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Sentidos para a vida descreve a visão da Igreja Cristã Vida.

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Sentidos para a Vida – Reflexões sobre a identidade e visão da Igreja Cristã Vida

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Sentidos para a Vida – Reflexões sobre a identidade e visão da Igreja Cristã Vida

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Sentidos para a Vida – Reflexões sobre a identidade e visão da Igreja Cristã Vida

A construção do presente e do futuro

Escrevemos este texto porque a melhor forma de entender uma organização é a

partir daquilo que ela diz ser. Em geral essa identidade está formulada em sua

visão e em seus valores.

Estamos falando sobre visão e, portanto, sobre a construção do futuro. Mas

este é sempre um tema controverso. Abre o rico mundo das possibilidades. Está

em permanente construção e, por isso mesmo, em constante mutação. Hora é e

hora deixa de ser. Eis aqui a importância da visão. É a parte que nos cabe na

construção do futuro, dos ideais, anelos, e desejos de ser. Mas visão não diz

respeito somente ao futuro porque, emerge necessariamente a partir da leitura

do mundo em nossa volta, do ser humano e sua complexidade e,

especialmente, da pessoa de Deus e seu desejo para este mundo. Então, a visão

nasce no presente e responde por ele, até o futuro. É o que nos

comprometemos em ser hoje e desejamos continuar a ser no amanhã.

Esses elementos juntos (leitura do mundo, do homem e percepção dos desejos

de Deus para a história) constroem uma comunidade e sua visão de presente e

de futuro.

O assunto que abordamos neste texto é sobre nossa percepção do presente e

como transformaremos nossa identidade, valores e desejos futuros em história

concreta.

Para efeito didático podemos resumir tudo em uma só expressão:

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Caminho 4-5-4

Resumimos nossa filosofia de Ministério através da sigla " Caminho 4-5-4", onde temos Quatro compromissos, Cinco ênfases e Quatro valores, a saber:

Os 4 compromissos:

Estamos comprometidos com quatro alvos na formação da comunidade:

Consciência: Temos compromisso de buscar compreender o sentido do cristianismo para nossa geração a fim de formar a consciência cristã em nossas ovelhas,.

Formação: Temos o compromisso de formar espiritualmente os membros de nossa comunidade, na busca da identificação com Cristo..

Cultura: Temos o compromisso de associar a Bíblia com a cultura contemporânea a fim de melhor compreender ambas.

Fluidez: Temos o compromisso de desenvolver uma comunicação fácil e leve com as pessoas que estão fora da igreja.

As 5 ênfases:

Todas as ações, estudos e ministrações da Palavra entre nós visa

Buscar o sentido da relação entre o humano e o divino.

Ter sensibilidade para com o mundo.

Ser um sinal de Deus.

Ter compromisso com os valores do Reino.

Guiar-nos pelo sentido da cruz de Cristo.

Os 4 valores:

Faremos tudo o que foi descrito acima, baseados em quatro valores

Alcançar o ser humano em sua solidão.

Acolher a todos.

Formar Cristo na vida de todos

Servir. Oferecer oportunidade a todos para seu desenvolvimento pessoal.

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É sobre esse caminho 4-5-4 que meditaremos nas próximas páginas. Espero que

aprecie a leitura e junte-se a nós.

Domingos Rodrigues Alves

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Capítulo 1

Em Busca de identidade.

Quando pensamos em um nome que representasse o sentido de nossa igreja,

percebemos a necessidade de um que expressasse o bem maior e a relação

mais profunda entre nós e Deus. Foi assim que surgiu o nome “Igreja Cristã

Vida”. Essas três palavras não estão juntas ao acaso.

Por “igreja” expressamos o que somos: uma comunidade de fé. Dizemos que

existimos na relação de uns para com os outros.

Isso é importantíssimo, mas não suficiente para formar toda a nossa identidade.

Por isso, a segunda palavra explica que temos, cremos e defendemos fé cristã. A

palavra “Cristã” enfatiza que buscamos a essência do cristianismo, isto é, nos

identificamos com o Cristo em seu caráter e sua forma de servir a Deus e ao

próximo. Isso significa afirmar que não defendemos qualquer caixa teológica.

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Por fim, o nome

“Igreja Cristã

Vida” indica o

que desejamos

alcançar: “A Vida”

como um todo, a

partir da

perspectiva

Cristã. Nenhuma

parte da

existência deve

ser considerada

maior ou mais

excelente. A vida

é um todo. É amada por Deus. Ele nos deu vida (existência) e foi ela que Jesus

veio salvar.

Palavras são construtoras de sentidos. Por isso, as três palavras somadas

formam a identidade institucional que nos caracteriza, como mostra a próxima

figura:

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Uma igreja mais cristã é aquela que promove mais vida. Isso resulta em

comunidade, identidade e vida, sendo esta a razão e objetivo de tudo.

Jesus não veio salvar apenas a alma, mas a vida como um todo, a existência.

Assim, para fortalecer a identidade, escolhemos alguns compromissos através

dos quais esperamos continuar sendo uma igreja mais cristã e com mais vida.

Quatro compromissos de uma igreja que

valoriza a vida.

Consciência: desejamos ser uma igreja consciente do significado do

cristianismo. Desejamos questionar, rever, reconstruir sempre que necessário o

significado de ser cristão no mundo contemporâneo para, de alguma forma

estarmos mais próximos dos ideais de Jesus.

Formação: desejamos ser uma igreja capaz de comprometer-se com a formação

espiritual de seus membros.

Cultura: desejamos ser uma igreja culturalmente relevante e capaz de associar a

Bíblia com a realidade e os desafios de nossos dias.

Fluidez: desejamos uma igreja capaz de comunicar-se em linha direta com o

mundo que a cerca.

Por meio dessas posturas esperamos permanecer no caminho de servir a Deus e

ao mundo.

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Capítulo 2

Uma visão com cinco ênfases

A frase de visão da Igreja Cristã Vida é:

“Ser uma comunidade que vive, se move e existe como sinal do

Reino de Deus”.

Sinopse do Capítulo:

Destacaremos as cinco expressões mais fortes da frase de visão,

com o propósito de explicar o que validamos, para onde vamos e,

como vamos.

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As cinco ênfases de nossa visão

Precisamos de uma visão que nos permita entender a condição humana.

Em Atos 17: 28 Paulo faz uma brilhante definição dessa condição, que é

concorde com todo o testemunho das Escrituras:

Pois nele vivemos, nos movemos e existimos, como

disseram alguns dos poetas de vocês: ‘Também somos

descendência dele’.

Isso é o mesmo que dizer: Sem Deus o homem é ausência e solidão. Falta-lhe o

essencial.

Essa frase citada por Paulo é definidora. Vale degustar devagarzinho:

Porque Nele vivemos:

Não se refere à vida cotidiana, mas à condição humana. Nele vivemos, ou seja,

fomos criados por Ele. É por causa dele que temos vida. Nossa existência é o

sopro de Deus.

(nele) Nos movemos:

Deus é a razão, o motor, a força... Refere-se a nossa capacidade de agir,

interagir, realizar, que nos foi dada por Deus. É por causa d’Ele, ou seja, por

causa das capacidades que Ele nos deu, que tocamos a vida no sentido prático.

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E (nele) Existimos:

Essa última sentença traz a ideia de uma consciência existencial. Mostra que

anelamos pelo que há de vir, pensamos na vida e em seu sentido a partir do que

somos hoje e do que desejamos ser amanhã.

Isso é parte do desejo de Deus ao nos criar humanos. Por isso, é nEle que

existimos. Ou, dito em outras palavras, porque fomos criados à sua imagem é

que temos uma consciência existencial.

Baseados nesses pressupostos existenciais de Paulo criamos a frase que nos

ajuda a compreender nosso caminho como igreja:

Ser uma comunidade que: VIVE, SE MOVE E EXISTE

como sinal do Reino de Deus

Dito em outras palavras, desejamos simplesmente ajudar as pessoas a

compreenderem a si mesmas em Deus, a terem noção de ser, existir e viver a

partir de sua relação com Deus, que é o centro de toda a existência.

Pretendemos uma visão que contemple além da espiritualidade, as outras

dinâmicas do sentido de ser humano, tais como o aspecto existencial, social,

relacional, emocional, etc. Precisamos de uma visão que contemple o máximo

que estiver em nossa capacidade.

Em razão dessa ênfase enfocamos nossa visão em Deus e no ser humano da

pós-modernidade. Eles são os dois elementos de nossa visão.

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Quem é o homem contemporâneo?

Apesar de profundamente decepcionado com as promessas do modernismo,

tais como a redenção do mundo e da sociedade, há diversas boas características

no homem pós-moderno. Somos mais expressivos, sensíveis e temos um anelo

enorme pela justiça. Entretanto, a estrutura social que criamos, provocou

lacunas em áreas essenciais à vida e à saúde em todos os níveis. Vivemos no

mundo da eficiência. Uma era em que a pessoa tornou-se a empresa. Vivemos

nossos empreendimentos vinte e quatro horas por dia. Acessamos as redes de

relacionamento para promover nossos negócios, fazemos contatos pessoais

com esse foco e temos “tablets e smartphones” nos quais levamos a empresa a

todos os lugares. Por isso e por tantas outras razões, junto desse novo homem

também encontramos:

Individualismo

Enfatizamos tanto o valor individual que, acidentalmente, entramos em um

casulo pessoal de onde saímos apenas quando nos interessa. Com isso

perdemos alguns sentidos essenciais à saúde emocional, espiritual e até mesmo

física. É por causa de nosso individualismo exacerbado que as empresas

produzem sem importar-se com o impacto sobre a próxima geração.

Solidão

Em razão da ênfase no individualismo, o ser humano normal de nossa era

tornou-se um solitário, sedento por significância e amizades que preencham

esse vazio.

Longe de ser pessimista, estamos diante da geração mais deprimida e egoísta

que já existiu, razão pela qual a depressão tem sido apontada pela OMS como

uma de nossas maiores epidemias. É um paradoxo. Vemos uma geração bonita

levantando-se para fazer diferença, mas ao mesmo tempo essa geração, capaz

de mobilizar-se, vive o resto de seu tempo ensimesmada e sozinha. As redes

sociais nos levam a um nível de relacionamento tão frenético e tão largo que,

apesar de muitos amigos, não temos quase nenhum. Com quantos dos nossos

oitocentos amigos de “facebook” podemos realmente abrir o coração e revelar

nossos medos? Somos solitários, ainda que uma multidão nos cerque.

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Desconfiança

Um terceiro resultado de nosso estilo de vida focado na eficiência,

produtividade e individualismo é termos diante de nós uma geração que se

perdeu de Deus e de si mesma. Tem uma sede enorme por Deus, mas não

confia em qualquer das propostas religiosas tradicionais, em razão do

gigantesco mercado religioso formado nas três últimas décadas. O homem do

século 21 é absurdamente confuso quando o assunto é religião.

Como consequência das anteriores e na busca por preencher seus vazios, o ser

humano tornou-se um consumista contumaz. Criou para si um sistema baseado

em sucesso e assim está cada vez mais preso em uma teia da qual não consegue

sair.

Abertura à espiritualidade

Há também excelentes oportunidades para a fé em nossos dias. Ao contrário do

que foi previsto pelos futuristas no século XX, os ocidentais de nossa geração

têm buscado em outras fontes de espiritualidade saciar sua sede de Deus.

Apenas trocaram a palavra “Religião” – leia-se “propostas tradicionais de

religiosidade” pela palavra “espiritualidade”. Não querem compromisso com as

instituições. Preferem seguir sozinhos. Entretanto, essa é uma época da história

que, talvez, como nunca, os seres humanos sentiram necessidade de Deus.

Percebem aos poucos que nem a ciência nem o sucesso profissional são

suficientes para dar sentido a sua vida.

Eis as grandes buscas de nossa geração: significância, relevância e sentido.

Equivocadamente buscamos isso para satisfação e busca da felicidade sem

perceber que nossa maior busca é por Deus. Ele continua sendo a grande sede

do ser humano, porque como bem observou Blaise Pascal: “Há no homem um

buraco na forma de Deus”. Anos depois, Fiódor Dostoiévski disse o mesmo com

outras palavras: “Há no homem um vazio do tamanho de Deus”.

Como nunca, a igreja tem a oportunidade de refazer o caminho. O pós-

modernismo é uma reforma social que está em curso. O mundo está mudando e

por isso faz-se necessário que a igreja também reveja seus valores. Contudo,

precisa de uma proposta consistente, menos parecida com a religião-mercado

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de nossos dias e mais achegada a Cristo na relação leve e significativa com seus

discípulos.

Este é o sentido da palavra “Igreja” ou “Comunidade”: agregar, juntar,

congregar, unir.

Nossa visão também afirma que desejamos ser uma comunidade que vive se

move e existe COMO SINAL

Sinal é a manifestação visível de algo que não se pode ver.

Imagine uma placa de trânsito. É o sinal visível de uma lei que não se pode ver.

A lei é um conceito, uma norma. Não pode ser vista. Por isso, a placa lhe dá

concretude. Outro exemplo são os milagres. Eles manifestam de forma visível

uma realidade que é puramente espiritual. Os milagres de Jesus sinalizaram que

tal realidade espiritual é verdadeira.

Ser sinal do Reino de Deus significa tornar visível uma realidade imperceptível

para a maioria das pessoas: a presença de Deus.

As pessoas precisam de sinais históricos, concretos, que mostrem Deus. Ações

como Ministérios (amigos que se juntam para servir), Pequenos Grupos (amigos

que se juntam para crescer), Ação Social (amigos que se juntam para ajudar),

Cultos de Adoração (amigos que se juntam para celebrar), Cultos de Ensino

(amigos que se juntam para aprender), Aconselhamento Pastoral (amigos que

se juntam para dar suporte), etc, devem ser sinais da presença de Deus entre

nós.

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Nossa visão informa: desejamos ser uma comunidade que vive se move e existe

como sinal DO REINO DE DEUS.

O Reino é a concretização da relação entre Deus e o ser humano. É a relação

que um Deus Santo se propõe a ter com o ser humano pecador, contraditório,

mas também feito a Sua imagem e por isso, desejoso pelo bem e amante da

vida e da beleza. O Reino de Deus são os valores essenciais que essa relação

pressupõe: aceitação, perdão, honestidade. É, acima de tudo, o propósito de

construir e transformar a terra em um lugar de justiça e paz a partir de nós

mesmos.

A obra da salvação aponta para antes da vida no Céu. Objetiva restaurar o

caminho que Deus iniciou no Éden, mas que o pecado destruiu nossa

humanidade. Por isso, a visão de qualquer igreja cristã precisa objetivar a

transformação de indivíduos em pessoas. A isso a teologia ortodoxa chama de

“Santificação”.

Assim reafirmamos que nosso propósito como igreja não é a massificação.

Antes, é a individuação, ou seja, a transformação de um indivíduo impessoal,

massificado pela vida na cidade, em alguém capaz de relacionar-se, interagir e

deixar sua marca no mundo. Alguém consciente de quem é e do que faz no

mundo.

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A palavra “indivíduo” fala sobre a singularidade de cada um. Todavia, nem todo

indivíduo é uma pessoa do ponto de vista do equilíbrio entre ele mesmo e o

mundo fora de si. Uma pessoa é, no sentido mais precioso da palavra, aquele

indivíduo que aprendeu a interagir de forma equilibrada consigo, com Deus e

com o mundo.

Isso significa que necessitamos de uma visão que exista em resposta às

complexas necessidades desta geração.

As ações da igreja e seus ministérios objetivam oferecer respostas cristãs a essa

realidade do homem.

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Quatro valores que respondem aos nossos

desafios

Vivemos no mundo do mercado, onde competência é mais importante que

grandeza pessoal. Isso faz do ser humano uma “empresa ambulante”, vivendo

enclausurado em seu feudo pessoal, como mencionamos antes.

Precisam ser estimuladas a sair de seu casulo pessoal a fim de receber a

completa salvação oferecida por Deus.

Entenda “salvação” como o desejo completo de Deus para a humanidade.

Precisamos ser salvos de nós mesmos e do “leviatã” que criamos em nossa

sociedade.

Na Bíblia, o termo salvação refere-se não apenas à salvação da alma, mas à

salvação de toda a história humana, do projeto humanidade.

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Por “alcançadas” queremos dizer: “percebidas”, “amadas”. Significa ir a onde

elas estão existencialmente e tentar enxergar as coisas por seu ponto de vista.

Fica esclarecido não haver nessa palavra qualquer enfoque mercadológico.

A palavra “alcance” refere-se tanto a pessoas de fora (não convertidas) quanto a

pessoas de dentro da igreja, mas que mantém seu estilo de vida intacto, ao

gosto do mercado. Raciocinam com a lógica do mercado em suas relações

interpessoais e em sua relação com Deus.

Em nossos dias, muitos cristãos necessitam de conversão porque aderiram à

religião exposta na mídia, mas não à proposta de Cristo.

Todos clamam por sentirem-se parte de algo relevante e de um lugar em que

possam fazer diferença.

O sentimento de pertença é essencial para a saúde integral da pessoa. Por isso,

entendemos que, como parte de nossa pastoral, necessitamos acolher os que

forem alcançados (dentro e fora da igreja), fazendo-os sentir-se parte da

comunidade. Todos têm de sentir-se em casa entre nós.

Essas duas ações (alcançar e acolher), apesar de essenciais, não fecham o ciclo

de nossa visão, que é viver, mover-se e existir como um sinal do Reino de Deus.

Em adição a isso compreendemos que

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Em uma era de tanto esvaziamento de conteúdo e de tantas propostas diversas

de espiritualidade, faz-se necessária - como nunca - a formação Cristã, a fim de

que os alcançados (de dentro e de fora da igreja) descubram a si mesmos e aos

outros e sejam imersos no amor de Deus.

Formação Espiritual é a matéria-prima para a transformação. Com essa ação

desejamos aproximar cada um da espiritualidade clássica e da reflexão

existencial, filosófica, ajudando-os a resolver-se como indivíduos. É o processo

de aprendizado onde aprendemos a deixar de lado o individualismo em busca

de uma individualidade equilibrada. É a formação de Cristo em cada um, na

medida em que cada um se permita a isso.

Em síntese, como resultado prático desse valor (a formação) desejamos ser uma

igreja capaz de formar pessoas:

a. Que tenham um profundo afeto e também compromisso com Deus e com a

Palavra.

b. Que tenham um profundo compromisso de cuidar da pequena comunidade

(os membros da igreja).

c. Que tenham um profundo compromisso de cuidar do mundo.

d. Que tenham compromisso de aprofundar a si mesmas por meio da reflexão

teológica e, assim, compreender o que fazemos nesta terra.

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Todos nós percebemos a necessidade da significância. Temos uma chama

interior que arde por deixar nossa marca no mundo. Por isso, encontramos no

serviço uma forma de responder a nossos anseios por fazer parte de algo e de

dar um sentido mais profundo a nossa vida, a partir da vida do outro.

No servir, a relação Eu-Tu é elevada em razão de ser uma ação de amor e zelo

para com o outro.

Servir é uma forma de expressar nosso amor, potenciais e capacidades.

A relevante mensagem da cruz nos fascina ao mesmo

tempo em que nos compromete.

Esses quatro valores não foram agrupados à toa.

Observe que eles nos aproximam de Jesus porque

foi basicamente isso que Ele viveu.

Formam o sentido da cruz. Ela representa um estilo

de ser. Por essa razão Jesus chamou seus discípulos

a ela (Mt 16:24).

O ministério terreno de Jesus consistiu

primeiramente em alcançar pessoas. Não importava

quem eram: prostitutas, bêbados, oficiais do

exército, fariseus... Ele alcançou a muitos com o

propósito de ligar essas pessoas ao Pai, trazendo a

elas sentido, relevância e dignidade. Paulo seguiu a mesma trilha de Jesus,

conforme está escrito em 1ª Cor 9:19-23

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“Ainda que eu esteja livre das exigências e expectativas de

todos, tornei- me um servo voluntário de todos para alcançar

todo tipo de gente: religiosos, não religiosos, moralistas,

libertinos, fracassados, desmoralizados — não importa. Não

adoto o estilo de vida deles. Mantenho meu comportamento

baseado em Cristo, mas entrei no mundo deles e compartilhei

da realidade deles. Tornei- me servo em minha tentativa de

levar alguns dos que eu encontrei pelo caminho para uma vida

salva por Deus. Fiz tudo por causa da Mensagem. Eu não

queria apenas falar dela: eu queria estar nela!”

Desejamos realmente tocar a vida de alguém para ligá-lo ao Pai e transformá-lo.

Ao alcançar as pessoas Jesus as acolhia, ouvia suas dores, tratava seu egoísmo e

dava a elas uma nova razão para viver.

Aqueles que se juntaram ao seu ministério - e foram mais de quinhentos - Jesus

lhes trazia uma formação espiritual mais intensa, capaz de mudar suas vidas,

aproximando-os de Deus. Cada uma daquelas pessoas aprendia a expressar sua

devoção das mais diversas formas. Algumas pessoas juntaram-se, formando o

grupo de 12 apóstolos por Ele escolhidos. Outras sustentavam financeiramente

seu ministério. Outras ainda apoiavam de diversas formas e supriam as

necessidades uns dos outros.

Essa é a obra que, mediante o Espírito Santo, na instrumentalidade da igreja,

Jesus continua fazendo: alcançar, acolher, formar e, como resultado, as pessoas

aprendem a servir umas às outras em suas expressões individuais.

A Cruz é o maior sinal do reino de Deus. Nela o maior de todos os seres veio

para tornar-se como o menor, indicando assim valores essenciais para o ser

humano e o mundo.

Na cruz o sinal opressor do reino de César foi transformado em sinal de

esperança e compromisso. Por isso, o sinal da cruz é tão essencial a nós e por

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essa razão é que nossos valores como igreja formam uma só figura, onde

demonstra nosso compromisso com a mensagem da Cruz e o anseio de:

“Viver, nos mover e existir como um sinal do Reino de Deus” para este mundo,

alcançando, acolhendo, formando e servindo.”

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Capítulo 3

Transformando a visão em História de vidas

Sinopse do Capítulo:

Uma vez que explicamos nossos compromissos, ênfases e valores,

descreveremos agora como esses ideais influenciarão a organização da

igreja e as equipes de voluntários.

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O trabalho voluntário irriga e movimenta igreja. Cada ministério e equipe de

serviço é essencial na formação do que chamamos de comunidade. Cada um

deles deve estar alinhado a esses quatro valores que nos caracterizam como

igreja. Assim, a ação de cada equipe tem por objetivo tornar a visão uma

realidade. Por isso dividimos esses quatro valores em 4 áreas de ação da igreja.

Primeira área de organização: O alcance.

É formada por ministérios ou ações cujo objetivo é alcançar o ser humano em

seu casulo pessoal a fim de contribuir com sua experiência de vida e salvação:

- Cursilho de cristandade

- Ação Social

- Retiros

- Eventos ( natal, páscoa, etc)

- Pequenos Grupos

Segunda área de organização: O acolhimento.

Essa área diz respeito aos ministérios ou ações cujo objetivo é acolher pessoas,

ajudando-as a fazer parte da comunidade.

- Integração.

- Pequenos Grupos.

- Recepção.

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Terceira área de organização: A formação Cristã.

É formada por ministérios ou ações cujo objetivo é formar Cristo no indivíduo.

- Vida Nova (base Cristã).

- Mentoria.

- Instituto Bíblico Para a Vida Cristã.

- Retiros de Formação

- Cultos de Ensino

- Pequenos Grupos

Quarta área de organização: O serviço e a expressão pessoal.

Os ministérios desta área tem o objetivo de dar suporte aos ministérios e aos

voluntários, facilitando o envolvimento de cada um em áreas onde possam

contribuir de acordo com suas competências e dons.

- Equipe de gestão.

As ações de Unificação

Há também na organização da comunidade três grupos cujo objetivo é facilitar a

integração de todos, dar unidade e harmonia a todas as ações e atividades da

igreja. São Equipes de suporte.

Equipe de comunicação.

Oxigena a comunidade de informações, ajudando os ministérios a

alcançar os membros da igreja.

Movida (equipe de estrutura de eventos).

Ajuda na orientação e estruturação de eventos dos ministérios e da igreja

como um todo.

Equipe de gestão

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Sentidos para a Vida – Reflexões sobre a identidade e visão da Igreja Cristã Vida

Novamente citamos essa equipe porque forma um bloco que unifica.

Tem o objetivo de dar suporte os ministérios no sentido de sua

organização e compreensão dos valores da igreja.

Conclusão:

Chegamos ao final de nossa jornada, cujo objetivo foi esclarecer um pouco da

identidade e visão de nossa comunidade.

Podemos resumir tudo em uma só expressão:

Caminho 4-5-4

O Caminho 4-5-4

Resumimos nossa filosofia de Ministério através da sigla " Caminho 4-5-4", onde temos Quatro compromissos, Cinco ênfases e Quatro valores, a saber:

Os 4 compromissos:

Estamos comprometidos com quatro alvos na formação da comunidade:

Consciência: Temos compromisso de buscar compreender o sentido do cristianismo para nossa geração a fim de formar a consciência cristã em nossas ovelhas,.

Formação: Temos o compromisso de formar espiritualmente os membros de nossa comunidade, na busca da identificação com Cristo..

Cultura: Temos o compromisso de associar a Bíblia com a cultura contemporânea a fim de melhor compreender ambas.

Fluidez: Temos o compromisso de desenvolver uma comunicação fácil e leve com as pessoas que estão fora da igreja.

As 5 ênfases:

Todas as ações, estudos e ministrações da Palavra entre nós visa

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Buscar o sentido da relação entre o humano e o divino.

Ter sensibilidade para com o mundo.

Ser um sinal de Deus.

Ter compromisso com os valores do Reino.

Guiar-nos pelo sentido da cruz de Cristo.

Os 4 valores:

Faremos tudo o que foi descrito acima, baseados em quatro valores

Alcançar o ser humano em sua solidão.

Acolher a todos.

Formar Cristo na vida de todos

Servir. Oferecer oportunidade a todos para seu desenvolvimento pessoal.

Esperamos que tenha entendido e apreciado nossos ideais e a forma como estamos nos organizando para servir com excelência a Deus, exercendo o ministério mais belo que Jesus instruiu: Amar a Deus servindo a igreja e ao mundo.

Junte-se a nós.

Igreja Cristã Vida

Rua Jornalista César Magalhães, 380 – Guararapes – Fortaleza – CE - CEP

60.810-140 - Fone+55 (85) 3044 4077

Email: [email protected]

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