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Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Unicamp
Departamento de Diagnóstico Oral – Área de Radiologia Odontológica
Detecção de fraturas radiculares verticais em radiografias
convencionais e digitais
Detection of vertical root fractures on conventional and digital radiographies
Helena Aguiar Ribeiro do Nascimento – Pesquisadora Participante Cirurgiã-dentista - Universidade Estadual da Paraíba – UEPB Aluna do curso de Mestrado em Radiologia Odontológica pela FOP – UNICAMP CPF: 073.513.364-66 RG: 2.904.408 SSP-PB Telefone: (19) 8374-9009/ (83) 8807-3506/ (83) 3337-3506 Endereço: Avenida Barão de Serra Negra, 1120, apto 31-B, Vila Rezende, Piracicaba-SP, 13405-220 E-mail: [email protected], [email protected]
Profª. Drª. Deborah Queiroz de Freitas – Orientadora Cirurgiã-dentista – Faculdade de Odontologia de Araraquara – UNESP Doutora em Radiologia Odontológica - Faculdade de Odontologia de Piracicaba - UNICAMP Profª. da Área de Radiologia Odontológica – Departamento de Diagnóstico Oral (FOP/UNICAMP) CPF: 181.421.938-25 RG: 13.330.681-1 SSP-SP Telefone: (19) 2106 5329 Endereço: Av. Limeira, 901, Área de Radiologia Odontológica (Departamento de Diagnóstico Oral) – Piracicaba-SP, 13.414-900 E-mail: [email protected]
Resumo
O objetivo do presente estudo será avaliar a detecção de fraturas radiculares
verticais em radiografias convencionais e digitais obtidas em três diferentes sistemas.
Serão utilizados 60 dentes humanos unirradiculares, extraídos com a devida indicação
clínica. As coroas de todos os dentes serão seccionadas no limite amelocementário. Os
dentes serão divididos em dois grupos com 30 dentes em cada: grupo controle e grupo
no qual será realizada a fratura radicular. Após, os dentes do grupo controle e do grupo
fraturado serão utilizados para obtenção de imagens de oito grupos de estudo: grupo 1
(imagens de dentes sem fratura); grupo 2 (dentes com fratura); grupo 3 (sem fratura,
com guta percha); grupo 4 (com fratura, com guta percha); grupo 5 (sem fratura, com
pino metálico); grupo 6 (com fratura, com pino metálico); grupo 7 (sem fratura, com
pino de fibra de vidro); grupo 8 (com fratura, com pino de fibra de vidro). As fraturas
serão induzidas em uma máquina de ensaio universal INSTRON (modelo 4411). Toda a
raiz dentária será coberta com cera utilidade, sendo os dentes colocados,
individualmente, em um alvéolo de uma mandíbula macerada. Utilizando um
dispositivo de acrílico para obtenção do paralelismo, com simulador para tecidos moles,
serão obtidas imagens radiográficas convencionais e com os sistemas digitais Digora
Optime (Soredex/Orion Corp., Helsinkin, Finland), Vista Scan (Dürr Dental,
Beitigheim-Bissingen, Alemanha) e Sigma (Instrumentarium Imaging, Tuusula,
Finlândia). Serão obtidas três imagens de cada dente avaliado: ortorradial, mesiorradial
e distorradial. As radiografias convencionais serão escaneadas. Todas as imagens serão
montadas em templates para avaliação e serão apresentadas em dois formatos: apenas a
imagem ortorradial ou o conjunto das três imagens. Cada template será examinado por
três radiologistas previamente calibrados, para avaliação da presença ou ausência de
fratura. Após trinta dias, 40% da amostra serão reavaliadas. A reprodutibilidade intra e
inter-examinador será realizada por meio do Teste Kappa. A comparação das avaliações
com o padrão-ouro será realizada pelo teste McNemar. Além disso, também serão
calculados os valores de sensibilidade, especificidade, acurácia, valor preditivo positivo
e negativo.
Palavras-chave: fraturas dos dentes, radiografia digital, diagnóstico.
1. Introdução e Revisão da Literatura
As fraturas radiculares são caracterizadas como horizontais, verticais e oblíquas,
dependendo da direção da linha de fratura em relação ao longo eixo do dente
(Marjorana et al., 2002). Compreendem entre 0,5 e 7% das lesões que afetam a dentição
permanente (Marjorana et al., 2002; Kositbowornchai et al., 2001).
As fraturas radiculares verticais apresentam-se normalmente como uma linha de
fratura incompleta ou completa, se estendendo ao longo do eixo longitudinal da raiz
(Tamse et al., 1999; Walton et al., 1984; Pitts et al., 1983). Podem estar envolvidos
tanto os dentes tratados endodonticamente, como os dentes sem tratamento endodôntico
(Yang et al., 1995).
A radiografia intra-bucal é o método de imagem mais utilizado para auxiliar no
seu diagnóstico. Porém, a apresentação clínica e aparência radiográfica de fratura
radicular vertical ainda representam um desafio para os clínicos (Cohen, 2003). A falta
de um diagnóstico definitivo acarreta, muitas vezes, em cirurgias desnecessárias e até
mesmo extrações dentárias. A história clínica associada ao exame físico e radiográfico
podem fornecer informações valiosas que indicam a presença de fratura radicular
vertical (Tamse et al., 1999).
No exame radiográfico convencional, as linhas de fratura só podem ser
visualizadas se o feixe de raios x passar paralelamente em sua direção. São
recomendadas duas ou mais radiografias com ângulos diferentes de 15 a 20 graus para
aumentar a probabilidade de detectar a fratura. (Andreasen, 1989; Mora et al., 2007;
Kositbowornchai et al., 2003).
Nos últimos 20 anos, os sistemas digitais de imagens intra-orais foram
desenvolvidos para substituir o filme convencional como um meio de armazenamento
de imagem (Mouyen et al., 1989). Esses sistemas oferecem vantagens quando
comparados com os filmes, como a redução da dose de radiação para os pacientes, as
ferramentas ou programas de melhoramento da imagem, a eliminação de salas escuras e
soluções químicas.
A eficácia da radiografia digital tem sido comparada à convencional no
diagnóstico de cáries dentárias (Wenzel et al., 2007; Haiter-Neto et al., 2008; Pontual et
al., 2010), de lesões periapicais (Yokata et al., 1994) e de lesões periodontais (Pass et
al., 1994). Porém, o papel da radiografia digital ainda não está bem determinado no
diagnóstico de casos de fraturas (Kondylidou-Sidira et al., 2012).
2. Justificativa
Diante da crescente utilização dos sistemas digitais e da dificuldade de
diagnóstico das fraturas radiculares, julga-se importante avaliar os sistemas digitais
recentemente lançados e comparar sua eficácia com a radiografia convencional em tal
diagnóstico.
3. Objetivo geral
Avaliar a detecção de fraturas radiculares verticais em radiografias
convencionais e digitais obtidas em três diferentes sistemas.
4. Materiais e Métodos
4.1 - Tipo de estudo: Estudo experimental laboratorial in-vitro.
4.2 - Local da pesquisa: Faculdade de Odontologia de Piracicaba da
Universidade Estadual de Campinas.
4.3 - Objetos de estudo:
Radiografias periapicais convencionais e digitais de dentes doados.
4.4 - Fatores estudados: fratura radicular vertical.
4.5 – Variáveis de resposta:
- Presença de fratura
- Ausência de fratura
4.6 – Características gerais da população
Serão utilizados 60 dentes unirradiculares doados por um cirurgião-dentista,
extraídos com a devida indicação clínica e sendo armazenados em um único recipiente,
impossibilitando a identificação dos indivíduos, sem distinção por raça e gênero, com
faixa etária entre 20 e 60 anos.
Os sujeitos avaliadores corresponderão a três especialistas em Radiologia
Odontológica e Imaginologia, alunos do Programa de Pós-graduação em Radiologia
Odontológica, sem distinção por raça e gênero, com faixa etária entre 20 e 35 anos.
4.7 – Critérios de inclusão e exclusão
Inicialmente, os dentes serão inspecionados clínica e radiograficamente para
exclusão de dentes com tratamento endodôntico, reabsorção radicular interna ou
externa, raízes supranumerárias, canais obliterados, calcificações pulpares e raízes com
ápice aberto. Também serão excluídos dentes com trincas e fraturas radiculares.
4.8 – Preparação dos dentes
Após o processo de seleção, os dentes serão submetidos a raspagem e alisamento
radicular para remoção de cálculos dentários. Em seguida, todos os dentes sofrerão
processo de desinfecção em glutaraldeido 2% por aproximadamente duas horas.
Com o objetivo de eliminar a identificação de fraturas coronárias, que poderia
ser um indicativo da existência de fratura radicular, as coroas de todos os dentes serão
seccionadas no limite amelocementário, utilizando-se um disco de carborundum
acoplado a uma peça reta de alta rotação. Após a remoção da coroa, os canais
radiculares serão instrumentados com um sistema rotatório de níquel-titânio K3
(SybronEndo, Califórnia, EUA), utilizando 3 limas com conicidades sequenciadas.
Os dentes serão divididos inicialmente em dois grupos com 30 dentes em cada:
grupo controle e grupo em que será realizada a fratura radicular. As fraturas serão
induzidas em uma máquina de ensaio universal INSTRON (modelo 4411) com a
introdução de uma ponta metálica cônica na entrada do canal radicular. A ponta cônica
será programada para se movimentar com uma velocidade de 5mm/minuto em direção a
raiz dentária. Assim que ocorrer a fratura radicular, a máquina será automaticamente
desligada, permanecendo a ponta inserida no interior do conduto radicular. Em seguida
será realizada a inspeção visual por transiluminação para confirmação da presença da
fratura radicular. Além disso, a presença da fratura também será confirmada por meio
de um microscópio óptico (Leica MZ75), quando será realizada a localização exata da
fratura (vestibular, lingual, mesial ou distal) e se essa apresenta ou não deslocamento de
fragmentos.
Após, os dentes do grupo controle e do grupo fraturado serão utilizados para
obtenção de imagens que se enquadrarão em um dos oito grupos de estudo:
- grupo 1: imagens de dentes sem fratura, sem guta percha, sem pino;
- grupo 2: imagens de dentes com fratura, sem guta percha, sem pino;
- grupo 3: imagens de dentes sem fratura, com guta percha;
- grupo 4: imagens de dentes com fratura, com guta percha;
- grupo 5: imagens de dentes sem fratura, com pino metálico;
- grupo 6: imagens de dentes com fratura, com pino metálico;
- grupo 7: imagens de dentes sem fratura, com pino de fibra de vidro;
- grupo 8: imagens de dentes com fratura, com pino de fibra de vidro.
Os cones de guta percha e os pinos não serão cimentados para que os mesmos
dentes possam ser radiografados nas diferentes condições.
4.9 - Preparação dos Phantoms
Para manter a condição similar do dente implantado no alvéolo, toda a raiz
dentária será coberta com cera utilidade, sendo os dentes colocados, individualmente,
em um alvéolo de uma mandíbula macerada, que será alargado com uma broca
cilíndrica, para permitir a acomodação dos dentes.
4.10 – Obtenção das imagens
Serão obtidas três radiografias de cada dente em cada uma das condições
descritas acima: uma ortorradial, uma mesiorradial e uma distorradial. A radiograifa
ortorradial será obtida pela técnica do paralelismo, sendo utilizado para isso um
dispositivo de acrílico com simulador para tecidos moles. As radiografias mesiorradial e
distorradial serão obtidas com alteração do ângulo horizontal do aparelho de raios X em
5º para a direita e para esquerda. Todos os dentes serão radiografados com as quatro
possibilidades estudadas, com os parâmetros de acordo com os fabricantes:
- filme convencional de sensibilidade E/F (Kodak, Eastman Kodak Company,
Rochester, NY, EUA), com exposição de 70 kVp, 7 mA, 0.30 segundos e processado na
processadora automática (Dentsplay International, Gendex Dental X-ray Division, Des
Plaines, Ilinois, EUA);
- placa de fósforo de tamanho 2 do sistema digital Digora Optime (Soredex/Orion
Corp.,Helsinkin, Finland), com exposição de 70 kVp, 7 mA, 0.10 segundos e software
BFW 2.5 (Soredex/Orion Corp.,Helsinkin, Finland);
- placa de fósforo de tamanho 2 do sistema digital Vista Scan (Dürr Dental, Beitigheim-
Bissingen, Alemanha), com exposição de 70 kVp, 7 mA, 0.08 segundos e software
DBSWIN (Dürr Dental, Beitigheim-Bissingen, Alemanha);
- sensor sólido CCD de tamanho 2 do sistema digital Sigma (Instrumentarium Imaging,
Tuusula, Finlândia), com exposição de 70 kVp, 7 mA, 0.10 segundos e software
CliniView (Instrumentarium Imaging, Tuusula, Finlândia).
As imagens convencionais serão escaneadas e salvas no formato TIFF e as
digitais serão exportadas no formato TIFF sem compressão, com resolução de contraste
de 8 bits para serem montadas em templates, em dois formatos: apenas a imagem
ortorradial ou o conjunto das três imagens.
4.11 – Avaliação das imagens
Cada exame será avaliado por três radiologistas orais previamente calibrados,
ambos com experiência em radiologia odontológica. As imagens serão avaliadas no
software ImageJ (National Institutes of Health, Bethesda, MD, USA), em um ambiente
com condições de luminância ideais, sem a possibilidade de utilização da ferramenta
zoom e manipulação de brilho e contraste. Os avaliadores identificarão a presença ou
ausência de fratura radicular. Após trinta dias, 40% da amostra será reavaliada pelos três
examinadores.
4.12 – Análise estatística
A análise estatística será calculada por meio do sistema SAS (SAS Institute Inc.
The SAS System release 9.2 – TS Level 2M0, SAS Institute Inc., Cary: NC, 2008). A
reprodutibilidade intra e inter-examinador será realizada por meio do Teste Kappa. A
comparação das avaliações com o padrão-ouro será realizada pelo teste McNemar.
Além disso, também serão calculados os valores de sensibilidade, especificidade,
acurácia, valor preditivo positivo e negativo.
4.13 – Local da Pesquisa
As fraturas radiculares serão realizadas no Laboratório A da Área de Materiais
Dentários. A instrumentação dos condutos radiculares será realizada no laboratório da
Área de Endodontia. As imagens radiográficas serão realizadas no ambulatório da
Disciplina de Radiologia da FOP/UNICAMP.
4.14 – Identificação clara das fontes de obtenção do material da pesquisa
A amostra será composta por dentes extraídos com a devida indicação clínica e
sendo armazenados em um único recipiente, impossibilitando a identificação dos dentes
dos indivíduos, sem distinção por gênero e com faixa etária entre 20 e 60 anos.
4.15 – Descrição detalhada dos métodos que afetam os sujeitos da
pesquisa
Nesta pesquisa, não há métodos que afetam o sujeito da pesquisa por se tratar de
dentes extraídos de pacientes de grupos não vulneráveis, com indicação de extração
feita pelo cirurgião dentista, doador dos dentes, responsável pelo planejamento e
execução do plano de tratamento de cada paciente específico.
Os avaliadores também não serão afetados tendo em vista que as avaliações serão
realizadas no momento de maior pertinência para o especialista, não interferindo em
suas atividades acadêmicas ou do dia-a-dia.
4.16 – Resultados esperados
Espera-se que se possa identificar a eficácia das radiografias digitais no
diagnóstico de fraturas radiculares verticais, com a finalidade de validar o seu papel em
tal diagnóstico, para que o profissional possa contar com mais um instrumento. Diante
dos resultados, o profissional poderá escolher o melhor método para a realização de um
tratamento adequado para cada caso.
Cronograma
ANO (2012)
Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Revisão bibliográfica X X X X X X
Preparo dos dentes X X
Realização das fraturas X X
Aquisição das imagens X X
ANO (2013)
Atividade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Revisão bibliográfica X X X X X
Calibração dos avaliadores X
Avaliação das imagens X X X
Tabulação dos dados X
Análise estatística X
Elaboração de relatório final X
Confecção de artigo (s) X
Referências Bibliográficas
Marjorana A, Pasini S, Bardellini E, Keller E. Clinical and epidemiological study of
traumatic root fractures. Dent Traumatol. 2002; 18: 77-80.
Kositbowornchai S, Nuansakul R, Sikram S, Sinahawttana S, Saengmontri S. Root
fracture detection: a comparison of direct digital radiography with conventional
radiography. Dentomaxillofac Radiol 2001;30:106–9.
Tamse A, Fuss Z, Lustig J, Kaplavi J. An evaluation of endodontically treated vertically
fracture teeth. J Endod. 1999; 25: 506-8.
Walton RE, Michelich RJ, Smith GN. The histopathogenesis of vertical root fractures. J
Endod. 1984; 10: 48-56.
Pitts DL, Natkin E. Diagnosis and treatment of vertical root fractures. J Endod. 1983; 9:
338-46.
Yang SF, Rivera EM, Walton RE. Vertical root fracture in nonendodontically treated
teeth. J Endod. 1995; 21: 337-9.
Cohen S, Blanco L, Berman L. Vertical root fractures: clinical and radiographic
diagnosis. J Am Dent Assoc. 2003; 134: 434-41.
Andreasen FM. Pulpal healing after luxation injuries and root fracture in the permanent
dentition. Endod Dent Traumatol. 1989; 5: 111-131.
Mora MA, Mol A, Tyndall DA, Rivera EM. In vitro assessment of local computed
tomography for detection of longitudinal tooth fractures. Oral Surg Oral Med Oral
Pathol Oral Radiol Endod. 2007; 103: 825-829.
Kositbowornchai S, Sikram S, Nuansakul R, Thinkhamrop B. Root fracture detection on
digital images: effect of the zoom function. Dent Traumatol. 2003; 19: 154-159.
Mouyen F, Benz C, Sonnabend E, Lodter JP. Presentetation and physical evaluation of
radiovisiography. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1989; 68: 238-242.
Wenzel A, Haiter-Neto F, Gotfredsen E. Risk factors for a false positive test outcome in
diagnosis of caries in approximal surfaces: impact of radiographic modality and
observer characteristics. Caries Res. 2007;41(3):170-6.
Haiter-Neto F, dos Anjos Pontual A, Frydenberg M, Wenzel A. Detection of non-
cavitated approximal caries lesions in digital images from seven solid-state receptors
with particular focus on task-specific enhancement filters. An ex vivo study in human
teeth. Clin Oral Investig. 2008 Sep;12(3):217-23.
Pontual AA, de Melo DP, de Almeida SM, Bóscolo FN, Haiter Neto F. Comparison of
digital systems and conventional dental film for the detection of approximal enamel
caries. Dentomaxillofac Radiol. 2010 Oct;39(7):431-6.
Yokata ET, Miles DA, Newton CW, Brown CE. Interpretation of pericapical lesions
using RadioVisioGraphy. J Endod. 1994; 20: 490-4.
Pass B, Furkart AJ, Dove SB, McDavid WD, Gregson PH. 6-Bit and 8-Bit digital
radiography for detecting simulated periodontal lesions. Oral Surg Oral Med Oral
Pathol. 1994; 77: 406-11.
Condylidou-Sidira A, Fardi A, Giannopouloou M, Parisis N. Detection of
experimentally induced root fractures on digital and conventional radiographs: an in
vitro study. Odontology. 2012 Jan 15 (Epub ahead of print) PMID: 22249846.
Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Unicamp
Departamento de Diagnóstico Oral – Área de Radiologia Odontológica
Detecção de fraturas radiculares verticais em radiografias
convencionais e digitais
Detection of vertical root fractures in conventional and digital radiographies
1 - Comentários éticos sobre o projeto de pesquisa
1.1 – Modo de abordagem dos sujeitos da pesquisa para a do TCLE
Serão utilizados 60 dentes unirradiculares doados por um cirurgião-dentista,
extraídos previamente à esta pesquisa com a devida indicação clínica e sendo
armazenados em um único recipiente, impossibilitando a identificação dos indivíduos,
sem distinção por raça e gênero, com faixa etária entre 20 e 60 anos. Desta forma, não
será necessária a aplicação do TCLE.
Aos especialistas em Radiologia Odontológica que aceitarem participar desta
pesquisa, será entregue um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ao sujeito
avaliador, esclarecendo que não há riscos e benefícios previstos, bem como que o
mesmo pode abandonar a pesquisa em qualquer momento que desejar sem qualquer
prejuízo.
1.2 – Justificativa para participação de grupos vulneráveis
Os especialistas em Radiologia Odontológica são alunos matriculados nos cursos
de Pós-Graduação desta área, sendo considerados sujeitos avaliadores vulneráveis.
Justifica-se a sua participação nesta pesquisa como amostra de conveniência, sendo as
avaliações executadas nos momentos de maior pertinência para os mesmos, e tendo sua
participação caráter voluntário.
1.3 – Análise crítica dos riscos e benefícios
Não há riscos e benefícios envolvidos nesta pesquisa para os sujeitos de pesquisa
e avaliadores. As avaliações serão realizadas no momento de maior pertinência para o
especialista, não interferindo em suas atividades acadêmicas ou do dia-a-dia. O número
máximo de avaliações por dia será de 20 dentes.
Para os pesquisadores não há riscos biológicos envolvidos já que toda a
manipulação dos dentes obedecerá às normas de biossegurança necessárias, com a
devida utilização dos equipamentos de proteção individual (luvas cirúrgicas, máscaras,
toucas, óculos protetores e aventais).
1.5 – Benefícios
Não há benefícios previstos para os sujeitos de pesquisa e avaliadores.
1.6 – Descrição das medidas para proteção ou minimização dos
desconfortos e riscos previsíveis
Não há desconfortos ou riscos previsíveis para ambos os sujeitos de pesquisa e
avaliadores, assim sendo, não haverá medidas de proteção.
1.7 – Descrição das medidas de monitoramento da coleta de dados e
proteção a confidencialidade
Os dentes foram doados sem o conhecimento prévio quanto à realização desta
pesquisa, de indivíduos não-identificáveis, sem distinção de raça ou gênero.
As avaliações executadas serão mantidas sob confidencialidade, de forma que os
avaliadores não conheçam os resultados uns dos outros. Ao fim da pesquisa, os
resultados obtidos após tratamento estatístico serão divulgados no meio científico sob a
forma de artigos e trabalhos, mantendo o sigilo em relação aos avaliadores participantes.
1.8 – Previsão de ressarcimento de gastos
Não há previsão de ressarcimento de gastos para os especialistas avaliadores,
tendo em vista que os mesmos são alunos de pós-graduação (mestrado e doutorado) da
área de Radiologia Odontológica, não havendo gastos relativos a deslocamentos ou
permanência adicional na FOP. Como os equipamentos e softwares envolvidos nesta
pesquisa já estão disponíveis nas dependências da área de Radiologia Odontológica da
FOP, também não incidirão gastos relativos à aquisição destes, assim como em relação
aos equipamentos pertencentes ao Laboratório A da Área de Materiais Dentários e a
Área de Endodontia desta mesma faculdade.
1.9 – Previsão de indenização e/ou reparação de danos
Não há risco previsível pela participação na pesquisa e, por consequência, não
há previsão de indenização e/ou reparação de dano.
1.10 – Critérios para suspender ou encerrar a pesquisa
Não há previsão de suspensão da pesquisa, sendo a mesma encerrada quando as
informações desejadas forem obtidas.
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Nesta pesquisa, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido não se aplica já
que os dentes que serão utilizados na pesquisa serão doados por um cirurgião dentista
responsável pelo planejamento e execução da extração dos dentes, que foram realizadas
antes da pesquisa e os mesmos foram armazenados em um mesmo recipiente, não sendo
possível a identificação dos pacientes.
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Sujeito Avaliador)
Você está sendo convidado para participar como avaliador voluntário em uma pesquisa. A seguir será
esclarecido sobre as informações da sua participação antes, durante e após a pesquisa. Caso aceite fazer parte dela
assine ao final deste documento, que está em duas vias, uma delas será sua e a outra do pesquisador responsável.
Em caso de recusa você não será penalizado e não perderá benefícios de forma alguma. Em caso de dúvidas
quanto aos seus direitos como voluntário de pesquisa entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa
Humana da FOP: Av. Limeira 901, FOP-UNICAMP, CEP 1��1�-90�, Piracicaba – SP. Fone/Fax 19-21065��9,
e-mail [email protected] e site: www.fop.unicamp.br/cep.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA: Título do Projeto: “Detecção de fraturas radiculares verticais em radiografias convencionais e digitais”
Pesquisador Responsável: Profª. Drª. Deborah Queiroz de Freitas
Endereço: Av. Limeira, 901, Área de Radiologia Odontológica (Departamento de Diagnóstico Oral) –
Piracicaba-SP – 1�.�1�-900
Telefone para contato: (19) 2106 5�29 E-mail: [email protected]
A. Justificativa da Pesquisa: Diante da crescente utilização dos sistemas digitais e da dificuldade de diagnóstico das fraturas
radiculares, julga-se importante avaliar os sistemas digitais recentemente lançados e comparar sua eficácia com a
radiografia convencional em tal diagnóstico.
B. Objetivo da Pesquisa:
Avaliar a detecção de fraturas radiculares verticais em radiografias convencionais e digitais obtidas em
três diferentes sistemas.
C. Metodologia: O presente estudo será realizado após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de
Odontologia de Piracicaba – UNICAMP. Serão utilizados 60 dentes unirradiculares doados por um cirurgião-
dentista, extraídos com a devida indicação clínica e sendo armazenados em um único recipiente. Inicialmente, os
dentes serão inspecionados clínica e radiograficamente para exclusão de dentes com tratamento endodôntico,
reabsorção radicular interna ou externa, raízes supranumerárias, canais obliterados, calcificações pulpares e raízes
com ápice aberto. Também serão excluídos dentes com trincas e fraturas radiculares.
Após o processo de seleção, os dentes serão submetidos a raspagem e alisamento radicular para remoção
de cálculos dentários. Em seguida, todos os dentes sofrerão processo de desinfecção em glutaraldeido 2% por
aproximadamente duas horas.
Com o objetivo de eliminar a identificação de fraturas coronárias, que poderia ser um indicativo da
existência de fratura radicular, as coroas de todos os dentes serão seccionadas no limite amelocementário,
utilizando-se um disco de carborundum acoplado a uma peça reta de alta rotação. Após a remoção da coroa, os
canais radiculares serão instrumentados com um sistema rotatório de níquel-titânio K� (SybronEndo, Califórnia,
EUA), utilizando � limas com conicidades sequenciadas.
Os dentes serão divididos inicialmente em dois grupos com �0 dentes em cada: grupo controle e grupo
em que será realizada a fratura radicular. As fraturas serão induzidas em uma máquina de ensaio universal
INSTRON (modelo ��11) com a introdução de uma ponta metálica cônica na entrada do canal radicular. A ponta
cônica será programada para se movimentar com uma velocidade de 5mm/minuto em direção a raiz dentária.
Assim que ocorrer a fratura radicular, a máquina será automaticamente desligada, permanecendo a ponta inserida
no interior do conduto radicular. Em seguida será realizada a inspeção visual por transiluminação para
confirmação da presença da fratura radicular. Além disso, a presença da fratura também será confirmada por meio
de um microscópio óptico (Leica MZ75), quando será realizada a localização exata da fratura (vestibular, lingual,
mesial ou distal) e se essa apresenta ou não deslocamento de fragmentos.
Após, os dentes do grupo controle e do grupo fraturado serão utilizados para obtenção de imagens que
se enquadrarão em um dos oito grupos de estudo:
- grupo 1: imagens de dentes sem fratura, sem guta percha, sem pino;
- grupo 2: imagens de dentes com fratura, sem guta percha, sem pino;
- grupo �: imagens de dentes sem fratura, com guta percha;
- grupo �: imagens de dentes com fratura, com guta percha;
- grupo 5: imagens de dentes sem fratura, com pino metálico;
- grupo 6: imagens de dentes com fratura, com pino metálico;
- grupo 7: imagens de dentes sem fratura, com pino de fibra de vidro;
- grupo 8: imagens de dentes com fratura, com pino de fibra de vidro.
Os cones de guta percha e os pinos não serão cimentados para que os mesmos dentes possam ser
radiografados nas diferentes condições.
Para manter a condição similar do dente implantado no alvéolo, toda a raiz dentária será coberta com cera
utilidade, sendo os dentes colocados, individualmente, em um alvéolo de uma mandíbula macerada, que será
alargado com uma broca cilíndrica, para permitir a acomodação dos dentes.
Serão obtidas três radiografias de cada dente em cada uma das condições descritas acima: uma
ortorradial, uma mesiorradial e uma distorradial. A radiograifa ortorradial será obtida pela técnica do paralelismo,
sendo utilizado para isso um dispositivo de acrílico com simulador para tecidos moles. As radiografias
mesiorradial e distorradial serão obtidas com alteração do ângulo horizontal do aparelho de raios X em 5º para a
direita e para esquerda. Todos os dentes serão radiografados com as quatro possibilidades estudadas, com os
parâmetros de acordo com os fabricantes:
- filme convencional de sensibilidade E/F (Kodak, Eastman Kodak Company, Rochester, NY, EUA), com
exposição de 70 kVp, 7 mA, 0.�0 segundos e processado na processadora automática (Dentsplay International,
Gendex Dental X-ray Division, Des Plaines, Ilinois, EUA);
- placa de fósforo de tamanho 2 do sistema digital Digora Optime (Soredex/Orion Corp.,Helsinkin, Finland),
com exposição de 70 kVp, 7 mA, 0.10 segundos e software BFW 2.5 (Soredex/Orion Corp.,Helsinkin, Finland);
- placa de fósforo de tamanho 2 do sistema digital Vista Scan (Dürr Dental, Beitigheim-Bissingen, Alemanha),
com exposição de 70 kVp, 7 mA, 0.08 segundos e software DBSWIN (Dürr Dental, Beitigheim-Bissingen,
Alemanha);
- sensor sólido CCD de tamanho 2 do sistema digital Sigma (Instrumentarium Imaging, Tuusula, Finlândia), com
exposição de 70 kVp, 7 mA, 0.10 segundos e software CliniView (Instrumentarium Imaging, Tuusula, Finlândia).
As imagens convencionais serão escaneadas e salvas no formato TIFF e as digitais serão exportadas no
formato TIFF sem compressão, com resolução de contraste de 8 bits para serem montadas em templates, em dois
formatos: apenas a imagem ortorradial ou o conjunto das três imagens.
Cada exame será avaliado por três radiologistas orais previamente calibrados, ambos com experiência em
radiologia odontológica. As imagens serão avaliadas no software ImageJ (National Institutes of Health, Bethesda,
MD, USA), em um ambiente com condições de luminância ideais, sem a possibilidade de utilização da ferramenta
zoom e manipulação de brilho e contraste. Os avaliadores identificarão a presença ou ausência de fratura
radicular. Após trinta dias, �0% da amostra será reavaliada pelos três examinadores.
D. Garantias: O avaliador voluntário da pesquisa será esclarecido antes, durante ou após a pesquisa, sobre qualquer
dúvida que venha a surgir. O voluntário possui o direito de se recusar em qualquer momento a participar da
presente pesquisa, mesmo após a assinatura deste termo, devendo apenas informar ao pesquisador a saída, não
havendo qualquer punição ou prejuízo aos mesmos. Os voluntários receberão uma cópia deste termo de
consentimento livre esclarecido.
INFORMAÇÕES SOBRE A SUA PARTICIPAÇÃO: I) Duração: A pesquisa terá a duração de 12 meses. Sua participação é voluntária e você poderá se recusar ou se
retirar da pesquisa em qualquer momento.
II) Possíveis riscos, desconfortos e efeitos colaterais: A participação na pesquisa não implica em risco ou desconforto previsível, pois não haverá intervenção direta ou
indireta sobre o indivíduo. Apenas a avaliação de imagens radiográficas digitais.
III) Benefícios esperados para você ou para terceiros com a sua participação na pesquisa: Não haverá benefícios ou vantagens diretas previstas para os voluntários que participarem da pesquisa.
IV) Possibilidade de inclusão em grupo controle/placebo: Não há métodos alternativos de obtenção da informação pretendida, nem a possibilidade de inclusão em grupo
controle placebo.
V) Sigilo: Seus dados serão mantidos em sigilo absoluto e a confidencialidade será preservada, codificada e você não será
identificado em qualquer apresentação ou publicação baseada nos resultados desta pesquisa.
VI) Acompanhamento: Você estará sempre acompanhado pelo pesquisador responsável, que estará disposto a esclarecer as suas dúvidas
em qualquer momento.
VII) Possíveis despesas: A participação na pesquisa não causará despesas previsíveis ao avaliador voluntário em qualquer fase do estudo,
portanto não há previsão de ressarcimento de gastos.
VII) Indenização: Não há risco previsível pela participação, portanto não há previsão de indenização ou reparação dos mesmos, mas
os pesquisadores estão comprometidos com as normas éticas e resolverão quaisquer problemas em sua
participação.
Consentimento Eu,__________________________,RG__________CPF ________, telefone _________, abaixo assinado,
declaro ter sido informado e concordo em participar da pesquisa “Detecção de fraturas radiculares verticais em radiografias convencionais e digitais”. Fui devidamente informado e esclarecido pelo pesquisador
Deborah Queiroz de Freitas sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e
benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer
momento, sem que isto leve a qualquer penalidade, e estou recebendo uma cópia deste documento.
Piracicaba – SP, _____ de _____________ de _________
Nome: _______________________________________________________________
Assinatura: ____________________________________________________________
Assinatura do Pesquisador: _____________________________________________