1

Os romanos criaram o concreto [pasta feita de areia, cascalho e cal] e construíram arcos, estruturas que distribuem o peso da construção e permitem a edificação de grande obras.Esta é uma reconstituição do processo de construção de um aqueduto romano, cuja função era transportar água em terrenos irregulares - hoje esse processo é subterrâneo e a água é bombeada.

Os primórdios da civilização romana: das

origens míticas à monarquia

Tema 2

São Paulo, 06 de fevereiro de 2014

Divisão tradicional da história política de Roma

____________________________________________

2

Versão lendária da fundação de Roma

753a.C.

Deposição do último

rei etrusco

509a.C. 27a.C.

Crise na República:

Otávio Augusto se

auto-proclama

Imperador

476

Monarquia República Império

Queda do Império

Romano do Ocidente

Roma[migrações bárbaras

e ascensão de Otávio Augusto]

Origens de Roma: lenda e história

Reza a lenda...[historiador romanoTito Lívioe o poetaVirgílio]

Quando Troia começou a ser destruída pelos gregos, o general troiano Eneias fugiu da cidade e refugiou-se na Península Itálica, onde virou rei da cidade de Alba Longa.Quatro século depois, em uma briga entre os descendentes de Eneias pelo poder, Amúlio destrona Numitore ordena que os netos deste – Remo [Remus] e Rômulo [Romulus] – fossem colocados numa cesta e lançados no Rio Tibre, para lá morrerem.Uma loba então os resgata e os amamenta até serem encontrados por um pastor, chefe dos rebanhos do rei, que decide criá-los.Mais tarde, Numitor reconhece os netos, que então o ajudam a recuperar o trono de Alba Longa.Agora príncipes de Alba Longa, os gêmeos começam a brigar pelo poder até que traçam uma linha de fronteira, que é ultrapassada por Remo. Segue-se então uma luta e Remo é morto. A nova cidade recebeu o nome de Roma, em homenagem à Rômulo. 3

Fundação histórica da cidade:Povos etruscos, latinos, italiotas e gregos.Nasce numa região pantanosa, ao longo do Rio Tibre, da fusão de sete aldeias de pastores (VIII aC).

Quantidade de estradas construídas até o fim da República revela a intensidade da comunicação de Roma com outras cidades. “Todos os caminhos levam à Roma”

4

Escultura em bronze, 500 – 480aC.MuseuCapitolino, Roma.

Transição da Monarquia para a República...

O último monarca etrusco, Tarquínio, o Soberbo, tentou ampliar seu poder aliando-se aos plebeus enriquecidos, o que desagradou a aristocracia romana. Por isso, em 510aC, os patrícios depuseram o rei e expulsaram os etruscos da cidade.

Com o fim da monarquia, Roma passou a ser controlada pelos patrícios, que adotaram como forma de governo a República. A partir de então, as responsabilidades do Estado passaram a ser distribuídas entre as três instituições: o Senado, as Magistraturas (eleitos) e as Assembleias Populares (onde se votam as leis, se elegem os magistrados, se julgam os crimes etc.)

A Monarquia Romana753 aC – 509 aC

6

•Escassez de documentos históricos e arqueológicos;

•Organização política:Segundo lendas, Roma teve 7 reis, sendo os primeiros reis de origem latina [Rômulo, Numa Pompílio, Túlio Hostílio e Anco Márcio] e os últimos de origem etrusca [Tarquínio Prisco, Sérvio Túlio e Tarquínio, o Soberbo].

•Organização social:-base da organização social é a família, que se agrupavam em clãs;

-As mulheres romanas, por herança da cultura etrusca, tinham mais direitos do que as gregas, embora não participassem da vida política;

-sociedade se divide em 4 setores básicos: patrícios, plebeus, clientes e escravos.

O Rei comandava o exército e as cerimônias religiosas, declarava guerra e era o principal legislador. O Senado escolhia o monarca, discutia as leis criadas pelo rei e podia vetá-las. Era composto por cem anciãos, pertencentes às famílias mais ricas e importantes.

A sociedade romanaPatrícios: cidadãos, descendentes dos primeiros habitantes da região. Proprietários de terra e gado, compunham a aristocracia romana. = Aristocracia por nascimento (descendência monárquica)

Plebeus: livres, mas sem qualquer direito apesar de terem fortunas. São maioria em Roma: camponeses, artesãos, pequenos proprietários, comerciantes. Casamento com patrício é proibido.

Clientes: dependentes dos patrícios, agregados, serviçais. “Uma vez cliente de uma família, nunca mais pode desligar-se dela”

Escravos: grupo ainda pequeno neste período, são indivíduos endividados ou vencidos de guerra. Considerados mercadoria, sem qualquer direito mínimo. A crucificação era pena máxima para os insubordinados.

Ao longo do séc. VI aC, os patrícios latinos aproveitam a fragilidade dos reis etruscos, imersos em diversas guerras, e assumem o poder de Roma, tornando esta uma República [res-publica= coisa pública],ou seja, uma cidade cujo governo é administrado pelos cidadãos romanos, que compõem o Senado.

7

Patrício segurando busto de seus antepassados. Ano I d.C.

8

A República Romana:

conflitos internos e externos

(509 a.C. – 27 a.C.)

São Paulo, 14 de fevereiro de 2014

9

VI a.C Destruição do 1º Templo Judaico em Jerusalém, por Nabucodonossor;Gregos colonizam a Espanha, Constituição democrática ateniense por Clístenes;Sidardta Gautama (Buda) prega no norte da Índia.

V a.C.China inventa calendário solar; Heródoto escreve histórias das guerras gregas; Guerra do Peloponeso (Atenas X Esparta).

IV a.C.Sócrates é morto em Atenas; Derrota dos persas e Império de Alexandre, o Grande se extende até Índia; Construção de estradas e aquedutos em Roma.

III a.C.Invenção da catapulta de guerra; inauguração da Biblioteca de Alexandria no no Egito; Surgimento da civilização Maia (Guatemala); Invenção da pólvora e da Bússola pelos Chineses (papel e seda já inventados!).

Alguns fatos contemporâneos à República Romana (509 a.C. – 27 a.C.)

A República Romana509 a.C. – 27 a.C.

11

Senatus Populusque Romanus (O Senado e o Povo de Roma)

•Consulado(2 cônsules eleitos): apresentam projetos de lei, presidem o Senado e chefiam o Exército.

•Senado: 300 patrícios com cargo vitalício. No caso de graves crises internas ou de ameaça externa, o Senado suspende o Consulado e transfere o comando a um ditador, que teria plenos poderes por 6 meses.

•Exército: dividido em legiões. Plebeus são incorporados somente a partir do século IVaC. Dividem o tesouro de guerra, ainda não tem salário.

•Assembleia Curiata: patrícios responsáveis pelos assuntos religiosos.

•Assembleia Centuriata: formada por soldados patrícios e plebeus, votam as leis e elegem os principais magistrados e os cônsules.

12

A República é governada por dois cônsules, eleitos pelos cidadãos, cujo mandato é de 1 ano. Os cônsules são subordinados ao Senado, o órgão máximo da República.

As instituições da res-publica

Cícero (106 – 43aC), um defensor da República

Cícero acusa Catilina de concentração e poder e ameaça à República, Cesare Maccari (1882-1888), Roma.

Conflitos sociais:Patrícios X Plebeus (V aC. e IV aC)

Excluídos das decisões políticas, os plebeus ameaçam sair de Roma e a deixar de se alistarem para o exército. Os patrícios então se vêem obrigados a ampliar os direitos da maioria do povo romano.

•Plebe ganha o direito de eleger o tribuno da plebe, que tinha direito de veto.•Aprovada a Lei das Doze Tábuas, que afirma a igualdade entre todos os cidadãos•Aprovada a Lei Canuleia, que permite o casamento entre patrícios e plebeus•Abolição da escravidão por dívidas e acesso da plebe aos cargos políticos do Senado.

14Século III aC : plebeus conquistam “igualdade”

política e jurídica

Lema da República Romana: expandir!

Mais áreas para a agricultura!Mais recursos minerais!Mais objetos de luxo, mais riqueza!Mais tesouros de guerra!Mais escravos!

Um obstáculo ao domínio do Mar Mediterrâneo: a cidade fenícia de

Cartago

16Guerras Púnicas(III ao IIa.C.): Cartagineses vencidos em 146a.C.

A expansão romana: MARENOSTRUM! 200 a.C. a 44 a.C.

Atlas histórico, p. 47

Rotas Comerciais do Império (séculos I e II d.C.)

Atlas histórico, p. 47

Roma em expansão: vitórias e problemas…

O sucesso militar de Roma deveu-se a uma série de fatores. Entre eles, a disciplinae organização do exército. Eles acreditavam que estavam destinados a dominar mundo, era esse o espírito que os estimulava a novas guerras. Os saques e as promessas de dinheiro e terras eram outro atrativo paraos legionários.

“Romano, lembra-te que nasceste para governar os povos com autoridade; este é o teu destino, ditar leis de paz entre as nações, submeter o arrogante e perdoar o vencido” (Virgílio, Eneida, séc I aC)

Resultados (desastrosos) da expansão

20

Grande afluxo de riquezas para Roma

Formação de latifúndios nas mãos dos aristocratas: vinho, azeite e gado caros!

Corrupção (e dificuldades administrativas)

Aumento do número de escravos (3x1) e das revoltas: “Todo escravo é um inimigo”, segundo o direito romano

Enriquecimento de banqueiros e mercadores : uma nova classe exigente

Êxodo rural (cidades se tornam superpopulosas pelos PROLETÁRIOS): plebeus desempregados (concorrência com escravos), impostos altos sobre as terras, miséria...

Senado < chefes militares

Guerras civis: crise da República.

Consequências econômicas

Consequências sociais

Consequências políticas

Crise na República - IIa.C.Latifundiários X Massa popular

• Tibério Graco(tribuno da plebe):reforma agrária para conter êxodo rural e diminuir desemprego e miséria nas cidades. Latifundiários do Senado o assassinam.

• Caio Graco consegue a aprovação da Lei Frumentária (pão e circo!), garantindo distribuição de trigo aos proletários.

• O general Mário, cônsul defensor da plebe, aprova o soldo aos soldados, que teriam participação no espólio das áreas conquistadas e receberiam terra após 25 anos de serviço militar.

21

Crise na República – Ia.C.Corrupção e Revoltas

•General Pompeu: líder aristocrático, abafa revoltas populares na Ibéria

•General Crasso: reprime rebelião de escravos e gladiadores liderada por Espártacus em 73 aC (100 mil escravos!)http://www.youtube.com/watch?v=lBeh1jkanrEhttp://www.youtube.com/watch?v=zCLyLBrugD0http://www.youtube.com/watch?v=FKCmyiljKo0

•General Julio Cesar: ligado a grupos populares, se auto intitula ditador vitalício: dá terra aos soldados, trigo aos pobres e obriga os latifundiários a empregar mão-de-obra livre. Anula o poder do Senado.

O primeiro TriunviratoSolução temporária para a instabilidade e crise da

república 22

Júlio César: o conquistador da Gália invencível

23

24

Busto de Júlio Cesar, séc. I

Gravura (séc. XIX) representando guerreiros gauleses

“Não somente ele aceita honras excessivas, como o Consulado permanente e a Ditadura perpétua, sem contar o apelido de Imperator, o sobrenome de Pai da Pátria e uma estátua entre os Reis [...]. Mais ainda se deixa conceder privilégios que ultrapassam as dimensões humanas: uma cadeira de ouro na Cúria, uma carruagem e uma liteira, altares, estátuas próximas àquelas dos deus [...]; dá seu nome a um mês do ano e concede todas as honrarias em exceção”

Suetônio, Os doze Césares: César.

25

Fim da República RomanaSéc. I a.C.

assassinato de César: “Até tu, Brutus?”http://www.youtube.com/watch?v=Zzxs86bCKNc

O Desastroso 2ºtriuvirato:Marco Antonio (Oriente) + Cleópatra,Lépido (sumo-sacerdote) eOtávio (Ocidente)

31aC: Otavio vence exército de Marco Antonio e Cleópatra (que comete suicídio) e, no retorno à Roma, recebe do Senado os títulos de Augustus (“venerado”), Princepssenatus (“primeiro dos senadores”) e Imperator.

É o início do Império Romano 26

Ota

vio

Augu

sto,

Mus

eu d

o Va

tican

o, s

éc. I

A Pax do Império Romano:a realização da ordem pública universal

Os magistrados continuam sendo eleitos e as assembleias se reunindo. O Senado administrava certas províncias, controlava suas finanças e era ouvido por Otávio, mas deixara de ser a autoridade central do Estado romano. Tornara-se submisso aos sucessivos imperadores.

Estabilidade militar;Grandes obras públicas (aquedutos, arenas, estradas, termas);Ocidente e Oriente influenciados pelo latim, pela arquitetura urbana e pelo Direito Romano;Intensas trocas culturais.

“[…] a sociedade romana mostrou-se espantosamente tolerante com as tradições alheia, desde que não ameaçassem a segurança do Estado. As populações das províncias recém-conquistadas não eram obrigadas a sujeitar-se a uma camisa-de-força uniforme; pelo contrário, fundiam-se […]. Se a esses povos foram impostos a lei, a ordem e o respeito pelos símbolos do poder romano, também os seus deuses eram hospitaleiramente recebidos na capital e eles próprios podiam, eventualmente, ascender a cidadãos romanos…” (Janson, H. W. A História da Arte, 1992)