1. Organização Do Estado Brasileiro

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    1. Organizao Do Estado Brasileiro

    A organizao da Repblica Federativa do Brasil est contida na Constituio,promulgada em 1988.

    No seu Ttulo I, a Constituio apresenta a estrutura do Estado brasileiro e osprincpios em que ele se fundamenta, como Estado Democrtico de Direito: "ARepblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos Estados eMunicpios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrtico de direitoe tem como fundamentos:

    I - a soberania;

    II - a cidadania;

    III - a dignidade da pessoa humana;

    IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

    V - o pluralismo poltico."

    De acordo com a Constituio: "Todo poder emana do povo, que o exerce pormeio de representantes eleitos ou diretamente , nos termos desta Constituio."O Estado brasileiro compe-se de diferentes entidades: "A organizaopoltico-administrativa da Repblica Federativa do Brasil compreende a Unio,os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, todos autnomos, nos ter mosdesta Constituio."Fica bem claro nesse texto que o Brasil um Estado federado. Com efeitocada uma das unidades poltco-administrativas em que ele se divide goza de

    autonomia definidos na prpria Constituio.A organizao poltico-administrativa do Brasil adota a tripartio do poder emtrs reas (Legislativo, Executivo e Judicirio) e feita em trs nveis, combases territoriais: federal, estadual e municipal.

    Os EstadosCada estado, respeitado os limites impostos pela Constituio fe deral,organiza-se e rege-se pela Constituio e leis que adotar. Baseiam-se asconstituies estaduais na federal, mantendo no mbito regional, a separaoentre os poderes Legislativo, Executivo e Judicirio.

    O Distrito FederalCom a Constituio de 1988, o Distrito Federal ganhou autonomia poltica,adminisirativa e financeira, passando a ter Lei Orgnica prpria, governador eAssemblia Legislativa.O governador e os deputados do Distrito Federal so eleitos segundo asmesmas regras vlidas para os estados. Como a Constituio probe a divisodo Distrito Federal em municpios, seu governo acumula as compe tnciasreservadas aos estados e aos municpios.

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    A capital da UnioBraslia a capital federal, diz a Constituio. Situ ada no Planalto Central, econstruda por iniciativa do presidente Juscelino Kubitschek, Braslia acolhe oGoverno Federal desde 21 de abril de 1960.

    Os Territrios Federais

    Os territrios federais so criados e organizados pela Unio. Como no gozamde autonomia poltico-administrativa, no tm Assemblia Legislativa e soadministrados pelo Governo Federal. Podem, se for o caso, ser divi didos emmunicpios.

    Os MunicpiosAs unidades da Federao, com exceo do Distrito Federal e do territrio deFernando de Noronha; so divididas em municpios. Clula da organizaopoltico-administrativa, o Municpio tem sua autonomia regulada pelasconstituies federal e estadual. No mbito municipal h dois poderes: oLegislativo (unicameral) e o Executivo.

    CONCEITO O conceito de Administrao Pblica parte sempre do conceito de Estadojuridicamente organizado e obediente s suas prprias leis, constitudo de trselementos originrios e indissociveis: povo, territrio e governo soberano. OEstado exerce suas funes por meio dos Poderes: (Art. 2 da CF/88)= Legislativo;= Executivo;= Judicirio.Governo e AdministraoGoverno e Administrao expressam conceitos diferentes, embora sejammuitas vezes confundidos.GovernoEm sentido formal, o conjunto de rgos e Poderes;Em sentido material o complexo de funes estatais;Em sentido operacional a conduo poltica dos negcios pblicos.O Governo atua mediante atos de soberania, de autonomia poltica e nocomando dos negcios pblicos. A funo poltica a que traa diretrizes,dirige, comanda, elabora planos de governo. No Brasil, pela grandeconcentrao do poder pelo Presidente da Repblica, a tendncia deidentificar o governo com o Poder Executivo.A Administrao Pblica objeto de estudo do Direito Administrativo;

    O Governo objeto de estudo do Direito Constitucional.

    Em sentido lato, administrar gerir interesses e bens. Se os bens e interessesso individuais, a administrao particular; se so da coletividade, realiza -sea administrao pblica.

    Conceitos de Administrao Pblica :Para Hely Lopes Meirelles : 29 Edio, 64Em sentido formal: o conjunto de rgos institudos para consecuo dosobjetivos do Governo;Em sentido material: o conjunto das funes necessrias aos s ervios

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    pblicos em geral;Em sentido operacional: o desempenho perene e sistemtico, legal etcnico, dos servios prprios do Estado ou por ele assumidos em benefcio dacoletividade.

    Para M Sylvia Zanella Di Pietro , " o conjunto de rgos e pessoas jurdicas

    aos quais a lei atribui o exerccio da funo administrativa do Estado."

    No sentido subjetivo , Administrao Pblica designa o complexo de pessoasjurdicas e rgos e agentes governamentais, os entes que exercem a funoadministrativa. A expresso, nesse caso, grafada em letras maisculas:Administrao Pblica sinnimo de Estado, compreende o conjunto dergos que compem a Administrao direta, indireta e fundacional dosPoderes da Unio, dos Estados, Distrito Federal e Municpios.

    No sentido objetivo ou material , expressa em letras minsculas,administrao pblica a prpria funo ou atividade administrativa,submetida, pela Constituio Federal, aos princpios da legalidade,

    impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia, l icitao e organizaodo pessoal administrativo.

    O conceito de Administrao Pblica comporta, alm dos rgos pertencentesao Poder Pblico, as instituies e empresas particulares que colaboram com oEstado no desempenho de servios de utilidade pblica ou de interessecoletivo, ou seja, a Administrao direta, indireta e entidades paraestatais.Quanto a esse tpico, falaremos mais adiante.Tendo em vista o gerenciamento de bens e interesses da coletividade, e nointeresses e bens prprios, os poderes do administrador pblico so deconservao e utilizao de bens, necessitando sempre de consentimento dalei para atos de alienao, renncia, onerao e destruio de bens (Princpioda Legalidade).

    II - ORGANIZAO ADMINISTRATIVA BRASILEIRA A organizao administrativa possui correlao com a estrutura do Estado eforma de governo de cada pas. No Brasil, atende ao princpio federativo, da arepartio de funes, de competncias entre a Unio, Estados, DistritoFederal e Municpios. Os entes federados exercitam os poderes queconstitucionalmente lhes so atribudos dentro de suas reas de atuao, comestruturao necessria ao atendimento das necessidades do servio pblico,assim que a organizao estadual, municipal e distrital segue a organiza ofederal, por mandamento da Constituio (arts. 18, 25 e 29).

    A Administrao Pblica organiza-se pelo Decreto-lei n 200, de 25 de fevereirode 1967, que no uma lei orgnica, no estabelece rgos, mas fixadiretrizes e princpios para propiciar fun cionamento dinmico AdministraoFederal. A maior parte de seus dispositivos foi revogada, mas mesmo assimcontinua em vigor em relao aos conceitos e diretrizes que abarca. AAdministrao Pblica Federal estruturada pela Lei n 10.683, de 2003, quej sofreu alteraes por meio de medida provisria. (MP n 207/04)O Decreto-lei 200, de 1967, divide a Administrao Pblica em Direta e

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    Indireta, sendo a primeira os servios integrados na estrutura administrativa daPresidncia da Repblica e Ministrios (Lei n 10.683/03). Indica o referidoDecreto-lei as categorias e entidades compreendidas na AdministraoIndireta, estabelecendo que so dotadas de personalidade prpria e vinculadasao ministrio em cuja rea de competncia se enquadra sua atividade principal.Assim, compreende-se que a Administrao Indireta constituda de pessoas

    jurdicas diversas da Unio, pblicas ou privadas. So as autarquias, empresaspblicas, sociedade de economia mista e as fundaes pblicas.Pode a administrao pblica submeter-se a regime de direito privado? Sim,art. 173, 1, II1 Princpios:A organizao administrativa brasileira rege-se por cinco princpios:1)planejamento estudo e estabelecimento das diretrizes e metas quedevero orientar a ao governamental, por meio de um plano geral degoverno, programas plurianuais globais, setoriais e regionais, oramentoprograma anual e programao financeira de desembolso;

    2)coordenao entrosamento e harmonia de todas as atividades da

    Administrao para evitar duplicidade de atuao, disperso de recursos,divergncias de solues, etc. Na esfera federal, a competncia da Casa Civilda Presidncia da Repblica, com atribui es agora divididas;

    3) descentralizao significa a atribuio dos poderes da Administrao aoutras pessoas, distintas da pessoa do Estado que, investidas nos poderes deadministrao, exercitam atividade pblica ou de utilidade pblica, sempreagindo em nome prprio;

    4) delegao de competncia visa a assegurar mais celeridade eobjetividade nas decises e consiste na transferncia de atribuies decisriasde uma autoridade que detm certa competncia a seus subordinados. Deveser feita por ato prprio que indique a autoridade delegante, a autoridadedelegada e o objeto da delegao;

    5) controle pode ser exercido por meio da superviso hierrquica, pelo qualo rgo superior fiscaliza o rgo inferior no que concerne ao cumprimento dasleis e instituies, ou por superviso ministerial, qual esto sujeitos todos osrgos, na Administrao direta e indireta. No mbito da Administrao diretaobserva-se o controle da execuo e observncia das normas especficas,aplicao de dinheiros pblicos e guarda de bens da Unio.

    III - CARACTERSTICAS DA ADMINISTRAO PBLICA

    A Administrao Pblica apresenta as seguintes caractersticas:a) atividade concreta a atividade da Administrao Pblica concreta, noabstrata, pois executa a vontade do Estado contida na lei;

    b) finalidade a atividade administrativa objetiva a satisfao direta e imediatados fins do Estado;

    c) regime jurdico de direito pblico. (Princpio da Legalidade)

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    IV - ADMINISTRAO PBLICA E FUNES DO ESTADO Os poderes do Estado - Legislativo, Judicirio e Executivo possuematividades distintas: legislar, aplicar as normas aos casos concretos, e aatividade administrativa, que a gesto, nos termos da lei e da moralidadeadministrativa, dos bens, interesses e servios pblicos, visando ao bemcomum.

    Por interesse pblico entende-se a aspirao de uma certa coletividade paraa obteno de um bem, de uma atividade ou de um servio de fruio geral. Ofim da atividade administrativa sempre o interesse pbli co e o bem dacoletividade, que nunca pode ser a vontade do administrador. Por estarazo, de acordo com os ensinamentos de Hely L. Meirelles, dizemos queenquanto ao particular permitido fazer tudo o que a lei no probe, aoadministrador somente permitido fazer o que a lei autoriza (Legalidade). Anatureza da atividade administrativa a de mnus pblico para quem a exerce.Mnus o encargo que a pessoa tem que executar e o pblico o encargoimposto pela lei.

    1 Atividades da Administrao Pblicaa) fomento o incentivo iniciativa privada de utilidade pblica, ecompreende: subvenes, financiamentos, favores fiscais, desapropriao;b) polcia administrativa atividade de execuo das limitaesadministrativas impostas pela lei ao exerccio de direitos individuais embenefcio ao interesse coletivo; Ex. multas, aprovao de projetos, fiscalizaode obras etc...c) servio pblico atividade exercida direta ou indiretamente pelaAdministrao Pblica para satisfazer necessidade coletiva , abrangeatividades assumidas pelo Estado, previstas na Constituio Federal (art. 21),tais como: correio areo e servio postal, telecomunicaes, radiodifuso,dentre outras.d) interveno a regulamentao e fiscalizao da atividade econmica denatureza privada e atuao direta do Estado no domnio econmico, hipteseprevista no art. 173 da Constituio Federal (empresa pblica, sociedade deeconomia mista...). Para alguns autores, essa modalidade no constitui funoadministrativa.

    V - PODERES DA ADMINISTRAO PBLICA A Administrao Pblica possui poderes que lhe so inerentes, e decorremdos princpios administrativos. So necessrios para a consecuo daatividade administrativa e nascem com a Administrao Pblica. So distintossegundo a exigncia do servio e do interesse pblicos e quanto aos objetivos

    que a Administrao almeja alcanar. Sem eles a Administrao no poderiasobrepor a vontade da lei vontade individual. No so os poderes umafaculdade da Administrao, mas um tipo de poder-dever, j que soirrenunciveis.1 Poder vinculado Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o poder vinculado e o poder discricionriono existem como poderes autnomos, so somente atributos de outrospoderes da Administrao Pblica. Diz a autora que o poder vinculado no prerrogativa do Poder Pblico, na verdade, uma restrio, pois sujeita a

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    Administrao lei. Para outros autores, um poder da Administrao Pblica. aquele que a lei confere Administrao Pblica para praticar atos de suacompetncia; o legislador determina todos os elementos e requisitos do ato, e aautoridade que o pratica no tem liberdade de atuao, nem pode fazer juzode convenincia, oportunidade ou interesse pblico, devendo se ater expresso legal, em face do princpio da legalidade. O ato vinculado que no

    atende aos requisitos impostos pela lei nulo, e a nulidade pode serreconhecida pela prpria Administrao ou pelo Poder Judicirio. Acaracterstica do ato vinculado a especificao da lei, a valo rao feita pelolegislador quanto convenincia e oportunidade. Os elementos determinadospela lei so a competncia, a finalidade e a forma do ato.2 Poder discricionrio o poder conferido pela lei Administrao Pblica para a prtica de atocom liberdade de atuao no que concerne escolha de sua convenincia,oportunidade e contedo. A liberdade de atuar, no entanto, somente pode serexercida dentro dos limites da lei. No se confunde o poder discricionrio comarbitrariedade, pois a discricionariedade somente distingue-se da vinculaopela maior liberdade que dada ao administrador, e na arbitrariedade os atos

    so contrrios ou excedentes lei. Mesmo no uso do poder discricionrio, o atodeve conter os requisitos do poder vinculado, que a competncia, a finalidadee a forma. O ato discricionrio que no possui esses elementos nulo. Adiscricionariedade limitada, ainda, pelos princpios gerais do Direito, pelasregras da Administrao e pela moralidade administrativa. O ato discricion riopode ser apreciado pelo Poder Judicirio, que verificar sua legalidade semfazer juzo de sua convenincia ou oportunidade.3 Poder regulamentar O poder regulamentar aquele conferido pela Constituio Federal,Constituies Estaduais e Leis Orgnicas dos Municpios e Distrito Federal aochefe do Poder Executivo (Presidente da Repblica, Governadores e Prefeitos)para editar normas complementares lei para sua fiel execuo. um poderprivativo do Chefe do Executivo, indelegvel a qualquer subor dinado. Oexerccio do poder regulamentar fundamenta-se no princpio da separao depoderes, pois o Presidente da Repblica no pode estabelecer normas geraiscriadoras de direitos e obrigaes, mas pode suprir as lacunas legais ecomplementar a lei naquilo que no for reserva legal. No mbito federal, estprevisto no art. 84, VI da Constituio, que prev competir privativamente aoPresidente da Repblica expedir decretos e regulamentos para o fielcumprimento da lei, ou a expedio de decretos autnomos sobre matria desua competncia que ainda no foi disciplinada pela lei.3.1 Tipos de regulamentos: a) regulamento executivo complementa a lei ou contm normas para fiel

    execuo da lei. No pode criar direitos, obrigaes, proibies, medidaspunitivas, ou estabelecer norma contra ou alm da previso legal. Limita -se aestabelecer normas sobre a forma a ser cumprida a lei pela Administrao, poisningum obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtudede lei. As leis que necessitem de regulamentao somente passam a serexeqveis aps a expedio do decreto regulamentador. Se for estabelecidoum prazo para a regulamentao e esse prazo no for cumprido, osinteressados ou destinatrios da lei podem invocar seus preceitos e preten derauferir as vantagens dela decorrentes. Se o regulamento for imprescindvel,

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    podem interpor mandado de injuno para determinar a edio da norma. Omandado de injuno alcana as hipteses em que a falta da norma tornainvivel o exerccio de direitos e liberdades constitucionais e prerrogativasinerentes nacionalidade, soberania e cidadania. Quando h omisso doPoder Executivo em editar norma necessria para efetivar uma normaconstitucional, pode ser ajuizada ao de inconstitucionalidade por omi sso,

    pelos entes constitucionalmente legitimados.b) regulamento autnomo ou independente no complementa ou explicitauma lei prvia para sua execuo, porque estabelece normas sobre matriasainda no disciplinadas em lei. No direito brasileiro, aps a ConstituioFederal de 1988, no existe regulamento autnomo, exceto na hipteseprevista na alnea a do inciso VI do artigo 84, que outorga ao Presidente daRepblica competncia para dispor, mediante decreto, sobre o funcionamentoda Administrao Federal quando no implicar aumento de despesa nemcriao ou extino de cargos e extinguir cargos e funes pblicas vagos. AsAgncias reguladoras tambm exercem, por fora de suas leis prprias,competncia normativa, dentro dos limites do princpio da legalidade.Alm dos decretos, o poder regulamentar exercido por meio de resolues,

    portarias, deliberaes e instrues editadas por autoridades de menorescalo. O inciso II do pargrafo nico do art. 87 da Constituio dcompetncia aos Ministros de Estado para expedir instrues para execuode leis, decretos e regulamentos. Idem ao Min. Pblico (Unio e Estados).4 Poder Disciplinar a faculdade conferida Administrao Pblica de apurar infraes e aplicarpenalidades aos servidores pblicos e demais pessoas sujeitas disciplinaadministrativa, no caso dos que com ela possuem relao contratual ourelaes de qualquer natureza. No se confunde com o poder de polcia queabrange penalidades impostas a particulares que se sujeitam discipli nainterna da Administrao. O poder disciplinar decorre do poder hierrquico, eno caso do Ministrio Pblico e Poder Judicirio, seus membros no estosujeitos hierarquia funcional, mas sujeitam-se disciplina interna. um poderdiscricionrio, pois exercido como uma faculdade punitiva da Administrao,o que no significa que a Administrao pode deixar de punir o servidor quecometer ilcito administrativo, porque um poder -dever, o chefe imediato quetomou conhecimento de falta praticada pelo servidor obrigado a apurar o fato,sob pena de incidir em crime de condescendncia ou improbidadeadministrativa. A discricionariedade existe no tocante possibilidade de aAdministrao levar em considerao, na escolha da pena, a natureza e agravidade da infrao e os danos causados, e quanto a infraes que noesto bem definidas, como por exemplo, a falta grave. Cabe Administraofazer juzo de oportunidade e convenincia da sano a ser aplicada. Toda

    penalidade deve ser acompanhada de motivao, e somente pode ser aplicadaaps o devido procedimento legal de apurao, no qual deve ser assegurado ocontraditrio e a ampla defesa ao servidor.5 Poder Hierrquico o poder que a Administrao Pblica possui para garantir sua atuaocoordenada, e consiste na relao de subordinao e coordenao entrergos e entre seus agentes. A hierarquia o vnculo que coordena esubordina uns rgos a outros. Embora no Poder Judicirio e no PoderLegislativo no exista hierarquia quanto a suas funes i nstitucionais, existe a

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    hierarquia entre os rgos administrativos.5.1 Faculdades do poder hierrquico - no exerccio do poder hierrquico,observam-se as seguintes faculdades:a) ordenar reparte e escalona as funes dos agentes pblicos para quepossam desempenhar com eficincia suas responsabilidades;b) coordenar dispe sobre a realizao das funes dos respectivos rgos,

    para evitar superposio ou desvio de funes;c) controlar acompanhar a conduta e rendimento dos agentes pblicos e aobservncia da lei;d) corrigir ao revisora dos superiores sobre os atos dos inferiores;5.2 Poderes decorrentes da hierarquia: a) dar ordens dever de obedincia do subordinado, exceto para ordensmanifestadamente ilegais;b) editar atos normativos atos de efeito interno, que objetivam ordenar aatuao dos rgos subordinados;c) fiscalizar vigilncia permanente dos atos praticados pelos subordinadospara mant-los nos limites da lei;d) rever verificar a legalidade dos atos, anulando os ilegai s e revogando os

    inconvenientes ou inoportunos;e) aplicar sanes punio s infraes disciplinares;f) delegar atribuir a um subordinado competncias recebidas que no sejamprivativas;g) avocar chamar para si funes atribudas a um rgo subordinado, mass deve ser adotado quando houver motivos relevantes.6 Poder de polcia faculdade conferida Administrao Pblica para condicionar e restringir ouso e gozo de bens, atividades ou direitos individuais, em benefcio dacoletividade ou do prprio Estado. Sua finalidade promover o bem -estargeral, por meio de normas gerais, abstratas, impessoais e objetivas queregulam direitos individuais. A atuao do Estado restrita aos atosindispensveis eficcia da fiscalizao e voltada para os interesses dasociedade, com respeito s liberdades pblicas.

    VI - A ADMINISTRAO PBLICA E OS DIREITOS E GARANTIASCONSTITUCIONAIS No regime democrtico, o povo escolhe seus representantes e estes agemem seu nome, no exerccio do poder do qual so mandatrios, decidindo osdestinos da nao. Esse poder no absoluto, sofre limitaes, dentre asquais, dos direitos e garantias individuais e coletivas dos cidados em relaoao Estado. Os direitos so bens e vantagens conferidas pela normaconstitucional, e as garantias so os instrumentos pelos quais se asseguram o

    exerccio e o gozo desses bens e vantagens. Assim, separam os doutri nadoresas disposies constitucionais em :declaratrias, que do existncia legal aos direitos, e em disposiesassecuratrias que so a defesa dos direitos, as chamadas garantias. Emalguns dispositivos, a Constituio junta a fixao da garantia com adeclarao do direito. As garantias constitucionais so imposies positivas ounegativas aos rgos do Poder Pblico para limitar sua conduta e assegurar aobservncia do direito e, no caso da inobservncia, a reintegrao do direitoviolado. So os meios, instrumentos, instituies e procedimentos destinados a

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    assegurar o respeito, a efetividade e a exigibilidade dos direitos individuais.1 Espcies O texto da Constituio classifica os direitos e garantias emcinco espcies:a) direitos individuais e coletivos; (art. 5)b) direitos sociais; (arts. 6 a 11)c) direitos de nacionalidade; (arts. 12 a 13)

    d) direitos polticos; (arts. 14 a 16)e) direitos relacionados organizao, existncia e participao em partidospolticos. (art. 17)

    2 Classificao da doutrina a moderna doutrina divide estes direitos egarantias em direitos de primeira, segunda e terceira gerao, segundo aordem cronolgica de reconhecimento constitucional.a) primeira gerao direitos e garantias civis e polticos, que realam oprincpio da legalidade;b) segunda gerao direitos e garantias econmicos, sociais e culturais, queacentuam o princpio da igualdade;c) terceira gerao direitos e garantias de solidariedade e fraternidade, que

    so poderes de titularidade coletiva (exemplo: direito ao meio ambientesaudvel)

    3 Eficcia as regras que consubstanciam direitos e garantias individuaisem geral so de aplicabilidade imediata, mas existem algumas que dependemde legislao ulterior. No exerccio da atividade ad ministrativa, o Poder Pblicoobriga-se ao respeito aos direitos e garantias individuais, pela observncia dosprincpios constitucionais da legalidade, igualdade e segurana jurdica. Ocidado faz valer seus direitos na atuao direta dos rgos pblicos , ou pormeio dos chamados remdios constitucionais estabelecidos para a defesados direitos e garantias na atuao negativa do Poder Pblico, comissiva ouomissiva (direito de petio, direito a certides, hbeas corpus, mandado desegurana, mandado de injuno, habeas data).