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1 Revista Pensar Gestão e Administração, v.6, n.1, jul. 2017 Qualidade de Vida e Estresse no Trabalho: Um Estudo de Caso no Departamento de Pessoal da Empresa X. Quality Of Life and Stress at Work: A Case Study in the Personnel Department of Company X. Amanda Galvani Sales 1 Wender Felipe de Souza Passos 2 Kândice Vieira Assis 3 Resumo: O presente artigo visa analisar como a Gestão de Pessoas pode auxiliar a empresa X a ter uma melhoria na qualidade de vida ocupacional minimizando o estresse dos colaboradores do departamento de pessoal, para isso, se fez necessário identificar as principais causas e sintomas do estresse e posteriormente verificar como elas afetamos colaboradores. Realizou-se uma entrevista com o gestor e posteriormente aplicou-se um questionário aos colaboradores e com base nas respostas obtidas verificamos que é perceptível a eficácia da gestão de pessoas na empresa X, respondendo assim nosso objetivo inicial e comprovando que a gestão de pessoas aplicada corretamente pode diminuir o estresse ocupacional e melhor a qualidade de vida no ambiente de trabalho. Palavras-chave: Estresse. Qualidade de vida no trabalho.Gestão de Pessoas. Departamento de Pessoal. Abstract: This article shows how to manage people today and using their various techniques can help a company X to solve problems such as occupational stress and improving the quality of life in the work of employees in their personal department. 1 Graduando em Administração pela Faculdade Promove. E-mail: [email protected]. 2 Graduando em Administração pela Faculdade Promove. E-mail: [email protected] 3 Bacharel em Administração. Mestre em Meio Ambiente. Professora Faculdades Promove (FP). E- mail: [email protected]

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Revista Pensar Gestão e Administração, v.6, n.1, jul. 2017

Qualidade de Vida e Estresse no Trabalho: Um Estudo de Caso no Departamento de Pessoal da Empresa X.

Quality Of Life and Stress at Work: A Case Study in the Personnel Department of Company X.

Amanda Galvani Sales1

Wender Felipe de Souza Passos2

Kândice Vieira Assis3

Resumo: O presente artigo visa analisar como a Gestão de Pessoas pode auxiliar a

empresa X a ter uma melhoria na qualidade de vida ocupacional minimizando o

estresse dos colaboradores do departamento de pessoal, para isso, se fez

necessário identificar as principais causas e sintomas do estresse e posteriormente

verificar como elas afetamos colaboradores. Realizou-se uma entrevista com o

gestor e posteriormente aplicou-se um questionário aos colaboradores e com base

nas respostas obtidas verificamos que é perceptível a eficácia da gestão de pessoas

na empresa X, respondendo assim nosso objetivo inicial e comprovando que a

gestão de pessoas aplicada corretamente pode diminuir o estresse ocupacional e

melhor a qualidade de vida no ambiente de trabalho.

Palavras-chave: Estresse. Qualidade de vida no trabalho.Gestão de Pessoas. Departamento de Pessoal.

Abstract: This article shows how to manage people today and using their various techniques can help a company X to solve problems such as occupational stress and improving the quality of life in the work of employees in their personal department.

1 Graduando em Administração pela Faculdade Promove. E-mail: [email protected].

2 Graduando em Administração pela Faculdade Promove. E-mail: [email protected]

3 Bacharel em Administração. Mestre em Meio Ambiente. Professora Faculdades Promove (FP). E-

mail: [email protected]

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Keywords:Stress, Quality of Life at Work, People Management, Personal Department.

1 INTRODUÇÃO

No passado, as organizações levavam uma filosofia de trabalho baseada no sistema

fordista, não havia preocupações em se ter uma gestão de pessoas voltada para a

capacitação, reconhecimento e o bem-estar dos empregados, visava-se apenas o

resultado final da mão de obra ofertada, enfatizando apenas a produção.

Assim, os empregados não obtinham qualidade de vida no trabalho, trabalhavam sob

pressão de seus superiores e caiam na monotonia de executar suas tarefas dentro

das organizações buscando apenas o resultado final para seu superior.

Esta busca incessante pela produtividade e pelos resultados a qualquer custo

ultrapassou os limites do próprio ser humano e resultou no aumento de sua

insatisfação no trabalho, colaborando para altos índices de estresse no ambiente de

trabalho.

O comportamento das pessoas dentro da organização é complexo e depende de fatores internos (decorrentes de suas características de sua personalidade, como capacidade de aprendizagem, motivação, percepção do ambiente interno e externo, atitudes, emoções, valores, etc.) e fatores externos (decorrentes do ambiente que o envolve e das características organizacionais, como sistemas de recompensas e punições, fatores sociais, políticas, coesão grupal existente, etc.) (CHIAVENATO, 2009, p.50)

Segundo Silva et al (2009) apud Chiavenato (1999, p. 6) nos tempos atuais as

organizações estão ampliando a sua visão e atuação estratégia, todo processo

produtivo somente se realiza com a participação conjunta de diversos parceiros,

assim necessitam dos empregados como parceiros. O autor coloca ainda que os

empregados contribuem com seus conhecimentos, capacidades e habilidades,

proporcionando decisões e ações que dinamizam a organização.

Chiavenato (2008) relata que a qualidade de vida implica em criar, manter e

melhorar o ambiente de trabalho seja em suas condições físicas, psicológicas e

sociais. Isso resulta em um ambiente de trabalho agradável, amigável e melhora

substancialmente a qualidade de vida das pessoas na organização, com isso, é

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preciso primeiramente visar o bem-estar dos empregados para depois obter

melhores resultados e maior produtividade.

Objeto

Como a Gestão de Pessoas pode auxiliar a empresa X a ter uma melhoria na

qualidade de vida ocupacional minimizando o estresse dos colaboradores do

Departamento Pessoal?

O presente artigo tem como objetivo analisar como a Gestão de Pessoas pode

auxiliar a empresa X a ter uma melhoria na qualidade de vida ocupacional

minimizando o estresse dos colaboradores do Departamento Pessoal,

buscando identificar as principais causas do estresse, analisar como o estresse afeta

a qualidade de vida ocupacional no departamento pessoal da empresa, analisar o

que pode ser feito para minimizar o estresse ocupacional e apresentar à empresa

possíveis soluções para o estresse e a melhor da qualidade de vida no trabalho.

Com isso o presente artigo se justifica pela necessidade de apurar a qualidade de

vida no trabalho para os empregados da empresa X, visando prevenções e soluções

para a redução do estresse no ambiente de trabalho utilizando da gestão de pessoas

como canal de solução.

O artigo servirá como base para futuros estudos e discussões acadêmicas, visando

ser um tema atual e muito discutido nas organizações, porém, não apresenta uma

carga acadêmica ampla para melhores entendimentos.

Justifica-se também como aprimoramento do conhecimento acerca da área da

Gestão de Pessoas bem como sua evolução passou a ajudar administradores e suas

organizações no melhor gerenciamento de seu capital humano e como ela poderá

solucionar problemas de estresse e baixa qualidade de vida ocupacional no

departamento pessoal da empresa X.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Recursos Humanos / Gestão de Pessoas

Segundo Chiavenato (1997) a evolução da história da gestão de pessoas pode ser

dividida em três fases, a primeira é denominada a Era da Industrialização clássica

que ocorreu entre 1900 e 1950 e se baseou no movimento da administração

científica, originária das experiências de Frederick Taylor e Henry Fayol.A segunda

fase é a Era da Industrialização Neoclássica que ocorreu em 1950 a 1990 trazendo

a progressiva aceleração da politização da classe operária e os sindicatos se

agruparam à federações de cada ramo industrial.Por último a terceira fase

denominada a Era da Informação que foi a partir de 1990 quando a globalização

resultou em um aumento da competitividade entre as organizações e com isso elas

se tornaram mais expostas às mudanças ambientais e sua estrutura passou a ser

fundamentada em equipes multifuncionais de trabalho.

Assim, o setor de recursos humanos cedeu lugar a uma nova abordagem

denominada Gestão de Pessoas. As pessoas deixaram de ser apenas recursos

organizacionais para serem abordadas como seres de inteligentes, conhecedores,

habilidosos, com personalidades, aspirações, etc. Na era da informação, a

administração de recursos humanos assume um novo papel: não se trata mais de

administrar pessoas, mas de administrar com pessoas, os novos parceiros da

organização.

A gestão de pessoas é uma área muito sensível à mentalidade que predomina nas organizações. Ela é contingencial e situacional, pois depende de vários aspectos como a cultura que existe em cada organização, a estrutura organizacional adotada, as características do contexto ambiental, o negócio da organização, a tecnologia utilizada, os processos internos e uma infinidade de outras variáveis importantes. CHIAVENATO (1999, p. 207)

No início dos anos 90 as organizações vêm sofrendo grandes desafios no âmbito

ambiental e organizacional, porém, nem todas as empresas se ajustaram a estes

desafios, gerando críticas sobre a forma em que estava sendo conduzida a

administração de recursos humanos, sendo necessária uma mudança.

Segundo Gil (2010), gestão de pessoas é a função gerencial que fará com que as

pessoas que atuam nas organizações cooperem para o alcance dos objetivos,

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constituindo uma evolução da área de administração de recursos humanos.

Complementando este pensamento, Fischer (2000) entende que a Gestão de

Pessoas é a maneira pela qual uma empresa se organiza para gerenciar e orientar o

comportamento das pessoas para o trabalho, definindo então princípios, estratégias,

políticas e práticas ou processos de gestão, ou seja, em coerência com o modelo de

gestão de pessoas as empresas definem suas políticas, processos e práticas de

gestão.

Segundo Fischer (2002), o colaborador deve passar por treinamento para que esteja

ciente das normas e práticas da organização. A gestão de pessoas é uma forma de

o gestor organizar maneiras para que todas as informações sobre a organização

sejam passadas de forma clara.

Filippo (1976, p.27) entende que:

A função de pessoal é a que se interessa pela procura, desenvolvimento, remuneração, integração e manutenção do pessoal de uma organização" e que tem por finalidade "contribuir para que essa organização atinja suas principais metas e objetivos", criando "um contingente de trabalho com habilidade e motivação para realizar as metas básicas da organização”.

2.1.1 Subsistemas da Gestão de Pessoas

Segundo Chiavenato (1997), são vários os subsistemas da gestão de pessoas, os

mesmos foram listados no quadro abaixo:

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Quadro 1 – Estrutura da Gestão de Pessoas

Estrutura de Gestão de Pessoas

Ítem Sub-sistema Atividades Descrição

1 AGREGAR PESSOAS

RECRUTAMENTO E SELEÇAO

São os processos utilizados para incluir novas pessoas na empresa,incluindo recrutamento e seleção de pessoas.

INTEGRAÇÃO DE PESSOAS

Orientação das pessoas, apresentação da empresa, organogramas, equipes, propósitos, cultura e regras.

2 APLICAR PESSOAS

DESENHO DE CARGOS

São os processos utilizados para desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na empresa, orientar e acompanhar seu desempenho.

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Alinhar objetivos estratégicos da organização com potencial dos colaboradores (Expectativas e competências)

3 RECOMPENSAR

PESSOAS

REMUNERÇAO E CARREIRA

São os processos utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades individuais mais elevadas. Plano de cargos e salários com remuneração fixa e variável.

BENEFÍCIOS E SERVIÇOS

Programa de incentivos com bônus, comissões, ajuda de custos, premiações e Benefícios como alimentação, VT, plano de saúde, pl. odontológico

4 DESENVOLVER

PESSOAS

TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO

São os processos utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal. Incluem treinamento, desenvolvimento técnico e comportamental das pessoas.

PROGRAMA DE COMUNICAÇÕES

É a disseminação de informações de interesse da organização tanto internamente quanto externamente para a comunidade, clientes,fornecedores e parceiros. Exemplo do manual da qualidade, regimento interno, eventuais circulares, dentre outros.

PROGRAMA DE MUDANÇAS

Faz parte da avaliação estratégica do negócio, planejar os objetivos, alinhar corpo de trabalho,focar esforços para atingi-los. De posse a todas as informações, alocar os profissionais adequados, mapear os obstáculos e os possíveis riscos e expectativas.

5 MANTER PESSOAS

ATRAÇÃO E RETENÇÃO

São os processos utilizados para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. Incluem administração da disciplina, dentre outras.

PROGRAMA DE QUALIDADE DE VIDA

Estratégias e estímulos voltados para o trabalhador como ações emsaúde, bem estar, integração, cultura, conhecimento, lazer, família etc..

6 MONITORAR

PESSOAS

SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL

São os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar resultados. Incluem banco de dados e sistemas de informações gerenciais.

BANCO DE DADOS Cadastro de Pessoal, cadastro de cargos, cadastro de Lotações, cadastro de remuneração, cadastro de benefícios, cadastro cultural, cadastro de candidatos.

PESQUISA DE CLIMA ORGANIZACIONAL

Clareia e proporciona os indicadores de integração entre os colaboradores e a empresapara estruturação de politicas( satisfação percebida pelo funcionário que reflete diretamente no empenho, responsabilidade, cooperação, identidade-, lideranças, reconhecimento e sustentabilidade )

Fonte: Adaptado pelos autores de CHIAVENATO, 1999, p. 16

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Conforme Chiavenato (2009, p. 199) “nas empresas, a socialização organizacional é

um processo de aplicação que visa à criação de um ambiente de trabalho receptivo

e favorável durante o período inicial do emprego e que envolve uma variedade de

métodos” desta forma entende-se que os empregados precisam de um ambiente

organizacional que os façam sentir acolhidos e tranquilos nas organizações, sendo

assim, se a gestão de pessoas da empresa X utilizar alguns dos subsistemas acima,

poderá reduzir o nível do estresse ocupacional em seu departamento pessoal.

2.2 Qualidade de vida no trabalho

De acordo com Rechzieel e Wanallze, apud Rodrigues (1994, p. 76):

A qualidade de vida no trabalho (QVT) tem sido uma preocupação do homem desde o início de sua existência. Com outros títulos em outros contextos, mais sempre voltada para facilitar ou trazer satisfação e bem-estar ao trabalhador na execução de sua tarefa.

Segundo França (1997, p. 80):

Qualidade de vida no trabalho (QVT) é o conjunto de ações de uma empresa que envolvem a implantação de melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho. A construção da qualidade de vida no trabalho ocorre a partir do momento em que se olha a empresa e as pessoas como um todo, o que chamamos de enfoque biopsicossocial. O posicionamento biopsicossocial representa o fator diferencial para a realização de diagnósticos, campanhas, criações de serviços e implantação de projetos voltados para a preservação e desenvolvimento das pessoas, durante o trabalho na empresa.

Gil (2009, p. 46) entende que os empregados têm cada vez mais buscado trabalhar

em lugares agradáveis, assim desafiando as organizações a investir no ambiente de

trabalho para que possam atrair talentos para melhorar a produtividade, mais do que

isso as organizações estão sendo desafiadas a implantar programas de qualidade

de vida no trabalho envolvendo também o estilo gerencial, a liberdade e autonomia

para tomada de decisões.

Fernandes (1996,p. 128) sugere oito categorias conceituais de Qualidade de Vida de

Trabalho, são elas:

- Compensação Justa e Adequada - propõe ter uma renumeração adequada pelo

serviço realizado.

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- Condições de Trabalho - analisa as condições reais oferecidas ao empregado

para realização de suas tarefas.

- Uso e Desenvolvimento de Capacidade - implica no melhor aproveitamento do

talento humano.

- Oportunidade de Crescimento e Segurança - Possibilita através das políticas da

empresa o crescimento e desenvolvimento dos seus empregados gerando

oportunidade de crescimento pessoal e na carreira.

- Integração Social na Organização - Está relacionada a igualdade de

oportunidade dentro da organização independente do sexo, classe social ou idade.

- Constitucionalismo - avaliar se o direito do empregado está sendo comprido de

acordo com a instituição.

- Trabalho e o Espaço Total da Vida - Utilizado para encontrar o equilíbrio entre a

vida pessoal e o trabalho.

- Está relacionada a responsabilidade social da organização na comunidade -

qualidade dos seus produtos e a prestação do serviço.

De acordo com Levering (1986), um bom ambiente de trabalho facilita com que os

empregados tenham, além do trabalho, outras atividades em suas vidas, como a

família, os amigos, viagens e até exercer hobbies (passatempos). Na sua visão não

é certo que o local de trabalho seja a única atividade exercida na vida sendo uma

questão de justiça com as pessoas.

Segundo Westley (1979 apud Ramos 1995), são quatro dimensões que influenciam

na qualidade de vida no trabalho:

1. Dimensão política: representada pelo conceito de segurança do emprego.

Evita sentimento de incerteza em relação ao futuro profissional;

2. Dimensão econômica: representada pela equidade salarial. Evita-se o

sentimento de injustiça;

3. Dimensão psicológica: representada pelo conceito de auto realização.

Evita-se a alienação;

4. Dimensão sociológica: representada pela participação do profissional em

todo o processo de trabalho, executandoe assumindo responsabilidades na equipe.

Evita-se a alienação.

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2.3 Estresse

Segundo Carvalho (1989, p.122) embora os interesses entre capital e trabalho não

sejam necessariamente os mesmos, o atual contexto social e econômico do país

obriga empregados e empregadores a buscarem o diálogo e a negociação.

Conforme Carvalho et al (1989) apud Selye (1993, p. 123)o estresse é “um conjunto

de relações que o organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que

exige esforço para adaptação”, com isso percebe-se que o estresse está

profundamente ligado a questões psicológicas, fazendo assim a pessoa estressada

não se dá conta da carga emocional que recebe e transmite e em consequência, o

indivíduo perde o ritmo de suas reações.

Pesquisas feitas mostram que os executivos estão mais suscetíveis ao estresse

ocupacional, assim como pessoas com “grandes responsabilidades, mas sem poder

de decisão” (CHIAVENATO, 2009, p. 124).

2.3.1 Principais Causas do Estresse

Segundo Carvalho (2001, p. 125) existem vários motivos que podem gerar o

estresse. Abaixo estão algumas das principais causas e a descrição de cada uma,

as causas são:

- Baixa Resistência à Frustação - Característica do indivíduo que se aborrece

facilmente, geralmente ocorre em casos que a pessoa cria grandes expectativas e

não se prepara psicologicamente para uma resposta negativa, gerando assim uma

grande frustação e consequentemente o estresse.

- Ameaças constantes - Pessoas que se sentem intimidadas, gerando atitudes de

recuo, de afastamento das demais pessoas que te cercam e evitam até mesmo o

diálogo para que se resolvam estas situações, o indivíduo se priva de certas

atividades e ações coletivas por pensar que as demais a ameaçam.

- Competitividade - Pretender uma coisa simultaneamente com outra pessoa,

muito visto em casos que o indivíduo precisa alcançar metas para que se ganhe um

reconhecimento ou remuneração.

- Falta de tempo para si mesmo - Trata-se do indivíduo que não consegue se

organizar, se programar para que o seu tempo seja bem administrado.

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- Ansiedade constante - Quando o indivíduo apresenta um comportamento aflitivo

ligado a uma sensação constante de perigo.

- Baixa Estima - Pessoas que não se gostam, não se valorizam e não fazem nada

para mudar este quadro.

2.3.2 Sintomas do Estresse

Com base nas principais causas apresentadas anteriormente, é fácil a percepção do

desgaste físico e psicológico, porém, cada pessoa apresenta os sintomas de forma

diferenciada, algumas apresentam mais que outras pois a vulnerabilidade

psicológica varia de acordo com a estrutura psíquica de cada indivíduo.

Entre os principais sintomas do estresse, destacam-se:

Quadro 2 – Sintomas do Estresse

Tristeza Aflição

Prostração Dor de cabeça intensa

Perturbação Bruxismo (ranger dentes a noite)

Dor na coluna Grande agitação

Fala desornada Roer unhas

Irritação Hipertensão

Manchas roxas Lamentações

Medo Mau humor

Melancolia Pânico

Fonte: CARVALHO (2001)

2.4 Estresse no ambiente de trabalho

Segundo Souza e Lago(2015, pag. 59) O estresse ocupacional se mostra

principalmente quando o nível de satisfação do trabalhador não corresponde aos

níveis convenientes, ou quando suas respostas frente às diferentes situações ou

dificuldades com as quais ele convive no seu cotidiano de trabalho não resultam em

bons resultados.

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Apesar de não ser considerada uma doença propriamente dita, o estresse é um estado do organismo quando submetido ao esforço e a tensão. O que se percebe é que em uma situação estressante, o corpo sofre reações químicas normais que preparam o organismo para enfrentar a situação.(OLIVEIRA, 2014, p.2)

Seguem alguns exemplos de fatores que levam o indivíduo ao estresse no trabalho e

que ocorrem nos diversos ambientes de trabalho atualmente, são eles:

- Aumento do volume de trabalho - Quando a carga de trabalho excede à

condição de resistência do indivíduo.

- Conflitos diários no trabalho - São os atritos constantes, devidos a formas

diferentes de pensar e agir.

- Falta de controle da situação - É quando o resultado do trabalho não depende do

indivíduo.

- Pressão no trabalho - Quando ocorrem cobranças que o indivíduo não consegue

dar conta.

- Incompreensão da chefia - Ocorre quando, aparentemente sem motivos, o chefe

distribui mal as tarefas, não permitindo questionamento, gerando na equipe

descontentamento com o trabalho.

- Ambiente desfavorável ao indivíduo - Acontece quando a filosofia de vida do

chefe imediato no setor não condiz com os valores da maioria do grupo de trabalho.

- Função não adequada ao indivíduo - O indivíduo vê-se na obrigação de exercer

uma função que não se adapta ao seu ritmo.

2.5 Consequências do estresse

Devido ao ritmo de vida acelerado que os dias de hoje exige de cada indivíduo,

principalmente na área profissional e social, o mesmo fica exposto a constantes

mudanças no seu emocional, fazendo crescer assim, o número de pessoas

ansiosas, deprimidas e angustiadas.

Durante a Conferência do Ministério Europeu sobre Saúde Mental (WORLD

HEALTH ORGANIZATION – WHO, 2005) que ocorreu m janeiro de 2005, cita-se

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que o estresse no trabalho causa o mais amplo efeito negativo na saúde mental do

trabalhador e pode causar desde violência no trabalho até comportamentos de uso

de fumo, álcool, drogas, promiscuidade sexual, etc.

O indivíduo submetido ao estresse ocupacional pode deixar de responder

adequadamente às demandas do trabalho e geralmente se encontra irritável,

ansioso e ou deprimido. Indivíduos com cronificação de altos níveis de estresse

ficam vulneráveis ao surgimento da Síndrome de Burnout.

Segundo Maslach (1981), a síndrome de Burnout“é como uma reação a tensão

emocional crônica criada no momento do contato direto e excessivo com outras

pessoas, particularmente quando estão preocupados ou com problemas.”

A síndrome é compreendida como um conceito multidimensional que contem três

componentes.

Exaustão Emocional: É quando o funcionário sente que não pode dar mais de si

mesmo a nível afetivo, percebe-se um esgotamento de energia devido ao contato

diário com o problema.

Despersonalização: É partir do desenvolvimento de atitudes e sentimentos negativos

as pessoas destinadas do trabalho.

Falta de envolvimento pessoal no trabalho: É a tendência de uma evolução negativa

no trabalho, afetando sua rotina no trabalho e no cumprimento das tarefas.

3 METODOLOGIA

“A metodologia de pesquisa tem como tarefa identificar e analisar os recursos

metodológicos, assinalar suas limitações, explicitar seus pressupostos e as

consequências de seu emprego”. (VERA, 1974, p.7).

Segundo Gil (2008, p.10) o método indutivo procede inversamente ao dedutivo: parte

do particular e coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de

coleta de dados particulares.

De acordo com o raciocínio indutivo, a generalização não deve ser buscada

aprioristicamente, mas constatada a partir da observação de casos concretos

suficientemente confirmadores dessa realidade.

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Com base neste pensamento abordagem metodológica foi realizada no método

indutivo onde a conclusão será feita a partir de dados coletados através da

pesquisa, avaliando a opinião geral dos colaboradores.

Segundo Maanem (1979) a expressão pesquisa qualitativa “assume diferentes

significados no campo das ciências sociais. Compreende um conjunto de diferentes

técnicas interpretativas que visam descrever e decodificar os componentes de um

sistema complexo de significados”.

Para Lakatos (2011, p. 285) apud Sabino (1966), a análise quantitativa se efetua

“com toda informação numérica resultante da investigação” que se “apresentará

como um conjunto de quadros, tabelas e medidas”.

Portanto foi aplicada uma pesquisa qualitativa por meio de um roteiro de entrevista

estruturada ao gestor do setor de Departamento Pessoal da empresa X, onde foram

levantadas informações sobre a possível existência de estresse no setor em relação

a seus colaboradores como também possíveis soluções que é o mesmo poderia

aplicar. Segundo Lakatos (2011, p.290) entrevista estruturada é “quando o

pesquisador segue um roteiro previamente estabelecido. As perguntas feitas ao

indivíduo são predeterminadas”. Foi feita pesquisa quantitativa onde foi aplicado um

questionário aos colaboradores do setor de Departamento Pessoal para avaliar

como se sentem em relação a empresa no assunto qualidade de vida no trabalho

estresse ocupacional.

Para Lakatos (2011, p. 290) a pesquisa explicativa registra fatos, analisa-os,

interpreta-os e identifica suas causas. Essa prática visa ampliar generalizações,

definir leis mais amplas, estruturar e definir modelos teóricos, relacionar hipóteses em

uma visão mais unitária do universo.

A partir deste pensamento a pesquisa foi realizada com método explicativo onde

foram reunidas as informações, analisadas e identificando possíveis causas do

estresse baseando nos dados coletados.

Para Gil (1996) trata-se de uma análise aprofundada de um ou mais objetos (casos),

para que permita o seu amplo e detalhado conhecimento. Com base nisto, os

métodos para as aplicações das pesquisas foi através de um estudo de caso que

junto as informações sem seguir uma linha rígida de investigação juntamente com a

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pesquisa de campo onde foi realizada uma visita junta a empresa para a realização

da coleta de dados.

Na empresa X que atua no ramo de tecnologia que até o momento trabalha com a

gestão de pessoas, porém não foi verificado como anda o nível de estresse dos

seus colaboradores nem como os mesmos avalia a qualidade de vida no trabalho.

Com base nessa percepção o presente trabalho entrevistou os colaboradores desta

empresa a fim de perceber a possível existência do estresse e qual a relação com a

qualidade de vida no trabalho, após a coleta de dados foi avaliado como a Gestão

de Pessoas pode auxiliar na possível solução deste problema.

Foi aplicado um roteiro de entrevista estruturada para o gestor do setor de Recursos

Humano no dia 08/11/2017contendo doze perguntas. Foi aplicado um questionário

para 8colaboradores numa mostra de 13 colaboradores do departamento.

A partir deste questionário e da entrevista estruturada foi feito um levantamento dos

dados, a fim de apurar a possível existência do estresse ocupacional com estes

colaboradores, a preocupação do gestor com a qualidade de vida no trabalho e de

seus colaboradores e suas possíveis soluções para a redução do estresse.

Segundo Berelson (1984) “análise de conteúdo é uma técnica de pesquisa que visa

uma descrição do conteúdo manifesto de comunicação de maneira objetiva,

sistemática e quantitativa”, porém, em contrapartida, Bardin (1977) configura a

análise de conteúdo como um conjunto de técnicas de análise das comunicações,

que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das

mensagens.

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quanto a coleta de dados, ela se deu por meio de uma entrevista com o gestor da

empresa X, onde utilizou-se um roteiro de entrevista estruturado para que se

pudesse ter uma base de como é tratada a gestão de pessoas, a qualidade de vida

ocupacional e o estresse na empresa.

Quando questionado como a gestão de pessoas da empresa auxilia os

colaboradores para que eles tenham uma boa qualidade de vida no trabalho, o

gestor diz que se preocupa com seus colaboradores desde sua admissão até o

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término de seus contratos, acompanhando de perto o desenvolvimento e o

crescimento de cada um e observando sempre o ambiente de trabalho, tentando

criar um ambiente agradável e proporcionando novas experiências para seus

colaboradores.

Perguntado sobre o que fazem para que seja reduzido o estresse, o gestor informou

que a empresa passou a trabalharcom horários flexíveis (podendo o colaborador

escolher seu horário), opções de lazer como sinuca e vídeo game (para que os

colaboradores possam ter um momento de distração quando a rotina estiver

estressante), integração com as equipes e por se preocupar com a saúde de cada

colaborador a empresa fornece também o plano de saúde.

Questionado sobre o que seria o estresseo gestor considera ser quando há uma

sobrecarga de trabalho, as principais causas são quando as pessoas estão expostas

a um nível maior de pressão, quando as mesmas trabalham mais do que

descansam, quando há um excesso de cobrança e de jornada de trabalho, já os

sintomas são impaciência, indisposição, insônia, irritação, ganho ou perda de peso

dependendo de como reage o organismo de cada colaborador, para o gestor é

perceptível o estresse de seus colaboradores quando eles variam o comportamento

comum, apresentam olheiras, olhos vermelhos, excesso de sono.

O gestor acredita que a gestão de pessoas de sua empresa é eficaz pelo fato de

fazerem muitos procedimentos da gestão como avaliações de desempenho, criarem

soluções para que as pessoas sejam desenvolvidas, pesquisas de clima

organizacional e procuram estar sempre próximosdas equipes.

Logo após, realizou-se uma pesquisa de campo através de um questionário

disponibilizado na ferramenta Google Drive através de um link e enviado aos

colaboradores da empresa X, facilitando assim o acesso dos respondentes e

garantindo que os mesmos não seriam identificados pelas respostas, letras, ou

quaisquer outras formas de identificação.

Embora alguns empregados não tenham respondido ao questionário, considerou-se

satisfatórios os resultados obtidos dos que responderam.

A seguir apresentam-se os resultados do levantamento feito:

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Perguntados sobre a gestão de pessoas da empresa X ser eficaz, 75% responderam

que sim, 12,5% acham não ser eficaz e 12,5% creiam que talvez ela seja eficaz.

Gráfico 1 – Gestão de Pessoas Eficaz

Fonte: Dados da pesquisa aplicada

Perguntados sobre ter uma qualidade de vida no ambiente de trabalho, 75%

consideram ter uma boa qualidade de vida no ambiente de trabalho, 12,5% não

consideram ter qualidade de vida no trabalho e 12,5% apresentaram dúvida ao

responder.

Gráfico 2 – Qualidade de vida no trabalho

Fonte: Dados da pesquisa aplicada

Perguntados sobre a rotina do departamento ser estressante, 37,5% responderam

que sim, 37,5% responderam que não e 25% consideram que talvez seja

estressante, sobre o que mais causa estresse no ambiente de trabalho do setor, 50%

responderam ser o tratamento com os clientes, 25% disseram ser a ansiedade

constante, 12,5% responderam ser o fato de lidar com situações inesperadas e

12,5% ser a competitividade interna.

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Gráfico 3 – Causas do Estresse

Fonte: Dados da pesquisa aplicada

Perguntados sobre os sintomas do estresse perceptíveis em cada um, 75% sentem

mau humor, 62,5% cansaço e dor de cabeça, 50% tem grande agitação, 37,5%

sentem dor na coluna, 25% apresentam prostração e lamentações e 12,5% agem

roendo a unha, nenhum dos entrevistados apresentaram os demais sintomas

apresentados.

Gráfico 4 – Sintomas do Estresse

Fonte: Dados da pesquisa aplicada

Ao questionar os colaboradores se eles acham que a empresa X se preocupa com a

qualidade de vida no trabalho 87,5% responderam que sim e apenas 12,5% ficaram

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na dúvida sobre essa preocupação, ainda se tratando da forma com que a empresa

lida com o estresse ocupacional, 75% dos colaboradores disseram que a mesma

utiliza de métodos para minimizar o estresse de seus colaboradores.

Com base nos dados levantados, pode-se considerar que uma boa gestão de

pessoas dentro da empresa pode contribuir para melhoria da qualidade de vida dos

colaboradores como também diminuir o estresse no ambiente de trabalho sendo de

extrema importância a utilização correta das técnicas que consta na gestão de

pessoas como manter, desenvolver e monitorar pessoas conforme cita Chiavenato

(1997 p.45) “Todos esses processos estão intimamente relacionados entre si, de tal

maneira que se interpenetram e se influenciam reciprocamente. Cada processo tende

a favorecer ou prejudicar os demais, quando bem ou mal utilizados.”

5 CONCLUSÃO

Com base nas pesquisas e utilizando da percepção, foram identificados como causas

do estresse a pressão colocada sobre os colaboradores seja da parte da empresa

quanto no tratamento direto com os clientes, quando a jornada de trabalho é

excessiva e os colaboradores não conseguem descansar de tal sobrecarga, isso

ocasiona sintomas que podem levar os colaboradores a uma redução de

produtividade, prejudicando a saúde dos mesmos e ocasionando assim uma

indisposição, impaciência e irritabilidade com as situações e com os colegas de

trabalho.

É perceptível na empresa X que sua gestão de pessoas tem sido eficaz e auxilia na

melhoria da qualidade de vida do trabalho e na redução do estresse de seu

departamento pessoal, consequentemente melhorando o clima organizacional e o

desenvolvimento de seus colaboradores.

Com isso, conclui-se que, a gestão de pessoas quando é utilizada para melhoria da

qualidade de vida dos colaboradores, os resultados e o clima organizacional tende a

melhorar como aconteceu na empresa X que após ver esta melhoria resolveu investir

em formas de diminuir o estresse de seus funcionários, disponibilizando uma área de

lazer dentro da própria empresa onde constam jogos, lugares para descanso, e

diversas formas de distração nas quais os funcionários podem desfrutar durante

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qualquer parte do dia em que se encontrarem em situações estressantes, buscando

flexibilizar ainda mais o serviço dos colaboradores a empresa optou pelo horário

flexível, onde o próprio colaborador fica responsável pelo seu horário podendo

adequá-lo da forma que achar melhor a cada dia. Atitudes assim conquistou os

colaboradores e deixou claro que a empresa se preocupa com eles de tal forma que

buscam sempre o bem estar e a qualidade de vida no trabalho de cada um.

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