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Positivismo (finais do séc. XIX)
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Aspectos gerais da ciência do séc. XIX 1914 – Primeira Grande Guerra Mundial Acentuado crescimento populacional, por diminuição da taxa de mortalidade Revolução industrial e dos transportes A população rural aflui às grandes cidades Nomes importantes neste séc.
1. Charles Darwin (1809-1882): Teoria da evolução orgânica
2. Henry Huxley (1825-1895) + Ernst Haeckel (1834-1919): anatomia comparada
3. Francis Galton (1822): estatística aplicada ao estudo da hereditariedade
4. Gregor Mendel (1822-1884): Leis da genética
5. August Weismann (1834-1914): cromossomas são os portadores das características hereditárias
6. Van Beneden (1846-1910): descoberta sobre o número de cromossomas
7. Th. Hunt Morgan (1866-1945): sobre as mutações da Drosophila.
8. W. L. Johannsen (1857-1927): introduz conceitos de gene, de genotipo e de fenotipo (1909)
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Aspectos gerais da ciência do séc. XIX Ciências físico-químicas
Kelvin (1824-1907) + Maxwell: termodinâmica Maxwell (1831-1879) + Hertz (1857-1894): ondas eléctricas Rontgen (1845-1923): raios catódicos e os raios X Thomson (1856-1940): descobre o electrão Pierre Curie (1859-1906) + Marie Curie (1867-1934) + Rutherford (1871-1937):
desenvolveram estudos de radioactividade
Química Friedrich August Kekulé (1829-1896): estrutura das moléculas Achille Le Bel (1847-1930) + Van´t Hoff (1852-1911): isomeria Emil Fisher (1852-1919): desenvolvimento da síntese orgânica Le Chatelier (1850-1936): equilíbrios químicos H. H. Hess (1802-1850): termoquímica Dimitri Mendeleiev (1834-1907): Concebeu a tabela periódica
Química das soluções François-Marie Raoult (1830-1910); Wilhelm Pfeffer (1845-1920); Svante Arrhenius (1859-
1927); Oswalt (1853-1912); Nernst (1864-1941); Brönsted (1877-1947).
Descobertas de índole tecnológica Imprensa, cinema, electricidade, telegrafia sem fio (Marconi, 1895), automóvel, avião,
lâmpada (Edison, 1879), telefone (Bell, 1876)
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Mentalidade fisiopatológica Claude Bernard (1813-1878): fundador da fisiologia moderna; fez estudos sobre
a digestão, o metabolismo do açúcar, o sistema nervoso e no domínio da
toxicologia (efeitos tóxicos monóxido de carbono sobre a hemoglobina).
Sua concepção da medicina:
A investigação laboratorial era o fundamento, o suporte científico, quer da
patologia, quer da terapêutica
Houve a introdução do laboratório na clínica e no trabalho de investigação
Surge a mentalidade fisiopatológica, que pretendia explicar as doenças e os
fenómenos orgânicos à luz da fisiologia.
Levou ao aparecimento de uma fisiologia patológica.
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Patologia celular Rudolph Virchow (1821-1902): Prussiano de nascimento, foi médico cientista,
interessou-se pela poesia, pela política, foi arqueólogo e antropólogo e antisemita. Escreveu a Die Cellularpathologie (1858)
Concepções da medicina: Era importante o conhecimento das lesões não só a nível macroscópico mas
também, a nível microscópico Demonstrou que os tecidos são caracterizados por um tipo específico de células, e
que têm em cada órgão a sua própria vida com um regime de nascimento e crescimento próprios. Cada célula nasce de uma outra célula
Desenvolveu estudos de patologia celular de acordo com quatro vertentes: tumores, patologia óssea, tuberculose e inflamação
Identificou diversas doenças que caracterizou devido a alterações microscópicas. Foi o caso de leucemias e de tumores.
A célula era a última unidade irredutível dos seres vivos e, nessa medida, a doença provinha de alterações a nível celular. Tinha uma mentalidade anatomoclínica iniciada por Bichat.
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Microorganismos e mentalidade etiopatológica Louis Pasteur (1822-1895) e Robert Koch (1843-1910)
Desenvolvimento da microbiologia no séc. XIX
Fizeram descobertas científicas importantes
Desenvolveram metodologias laboratoriais fundamentais
para o progresso da microbiologia
Identificaram os agentes causais de determinadas doenças
contagiosas
Concepção microbiana de doença
Fizeram emergir a mentalidade etiopatológica
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Louis Pasteur (1822-1895) Professor de químico em Estrasburg e em Paris Estudos
sobre o ácido tartárico Fermentações: fermentação láctica, fermentação alcoólica (transformação do
vinho em vinagre), preconizou a “pasteurização” Geração espontânea: provou que a proliferação de microrganismos no seu
caldo de cultura provém de uma contaminação com germes provenientes do exterior e não de geração espontânea
Doenças contagiosas em animais e em seres humanos: doenças do bicho da seda, o carbúnculo do gado ovino, a cólera das galinhas e a peripneumonia dos bovinos.
Vacina contra o carbúnculo Isolaram o agente pela septicémia Descobriram o estafilococo responsável pelos furúnculos Isolaram o estreptococo responsável pela febre puerperal Tratamento e imunidade contra a raiva
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Robert Koch (1843-1910)
Alemão, foi professor da Universidade de Berlim; Prémio Nobel da
medicina em 1905.
Descobriu o agente responsável pelas principais epidemias do séc. XIX
Tuberculose: Mycobacterium tuberculosis
Cólera
Fez estudos epidemiológicos sobre a cólera, a febre tifóide, o
paludismo, a doença do sono, a peste, a tuberculose humana e bovina;
Invenção dos meios de cultura sólidos e transparentes (gelatina e
caldo) e da esterilização a vapor .
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Descoberta dos virus
Foi feita em 1892 pelo russo Ivanovsky, sobre estudos realizados no
mosaico do tabaco;
1898 Löffler e Frosch estudaram a febre aftosa;
1901 Reed demonstrou que a febre amarela é provocado por um vírus
1913 Gruter isolou o vírus da herpes
A varíola e a raiva são doenças causadas por vírus
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A antissepsia cirúrgica
Pioneiro foi o cirurgião britânico Joseph Lister (1827-1912)
Com o objectivo de evitar as infecções decorrentes de intervenções
cirúrgicas, várias metodologias se desenvolveram:
utilização de ácido fénico, em diluições apropriadas, era pulverizado de
modo a criar uma nuvem capaz de anular os microorganismos do ar;
a desinfecção das mãos, dos instrumentos e da ferida com ácido
fénico;
os pensos a aplicar deviam conter gaze fenicada e algodão;
esterilização dos instrumentos com vapor de água,
tratamento da pele do doente com álcool, éter ou iodo
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Os anestésicos
Substâncias usadas como anestésicos: éter, óxido nitroso, éter
sulfúrico, clorofórmio
Com a agulha de Pravaz surgem as anestesias locais
administrando percloreto de ferro;
A adaptação da agulha de Pravaz á seringa de Carriere,
introduz os anestésicos hipodérmicos como a morfina e a
atropina usados em casos mais dolorosos
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Conclusão
A descoberta dos anestésicos e a antissepsia
cirúrgica proporcionaram operar com mais segurança
e com menos dor
Os instrumentos cirúrgicos foram desenvolvidos
Áreas como a oftalmologia, a obstetrícia, a
ginecologia e a urologia
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Farmácia e terapêutica nos finais do séc. XIX Desenvolvimento da Farmacologia Experimental com a criação de
laboratórios bem equipados;
Nascimento da Opoterapia (estudo das hormonas) e associação entre
certos órgãos e as suas secreções;
Descoberta das hormonas
Identificação de substâncias com propriedades terapêuticas (alcalóides);
Descoberta da Quimioterapia Sintética introduz novos produtos;
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Higiene e saúde pública
As patologias que caracterizam o séc. XIX podem
dividir-se em 3 grandes grupos
1. Doenças provenientes das novas situações
históricas e sociais
2. Doenças tradicionais
3. Doenças epidémicas
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Doenças provenientes das novas situações históricas e sociais Provinham da nova situação social, politica e económica, resultante da
Revolução industrial:
o extenuante trabalho nas fabricas e minas, o excesso de horas de
trabalho, a realização de trabalhos onde acidentes laborais são
altamente propícios, trabalho infantil, intoxicações por gases ou ácidos
diversos produzidos pelas novas industrias, má alimentação devido á
afluência das populações ás zonas industriais, más condições de
urbanização, etc.);
* Este panorama aumentava a frequência das doenças habituais,
aumentava a taxa de mortalidade e proporcionava o aparecimento de
novas doenças.
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Doenças tradicionais (higiene e saúde pública) Já eram conhecidas dos médicos e cientistas,
apenas foram caracterizadas tento em conta as
inovações alcançadas até ao final do século;
Exemplos: o tifo, a difteria, as pneumonias, as
pleurisias, a malária, a sífilis, a tuberculose
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Doenças epidémicas (higiene e saúde pública)
• Exemplos: • a difteria, o tifo, a meningite cérebro-
espinal, a febre amarela, a peste, a cólera, tuberculose
• São doenças facilmente transmissíveis, originando surtos que se dispersam rapidamente
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Higiene e Saúde publica
Tornou-se uma disciplina médica, á custa de várias avanços na
área da
Estatística
Química: as análises da água
Microbiologia
Surgem uma publicação periódica os Annales d´Hygiène
Publique et de Médecine Légale
Surgem os laboratórios de higiene. 1875 Surgiu o Instituto de
Higiene em Munique por Max Von Pettenkoffer.
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A farmácia em Portugal nos finais do séc. XIX Relativamente às ciências biomédicas, em Portugal conhece-se o que
se faz nos países mais avançados, mas é reduzida a produção
inovadora.
Aspectos que caracterizam a farmácia portuguesa da 2ª metade do
séc. XIX e dos 1os anos do séc. XX
Emancipação dos estudos farmacêuticos relativamente à medicina e a
passagem da farmácia a curso superior
Industrialização da produção medicamentosa
Aparecimento das primeiras obras científicas da autoria de
farmacêuticos
Integração do farmacêutico na dinâmica da saúde pública
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Ensino farmacêutico em Portugal 1902 por Carta de Lei de 19 de Julho e de acordo com o Regulamento das Escolas
promulgado a 27 de Novembro, os cursos de farmácia das 3 escolas foram alterados no que diz respeito a aspectos institucionais a aspectos de natureza científica:
O curso passou a ser superior nas 3 escolas Aspecto cientifico curso estruturado em dois anos, cada um com 4 cadeiras
1º Ano: História natural da drogas e posologia, farmácia química, análises microscópicas e químicas aplicadas à medicina e à farmácia
2º Ano: Farmacotecnia e esterilizações, Análises toxicológicas, química legal, alterações e falsificações de medicamentos a alimentos
1911 Por Decreto de 26 de Maio, o curso passa a 4 anos, sendo os 2 últimos semestres realizados um estágio hospitalar. Torna-se independente das Faculdades de Medicina. Cadeiras do ramo da química, química analítica, química biológica e bacteriologia
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A indústria farmacêutica portuguesa
Farmácia Franco: produz o vinho nutritivo de carne
Companhia Portuguesa de Higiene (1891): 1ª indústria
farmacêutica de grande dimensão a ser instituída
Laboratório J. Neves & Cª (1892): fundada pelo
farmacêutico José Vicente das Neves
Farmácia Normal: dedica-se à produção
medicamentosa industrial
Laboratório Sanitas (1911)
Laboratórios Sicla (posterior a 1913)
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Produção científica farmacêutica Reflectem uma ascensão profissional do farmacêutico e uma melhor e mais
apurada formação científica
Elementos de Pharmacia theorica e práctica (1859, 2ª edição 1874) obra de
Cândido Joaquim Xavier Cordeiro (1808-1881) demonstrador do Dispensatório
Farmacêutico da Univ. de Coimbra
Elementos de Pharmacologia Geral (1851 edições posteriores em 1896 e 1901)
de Bernardino António Gomes, filho; lente da Matéria Médica na Escola Médico-
Cirúrgica de Lisboa
Formulário Oficinal e Magistral (1868) de Joaquim Urbano da Veiga,
farmacêutico
Pharmacopea Portugueza (1876), 3ª farmacopeia oficial, foi redigida por uma
comissão com farmacêuticos
Historia da Pharmacia Portugueza, editada entre 1866-1868 de Pedro José da
Silva
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Farmacêutico como agente sanitário
As águas, os vinhos, os leites, os alimentos, os tóxicos etc, eram
objectos de intervenção do farmacêutico.
Encontramos artigos intitulados “ a fraude das manteigas”, “ácidos
minerais no vinagre”, “a determinação indirecta do extracto do leite”,
etc, são artigos publicados nos periódicos da época
Jornal da Sociedade Pharmaceutica de Lisboa
Jornal da Sociedada Pharmaceutica Lusitana
Gazeta de Pharmacia
Boletim Pharmaceutico
Revista Chimico-Pharmaceutica
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Fim