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1 1. Introdução. Este trabalho tem como objetivo apresentar o tema das Radiações Ultravioleta e Seus Efeitos na Saúde Humana, num tratamento de divulgação científica, estabelecendo sempre que possível uma relação interdisciplinar entre quatro disciplinas consideradas estruturais num trabalho desta natureza . A elaboração desta monografia, tal qual documentação contendo elementos tratados em produção de material didático, também agrega a utilização das ferramentas e aplicativos de internet, trabalhadas na disciplina tecnologias de ensino, todas estas aplicadas em mídia eletrônica, pensamos poder permitir expandir a potencialidade da divulgação científica. A divulgação científica é, também, uma forma de desmistificar as Ciências permitindo popularização do conhecimento científico, utilizando multimeios. Segundo Dib; “Sistemas de multimeios: área interdisciplinar de pesquisa e desenvolvimento. A utilização de tecnologia da educação na aprendizagem de física adquire excepcional importância no momento em que a sociedade requer, mais do que nunca, ensino eficiente de física que possa ser oferecido a um elevado número de pessoas(1) pg203. O tema escolhido, a ser abordado, foi o de Radiação Ultravioleta e Seus Efeitos na Saúde Humana, sendo um assunto importante, atual e tendo como preocupação fundamental disponibilizar informações técnicas, orientações, riscos e cuidados sobre os efeitos da radiação na saude. A natureza física da radioatividade e das radiações foram estudadas em efeitos biológicos das radiações ionizantes e não-ionizantes que serão aqui abordadas para apresentar os princípios físicos necessários. Estes princípios físicos básicos sobre a natureza da radiação são considerados didaticamente necessários pois, nosso público alvo será aberto, sendo que disponibilizado nosso material a todos os interessados, independente de seu nível de conhecimento sobre o tema abordado. Nosso material informativo poderá ser acessado entre pessoas leigas e até colaboradores especializados no tema. A motivação que envolve a elaboração deste trabalho atenta para o fato de que nos dias de hoje, estamos imersos em um mar de campos e radiações. Divulgar a natureza das radiações,

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1. Introdução.

Este trabalho tem como objetivo apresentar o tema das Radiações Ultravioleta e Seus Efeitos

na Saúde Humana, num tratamento de divulgação científica, estabelecendo sempre que

possível uma relação interdisciplinar entre quatro disciplinas consideradas estruturais num

trabalho desta natureza . A elaboração desta monografia, tal qual documentação contendo

elementos tratados em produção de material didático, também agrega a utilização das

ferramentas e aplicativos de internet, trabalhadas na disciplina tecnologias de ensino, todas

estas aplicadas em mídia eletrônica, pensamos poder permitir expandir a potencialidade da

divulgação científica. A divulgação científica é, também, uma forma de desmistificar as

Ciências permitindo popularização do conhecimento científico, utilizando multimeios.

Segundo Dib; “Sistemas de multimeios: área interdisciplinar de pesquisa e desenvolvimento.

A utilização de tecnologia da educação na aprendizagem de física adquire excepcional

importância no momento em que a sociedade requer, mais do que nunca, ensino eficiente de

física que possa ser oferecido a um elevado número de pessoas” (1)

pg203.

O tema escolhido, a ser abordado, foi o de Radiação Ultravioleta e Seus Efeitos na Saúde

Humana, sendo um assunto importante, atual e tendo como preocupação fundamental

disponibilizar informações técnicas, orientações, riscos e cuidados sobre os efeitos da

radiação na saude. A natureza física da radioatividade e das radiações foram estudadas em

efeitos biológicos das radiações ionizantes e não-ionizantes que serão aqui abordadas para

apresentar os princípios físicos necessários. Estes princípios físicos básicos sobre a natureza

da radiação são considerados didaticamente necessários pois, nosso público alvo será aberto,

sendo que disponibilizado nosso material a todos os interessados, independente de seu nível

de conhecimento sobre o tema abordado. Nosso material informativo poderá ser acessado

entre pessoas leigas e até colaboradores especializados no tema.

A motivação que envolve a elaboração deste trabalho atenta para o fato de que nos dias de

hoje, estamos imersos em um mar de campos e radiações. Divulgar a natureza das radiações,

2

noções sobre seus princípios físicos e a preocupação aos danos causados à saúde humana,

justificada pelos problemas causados, especificamente, pela radiação ultravioleta, natural ou

artificial. O Sol nossa principal fonte de energia e de vida é também fonte de radiação com

diversos comprimentos de onda, inclusive, como fonte natural, a radiação UV aqui estudada.

A radiações UV pode ser produzida artificialmente, tais como a utilizada nas câmaras de

bronzeamento artificial, ou nos ambientes de produção das diversas indústrias e fornecedores

de equipamentos de solda.

Ampliar a potencialidade da divulgação de informação de forma a atingir um maior publico

não é tarefa simples, porém, pensamos estar indo além da publicação de um documento

escrito e publicado de forma estática, sem interação com o leitor, na qualidade de um

compêndio disponibilizado em uma biblioteca ou como uma página truncada em um site de

internet. Na Internet os aplicativos de publicação, como o WordPress, que disponibilizam

entre seus recursos de interação a criação de Blog, é em sí um recurso que opera a

interdisciplinaridade, porque os interlocurores, praticamente, estarão abordando o tema

central com toda amplitude de um diálogo. Esta possibilidade de mão-dupla, dando interação

entre os o curador do site e seus usuários, ou também entre os próprios usuários do site.

Deste modo ao utilizarmos este meio de comunicação, esperamos provocar transformações

positivas na dinâmica da divulgação científica.

Estas ferramentas e aplicações disponíveis para a internet, estão disponíveis sob a forma de

software gratuito e livre, o que amplia a possibilidade de uso por ter seu custo inicial nulo.

Acreditamos que estas potencialidades possam ser exploradas colaborativamente na

construção de alternativas para a divulgação científica, ampliando e disponibilizando

informação e fomento ao conhecimento para um crescente número de pessoas.

Embora não estejamos explorando e implementando neste trabalho dicionários dinâmicos de

linguas, vale lembrar que é uma facilidade que merece destaque, a possibilidade de interação

e leitura do conteúdo disponibilizado na forma de divulgação científica, pode estar sendo

3

lida e recebendo interação em outro idioma, já que pela internet atualmente é oferecido como

potencialidade de âmbito global ferramenta tradução dinâmica do idioma local, e da

composição em outros boxes. Certamente com a disponibilidade atual de diversos recursos

em mídias eletrônicas, poderemos encontrar meios complementares que oferecem melhor

eficiência aos canais de comunicação, não broadcast, como recurso para divulgação

científica.

No âmbito da utilização do conceito de interdiciplinaridade, tão discutida e teorizada nos

meios acadêmicos, mas muito pouco percebida de maneira clara, como prática, vai aqui uma

tímida abordagem do conceito. Desta forma, aqui se pretende uma abordagem prática

simplificada que possa caracterizar alguns aspectos de prática catalizadora dos

conhecimentos adquiridos nas multiplas disciplinas frequentadas. Algumas destas disciplinas,

com ênfases diferentes, buscam dar um contexto universalidade ao conhecimento e

concomitantemente formar um cidadão com competências nas suas àreas e habilidades para a

pesquisa, produção e divulgação de temas de interesse pela sociedade.

2. A ESTRUTURA DA MATÉRIA.

Durante a história do Homem muitos pensadores e filósofos se ocuparam com a natureza das

coisas, da matéria e da vida. Muitas foram as explicações e os modelos que os pensadores e

cientistas elaboraram para explicar o funcionamento na natureza. O conhecimento atual é

produto da contribuição destes ilustres pesquisadores e da evolução de suas idéias e modelos

resultou no vasto conhecimento que, hoje, detemos a respeito da matéria, sua composição e

suas formas de manifestação. Hoje aceita-se que todas as coisas materiais existentes na

natureza são constituídas de átomos ou de suas diversas possibilidades de combinações, as

moléculas. Os átomos por sua vez, agora, são divisíveis em partículas ainda menores, e estas,

dependendo da sua interação e relação com o meio, podem apresentar natureza corpuscular

ou natureza ondulatória, que são mutuamente excludente, na sua forma de manifestação (de

4

Broglie 1924). O conjunto de átomos diversos, ligados a outros átomos irão compor as

moléculas que assim apresentam as propriedades não só de um elemento químico, mas irão

compor todas as formas de manifestação da matéria na natureza.

Já obtvemos evidências experimentais da existência de anti-matéria, inicialmente pela

partícula antí-elétron, proposta por Dirac, o pósitron. Experimentos nos grandes aceleradores

e observações de interações dos raios cósmicos mostraram a aniquilação de pares de elétron-

pósitron dando origem à um fóton.

Isto posto, faremos uma breve incursão por alguns temas da física os quais servirão como

referencia para melhor compreendermos o tema objeto deste trabalho.

2.1. O ÁTOMO.

O átomo depois de ter sua concepção divulgada pelos cientistas atomistas, inicialmente com

relutância, foi aceita pela comunidade cienfica da época (Thompson 1904, Bohr 1913). A

estrutura de um átomo, no conceito da mecânica clássica, como descrito no modelo de Bohr

para o átomo de Hidrogênio, levou em conta os resultados obtidos por Plank, Einstein e

Rutherford e era compatível com os espectros observados. O elétron se move, sob ação das

forças coulombiana do núcleo positivo em órbitas circulares ou elípticas sendo estas

semelhante ao do Sistema Solar.(4)

pg.28

O modelo de Bohr do átomo nuclear em 1913, e a descoberta do nêutron em 1932, tornou

claro que o átomo e mesmo o núcleo era composto por partículas menores, influenciando

interpretações e representações do modelo do átomo (figura 1), consistindo em um núcleo,

onde fica concentrada a massa, análogo ao Sol e que estará com carga elétrica positiva, e

partículas diminutas em relação ao núcleo, estes girando em seu redor, em órbitas circulares,

por simplicidade de representação, denominadas elétrons que tem carga elétrica negativa,

neste nosso modelo, por analogia, seriam equivalentes aos planetas. Como no Sistema Solar,

o átomo possui grandes espaços vazios entre seus constituintes, que podem ser atravessados

5

por partículas menores do que ele. Após o modelo do “Pudim de passas” proposto por

J.J.Thomson, do modelo planetário de Rutherford, para o qual sabia-se que haviam falhas

devido ao movimento acelerado do elétron na sua órbita emitindo radiação e de acordo com a

teoria do eletromagnetismo de Maxwell, perdendo energia , assim, seu raio diminuiria

fazendo com que o elétron colidisse com o núcleo. Todas estas descobertas associadas

resultaram em reformulações do modelo de Thomson, Rutherford e Bohr para o átomo.

Atualmente, sabemos que o átomo não é indivisível e também não é a menor parte estrutural

da matéria, pois a física moderna comprovou que o àtomo é divisível e, além, demonstrou a

existência de diversas outras partículas, tais como os quarks e anti-quarks. Na mecânica

quântica já se demonstra a natureza corpuscular e ondulatória destas partículas fundamentais.

O cientista Louis Victor de Broglie, em 1923, propôs a natureza ondulatória das partículas

(matéria). A expressão matemática, por ele proposta foi, 𝜆 =ℎ

𝑚𝑣 , pela qual recebeu o prêmio

Nobel em 1929. “...because photons have wave and particle characteristics, and electrons

have particle caracteristics and properties typical of waves, perhaps all forms of matter have

wave as well as particle properties. ”(3)

pg818. Experimentos de difração, realizadas com

feixe de eletrons, comprovaram seu comportamento ondulatório.

.

Figura 1- Analogia entre a estrutura Atômica e o Sistema Solar.

Fonte: Comissão Nacional de Energia Nuclear- Ministério da Ciência e Tecnologia

6

2.2. ESTRUTURA DO NÚCLEO.

O núcleo do átomo é formado núcleons, basicamente, por partículas de carga positiva,

chamadas prótons, e de partículas de aproximadamente mesma massa e mesmas dimensões,

porém sem carga elétrica, denominadas neutrons (figura 2).

Figura 2: Elementos químicos naturais Fonte: Comissão Nacional de Energia Nuclear- Ministério da Ciência e Tecnologia.

Os Próton e Nêutron que compõe o do núcleo são também compostos de outras partículas, os

quarks. Os quarks, aceita-se hoje, são os componentes primordiais da matéria. Eles possuem

diversas propriedades, entre elas carga e spin, estas combinadas em certo número dão origem

as outras partículas. Por exemplo os Barions, Prótons são formados por dois quarks-U e um

quark-D e os Nêutrons por são formados por dois quarks-D e um quark-U (3)

pg919.

O número de prótons, indica o número atômico (Z), que identifica um elemento químico,

comandando seu comportamento em relação aos outros elementos.

O elemento natural mais simples, o hidrogênio, possui apenas um próton; um dos mais

complexos, o urânio, tem 92 prótons, sendo um dos elementos químicos natural mais pesado,

que assume grande importância nos estudos do núcleo.

Quanto mais prótons um átomo possuir em seu núcleo, maior a densidade de energia que ele

comporta. A energia está dito de forma simplista armazenada nas ligações nucleares que

mantém o núcleo coeso. Seria impossível manter o núcleo, geralmente, estável sendo seus

constituintes, prótons, possuidores de cargas idênticas (positivas), “separadas”, em alguns

7

casos, os de Z menores, por neutrons, se somente a força columbiana agisse entre estas

partículas. Sabemos que a força eletrostática entre cargas de mesmo sinal é repulsiva.

No interior do núcleo, prótons e nêutrons, os núcleons, As interações nucleares forte e fraca,

também conhecida como força hadrônica, é muito mais intensa do que a força columbiana,

porém tem um raio de ação muito reduzido quando comparado às forças eletrostáticas. A

interação nuclear forte tem aproximadamente a mesma intensidade entre dois prótons, entre

um próton e um nêutron.

Estas forças, como mencionamos, são responsáveis pela estabilidade do núcleo, são

favorecidas quando o número de prótons e nêutrons são aproximadamentes iguais. Com a

presença de maior números de nêutrons a estabilidade seja favorecida (Figura-3), este fato é

de relevada inportância quando se estuda o decaimento nuclear.

Percebemos que quanto mais pesado for o átomo, número A grande, existirá uma tendência

de ocorrer a presença de um maior número de nêutrons do que de prótons. No caso de

núcleos mais pesados, geralmente com Z > 55 (ferro), haverá uma maior instabilidade

causada pela energia de repulsão eletrostática entre os prótons (proporcional à Z2). Nos

elementos com Z< 55 a força repulsiva é minimizada pela igual presença de nêutros e

prótons (4)

pg126.

Outro fato importante à saber é que a massa de um núcleo é menor do que a massa de seus

constituíntes, isto é evidência de que parte da massa dos núcleos átomicos que se associam

em um processo de fusão para compor um novo núcleo estará sendo convertida em energia e

liberada. A diferença entre as massas inicial e final, ou seja, Δ𝐸/𝑐2 corresponde ao total da

energia liberada. Assim, em um processo de fissão, para desintegrar um núcleo, é preciso

fornecer energia ao sistema e essa energia precisa ser igual ou maior do que a energia de

ligação para que ocorra a fissão.

8

Figura 3: Gráfico de estabilidade dos Núcleos

Fonte: Introdução à Física Atômica e Nuclear.Oldenberg&Holladay.

2.3. AS MOLÉCULAS.

As móléculas são conjuntos de átomos ligados, na sua manifestação mínima, estarão

caracterizando uma dada substância. Dependendo de como estas ligações variem o seu

arranjo, as moléculas que estarão sendo formadas poderão estar caracterizando as diversas

substâncias básicas que formam os corpos materias que nos rodeiam. A suposição de que

quandos os átomos se combinam os núcleos permanecem inalterados é correta, esta é a

explicação do porque a massa se conserva nas reações químicas. Outras características nas

reações químicas se alteram pela reação química, sendo as ligações químicas entre átomos

adjascentes que compõe moléculas complexas. As possíveis ligações entre átomos (iônicas,

covalentes) são determinadas pela polaridade, eletronegatividade e saturação de valência

9

entre os átomos que compões mesmo as moléculas mais simples. Estas diversas

possibilidades de se fazer as ligações entre os elétrons de valência dos átomos formando as

moléculas também determinam a estrutura geométrica que estas moléculas ganham forma.

No caso dos elétrons compartilhados em moléculas, estes deixam de pertencer, num dado

momento, à um único átomo e passam a pertencer aos orbitais moleculares. Basicamente, a

teoria dos orbitais moleculares admite que, quando as moléculas são formadas, os elétrons

mais externos não ocupam mais os níveis de energia que ocupavam nos átomos isolados.

Estas características são, de certa forma, responsáveis pela formação de cadeias longas de

moléculas compostas pelos memos elementos atômicos, que se agrupam em diferentes

quantidades (5)

pg73.

Figura 4: Molécula tetraédricade CH4 Fonte: Química, Sienko e Plane.

2.4. OS ISÓTOPOS E AS EMISSÕES RADIOTIVAS

Como o nome indica (isos = mesmo; topos = lugar), os isótopos ocupam o mesmo lugar na

classificação periódica dos elemento e possuem obrigatoriamente o mesmo número de

prótons, mas o número de neutrons no núcleo pode ser variável, pois eles não têm carga

elétrica. Com isso, um mesmo elemento químico pode ter massas diferentes átomos de um

mesmo elemento químico com massas diferentes são denominados isótopos.

10

O hidrogênio tem 3 isótopos: o hidrogênio, o deuterio e o trício (ou trítio) (figura5). As

emissões primárias de Matéria e Energia que são emitidos pêlos radionucleidos que serão

discutidos são a radiação alfa, beta e gama.

Figura 5: Elementos atômico do Hidrogênio, Deuterio e o Trítio Fonte: Comissão Nacional de Energia Nuclear- Ministério da Ciência e Tecnologia

2.5. PARTÍCULAS, ONDAS ELETROMAGNÉTICAS E FÓTOS.

Conforme foi descrito as radiações nucleares podem ser de dois tipos:

a) partículas, possuindo massa, carga elétrica e velocidade, esta dependente do valor de sua

energia;

b) ondas eletromagnéticas, que não possuem massa e se propagam com a velocidade de

300.000 km/s, para qualquer valor de sua energia. São da mesma natureza da luz e das ondas

de transmissão de radio e TV. A identificação desses tipos de radiação (fig. 6) foi feita

utilizando-se uma porção de material radioativo, com o feixe de radiações passando por

entre duas placas polarizadas com um forte campo elétrico. O feixe defletia para a esquerda

ou direita dependendo da natureza de sua carga elétrica, que sofria repulsão pela placa de

sinal oposto e atração pela placa de sinal de carga contrário. Já aquelas que não sofriam

deflexão eram vistas com neutras quanto a sua carga, até mesmo sem massa, como era o caso

das radiações gama. A natureza destas partículas que não sofriam interação com o campo

eletromagnético era também eletromagnética.

Einstein estudando a luz, além de propôr o efeito fotoelétrico, conceituou o fóton como

pacote de energia eletromagnética. Segundo a teroria de Einstein a onda eletromagnética

11

transporta energia em pequenos pacotes de energia (E), que possuem frequência () e

comprimento de onda () e utilizando a sua equação de energia pode-se determinar a energia

de cada fóton, como segue;

𝐸 = ℎ𝜈 = ℎ𝑐

𝜆

Mais tarde o efeito foi comprovado, estudado e quantificado como pacotes de interação da

luz sobre superfícies metálicas em válvulas termoiônicas.

Figura 6: Caracterização das radiações utilizando duas placas polarizadas. Fonte: Comissão Nacional de Energia Nuclear- Ministério da Ciência e Tecnologia

2.6 ATIVIDADE DE UMA AMOSTRA

Os núcleos instáveis de uma mesma espécie (mesmo elemento químico) e de massas

diferentes, denominados radioisótopos, não realizam todas as mudanças ao mesmo tempo.

As emissões de radiação são feitas de modo imprevisto e não se pode adivinhar o momento

em que um determinado núcleo irá emitir radiação.

Entretanto, para a grande quantidade de átomos existente em uma amostra é razoável esperar-

se um certo número de emissões ou transformações em cada segundo. Essa taxa de

transformações é denominada atividade da amostra.

Como foi visto, um núcleo com excesso de energia tende a estabilizar-se, emitindo partículas

alfa ou beta. Em cada emissão de uma dessas partículas, há uma variação do número de

12

prótons no núcleo, isto é, o elemento se transforma ou se transmuta em outro, de

comportamento químico diferente.

Essa transmutação também é conhecida como desintegração radioativa, designação não

muito adequada, porque dá idéia de desagregação total do átomo e não apenas da perda de

sua integridade. Um termo mais apropriado é decaimento radioativo, que sugere a

diminuição gradual de massa e atividade.

2.7. MEIA-VIDA (P)

É o período de tempo necessário para que a metade dos átomos presentes num elemento

radioativo, seja natural ou obtido artificialmente se desintegre (se transmute ou decai). O

tempo de meia vida é uma característica de cada isótopo radioativo e não depende da

quantidade inicial do isótopo nem de fatores como pressão e temperatura.

Para se acompanhar a duração (ou a vida) de um elemento radioativo foi preciso estabelecer

uma forma de comparação. Por exemplo, quanto tempo leva para um elemento radioativo ter

sua atividade reduzida á metade da atividade inicial ? Esse tempo foi denominado meia vida

do elemento.

Figura 7: Gráfico de decaimento radioativo (meias-vidas) Fonte: Comissão Nacional de Energia Nuclear- Ministério da Ciência e Tecnologia.

Após o primeiro período de meia-vida, somente a metade dos átomos radioativos originais

permanecem radioativos. No segundo período, somente 1/4 , e assim por diante (figura 7).

Alguns elementos possuem meia-vida de frações de segundos. Outros, de bilhões de anos.

13

O número de mols de átomos não desintegrados pode ser calculado pela seguinte relação:

n= n0/2x

onde:

n0 = nº inicial de mols

n = nº final de mols

x= nº de períodos de meia vida.

O tempo de decaimento ou transmutação radioativa pode ser calculado:

t = x . P

3. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ELETROMAGNETISMO.

Quando uma onda mecânica passa por um ponto, a partícula que se encontra nesse ponto

oscila com a mesma freqüência (f) e o mesmo período (T) da onda. No caso da onda

eletromagnética são os campos elétrico e magnético que aumentam e diminuem

periodicamente suas intensidades, ora no sentido positivo, ora no sentido negativo (por

analogia com as ondas mecânicas, diz-se que os campos oscilam). Para ilustrar esse fato,

considera-se uma onda senoidal de período T e fixa-se a atenção no comportamento do

campo elétrico (

E ), num ponto P atingido por essa onda (esqueça-se provisoriamente o

campo magnético). Para tanto, escolhemos o instante t = 0 como sendo um instante em que

|

E | = 0 .

O comportamento de

B é semelhante ao de

E : ambos oscilam com o mesmo período, em

fase, mas em direções perpendiculares. A figura 18, ilustra a partícula (elétron) oscilando

entre um máximo positivo e uma máximo negativo, com uma correspondente variação

simultânea dos campos

E e

B num ponto P, pelo qual passa uma onda eletromagnética.

14

Fig. 8: Plano eletromagnético vetor Pointing. Fonte: Física 3 – Halliday, D.; Resnick, R.. e Krane, K..S.

A direção de propagação de uma onda eletromagnética é simultaneamente perpendicular as

direções de oscilação de

E e

B , isto significa que as ondas eletromagnéticas são sempre

transversais.

Sendo

v a velocidade de propagação de uma onda eletromagnética, os vetores

v ,

E e

B

devem ter, a cada instante (que não seja um instante em que

E e

B se anulam), sentidos tais

que obedeçam a regra da mão esquerda representada na figura abaixo.

Fig. 9: Regra da mão esquerda Fonte: Física 3 – Halliday, D.; Resnick, R.. e Krane, K.S.

Ondas eletromagnéticas se propagam no vácuo e, dependendo do caso, também em meios

materiais. Nesse ponto diferem das ondas mecânicas, as quais não se propagam no vácuo.

Considera-se uma onda eletromagnética de freqüência f, que se propaga com velocidade v

em um meio qualquer. Sendo λ o seu comprimento de onda, do mesmo modo que para as

ondas mecânicas, temos:

15

fv

Um dos resultados de maior importância obtidos por Maxwell, a partir de sua teoria sobre as

ondas eletromagnéticas, foi a determinação do valor da velocidade de propagação dessas

ondas. Ele deduzir que no vácuo (ou no ar), uma onda eletromagnética deveria se propagar

com: v = 300.000 km/s.

Como, naquela época, a velocidade da luz no ar já havia sido determinada

experimentalmente com boa precisão, Maxwell percebeu, com grande surpresa, que: a

velocidade de propagação de uma onda eletromagnética coincidia com a velocidade da luz.

Esta constatação levou o cientista a propor a seguinte idéia: a luz deve ser uma onda

eletromagnética. Experiências posteriores confirmaram a hipótese de Maxwell unificando a

óptica e a eletricidade.

Sabemos que uma carga elétrica em repouso produz um padrão de linhas de campo elétrico, e

ao ser colocada em movimento, em velocidade constante aparecem também linhas de

campo magnético. Estabelecida uma condição estável no movimento, definido o espaço (S),

nota-se associado aos campos elétrico (E) e magnético (B) uma dada densidade de energia,

ou melhor há evidências de sua presença, nenhum sinal, radiação eletromagnética, transporte

de energia ou momento pode ser observado transportando a carga de um dado ponto a outro,

em outras palavras uma carga em movimento uniforme produz uma corrente elétrica (i) que

não varia no tempo (fig. 10).

16

Fig. 10:Fluxo de cargas no condutor = corrente. Fonte: Principles of Phisics – Serway, R.A.

Porém, ao condicionarmos a carga a um movimento oscilatório “de ir e vir” , ou seja

imprimirmos descontinuidade ao movimento, acelerando e desacelerando a carga, esse

movimento vibratório, isto é uma corrente que com o tempo produz uma onda

eletromagnética, assim as cargas passam a irradiar .

A figura 11 mostra um circuito RLC oscilador, que mantido constantemente alimentado e

acoplado a um circuito irradiante (antena dipolo), produzindo ondas eletromagneticas que

viajam no espaço.

Fig. 11: Um dispositivo capaz de gerar uma onda eletromagnética progressiva Fonte: Física 3 – Halliday, D.; Resnick, R.. e Krane, K.S.

Na figura 11 mostramos o plano do campo elétrico, numa sequência de momentos onde

observamos a frente de onda eletromagnética produzida pela alternância de polaridade das

cargas no dispositivo antena dipolo elétrico.

17

Fig. 12: Sequência de uma onda progressiva, como gerada pela antena da fig.11. Fonte: Física 3 – Halliday, D.; Resnick, R.. e Krane, K.S.

A figura 13 contempla também o campo magnético que é ortogonal ao plano do campo

elétrico, por essa razão esta representado por sinais “de flecha” o (ponta da flecha)

significando que as linhas de campo está saindo da superfície do plano campo elétrico, e o

(aleta da flecha) significando que as linhas de campo magnético estão entrando no plano do

campo elétrico. Como resultado dessa alternância de polaridade no dipolo e da mútua

interação dos campos elétrico e magnético, a antena dipolo se torna uma fonte emissora de

radiação.

Fig. 13: Os campos E e B irradiados por um dipolo elétrico. Fonte: Física 3 – Halliday, D.; Resnick, R. e Krane, K.S.

Em detalhe na figura 14, colocamos um observador no ponto P, sentido de propagação da

frente de onda eletromagnética, este observador obteria uma visão da frente de onda

18

hipoteticamente muito próxima de uma caixa retangular que transporta energia, a essa região

denomina-se campo de radiação. Uma onda eletromagnética pode então transportar energia

de um lado para outro, a exemplo do calor irradiado por uma fogueira, do calor que se

percebe irradiado de uma lâmpada incandescente, bem como do calor do sol que chega até a

terra na forma de luz, atravessando um grande distâncias no vácuo

O fluxo de energia em uma onda eletromagnética pode ser medido pela taxa de variação do

fluxo de energia por area. A magnitude e direção do fluxo de energia pode ser descrito por

um vetor chamado de vetor de Poynting (S) que é definido por:

Pelo produto vetorial ExB, utilizando a regra da mão direita podemos notar que a direção e

sentido de S é perpendicular ao plano de ExB apontando na direção positiva do eixo x,

passando pelo ponto P do nosso hipotético observador.

Fig14: Onda plana. e o vetorde Pointing P = E X B de propagação da onda. Fonte: Física 3 – Halliday, D.; Resnick, R. e Krane, K.S.

Assim a radiação e consequentemente a energia transportada pelas ondas eletromagnéticas

estarão sendo utilizadas por diversos processos em tecnologias com as mais diversas

finalidades.

19

4. RADIAÇÃO E RADIOATIVIDADE.

A radiação pode ser de natureza ondulatória ou corpuscular, seja qual for sua natureza ela estará

transportando energia. A radiação de natureza ondulatória sãon constituidas por um campos

magnéticos e campos elétricos oscilantes e perpendiculares entre sí. Assim como a luz, que tem

também a natureza ondulatória, a radiação tem sua velocidade igual a da luz (c=3,0x108 m/s),

podendo ser refletida, difratada e absorvida dependendo da sua energia.

As radiações corpusculares são compostas por partículas atômicas ou sub-atômicas energéticas,

tais como as partículas alfa (dois prótons e dois nêutrons), que podem ter origem no decaimento

de átomos instáveis, ou de núcleos de hélio sem elétrons, elétrons (beta negativo), pósitrons

(beta positivo) que também podem ser emitidos de decaimentos nuclear.

A radioatividade é um fenômeno físico-químico que ocorre expontaneamente em alguns

elementos químicos. Todos os elementos químicos com Z maior que 82 são radioativos e se

desintegram, passando de um núcleo a outros até se transformar em um isótopo estável de

chumbo (Pb) com Z=82. Todos os estes elementos químicos levam um tempo para sofrerem

esses decaimentos ao que se dá o nome de meia-vida do elemento. Estas transições geralmente

ocorrem liberando radiação na forma corpuscular, ondulatória ou ambas.

4.1.O SOL, FONTE DE ENERGIA RADIANTE.

Para entendermos um pouco mais sobre radiações e como ela, de certa forma invisível, nos

envolve e afeta a vida, interfere construtiva ou destrutivamente com o meio ambiente, com

nossa tecnologia, nossos equipamentos e o cotidiano da vida na Terra, vamos recorrer à alguns

conhecimentos sobre o nosso Sol. O Sol, centro do nosso sistema planetário é a fonte de energia

que chega a todos os pontos na forma de radiação. É o Sol que promove a vida na Terra, tal qual

a conhecemos e é necessário sabermos como nos relacionar com ele, para vivermos bem.

Por milênios os povos da Terra reconhecem o Sol como um astro de relevância para a vida.

Deuses foram incorporados na figura do Sol. Muito já foi questionado pelos diversos cientistas

20

que dedicaram suas pesquisas para que pudessemos saber mais sobre o Sol e sobre o como ele

passa a eternidade queimando.

Para explorar um pouco mais sobre o Sol, olhando para o aspecto da energia e radiação, vamos

abordar os estudos feitos por Bethe (1906-2005), que desenvolveu a teoria da fusão termo-

nuclear e como ela poderia produzir a energia que faz as estrelas brilharem. Seu estudo lhe

valeu o prêmio Nobel em 1967.

Para que uma reação de fusão ocorra as partículas dos núcleos dos átomos devem vencer a

barreira Coulombiana repulsiva entre as partículas, dada por:

onde o raio médio de um núcleo tem diâmentro estimado de 1 fermi (fentometro), que equivale

a 10-15

m, enquanto que a energia cinética entre as partículas é determinada por uma distribuição

de velocidades de Maxwell-Boltzmann correspondente à sua energia térmica.

A temperatura no núcleo do Sol é da ordem de 1,5x107K, e para estrelas distantes mais

massivas, é da ordem de 5,0 x107K. A energia média das partículas dos núcleos interagentes, de

1,2 a 43 keV, é de muitas ordens de grandesa menor do que a barreira Coulombiana que as

separa. As reações ocorrem pelo efeito da probabilidade de ocorrência de tunelamento quântico,

onde a equação de onda da partícula, regida pelo princípio da incerteza, propõe que partículas

poderão vencer uma barreira de potencial com energia maior do que a energia da partícula. As

partículas com maior probabilidade de penetrar a barreira são aquelas com a máxima energia na

distribuição de Maxwell-Boltzmann.

Bethe propôs que as reações nucleares de fusão ocorrecem com quatro prótons que poderiam ser

unidos e transformados em um núcleo de hélio. Resultante deste processo haveria liberação de

energia. O processo de Bethe, conhecido atualmente como o ciclo do carbono, envolve uma

cadeia complexa de seis reações nucleares em que átomos de carbono e nitrogênio agem como

21

catalisadores para a fusão nuclear. Naquela época, os astrônomos calculavam que a temperatura

no interior do Sol fosse de cerca de 1,9 x107K, e Bethe demonstrou que àquela temperatura, o

ciclo do carbono (figura 15) seria o modo dominante de produção de energia.

Figura 15: Energia do Sol – Ciclo do carbono de Berthe.

Fonte: Review of Modern Physics.

A liberação de energia pelo ciclo do carbono é proporcional à 20a potência da temperatura para

temperaturas da ordem de 1,5x107K , como se sabe hoje ser no interior do sol.

Atualmente, o valor aceito para a temperatura do núcleo do Sol é de 1,5 x107K, e à esta

temperatura, o ciclo próton-próton (figura 16) domina. Para a ocorrência do ciclo próton-próton,

como descrito, necessita-se ter temperatura superior à 8,0 x107K para estar ocorrendo.

22

Figura 16: Energia do Sol – Ciclo do Próton-Próton.

Fonte: : Review of Modern Physics.

Já para o ciclo próton-próton, a dependência é muito menor, com a quarta potência da

temperatura,

Atualmente sabe-se que o ciclo do carbono contribui pouco para a geração de energia para

estrelas de baixa massa como o sol, porque suas temperaturas centrais são baixas, mas domina

para estrelas mais massivas. A estrela Rigel, por exemplo, tem temperatura central da ordem de

4,0x109K. Quanto maior for a temperatura central, mais veloz será o próton, e maior sua energia

cinética, suficiente para penetrar a repulsão coulombiana de núcleos com maior número de

prótons, isto é, maior peso atômico.

A astrofísica demonstrou que as leis físicas que conhecemos em nossa limitada experiência na

Terra são suficientes para estudar completamente o interior das estrelas. Desde as descobertas

de Bethe, o cálculo de evolução estelar através da união da estrutura estelar com as taxas de

reações nucleares tornou-se um campo bem desenvolvido, e astrônomos calculam com

confiança o fim de uma estrela como nosso sol daqui a 6,5 bilhões de anos como uma anã

branca, após a queima do hélio em carbono pela reação triplo- :

23

E a explosão de estrelas massivas como supernovas. três átomos de Hélio colidem, formando

um carbono e liberando fótons. Esta reação só ocorre eficientemente para t>1,0x107K. O

8Be

formado na colisão de duas partículas α, tem um rápido decaimento de 2,6×10-16

s, novamente

em dois núcleos de He (fig 17).

Figura 17: Representação de três partículas Alpha .

Fonte: : Review of Modern Physics.

Sabemos com certeza que o sol converte aproximadamente 6,0x107 toneladas de Hidrogênio em

Hélio por segundo, mantendo a vida aqui na terra. Esta energia produzida pelo Sol, de

3,847x1033

ergs/s é equivalente a 5 trilhões de bombas de Hidrogênio por segundo. Para

comparar, a primeira bomba atômica, de Urânio, chamada de Little Boy e que explodiu sobre a

cidade de Hiroshima, tinha uma potência de 20 000 toneladas de TNT (tri-nitro-tolueno, ou

nitroglicerina). Uma bomba de Hidrogênio tem uma potência de 20 milhões de toneladas de

TNT. Toda esta transformação de massa em energia ocorre e se dá por radiação.

A composição química Sol tem como principais elementos o Hidrogênio (91,2%) e Hélio

(8.7%), que estão sofrendo processos de fusão, gerando uma temperatura efetiva na sua

superfície de Tef = 5785K.

Examinando a borda do Sol com um espectroscópio, durante um eclipse, temos a oportunidade

de ver por alguns instantes o espectro da cromosfera, feito de linhas brilhantes, as quais

mostram que a cromosfera é constituída de gases quentes que emitem luz na forma de linhas de

emissão (figura 18). Essas linhas são difíceis de serem observadas contra a luz brilhante da

24

fotosfera, por isso não as vemos no espectro solar normal. Uma das linhas cromosféricas de

emissão mais brilhantes é a linha de Balmer , no comprimento de onda 6563 Å, que no

espectro solar normal aparece em absorção. A linha está no vermelho, por isso a

cromosfera tem cor avermelhada.

Fig. 18 Foto de Espectro do Sol com filtro.

Fonte: National Solar Observatory, EUA.

O espectro da coroa mostra linhas muito brilhantes produzidas por átomos de ferro, níquel,

neônio e cálcio altamente ionizados e não por algum elemento estranho, como anteriormente foi

pensado. O fato de existirem esses elementos várias vezes ionizados na coroa implica que sua

temperatura deve ser muito alta, pois é necessária muita energia para arrancar muitos elétrons de

um átomo. A coroa solar tem sua temperatura média em torno de 1,0x106K.

25

Fig. 19: Foto de Espectro do Sol com filtro.

Fonte: Satélite TRACE (Transition Region and Coronal Explorer), NASA.

A elevação da temperatura na coroa deve ter origem no mesmo processo físico que aquece a

cromosfera: transporte de energia por correntes elétricas induzidas por campos magnéticos

variáveis. Da coroa emana o vento solar, (figura 19) um fluxo contínuo de partículas emitidas

da coroa do sol que atinge a Terra (aproximadamente 7 prótons/cm3 viajando a cerca de 400

km/s) é capturado pelo campo magnético da Terra, formando o cinturão de Van Allen (figura

26), na magnetosfera terrestre. Além das partículas do vento solar, existem grandes ejeções de

massa associadas às proeminências, que quando atingem a Terra causam danos às redes

elétricas, aos satélites, e demais sistemas elétricos. Em 1994, o satélite de comunicações E2 teve

alguns circuitos queimados por uma sobrecarga estática, também associada com a ejecção de

uma nuvem de plasma solar. O máximo deste ciclo solar ocorreu em 15 de fevereiro de 2001,

quando o campo magético solar reverteu de polaridade. Embora estejamos em 2009 ainda no

mínimo deste ciclo solar, com poucas tempestades, em 5 de dezembro de 2006 ocorreu um flare

no Sol, com índice X9, o mais alto, que chegou a danificar alguns píxeis da câmara do GOES

13, e saturou todos os satélites GPS que estavam do lado iluminado da Terra. Normalmente as

partículas carregadas são desviadas pelo campo magnético da Terra para o Cinturão de Van

Allen (figura 20), e somente chegam à Terra próximas aos pólos (23)

.

26

Fig. 20: Figura ilustrativa do Cinturão de Van Allen.

.

Este cinturão, descoberto pelo físico americano James Alfred Van Allen (1914-2006) em 1958,

só permite que as partículas carregadas do vento solar entrem na atmosfera da Terra pelos pólos,

causando as auroras (figura 21), fenômenos luminosos de excitação e des-excitação dos átomos

de oxigênio presentes na atmosfera da Terra. O vento solar, composto de partículas carregadas

desprendidas da coroa solar, viaja a aproximadente 250 a 1000 km/s, provocando as auroras,

normalmente entre 60 e 80° de latitude. Entretanto as auroras podem ocorrer também em baixas

latitudes, como por exemplo a observada em 1909 em Singapura, no equador geomagnético. As

auroras foram observadas na antiguidade pelos gregos e chineses, mas somente em 1896 o

físico norueguês Kristian Birkeland (1867-1917) deduziu que fluxos de elétrons provenientes do

Sol eram canalizados pelo campo geomagnético aos pólos e, quando colidiam com a alta

atmosfera, estimulavam os átomos de oxigênio e nitrogênio. As auroras são causadas pela

interação de partículas de alta energia, principalmente elétrons, com os átomos neutros da alta

atmosfera da Terra. Estas partículas de alta energia podem excitar, através de colisões, os

elétrons de valença que estão ligados aos átomos neutros. Estes elétrons excitados então se

desexcitam, retornando ao estado inicial, de mais baixa energia. Aos se desexcitar, eles emitem

um fóton, isto é luz. A combinação destes fótons, emitidos por muitos átomos, resulta na aurora

27

que vemos. As auroras acontecem a alturas acima de 60 km, têm correntes acima de

100 000 volts e geram energia acima de 1 milhão de megawatts.

Fig. 21: Figura ilustrativa da Aurora Boreal.

Entretanto o campo magnético terrestre não é um simples dipolo e existe uma depressão no

campo, no Atlântico Sul, que faz com que alto fluxo de elétrons com energia acima de 30 KeV

cheguem próximo ao solo na região conhecida como Anomalia Geomagnética do Atlântico Sul

representada na região vermelha da figura 22.

Fig. 22: Figura ilustrativa da Anomalia geomagnética do Atlântico Sul.

A Anomalia Geomagnética do Atlântico Sul é uma mancha de fluxo invertido, isto é, uma

mancha com fluxo magnético direcionado para dentro no hemisfério de fluxo direcionado para

fora. Existem outras manchas menores, tanto no hemisfério norte quanto no hemisfério sul, de

28

acordo com as medições de campo magnético efetuadas pelos satélites Magsat em 1980 e

Ørsted em 2000 (23)

.

Estas inversões de fluxo são similares às que causam as manchas solares: o fluxo de material

líquido e ionizado no núcleo da Terra é convectivo, turbulento e distorcido também por rotação

diferencial do núcleo externo, líquido (2900 km a 5100 km de profundidade), sobre o núcleo

sólido interno, cristalizado e que libera calor latente na cristalização das camadas externas e de

separação de elementos menos densos, como sultefo de ferro e óxido de ferro. Estas manchas

mudam de tamanho com o tempo e, quando aumentam até dominar o hemisfério, causam a

reversão do campo magnético da Terra. A última reversão ocorreu há 780 mil anos.

Quando manchas solares de polaridades magnéticas opostas colidem, há cancelamento do

campo magnético que pode provocar um flare, um aumento significativo da emissão de

radiação eletromagnética no local, principalmente no ultravioleta e raio-X.

29

Fig. 23: Fluxo Magnético na Terra e Regiões de Anomalia geomagnética.

Um aumento do fluxo de raios-X detectado pelo satélite Goes 8 após um grande flare solar ao

atingir a Terra, como radiação, provocou um aumento na fotoioniozação da atmosfera, com um

aumento súbito no número de elétrons livres, que perturbaram as ondas de rádio, inclusive as

usadas pelo GPS. As ejeções coronais de massas são bolhas de gás quente (plasma), de cerca de

1 a 10 bilhões de toneladas, aquecidas pelos campos magnéticos do Sol. Os campos magnéticos

do Sol se enrolam devido ao movimento turbulento de convecção mas também devido à rotação

diferencial, que faz com que o equador solar complete uma volta em 25 dias, enquanto que as

regiões próximas aos pólos completam uma volta em 36 dias. A desconexão do campo

magnético solar pode ocorrer em alguns minutos e tem uma energia equivalente a milhares de

bombas atômicas. As ejeções coronais de massa viajam a aproximadamente 1 milhão km/hr e

30

levam de um a quatro dias para alcançar a Terra. Quando atingem a Terra, têm milhões de

quilômetros de extensão e podem causar:

danos a satélites, também causados pelo aumento da fricção causada pela expansão da

atmosfera,

erro no posicionamento de navios e aviões de vários quilômetros, tanto pelo sistema

GPS (Global Positioning System) quanto pelos sistemas Loran e Omega (8 transmisores

distribuídos pela Terra), por instabilidades no plasma da ionosfera terrestre, causando

cintilação na amplitude e fase do sinal e reduzindo o número de satélites disponíveis de

8 a 10 para até 4. Em geral estas instabilidades duram menos de 10 minutos, mas já

ocorreram casos em que o sistema ficou fora do ar por até 13 horas,

danos às redes de energia elétrica, induzindo voltagens de milhares de volts e queimando

transformadores.

danos nas tubulações metálicas de gaseodutos, já que as correntes induzidas aumentam

drasticamente a corrosão,

Aumentam também a incidência de radiação ionizante nas pessoas, principalmente em

vôos de alta altitude, como vôos supersônicos e astronáuticos.

Em termos de radiação que atinge a Terra, normalmente é de 360 milirem/ano (3,6 mili

sievert/ano). A exposição recomendada é 1 mSy/ano. Para os astronautas na Estação Espacial,

atinge em média 6 rem/ano (60 mili sievert/ano), mas em único evento em 1989 atingiu 216

milirem/dia (2,16 mili sievert/dia) após uma tempestade solar. Durante uma ejeção coronal de

massa a radiação na superfície da Lua chega a 7000 rem/min (70 sievert/min), o que é fatal.

31

Fig. 24: Gráfico ilustrativo da dose de radiação/dia pela altura.

No Sol mínimo, a exposição é da ordem de 3,6 mSy/ano, enquanto a exposição recomendada é

1 mSy/ano. No Sol máximo, a exposição é mais que o dobro.

No sistema internacional de medidas, a dose é medida em gray (Gy=1Joule/kg) é a quantidade

de energia transferida pela radiação, eletromagnética ou corpuscular, para um objeto e 100

rad=1 Gy. Um pessoa na Terra recebe em média 450 µGy/ano de raios cósmicos. O limite de

dose equivalente para a população em geral é de 0,1 rem/ano (1 mSv/ano). O limite para

trabalhadores ocupacionalmente expostos é de 2 rem/ano (20 mSv/ano). (ICRP-60: International

Commission on Radiological Protection, Report 60, 1991). Para passar de dose (D), medida em

Gy, para exposição (E), medida em Sv, precisamos levar em conta a qualidade (Q) da radiação e

o especro (N) da mesma.

E=D Q N

A qualidade Q, tem valores numéricos que variam de 1 para a radiação eletromagnética, até 20

para partículas ionizadas de alta energia, embora com menor poder de penetração e interação

nos meios materiais os danos causado pelas partículas ionizadas (Alpha e Beta) é maior do que

o da radiação eletromagnética.

32

Para podermos avaliar melhor estes e outros valores das grandezas físicas, as quais não estamos

rotineiramente acostumados, fazeremos uso do recurso de analogias. Exemplificando; Uma

tomografia de crânio tem uma exposição recomendada de 50 mGy, e uma mamografia de 10

mGy. Os sobreviventes da bomba de Hiroshima, no Japão, tiveram uma exposição média de

230 mGy (4 Gy a 1000 metros). Exposições acima de 200 rems já causam danos sérios, e acima

de 600 rems causam a morte em menos de 2 meses em 80% dos casos (25)

.

O meio ambiente é suceptível à alterações decorrentes dos eventos que ocorrem no Sol.

Atualmente vários satélites estão monitorando eventos cosmológicos que poderão afetar o clima

Estes satélites podem receber notificação da chegada de uma ejeção coronal de massa solar com

aproximadamente 3 horas de antecedência, propiciando às agências científicas meios de

disparar planos de contenção que possam minimizar os efeitos danosos destes eventos. No

endereço URL http://www.sec.noaa.gov, pode-se ter acesso a dados destas observações. Nota-

se que nos anos de máximo de um ciclo solar, podem ocorrer de 2 a 60 eventos. Essas ejeções

podem causar diversos danos nos sistemas eletrônicos e ainda, severos às linhas de transmissão

de energia. Em princípio, as linhas de transmissão dentro das cidades sofrem menos efeitos, por

serem melhor protegidas e de curtas distâncias. Uma ejeção coronal de massa do Sol, que

podem estar relacionadas com o aquecimento da coroa nas camadas externas, também pode

causar grandes efeitos nos oceanos, tais como, grandes ondas (tsunami) (23)

.

O Sol está continuamente produzindo energia decorrente da fissão nuclear em seu interior, esta

energia atravessa o espaço em forma de ondas eletromagnéticas, como radiação irradiante e

alguma porção de partículas. No espectro da figura 25, podemos ver a distribuição das ondas

eletromagnéticas em comprimento de onda () sua relação com a denominação destas.

33

Fig. 25: Comprimento de Onda das Ondas Eletromagnéticas.

A radiação ultravioleta tem comprimentos de onda menores do que a radiação visível,

posicionada à esquerda no espectro acima, é normalmente dividida em três faixas (figura-31):

UV-A, UV-B e UV-C. O UV-B, com comprimentos de onda entre 120nm (1200Å) e 380nm

(3800Å) é a faixa mais perigosa da energia irradiada pelo Sol que alcança a superfície da Terra.

Grande parte dos efeitos nocívos à saude humana podem ser causados pela radiação Ultravioleta

com estes comprimentos de onda, sendo principal fator de melanoma (cancêr de pele). A Terra

possui algumas formas natural de proteção para os seres vivos em sua superfície. Uma

importante proteção é o campo mafnático da Terra que se manifesta como proteção em forma de

campo denominado Cinturão de Van Hallen e já nas camadas superiores da atmosfera a camada

de ozônio (O3) promove uma forma eficiente de escudo anti-radiação Ultra Vioteta. O ozônio

(O3) atmosférico, além do próprio oxigênio molecular (O2) e do nitrogênio (N2), protege os

viventes na superfície das componentes mais danosas (com maior energia) da radiação solar.

A poluição do ar advinda de diversos processos químicos naturais e antropogênicos, estão

continuamente produzindo reações químicas com substancial redução das moléculas de ozônio

(O3) da atmosfera. Essa camada de ozônio (figura-26) é responsável pera redução dos fótons de

radiação UV enérgéticos que chegariam à superfície da Terra.

34

Fig. 26: Ilustração da Radiação Ultravioleta CBA e sua Penetração na Atmosfera.

Desde 1979 tem-se monitorado e detectado aumento na falha na camada de ozônio sobre a

Antártica (figura-27). Este buraco na camada de ozônio que pode provocar o câncer de pele e

opacidade no cristalino dos olhos (cataratas) nos seres humanos.

Fig. 27: Foto de satélite da camada de ozônio na região Antartida.

fonte:

O ozônio da atmosfera e seus aerosóis operam como um filtro protetor da dadiação neste

comprimento de onda. Essa redução na intensidade (quantidade de fótons) espalhados ou

absorvidos pela camada de ozônio, tem-se reduzido de forma que no final da década de 90 tem

ficado, em média, muito próximo ao valor de mínimo (figura-28).

35

Fig. 28: Histograma do burraco na camada de ozônio e o valor mínimo da radiação.

fonte:

A energia do sol medida na superfície terrestre mostra que cada metro quadrado recebe uma

potência (energia/segundo) de cerca de 1400 watts, ou seja, a potência de 14 lâmpadas de 100

watts/m2. O valor mais preciso da constante solar é 1367,5 w/m

2, o qual tem variado cerca de

0,3% durante o ciclo solar de 11 anos. A irradiação solar pode variar, dependendo da época no

ciclo de 11 anos, de 1364,55 a 1367,86 watts/m2(figura-29).

Considerando-se um comprimento de onda efetivo de 550nm (5500Å), podemos calcular a

intensidade (I) de fótons que atinge a superfície da Terra.

n = fótons m2s

-1

h = Constante de Plank (6,63x10-34

J s)

c = Velocidade da luz (3,0x108

m/s)

(comprimento de onda) = 550nm ou 5500Å

n=1366 W m2/(hc/5500Å ) = 1366 J s

-1 m

2/(3,6 × 10

-19 J) =

3,78×1021

fótons m2s

-1

36

Fig. 29: Taxa anual Energia Irradiada pelo Sol.

fonte:

Enquanto o Sol irradia energia isotrópicamente de sua superfície, inúmeras reações nucleares

estão ocorrendo no seu núcleo, transformando massa em energia que estarão sendo irradiada na

forma de ondas eletromagnética ou sendo ejetada na forma de partículas ionizadas em altíssima

velocidade. Os astrifísicos utilizam modelos de evolução estelar, para predizer a velocidade

destas transformações. Calcula-se que daqui a cerca de 1,1 bilhão de anos o brilho do sol

aumentará em cerca de 10%, que causará a elevação da temperatura aqui na terra, aumentando o

vapor de água na atmosfera. O vapor de água é um dos fatores que causa o efeito estufa, fator de

alteração do albedo (relação entre energia radiante absorvida e trasnmitida pela Terra). Estima-

se que daqui a 3,5 bilhões de anos, o brilho do sol já será cerca de 40% maior do que o atual, e o

calor será tão forte que os oceanos secarão completamente, acelerando e maximizando o efeito

estufa. Embora o sol venha a se tornar uma gigante vermelha após terminar o hidrogênio no

núcleo, combustível da reação de fusão nuclear, ocorrerá perda de massa gradual do sol,

possivelmente afastando a terra do sol até aproximadamente a órbita de marte, mas exposta a

uma temperatura de cerca de 1600 k (1327 c).

37

4.2. HISTÓRIA E CONCEITO DAS RADIAÇÕES.

Em 1896, acidentalmente, o francês Henri Becquerel (1852-1909) descobriu a radioatividade

natural, ao observar que o sulfato duplo de potássio e uranila: K2(UO2)(SO4)2 , conseguia

impressionar chapas fotográficas. O fenômeno foi denominado radioatividade e os elementos

que apresentavam essa propriedade foram chamados de elementos radioativos.

A radioatividade foi descoberta poucos meses depois da descoberta dos raios X. Também foram

descobertos que outros elementos pesados, com massas próximas do urânio, também tinham a

mesma propriedade e em 1898, os poloneses Pierre e Marie Curie identificaram o urânio, o

polônio (400 vezes mais radioativo que o urânio) e depois, o rádio (900 vezes mais radioativo

que o urânio).

Radioatividade é a capacidade que certos átomos possuem de emitir radiações eletromagnéticas

e partículas de seus núcleos instáveis com o objetivo de adquirir estabilidade. A emissão de

partículas faz com que o átomo radioativo de determinado elemento químico se transforme num

átomo de outro elemento químico diferente.

Novas descobertas demonstraram que os elementos radioativos naturais emitem três tipos de

radiações: a , b e g . No começo do século XX, Rutherford criou uma aparelhagem para estudar

estas radiações (figura 30). As radiações eram emitidas pelo material radioativo, contido no

interior de um bloco de chumbo e submetidas a um campo magnético. Sua trajetória era

desviada:

Figura 30: Câmara RBS de Rutherford para estudar as radiações. Fonte: www.soaresoliveira.br/chrisrios

38

Comprovou-se que um núcleo muito energético, por ter excesso de partículas ou de carga

(figura 31), tende a estabilizar-se, emitindo algumas partículas.

Figura 31: Tipos de radiações.

Fonte: Comissão Nacional de Energia Nuclear- Ministério da Ciência e Tecnologia.

As unidades para Radioatividade no Sistema Internacional podem ser visto na tabela1 abaixo:

Tabela 1: Unidades do Sistema Internacional para Radioatividade

Fonte: http://www.fisica.net/denis/rad2.htm

Grandeza Nome Símbolo Definição

Atividade becquerel Bq

Atividade na qual se produz uma desintegração nuclear

por segundo.

Exposição coulomb/Kg C/kg

Exposição tal que a carga total de íons de mesmo sinal

produzidos em 1 quilograma de ar é de 1 coulomb em

valor absoluto.

Dose

absorvida

gray Gy

Dose de radiação ionizante absorvida uniformemente

por uma porção de matéria, à razão de 1 joule por

quilograma de sua massa.

Equivalente de

dose

sievert Sv

Equivalente de dose de uma radiação igual a 1 joule

por quilograma. Nome especial para a unidade SI

adotada pela 16a CGPM/1979.

39

O efeito da radiação sobre a matéria pode ser benéfico ou destrutivo, o grau deste efeito

dependerá da energia do fóton, da intensidade da radiação envolvida e do tipo de interação que

esses fótons estarão provocando no meio da interação. Veremos, com maiores detalhes, mais

adinante, os efeitos da radiação ultraviotela que será neste trabalho o nosso objeteto de

divulgação.

4.3. RADIAÇÃO IONIZANTE.

As radiações são denominadas ionizantes, quando possuem energia suficiente para ejetar

elétrons dos átomos durante seu trajeto. Na sua interação com o meio material esta radiação

estará produzindo ionização. Ionização é então, o processo de produção de íons, que é a

formação de àtomos ou moléculas não neutras eletricamente, isto é, estas partículas estarão

carregadas eletricamente podendo ser com cargas positivas ou negativas, dependendo da ação

da radiação na sua interação. Quando a radiação atravessa um meio material ela pode interagir

com átomos ou moléculas deste meio e no processo ela poderá depositar energia nos elétrons

dos átomos sem ejetá-los, retirando-los do seu nível energético ou arrancá-los. Os átomos e

moléculas que perderam estes elétrons, perderam uma quantia de carga negativa para cada

elétron ejetado, ficando eletricamente positivo, isto é, foram inonizados positivamente,

tornando-se íons positivos. Uma vez livres os elétrons por sua vez, estarão interagindo com o

meio e poderão ser capturados por alguma outra molécula ou átomo ficando à estes ligados.

Estas moléculas ou átomos que receberam estes elétrons estarão recebendo uma quantidade de

carga negativa referente a cada novo elétron ligado, passando assim a estarem negativamente

ionizados, sendo identificados como íons negativos, como veremos.

4.3.1. RADIAÇÃO ALFA OU PARTÍCULA ALFA

Os processos de radiação podem ocorrer dentro do núcleo de átomos instáveis ou pela interação

de troca de energia entre seus elétrons, com outras partículas ou ondas eletromagnéticas. Um

dos processos de estabilização de um núcleo com excesso de energia é o da emissão de um

40

grupo de partículas positivas, constituídas por dois prótons e dois neutrons, e da energia a elas

associada. São as radiações alfa ou partículas alfa, a radiação alfa é uma partícula formada por

um átomo de hélio (He) com carga positiva (figura 32). O hélio um gás chamado nobre por não

reagir quimicamente com os demais elementos.

Figura 32: (A) Partícula Alfa é uma formada pelo núcleo de um átomo de hélio.

(B)Interação de partículas alfa com numa folha de alumínio.

Fonte: Comissão Nacional de Energia Nuclear- Ministério da Ciência e Tecnologia.

A distância que uma partícula percorre antes de parar é chamada alcance. Num dado meio,

partículas alfa de igual energia têm o mesmo alcance. O alcance das partículas alfa é muito

pequeno, o que faz que elas sejam facilmente blindadas. Uma folha fina de alumínio barra

completamente um feixe de partículas de 5MeV. A inalação ou ingestão de partículas alfa é

muito perigosa.

Ela possui as seguintes características:

Velocidade média : 20000 km/s .

Poder de penetração : pequeno, são detidas por pele, folha de papel ou 7 cm de ar.

Poder ionizante ao ar : elevado, por onde passam capturam elétrons, transformando-se em

átomos de Hélio.

4.3.2. RADIAÇÃO BETA OU PARTÍCULA BETA

Outra forma de estabilização, quando existe no núcleo um excesso de neutrons em relação a

prótons, é através da emissão de uma partícula negativa, um elétron, resultante da conversão de

um neutron em um próton é a partícula beta negativa ou, simplesmente, partícula beta.

(A) (B)

41

No caso de existir excesso de cargas positivas (prótons), é emitida uma partícula beta positiva,

chamada pósitron, resultante da conversão de um próton em um neutron.

Portanto, a radiação beta é constituída de partículas emitidas por um núcleo (fig.33), quando da

transformação de neutrons em prótons (partículas beta) ou de prótons em neutrons (pósitrons).

Figura 33: A partícula beta (elétron)tem carga negativa e a partícula beta positiva ( pósitron).

Fonte: Comissão Nacional de Energia Nuclear- Ministério da Ciência e Tecnologia.

Ela possui as seguintes características:

Velocidade média: 95% da velocidade da luz.

Poder de penetração : 50 a 100 vezes mais penetrantes que as partículas alfa. São detidas por 1

cm de alumínio (Al) ou 2 mm de chumbo (Pb).

Danos os organismos : maiores do que as emissões alfa, podem penetrar até 2 cm do corpo

humano e causar danos sérios.

4.3.3. RADIAÇÃO OU FÓTON GAMA.

Geralmente após a emissão de uma partícula alfa ( ) ou beta ( ), o núcleo resultante desse

processo ainda com excesso de energia, procura estabilizar-se, emitindo esse excesso em forma

de onda eletromagnética, da mesma natureza da luz, denominada radiação gama.

Ela possui as seguintes características:

Velocidade: igual à da luz = 300 000 km/s.

Poder de penetração: alto, são mais penetrantes que raios X (fig. 34) são detidas por 5 cm de

chumbo (Pb).

Danos à saúde: máximo, pois podem atravessar o corpo humano, causando danos irreparáveis.

42

(A) (B)

Figura 34: (A) Partícula gama de origem nuclear.

(B) Relação entre as radiações e seu poder de penetração. Fonte: Comissão Nacional de Energia Nuclear- Ministério da Ciência e Tecnologia

4.3.4. RADIAÇÃO X OU FÓTONS DE RAIOS X.

Nos últimos meses do ano de 1895, W.C.Roentegen pesquisava descargas elétricas em tubos de

ráios catódicos, quando, para seu espanto, descobriu um agente que era capaz de atravessar

placas de madeira e de metal com muita facilidade, imprimindo, ainda imagens em filmes

fotográficos. Desta forma Roentgen, professor de física da universidade de Wurzburg na

Alemanha deu o nome de raios X a esta descoberta que foi uma revolução na área da radiologia

diagnóstica(10)

. Os raios X fazem parte do espectro eletromagnético e é classificado como uma

radiação ionizante, igual que as radiações as quais possuem uma característica importante que

são a de ter a energia suficiente para ionizar a matéria. Existem atualmente equipamentos com

capacidade de produzir raios X mais energéticos que raios . Em laboratórios de pesquisa

espalhados pelo mundo, aceleradores de elétrons produzem raios X de muito alta energia. O raio

X produzido nestes laboratórios são originados da desaceleração dos elétrons que compõe o

feixe, quando freados por ação campo columbiano do núcleo que compõe os átomos do anodo

de metal do equipamento. Os raios X assim gerados são chamados de radiação de freamento

(bremsstrahlung), desta forma poderão ter qualquer energia, a qual dependerá do grau de

aproximação do elétron com o núcleo. Os fótos de raio X assim produzidos, podendo ter

43

qualquer energia, irão compor o espectro de raios X contínuo, podendo existir fótons com

energia próximos de zero até os fótons de máxima energia. Este valor de máxima energia do

fóton pode ser calculado por (9)

:

𝐸𝑚á𝑥 𝑑𝑜 𝑓ó𝑡𝑜𝑛 = ℎ𝜈𝑚á𝑥 =ℎ𝑐

𝜆𝑚𝑖𝑛

Nas interações do elétron energético do feixe com os elétrons das camadas mais internas dos

átomos, particularmente quando ocorre a remoção de elétrons da camada K provocando a falta

desse elétron, existirá a necessidade de seu preenchimento por um elétron de um elétron de uma

camada superior existente. Quando um elétron da camada L ou M faz a transição para preencher

o que chamamos de lacuna, ele deve perder energia. Essa energia será liberada na forma de um

fóton com a energia dada pela diferença das energias entre os níveis de energia da camada que

ele transitou.

𝐸𝑓ó𝑡𝑜𝑛 = 𝐸𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 − 𝐸𝑐𝑎𝑚𝑎𝑑𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙

Estes fótons são de grande importância nos estudos de caracterização de materiais pois as suas

energias são quantizadas, únicas e particulares relacionadas com o elemento químico pela qual

eles foram emitidos, funcionando como assinatuda deste elemento químico, por isso são

denominados de fótons de raio X característicos.

Pode-se verificar o intervalo do comprimento de onda eletromagnética dos raios X (figura 35)

que estão na faixa de 30nm até aproximadamente 0,1nm.

Fig. 35: Espectro das Radiações Ionizantes. Fonte: Fonte: Biofísica Básica – Heneine, Ibrahim Felippe.

0,01 0,1 10 30 180 400

RAD

Comprimento de onda-nanômetros

(sem escala) UV

Rx

44

4.4. RADIAÇÃO NÃO-IONIZANTE.

As radiações são denominadas não-ionizantes, não possuem energia suficiente para arrancar

elétrons dos átomos em seu trajeto. Sua interação com o meio material poderá produzir aumento

da energia cinética nos átomos do meio material por onde este tipo de radiação estiver

interagindo resultando em excitação ou aquecimento. Determinar a fronteira de conceito para

radiações ionizantes e não ionizantes não é tão simples.

Quando a radiação interage com a matéria, quer seja com o nosso corpo, se ela não tiver energia

suficiente para arrancar elétrons dos átomos ou moléculas, não irá produzir íons. Para fótons de

radiação arrancarem os elétrons mais fracamente ligados, os da última camada de átomos ou

moléculas, podendo assim formar íons, deveria ter energia de no máximo 24,6 eV no caso de

átomos de hidrogênio. Esta energia necessária para arrancar elétrons da última camada irá variar

de átomo para átomo, pois dependerá da relação e interação eletrostática entre os elétrons com

o núcleo e com os demais elétrons da vizinhança, o que fará variar, de forma discreta,

quantizada, a energia necessária para a ejeção do elétron para torná-lo um elétron livre.

Na interação onde ocorre a excitação, entenda-se que não há remoção de elétrons pela interação

de fóton, os elétrons permanecem ligados aos átomos com um maior nível de energia, deixando

seu estado fundamental de energia. Estes elétrons acabarão estando com mais energia cinética,

simplesmente aumentando seu estado rotaciona e vibracional, porém eles não permanecerão

neste estado indefinidamente, voltando ao seu estado fundamental em um tempo da ordem de

10-8

s, emitindo um fóton de luz (11)

pg17.

4.4.1. RADIAÇÃO INFRAVERMELHO.

O espectro eletromagnético (figura 36) aponta os comprimentos de onda da luz, onde acima

dos 800nm encontramos a radiação do Infravermelho. O Infravermelho está fora do espectro de

luz visível pelo olho humano.

45

Fig. 36: Espectro Eletromagnético.

Fonte:.

A radiação Infravermelho também é separada em 3 faixas de comprimento de onda o IVA

(780nm até 1,4um), o IVB (1,4um até 3,0um) e o IVC (3,0um até 1,0mm), seus fótons tem

energia muito baixa, por isso não causam ejeção de elétrons de nenhum material. Como a

radiação Infravemelho não arranca elétrons de átomos nos quais ele esteja ligado, diz-se que o

Infravermelho é uma radiação não-ionizante.

A radiação Infravermelho, através da troca de energia de seus fótons, causa aqucimento do meio

material no qual ela está interagindo, devido ao aumento da energia cinética das moléculas. A

máxima penetração do infravermelho no tecido humano é de 3mme ocorre com o comprimento

de onda do IVA, diminuindo ligeiramente para os comprimentos de onda do IVB e IVC(10)

.

4.4.2. RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA.

O sol é imprescindível para a vida na Terra. É uma fonte inestimável de energia, bem-estar e

saúde. A luz solar proporciona efeitos benéficos, tanto fisiológicos como psicológicos, mas

também pode causar efeitos danosos, o que exige de nós como sociedade, orientação e

conhecimento para que se possa aproveitar dos benefícios sem se deixar ser pego pelos fatores

que colocam a saúde humana em perigo. A radiação ultravioleta, conhecida como UV, faz parte

da luz solar que atinge o nosso planeta e é essencial para a preservação do calor e a existência

da vida. A radiação UV (figura 36), está localizada logo acima do espectro de luz vivível (de

46

400nm até 100nm) e embora seus fótos sejam mais energéticos é classificada como uma

radiação excitante. Embora bastante energético, a radiação UV tem menor penetração no tecido

(pele) do que a luz visível e radiação Infravermelho. A profundidade de penetração da radiação

Ultravioleta na pele será tanto menor quanto maior for a energia de seu fóton, mas não é a única

e preponderante relação (11)

pg3.

A radiação Ultravioleta é muito importante como catalizador de vitamina D na saúde humana, a

vitamina D é também conhecida como vitamina anti-raquítismo, pois controla o aproveitamento

do fósforo e do cálcio, importantes para o perfeito desenvolvimento dos ossos e dos dentes.

Mesmo quando se ingerem alimentos que contenham fósforo e cálcio, essas substâncias não se

fixam nos ossos quando há deficiência de vitamina D. Nosso organismo pode aproveitar

diretamente a vitamina D proveniente de certos alimentos ou sintetizá-la nas células de nossa

pele a partir de uma provitamina: o ergosterol. Esta provitamina na presença dos raios

ultravioleta do Sol, que agem como sintetizador, transformando o ergosterol em vitamina D.

Muito já foi divulgado sobre os benefícios de estar exposto a luz solar, porém precisamos estar

atentos em relação à dose a qual se está exposto. O Sol tem efeito hormético(11)

, que é a porção

saudável, que trás benefícios ao se estar exposto a radiação solar em tempo não superior a duas

horas diárias e que esta exposição esteja sendo em horário de excessão, de menor intensidade

radiante. Não é recomendável ficar exposto ao Sol nos horários entre 10:00h e 16:00h, porém

quando necessário utilizar protetor solar, adequando o grau de filtro. A proteção utilizando filtro

solar é insdispensável para se evitar danos à saúde.

4.5. PRODUÇÃO DE RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA.

As fontes de produção de radiação UV, como mencionamos, podem ser natural e artificial. O

Sol é a principal fonte natural de produção de UV. Dentre as fontes artificiais de produção da

radiação UV, podemos citar as lâmpadas germicidas utilizadas em hospitais e centros clínicos

para assepcia de instrumentos cirúrgicos, Equipamentos para solda industrial de metais, que

47

operam com elevadas diferença de potencial, produzem um arco voltáico luminoso no qual

existe emissão da radiação ultravioleta. As lâmpadas negras que os jovens encontram nas

baladas também produzem radiação Ultravioleta.

4.6. RADIAÇÃO UV E PRINCIPAIS EFEITOS NA SAÚDE HUMANA.

A luz do Sol, desde a antiguidade, é conhecida como necessária e benéfica para a vida na Terra,

pois ela ilumina e aquece os ambientes, além de ser necessária para dar suporte à vida vegetal

nos processos de fotosíntese. O Sol fonte da radiação que permite secar e preservar alimentos,

também serviu de inspiração para que os cientistas desenvolvessem equipamentos que tem sido

utilizado em medicina, na fototerapia, fotoquimioterapia, terapia fotodinâmica e laserterapia

(11)pag.36.

A radiação UVA (fótons com energia entre 3,10eV e 3,94eV) tem penetração de até 1% no

tecido sub-cutâneo, com aproximadamente 300um, Já a radiação UVB (fótons com energia

entre 3,94eV e 4,42eV), tem sua penetração máxima em torno dos 200um atingindo a derme

com 9,5% da sua energia radiante e a UVC (fótons com energia entre 4,42eV e 12,42eV),

consegue penetrar até a epiderme atingindo 80um em profundidade. A radiação UV que

demonstrou ser a mais eficiente em ações bactericídas se encontra na faixa de comprimento de

onda entre 300nm e 250nm. Os principais efeitos das radiações ultravioleta no corpo humano

são as seguintes:

4.6.1. CÂNCER DE PELE.

A pele é o maior orgão do corpo humano, corresponde a 15% do peso corpóreo(11)

, operando

como camada protetora, é uma interface que evita o contato das partes e orgãos mais frágeis

com o ambiente inóspito. A pele evita a perda de água que é vital para o equilíbrio químico dos

fluídos corpóreos e das demais reações químicas que se processam na fisiologia do corpo, além

de regular a temperatura do corpo.

48

A radiação ultravioleta, em doses adequadas, na fototerapia, já foi utilizada para tratamento para

a tuberculose de pele. incidência de câncer de pele supera em ocorrência todos as outras

manifestações carcinogênicas. A Organização Mundial de Saúde, vem alertando que não só no

Brasil mas mundialmemte este tipo de câncer tem aumentando de maneira preocupante.

Pesquisadores tem alertado sobre a existência de uma relação direta entre a exposição a radiação

ultravioleta e o câncer de pele.

A radiação UV que não sofreu interação com a camada de ozônio, o qual possa ter sido

espalhado, absorvido, pode chegar até a superfície e é esta porção que pode afetar nossa saúde.

No entanto, em função do aumento dos buracos na camada de ozônio, originados de ações

antropogênicas, tem contribuido para o aumento dos índices de radiação aos quais estamos

sujeitos em um mesmo periodo de exposição. Os raios UV podem causar queimaduras,

fotoalergias, envelhecimento cutâneo e até o câncer de pele, a camada de ozônio tem forte

influência redutiva na intensidade do UV, reduzindo o risco de se estar exposto ao Sol.

Segundo o dr. Roberto B. Lima(26)

, médico-dermatologista, “A radiação ultravioleta (UV) ao

atingir nossa pele penetra profundamente e desencadeia reações imediatas, como as

queimaduras solares, as fotoalergias (alergias desencadeadas pela luz solar) e o bronzeamento,

provoca também reações tardias, devido ao efeito acumulativo da radiação durante a vida,

causando o envelhecimento cutâneo e as alterações celulares que, através de mutações

genéticas, predispõem ao câncer da pele". O alerta do médico encontra respaldo nas diversas

campanhas promovidas pela WHO (World Health Organization).

O câncer da pele é um tumor formado por células da pele que sofreram uma transformação e

multiplicam-se de maneira desordenada e anormal dando origem a um novo tecido (neoplasia).

Os especialistas afirmam que, entre as causas que predispõem ao início desta transformação

celular, aparece como principal agente à exposição prolongada e repetida à radiação ultravioleta

do sol. Os mais atingidos pelo câncer de pele são principalmente as pessoas de pele branca, que

se queimam com facilidade e nunca se bronzeiam ou se bronzeiam com dificuldade. Os médicos

49

indicam que cerca de 90% das lesões localizam-se nas áreas da pele que ficam expostas ao sol,

o que demonstra a importância da exposição solar para o surgimento do tumor.

4.6.2. TIPOS COMUNS DE CÂNCER DE PELE.

São três os tipos mais frequentes. Eles se originam de diferentes células que compõem pele.

- carcinoma basocelular: originado das células da camada basal, é o mais frequente e com o

menor potencial de malignidade. Seu crescimento é lento e muito raramente se dissemina à

distância. Ele pode se manifestar de várias maneiras, uma delas está ilustrada na foto abaixo

(figura-37).

Fig. 37: Carcinoma basocelular. Fonte:www.dermatologistas.net.

É possível perceber sua ocorrência pelas feridas que nao cicatrizam ou lesões que sangram com

facilidade devido a pequenos traumatismos, tal qual o uso da toalha, podem ser um carcinoma

basocelular.

O carcinoma basocelular (basalioma ou epitelioma basocelular) é um tumor maligno da pele. É

o câncer da pele mais frequente, representando cerca de 70% de todos os tipos. Sua ocorrência é

mais comum após os 40 anos de idade, nas pessoas de pele clara e seu surgimento tem relação

direta com a exposição acumulativa da pele à radiação solar durante a vida. A proteção da

radiação solar é a melhor forma de prevenir o seu surgimento.

50

Por ser um tumor de crescimento muito lento e que não dá metástases (não envia células para

outros órgãos), é o de melhor prognóstico entre os cânceres da pele. No entanto, pode apresentar

característica invasiva e, com o seu crescimento, destruir os tecidos que o rodeiam atingindo até

a cartilagem e os ossos.

A grande maioria das lesões aparece na face. O basalioma pode se manifestar de diversas

formas mas em sua apresentação mais típica inicia-se como pequena lesão consistente, de cor

rósea ou translúcida e aspecto "perolado", liso e brilhante, com finos vasos sanguíneos na

superfície e que cresce progressiva e lentamente.

Na sua evolução pode ulcerar (formar ferida) ou sangrar, podendo, com isso, apresentar uma

crosta escura (sangue coagulado) na sua superfície.

Algumas lesões podem ser pigmentadas, com as mesmas características descritas acima porém

de coloração escura (basocelular pigmentado), outras crescem em extensão atingindo vários

centímetros sem contudo aprofundar-se nos tecidos abaixo dela (basocelular plano-cicatricial).

A forma mais agressiva acontece quando o tumor invade os tecidos em profundidade

(basocelular terebrante), com grande potencial destrutivo principalmente se atingir o nariz ou os

olhos. O tratamento do carcinoma basocelular é na maioria das vezes cirúrgico, seja pela

eletrocirurgia (lesões pequenas) ou pela cirurgia convencional. O tumor também pode ser

tratado pela criocirurgia com nitrogênio líquido. Alguns tipos superficiais podem ser tratados

pela terapia fotodinâmica.

Fig. 38: Carcinoma basocelular e cirurgia reparadora. Fonte:www.dermatologistas.net.

51

- carcinoma espinocelular: originado das células da camada espinhosa, tem crescimento mais

rápido e as lesões maiores podem enviar metástases à distância. Também conhecido como

carcinoma epidermóide, é bem menos frequente que o basocelular. É comum acometer áreas de

mucosa aparente, como a boca ou o lábio, cicatrizes de queimaduras antigas ou áreas que

sofreram irradiação (raios x). As lesões atingem principalmente a face e a parte externa dos

membros superiores. Iniciam-se pequenas, endurecidas e tem crescimento rápido, podendo

chegar a alguns centímetros em poucos meses. Crescem infiltrando-se nos tecidos subjacentes e

também para cima, formando lesões elevadas ou vegetantes (aspecto de couve-flor). É frequente

haver ulceração (formação de feridas) com sangramento. O carcinoma espinocelular pode

produzir metástases, piorando o prognóstico. É, portanto, fundamental o diagnóstico e

tratamento precoce do câncer para evitar o envio de células tumorais para outros órgãos. Além

da proteção de radiação solar, o tratamento das lesões que podem originar a doença são medidas

necessárias para preveni-la. No caso de lesões suspeitas, procure um dermatologista para uma

avaliação e diagnóstico precoce(26)

.

Fig. 39: Carcinoma espinocelular. Fonte:www.dermatologistas.net.

O tratamento do carcinoma espinocelular é cirúrgico, através da retirada total da lesão e deve

ser realizado o mais precocemente possível para se evitar a ocorrência de metástases.

52

O carcinoma espinocelular pode ocorrer também a partir de ceratoses actínicas, que são lesões

pré-cancerosas decorrentes da exposição prolongada e repetida da pele aos UV do Sol.

- melanoma: originado das células que produzem o pigmento da pele (melanócitos), é o câncer

de pele mais perigoso. Frequentemente envia metástases para outros órgãos, sendo de extrema

importância o diagnóstico precoce para a sua cura.

O melanoma pode surgir a partir da pele sadia ou a partir de "sinais" escuros (os nevos

pigmentados) que se transformam. Apesar de ser mais frequente nas áreas da pele comumente

expostas ao sol, o melanoma também pode ocorrer em áreas de pele não expostas. Pessoas que

possuem sinais escuros na pele devem se proteger dos raios Ultravioleta do Sol, que podem

estimular a sua transformação.

Por isso, qualquer alteração em sinais antigos, como: mudança da cor, aumento de tamanho,

sangramento, coceira, inflamação, surgimento de áreas pigmentadas ao redor do sinal justifica

uma consulta ao dermatologista para avaliação da lesão. Além disso, algumas características dos

sinais podem recomendar o exame, portanto conheça o abcd do melanoma:

Assimetria: formato irregular

Bordas irregulares: limites externos irregulares

Coloração variada (diferentes tonalidades de cor)

Diâmetro: maior que 6 milímetros

A foto abaixo ilustra um melanoma em fase inicial (melanoma "in situ"), com todas as

características acima descritas. Nesta fase, o melanoma ainda está restrito à camada mais

superficial da pele, quando ainda não emite metástases para outros órgãos e pode ser curado

pela retirada cirúrgica da lesão. Daí a conclusão de que a proteção solar é a principal forma de

prevenção ao câncer de pele. De acordo com a sociedade brasileira de dermatologia, o câncer da

pele vem aumentando sua incidência vertiginosamente em praticamente todo o mundo.

53

Fig. 40: Melanoma. Fonte:www.dermatologistas.net.

Dados mostram que nos Estados Unidos, onde os estudos epidemiológicos são regularmente

realizados, cerca de 1.200.000 casos novos foram diagnosticados em 1999 e provavelmente

cerca de 10.000 pacientes perderam a vida. Assim sendo, o câncer da pele representa um dos

mais graves problemas de saúde pública, configurando uma 'epidemia silenciosa' que

compromete não só a saúde da população, como também a economia de um país. No brasil, a

Sociedade Brasileira de Dermatologia estima que ocorrerão a cada ano, 100.000 novos casos de

câncer da pele. Os números atualmente disponíveis são escassos e irregularmente coletados,

mas não menos alarmantes. Entretanto, o câncer da pele não é valorizado nas discussões e

publicações oncológicas, porque a sua mortalidade é baixa quando comparada aos outros

cânceres. Por menor que sejam estes números no que se refere a mortalidade, sempre deveriam

ser encarados como importantes, pois em relação ao câncer da pele, nós sabemos o que causa e

quem vai ter. Portanto, trata-se do único câncer onde as medidas de atenção primária são

melhores aplicáveis para a prevenção. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia,

o câncer da pele é devido, principalmente, a uma causa evitável; a excessiva exposição ao sol

sem a devida proteção, primordialmente, por indivíduos fenotipicamente predispostos. Trata-se,

portanto, do câncer mais prevalente no Brasil. Os médicos da Sociedade Brasileira de

Dermatologia alertam para a exaltação ao bronzeamento pela mídia, que se dirige

54

principalmente ao jovem. Nesta idade é quando a ação solar age de forma mais intensa,

principalmente pelo longo tempo e forma inadequada de exposição. A Sociedade Brasileira de

Dermatologia defende a instituição de um programa nacional para o controle do câncer de pele,

bem estruturado e nas diferentes regiões do país e propõe um trabalho preventivo, relacionando

a uma ação educacional, e também uma ação dirigida ao diagnóstico precoce, uma vez que,

quando identificado em tempo, o melanoma, representante mais agressivo dos cânceres de pele,

é perfeitamente curável, o câncer da pele, como é sabido, apresenta uma evolução lenta,

portanto, em condições de ser diagnosticado em suas fases menos agressivas, explicam os

médicos. A Sociedade Brasileira de Dermatologia pretende que pelo menos 80 % da população

tenha recebido uma mensagem veiculada sobre os danos causados pela exposição inadequada ao

sol. Acredita que a epidemiologia do câncer da pele ocupará uma posição de destaque nas

prioridades dos órgãos governamentais, quando houver uma percepção política do impacto

científico das realizações dos profissionais dermatologistas.

4.6.3. O PERIGO DO BRONZEAMENTO ARTIFICIAL.

As câmaras de bronzeamento artificial, possuem lâmpadas que produzem UVA em doses mais

altas do que na radiação proveniente do sol, ou seja, o número de fótons com esse comprimento

de onda encontrados numa câmara de bronzeamento artificial (figura-41) é notadamente

superior aos encontrados em um dia de sol na praia. Essa dose excessivamente superior,

podendo alcançar um fator 10 na sua intensidade, acelera o processo de “queimadura”

responsável por ativar os mecanismos de defesa do nosso corpo, que para essa modalidade de

agressão, aumenta a produção de melanina na pele, substância responsável pela tonalidade

marrom-avermelhada (bronzeada) que a pele adquire. Cade saber quee este bronzeamento

artificial para algumas peles, embora de aparência saudável, na verdade, pode estar acumulando

efeitos danosos que irão aflorar no futuro.

55

Já a radiação UVB tem uma incidência bem maior durante o verão, especialmente entre 10h e

16h. Os raios UVB penetram superficialmente na pele e são os causadores das queimaduras

solares, segundo o dr. Roberto B. Lima(26)

"...são as principais responsáveis pelas alterações

celulares que predispõem ao câncer de pele, explica o médico alertando para o fato de que,

sendo apenas os raios UVB que causam as queimaduras solares, o fato da pessoa não ter ficado

vermelha não significa que não tenha sido atingida danosamente pela radiação UVA. Aquele sol

de inverno que pareceu não causar problemas porque você não se queimou nada, na verdade

também está prejudicando sua pele favorecendo, principalmente, o seu envelhecimento, da

mesma forma que as câmaras de bronzeamento artificial".

A intensidade de UVA emitida por uma câmara de bronzeamento, de fator 10 em relação a

intensidade de UVA na da luz solar, pode causar queimadura imediata e dano cumulativo à pele

que só irá se manifestar al longo de anos. Embora hajam alegações que o uso destas câmaras

para bronzeamento artificial não fazem mal à pele, essa modalidade de tratamento, já proibida

em alguns paises, deve ser evitado. O acompanhamento, em pesquisas, de pacientes que se

submeteram a esse tipo de tratamento comprovam o envelhecimento precoce da pele e que estes

usuários ficam predispostos ao surgimento do câncer da pele.

Fig. 41: Câmara de Bronzeamento UV. Fonte:.

56

Recentemente (11/09/2009) a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)(27)

, publicou

que as câmaras de bronzeamento artificial não poderão mais ser utilizadas para fins estéticos no

país. A agência publicou, a resolução que proíbe, além do uso, a importação, o recebimento em

doação, aluguel e a comercialização desses equipamentos. A medida foi motivada pelo

surgimento de novos indícios de agravos à saúde relacionados com o uso das câmaras de

bronzeamento. Um grupo de trabalho da Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer

(IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde, noticiou a inclusão da exposição às radiações

ultravioleta na lista de práticas e produtos carcinogênicos para humanos. O risco de

aparecimento de um melanoma (câncer de pele) aumenta em 75% quando o uso de câmaras de

bronzeamento começa antes dos 30 anos.

O bronzeamento artificial já estava proibido pela ANVISA para menores de 16 anos e para

jovens com idade entre 16 e 18 anos que não apresentassem autorização do responsável legal.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pele corresponde a 25% dos

tumores malignos registrados no país. Além disso, a exposição à radiação ultravioleta pode

causar severos problemas oftalmológicos e de pele em médio e longo prazo.

4.6.4. FILTROS SOLAR E FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR (FPS).

Os filtros solares ou protetores solares são substâncias que aplicadas sobre a pele protegem a

mesma contra a ação dos raios ultravioleta (UV) do Sol. Os filtros solares podem ser químicos

(absorvem os raios UV) ou físicos (refletem os raios UV). É comum a associação de filtros

químicos e físicos para se obter um filtro solar de FPS mais alto. O Fator de Proteção Solar

(FPS), é o valor que determina o quanto o produto irá proteger sua pele dos raios UV, principais

responsáveis pelas queimaduras solares(22)

. Este número que acompanha o simbolo de indice da

radiação UV nas embalagens de filtro solar está relacionado com seu fator de absorção ou

reflexão da radiação e deve-se levar em consideração o tipo de pele ao qual será aplicado de

57

FPS significa fator de proteção solar. Alguns fabricantes de FPS informam com uma tabela na

caixa do produto os tipos de pele e a relação de filtro que o protetor oferece, veja na foto abaixo.

Fig. 42: Tabela contendo delação de tipo de peles e FPS para UV. Fonte:.

Todo filtro solar tem um número que determina o seu FPS, que pode variar de 2 a 60 (até agora,

nos produtos comercializados no Brasil). O FPS mede a proteção contra os raios UVB,

responsáveis pela queimadura solar da pele como mostra a foto abaixo, mas não medem a

proteção contra os raios UVA. A pele, quando exposta ao sol sem proteção, leva um

determinado tempo para ficar vermelha. Quando se usa um filtro solar com FPS 15, por

exemplo, a mesma pele leva 15 vezes mais tempo para ficar vermelha.

Fig. 43: Queimadura facial por UV. Fonte:www.dematologistas.net.

Partindo dos índices mais baixos, como 15 e 30, devem ser usados apenas por pessoas negras e

morenas, que têm a pele naturalmente mais protegida do que as pessoas mais claras que devem

procurar por FPS, com índices 45 ou 60. Além dos protetores solares, de efeito menos intenso,

58

existem os bloqueadores solares, cujo efeito é mais acentuado. Estes são recomendados pelos

dermatologistas para a proteção da pele e, se usados de maneira adequada, podem garantir horas

de lazer sem danos futuros à saúde. A sociedade brasileira de dermatologia, no entanto, adverte

que ao usar filtro ou bloqueador solar não significa possibilidade de permanecer longo tempo

em exposição à radiação solar, mas apenas para limitar os riscos desta exposição.

4.7. A CAMADA DE OZÔNIO (O3).

A camada de ozônio contribui para a absorção da radiação ultravioleta, principalmente as de

comprimento de onda UVB e UVC que chegam a superfície da Terra. O gás ozônio (O3) é uma

molécula formada por três átomos de oxigênio e diferentemente da molécula de oxigênio (O2)

que compõe cerca de 18% do ar que respiramos e necessária para manutenção da vida, o ozônio

é tóxico quando inalado, sendo mais danoso que o monóxido de carbono (CO) emitido pelos

automóveis, pode levar o indivíduo à morte, se estiver respirando por mais de 30minutos em

ambientes onde a concentração for da ordem de 50ppm (partes por milhão)(11)

pag.30. O gás

ozônio está presente em toda atmosfera, porém a baixas altitudes ele se encontra em

concentração muito baixa por ser extremamente reativo, isto é, de fácil recombinação com

outros gases. Nas partes mais altas da atmosfera, ao redor de 30.000m encontra-se ozônio em

maior concentração e por grandes extensões da atmosfera, esta região recebe o nome de camada

de ozônio.

A maior concentração relativa de ozônio nesta região decorre da cinergia entre formação e

destruição das moléculas de O3. Nesta região o equilíbrio entre a combinação de uma molécula

de O2 com um átomo de oxigênio resultando o O3 e a dissociação do O3 em O2 + O, possibilita a

manutenção desta concentração. A dissociação do O3 em O2 + O, chamado de fotodissociação

tem efeito pela ocorrência da quebra da molécula de O3 pela interação com um fóton de radiação

UVC. Este processo de recombinação e dissociação das moléculas de ozônio é responsável pela

absorção de toda a radiação UVC e de grande parte da radiação UVB.

59

Com o avanço da tecnologia e incremento da produção de diversos equipamentos, entre eles os

condicionadores de ar, os quais até alguns anos atrás utilizavam como trocador de calor o gás

clorofluorcarboneto (CFC) produzido artificialmente, que descuidadamente foi continuamente

lançado na atmosfera. Acontece que esse gás atinge a camada de ozônio e interfere

negativamente nas reações de ozônio desequilibrando o balanço entre combinação e

dissociação, favorecendo essa última. Como resultado podemos observar uma considerável

redução da camada de ozônio nos últimos 20 anos. A destruição da massa ocorre

principalmenmte no polo sul, na região da Antartida provocando o aumento do buraco na

camada de ozônio. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) desenvolve um

importante programa de monitoramento do território nacional, monitorando a camada de ozônio

e os índices de radiação UV.

Cabe salientar reforçando que os efeitos nocivos da radiação UV sobre a pele vão se

acumulando ao longo dos anos, ou seja, quanto mais ficarmos expostos, maior a probabilidade

de reunir para si as células cancerígenas, originadas pela incidência do UVA na superfície de

nosso corpo.

As pessoas de pele clara, que possuem menos melanina na pele (pigmento que dá a coloração

escura) são as mais atingidas, pois a exposição ao sol não proporciona o bronzeamento e, sim, a

queima da pele. E a pele, o maior órgão do corpo humano, é justamente a nossa capa protetora,

que nos reveste e a primeira a sentir a ação de tudo que acontece externamente ao corpo. A pele

também possui o seu sistema de defesa, composto por uma proteína fibrosa chamada queratina,

que absorve 60% dos raios uvb e 20% dos raios UVA. Assim o homem deve aprender a se

proteger desde criança dos raios solares, principalmente não ficando exposto entre 10 e 16

horas, quando os raios UVA têm sua ação maximizada para ter menor incidência de câncer de

pele na idade adulta.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o câncer de pele é tratável e sua ação é

reversível, porém a prevenção ainda é a atitude mais indicada pelos especialistas. Verificar

60

periodicamente o surgimento ou o aumento de manchas escuras, verrugas e pontos que coçam

ou mudam de cor e, em caso de dúvida, procurar imediatamente um médico.

5. A PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO E A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA.

O advento do computador e da comunicação em larga escala por teleprocessamento,

transformou diversos setores da sociedade. Novas ferramentas de comunicação foram

adicionadas e disponibilizadas em conjunto com a disponibilidade da Internet. Vista,

atualmente, como uma mídia de grandes possibilidades de integração social, a Internet vem

abrangendo grande numero de usuários devido a sua grande facilidade de integração

tecnológica. Outras mídias foram e ainda são utilizadas como meio para oferecer educação

abrangente, a correspondência escrita nos cursos por correspondência, o rádio e a televisão

foram utilizados, como inovadores na educação à distância (EAD), ampliado para todas as

formas em que é pretendido o processo da divulgação do conhecimento, seja ele modular,

contextualizado ou gereralista. É perceptivel que a potencialidade de uma educação mais

abrangente e limitadamente indiscriminadora fica mais possível quando há grande diversidade

de recursos em midias de comunicação. A disponibilidade de uma mídia que permita a

comunicação bidirecional entre os seus usuários, potencializa esse meio porque oferece

interação on-line, isto é possibilidade de dialogo em tempo real, transformando usuários em

interlocutores. Certamente o recurso de comunicação on-line da internet, quer utilizando

ferramentas restritas ao modo texto, do tipo chat, ou ferramentas de maior sofisticação que

implementam recursos audio-visuais em tempo real, como video-conferências disponibilizaram

novas fronteiras para ações educativas.

Na educação a distância, temos três possibilidades de comunicação reunidas numa só mídia: a

comunicação de um-para-muitos, de um-para-um e, sobretudo, de muitos-para-muitos. Estamos

diante de uma tecnologia que permite recursos impensáveis em outras modalidades de EAD e

Divulgação Científica baseadas em outras tecnologias, algo como a formação de comunidades

61

virtuais de aprendizagem colaborativa: pode-se experimentar aprender a distância junto com

outros, interagindo com muitos, independentemente da hora e do lugar de cada um dos

participantes.

Fazer esta educação on-line de modo eficiente exige o desenvolvimento de um modelo

pedagógico específico em que aprender a aprender de maneira colaborativa na rede de

computadores internet é mais importante do que aprender a aprender sozinho, por conta própria.

Esta modalidade requer, portanto, uma mudança no aluno, adaptando-o ao modo on-line de ser

aluno. Demanda também um novo tipo de professor, um professor on-line que além de possuir

domínio de um conteúdo específico, não se limite a saber operar o computador, navegar na web

ou usar o e-mail, mas dominar ferramentas tecnológica e fazer uso de técnicas didáticas, para

que seja especialmente capaz de mobilizar e manter motivada uma comunidade virtual de

aprendizes em torno da sua própria aprendizagem. A maneira de se produzir o texto didático do

conteúdo também vem passando por transformações e muito tem sido investido para tornar os

textos mais claros para o autoentendimento, buscando conciliar técnicas de estruturação e

edição para adequar ao publico alvo dessa nova mídia. (24)(25)

.

Esse novo aluno e esse novo professor precisam ser capacitados e aperfeiçoados continuamente

nessa nova área de prática educativa, também como outra maneira de se fazer educação a

distância, não como mera transposição da velha sala de aula para o mundo virtual.

Especialmente aquelas iniciativas que pensam ser isto uma questão de se desenvolver apenas o

hardware, a conectividade ou o software especializados para educação a distância via web.

Muitos recursos vêm sendo investidos nesses elementos - e é realmente importante que

continuem sendo investidos. Mas estes não representam nem todo o investimento necessário

nem o mais importante. O momento atual exige investimentos pesados em peopleware, isto é,

em recursos humanos para a educação on-line. Esta é a maior limitação enfrentada hoje no

desenvolvimento de programas de educação on-line, no Brasil e no mundo(22)(24)

.

62

Os custos de reprodução e distribuição de material digital são infinitamente menores que os do

material impresso, além da rapidez de sua disponibilização dada a fluidez do meio internet. Mas

os custos docentes são nela crescentes, pois EAD on-line de qualidade, ao contrário do que se

pensa, não prescinde do professor. Simplesmente não é possível fazer EAD on-line de qualidade

com uma pequena equipe de tutores cobrando exercícios e tarefas de milhares de estudantes e

confiando na automatização de rotinas didáticas via software. Isso seria apenas uma inadequada

e equivocada transposição do modelo convencional de EAD para o ambiente on-line, ignorando

justamente a grande potencialidade desse meio, a possibilidade da aprendizagem colaborativa a

distância. Educação on-line de qualidade requer muitas horas-aula de educadores on-line

capazes, especializados em animação de comunidades virtuais de aprendizagem colaborativa.

Problematizar conceitos-chave da concepção educacional que guiaram a produção de um

conjunto articulado de material didático impresso e digital, associado à pressupostos teóricos do

processo ensino aprendizagem (23)(24)

.

A aprendizagem humana é um fenômeno em constante mudança e ocorrre na associação de

conhecimentos já elaborados com conhecimentos novos. Na perspectiva da educação formal

ocupa o lugar em relações educativas, que se definem como uma dinâmica entre os sujeitos

envolvidos, tendo como objeto de estudo um determinado corpo de conhecimentos.

No enfoque de processo ensino aprendizagem, os conceitos são produzidos e apropriados pelo

homem, atendendo a interesses, necessidades sociais, culturais e políticas das diferentes épocas

(25). Nestes conceitos insere-se a relação da EAD com as tecnologias e com a práxis do

educador. A intervenção do educador no processo pedagógico pode acontecer em momentos

distintos, seja na construção de um recurso pedagógico, na aplicabilidade ou na análise dos seus

resultados, ainda que se possa ou não dispor de modalidades on-line, ou de tempo real.

Quando tratamos de EAD a interação em grupo deve assumir a condição de uma investigação e,

a cada reflexão sobre a ação realizada, buscam-se parâmetros para a reformulação das próximas

ações. Considera-se que o fazer educativo é um processo contínuo de ação-reflexão-ação.

63

Adequar a praxis ao novo modelo de relacionamento, onde a proximidade do ensino presencial

gera uma interação diferenciada daquela obtida através de um meio tecnológico por mais

aproximador que o multimeio permita ser. O modelo EAD aproxima, mas pode deixar lacunas

quando se pensa nas características da socialização do sujeito como integrador do processo do

fazer educativo. Concebe-se o professor como um investigador comprometido com o

conhecimento das técnicas pedagógicas, com domínio de conteúdos, com um somatório de

experiências vivenciadas e aberto para a socialização desses saberes com um grupo

multidisciplinar e agora, sobretudo, agregar as facilidades tecnológicas.

O planejamento e a organização do material didático neste processo, encontra nesses

pressupostos novos subsídios para sua elaboração. Trabalhar coletivamente está associado a

socializar conhecimentos e práticas, pois implica na generalização da produção individual para a

produção em grupo. É o trabalho no conceito de colaboração e cooperação que possibilita esta

ação (25)

.

Na abordagem da produção do material didático no contexto de educação à distância, para o

qual trataremos a divulgação científica por enterdermos que a natureza do material didátido

pode seguir a mesma modelagem devido uma de suas características a de simplicidade na

elaboração na redação do texto. O material didátido deve apresentar-se ao leitor de forma clara e

consisa permitindo a elaboração do pensamento reflexivo como ação colaborativa(28)

.

A metodologia de produção e edição do material deve contemplar momentos de colaboração e

momentos de cooperação entre suas características didáticas e temática. Na maioria dos

materiais produzidos, tais características são implementadas por educadores especializados em

suas áreas. Inicialmente, predomina o processo de produção colaborativa. Dessa forma serão

desenvolvidos os materiais didáticos referentes ao bloco temático, onde serão relacionados os

conceitos físicos, processos, tópicos e elementos a serem tratados pelo material. Ainda neste

momento da produção é necessário estar atento em atender a produção do texto técnico com

64

estrutura didática com foco no sujeito distante, o que requer o exercício de colocar-se distante

também como produtor do material didático para a ação de educar o não presencial.

A primeira tarefa, à ser desenvolvida como professor autor, refere-se à coleta dos materiais

sobre os temas objeto de estudo pensando sua veiculação, e contemplando uma revisão

bibliográfica detalhada. Essa etapa do trabalho é necessária se for uma produção individual, ou

de um grupo de estudo e pesquisa, assim os textos poderão contemplar aceitação da

comunidade acadêmica. Quando objeto do trabalho envolve trabalho de dois ou mais

professores autores, deve-se partir de encontros de estudo semanais com socialização dos

resultados. Nesse processo de produção, o planejamento, a elaboração e a edição serão

compartilhados, inicialmente em encontros agendados. Nesses encontros define-se o processo

de planejamento da estrutura do conteúdo referente ao tema em estudo.

A redação preliminar do texto, a partir dos materiais selecionados, são atribuídos ao professor

autor. A partir da edição preliminar do texto, os arquivos são compartilhados com os demais

professores autores. Nesta etapa os testos poderão ser socializados transferido-se arquivos via

correio eletrônico. Cada professor faz a sua análise e a inserção de contribuições diretamente no

texto. Os professores autores devem ter familiaridade com as ferramentas eletrônicas de edição

de textos, bem como das demais ferramentas de comunicação digital. Deve haver um registro

histórico da evolução textual(28)

. Esse registro pode ser feito utilizando-se diferentes meios:

ambientes virtuais de aprendizagem, PEN-Drivers, CD-ROM, repositórios eletrônicos, entre

outros. Esta atividade organiza-se de modo em uma estrutura de hierarquia sequencial na qual o

arquivo é transferido do professor A para o B, deste para o C e assim sucessivamente. Dentro de

um período pré-estabelecido, o texto é avaliado e alterado quando necessário pelos professores

autores. Nesse processo de alteração, deve ser realizada um controle de alterações para permitir

ao professor B, perceber as alterações feitas pelo professor A. Assim, evidenciam-se as

contribuições, evitando que um colega exclua uma contribuição recém inserida. As alterações

65

não-aceitas integralmente são debatidas nos encontros. Essa metodologia pode ser facilmente

implementada com auxilio de facilidades existente na maioria dos editores de texto eletrônico.

Os textos passam por esse processo de transferência constante dos arquivos entre os professores

autores, até que os mesmos sejam considerados adequados. A evolução da escrita no contexto

da apropriada linguagem acerca do tema necessita de cuidados quanto às características de

universalidade, objetividade, e simplicidade é evidente na elaboração do texto que deve estar

orientado para este publico alvo específico. No processo de produção colaborativa, o trabalho é

realizado com a intervenção direta entre duas ou mais pessoas no mesmo texto. Este processo

caracteriza-se por um refinamento do material produzido, melhora qualitativa com maior

requerimento de tempo necessário. No processo de produção cooperativa, as produções

individuais são agregadas às demais produções.

6. INTERDISCIPLINARIDADE E MULTIDISCIPLINARIDADE.

Pudesse procurar em vão por uma definição conceitual sobre o que é interdisciplinaridade. A

discussão no meio educacional sobre uma forma de conceitar interdisciplinaridade é ainda uma

busca, porque ainda é mais confortável dizer o que não é interdisciplinaridade do que conceituá-

la. No interior da Educação, uma forma de se pensar a interdisciplinaridade sugere a superação

da abordagem disciplinar tradicionalmente fragmentária. Essa, freqüentemente, é apontada

como incapaz de atender às demandas por um ensino contextualizado.

A interdisciplinaridade, aqui timidamente tratada, será vista como uma necessidade de catalizar

conhecimentos de diversas áreas do saber para tornar possível a produção de material didático

suficientemente estruturado para amparar a Divulgação Científica e o Ensino à Distância. Foi

rapidamente perceptível durante o desenvolvimento do texto, que embora técnico, não tivesse

um publico alvo com contorno bem definido, o que se aplica ao publico que busca de

conhecimento nos textos elaborados para a Divulgação Científica. O tratamento de texto

didático para EAD, embora contemple algumas das mesmas considerações dadas aos textos

66

para Divulgação Científica, neste, o publico alvo tem contorno bem definido, uma vez que neste

caso o usuário da internet se torna aluno e se insere dentro de um contexto educacional

orientado e estruturado. O elaborar do texto didático para divulgação científica, como um saber

teórico, requer um redimensionamento na sua abordagem quanto a interdisciplinaridade porque

não está claro como elaborar essa transposição didática. Quando se trata do saber teórico, ele

precisa ser construído, tal como elaboração mental, com informações fragmentadas,

justificativa dada a aplicação de interdisciplinaridadde. Em tese, a interdisciplinaridade é

entendida como a necessidade de integrar, articular, trabalhar em conjunto, prática

imprescindível na elaboração de um texto dirigido a um sujeito distante.

A fragmentação do conhecimento é citada freqüentemente na literatura como sendo cartesiana

atribuida como proposta de Descartes no livro Discurso do Método, em 1637, que para se

resolver uma questão complexa deve-se decompô-la em partes menores a fim de simplificar o

problema. O Metodo faz alusão de que da união da resolução das partes daria a resolução do

todo. Sendo esta influência cartesiana ou não, é fato que a fragmentação é pensada como forma

de especialização, e nas Ciências do século XIX, encontra fortes evidências, com a

industrialização e a conseqüente divisão do trabalho, acentuando-se no século XX. Essa divisão

refletiu-se no ensino escolar disciplinar, que consolidou-se primeiramente no século XIX nas

universidades modernas e com os avanços das pesquisas científicas, difundiu-se no século XX.

Ao longo do tempo na construção das estruturas acadêmicas as disciplinas nasceram na

tentativa de organizar o conhecimento por áreas de afinidade, porque elas tendem a ter

linguagem, metodologia e teorias próprias. Como proposto por Descartes, a união da resolução

das partes daria a resolução do todo, papel este a ser cumprido pela interdisciplinaridade.

Na história das Ciências percebesse que a evolução de idéias e conceito acontecem

interconectados lateralmente com os demais conhecimentos. Os conceitos que embora são

apresentados puramente fragmentados e disciplinar, resultaram de conhecimentos que

transitaram entre diversas áreas, eles foram gerados dentro de um processo temporal

67

assimétrico, de certa forma com graus de independencia uns dos outros, mas muitas disciplinas

surgiram da união de outras e de cruzamento de umas com outras, assim também como muitas

elaborações importantes da história da ciência se deram pelo encontro de pesquisadores de

diferentes áreas do saber. Como exemplo, temos a “revolução biológica” dos anos 50 e o

nascimento da Biologia Molecular, que só foi possível devido à união de físicos, químicos e

biólogos. Grandes mudanças e descobertas na Ciência acontecem, muitas vezes, em decorrência

de fatos históricos importantes, como guerras e revoluções, que provocam encontros de

pesquisadores refugiados de seus países, e assim ocorrem “migrações de idéias e conceitos,

simbioses e transformações teóricas”(29)

. Quando o saber é compartimentado em disciplinas,

pode levar a conhecimentos bastante específicos focalizados em uma só área. Essa

compartimentalização está presente na escola por meio das disciplinas específicas, e, entre as

temáticas da sala de aula e a realidade vivida pelos estudantes, acaba por gerar a alienação e a

não correspondência dos aprendizes, que não se sentem parte dos fenômenos e, portanto capazes

de mudá-los.

Um ensino pautado na prática interdisciplinar é o ensino comprometido com o aluno e em

formar alunos com uma visão global de mundo, aptos para serem cidadães criticos, articulados,

com habilidades dem contextualizar, situar-se num contexto e, se possível, globalizar, reunir os

conhecimentos adquiridos.

A visão de mundo, pautada na relação entre o todo e as partes, dão o respaldo necessário ao

conceito de interdisciplinaridade que concebemos. Este conceito está apoiado na complexidade,

no objetivo de alcançar uma visão global de mundo, na abordagem de um tema ou tópico que

esteja acima das barreiras disciplinares, isto é, na tentativa de abordar o tema como um todo (em

sua relação com as partes) e com as disciplinas que o compõe(29)

.

A abordagem interdisciplinar atende a esta demanda, sem anular a importância da

disciplinaridade do conhecimento.

68

De toda forma, convém não esquecer que, para que haja interdisciplinaridade, é preciso que haja

disciplinas. As propostas interdisciplinares surgem e desenvolvem-se apoiando-se nas

disciplinas; a própria riqueza da interdisciplinaridade depende do grau de desenvolvimento

atingido pelas disciplinas e estas, por sua vez, serão afetadas positivamente pelos seus contatos

e colaborações interdisciplinares. Portanto, a prática interdisciplinar não é oposta à prática

disciplinar, mas sim complementar a essa, na medida em que ao retornarmos ao proposto por

Descartes entendemos a relação da parte com o todo.

O termo interdisciplinaridade tem muitos significados, não existindo um currículo

interdisciplinar único, um paradigma para a prática único e uma teoria única. A

interdisciplinaridade pode ser entendida como um simples relacionamento entre disciplinas,

tema, onde cada disciplina apresenta seus valores nas áreas de copmpetência Segundo

Piaget(1979) define essas práticas como multidisciplinares, já que compreendem um nível

inferior de integração entre as disciplinas. Multidisciplinaridade como nível inferior de

integração. Ocorre quando, para solucionar um problema, busca-se informação e ajuda em

várias disciplinas, sem que tal interação contribua para modificá-las ou enriquecê-las. Já

interdisciplinaridade seria um segundo nível de associação entre disciplinas, em que a

cooperação entre várias disciplinas provoca intercâmbios e, conseqüentemente, enriquecimentos

Mútuos(16)

.

A Internet disponibiliza, atualmente, uma ampla gama de facilidades para a veiculação de

informações, sobretudo no que se refere à transferência de arquivos digitais contendo textos,

imagens, sons, dados numéricos, gráficos etc. Fala-se que a Internet provocou mudanças de

comportamento, condutas profissionais e aprendizagem. Na realidade, vivemos um período de

transição, convivendo com os modelos ditos “tradicionais” e as novas perspectivas advindas do

uso da rede. No modelo tradicional de Divulgação Científica, a comunidade científica e as

editoras compartilham um sistema de publicação de trabalhos em formato impresso e quje

finalizavam com a produção de um livro, revista ou jornal que era comercializado dentro da

69

rede de distribuidores e livrarias. Esta estrutura de distribuição centrada nas editoras, impunha

uma política de preços elevados cobrados pelas assinaturas de periódicos, principalmente

aqueles de alto impacto científico, gerando desequilíbrio no orçamento das bibliotecas

universitárias. Estas publicações acabavam por ter um alto tempo de permanência nas

prateleiras das livrarias e book stores, devido ao seu alto custo final. De sobremaneira estes

eram também motivos da baixa capacidade na abrangência destas publicações com apelo de

Divulgação Científica, que por vezes tinham algumas centenas de exemplares coemrcializados

por um seleto grupo de pessoas que já estavam inseridos na área de conhecimento.

Ao analisar a divulgação de ciência e tecnologia em meio eletrônico, com emprego de

hipertextos nota-se que contribuem para a possibilidade de ampliação do alcance da informação

científica. Atualmente, o movimento dos arquivos abertos não se restringe a serviços de

armazenamento de textos científicos, existindo também armazenamento de músicas, URLs e

vídeos, que evidenciam a tendência de uma maior utulização destes recursos.

7. A INTERNET COMO MÍDIA DINÂMICA, CONFIÁVEL E LEGAL.

Licenciamento de trabalho...Internet Legal!

A produção de material didático de uso pela internet no início de sua história passou por sérios

problemas de falta de material sério e confiável pela comunidade científica, pela falta de

dispositivos legais de regulação da mídia. Isso começou a sofrer mudanças quando os autores

passaram a ter segurança no reconhecimento da autoria e passaram a comercializar seus titulos

iniciando-se uma fase de profissionalização. Ainda hoje há desconhecimento dos direitos

autorais referentes à publicação de livros em totalidade ou parte pela rede, pouco é praticado os

direitos referente a imagens, sons, programas, cd-rom, software, hardware, e outros conteudos

na internet. Conceitualmente direitos autorais lidam basicamente com uma imaterialidade,

principal característica da propriedade intelectual. Estão presentes nas produções artísticas,

culturais, científicas, etc(20)(22)

.

70

Quando a forma escrita atinge uma escala industrial aparece o problema dos direitos autorais, a

proteção e a remuneração dos autores. O copyright começa a ser reconhecido na inglaterra

através do copyright act de 1790, que protegia as cópias impressas pelo período de 21 anos,

contados partir da última impressão, já as obras não-impressas eram protegidas por apenas

quatorze anos. Já em 1662 existia o licensing act que proibia uma impressão de qualquer obra

que não estivesse registrada. Era uma forma de censura, já que só se licenciavam livros não

ofendessem quem o licenciador julgasse estar sendo prejudicado à sombra da publicação.

A revolução francesa acrescenta um primazia do autor sobre a obra, enfocando o direito que ele

tem ao ineditismo, à paternidade, à integridade de sua obra, que não pode ser modificada sem

seu expresso consentimento. Seus direitos são inalienáveis e a proteção se estende por toda a

vida do autor(14)

.

No Brasil, o direito autoral foi regulado até recentemente pela lei 5.988 de 14 de dezembro de

1993. A partir de 19 de junho de 1998 entra em vigor a lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998, a

nova lei dos direitos autorais.

O direito autoral se caracteriza por dois aspectos:

1. O moral - que garante ao criador o direito de ter seu nome impresso na divulgação de

sua obra eo respeito à integridade desta, além de lhe garantir os direitos de modificá-la,

ou mesmo impedir sua circulação.

2. O patrimonial - que regula as relações jurídicas da utilização econômica das obras

intelectuais.

Estabelece-se conceitos rígidos para alguns entes imateriais, de forma a serem passíveis de

operar no conjunto da regulamemtação de alcançe legal. Figurando dentre muitos;

Idéias - as idéias em si não são protegidas, mas sim suas formas de expressão, de qualquer

modo ou maneira exteriorizadas num suporte material.

71

Valor intrínseco - a qualidade intelectual de uma obra não constitui critério atributivo de

titularidade, isto é, uma dada proteção é uma uma obra ou criação, independentemente de seus

méritos literários, artísticos, científicos ou culturais.

Originalidade - o que se protege não é uma novidade contida na obra, mas tão-somente um

originalidade de sua forma de expressão. Dois autores de química, chegar también por exemplo,

em seus respectivos livros, aos mesmos resultados e conclusões. O texto de cada um deles,

porém, é que está protegido contra eventuais cópias, reproduções ou quaisquer utilizações não-

autorizadas.

Territorialidade - a proteção dos direitos autorais é territorial, independentemente da

nacionalidade original dos titulares, estendendo-se através de tratados e convenções de

reciprocidade internacional. Daí ser recomendável, nos contratos de cessão ou licença de uso,

que se explicitem negociados os territórios.

Prazos - os prazos de proteção diferem de acordo com a obra da categoria, por exemplo, livros,

artes plásticas, obras cinematográficas ou audiovisuais etc

Autorizações - sem uma prévia e expressa autorização do titular, qualquer utilização de sua obra

é ilegal.

Limitações - são dispensáveis as prévias autorizações dos titulares, em determinadas

circunstâncias.

Titularidade - a simples menção de autoria, independentemente de registro, identifica sua

titularidade.

Independência - as diversas formas de utilização da obra intelectual são independentes entre si

(livro, adaptação audiovisual ou outra), recomendando-se, pois, uma expressa menção dos usos

autorizados ou licenciados, nos respectivos contratos.

Suporte físico - a simples aquisição do suporte físico ou exemplar contendo uma obra protegida

não transmite ao adquirente nenhum dos direitos autorais da mesma.

72

A lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 em vigor, entrou no dia 19 de alterando junho de 1998,

atualizando e consolidando uma legislação sobre os direitos autorais. Informa em suas

disposições preliminares, artigo 1o, que essa lei regula os direitos autorais, entendendo-se sob

esta denominação os direitos de autor e os que lhes são conexos (artistas, intérpretes, produtores

fonográficos, executantes etc.)

Em seu artigo 5o dá uma definição da publicação, transmissão ou emissão, retransmissão,

distribuição, comunicação ao público, reprodução, contratação, obra (co-em-autoria, anônima,

pseudônima, inédita, póstuma, originária, derivada, coletiva, audiovisual), fonograma, editor,

produtor, radiodifusão, artistas intérpretes ou executantes.

Em seu artigo 6o diz que "não serão de domínio da união, dos estados, do distrito federal ou dos

municípios em obras por eles simplesmente subvencionadas". Esse artigo vem esclarecer em

definitivo um problema que vinha gerando muita discussão (22)

.

7.1. INTERNET LEGAL!

Na década de 90, a explosão da informática provocou o surgimento de uma nova cultura, com

novos conceitos de comercialização de bens e serviços. Um dos problemas básicos em

discussão sobre a internet foi e ainda é definir se ela é uma mídia impressa, como jornais,

revistas ou livros. Sendo caracterizada como tal, estaria fora de qualquer controle ou censura.

Nos casos de mídia tipo não impressa, estaria submetida aos regulamentos correspondentes.

Outro fator que complica uma análise da internet é que ela não tem um proprietário definido

autor, um administrador ou corporação que detenha a gestão dos recursos; é livre, qualquer

indivíduo que possua um microcomputador minimamente configurado pode acessa-la. A

internet é uma tecnologia muito recente, e coisas novas apresentam mais problemas que

soluções. "só a experiência e o tempo é que indicarão os caminhos e seguir uma fornecerão as

molduras jurídicas atualizadas pela nova cultura, no que se refere à proteção justa dos direitos

autorais”(22)

.

73

Embora a Internet seja uma mídia multi-meio dinâmico da comunicação, e siga sendo moldado

por ações em tempo real, e algumas formas de proteção aos direitos autorais que já encontrem

respaldo legal em outros meios, estes transferem para a internet contribuições legais para a sua

regência.

Destacamos alguns dispositivos auxiliares de regulamentação, já disponíveis os quais irão, da

mesma forma como outros conteúdos, sendo dissiminados e fazendo parte do uso e se

cristalizando na cultura dos internautas. Como referência indicamos a nova lei brasileira de

direitos autorais (lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998), discutindo em particular o tema em

relação à internet.

Outras iniciativas de dentro da própria internet começaram a surgir como forma reguladora de

direitos entre os internautas. Isto se mostrava necessário para que fosse apresentado um legado

de seriedade e profissionalismo aos conteúdos disponibilizados na rede. O sistema de

licenciamento de trabalhos Creative Commons é um destes sistemas. Creative Commons, está

disponível na internet, como informações que ajudam o internauta a publicar seu trabalho online

apresentando conjuntamente à obra, uma coletânea de símbolos padronizados, para que os

outros internautas saibam exatamente o que eles podem e não podem fazer com a obra

manuseada. Quando se escolhe uma obra licenciada, acompanham ferramentas e tutoriais que

permitem adicionar informações de licença para o novo site, ou para um dos vários serviços

gratuitos de hospedagem que tenham incorporado Creative Commons. Dentre o grupo de

ferramentas disponíveis encontramos um conjunto de símbolos os quais trazem incorporados as

características autorais da obra. Alguns destes simbolos estão apresentados a seguir, com um

breve descritivo do seu significado, podendo também ser melhor entendido por acesso direto ao

site http://www.creativecommons.org.br/;

7.2. ESCOLHENDO UMA LICENÇA.

74

Oferecer sua obra sob uma licença Creative Commons não significa abrir mão dos seus direitos

autorais. Significa oferecer alguns dos direitos de autor para qualquer pessoa, mas somente sob

determinadas condições. Explicitamos abaixo, na integra, o texto disponível no site, com uma

explicação geral das Licenças Creative Commons. Todas as licenças CC requerem que seja

dado crédito (atribuição) ao autor ou licenciante, da forma por eles especificada. Este conjunto

de licenças principal também permite o uso combinado das condições. Existe um total de seis

Licenças Creative Commons dentro do nosso conjunto central para que você escolha.

Seguem os ícones e seus significados:

Atribuição.

O autor permite que outras pessoas copiem, distribuam e executem sua obra, protegida por

direitos autorais – e as obras derivados criadas a partir dela – mas somente se for dado crédito

da maneira estabelecida pelo autor. Exemplo: Joana publica sua fotografia com a licença de

Atribuição, por que ela deseja que todos usem suas fotos, contando que lhe dêem crédito. Beto

encontra na Internet a fotografia de Joana e deseja mostrá-la na primeira página de seu website.

Beto coloca a fotografia de Joana em seu site e indica de forma clara a autoria da mesma.

Uso Não Comercial.

O autor permite que outras pessoas copiem, distribuam e executem sua obra – e as obras

derivadas criadas a partir dela – mas somente para fins não comerciais. Exemplos: Gustavo

publica sua fotografia em seu website com uma licença de Uso Não Comercial. Camila imprime

a fotografia de Gustavo. Camila não está autorizada a vender a impressão da fotografia sem a

autorização de Gustavo.

Não à Obras Derivadas.

O autor permite que outras pessoas copiem, distribuam e executem somente cópias exatas da

sua obra, mas não obras derivadas. Exemplo: Sara licencia a gravação de sua música com uma

licença Não à Obras Derivadas. João deseja cortar uma faixa da música de Sara e incluí-la em

75

sua própria obra, remixando-a e criando uma obra totalmente nova. João não pode fazer isso

sem autorização de Sara (a menos que a música de João esteja no âmbito do conceito de uso

legítimo).

Compartilhamento pela mesma Licença.

O autor pode permitir que outras pessoas distribuam obras derivadas somente sob uma licença

idêntica à licença que rege sua obra.

Nota: Uma licença não pode conter as opções Compartilhamento pela Mesma Licença e Não à

Obras Derivadas. A condição do compartilhamento pela mesma licença só se aplica à obras

derivadas.

Esta obra licenciada sob uma licena

Creative Commons Atribuio 2.0 Brasil.

Com auxílio das ferramentas de gestão, uma licença creative commons, o autor mantém seus

direitos autorais mas permite a outros internautas copiar e distribuir uma obra, utilizando os

dispositivos de referência para dar-lhe crédito, a obra estará sendo regida nas condições que o

autor especificar.

Para poder dispor de mais elementos de análise, permitindo extender o entendimento sobre o

quão rápido está sendo o desenvolvimento deste substrato de legalidade na internet e o grau de

seriedade empregado no trabalho deste formalismo na dimensão virtual da internet

mencionaremos alguns dos novos progressos certificadores deste trabalho. Apresentamos a

seguir os conceitos de licenciamento creative commons, preparamos uma coletânea de

informação que poderá ser útil. Ao disponibilizar um trabalho ao qual queremos certificar

como de domínio público, associa-se a este uma das ferramentas de domínio público.

76

O importante ressaltar é que todas as obras intelectuais (livros, vídeos, filmes, fotos, obras de

artes plásticas, musica, intérpretes, etc), mesmo quando digitalizadas não perdem sua proteção,

portanto, não pueden ser utilizadas sem autorização prévia.

Apesar de qualquer pessoa que tenha acesso à internet poder inserir nela material e qualquer

outro usuário poder acessa-lo, os direitos autorais continuam um ter sua vigência no mundo

virtual da mesma maneira que no mundo físico. A transformação de obras intelectuais adaptada

para veicular em um meio etereo como a internet, nada altera os direitos das obras

originalmente fixadas em suportes físicos"(22)

.

O autor tem todo o direito de autorizar a reprodução de sua obra não quiser que meio, incluindo

aí uma internet. O que se questiona é o que o usuário pode fazer com esse material. É claro que

se ele faz uma cópia de determinado material protegido deverá possuir uma autorização do

autor. Qualquer texto, ou site que apresentar criatividade no formato protegido, é original,

necessitando de autorização para ser reproduzido.

O mesmo princípio que protege uma obra original também protege os direitos conexos,

portanto, o uso de imagens e sons também depende da autorização do autor para sua

reprodução. Embora a facilidade de manipulação através de programas especiais, como os quais

fica possível modificar uma imagem a tal ponto que se torna quase impossível afirmar, ou

mesmo provar, que tal imagem pertença mesmo a seu autor, não descaracteriza a origem da obra

em sí.

A biblioteca do congresso dos EUA está testando um sistema de gestão de publicações

(Copyright Office Eletronics Registration, Recordation Data Administrator System) que

permitira aos autores registrarem suas obras em formato digital. Dessa maneira, os livros

impressos em geral, discos, fotos e filmes poderão ser registrados no modo digital e não mais

em suportes materiais, mantendo assim assegurando os seus direitos.

A grande facilidade de reprodução e distribuição de cópias sem autorização é uma facilidade de

criar "verdadeiras" obras derivadas através da digitalização e também uma facilidade de

77

utilização de imagens e textos oferecidos pela internet de forma ilegal são alguns dos vários

modos de como os direitos autorais são burlados .

Assim como a cópia xerográfica se torna um crime quando utilizada contra a reserva de direitos

autorais, as violações dos direitos autorais pelos usuários da internet estão se tornando

igualmente comuns, de modo que um controle legal, com uma legislação própria e atuante se

mostra necessária. Todas essas violações seriam legais se fosse utilizada a regulamentação

Creative Communs em coformidade com a autorização do titular dos direitos. Atuando na forma

da lei, os internautas, tornarão o licenciamento menos oneroso. A internet está criando em sí

mesma os dispositivos que fornecem suporte para que se crie legislações rompendo barreiras,

que tornam a proteção aos direitos autorais mais atualizada e abrangente. É preciso, portanto,

estar atento às regulamentações e que em desenvolvimento paralelo se crie um código universal

plenamente funcional. Assim estaremos encontrando uma forma legítima de saber de quem é a

responsabilidade sobre os direitos autorais na internet, propondo uma solução satisfatória para

esse polêmico assunto.

7.3.EXEMPLOS DE APLICAÇÕES.

7.3.1. SciELO (cópia integra do site na reportagem de 04-12-2009).

O Modelo SciELO (Scientific Eletronic Library Online) de publicações foi concebido para

operar com publicações em acesso aberto antes mesmo do lançamento do movimento de acesso

aberto internacional, formalizado por meio de declarações internacionais – Budapeste (2002);

Bethesda (2003); Berlin (2003) e Salvador (2005). Nos últimos anos, o Programa SciELO vem

alinhando-se com o movimento de acesso aberto, como é o caso da adoção de novos padrões de

gerenciamento de propriedade intelectual, particularmente com as licenças de acesso aberto

Creative Commons.

78

O processo no gerenciamento da propriedade intelectual dos conteúdos das coleções SciELO e a

adoção da licença de atribuição Creative Commons, de acordo com Fabiana Montanari,

supervisora da Unidade Projeto SciELO, “foi iniciado em 2008 e teve como objetivo contribuir

para melhor regularizar as relações estabelecidas ao longo da cadeia de publicação dos

periódicos, na medida em que uniformizará as licenças de acesso e uso aos textos”.

Segundo William Filgueiras, advogado que assessorou a SciELO no processo de adoção do

Creative Commons, “o usuário será informado sobre as regras de propriedade intelectual

vigentes para todos os periódicos SciELO, com mecanismos padronizados de informação dos

limites de uso a ele concedidos, aumentando a segurança jurídica dos editores e da SciELO, por

meio da transparência e do comprometimento do usuário com as regras.”

“A adoção da licença de acesso aberto nas coleções SciELO não alterará o status das relações

mantidas entre autores e editores e sim regulamentará as condições atuais, fortalecendo a

publicação online no âmbito do Programa SciELO”, diz Abel Packer, Diretor do Centro Latino-

Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME/OPAS/OMS).

A adoção da licença Creative Commons do tipo CC-BY-NC tem o objetivo de regularizar a

situação atual em que o conteúdo disponibilizado nas coleções SciELO, pode de fato ser

acessado, reproduzido, distribuído e até mesmo comercializado, mas estão proibidos pelo direito

autoral. A ideia da adoção de licenças Creative Commons é explicitar, de forma direta, pública e

juridicamente válida, as liberdades que os usuários têm ao acessar um artigo científico

disponível em uma das coleções da Rede SciELO, evitando que o usuário final tenha dúvidas

sobre o que ele pode ou não fazer com aquele conteúdo.

A licença CC-BY-NC permite aos usuários da SciELO: acessar, distribuir, exibir e executar a

obra; bem como criar obras derivadas, desde que confira o devido crédito autoral, da maneira

especificada pelo periódico. Por meio dessa licença, fica explícita a restrição ao uso da obra

para fins comerciais.

79

"Entretanto, como o Programa SciELO opera em sintonia com o movimento internacional de

acesso aberto, é sugerido aos editores que considerem a adoção da licença BY, do tipo

atribuição, a mais ampla da Creative Commons, que não explicita restrição ao uso comercial e

é, de fato, a mais adotada internacionalmente pelas coleções de periódicos em acesso aberto",

complementa Packer.

Adoção das licenças BY-NC e BY pelos periódicos da SciELO Brasil A partir de setembro de

2009, os usuários da SciELO Brasil passaram a ser informados sobre quais atividades podem

praticar com o conteúdo disponibilizado nos mais de 190 periódicos indexados na coleção.

As licenças BY-NC e BY, atualmente disponíveis no rodapé das páginas de conteúdos da

SciELO Brasil, remetem o usuário à informação complementar quanto à licença que

determinado periódico adota.

Para a implementação da licença Creative Commons, os editores da SciELO Brasil receberam

uma comunicação referente à adoção da licença padrão CC-BY-NC para todos os periódicos

indexados na coleção, com opção para adoção da licença do tipo CC-BY, que é menos restritiva

e compatível com o movimento de acesso aberto. Dos 197 editores consultados, 10 aceitaram a

sugestão da SciELO para adoção da licença CC-BY:

7.3.2. PRÊMIO NOBEL DE ECONOMIA (cópia do site na reportagem de 15-10-2009).

Opremio Nobel de Economia 2009 foi concedido hoje a ElinorOstron e Oliver Williamson por

suas pesquisas sobre governança econômica.

Nobel de Economia: Elinor Ostrom e "sua análise da governança econômica, especialmente dos

commons". O trabalho pioneiro de Ostrom aborda, em sua maior parte, a governança de

recursos de propriedade comum recursos que são competitivos (ou seja, escassos, que podem

ser esgotados, ao contrário dos bens digitais) e ainda precisam ou devem ser tratados como

commons - classicamente, coisas como um sistema de água e a atmosfera. Esse trabalho é

mencionado por diversos estudiosos de commons não competitivos (ex. commons de

80

conhecimento) como tendo lançado os alicerces para as suas áreas. Exemplificado no recente

livro de James Boyle, The Public Domain.

7.3.3. BLOG DO PLANALTO (cópia integra do site na reportagem de 15-10-2009).

Governo federal lançou o Blog do Planalto, veículo que visa estabelecer um diálogo informal

entre o governo e a sociedade servindo não só como canal oficial da Presidência da República

mas como um importante meio para alcançar as novas gerações conectadas à internet. Com um

conteúdo que vai de notícias sobre os programas do governo a entrevistas em vídeo com o

Presidente Lula, o blog está todo licenciado em Creative Commons.

http://www.creativecommons.org

8. ELABORAÇÃO DO BLOG DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA.

8.1. A RECENTE HISTÓRIA DA MICRO INFORMÁTICA.

Lembra da chegada do homem à Lua? Isso aconteceu em 1969, quando o astronauta americano,

Armstrong, deu seus primeiros passos para fora da célula de sobrevivência da Apolo-15. Há,

ainda hoje, quem não acredite no fato! Mas como pode isso acontecer? Estamos cercados pelos

benefícios diretos e indiretos deste esforço científico e das suas pesquisas, algumas coroadas de

sucesso e outras deixadas ao esquecimento. Cerca de 20 anos atrás quando pensavamos em

estabelecer um processo de comunicação de um pra muitos, quer seja para fazer a propaganda

de um produto de lançamento no mercado, divulgar a chegada de um novo circo na cidade com

seu belo show de amazonas e seus cavalos, quer estivéssemos interessado em executar uma

música para que um grande número de pessoas pudessem ouví-la ou até mesmo ao estarmos nos

candidatando pela vaga de prefeito da cidade, logo pensavamos em contratar uma grade de

tempo na rádio com melhor índice de audiência da cidade. Se nosso o “recado” iria necessitar

81

de um reforço na sua divulgação e este reforço careceria de um periodo dilatado de tempo na

midia, claro, o jornal de maior tiragem seria a melhor estratégia de comunicação. O tempo foi

passando, a televisão chegou como inovação tecnológica e criou um novo espaço, o seu espaço

como mídia, mas a rádio da cidade, o jornal, ainda continuavam de pé e ainda estavam à prestar

bons serviços.

Agora estamos na década de 80. A microeletrônica atingiu a exelência na fabricação de chips

miniaturizados com a incrível marca de bilhões de transistores eletrônicos por centimetro

quadrado, dando grande poder a industria de informática para miniaturizar os cerebros

eletrônonicos “microprocessadores”. Estes pequenos “pensantes” eletrônicos embora

pequeninos eram extremamente rápidos em realizar suas tarefas complexas, cálculos e

algorítimos eram suas especialidades. Logo eles estariam sendo parceiros de outros chips do

genero em uma revolução da industria eletrônica, o Microcomputador.

Somente dez anos se passaram! Os computadores, microcomputadores pessoais, ou

simplesmente PC’s tornaram-se os produtos mais cobiçados pela população da década de 90.

E faça-se a luz do teleprocessamento. Claro! Também para os PC’s, porque não? Sim, afinal

todos são livres para se expressar e expor suas idéias através dos fios, além de poder divulgar e

vender eletronicamente aquele produto novo e especial, ou permitir que você possa conhecer e

se relacionar com pessoas do outro lado do mundo de sua própria casa. Comprar um

equipamento best seler, chinês, sem sair de casa para nem ao menos fazer o câmbio da moeda.

Nossa! Se fossemos lembrar do comentário que o guru da informática, Mr. Bill Gates, proferiu

quando comentou o lançamento do primeiro microcomputador PC-AT 286/8Mhz (Intel), com

1.024Kbytes de memória RAM, duas unidades de disco flexível de 36oKbytes cada e que

raramente acompanhava uma unidade de disco rígido tipo “Winchester” com capacidade de

10Mbytes. Disse ele: “Por que alguém precisaria de mais de 640 KB de memória RAM?” .

Bem, agora estão todos correndo atrás de alguns GigaRAM, quem poderia saber disso nos anos

80! Agora estamos navegando na internet e utilizando recursos multimídia com os quais o

82

próprio Mr. Armstrong duvidaria, se ele estivesse permanecido no mundo da Lua desde a sua

alunisagem em 1969. Também, como poderia, ele só teria conhecido as ondas de rádio e

tranferido arquivos de vídeo em midias que hoje dificilmente encontrariamos em museus.

8.2. PRODUÇÃO DO BLOG DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA.

A iniciativa deste projeto é fruto da disciplina Monografia para o Ensino de Física do curso de

licenciatura em física da Universidade de São Paulo. Faz parte da ementa da disciplina a

elaboração de um projeto que associe o conjunto de disciplinas estudadas e um projeto aplicável

ao ensino de física, razão pela qual foi adotado o projeto de Divulgação Científica. Caberia

encontrar um tema central para a abordagem da divulgação. Esta motivação teve lugar na

disciplina Efeitos Biológicos das Radiações Ionizantes e Não Ionizantes. Lá foram abordados

diversos fenômenos físicos sua ocorrência e relação com o nosso cotidiano. Dentre os tópicos o

que despertava maior apelo ao social e atualidade de contexto, estava relacionado ao

tratamento da radiação Ultravioleta e dos efeitos sobre a saúde humana, seus riscos e a pouca

informação facilmente disponível à população. Esta foi a principal motivação da escolha do

tema para o projeto. Durante o desenvolvimento da idéia e junção dos elementos necessários

percebeu-se a necessidade de reunir conhecimento de diversas áreas do saber científico, tanto

técnico como didático. Notamos a necessidade de interrelacionar as disciplinas e com isso a

dificuldade intrincica na realização de um projeto de divulgação científica, embora no nível

acadêmico da graduação.

8.2.1. COMO ESCOLHER UMA MÍDIA PARA O PROJETO?

Lembra de comentarmos a chegada do homem à Lua? Não foi um evento isolado, muito longe

disso! Foi, sim, um resultado de trabalho em equipe, árduo e continuado. Longe, em intenção,

de querer comparar este trabalho às dimensões de uma missão espacial, em seus aspectos

quantitativo e qualitativo, estamos buscando referenciais análogos para ilustrar quão complexo,

83

extensivo e colaborativo pode ser um pequeno projeto acadêmico. Este certamente envolveu

planejamento, envolvimento de professores de diversas áreas e disciplinas, colegas de curso,

todos direta ou indiretamente ofereceram sua contribuição. Esta fase do projeto, que pode ser

entendida como pré-lançamto, está envolvida pela ação dentro da disciplina Tecnologias no

Ensino.

Nesta perspectiva informamos um pouco do transcorrer da disciplina Computador e Vídeo no

Ensino, atual Tecnologias no Ensino. A disciplina tem foco na prática em laboratório, onde

associado ao trabalho prático vem os subsídios teóricos formadores. Ligado a internet e

disponibilizando, um site na intranet STOA-USP com seus próprios servidores de

desenvolvimento, devidamente protegidos, as atividades de laboratório decorrem com

segurança, tranquilidade, eficiência e disponibilidade de recurso.

Site do STOA para desenvolvimento do projeto dentro da disciplina Computador e Vídeo no

Ensino: http://wiki.stoa.usp.br/Fap0459/projetos#Grupo_Francisco_Ceoni

84

Escolher e encontrar uma ferramenta apropriada para Divulgação Científica transcorre de uma

análise extensiva e exaustiva dentro da amplidão de ferramentas na Internet. O desenvolvimento

com WordPress aqui apresentado na forma de resumo, tal como um manual de “como foi feito”,

tem como objetivo facilitar a reprodução deste protótipo por outros internautas, e ilustrar as

facilidades e dificuldades encontradas durante o processo de construção do site.

8.2.2. WORDPRESS COMO FERRAMENTA.

Uma Divulgação Científica só se realiza após a publicação em um a mídia onde o material

ficará disponível aos interessados no assunto do qual ela trata. Esta é a última etapa do processo

e que envolve o lado divulgação deste processo. Atualmente temos a nossa disposição uma série

de ferramentas e serviços que são soluções para essa nossa necessidade. Os Blog’s, Twiters,

WiKi, etc. São modalidades de ferramentas, cada qual com sua característica mais

preponderante, que cumpre a finalidade de ferramenta de comunicação operando sobre a mídia

da Internet.

Até o presente momento, recordando, realizamos diversas etapas do projeto; Escolha do tema a

ser abordado na Divulgação Científica, cotetar material que fosse referência bibliográfica sobre

o tema-central, elaborar a estrutura básica do texto mantendo foco no publico alvo da

divulgação, atender aos presupostos da produção de material didáticos para divulgação

mantendo a sistematização para a elaboração expositiva e clara dos textos, suporte ao aspecto

legal do texto e atender ao requisitos legais de publicação, elaboração de documentação do

processo e do seu conteúdo, e por fim a escolha da(s) mídias que irão suportar e disponibilizar o

material produzido. Fase esta a qual, estaremos descrevendo nas próximas páginas.

O WordPress é um aplicativo de desenvolvimento de Sites na Internet, estes sites são

configurados como Blogs. Os Blogs são uma modalidade de sites que permitem aos internautas

estabelecerem contato com o moderador do site. Geralmente os Blogs encontrados e acessados

na internet aceitam post’s, chat’s, e email’s dentre outras facilidades configuráveis, dependendo

85

do fornecedor da ferramenta e dos serviços disponibilizados pelo servidor. Estas são facilidades

que possibilitam interação entre os usuários do Blog.

Utilizando WordPress como mídia principal na criação deste blog para Divulgação Científica,

traz como premissa a continuidade no trabalho. A caracteristica principal de um Blog é a

recepção dos comentários, sugestões e críticas dos internautas por meio de post’s ou chat’s. O

responsável pela manutençao do site em operação é a figura do Moderador. Este moderador

promove a mediação destas anotações denominadas post’s estabelecendo um juizo sobre o

conteúdo para incorporá-los ao testo do site ou não. No nosso projeto da Divulgação Científica

como aqui tratado, os post’s ficarão disponível à todos os visitantes do site. A mediação pode

acontecer como um processo interativo de perguntas e respostas (Q&A) on-line pela janela de

chat, ou off-line pela janela de post’s. A critério do moderador os comentários recebidos

poderão ser incorporados ao texto do site, poderão ser disponibilizados como conteúdo

comunitário, privativos ou apagados se o moderador julgar seu conteudo não é pertinente ao

objetivo do site. O WordPress mostrou-se, durante o porcesso de pesquisa de mídia para a

divulgação, uma ferramenta ajustada, amigável, contendo os recursos necessários e

adicionalmente de fácil administração e implementação, itens que justificam a escolha do

WordPress para nosso projeto.

O WordPress é uma plataforma semântica de vanguarda para publicação pessoal, com foco na

estética, nos padrões web e na usabilidade. O WordPress é ao mesmo tempo um software livre e

gratuito. Em outras palavras, o WordPress uma ferramenta atualmente disponível, com diversos

recursos de pop-ups ativáveis, edição e templates, possível de ser utilizada quando se deseja

trabalhar com um software de publicação de blogs.

WordPress é uma ferramenta open source podendo ser utilizado para gerenciamento de

conteúdo básico de Blogs. Foi lançado em maio de 2003 por seus co-fundadores Matt

Mullenweg e Mike Little como o sucessor atualizado de um outro software de características

Blog, o b2/cafelog. Ele é tem sua interação alimentada por interfaces de linguagem php

86

implementadas com suporte a banco de dados de um desvidos SQL. Os dados informados pelo

WordPress.com informam que em setembro de 2009 o WordPress é usado por 62,8 milhões de

websites os e.u. e 202 milhões de sites no mundo inteiro. A última versão, 2.8.6, apareceu em

novembro de 2009.[1][2]

8.2.3. OBTENDO SUAS CREDENCIAIS DE ACESSO NO WORDPRESS.

Escolhida a ferramenta, é necessário obter acesso com credenciais de administrador na URL

(Endereço de divulgação associado ao endereço físico do protocolo de internet - IP), dentro do

históico do serviço permitindo manusear, configurar e inserir objetos em uma página principal

deste endereço. O WordPress possibilita a construção de diversas páginas que ficam navegáveis

através de um endereço de página principal (Main Home Page).

As credenciais poderão ser facilmente obtidas diretamente na página do WordPress clickando

no botão Cadastre-se agora! Ilustrado e destacado no hard copy de página abaixo.

Página principal http://pt-br.wordpress.com/

87

São solicitados, através do preenchimento de um formulário eletrônico, alguns dados sobre o

requerente. Este é um procedimento de segurança adotado pela maioria dos servidores de

serviço free na internet. Ele apresenta alguns poucos campor a serem preenchidos que estão de

certa forma relacionados com seus dados pessoais fornecidos ao seu serviço de email, durante

seu cadastro naquela instância. É solicitado também que você leia as regras que regem o

fornecimento do serviço do WordPress, são informados no documento suas obrigações legais

como usuário dos serviços. É necessário que se dê aceite para que o processo de cadastramento

possa ser concluido. O princípio ativo deste documento é a cinetificação do usuário de seus

deveres e que o usuário é uma pessoa confiável por princípio.

Uma vez completado o cadastramento o internauta recebe em seu mail (aquele informado no

formulário eletrônico), uma mensagem de boas vindas e um endereço eletrônico de retorno de

confirmação.

Página de cadastro http://pt-br.wordpress.com/siginup/

88

Esta é uma forma de verificação pré-acesso de efetuar uma dupla checagem no nível de

segurança, na tentativa de evitar infiltração de hackers, scrammers e outros internautas que

agem à margem da sociedade e da legalidade.

Após o recebimento, em seu email da confirmação de credencial, já é possível utilizá-la para

entrar no domínio do WordPress como administrador da sua instância de desenvolvimento. Isso

deve ser feito por um acesso restrito em uma página de segurança, preenchendo campos de um

formulário eletrônico de login, como ilustrado abaixo. As credenciais devem ser fornecidas e

serão confrontadas junto ao servidor de banco de dados no provedor de serviços WordPress,

através do protocolo IP, composto por pacotes de dados criptografados. Isto é feito para que

você não tenha suas credencias clonadas por softwares vampiros de credenciais que ficam

continuamen te efetuando varredura neste tipo de dados para utilizá-los ilegamente.

Após a verificação das credenciais o internauta receberá uma página de desenvolvimento inicial

que contém um vasto número de elementos de templates e tool-kits disponíveis.

Página de login: https://pt-br.wordpress.com/wp-login.php

89

Página após autenticação de credenciais: https://pt-br.wordpress.com/

8.2.4. DESENVOLVENDO O BLOG COM WORDPRESS.

O site de desenvolvimento da WordPress disponibiliza uma página principal composta de

diversas ferramentas de desenvolvimento denominadas Too-Kits, que estão estratégicamente

distribuidas em quatro grandes grupos no layout de página.

O primeiro destes blocos de ferramentas trata a edição de textos e imagens que poderão ser

inseridos no layout da sua página em desenvolvimento. Está disponível duas abas selecionáveis

de interação; Modo visual e Modo HTML.

90

Ferramentas de desenvolvimento: http://uvifusp.wordpress.com/

O desenvolvedor poderá, optar pelo modo de interativo visual, isto é, poderá elaborar o

desenvolvimento do seu Blog e tendo uma idéia do conteúdo visual, e sua forma de

apresentação no site, ou optar pelo modo HTML que disponibiliza a visualização dos códigos

de programa que corresponde as ações que o processamento do site executará.

O segndo bloco de ferramentas opera como um atalho para os demais conjuntos propiciando ao

internauta uma navegação rápida entre as instâncias do desenvolvimento. Quando o

desenvolvedor já conhece e desenvolve com aptidão e tem desenvoltura na operação dos

diversos blocos, esta caixa de atalhos para a ser perceptivelmemte útil para agilizar o trabalho.

91

Ferramentas de desenvolvimento: http://uvifusp.wordpress.com/

O terceiro bloco de tool-kits está à esquerda da página e comporta a grande parte das

ferramentas integradoras do site. Através deste bloco as operações que todo gerenciamento do

site pode ser feito. No container PAINEL pode-se acompanhar todos os dados estatisticos e

operacionais de acesso ao site. No container MELHORIAS o administrador poderá indicar links

associados estabelecer relações de confiança com outros domínios de internet. No bloco inferior

estão as ferramentas de desenvolvimento e inserção para criação de novas páginas afiliadas à

página principal podem ser inseridas, upload de imagens, configuração da barra inicial de

apresentação do site, configuração de parâmetros dos post’s, inserção de novas features na barra

de interface de comunicação com os internautas. O último container de pop-ups APARÊNCIA,

permite administrar a aparência geral do Blog, neste container pode-se configurar a aparência

geral de forma rápida escolhendo um entre os diversos templates de páginas lá disponíveis.

Quando o internauta faz uso dessa opção ele não está preso ao template, sendo possível ao

internauta personalizar o template utilizado.

92

Ferramentas de desenvolvimento: http://uvifusp.wordpress.com/

No quarto bloco de tool-kits encontram-se as ferramentas de upload de atualizações e

visualização da página. É neste bloco que se encontra o botão ATUALIZAR. Ele é o botão que

dispara a ação de atualizar os dados na base de dados do servidos do WordPress. Após ter feito

suas inserções, uploads e edição de textos, o administrador deve pressionar este botão para

gravar as alterações desejadas no servidor e torná-las disponíveis para veiculação no site. Ele

opera análogo ao botão gravar/salvar em outros sistemas de escrita em banco de dados. Uma

prática aconselhável ao administrador inesperiente é salvar com frequência os trabalhos em

andamento para reduzir as chances de perder movimentações importantes executadas nos

diversos text-box do WordPress.

A opçõe de adicionar Widgets, permite ao administrador escolher de uma lista a configuração

de acessórios que o site poderá oferecer aos internautas visitantes. Os Widgets permitem

personalizar a barra de conteúdos à direita da página usuário, estes acessórios permitem diversas

ações de interatividade com o site e com os participantes.

93

Ferramentas de desenvolvimento: http://uvifusp.wordpress.com/

Para adicionar uma Widget é simples, basta clickar sobre uma das escolhidas e arrrastar para a

barra lateral direita e soltar o botão do mouse que o recurso fica disponível no site após sua

atualização. Ainda neste tópico dos recursos Extras, o administrador pode desenvolver ações

para interatividade com mobilidade, telefonia celular, podendo configurar e implementar

comunicação com diversos browsers de telefonia celular. Personalizar cabeçlho é sem dúvida

uma tarefa importante, pois define a apresentação inicial do Blog. Ela deve receber especial

atenção do administrador, porque o visual inicial, aquele que irá aparecer na página principal

do Blog é definido neste contexto. A definição de côr, tamanho e estilo dos caracteres, a

imagem de suporte de fundo, todos estes ítens da primeira aparência estarão sendo definidos

neste instante. Algumas alterações poderão ser percebidas dependendo da opção de template

inicialmente escolhida. A opção de CSS permite reestilizar a aparência do Blog, este ítem é

recomendado ao administrador mais experiente, pois é um recurso que opera com uma parte do

visual do Blog, configurável por nível texto de programação, permitindo alterações mais

94

complexas e por isso são mais dificeis de serem desfeitas, caso as alterações executadas não

surtam o efeito visual desejado.

Ferramentas de desenvolvimento: http://uvifusp.wordpress.com/

A opção do container PAINEL permite ao administrador do site verificar as estatísticas de

acesso do Blog. Estas informações são importantes pois podem apresentar o histórico de acesso

às páginas do Blog, internautas com maior frequência, os tópicos mais procurados dentre os

tópicos veiculados, gerenciamento das perguntas, contribuições e sugestões postadas, dentre

outras.

Quando o gerenciamento de assinaturas está ativo, o administrador do Blog irá receber no seu

email cadastrado no WordPress, email de alerta quando um internauta deixar um novo post no

Blog. Esta é uma utilidade importante para os Blogs que pretendem disponibilizar algum tipo de

troca ou comércio eletrônico, possibilitanto um atendimento eficiente aos post’s inseridos.

O desenvolvimento propriamente dito do Blog consiste em utilizar todas as ferramentas e

facilidades já explicitadas em um único recurso compartimentado na forma de página de Blog,

como ilustrado logo abaixo:

95

Página de Divulgação Científica em desenvolvimento: http://uvifusp.wordpress.com/

Com as etapas anteriormente descritas já executadas, finalizar o Blog e liberá-lo para publicação

e veiculação na internet ainda necessita de alguns passos a serem executados. Algumas tarefas

de finalização necessitam de alguns dias adicionais de trabalho. A transferêrencia dos textos,

por exemplo, embora previamente elaborados, combiná-los e ajustá-los com todas as imagens

previamente catalogadas é uma tarefa de organização dentro do espaço disponível. Como

ilustrado na figura acima, o planejamento da quantidade de páginas que irão compor o Blog, sua

disposição e hierarquia de assuntos dentro do tema abordado, bem como hierarquia de acesso

são questões importantes.

A tarefa de upload destes arquivos é simples, mas demanda tempo de transferência dos arquivos

do computador local para o servidor WEB de armazenamento o que pode ser entediante e

demorado dependendo da velocidade do seu link.

Uma vez que se tenha todas as imagens armazenadas no servidor WEB selecionado, cabe

realizar a tarefa de diagramação visual do site de Blog. Embora não seja uma tarefa difícil de

operacionalizar ela não é tão simples de realizar, dependendo do gosto do administrador por

96

afinar o visual do seu Blog. Esta é uma tarefa totalmente subjetiva e depende do grau de

interação visual da pessoa do administrador, muito embora existam regras de como elaborar um

site com boas características visuais, elas servem como guia, mas não podem ser tomadas como

regras a serem seguidas, pois o bom tom da côr e do conjunto é uma questão pessoal e os

internautas do outro lado do Blog certamente oferecerão opiniões muito distantes daquelas as

quais o administrador nem minimamente cogitou haver possibilidade de existir.

Página de Divulgação Científica em desenvolvimento: http://uvifusp.wordpress.com/

Por isso é aconselhável reservar um tempo estimado para realização desta etapa e seguir em

frente, pois o Blog necessitará de constante manutenção e alteração de conteúdo e com isso a

apresentação visual como um todo ficará comprometida.

Após ter cumprido todas estas etapas, cabe ao administrador disponibilizar o Blog na internet

para promover testes de ambiente.

Esta é uma fase do trabalho, imprescindível, é relegada ao esquecimento por alguns

administradores. Não só o administrador deve efetuar testes de operacionalidade do Blog, para

checar seu perfeito e condizente funcionamento frente ao planejado, como seria de especial

97

atenção solicitar a alguns internautas que façam algumas visitas com espirito crítico e que

possam dar retorno das suas impressões na visão de usuários do Blog, para assim o

administrador promover os ajustes finais.

Agora, sim, o Blog está pronto para ser lançado e veiculado. Cabe agora estar acompanhando e

mantendo o Blog atualizado. O administrador neste momento assume ou delega a tarefa de

moderador. Pronto! O blog de Divulgação Científica está na mídia e acessível de qualquer

computador no mundo, que possua uma conexão não restritiva na internet.

98

9 . CONCLUSÃO.

Este trabalho iniciou com a pretenção de desenvolver um projeto de Divulgação Científica sobre

Radiações em toda a faixa do espectro e seus efeitos na saudde humana, porém o assunto

mostrou-se extenso e implicava numa maior dificuldade de caracterização do publico alvo.

Ainda que o tema fosse técnicamente interessante de ser tratado em uma abordagem de

divulgação científica estaria fadado de ser tratado com superficialidade para que pudesse ser

veiculado na Internet.

A apropriação dos saberes tecnológicos necessários ao projeto, foram durante a fase de pesquisa

do material para referência bibliográfica sendo dinamicamente avaliados e ofereciam um

panorama de volume pouco administrável e suportável de ser elaborado dentro de um projeto de

monografia de curso de graduação. No andamento da coleta de informações para os primeiros

diagramas de relacionamento de entidades do projeto, percebeu-se a necessidade de reduzir a

dimensão e abrangência do tema e tópicos que se desejava abordar, para que o projeto pudesse

ser realizado.

As reuniões de orientação ressaltavam a dificuldade de se manter o tema do projeto com a

abrangência inicialmente porposta. Ficou decidido, então, a redução do tema técnico a ser

tratado dentro da Divulgação Científica. Optou-se pelo conjunto temático que apresentava

maior apelo no contexto social atual, dentro do assunto das radiações. Tomamos para tratar

como conjunto temático somente a radiação Ultravioleta, e seus efeitos na saúde humana.

Pensou-se ser um conjunto temático que desperta interesse de grande maioria da população, e

estariamos colaborando com a ampla rede de divulgação que estava abordando o tema das

câmaras de bronzeamento e a conturbada proibição destas câmaras pela ANVISA. A midia

falada e escrita abordava o assunto com grande frequência, mas o tratamento do assunto pouco

abordava os aspéctos técnicos e os malefícios que a radiação UV gerada nestes equjipamentos

poderiam estar provocando em usuários e operadores.

99

O planejamento e a organização do material didático necessário para tratamento do projeto

insistentemente se avolumava e a gestão do que seria necessário para um trabalho de

Divulgação Científica na internet, ainda não se apresentava claro. O interrelacionamento de

saberes necessários para a construção de um material ponderável de ser publicado tinha suas

fronteiras expandida para outras disciplinas. A produção do material didático com

características técnicistas e voltada para um público heterogênio como são os usuários da

internet, exigia um nível de considerações aos quais não estavamos preparados para considerar.

A necessidade de expandir as contribuições bibliograficas nas áreas de disciplinas tais como

produção de material didátido e tecnologias de ensino se mostravam evidentes.

Surgiu ainda a necessidade de entender a regulamentação dos direitos autorais sobre

publicações na internet, estes saberes eram necessários não só para que pudessemos utilizar dos

recursos da internet como fonte bibliográfica, reportando os materiais utilizados e seus autores.

Na outra ponta deste saber estava a necessidade de entender os dispositivos legais disponíveis

para regulamentação de veiculação do nosso material de Divulgação Científica.

Outro ítem de destaque durante o desenvolvimento do projeto foi a decisão de substituir a

publicação como página de WEB estática para uma página com característica de Blog. No

decorrer da disciplina Computador e Vídeo, foram apresentadas diversas ferramentas que

operam sobre a Internet, as quais oferecem maior dinamismo e interação com os usuários,

possibilitando no caso de Divulgação Científica temática a troca de conhecimento entre o autor

e moderador do Blog e seus usuários. Essa facilidade aparentemente oferece a vantagem de

possibilitar a troca de colaborações com os usuários.

Esta experiência, por fim, despretenciosamente abre novas possibilidades para outras propostas

de projetos não só de Divulgação Científica, na medida que se insere nas abordagens de

construção colaborativa e/ou cooperativa em projetos multidisciplinares. Entretanto, algumas

ações podem ser implementadas no desenvolvimento de projetos similares a partir das

experiências aqui mencionadas, sugestões de trabalho envolvendo o uso de ferramentas online

100

para a produção e disponibilização de textos símbolos, figuras, representações gráficas, tabelas,

etc; onde professores autores, administradores de site e moderadores com disponibilização de

tempo e interesse para participar desses projetos, possam divulgar suas experiências de maneira

a ser um polo de expansão de conhecimento.

O processo de construção do material didático, utilizando os saberes da disciplina de produção

de material didático, contribuiu para o enriquecimento da competência da escrita científica na

graduação.

As tecnologias e ferramenta modernas disponíveis na rede, possibilitando comunicação e

troca de informação são agentes transformadores da sociedade, importância percebida

durante a vivência na disciplina de Tecnologias no Ensino.

A abordagem temática neste projeto de Divulgação Científica está pautado na disciplina de

Efeitos biológicos das Radiaçoes Ionizantes e Não-Ionizantes, de onde retiramos a

abordagem das radiações UV e seus efeitos na saúde humana.

O projeto, em seu estágio de execução como experiência piloto interdisciplinar, possibilitou

ganhos significativos ao estudante na sua formação acadêmica. As primeiras etapas

transcorridas dentro da disciplina monografia para licenciatura em física, propiciou o

desenvolvimento do mesmo e caracterizou-se por avanços no contexto de detectar dificuldades,

buscar e implementar ações que permitam agregar saberes na aprendizagem acadêmica.

101

10. BIBLIOGRAFIA.

10.1. LIVROS.

(1) DIB, Cláudio Zaki, Tecnologia da Educação e sua aplicação à aprendizagem de

Física. São Paulo. Pioneira, 1984.

(2) SERWAY, Raymond A. MOSES, Clement J. MOYER, Curt A. Modern Physics,

Belmont, CA USA, Thomson, 2005.

(3) SERWAY, Raymond A. Principles of Physics, Harrisongburg, VA USA, John

Vondeling, 1993.

(4) TIPLER, Paul A. Física Moderna, 4a. Edição, Vol.3, New York, USA, LTC, 2000.

(5) HALLIDAY D. RESNICK, R. Física 3 .

(6) SIENKO Michell J. PLANE Robert A. Química, 7a. Edição, New York, USA

McGraw-Hill, 1976.

(7) EISENBERG RESNICK. Física Quântica. São Paulo, Brasil. Editora Campus,

1974.

(8) OLDENBERG, Otto. HOLLADAY, Wendell G. Introdução à Física Atômica e

Nuclear, São Paulo, Brasil. Editora Edgard Blucher, 1971.

(9) OKUNO, Emico. CALDAS, Luiz I. CHOW, Cecil. Física Ciências Biológicas e

Biomédicas. São Paulo, Brasil. Editora Harbra. 1982.

(10) OKUNO, Emico. Radiações Efeitos, Riscos e Benefícios. São Paulo, Brasil. Editora

Harbra. 1998.

(11) OKUNO, Emico. VILELA, Maria A. C. Radiações Ultravioleta: Características e

Efeitos. São Paulo, Brasil. Editora SBF. 2005.

(12) VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes. 1994

(13) GEROSA, Marco Aurélio, FUKS, Hugo e LUCENA, Carlos José Pereira.

Tecnologias de informação aplicadas à educação: construindo uma rede de

aprendizagem usando o ambiente AulaNet. In: UFRGS. Informática na Educação:

Teoria & Prática, Porto Alegre, v.4, n.2, p. 63-73, dez.2001.

(14) Gandelman, H. De gutenberg à internet: direitos autorais na era digital.

Rio de janeiro, Record, 1997. P.36-7.

102

10.2. SITES DA INTERNET.

(14) www.soaresoliveira.br/chrisrios (20/04/2009)

(15) www.fisica.net/denis/rad2.htm (18/05/2009)

(16) www.cis.rit.edu/htbooks/mri/inside.htm (15/05/2009)

(17) http://wordpress.org/extend/themes/. (12/10/2009)

(18) http://www.dou.gov.br/materias/do1/do1legleg19980220180939_001.htm (12/10/2009)

(19) http://www.atomicarchive.com/ (06/11/2009)

(20) http://www.time.com/time/time100/scientist/profile/fermi.html (06/11/2009)

(21) http://www.dannen.com/szilard.html (06/11/2009)

(22) http://www.aquifolium.com.br/educacional/gazetarj/ (06/11/2009)

(23) http://astro.if.ufrgs.br/estrelas/node10.htm (10/11/2009)

(24) http://www.unb.br/ib/ecl/eaprobio (10/11/2009)

(25) http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/ (10/11/2009)

(26) http://www.dermatologia.net/neo/base/dados.htm (21/11/2009)

(27) http://www.anvisa.gov.br/DIVULGA/NOTICIAS/2009/111109.htm (21/11/2009)

(28) http://www.creativecommons.org (22/11/2009).

(29) Morin, 2002A, p.109)

(30) http://www.dou.gov.br/materias/do1/do1legleg19980220180939_001.htm

(22/11/2009)

Brasil. Lei no. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida uma

legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Diário oficial [da

república federativa do brasil], brasília [online], 20 fev. 1998.

(31) Plínio Martins Filho Diretor Editorial da Editora da Universidade de São

Paulo e Professor no curso de Editoração da Escola de Comunicações e Artes da

USP

103

10.3. ANEXOS.

10.1 APRESENTAÇÃO DO PROJETO NA DISCIPLINA MONOGRAFIA PARA

LICENCIATURA EM FÍSICA.

Slides da apresentação inicial na disciplina Monografia para o ensino de Física (06-2009)

________________________________________________________________________FAP0356 – MONOGRAFIA PARA O ENSINO DE FÍSICA

1ro. SEMESTRE DE 2009________________________________________________________________________

Aluno: Orientação Profa. Dra.:Francisco Carlos Ceoni Maria Regina Dubeux Kawamura.

Projeto:

RADIAÇÃO E SEUS EFEITOS NA SAÚDE HUMANA, APLICAÇÕES, USO E PROTEÇÃO.

Monografia para o ensino de física abordando a temática de física das radiações, seus efeitos na saúde humana, aplicações, uso e proteção, sob orientação das

profas. Dra.Maria Regina D. Kawamura e Dra.Emico Okuno.

____________________________________________________FAP0356 – MONOGRAFIA PARA O ENSINO DE FÍSICA

1ro. SEMESTRE DE 2009____________________________________________________

Objetivo:

Elaborar monografia abordando como tema as RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO IONIZANTES, APLICAÇÕES, USO,

EFEITOS NA SAÚDE HUMANA E PROTEÇÃO com o enfoque de divulgação científica.

________________________________________________________

FAP0356 – MONOGRAFIA PARA O ENSINO DE FÍSICA

1ro. SEMESTRE DE 2009

________________________________________________________

Público Alvo:

O material será desenvolvido para o público leigo em física das radiações, estudantes e pessoas que possuam interesse em

obter maiores informações sobre o assunto.

_____________________________________________________________FAP0356 – MONOGRAFIA PARA O ENSINO DE FÍSICA

1ro. SEMESTRE DE 2009_____________________________________________________________

Metodologia:

O método de construção será dividido basicamente em três momentos:

- Pesquisa de conhecimento prévio para o público alvo sobre o tema a ser abordado.- Desenvolvimento do texto obedecendo as características de divulgação científica guiadas pelo conhecimento prévio do público alvo. - Revisão bibliográfica, elaboração da palestra, do WEB site, divulgação e agendamentos.

________________________________________________________

FAP0356 – MONOGRAFIA PARA O ENSINO DE FÍSICA

1ro. SEMESTRE DE 2009

________________________________________________________

Mídias Utilizadas:

Palestras expositivas.

Página de internet.

________________________________________________________

FAP0356 – MONOGRAFIA PARA O ENSINO DE FÍSICA

1ro. SEMESTRE DE 2009

________________________________________________________

Abordagem:

Abordagem científica, relacionando o fenômeno das radiações com aplicações tecnológicas, com ênfase no cotidiano.

104

________________________________________________________FAP0356 – MONOGRAFIA PARA O ENSINO DE FÍSICA

1ro. SEMESTRE DE 2009________________________________________________________

Abordagem:

Os equipamentos existentes que se utilizam da radiação, suas propriedades físicas, sua relação com a saúde humana,

aplicações, uso e proteção.

_________________________________________________________________________________________________

FAP0356 – MONOGRAFIA PARA O ENSINO DE FÍSICA1ro. SEMESTRE DE 2009

__________________________________________________________________________________________________

Cronologia:O projeto se estenderá durante os dois semestres do ano letivo de 2009, deseja-se elaborar a monografia conforme o

cronograma abaixo:

Fevereiro a Junho/2009 –Definição dos pré-supostos teóricos, Elaboração do tema, pesquisa teórica sobre o tema. Elaboração e apresentação da

estrutura inicial da projeto sob a forma de seminário para a orientação.

Agosto e Setembro /2009 –Pesquisa teórica e revisão bibliográfica dos textos. Construção técnica do Projeto. Elaboração da palestra de

divulgação e correções necessárias proposta pelas professoras orientadoras.

Outubro e Novembro /2009 –Desenvolvimento de WEB Page para armazenar o material suplementar de divulgação e entrega da monografia.

Revisão final do material.

________________________________________________

FAP0356 – MONOGRAFIA PARA O ENSINO DE FÍSICA

1ro. SEMESTRE DE 2009___________________________________________________________________________________

Tópicos a serem abordados:1. A Natureza das Ondas Eletromagnéticas (radiação), transporte de Energia, Freqüência, Meios Irradiantes, Recepção e Blindagem.

2. Como uma modalidade de radiação poderia ser benéfica a saúde humana e outra modalidade pode ser danosa?

________________________________________________

FAP0356 – MONOGRAFIA PARA O ENSINO DE FÍSICA

1ro. SEMESTRE DE 2009

________________________________________________________

Tópicos a serem abordados:1. Como as Ondas Eletromagnéticas se comportam

dentro e fora do corpo humano?

2. Qual seria a melhor forma de se obter medidas

(dosimetria) dos efeitos da radiação no tecido humano?

________________________________________________

FAP0356 – MONOGRAFIA PARA O ENSINO DE FÍSICA

1ro. SEMESTRE DE 2009

________________________________________________________

Tópicos a serem abordados:3. Quais são os parâmetros da radiação que devem

ser considerados no estudo dos danos ao corpo humano?

4. As restrições e normas quantificam adequadamente os limites de dose suportadas,

sem dano, pelo corpo?

________________________________________________

FAP0356 – MONOGRAFIA PARA O ENSINO DE FÍSICA

1ro. SEMESTRE DE 2009

________________________________________________________

Tópicos a serem abordados:1. Modelos computacionais fornecem dados confiáveis sobre o comportamento das ondas eletromagnéticas, e suas interações dentro e fora do corpo humano?

- Dúvidas consideráveis:

2. Deve-se considerar o metabolismo diferenciado entre organismos e indivíduos?

3. Lei de escalas pode ser aplicável diretamente na construção de modelos?

________________________________________________

FAP0356 – MONOGRAFIA PARA O ENSINO DE FÍSICA

1ro. SEMESTRE DE 2009____________________________________________________________________________________

Modelo de página na WEB:

___________________________________________________________________

FAP0356 – MONOGRAFIA PARA O ENSINO DE FÍSICA

1ro. SEMESTRE DE 2009

___________________________________________________________________

Modelo de página na WEB:

E:\FAP0356-Monografia\PgWEB_Radiação.mht

105

Projeto inicial porposta para página de Divulgação Científica

_________________________________________________________________________________________________

FAP0356 – MONOGRAFIA PARA O ENSINO DE FÍSICA1ro. SEMESTRE DE 2009

__________________________________________________________________________________________________

Bibliografia:

Emico O. Iberê L. Caldas e Secil Chow, Física para Ciências Biológicas e Biomédicas.

Emico O. Radiação Efeitos, Riscos e Benefícios. Universidade de São Paulo, 1998.Ed. Harbra.

Heneine I.F. Biofísica Básica. São Paulo. Ed. Atheneu.

http//www.lit.inpe.br/area_mat.php.

http//www.indexsar.com.br.

___________________________________________________________________

FAP0356 – MONOGRAFIA PARA O ENSINO DE FÍSICA

1ro. SEMESTRE DE 2009

___________________________________________________________________

Obrigado !

10.2. APRESENTAÇÃO DO PROJETO NA DISCIPLINA COMPUTADOR E VÍDEO

NO ENSINO.

Slides da apresentação inicial na disciplina Computador e Vídeo (09-2009)

106

Slides da apresentação inicial na disciplina Computador e Vídeo (11-2009)

107

WordPress como mídia de

Divulgação Científica

Introdução:

Desenvolvimento de um projeto

que permita experimentar as

ferramentas apresentadas em

FAP0459 para aplicação na

Divulgação Científica.

WordPress como mídia de

Divulgação Científica

Objetivo:

Explorar o conceito de interdisciplinaridade na elaboração de um projeto que envolvesse

as disciplinas:

FAP0459 – Tecnologias no Ensino;

FEP0490-Monografia para Licenciatura em Física;

FNC0424-Efeitos Biológicos das Radiações Ionizantes e Não-ionizantes;

FEP0458-Produção de Material Didático.

Agregar estes conhecimentos para a

Divulgação Científica.

WordPress como mídia de

Divulgação Científica

Objetivo:

Deseja-se que ao final do projeto que fique possível quantificar, pela

atividade no Blog, sua eficácia como mídia para a

Divulgação Científica ou outras formas de EAD.

WordPress como mídia de

Divulgação Científica

Desenvolvimento:

Dentro do conjunto de atividades elaboradas para ativação do Blog, percebeu-se algumas dificuldades

que demandavam da necessidade de conhecimento em diversas áreas do conhecimento, além das

inicialmente pensadas para o desenvolvimento do projeto.

Por exemplo:

1. - Conhecimento do WordPress;

2. - Elaboração de textos apropriados para o autodidata;

3. - Legislação sobre direitos autorais na Internet.

4. Disponibilização do Blog.

WordPress como mídia de

Divulgação Científica

Desenvolvimento:

A plataforma agrupada é

um poderoso ferramental

para Divulgação Científica

e outras Modalidades de

EAD.

Necessita de suporte e

acompanhamento

continuado.

WordPress como mídia de

Divulgação Científica

Conclusão:

A Internetdo como mídia associada a

ferramentas , tais como, Blog são capazes de:

1. - Ampliar a eficiência do Ensino à distância;

2. Oferecer estratégias multimídia;

3. Interação real time entre os usuários;

4. Capacidade extensiva à pesquisa.