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REDAÇÃO OFICIAL PROFESSORA SOCORRO 1 1. REDAÇÃO OFICIAL 1.1. DEFINIÇÃO REDAÇÃO OFICIAL é a maneira pela qual o poder Público redige atos normativos e comunicações. Trata-se de comunicação entre unidades administrativas dos Três Poderes e também destes com empresas e indivíduos. Não confundir com a redação comercial e a bancária, pois estas se dão entre empresas privadas e destas com o Poder Público e com indivíduos. A redação oficial segue normas, enquanto a redação comercial e a bancária, seguem outras. 1.2. NORMAS A portaria número 1 do Ministério da Justiça, de 8 de julho de 1937, estabelecia quinze fechos padronizados para correspondências oficiais. Com o tempo, percebeu-se que ficava prejudicada a eficiência e a agilidade das comunicações no serviço público. Assim, já em 1983, após quase meio século de vigência uma tentativa de simplificação dos fechos foi empreendida pela Instrução Normativa 133, de 2 de março de 1982, do então Departamento Administrativo do Serviço Público. Foi somente uma tentativa, porque este texto apenas recomendava a simplificação, sem torná-la obrigatória. Mais tarde, em 1991, a Presidência da República deu o golpe de misericórdia nos padrões arcaicos de redação. Publicado pela Secretaria-Geral da Presidência da República, na forma da Portaria nº 2 de 11 de janeiro de 1991 (Diário Oficial da União de 15 de janeiro de 1991). O Manual de Redação da Presidência da República simplificou e uniformizou as comunicações no serviço público. Com essa portaria, a Presidência revogou a Portaria nº do Ministério da Justiça de 1937. O Manual da Presidência foi elaborado com o fim de aplicar à correspondência oficial os princípios da administração pública constantes do artigo 37 da Constituição Federal: A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. (...)”. Destes princípios, o Manual destaca que, sendo a publicidade, a impessoalidade e a eficiência princípios fundamentais de toda administração pública, devem portanto, nortear a elaboração dos atos e comunicações oficiais. Além dessas normas, no Diário Oficial da União de 9 de março de 1992, a Secretaria da Administração Federal, baixou a Instrução Normativa nº 4, tornando obrigatória, nos órgãos da Administração Federal, a observação das modalidades de comunicação oficial constantes no Manual de Redação da Presidência da República. Em 4 de dezembro de 2002, foi publicada a 2ª edição desse Manual de Redação da Presidência, por meio da portaria 91 da Casa Civil da Presidência. As alterações que ele introduziu já estão em vigor, mas não revogam a Instrução Normativa nº 4 de

1. REDAÇÃO OFICIAL Portaria nº 2 de 11 de janeiro de 1991 ... · PDF fileREDAÇÃO OFICIAL PROFESSORA SOCORRO 2 1992, que exige a observância do Manual

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REDAÇÃO OFICIAL PROFESSORA SOCORRO

1

1. REDAÇÃO OFICIAL

1.1. DEFINIÇÃO

REDAÇÃO OFICIAL é a maneira

pela qual o poder Público redige atos

normativos e comunicações. Trata-se de

comunicação entre unidades

administrativas dos Três Poderes e

também destes com empresas e

indivíduos.

Não confundir com a redação

comercial e a bancária, pois estas se dão

entre empresas privadas e destas com o

Poder Público e com indivíduos. A

redação oficial segue normas, enquanto a

redação comercial e a bancária, seguem

outras.

1.2. NORMAS

A portaria número 1 do Ministério da

Justiça, de 8 de julho de 1937,

estabelecia quinze fechos padronizados

para correspondências oficiais. Com o

tempo, percebeu-se que ficava

prejudicada a eficiência e a agilidade das

comunicações no serviço público. Assim,

já em 1983, após quase meio século de

vigência uma tentativa de simplificação

dos fechos foi empreendida pela

Instrução Normativa 133, de 2 de março

de 1982, do então Departamento

Administrativo do Serviço Público. Foi

somente uma tentativa, porque este texto

apenas recomendava a simplificação,

sem torná-la obrigatória.

Mais tarde, em 1991, a Presidência

da República deu o golpe de misericórdia

nos padrões arcaicos de redação.

Publicado pela Secretaria-Geral da

Presidência da República, na forma da

Portaria nº 2 de 11 de janeiro de 1991

(Diário Oficial da União de 15 de janeiro

de 1991). O Manual de Redação da

Presidência da República simplificou e

uniformizou as comunicações no serviço

público. Com essa portaria, a Presidência

revogou a Portaria nº do Ministério da

Justiça de 1937.

O Manual da Presidência foi

elaborado com o fim de aplicar à

correspondência oficial os princípios da

administração pública constantes do

artigo 37 da Constituição Federal: “A

administração pública direta, indireta ou

fundacional, de qualquer dos poderes da

União, dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios, obedecerá aos princípios

de legalidade, impessoalidade,

moralidade, publicidade e eficiência. (...)”.

Destes princípios, o Manual destaca que,

sendo a publicidade, a impessoalidade e

a eficiência princípios fundamentais de

toda administração pública, devem

portanto, nortear a elaboração dos atos e

comunicações oficiais.

Além dessas normas, no Diário

Oficial da União de 9 de março de 1992, a

Secretaria da Administração Federal,

baixou a Instrução Normativa nº 4,

tornando obrigatória, nos órgãos da

Administração Federal, a observação das

modalidades de comunicação oficial

constantes no Manual de Redação da

Presidência da República.

Em 4 de dezembro de 2002, foi

publicada a 2ª edição desse Manual de

Redação da Presidência, por meio da

portaria nº 91 da Casa Civil da

Presidência. As alterações que ele

introduziu já estão em vigor, mas não

revogam a Instrução Normativa nº 4 de

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REDAÇÃO OFICIAL PROFESSORA SOCORRO

2

1992, que exige a observância do Manual

nos órgãos da Administração Federal.

1.2.1. O PADRÃO OFÍCIO

Veremos agora, em um texto oficial

de amplo uso como se aplicam as

orientações legais em vigor.

Existem três tipos de

correspondências que se distinguem mais

pela finalidade do que pela forma. São

eles o ofício, o aviso, e o memorando. A

fim de obter uma diagramação única,

adota-se o chamado padrão ofício.

Portanto, as partes descritas abaixo

aplicam-se a todos os três. Ou seja, O

AVISO, O OFÍCIO E O MEMORANDO

DEVEM CONTER AS SEGUINTES

PARTES:

a) tipo e número do expediente, o ano,

seguido da sigla do órgão que o

expede:

Exemplos:

Mem. 123/2002-MF

Of. 123/2002-MME

Aviso 123/2002-SG

b) local e data em que foi assinado, por

extenso, com alinhamento à direita

Exemplo:

Brasília, 19 de abril de 2003.

c) destinatário: o nome e o cargo da

pessoa a quem é dirigida a comunicação,

no caso de aviso ou de memorando. No

caso do ofício deve ser incluindo o

endereço postal.

Exemplo:

d) assunto: resumo do teor do

documento:

Exemplos:

Assunto: Produtividade do órgão em 2002

Assunto: Necessidade de aquisição de

novos computadores

e) vocativo: forma de invocação,

conforme o nível hierárquico do

destinatário (veja item 1.2.2)

f) texto: nos casos em que não for de

mero encaminhamento de documentos,

o expediente deve conter a seguinte

estrutura:

- introdução, que se confunde com o

parágrafo de abertura, na qual é

apresentado o assunto que motiva a

comunicação. Evite uso das formas:

“Tenho a honra de”, “Tenho o prazer de”,

Cumpre-me informar que”. Empregue a

forma direta;

- desenvolvimento, no qual o assunto é

detalhado: se o texto contiver mais de

uma idéia sobre o assunto, elas devem

No memorando ou no aviso

A Sua Excelência o Senhor

Governador Joaquim Roriz

No Ofício

A Sua Excelência o Senhor

Governador Joaquim Roriz

Palácio do Buriti

70.000-000 – Brasília-DF

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REDAÇÃO OFICIAL PROFESSORA SOCORRO

3

ser tratadas em parágrafos distintos, o

que confere maior clareza à exposição;

- conclusão, em que é reafirmada ou

simplesmente reapresentada a posição

recomendada sobre o assunto.

Já quando se tratar de mero

encaminhamento de documentos, a

estrutura é a seguinte:

- introdução: deve iniciar com referencia

ao expediente que solicitou o

encaminhamento. Se a remessa do

documento não tiver sido solicitada, deve

iniciar com a informação do motivo da

comunicação, que é encaminhar.

indicando a seguir os dados completos do

documento encaminhado (tipo, data.

origem ou signatário, e assunto de que

trata), e a razão pela qual está sendo

encaminhado, segundo a seguinte

fórmula:

“Em resposta ao Aviso nº 12, de

fevereiro de 1991, encaminho, anexa,

cópia do Ofício nº 34, de 3 de Abril de

1990, do Departamento Geral de

Administração, que trata da requisição do

servidor Fulano de Tal.”

ou

“Encaminho, para exame e

pronunciamento, a anexa cópia do

telegrama nº 12, de 1º de fevereiro de

1991, do Presidente da Confederação

Nacional de Agricultura, a respeito de

projeto de modernização de técnicas

agrícolas na região Nordeste.”

- desenvolvimento: se o autor da

comunicação desejar fazer algum

comentário a respeito do documento

que encaminha, poderá acrescentar

parágrafos de desenvolvimento: em caso

contrário, não há parágrafos de

desenvolvimento em aviso ou ofício de

mero encaminhamento.

g) numeração dos parágrafos. Numera-

se do primeiro parágrafo após o vocativo

até o último, exceto o de fecho. O número

é colocado junto da margem esquerda do

texto, no alinhamento da entrada do

parágrafo. Não é feita esta numeração

quando os parágrafos estão organizados

em itens ou subtítulos.

h) fecho. no centro ou alinhado em os

parágrafos e separado deles pelo mesmo

espaçamento que há entre parágrafos;

i) assinatura. No centro da página,

digita-se o nome completo de quem

assina o texto. Logo acima apõe-se a

assinatura, sem linha de sublinhado.

Quanto ao espaçamento, o Manual da

Presidência não exige uma distância

mínima entre o fecho e a assinatura;

j) identificação do signatário (quem

assina o expediente). Ao centro e na

linha logo abaixo do nome, indica-se o

cargo do signatário.

FORMATO PARA DIAGRAMAÇÃO

Os documentos do Padrão Ofício

(Ofício, Memorando e Aviso), bem como a

Exposição de Motivos e a Mensagem,

seguem a seguinte forma de

apresentação:

I) deve ser utilizada fonte do tipo Times

New Roman de corpo 12 no texto geral,

11 nas citações, e 10 nas notas de

rodapé;

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REDAÇÃO OFICIAL PROFESSORA SOCORRO

4

II) para símbolos não existentes na fonte

Times New Roman poder-se-á utilizar as

fontes Symbol e Wingdings;

III) é obrigatório constar a partir da

segunda página o número da página;

IV) os ofícios, memorandos e seus

anexos poderão ser impressos em ambas

as faces do papel. Neste caso, as

margens esquerda e direita terão as

distancias invertidas nas páginas pares

(“margem espelho”);

V) o início de cada parágrafo deve ter

2,5 cm de distância da margem esquerda

do texto;

VI) o campo destinado à margem lateral

esquerda terá, no mínimo 3,0 cm de

largura;

VII) o campo destinado à margem lateral

direita terá 1,5 cm;

VIII) deve ser utilizado espaçamento

simples entre as linhas de 6 pontos após

cada parágrafo, ou, se o editor de texto

utilizado não comportar esse recurso, de

uma linha em branco;

IX) não deve haver abuso no uso de

negrito, itálico, sublinhado, letras

maiúsculas, sombreado. sombra, relevo,

bordas ou qualquer outra forma de

formatação que afete a elegância e a

sobriedade do documento;

X) a impressão dos textos deve ser feita

na cor preta em papel branco. A

impressão colorida deve ser usada

apenas para gráficos e ilustrações;

XI) o papel deve ser de tamanho A-4, ou

seja, 29,7 cm x 21,0 cm;

XII) deve ser utilizado, preferencialmente,

o formato de arquivo Rich Text nos

documentos de texto;

XIII) dentro do possível, todos os

documentos elaborados devem ter o

arquivo de texto preservado para consulta

posterior ou aproveitamento de trechos

para casos análogos;

XIV) para facilitar a localização, os nomes

dos arquivos devem ser formados da

seguinte maneira;

tipo do documento + número do

documento - palavras-chave do conteúdo

Exemplo:

Of. 123 – relatório produtividade ano 2002

OFÍCIO

Definição e finalidade

O ofício tem como finalidade o

tratamento de assuntos oficiais pelos

órgãos da Administração Pública entre si

e também com particulares.

Além das partes do padrão ofício, o

ofício deve ter ainda:

a) VOCATIVO, que invoca o destinatário,

seguido de vírgula ou dois pontos.

Exemplos:

Excelentíssimo Senhor Presidente da

República,

Senhora Ministra,

Senhor Chefe de Gabinete,

b) no cabeçalho ou no rodapé figuram as

informações do remetente:

- nome do órgão ou setor;

- endereço postal;

- telefone e endereço de correio eletrônico

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REDAÇÃO OFICIAL PROFESSORA SOCORRO

5

O PADRÃO OFÍCIO (quadro ilustrativo)

Órgão / Setor

Endereço postal

Telefone e Endereço de Correio Eletrônico

Ofício n. _____/ano/__(origem)

Local, data

Endereço

do destinatário

Assunto:

Vocativo,

1. ___________________________________________

___________________________________________________________________________________.

2. ___________________________________________

__________________________________________________

_________________________________.

3. ___________________________________________

___________________________________________________________________________________.

Fecho.

Assinatura

Nome

Cargo do Signatário

Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

Palácio da Justiça, Praça Municipal CEP 70.000-000 – Brasília-DF

Telefone: xxxx-xxxx, [email protected]

Ofício 123/2003/TJDFT – Pres.

Brasília, 10 de setembro de 2003.

A Sua Excelência o Senhor

Governador Joaquim, Roriz

Palácio do Buriti 70.000-000 – Brasília – DF

Assunto: Posse dos novos serventuários da Justiça

Senhor Governador,

1. Convidamos Vossa Excelência a prestigiar a cerimônia

de posse dos novos servidores da Justiça do Distrito Federal e dos Territórios.

2. O evento ocorrerá em 25/09/2003, quinta-feira, às

14h30, no Salão Nobre do Palácio da Justiça.

3. Vossa Excelência será aguardado como paraninfo da

turma de servidores.

Atenciosamente,

Assinatura

NONONONONONONON Presidente do TJDFT

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REDAÇÃO OFICIAL PROFESSORA SOCORRO

6

Exemplo de Ofício

[Ministério]

[Secretaria/Departamento/Setor/Entidade]

5 cm [Endereço para correspondência].

[Endereço - continuação]

[Telefone e Endereço de Correio Eletrônico]

Ofício no 524/1991/SG-PR

Brasília, 27 de maio de 1991.

A Sua Excelência o Senhor

Deputado [Nome]

Câmara dos Deputados

70.160-900 – Brasília – DF

Assunto: Demarcação de terras indígenas

Senhor Deputado,

2,5 cm

1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama no

154, de 24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas

mencionadas em sua carta no 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República,

estão amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras

indígenas instituído pelo Decreto no 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).

2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de

que – na definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em

consideração as características sócio-econômicas regionais.

3. Nos termos do Decreto no 22, a demarcação de terras indígenas

deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto

no art. 231, § 1o, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos

etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último

aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual competente.

4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão

encaminhar as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É

igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade

civil.

5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao índio

serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos e das

entidades civis acima mencionadas.

1,5

cm

3 cm

cmm

cm

ccm

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REDAÇÃO OFICIAL PROFESSORA SOCORRO

7

3,5 cm

6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento

estabelecido assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça

sobre os limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os

elementos necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a

necessária transparência e agilidade.

Atenciosamente,

[Nome]

[cargo]

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REDAÇÃO OFICIAL PROFESSORA SOCORRO

8

1.2.2 OS PRONOMES DE TRATAMENTO

NA CORRESPONÊNCIA OFICIAL

a) Breve História dos Pronomes de

Tratamento

O uso de pronomes e locuções

pronominais de tratamento tem larga

tradição na língua portuguesa. De acordo

com Said Ali¹, após serem incorporados

ao português os pronomes latinos tu e

vos, “como tratamento direto da pessoa

ou pessoas a quem se dirigia a palavra”,

passou-se a empregar, como expediente

lingüístico de distinção e de respeito, a

segunda pessoa do plural no tratamento

de pessoas de hierarquia superior.

Prossegue o autor:

“Outro modo de tratamento indireto

constituiu em fingir que se dirigia a

palavra a um atributo ou qualidade

eminente da pessoa de categoria

superior, e não a ela própria. Assim

aproximavam-se os vassalos de seu

rei com o tratamento de vossa

mercê, vossa senhoria (...); assim

usou-se o tratamento ducal de vossa

excelência e adotaram-se na

hierarquia eclesiástica vossa

reverência, vossa paternidade,

vossa eminência, vossa santidade”.²

A partir do final do século XVI, esse

modo de tratamento indireto já estava em

voga também para os ocupantes de

certos cargos públicos. Vossa mercê

evoluiu para vosmecê, e depois para o

coloquial você. E o pronome vós, com o

tempo, caiu em desuso. É dessa tradição

¹ SAID ALI, Manoel, Gramática secundária histórica da língua

portuguesa, 3ª Ed. Universidade de Brasília, 1964. p.93-94.

² Id. Ibid.

que provem o atual emprego de

pronomes de tratamento indireto como

forma de dirigirmo-nos às autoridades

civis, militares e eclesiásticas.

b) Concordância com os Pronomes de

Tratamento

Os pronomes de tratamento (ou de

segunda pessoa indireta) apresentam

certas peculiaridades quanto à

concordância verbal, nominal e

pronominal. Embora se refiram à segunda

pessoa gramatical (à pessoa com que se

fala, ou a quem se dirige a comunicação),

levam a concordância para a terceira

pessoa, É que o verbo concorda com o

substantivo que integra a locução com

seu núcleo sintático: “Vossa Senhoria

nomeará o substituto”; “Vossa Excelência

conhece o assunto”.

Da mesma forma, os pronomes

possessivos referidos a pronomes de

tratamento são sempre os da terceira

pessoa: “Vossa Senhoria nomeará seu

substituto” (e não “Vossa... vosso...”).

Já quanto aos adjetivos referidos a

esses pronomes, o gênero gramatical

deve coincidir com o sexo da pessoa a

que se refere, e não o substantivo que

compõe a locução. Assim, se nosso

interlocutor for homem, o correto é “Vossa

Excelência está atarefado”, “Vossa

Senhoria deve estar satisfeito”; se for

mulher, “Vossa Excelência está

atarefada”, “Vossa Senhoria deve estar

satisfeita”.

c) Emprego dos Pronomes de

Tratamento

Como visto, o emprego dos

pronomes de tratamento obedece a

secular tradição. São de uso consagrado:

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REDAÇÃO OFICIAL PROFESSORA SOCORRO

9

Vossa Excelência, para as seguintes

autoridades:

O vocativo a ser empregado em

comunicações dirigidas aos Chefes de

Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido

do cargo respectivo:

Excelentíssimo Senhor Presidente da

República,

Excelentíssimo Senhor Presidente do

Congresso Nacional,

Excelentíssimo Senhor Presidente do

Supremo Tribunal Federal.

As demais autoridades serão

tratadas com o vocativo Senhor, seguido

do cargo respectivo:

³ Nos termos do Decreto nº 4.118, de 7 de fevereiro de 2002,

art. 28, parágrafo único, são Ministros de Estado, além dos

titulares dos Ministérios: o Chefe da Casa Civil da Presidência

da República, o Chefe do Gabinete de Segurança Institucional,

o Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, o

Advogado-Geral da União e o Chefe da Corregedoria-Geral da

União.

Senhor Senador, Senhor Ministro,

Senhor Juiz, Senhor Governador

No envelope, o endereçamento das

comunicações dirigidas às autoridades

tratadas por Vossa Excelência terá a

seguinte forma:

Em comunicações oficiais, está

abolido o uso do tratamento digníssimo

(DD), às autoridades arroladas na lista

anterior. A dignidade é pressuposto para

que se ocupe qualquer cargo público,

sendo desnecessária sua repetida

evocação.

Vossa Senhoria é empregado para

as demais autoridades e para

particulares. O vocativo adequado é:

Senhor Fulano de Tal,

(...)

Vossa Excelência Reverendíssima é

usado em comunicações dirigidas a

Arcebispos e Bispos: Vossa

Reverendíssima ou Vossa Senhoria

Reverendíssima para Monsenhores,

Cônegos e superiores religiosos. Vossa

Reverência é empregado para sacerdotes

e demais religiosos.

c) do Poder Judiciário;

Ministros dos Tribunais Superiores;

Membros de Tribunais;

Juízes;

Auditores da Justiça Militar.

a) do Poder Executivo;

Presidente da República; Vice-Presidente da República:

Ministros de Estado³;

Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal;

Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores:

Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos

de natureza especial;

Secretários de Estado dos Governos Estaduais;

Prefeitos Municipais.

b) do Poder Legislativo;

Deputados Federais e Senadores;

Ministro do Tribunal de Contas da União;

Deputados Estaduais e Distritais;

Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais;

Presidentes das Câmaras Legislativas Municipais .

A Sua Excelência o Senhor

Fulano de Tal

Juiz de Direito da 10ª Vara Cível

Rua ABC, nº 123

01.010-000 – São Paulo

A Sua Excelência o Senhor

Fulano de Tal

Ministro de Estado da Justiça

70.064-900

A Sua Excelência o Senhor

Senador Fulano de Tal

Senado Federal

70.165-900

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10

1.2.2. O MEMORANDO

O MEMORANDO é uma modalidade de comunicação entre unidades administrativas de

um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível

diferente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna. Pode

ter caráter meramente administrativo, ou ser empregado para a exposição de projetos,

idéias etc., a serem adotados por determinado setor público.

EVITAR AMBIGUIDADE

Memorando nº. 17/1991/DJ

Em 12 de maio de 2008.

.

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

Assunto: Administração. Instalação de microcomputadores.

1. Nos termos do “Plano Geral de informatização”, solicito a Vossa Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados

três microcomputadores neste departamento.

2. Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal seria que o equipamento fosse dotado de disco

“rígido” e de monitor padrão “EGA”. Quanto a programas, haveria necessidade dois tipos: um “processador de textos”, e outro

“gerenciador de banco de dados”.

3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo da Seção de Treinamento do Departamento de

Modernização, cuja chefia já manifestou seu acordo a respeito.

4. Devo mencionar, por fim, que a informação dos trabalhos deste Departamento ensejará uma mais racional distribuição de

tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços dosprestados.

Atenciosamente,

(Nome e

cargo do signatário)

PARA OBTER CLAREZA, É PRECISO:

Ambíguo: O Ministro comunicou a seu

secretariado que ele seria exonerado.

Claro: O Ministro comunicou Exoneração dele a

seu secretariado. Ou: O Ministro

comunicou a seu secretariado a exoneração

deste.

Ambíguo: O Deputado saudou o Presidente da

República, em seu discurso, e solicitou sua

intervenção no seu Estado, mas isso não o

surpreendeu.

Claro: Em seu discurso, o Deputado saudou o

Presidente da República. No pronunciamento,

solicitou a intervenção federal em seu Estado, o

que não surpreendeu o Presidente da República.

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11

EVITAR HIPÉRBATO E ANACOLUTO

EVITAR FRASES MUITO LONGAS

1.2.3. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

Orientam a redação Oficial os

princípios da impessoalidade, da

publicidade e da eficiência. Entende o

Manual por impessoalidade o tratamento

com o cargo e jamais com a pessoa, ou

seja, o texto não se dirige à pessoa

nominalmente, mas sim ao cargo que ela

representa. Neste sentido, não é

impessoal um vocativo como: Senhor

Armando. Para ser impessoal, o vocativo

deve se referir ao cargo e não ao nome,

da seguinte forma: Senhor Chefe do

Almoxarifado. Igualmente não é

impessoal o emprego de adjetivos que

expressem uma visão particular do

redator sobre o assunto de que fala.

Assim, quando se escreve “desta

prestigiosa comissão” ou “para sua

conceituada empresa”, houve

pessoalidade no trato com o destinatário.

para ser impessoal, deve-se expressar

deste modo: “desta comissão” ou “para

sua empresa”, sem adjetivações.

O princípio da publicidade, por sua

vez, não exige apenas o acesso do

cidadão aos textos oficiais. Não basta

poder ler. É preciso que o leitor médio da

Língua Portuguesa possa compreender o

conteúdo dos textos oficiais. Para isso,

exige-se a clareza e o padrão culto da

linguagem. Entende-se por clareza a

qualidade de um texto que comunica sua

mensagem de modo imediato, sem deixar

margem de dúvidas quanto a seu real

sentido. Por padrão culto deve-se

entender não só a obediência à gramática

formal, mas também o emprego de uma

linguagem compreensível em todo o

território nacional (a linguagem padrão),

ou seja, não se pode utilizar

regionalismos e muito menos gírias. É

bom evitar, tanto quanto possível, o

jargão burocrático. Quanto à linguagem

técnica, observa-se a real necessidade de

o texto limitar-se a este nível de

linguagem.

Por último, o princípio da eficiência

exige dos textos oficiais simplicidade,

clareza, correção, e certos itens

destacados ao longo da comunicação,

como assunto, endereçamento de destino

e de resposta, numeração dos

parágrafos. Estudaremos estas

qualidades no próximo item de nosso

curso.

Errado: A moça que eu fui na casa dela ontem

vai casar-se.

Certo: Ontem fui à casa de uma moça que vai

casar-se.

Errado: Este rapaz, estivemos com o irmão dele

sábado.

Certo: Sábado estivemos com o irmão deste rapaz.

Errado: Este fato, que alias me foi contado pelo promotor, e que mereceu inúmeros comentários naquela

cidade em que ele vive desde o nascimento do filho, atual delegado; eu conto agora em caráter

reservado.

Certo: Conto agora, em caráter reservado, este fato, objeto de inúmeros comentários naquela cidade.

Ouvi-o do promotor, residente ali desde o nascimento do filho, atual delegado.

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12

1.2.5. QUALIDADES DO ESTILO E DA LINGUAGEM NA MODERNA CORRESPONDÊNCIA

1. A CONCISÃO (UM TEXTO SEM REDUNDÂNCIAS, DIZER O MÁXIMO COM O MÍNIMO DE PALAVRAS)

III. A IMPESSOALIDADE

A finalidade da língua é comunicar,

que pela fala, quer pela escrita. Para que

haja comunicação, são necessários: a)

alguém que comunique, b) algo a ser

comunicado e c) alguém que receba essa

comunicação. No caso da redação oficial,

quem comunica é sempre o Serviço

Público (este ou aquele Ministério,

Secretaria, Departamento, Divisão,

Serviço, Seção): o que se comunica é

sempre algum assunto relativo às

atribuições do órgão que comunica: o

439/79 Brasília, 16/10/1979

Ilmos. Srs.

J.J. Martins

Caixa Postal 974

Curitiba –PR

Prezados Senhores,

Desejamos acusar o recebimento do seu prezado favor datado de

12 de outubro próximo passado, junto ao qual V.Sas. tiveram a

gentileza de nos encaminhar os documentos relativos às mercadorias

por nós encomendadas.

Informamos, outrossim, que as mercadorias em referência

chegaram em perfeitas condições, nada nos sendo lícito reclamar

nesse sentido. Lamentamos, no entanto, ter de externar-lhes a nossa

estranheza ante o fato de constar, na fatura que nos foi remetida por

V.Sas., vencimento para 30 dias, quando o que havíamos combinado

com o representante de sua conceituada empresa foi de 90 dias.

Solicitamos, pois, esclarecimentos a respeito, deixando claro que

não podemos aceitar a duplicata, caso não nos seja concedido o prazo

previamente combinado.

Cientes de que esta nossa justa pretensão será acolhida por V.Sas.,

firmamo-nos, com estima e apreço, mui

atenciosamente,

ALMOXARIFADO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

JOSÉ LINS

TIMBRE

Ofício 439/1979/STF – ALM

Brasília, 16 de outubro de 1979.

Ao Senhor Gerente

J.J. Martins

Caixa Postal 974

Curitiba – PR

CEP XX.XXX-000

Assunto: prazo de vencimento

Senhor Gerente,

1. Recebemos as mercadorias encomendadas, assim como os

documentos a elas relativos, anexos à sua carta de 12/10/1979.

2. Porém, estranhamos constar na fatura o vencimento para 30 dias,

quando havíamos combinado com o representante um prazo de 90 dias.

3. Solicitamos, portanto, esclarecimentos, pois não poderemos

aceitar a duplicata, caso não seja concedido o prazo previamente

combinado.

Atenciosamente,

______________________

José Lins

Chefe do almoxarifado

Correspondência antiquada e redundante Correspondência moderna e correta

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13

destinatário dessa comunicação ou é o

público, o conjunto dos cidadãos, ou outro

órgão público, do Executivo ou dos outros

Poderes da União.

Percebe-se, assim, que o

tratamento impessoal que deve ser dado

aos assuntos que constam das

comunicações oficiais decorre:

a) da ausência de impressões individuais

de quem comunica: embora se trate, por

exemplo, de um expediente assinado por

Chefe de determinada Seção, é sempre

em nome do Serviço Público que é feita a

comunicação. Obtém-se, assim, uma

desejável padronização que permite que

comunicações elaboradas em diferentes

setores da Administração guardem entre

si certa uniformidade;

b) da impessoalidade de que recebe a

comunicação, com duas possibilidades,

ela pode ser dirigida a um cidadão,

sempre concebido como público, ou a

outro órgão público. Nos dois casos,

temos um destinatário concebido de

forma homogênea e impessoal;

c) do caráter impessoal do próprio

assunto tratado: se o universo temático

das comunicações oficiais se restringe a

questões que dizem respeito ao interesse

público, é natural que não cabe qualquer

tom particular ou pessoal.

Desta forma, não há lugar na

redenção oficial para impressões

pessoais, como as que, por exemplo,

constam de uma carta a um amigo. ou de

um artigo assinado de jornal, ou mesmo

de um texto literário. A redação oficial

deve ser isenta da interferência da

individualidade que a elabora.

A concisão, a clareza, a

objetividade e a formalidade de que nos

valemos para elaborar os expedientes

oficiais contribuem, ainda para que seja

alcançada a necessária impessoalidade.

1.2.6. DEMAIS TEXTOS OFICIAIS

I- RELATÓRIOS

O RELATÓRIO contém informações sobre tarefas executadas e/ou sobre fatos ou

ocorrências inquéritos e sindicâncias. Só recebem essa designação aqueles documentos

que apresentam certas características formais e estilísticas próprias: título, abertura

(origem. virgula, data, vocativo, etc.) e fecho (saudações protocolares e assinaturas). A

ESTRUTURA DO RELATÓRIO compreende, além da abertura e do fecho:

a) Introdução – indicação do fato investigado, do ato ou da autoridade que determinou a

investigação e da pessoa ou funcionário disso incumbido. Enuncia, portanto, o propósito do

relatório.

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TIMBRE

RELATÓRIO DE INVESTIGAÇÃO

Rio de Janeiro, 26 de outubro de 2000.

Senhor Diretor,

1. Tendo sido designado para apurar a denúncia de irregularidades ocorridas no Departamento dos Correios e Telégrafos, subindo à

apreciação De V.As., para os devidos fins, o relatório das diligencias que nesse sentido, efetuei.

2. Em 10 de setembro de 2000, dirigi-me ao chefe “A”, para inquirir os funcionários X e Y, acusado do extravio de valores endereçados à

firma S e L, desta praça.

3. Ambos negaram a autoria de violação da mala da correspondência, conforme termos constantes das declarações anexas.

4. No inquérito a que se procedeu, ressalta a culpabilidade do funcionário X, sobre quem recaem as mais fortes acusações.

5. O segundo: apesar de não se poder considerar mancomunado com o primeiro, tem parcela de responsabilidade, pois agiu por omissão,

sendo negligente no exercício de suas funções. Como chefe de turma, devia estar presente, na ocasião da abertura da mala em apreço – o que

não ocorreu conforme depoimento de lis...

6. Do exposto resulta que somente o inquérito policial poderá esclarecer o crime perpetrado com a violação da mala de correspondência

da Seção “A”.

7. Impõe-se instauração imediata de processo administrativo. É o que me cumpre levar ao conhecimento de V. Sa.

Respeitosamente,

Assinatura

Nome

cargo do signatário

b) Desenvolvimento (texto, núcleo ou corpo do relatório): relato minudente dos fatos

apurados, indicando-se:

1. a data;

2. o local;

3. o processo ou método adotado na apuração;

4. discussão: apuração e julgamento dos fatos.

c) Conclusão e recomendações de providencias ou medidas cabíveis.

Alguns relatórios costumam incluir ainda material ilustrativo: diagramas, mapas,

gráficos, desenhos etc., que podem vir incorporados no texto ou sob a forma de apêndice e

anexos.

Exemplo de um relatório simples

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II- ATA

A ATA é um documento em que são registrados, de forma objetiva os fatos ocorridos

durante uma reunião. A ata deve ser redigida se possível, enquanto ocorre a reunião, por

isso é usual que o secretário, que a redige, seja uma pessoa não envolvida nas discussões

e deliberações a serem tomadas pelos participantes. Ou seja, o secretário deve ser apenas

um observador e narrador fiel dos fatos.

FORMA E CONTEÚDO DA ATA: No quadro a seguir, estão as partes básicas

constituintes de uma ata.

PARTE CONTEÚDO

INTRODUÇÃO (OU

CABEÇALHO)

nº. da ata e especificação da reunião (ex.: Assembléia Geral

Ordinária).

ABERTURA data (por extenso), hora local, tipo de reunião, nome completo da

entidade, forma de convocação para a reunião.

VERIFICAÇÃO DE

PRESENÇA (QUORUM)

registro do número de presentes e se ele é suficiente para a

realização da reunião, segundo a lei ou os estatutos da entidade.

DEFINIÇÃO DA MESA

DIRETORA

nome dos indicados para dirigir a reunião (presidente/coordenador e

secretário(s)) e forma de escolha (aclamação/votação etc.) ver

observações abaixo).

TEXTO assuntos tratados, decisões, opiniões dos presentes, considerações,

interrupções etc.

ENCERRAMENTO frase-padrão do tipo “Nada mais havendo a tratar, encerraram-se os

trabalhos e a presente ata foi assinada por...”

Observações: O(s) presidente(s) / coordenador(ES) e os secretario(os) devem,

necessariamente assinar a ata. Quanto à comprovação da presença dos outros membros

participantes, pode ser adotado um dos seguintes procedimentos:

os participantes assinam a ata;

junta-se a ela uma lista com as assinaturas dos participantes (esse procedimento

precisa ser registrado em ata).

dispensam-se as assinaturas dos participantes (esse procedimento precisa ser

registrado no encerramento da ata).

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TERMO DE ABERTURA

Este livro contém 200 (duzentas) páginas tipograficamente numeradas e por mim conferidas e rubricadas e destina-se ao registro das atas de

Reuniões da (coloca-se o nome da entidade) com sede nesta cidade, Rua... nº...

(Local e data)

(Assinatura)

(Nome em letra legível)

(Cargo)

Dependendo da constituição da entidade, a ata pode ser um documento com valor

jurídico. Por isso, nesses casos é imprescindível tomar certos cuidados com sua redação.

Dentre esses cuidados, destacam-se:

A redação deve ser compacta, isto é, não se deixam parágrafos nem linhas em

branco. (esse procedimento impede que, no futuro, sejam feitos acréscimos ao texto

original da ata).

Os números importantes devem ser escritos por extenso ou em algarismos e

repetidos por extenso entre parênteses. Exemplo:

“... eleitos por um período de dois anos...” ou “... eleitos por um período de 2 (dois)

anos...”

Não pode apresentar rasuras ou borrões, Se, durante a redação, ocorrer algum erro,

deve-se empregar a palavra “digo” e escrever a forma correta. Exemplo:

“... ficando indicado o Sr. José Pasquini para diretor, digo, supervisor da nova

seção...”

Quando o erro só for percebido depois que a ata já estiver redigida, emprega-se a

seguinte expressão corretiva: “Em tempo: onde se lê... leia-se... “Exemplo: Em tempo: A

reunião da diretoria com os novos supervisores das regionais que, a princípio, estava

marcada para maio ficou adiada para o início de julho.

O LIVRO DE ATAS: O livro de atas é um volume especialmente destinado à lavratura

(redação) das atas de uma entidade. Cabe à pessoa responsável (secretario, diretor etc.)

conferir ou colocar a paginação de todas as folhas do livro e rubricá-las ema a uma (em

geral a rubrica é colocada no canto superior direito.

Termo de abertura

A mesma pessoa que rubrica as páginas do livro deve redigir, na 1ª página o termo

de abertura.

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TERMO DE ENCERRAMENTO

Este livro, com 200 (duzentas) páginas, devidamente rubricadas pelo Sr..., que na época era (cita-se o cargo da pessoa que fez o termo de abertura

e rubricou as páginas), destinou-se ao registro das Atas de Reuniões da (cita0se o nome da entidade), conforme se lê no Termo de Abertura

constante na 1ª pagina.

(Local e data)

(Assinatura)

(Nome em letra legível)

(Cargo)

Termo de encerramento

Quando todas as suas páginas já estiverem utilizadas pelos registros das atas, é

necessário redigir, na última página o termo de encerramento.

[Digite uma citação do documento ou o resumo de uma questão interessante. Você pode posicionar a caixa

de texto em qualquer lugar do documento. Use a guia Ferramentas de Caixa de Texto para alterar a

formatação da caixa de texto da citação.]

Modelo de ata

III - DECLARAÇÃO

Dá-se o nome de DECLARAÇÃO ao documento em que se afirma ou nega alguma coisa a

respeito de determinado assunto. É emitida por pessoa física, por órgão público e por

empresa ou instituição privada.

Características:

a) enquanto o atestado costuma ser expedido em favor de alguém, a DECLARAÇÃO é

feita em relação a alguém, podendo ou não ser-lhe favorável;

Modelo de ata

Aos quinze dias do mês de maio de dois mil e dez,reuniu-se o Conselho-Diretor da

Caesb, em sessão ordinária , na sala vinte e cinco do prédio Central , no Setor de

Indústria e Abastecimento de Brasília, trecho quatro, com a primeira chamada para as

quinze horas e segunda chamada para as dezesseis horas.Os convocados se

apresentaram no horário marcado. Estiveram presentes o Diretor-Geral,Roberto Carlos,

o vice, Caetano Veloso, Secretária executiva, Zizi Possi, demais membros da diretoria:

Diretora de Saneamento, Vera Fischer. Diretora de Finanças, Taís Araújo, Diretora de

Pessoal, Juliana Paes,Diretor de material, Rodrigo Santoro e Diretor de Comunicação,

Pedro Bial.A mesa foi composta pelos três diretores de Departamento e dirigida pelo

Diretor-Geral . Os assuntos tratados foram debatidos na ordem do dia: 1- compra de

mais dois veículos para os diretores, 2- contratação de vinte novos servidores por meio

de concurso, 3- aumento do salário dos diretores, 4- votação das propostas. O item três

foi aceito por unanimidade , os demais ficaram em suspenso, aguardando a decisão do

Governador, que receberá a Exposição de Motivos do Diretor-Geral. Nada mais

havendo a tratar, encerram-se os trabalhos e a presente ata é assinada por mim e pelos

outros participantes da reunião.

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DECLARAÇÃO

Eu, Luciano Pires, brasileiro, casado, RG nº. 2.469.367 (SSP/SP), comerciante, estabelecido na rua Dr. Carlos Fontes, 148,

Campinas, DECLARO conhecer, há 6 (seis) anos, o Sr, Irineu Lima Smith, brasileiro, viúvo, RG nº. 3.649.943 (SSP/SP), representante

comercial, residente na rua 7 de Setembro, 543, em Ribeirão Preto, nada havendo, que seja de meu conhecimento, que o desabone moral

ou profissionalmente.

Campinas, 26 de junho de 1999.

Luciano Pires

b) a estrutura da declaração é praticamente igual à do atestado;

c) se o declarante for pessoa física, o papel dispensa timbre e carimbo, mas é exigido RG

e CPF, além do reconhecimento da firma em cartório.

Exemplo de declaração de idoneidade

IV - ATESTADO

Atestado é o documento em que se confirma ou assegura a existência ou inexistência de

uma situação de direito, de que se tem conhecimento, referente a alguém ou a respeito de

algum fato ou situação.Consiste em dizer por escrito, afirmando ou negando, que

determinada coisa ou algum fato referente a alguém correspondente à verdade e

responsabilizar-se, assinando o documento.

Características:

a) no serviço público, o atestado é firmado por funcionário que, em razão de seu ofício ou

função, tem reconhecida credencial para fornecê-lo;

b) na empresa particular, o atestado é fornecido por alguém que exerce posição de chefia

compatível com a afirmação que prestar e com a destinação do atestado;

c) o papel em que é redigido o atestado deve conter o timbre ou carimbo do órgão público

ou da empresa que expede;

d) o atestado, diferentemente da declaração, costuma ser expedido à solicitação do(s)

interessado(s), formulada por escrito ou verbalmente;

e) a redação de um atestado apresenta comumente a seguinte ordem:

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PROSPEC-SOLO FUNDAÇÕES S/A

Av. Brasil, 453 - Campinas/SP - Tel: 414390

ATESTADO

ATESTAMOS que Maria Padilha estagiou no Depto. de Sondagens e Fundações desta empresa de engenharia no período de

03/04/94 a 06/11/95, desenvolvendo suas funções com seriedade, competência e profissionalismo.

Campinas, 20 de março de 1996.

José M. F. Fontanelle

Eng. Supervisor de Sondagens

CREA - 5.459/SP

Wilson Castilho Penha

Chefe do Depto. de Pessoal

I- título, isto é, a palavra ATESTADO, em maiúsculas;

II- nome e identificação da autoridade que emite (que também podem ser expressos no

final, após a assinatura) e da pessoa ou órgão que solicita;

III- texto, sempre sucinto, claro e preciso, contendo aquilo que se está confirmando ou

assegurando;

IV- local e data, na margem direita do texto;

V- assinatura, nome e cargo ou função de que atesta, à direita ou no centro.

Em geral, o atestado é emitido em favor de alguém, declarando algo sobre essa pessoa.

Exemplo de atestado

V- REQUERIMENTO

O REQUERIMENTO é um documento encaminhado por um particular a uma autoridade ou

a um órgão público para solicitar (= requerer) algo a que julga ter direito legal. Sempre que

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Senhor Prefeito de Mauá da Serra,

Deolindo Brunassi, brasileiro, casado, residente na Rua Mato Grosso, 1541, portador de CI nº 247.550-8 e CPF nº 338.400-

529, funcionário público municipal PO-2, requer, na forma da Lei Municipal 123 de 1996, adicional de 5% (cinco por cento) em seus

vencimentos por ter completado cinco anos de serviço.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Mauá da Serra, 3 de fevereiro de 200.

Deolindo Brunassi

possível, é conveniente citar a lei, decreto ou ato administrativo que justifica legalmente o

que se está requerendo.

Para maior objetividade e simplificação, o fecho do requerimento pode ser dispensado. Se,

no entanto, ele for usado, deve ser simples e direto.

Os fechos usuais estão no quadro abaixo e podem ser empregados sob a forma abreviada.

FECHO ABREVIATURA

Nestes termos pede deferimento N.T.P.D.

Aguarda deferimento A.D.

Pede deferimento P. Deferimento ou P.D.

Se for necessário citar a lei ou decreto que ampara legalmente o pedido, introduz-se essa

informação logo após a palavra requerer. Assim:

...requerer, de acordo com a Lei nº... de (data)...

VI- CERTIDÃO

A CERTIDÃO é o documento mandado expedir por autoridade pública competente, a

pedido de pessoa ou de órgão interessado, no qual se declara como certa e verdadeira a

existência de fatos anteriormente registrados dentro das formalidades específicas. Se não

houver esse registro anterior escrito dos atos ou fatos, o documento a ser expedido não

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ESTADO DE SÃO PAULO

PREFEITURA DE CAMPOS DO JORDÃO

CERTIDÃO Nº...

(espaço destinado ao “Visto” da autoridade responsável pela

Expedição do documento, com respectiva data)

CERTIFICO, em cumprimento ao despacho exarado na petição nº... de 17 de fevereiro de 2000, que o Loteamento Bairro Novo,

situado no lugar chamado Lagoa das Caraíbas, às margens da Estrada Rodoviária pavimentada BR..., à av. Eliezer de Lima, nada deve à Fazenda

Municipal, nesta data, ficando entretanto ressalvado o direito desta Prefeitura de cobrar do proprietário do imóvel ou de seu sucessor quaisquer

débitos que posteriormente venham a ser verificado

Campos do Jordão, 28 de fevereiro de 2000.

Mary das Neves

Diretora de Obras

)Maria José da Silva

Assistente Técnica da Receita

será CERTIDÃO, mas sim, CERTIFICADO. Daí, serem confundidos, com certa freqüência,

os dois documentos. Pode ser resumida ou integral, sempre, cópia de algum registro

escrito já existente.

Exemplos: certidão de nascimento, certidão de casamento, certidão de óbito, nada consta.

Exemplo de certidão

VII- CIRCULAR

A CIRCULAR é uma forma de correspondência pela qual o emissor, utilizando cópias de

idêntico conteúdo, se comunica com diversos destinatários (pessoas, empresas, órgãos ou

entidades). A circular é empregada para transmitir decisões, sugestões, convites,

informações (ex.: lista de preços, decisões administrativas, lançamento de produtos,

promoções etc.). Na correspondência oficial também cientifica o destinatário sobre a

publicação de decretos, leis, editais etc.

Diferentemente da carta, a circular, pelo fato de ser enviada a vários destinatários,

não contém os nomes deles. Emprega-se apenas um vocativo genérico, que se aplique a

todos os destinatários (ex.: Senhor, Senhores, Senhor Cliente, Senhor Gerente, Senhor

Associado, Senhor Encarregado, Senhor Secretário etc.)

Quando a circular é acompanhada de cópia de algum outro documento, é

conveniente escrever a palavra anexo(s) no pé da página à esquerda e citar o nome do

documento. Assim:

Anexo: cópia do Edital de Convocação.

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ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA ESTADUAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA

INSPETORIA SELECIONAL DE ENSINO

SEÇÃO ZONA SUL

CIRC. Nº 057/1995/SEEC

São Paulo, 20 de novembro de 1995.

DE: Inspetor Secional de Ensino

PARA: Diretores de Estabelecimentos de Ensino Médio

Senhor Diretor,

1. Tenho em vista a deliberação do Senhor Secretário de Educação e Cultura, contida no Diário Oficial de

________________, informo a V.Sa., que só estarão habilitados a lecionar nos referidos Estabelecimentos os professores com registro

ou autorização desta inspetoria.

Atenciosamente,

Lindolpho A. Ortiz

Inspetor Secional de Educação

Exemplo de circular

(CONTEÚDO RETIRADO DO MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA)

6. Telegrama

6.1. Definição e Finalidade

Com o fito de uniformizar a terminologia e simplificar os procedimentos burocráticos,

passa a receber o título de telegrama toda comunicação oficial expedida por meio de

telegrafia, telex, etc.

Por tratar-se de forma de comunicação dispendiosa aos cofres públicos e

tecnologicamente superada, deve restringir-se o uso do telegrama apenas àquelas

situações que não seja possível o uso de correio eletrônico ou fax e que a urgência

justifique sua utilização e, também em razão de seu custo elevado, esta forma de

comunicação deve pautar-se pela concisão (v. 1.4. Concisão e Clareza).

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6.2. Forma e Estrutura

Não há padrão rígido, devendo-se seguir a forma e a estrutura dos formulários

disponíveis nas agências dos Correios e em seu sítio na Internet.

7. Fax

7.1. Definição e Finalidade

O fax (forma abreviada já consagrada de fac-simile) é uma forma de comunicação

que está sendo menos usada devido ao desenvolvimento da Internet. É utilizado para a

transmissão de mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo

conhecimento há premência, quando não há condições de envio do documento por meio

eletrônico. Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela via e na forma de

praxe.

Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com o

próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapidamente.

7.2. Forma e Estrutura

Os documentos enviados por fax mantêm a forma e a estrutura que lhes são

inerentes.

É conveniente o envio, juntamente com o documento principal, de folha de rosto, i.

é., de pequeno formulário com os dados de identificação da mensagem a ser enviada,

conforme exemplo a seguir:

[Órgão Expedidor]

[setor do órgão expedidor]

[endereço do órgão expedidor]

_______________________________________________________________________________________________

Destinatário:____________________________________________________________________________________

No do fax de destino:_____________________________________________________ Data:_______/_______/____

Remetente: _____________________________________________________________________________________

Tel. p/ contato:_______________________ Fax/correio eletrônico:_______________________________________

No de páginas: esta +_______________________________________N

o do documento:_______________________

Observações:____________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________________

8. Correio Eletrônico

8.1 Definição e finalidade

O correio eletrônico (“e-mail”), por seu baixo custo e celeridade, transformou-se na

principal forma de comunicação para transmissão de documentos.

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8.2. Forma e Estrutura

Um dos atrativos de comunicação por correio eletrônico é sua flexibilidade. Assim,

não interessa definir forma rígida para sua estrutura. Entretanto, deve-se evitar o uso de

linguagem incompatível com uma comunicação oficial (v. 1.2 A Linguagem dos Atos e

Comunicações Oficiais).

O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensagem deve ser

preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do destinatário quanto do

remetente.

Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, preferencialmente, o

formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações

mínimas sobre seu conteúdo..

Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não

seja disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento.

8.3 Valor documental

Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico

tenha valor documental, i. é, para que possa ser aceita como documento original, é

necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma

estabelecida em lei.