sacrificar os mais idosos. A recusa discriminatória de renovação dos contratos de seguro representa abuso da liberdade de contratar das seguradoras e atenta contra a função social do contrato de seguro, devendo, como tal, ser coibida.

Enunciado 543: Constitui abuso do direito a modificação acentuada das condições do seguro de vida e de saúde pela seguradora quando da renovação do contrato.

Justificativa: Os contratos de seguro de vida e de saúde normalmente são pactuados por longo período de tempo. Nesses casos, verificam-se relações complexas em que, muitas vezes, os consumidores se tornam clientes cativos de determinado fornecedor. Tais situações não podem ser vistas de maneira isolada, mas de modo contextualizado com a nova sistemática contratual e com os novos paradigmas principiológicos. Trata-se de consequência da massificação das relações interpessoais com especial importância nas relações de consumo. Parte-se da premissa de que a relação contratual deve responder a eventuais mudanças de seu substrato fático ao longo do período contratual. É uma aplicação do princípio da boa-fé objetiva, que prevê padrão de comportamento leal entre as partes. A contratação em geral ocorre quando o segurado é ainda jovem. A renovação anual pode ocorrer por anos, às vezes décadas. Se, em determinado ano, de forma abrupta e inesperada, a seguradora condicionar a renovação a uma repactuação

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excessivamente onerosa para o segurado, há desrespeito ao dever anexo de cooperação. Dessa forma, o direito de renovar ou não o contrato é exercido de maneira abusiva, em consonância com o disposto no art. 187 do Código Civil. Não se trata de impedimento ou bloqueio a reajustes, mas de definir um padrão justo de reequilíbrio em que os reajustes devam ocorrer de maneira suave e gradual. Aliás, esse é o entendimento do STJ (Brasil, STJ, AgRg nos EDcl no Ag n. 1.140.960/RS, relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgamento em 23/8/11; REsp n. 1.073.595/MG, relatora Ministra Nancy Andrighi, Segunda Seção, julgamento em 23/3/11).

▪ Art. 766: Enunciado 372: Em caso de negativa de cobertura securitária por doença preexistente, cabe à seguradora comprovar que o segurado tinha conhecimento inequívoco daquela. Enunciado 585: Impõe-se o pagamento de indenização do seguro mesmo diante de condutas, omissões ou declarações ambíguas do segurado que não guardem relação com o sinistro. Justificativa: Conforme os arts. 765 e 766 do Código Civil, em contratos de seguro, é dever das partes guardar a estrita boa-fé na contratação e na respectiva execução, o que envolve o dever de informar todas as circunstâncias que possam influir na aceitação da proposta. Conforme o art. 765, a sanção à conduta contrária do segurado é a perda do direito à garantia. No entanto, declarações inexatas ou ambíguas, até mesmo omissões, não justificam a negativa de cobertura securitária caso não guardem relação com a causa do sinistro ou não o tenham influenciado, haja vista que não acarretaram concretamente o agravamento do risco. Não obstante a necessidade de veracidade das declarações, não encontra justificativa jurídica a negativa de pagamento de indenização quando as informações omitidas ou prestadas em desacordo com a realidade dos fatos não concorreram para a ocorrência do dano.

▪ Art. 786:

Enunciado 552: Constituem danos reflexos reparáveis as despesas suportadas pela operadora de plano de saúde decorrentes de complicações de procedimentos por ela não cobertos.

Justificativa: A proposta de enunciado parte da mesma ideia do previsto no caput do art. 786 do Código Civil para as seguradoras, questão pacífica em nosso ordenamento. A Súmula n. 10 da Agência Nacional de Saúde impõe que as operadoras de planos de saúde arquem com as despesas médicas oriundas de complicações de procedimentos não cobertos, em virtude do princípio da preservação da vida, órgão ou função do paciente. Ocorre que muitas dessas complicações surgem em virtude de vícios nos materiais utilizados no procedimento, por erro médico ou por condições inadequadas das clínicas e dos hospitais, tais como infecção hospitalar ou falta de equipamentos. Considerando que o art. 35-F da Lei n. 9.656/1998 determina que a assistência prestada

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pelas operadoras de planos de assistência à saúde compreende todas as ações necessárias à prevenção da doença e à recuperação, manutenção e reabilitação da saúde, observados os termos da referida lei e do contrato firmado entre as partes, nada mais razoável do que a possibilidade de ressarcimento da operadora contra o causador do dano em caso de culpa. É claro que qualquer procedimento envolvendo a saúde do paciente incorre em riscos, que são minimizados quando todas as medidas de segurança necessárias são utilizadas. Não se pretende imputar responsabilidade aos médicos e estabelecimentos de tratamento de saúde por complicações oriundas de casos fortuitos (por exemplo, deficiência imunológica oriunda do próprio paciente ou da doença que o acomete). O que se busca é atribuir a devida responsabilidade em caso de não observância dos deveres de diligência e cuidado que envolvem a área da saúde. Assim, a proposta serve para estabelecer aplicação analógica da norma em comento por se tratar de situações semelhantes.

▪ Art. 787: Enunciado 373: Embora sejam defesos pelo § 2º do art. 787 do Código Civil, o reconhecimento da responsabilidade, a confissão da ação ou a transação não retiram do segurado o direito à garantia, sendo apenas ineficazes perante a seguradora. Enunciado 544: O seguro de responsabilidade civil facultativo garante dois interesses, o do segurado contra os efeitos patrimoniais da imputação de responsabilidade e o da vítima à indenização, ambos destinatários da garantia, com pretensão própria e independente contra a seguradora. Justificativa: Embora o art. 421 do Código Civil faça menção expressa à função social do contrato, ainda persiste, em relação ao contrato de seguro de responsabilidade civil facultativo, no art. 787 do mesmo diploma, a visão tradicional do princípio da relatividade dos contratos. Na linha interpretativa clássica, no seguro de responsabilidade civil, a seguradora só é obrigada a indenizar a vítima por ato do segurado senão depois de reconhecida a responsabilidade deste. Como não há relação jurídica com a seguradora, o terceiro não pode acioná-la para o recebimento da indenização. Pela teoria do reembolso, aplicável neste caso, o segurador garante o pagamento das perdas e danos devidos a terceiro pelo segurado a terceiro quando este for condenado em caráter definitivo. Por conseguinte, assume a seguradora a obrigação contratual de reembolsar o segurado das quantias que ele efetivamente vier a pagar em virtude da imputação de responsabilidade civil que o atingir. A regra acima, omissa no Código Civil de 1916, ao invés de representar a evolução na concepção do contrato de seguro, dotado de função social, corresponde ao paradigma de que o contrato não pode atingir - seja para beneficiar ou prejudicar - terceiros que dele não participaram. No seguro de responsabilidade civil, o segurado paga o prêmio à seguradora a fim de garantir eventual indenização a terceiro por danos causados. De tal sorte, a vítima tem legitimidade para pleitear

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diretamente do segurador o pagamento da indenização ou concomitantemente com o segurado. Há, portanto, uma estipulação em favor de terceiro, que somente será determinado se ocorrer o sinistro, tendo em vista a álea presente nesse contrato. Permite-se concluir que o seguro de responsabilidade civil facultativo garante dois interesses, o do segurado contra os efeitos patrimoniais da imputação de responsabilidade e o da vítima à indenização, ambos destinatários da garantia, com pretensão própria e independente contra a seguradora. Enunciado 546: O § 2º do art. 787 do Código Civil deve ser interpretado em consonância com o art. 422 do mesmo diploma legal, não obstando o direito à indenização e ao reembolso. Justificativa: O § 2º do art. 787 ("É defeso ao segurado reconhecer sua responsabilidade ou confessar a ação, bem como transigir com o terceiro prejudicado, ou indenizá-lo diretamente, sem anuência expressa do segurador") não deve ser interpretado com o propósito de obrigar os segurados a faltar com a verdade ou a criar obstáculos ao trâmite das ações judiciais, uma vez que estão em jogo princípios de ordem pública, que não podem ser suprimidos ou minimizados pela vontade das partes, conforme defende parcela significativa da moderna doutrina securitária. A vedação ao reconhecimento da responsabilidade pelo segurado deve ser interpretada como a proibição que lhe foi imposta de adotar posturas de má-fé perante a seguradora, tais como provocar a própria revelia e/ou da seguradora, assumir indevidamente a responsabilidade pela prática de atos que sabe não ter cometido, faltar com a verdade com o objetivo de lesar a seguradora, agir ou não em conluio com o suposto lesado/beneficiário, entre outras que venham a afetar os deveres de colaboração e lealdade recíprocos. Caracteriza-se, portanto, como valorização da cláusula geral da boa-fé objetiva prevista no art. 422 do Código Civil. Cumpre observar ainda que uma interpretação estritamente literal de tal dispositivo legal pode prejudicar ainda mais o segurado, que, nos casos de cumulação de responsabilidade civil e criminal, deixa de se beneficiar de atenuantes, comprometendo, entre outros aspectos, sua liberdade de defesa.

▪ Art. 790: Enunciado 186: O companheiro deve ser considerado implicitamente incluído no rol das pessoas tratadas no art. 790, parágrafo único, por possuir interesse legítimo no seguro da pessoa do outro companheiro.

▪ Art. 792: Enunciado 374: No contrato de seguro, o juiz deve proceder com equidade, atentando às circunstâncias reais, e não a probabilidades infundadas, quanto à agravação dos riscos.

▪ Art. 801: Enunciado 375: No seguro em grupo de pessoas, exige-se o quórum qualificado de 3/4 do grupo, previsto no § 2º do art. 801 do Código Civil,

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apenas quando as modificações impuserem novos ônus aos participantes ou restringirem seus direitos na apólice em vigor.

▪ Art. 884: ▪ Enunciado 35: A expressão “se enriquecer à custa de outrem” do art. 884

do novo Código Civil não significa, necessariamente, que deverá haver empobrecimento.

▪ Enunciado 188: A existência de negócio jurídico válido e eficaz é, em regra, uma justa causa para o enriquecimento.

▪ Enunciado 42: A transação, sem a participação do advogado credor dos honorários, é ineficaz quanto aos honorários de sucumbência definidos no julgado.

▪ Enunciado 620: A obrigação de restituir o LUCRO DA INTERVENÇÃO, entendido como a vantagem patrimonial auferida a partir da exploração não autorizada de bem ou direito alheio, FUNDAMENTA-SE NA VEDAÇÃO DO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. Justificativa: O artigo 884 do Código Civil consagra autêntica cláusula geral do dever de restituição na seara do enriquecimento sem causa, à semelhança do papel desempenhado pelos artigos 186 e 927 no que tange à positivação das cláusulas gerais de indenização no âmbito da responsabilidade civil. A referida cláusula geral do dever de restituição comporta as duas modalidades de enriquecimento sem causa reconhecidas pela doutrina – o enriquecimento por prestação e o 5 enriquecimento por intervenção (usualmente referido por lucro da intervenção). O lucro da intervenção consiste na vantagem patrimonial concretamente auferida por uma pessoa a partir da exploração não autorizada de bem ou direito alheio. A partir do reconhecimento da autonomia dogmático‐funcional vedação ao enriquecimento sem causa – como regime jurídico‐obrigacional distinto do regime dos negócios jurídicos e daquele da responsabilidade civil –, a deflagração da obrigação de restituir o lucro da intervenção depende da verificação dos pressupostos da cláusula geral do artigo 884 do Código Civil, notadamente o enriquecimento, a obtenção à custa de outrem e a ausência de justa causa.

▪ Art. 886: ▪ Enunciado 36: O art. 886 do novo Código Civil não exclui o direito à

restituição do que foi objeto de enriquecimento sem causa nos casos em que os meios alternativos conferidos ao lesado encontram obstáculos de fato

JURISPRUDÊNCIAS RELACIONADAS

o SÚMULAS SOBRE CONTRATO DE TRANSPORTE:

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▪ Súmula 35-STF: Em caso de acidente do trabalho ou de transporte, a concubina tem direito de ser indenizada pela morte do amásio, se entre eles não havia impedimento para o matrimônio.

▪ Súmula 151-STF: Prescreve em 1 ano a ação do segurador sub-rogado para haver indenização por extravio ou perda de carga transportada por navio.

▪ Súmula 161-STF: Em contrato de transporte, é inoperante a cláusula de não indenizar.

▪ Súmula 187-STF: A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com o passageiro, não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva.

▪ Súmula 109-STJ: O reconhecimento do direito a indenização, por falta de mercadoria transportada via marítima, independe de vistoria.

▪ Súmula 145-STJ: No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave.

▪ SÚMULAS SOBRE SEGURO: STF:

▪ Súmula 188-STF: O segurador tem ação regressiva contra o causador do dano, pelo que efetivamente pagou, até ao limite previsto no contrato de seguro.

▪ STJ ▪ Súmula 101-STJ: A ação de indenização do segurado em grupo contra a

seguradora prescreve em 1 ano. ▪ Súmula 229-STJ: O pedido do pagamento de indenização à seguradora

SUSPENDE o prazo de prescrição até que o segurado tenha ciência da decisão. OBS: o prazo prescricional é suspenso a partir do pedido administrativo de recebimento da indenização securitária, voltando a correr a partir da ciência inequívoca do segurado quanto à recusa da seguradora à cobertura securitária. Vale ressaltar, contudo, que o “pedido de reconsideração” apresentado na via administrativa não tem o condão de suspender a contagem do prazo prescricional (STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1116585/SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 08/02/2018).

▪ Súmula 278-STJ: O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral.

▪ Súmula 402-STJ: O contrato de seguro por danos pessoais compreende danos morais, salvo cláusula expressa de exclusão

▪ Súmula 465-STJ: Ressalvada a hipótese de efetivo agravamento do risco, a seguradora não se exime do dever de indenizar em razão da transferência do veículo sem a sua prévia comunicação.

▪ Súmula 529-STJ: No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento de ação pelo terceiro prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado causador do dano.

▪ Súmula 537-STJ: Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada, se aceitar a denunciação ou contestar o pedido do autor, pode

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ser condenada, direta e solidariamente junto com o segurado, ao pagamento da indenização devida à vítima, nos limites contratados na apólice.

▪ Súmula 610-STJ: O suicídio não é coberto nos 2 primeiros anos de vigência do contrato de seguro de vida, ressalvado o direito do beneficiário à devolução do montante da reserva técnica formada.

▪ Súmula 616-STJ: A indenização securitária é devida quando ausente a comunicação prévia do segurado acerca do atraso no pagamento do prêmio, por constituir requisito essencial para a suspensão ou resolução do contrato de seguro.

▪ Súmula 620-STJ: A embriaguez do segurado não exime a seguradora do pagamento da indenização prevista em contrato de seguro de vida.

▪ Súmula 632-STJ: Nos contratos de seguros regidos pelo Código Civil a correção monetária sobre indenização securitária incide a partir da contratação até o efetivo pagamento.

▪ SÚMULAS SOBRE DPVAT: ▪ Súmula 246-STJ: O valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da

indenização judicialmente fixada. ▪ Súmula 257-STJ: A falta de pagamento do prêmio do seguro obrigatório de

Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT) não é motivo para a recusa do pagamento da indenização.

▪ Súmula 278-STJ: O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral.

▪ Súmula 405-STJ: A ação de cobrança do seguro obrigatório DPVAT prescreve em 3 anos.

▪ Súmula 426-STJ: Os juros de mora na indenização do seguro DPVAT fluem a partir da citação.

▪ Súmula 474-STJ: A indenização do seguro DPVAT, em caso de invalidez parcial do beneficiário, será paga de forma proporcional ao grau da invalidez

▪ Súmula 540-STJ: Na ação de cobrança do seguro DPVAT, constitui faculdade do autor escolher entre os foros do seu domicílio, do local do acidente ou ainda do domicílio do réu.

▪ Súmula 544-STJ: É válida a utilização de tabela do Conselho Nacional de Seguros Privados para estabelecer a proporcionalidade da indenização do seguro DPVAT ao grau de invalidez também na hipótese de sinistro anterior a 16/12/2008, data da entrada em vigor da Medida Provisória n. 451/2008.

▪ Súmula 573-STJ: Nas ações de indenização decorrentes de seguro DPVAT, a ciência inequívoca do caráter permanente da invalidez, para fins de contagem do prazo prescricional, depende de laudo médico, exceto nos casos de invalidez permanente notória ou naqueles em que o conhecimento anterior resulte comprovado na fase de instrução.

▪ Súmula 580-STJ: A correção monetária nas indenizações do seguro DPVAT por morte ou invalidez, prevista no § 7º do art. 5º da Lei nº 6.194/1974, redação dada pela Lei nº 11.482/2007, incide desde a data do evento danoso.

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▪ SÚMULAS SOBRE FIANÇA: ▪ Súmula 214-STJ: O fiador na locação não responde por obrigações

resultantes de aditamento ao qual não anuiu. ▪ Súmula 268-STJ: O fiador que não integrou a relação processual na ação

de despejo não responde pela execução do julgado. ▪ Súmula 332-STJ: A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges

implica a ineficácia total da garantia. Atenção: esta súmula não se aplica no caso de união estável (STJ REsp 1299866/ DF, j. em 25/02/2014).

▪ Súmula 549-STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. Atenção: O STF decidiu que esse dispositivo é constitucional e não viola o direito à moradia. Principal precedente que deu origem à súmula: STJ. 2ª Seção. REsp 1.363.368-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 12/11/2014 (recurso repetitivo) (Info 552). Por outro lado, não é penhorável o bem de família do fiador no caso de contratos de locação comercial. Em outras palavras, não é possível a penhora de bem de família do fiador em contexto de locação comercial. STF. 1ª Turma. RE 605709/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, red. p/ ac. Min. Rosa Weber, julgado em 12/6/2018 (Info 906).

▪ JURISPRUDÊNCIA EM TESES – EDIÇÃO N.101: DA FIANÇA - I

1) O contrato de fiança deve ser interpretado restritivamente, de modo que a responsabilidade dos fiadores se resume aos termos do pactuado no ajuste original, com o qual expressamente consentiram.

2) Existindo, no contrato de locação, cláusula expressa prevendo que os

fiadores respondam pelos débitos locativos até a efetiva entrega do imóvel,

subsiste a fiança no período em que referido contrato foi prorrogado,

ressalvada a hipótese de exoneração do encargo.

3) O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de

aditamento ao qual não anuiu. (Súmula n. 214/STJ)

4) Havendo mais de um locatário, é válida a fiança prestada por um deles

em relação aos demais, o que caracteriza fiança recíproca.

5) É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de

locação. (Súmula n. 549/STJ) (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do

CPC/1973 - Tema 708)

6) A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a

ineficácia total da garantia (Súmula n. 332/STJ).

7) A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a

ineficácia total da garantia (Súmula n. 332/STJ), salvo se o fiador emitir

declaração falsa, ocultando seu estado civil de casado.

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8) A fiança prestada por fiador convivente em união estável, sem a outorga

uxória do outro companheiro, não é nula, nem anulável.

9) A nulidade da fiança só pode ser demandada pelo cônjuge que não a

subscreveu ou por seus respectivos herdeiros.

10) A retirada dos sócios-fiadores, per si, não induz à exoneração

automática da fiança, impondo-se, além da comunicação da alteração do

quadro societário, a formulação de pedido de exoneração das garantias

mediante notificação extrajudicial ou ação judicial própria.

11) A decretação de falência do locatário, sem a denúncia da locação, nos

termos do art. 119, VII, da Lei n. 11.101/2005, não altera a responsabilidade

dos fiadores junto ao locador.

▪ JURISPRUDÊNCIA EM TESES – EDIÇÃO N.104: DA FIANÇA - II 1) O fiador que não integrou a relação processual na ação de despejo não

responde pela execução do julgado. (Súmula n. 268/STJ)

2) Admite-se a substituição da garantia em dinheiro por outro bem ou por

fiança bancária, na fase de execução ou de cumprimento de sentença, em

hipóteses excepcionais e desde que não ocasione prejuízo ao exequente.

3) É legal a exigência de prestação de garantia pessoal e de comprovação

da idoneidade cadastral do estudante e do respectivo fiador, para a

celebração de contrato de financiamento estudantil vinculado ao Fundo de

Financiamento Estudantil FIES.

4) Se o fiador não participou da ação de despejo, a interrupção da

prescrição para a cobrança dos aluguéis e acessórios não o atinge.

5) A fiança bancária não é equiparável ao depósito integral do débito

exequendo para fins de suspensão da exigibilidade do crédito tributário,

ante a taxatividade do art. 151 do CTN e o teor do Enunciado Sumular n.

112 desta Corte. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C/1973 Tema 378)

6) É possível a expedição de Certidão Positiva com Efeitos de Negativa

CPEN, desde que a carta de fiança seja suficiente para garantir o juízo da

execução.

7) A substituição do depósito em dinheiro por fiança bancária na execução

fiscal sujeita-se à anuência da Fazenda Pública, ressalvada a comprovação

de necessidade de aplicação do princípio da menor onerosidade.

8) O levantamento da fiança bancária oferecida como garantia da

execução fiscal fica condicionado ao trânsito em julgado da respectiva

ação.

9) É impossível a substituição da carta-fiança por seguro-garantia com

prazo de validade determinado.

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10) A falta de citação do fiador para a ação de despejo isenta o garante da

responsabilidade pelas custas e pelas demais despesas judiciais

decorrentes daquele processo, sem, entretanto, desobrigá-lo dos encargos

decorrentes do contrato de fiança.

11) É válida a cláusula do contrato bancário que estabelece a prorrogação

automática da fiança com a renovação do contrato principal.

▪ SÚMULA SOBRE CONSÓRCIO: ▪ Súmula 35-STJ: Incide correção monetária sobre as prestações pagas,

quando de sua restituição, em virtude da retirada ou exclusão do participante de plano de consórcio.

▪ Súmula 538-STJ: As administradoras de consórcio têm liberdade para estabelecer a respectiva taxa de administração, ainda que fixada em percentual superior a 10%.

▪ A interrupção do prazo prescricional operada contra o fiador não prejudica o devedor afiançado, salvo nas hipóteses em que os devedores sejam solidários. Como regra, a interrupção operada contra o fiador não prejudica o devedor afiançado. Isso porque o principal não segue a sorte do acessório. Existe, no entanto, uma exceção: a interrupção em face do fiador poderá, sim, excepcionalmente, acabar prejudicando o devedor principal nas hipóteses em que a referida relação for reconhecida como de devedores solidários, ou seja, caso o fiador tenha renunciado ao benefício ou se obrigue como principal pagador ou devedor solidário. STJ. 4ª Turma. STJ. 4ª Turma. REsp 1.276.778-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/3/2017 (Info 602).

▪ É válida a cláusula que estabelece a prorrogação automática da fiança com a renovação do contrato principal, cabendo ao fiador, acaso intente a sua exoneração, efetuar, no período de prorrogação contratual, a notificação de que reza o art. 835 do Código Civil. STJ. 3ª Turma. AgRg no REsp 1541364/SC, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 01/09/2015. STJ. 4ª Turma. REsp 1374836-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 3/10/2013 (Info 534).

▪ Ainda que a união estável esteja formalizada por meio de escritura pública, é válida a fiança prestada por um dos conviventes sem a autorização do outro. STJ. 4ª Turma. REsp 1299866-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 25/2/2014 (Info 535).

▪ Cláusula-mandato que autoriza a administradora a contrair empréstimos para saldar a dívida do contratante: é válida. A cláusula-mandato que, no bojo do contrato de cartão de crédito, permite que a administradora do cartão de crédito tome recursos perante instituições financeiras em nome do contratante para saldar sua dívida é válida. Cláusula-mandato que autoriza a administradora a emitir título cambial contra o contratante: é abusiva. Nos contratos de cartão de crédito, é abusiva a previsão de

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cláusula-mandato que permita à operadora emitir título cambial contra o usuário do cartão. STJ. 1ª Seção. REsp 1.084.640-SP, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 23/9/2015 (Info 570).

▪ (...) A administradora de imóveis figura como mandatária do proprietário do bem para, em nome deste, realizar e administrar a locação, nos termos do art. 653, do Código Civil, obrigando-se a indenizar o mandante por quaisquer prejuízos advindos de sua conduta culposa (art. 667 do mesmo diploma legal). Por outro lado, não cabe à imobiliária que agiu diligentemente a responsabilidade pelo pagamento de aluguéis, cotas condominiais ou tributos inadimplidos pelo locatário - ressalvadas as hipóteses de previsão contratual nesse sentido -, porquanto ausente sua culpa, elemento imprescindível em sede de responsabilidade civil subjetiva. 2. Ao revés, configura-se a responsabilidade da administradora de imóveis pelos prejuízos sofridos pelo locador quando ela não cumpre com os deveres oriundos da relação contratual. (...) (REsp 1103658/RN, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 04/04/2013, DJe 23/04/2013)

▪ SÚMULA 476, STJ: O endossatário de título de crédito por endosso-mandato só responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os poderes de mandatário.

▪ Reconhecido o abuso de mandato por desacerto contratual, em razão de o advogado ter repassado valores a menor para seu mandatário, o marco inicial dos juros moratórios é a data da citação. O termo inicial dos juros moratórios deve ser determinado a partir da natureza da relação jurídica mantida entre as partes. No caso, tratando-se de mandato, a relação jurídica tem natureza contratual, sendo o termo inicial dos juros moratórios a data da citação (art. 405 do CC). STJ. 3ª Turma. REsp 1.403.005-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 6/4/2017 (Info 602).

▪ A pretensão indenizatória decorrente do inadimplemento contratual sujeita-se ao prazo prescricional decenal (art. 205 do Código Civil), se não houver previsão legal de prazo diferenciado. STJ. Corte Especial. EREsp 1.281.594-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Rel. Acd. Min. Felix Fischer, julgado em 15/05/2019 (Info 649).

▪ É decenal o prazo prescricional aplicável às hipóteses de pretensão fundamentadas em inadimplemento contratual. É adequada a distinção dos prazos prescricionais da pretensão de reparação civil advinda de responsabilidades contratual e extracontratual. Nas controvérsias relacionadas à responsabilidade CONTRATUAL, aplica-se a regra geral (art. 205 CC/2002) que prevê 10 anos de prazo prescricional e, quando se tratar de responsabilidade extracontratual, aplica-se o disposto no art. 206, § 3º, V, do CC/2002, com prazo de 3 anos. Para fins de prazo prescricional, o termo “reparação civil” deve ser interpretado de forma restritiva, abrangendo

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apenas os casos de indenização decorrente de responsabilidade civil extracontratual. STJ. 2ª Seção. EREsp 1.280.825-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/06/2018 (Info 632).

TRIBUTÁRIO COMO ESTUDAR?

➔ Ler do art. 77 a 138 do CTN (1h) OBSERVAÇÕES

• Conforme esclarecido quando do início da leitura do CTN na quinta

passada, essa lei é originalmente uma lei ordinária de 1966, que foi recepcionada pela Constituição de 1988 com força de lei complementar. Por se tratar de texto anterior à Constituição, diversos de seus dispositivos não foram recepcionados pela nova ordem constitucional, pois com ela incompatíveis. Veja os dispositivos lidos hoje que foram alterados ou não recepcionados pela CF/88:

▪ A parte de repartição de receitas é hoje disciplinada na CF/88. Por isso, ignorar o TÍTULO VI – DISTRIBUIÇÕES DE RECEITAS TRIBUTÁRIAS (arts. 83 a 95).

▪ Art. 97, IV, parte final: não se pode definir a base de cálculo do tributo por meio de ato do Poder Executivo, conforme mencionado nos artigos a que esse inciso remete.

JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA

o Jurisprudência em teses – EDIÇÃO N. 82: PODER DE POLÍCIA:

1) A administração pública possui interesse de agir para tutelar em juízo atos

em que ela poderia atuar com base em seu poder de polícia, em razão da

inafastabilidade do controle jurisdicional.

2) O prazo prescricional para as ações administrativas punitivas

desenvolvidas por Estados e Municípios, quando não existir legislação local

específica, é quinquenal, conforme previsto no art. 1º do Decreto n.

20.910/32, sendo inaplicáveis as disposições contidas na Lei n. 9.873/99,

cuja incidência limita-se à Administração Pública Federal Direta e Indireta.

3) Prescreve em cinco anos, contados do término do processo

administrativo, a pretensão da Administração Pública de promover a

execução da multa por infração ambiental. (Súmula n. 467/STJ) (Tese

julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - TEMA 324)

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4) A prerrogativa de fiscalizar as atividades nocivas ao meio ambiente

concede ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis - IBAMA interesse jurídico suficiente para exercer seu poder de

polícia administrativa, ainda que o bem esteja situado dentro de área cuja

competência para o licenciamento seja do município ou do estado.

5) Ante a omissão do órgão estadual na fiscalização, mesmo que outorgante

da licença ambiental, o IBAMA pode exercer o seu poder de polícia

administrativa, já que não se confunde a competência para licenciar com a

competência para fiscalizar.

6) O Programa de Proteção e Defesa do Consumidor - PROCON detém poder

de polícia para impor sanções administrativas relacionadas à transgressão

dos preceitos ditados pelo Código de Defesa do Consumidor - art. 57 da Lei

n. 8.078/90.

7) O PROCON tem competência para aplicar multa à Caixa Econômica

Federal - CEF por infração às normas do Código de Defesa do Consumidor,

independentemente da atuação do Banco Central do Brasil.

8) A atividade fiscalizatória exercida pelos conselhos profissionais,

decorrente da delegação do poder de polícia, está inserida no âmbito do

direito administrativo, não podendo ser considerada relação de trabalho e,

por consequência, não está incluída na esfera de competência da Justiça

Trabalhista.

9) Não é possível a aplicação de sanções pecuniárias por sociedade de

economia mista, facultado o exercício do poder de polícia fiscalizatório.

10) É legítima a cobrança da taxa de localização, fiscalização e

funcionamento quando notório o exercício do poder de polícia pelo aparato

administrativo do ente municipal, sendo dispensável a comprovação do

exercício efetivo de fiscalização.

11) Quando as balanças de aferição de peso estiverem relacionadas

intrinsecamente ao serviço prestado pelas empresas ao consumidor,

incidirá a Taxa de Serviços Metrológicos, decorrente do poder de polícia do

Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial -

Inmetro em fiscalizar a regularidade desses equipamentos.

12) É legitima a cobrança da Taxa de Fiscalização dos Mercados de Títulos

e Valores Mobiliários decorrente do poder de polícia atribuído à Comissão de

Valores Mobiliários - CVM, visto que os efeitos da Lei n. 7.940/89 são de

aplicação imediata e se prolongam enquanto perdurar o enquadramento da

empresa na categoria de beneficiária de incentivos fiscais.

13) Os valores cobrados a título de contribuição para o Fundo Especial de

Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização -

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FUNDAF têm natureza jurídica de taxa, tendo em vista que o seu pagamento

é compulsório e decorre do exercício regular de poder de polícia.

o Súmulas sobre Taxa: ▪ Súmula vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser

remunerado mediante taxa. ▪ Súmula vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa,

de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e outra.

▪ Súmula vinculante 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.

▪ Súmula vinculante 12: A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.

▪ Súmula 670-STF: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

▪ Súmula 667-STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa.

▪ Súmula 665-STF: É constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei 7.940/1989.

▪ Súmula 595-STF: É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural.

▪ Súmula 545-STF: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu.

o Súmulas sobre Responsabilidade Tributária: ▪ Súmula 430-STJ: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade

não gera, por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente. ▪ Súmula 435-STJ: Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que

deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.

▪ Súmula 554-STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão.

▪ Súmula 585-STJ: A responsabilidade solidária do ex-proprietário, prevista no art. 134 do Código de Trânsito Brasileiro – CTB, não abrange o IPVA incidente sobre o veículo automotor, no que se refere ao período posterior à sua alienação.

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REVISÕES COMO ESTUDAR?

• 24H – Direito Notarial e Registral: questões de Tabelionato de Notas da CONSULPLAN;

• 24H – Direito Penal: questões de penal da CONSULPLAN;

• 48H – Direito Administrativo: questões da CONSULPLAN sobre Atos administrativos;

• 7 DIAS – Direito Civil: questões de contratos em geral da CONSULPLAN, resolvidas em 27/02;

• 30 DIAS – Direito Empresarial: questões de Teoria Geral do Direito Empresarial, resolvidas em 05/02.

Dedicar 30 minutos à leitura da folha de revisões, para relembrar os erros e

dúvidas surgidos quando da resolução de questões sobre os temas acima.