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INTRODUÇÃO

l SOCIOLOGIA

Embora se empregue indistintamente Sociologia Aplicada ao Direito, Socio-logia do Direito e Sociologia Jurídica, sempre demos preferência à primeira por setratar de designação mais precisa, salientando a independência - conceptual emetodológica - da Sociologia. Na prática, acabamos usando as três denomina-ções, inclusive em aulas, títulos de livro e epigrafando trabalhos.

Nosso empenho nesse campo tem sido o de estabelecer distinção entre o ap-proach sociológico e o jurídico. Entretanto não excluímos a contribuição da ópticadas outras Ciências Sociais, notadamente da História, da Política, da Economia,da Antropologia e da Psicologia Social. Não acalentamos, porém, a pretensão sin-tetizadora de Weber, Parsons ou Luhmann.

O Estudo do Direito embasa-se nas normas que regem a sociedade, enquantoa Sociologia Jurídica volta-se para o direito como fato social e para o social comogenetriz das normas que sobre ele exercem controle.

A Sociologia Geral estuda o fato social em sua natureza, isto é, as estruturassociais, o comportamento social e as variações das sociedades, suas formas e seusfatores.

No domínio aplicado, à Sociologia cabe formular explicações sobre proces-sos sociais que exigem tratamento peculiar e combinação entre indução e prática.Tem ela o atributo de estudar a natureza e as significações da organização sócio-cultural em sua história, e de analisar as regularidades tendenciais, disnornias efundamentos das mudanças sociais.

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L8 SOCIOLOGIA APLICADA AO DIREITO

À interferência que a realidade humana exerce na Sociologia Aplicada acres-ce a dimensão geotemporal de uma sociedade em mudança. Se o homem temconsciência da educação, da economia, da política, da moral, da justiça e do direi-to, a pragmatização desses conceitos - imersa no relativo - exige, a cada passo,inova definição. É o ponto em que a Filosofia parece digladiar-se com a Sociologia.' Enquanto aquela se atém ao "imperativo categórico" ou à ideia (noumenon), visaesta à caracterização do fenómeno (phainoumenon).

A Sociologia Aplicada volta-se para campos do conhecimento - em suas pe-culiaridades como fatos sociais - que foram e continuam sendo objeto tanto daFilosofia quanto de outras ciências. Assim, verifica-se não só um entrecruzar-se decampos, mas uma diversificação de métodos.

Entretanto, as relações sociais, no domínio humano, são dotadas de um con-teúdo cultural que se manifesta como conhecimento, religião, política, economia,arte, literatura, direito e outros. O fato social, portanto, pode ser estudado emqualquer uma dessas manifestações.

A preocupação de objetividade não pode sobrepor-se à inquestionável reali-dade de ser o cientista social uma pessoa, isto é, um ser configurado geotemporal,psicossocial e socioculturalmente.

Propondo-nos estudar fenómenos sociais jurídicos, selecionamos temas docampo sistemático, pautados pelas preocupações atuais.

2 CIÊNCIAS SOCIAIS

De fundamental importância é observar que as ciências sociais - a Sociologiadesde seu nascedouro - sempre acalentaram a pretensão de estabelecer leis. Tra-ta-se, evidentemente, de meta que algumas vezes pode ser atingida. No entanto,deparam com o problema da diversidade de configurações sociais. As ciênciasbiológicas e matemáticas têm o objeto definido no ciclo integral de observação,bem como a possibilidade de prever a ocorrência de um fenómeno. Note-se que aaparência aleatória dos fenómenos ou a dificuldade de captar simetrias onde osgraus de variabilidade são múltiplos não excluem a existência de leis da natureza.Nas ciências sociais, as dificuldades são maiores. Elas atingem verdades cuja vali-dade atinge a configuração pesquisada. No que respeita a configurações simila-res, vigora a probabilidade.

Denomina-se teoria a verdade constatada, mas para constituir lei strictusensu seria necessário universalizar-se. Então, multiplicam-se as pesquisas a fimde constatar a possibilidade de estender o resultado a novos e mais amplos parâ-metros.

As ciências sociais, então, analisam fenómenos sociais, inserem-nos na tessi-tura que lhes é própria e apontam-lhes as regularídades tendenciais. Quanto à So-

INTRODUCÂO 19

ciologia, a preocupação focal é o estudo das mudanças sociais, de modo especialas estruturais e as que implicam transformações culturais, sempre observando aconfiguração espacial e temporal.

A íiociologia desenvolve-se conjugada com ajiistória. Esta ciência visa à re-construção dos fatos com os fatores que interferiram em sua ocorrência e as cir-cunstâncias que concorreram para que eles se verificassem.

No presente livro, fizemos reconstruções históricas, conforme o tema tratadono capítulo. Não se deve estranhar termos efetuado retrocessões, pois o objetivofoi melhor configurar o fenómeno.

3 POLÍTICA E ESTADO

Estado e organização política são fenómenos por vezes considerados iguaise, por vezes, distintos. Isso se deve a conclusões de trabalhos antropológicos denatureza monográfica, singulares, justapostos ou adicionados.

Os que confundem Estado e organização política encontram respaldo emAristóteles que "encara o homem como um ser naturalmente político e identifica oEstado com o agrupamento social que, abrangendo todos os outros e ultrapassan-do-os em capacidade, pode existir definitivamente por si mesmo" (Balandier,1969:25). Aliás, Platão referia-se também ao Estado como uma unidade comuni-tária, verdadeira e integral. Outrossim, esse modo de pensar leva à consideraçãode que as instituições políticas garantem tanto a manutenção quanto o sentidoda sociedade total. Epicuro considerava o Estado e a sociedade instituições con-vencionais, que se baseavam em um acordo e nos quais os homens garantem apaz, a proteção e o proveito, na mesma proporção em que recebem dos outros es-ses mesmos benefícios.

Os que distinguem Estado de organização política partem da constatação denão exístir^governo em jodas^as sociedades primitivas,. Tanto Malinowski quantoRadcliffe-Brown relatam a inexistência de grupos políticos e governo nos povospor eles estudados. Cabe-nos, no entanto, observar que as conclusões de ambosaplicam-se diretamente aos povos pesquisados, não a todos. A bem da verdade,nem eles pretenderam generalização indevida. Por outro lado, não poderíamosesperar que as sociedades primitivas contassem com instituições políticas nosmoldes do Estado moderno.

'•'-? Max_Weber considera o Estado urnas das manifestações históricas da políti-ca, que lhe é anterior. E possível assinalar um limite: onde termina o parentescocomeça a política.

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20 SOCIOLOGIA APLICADA AO DIREITO

4 PODER E LEGITIMIDADE

Importa, também, caracterizar dois conceitos: poder e legitimidade. Poder,segundo Max Weber, é imposição de vontade, como analisaremos mais adiante.Quanto à legitimidade, apresenta a tipologia: costume, carisma e lei, ou seja, tradi-ção, emoção (colocada em virtudes excepcionais de um líder) e razão. Por outrolado, a legitimidade é, por vezes, tratada com uma extensão conceituai compro-metida com as oscilações e os interesses políticos.

5 DIREITO

Há que se considerar, no comportamento dos socíí, o direito que, no curso dahistória, pêndula entre concessão dos detentores do poder e respeito asseguradoàs pessoas.

Do primeiro quartel do século XVII aos albores do século XIX, preponderou,no mundo jurídico, a teoria do Direito Natural ou Jusnaturalismo. Norberto Bob-bio baliza o Jusnaturalismo por duas publicações:

a) De jure belli ac pacis de Hugo Grotius (1625) - o início;b) Ueber die wissenschaftlischen Behandlungsarten dês Naturrechts (Dos di-

versos modos de tratar cientificamente o direito natural) de WilhelmHegel (1802)-o final,

Entre os fenómenos que demarcaram o ocaso do Jusnaturalismo, o citadoautor aponta a criação das grandes codificações, o positivismo jurídico e o histori-cismo (ver Bobbio e Bovero, 1996:13 ss).

O itinerário percorrido pelo direito subjetivo, a partir de então, visando à ci-dadania, galgou três etapas de conquista, na seguinte ordem: direitos civis, direi-tos políticos e direitos sociais.

6 JUSTIÇA

A palawa;usnça^Maãl^É$íàite, provam de dois radicais indo-europeus,ye (= fórmula sagrada), í * Bestar empe). Dai associar-se justiça ao que é certo.

-'-.r- -.",iJi' te- -.,^-^-y j

_sía -t sfare (síáfflffl) -í-atalíõ^ tóa. ;ius + slièa staílivdiuâ daq sagrado, correto

INTRODUÇÃO 2]

7 SOBERANIA

Outro conceito que realçamos é o de soberania. Integra - como um de seuselementos essenciais - a definição de Estado. No entanto, compete ao Estado fa-zer com que seja respeitada e, portanto, defendê-la quando outros Estados pos-sam ameaçá-la. O Brasil tem sua soberania escudada nos 10 princípios constitu-cionais (art. 4a) que regem as relações internacionais:

I - independência nacional;II - prevalência dos direitos humanos;III - autodeterminação dos povos;IV - não-intervenção;V - igualdade entre os Estados;VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;Dí - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;X - concessão de asilo político.

^/Esses princípios decorrem dos objetivos fundamentais (art. 3a), <Lsaber: cons-truir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional;erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regio-nais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, ida-de e quaisquer outras formas de discriminação.

Propõe-se, outrossim, o Estado brasileiro a buscar a integração político-eco-nômica e sociocultural dos povos latino-americanos, visando à formação de umacomunidade. O Brasil estabeleceu essa meta que pretende atingir. Depende, con-tudo, de os outros Estados latino-americanos se disporem a isso.

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ío ProfessorPedldot:

P (31) 3201-6926FM: (31) 3228-7475