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1. VIGILÂNCIA AMBIENTAL E OS EVENTOS ADVERSOS Àprofessor-ruas.yolasite.com/resources/Aula_saude_1.pdf · direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais

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• 1. VIGILÂNCIA AMBIENTAL E OS EVENTOS ADVERSOS À

SAÚDE.

• Ementa provisória:

• Conceituações em saúde e ambiente. Marcos legais.

Modelos de atuação para a saúde ambiental. O ambiente e a

saúde humana. Risco e vulnerabilidade. Epidemiologia

ambiental. Ação primária em saúde ambiental e as doenças de

fatores biológicos e não biológicos.

• Objetivos

• Capacitar os(as) alunos(as) para a compreensão

epidemiológica da interface saúde e meio ambiente.

Igualmente para a compreensão e atuação no SINVAS.

• 1. VIGILÂNCIA AMBIENTAL E OS EVENTOS ADVERSOS À

SAÚDE.

• Avaliação

• Relatório preliminar das conclusões dos grupos que

analisarão temas específicos.

• Referências

• 1. Câmara, V. M. de. Epidemiologia e ambiente. In: Medronho

et al. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 2009.

• 2. Saúde e Ambiente. Cadernos de Saúde Coletiva. Volume

XIII – Número 1 – Jan – Mar, 2005.

• Conceituações em saúde e ambiente

A Constituição Brasileira define no artigo 196: “saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.”

• Conceituações em saúde e ambiente

Em 1990 foi promulgada a lei 8080 que normatizou o dever do Estado: “ a saúde tem fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do País.”

O conceito apresentado pela OMS até os dias de hoje, é o ponto de partida: “ saúde é o estado de completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença”. Foi cunhado pelo croata sanitarista Andrija Stampar e adotado pela Organização em 1946.

• Conceituações em saúde e ambiente

• Outros autores como Forattini, 1992 abordam a saúde numa vertente ecológica, declarando que deve haver um gradiente de desabilidade biológica, fisiológica e, portanto, ecológica.

• Saúde assim é a perfeita e contínua adaptação do organismo ao seu ambiente”, conceito atribuído a Wylie.

Na vertente cultural-social, discute-se que os estados de doença são definidos culturalmente.

O sentir-se doente é diferente do quadro patológico detalhado pela medicina científica.

• Criação do SINVAS

• Vigilância em Saúde é o conceito integrador no campo da

vigilância, entendida como modelo técnico-assistencial

inserido na Atenção à Saúde. Visa a organização e prática

das ações de vigilância epiemiológica geral e da promoção

da saúde em todos os níveis num determinado território.

Indica uma integração de ações de acompanhamento,

prevenção e promoção, separadas conceitualmente da

assistência, sendo complementar a esta para a integralidade

da atenção.

• Na VS, os campos de atuação dividem-se por

competências: sanitária, da saúde do trabalhador,

epidemiológica, ambiental em saúde. Está normatizada na

legislação do SUS, lei 8080, NOB SUS 96 e Normativa 01,

Portaria 1399/1999.

• Criação do SINVAS

• O MS apresentou pela FUNASA o Decreto n°

3.450(9/5/2000) que estabeleceu a competência institucional

da "gestão do sistema nacional de vigilância ambiental“. Em

2003 foi apresentada e passou a vigorar a estrutura do

SINVAS.

• Assim, a vigilância ambiental em saúde é um conjunto de

ações que proporciona o conhecimento e detecção de

mudança nos fatores determinantes e condicionantes do

meio ambiente que interferem na saúde humana, com a

finalidade de identificar as medidas de prevenção e controle

dos fatores de risco ambientais relacionados às doenças ou

outros agravos à saúde.

• Criação do SINVAS

• A atuação da VAS em todos os níveis de governo requer

articulação com diferentes atores institucionais e

comunitários para que as ações integradas sejam

implementadas, assegurando que os setores assumam suas

responsabilidades de atuar sobre os problemas de saúde e

ambiente em suas respectivas áreas.

• Criação do SINVAS • No âmbito do Ministério da Saúde, diversos órgãos e

instituições desenvolvem programas, projetos e ações

relacionados à saúde ambiental:

• a) FUNASA;

• b) Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA,

• c) Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ,

• d) Secretaria de Políticas de Saúde - SPS, do Ministério da

Saúde, Departamento de Ciência e Tecnologia; Departamento

de Ações Programáticas Estratégicas que coordena o Grupo

Técnico de Saúde do Trabalhador;

• e) Assessoria de Assuntos Internacionais – AISA.

• A estruturação e a operacionalização do SINVAS demanda

articulação com Ministério do Meio Ambiente, Ministério do

Trabalho, Ministério das Relações Exteriores, o Ministério do

Planejamento, outros órgãos e agências do Governo Federal.

• Criação do SINVAS •

• No âmbito do SUS, a FUNASA fomentará e apoiará a

estruturação da área de vigilância ambiental em saúde nas

Secretarias Estaduais de Saúde e nas Secretarias Municipais

de Saúde, por meio da Programação Pactuada Integrada de

• Epidemiologia e Controle de Doenças – PPI-ECD e de projetos

estruturantes com apoio financeiro do Projeto VIGISUS e

outras fontes de financiamento que venham a ser identificadas.

Estas relações estão delineadas no quadro a seguir:

• SANEAMENTO E SANEAMENTO BÁSICO

• Saneamento, segundo o manual de saneamento da FUNASA,

é um conjunto de medidas, visando preservar ou modificar as

condições do ambiente com a finalidade de prevenir doenças e

promover a saúde.

• Com este enfoque, tem os mesmos objetivos da Vigilância

Ambiental em Saúde, o de organizar a ação estatal para o

ambiente saudável.

• Diferencia-se como objetivo e prática, no modelo do

saneamento básico, definido como ações voltadas à qualidade da

água, do destino do esgoto e do lixo, ou resíduos sólidos.

• Ao assumir também ações comunitárias, o saneamento passa a

integrar a Promoção da Saúde.

Doenças infecciosas causadas pela falta de Saneamento

D o e n ç a A g e n te c a u s a d o r F o rm a d e c o n tá g io

A m e b ía se o u d ise n te ria a m e b ia n a

P ro to zo á rio E n ta m o e b a h is to ly tica In g e s tã o d e á g u a o u a lim e n to s co n ta m in a d o s p o r c is to s

A sca rid ía se o u lo m b rig a

N e m a tó id e A sca ris lu m b rico id e s In g e s tã o d e a g u a o u a lim e n to s co n ta m in a d o s p o r o vo s

A n c ilo s to m o se O vo d e N e ca to r a m e rica n u s e d o A n cy lo s to m a d u o d e n a le

A la rva p e n e tra n a p e le (p é s d e sca lço s ) o u o vo s p e la s m ã o s su ja s e m co n ta to co m a b o ca

C ó le ra B a c té ria V ib rio ch o le ra e In g e s tã o d e á g u a co n ta m in a d a

D ise n te ria b a c ila r B a c té ria S h ig e lla sp In g e s tã o d e á g u a , le ite e a lim e n to s co n ta m in a d o s

E sq u is to sso m o se A sq u e lm in to S ch is to sso m a m a n so n i In g e s tã o d e á g u a co n ta m in a d a , a tra vé s d a p e le

F e b re a m a re la V íru s F la v iv iru s sp P ica d a d o m o sq u ito A e d e s a e g yp ti

F e b re p a ra tifó id e B a c té ria s S a lm o n e lla p a ra typ h i, S . sch o ttm u e lle r i e S . h irsh je d i

In g e s tã o d e á g u a e a lim e n to s co n ta m in a d o s , e m o sca s ta m b é m p o d e m tra n sm itir

F e b re tifó id e B a c té ria S a lm o n e lla typ h i In g e s tã o d e á g u a e a lim e n to s co n ta m in a d o s

H e p a tite A V íru s d a H e p a tite A In g e s tã o d e a lim e n to s co n ta m in a d o s , co n ta to fe ca l -o ra l

M a lá ria P ro to zo á rio P la sm o d iu m ssp P ica d a d a fê m e a d o m o sq u ito A n o p h e le s sp

P e s te b u b ô n ica B a c té ria Y e rs in ia p e s tis P ica d a d e p u lg a s

P o lio m ie lite V íru s E n te ro v iru s C o n ta to fe ca l-o ra l, fa lta d e h ig ie n e

S a lm o n e lo se B a c té ria S a lm o n e lla sp A n im a is d o m é s tico s o u s ilve s tre s in fe c ta d o s

T e n ía se o u so litá r ia

P la te lm in to T a e n ia so liu m e T a e n ia sa g in a ta

In g e s tã o d e ca rn e d e p o rco e g a d o in fe c ta d o s

Doenças causadas pela falta de Saneamento

D o e n ç a A g e n te c a u s a d o r F o rm a d e c o n tá g io

A m e b ía se o u d ise n te ria a m e b ia n a

P ro to zo á rio E n ta m o e b a h is to ly tica In g e s tã o d e á g u a o u a lim e n to s co n ta m in a d o s p o r c is to s

A sca rid ía se o u lo m b rig a

N e m a tó id e A sca ris lu m b rico id e s In g e s tã o d e a g u a o u a lim e n to s co n ta m in a d o s p o r o vo s

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P o lio m ie lite V íru s E n te ro v iru s C o n ta to fe ca l-o ra l, fa lta d e h ig ie n e

S a lm o n e lo se B a c té ria S a lm o n e lla sp A n im a is d o m é s tico s o u s ilve s tre s in fe c ta d o s

T e n ía se o u so litá r ia

P la te lm in to T a e n ia so liu m e T a e n ia sa g in a ta

In g e s tã o d e ca rn e d e p o rco e g a d o in fe c ta d o s

• Modelos de atuação em saúde ambiental: da APS à APSA.

• O conceito de Atenção Primária foi desenvolvido na conferência da OMS de 1978 realizada em Alma Ata, Cazaquistão. A conferência salientou a importância da saúde para os povos:

“La Conferencia reitera firmemente que la salud, que es un estado de completo bienestar físico, mental y social, y no solamente la ausencia de afecciones o enfermedades, es un derecho humano fundamental, y que el logro del nivel de salud más alto posible es um objetivo social sumamente importante en todo el mundo, cuya realización requiere la intervención de otros muchos sectores sociales y económicos, además del sector de la salud”

A Atenção Primária em Saúde é a atenção essencial à saúde baseada em métodos e tecnologias científicas e socialmente aceitas acessíveis à todas as pessoas e famílias nas comunidades.

No Brasil e no SUS constituiu a base da rede de Atenção Básica e da ESF.

• Modelos de atuação em saúde ambiental: APS, Promoção da Saúde e APSA.

• Modelos de atuação em saúde ambiental: APS, Promoção da Saúde e APSA.

• A necessidade de ações intersetoriais e interdisciplinares para alcançar-se a saúde foi reforçada na Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa, Canadá, em 1986.

• Promoção à saúde é... :

• "...o processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo maior participação no controle desse processo. Para atingir um estado de completo bem-estar físico, mental e social, os indivíduos e grupos devem saber identificar aspirações, satisfazer necessidades e modificar favoravelmente o meio ambiente... Assim, a promoção à saúde não é responsabilidade exclusiva do setor da saúde, e vai para além de um estilo de vida saudável, na direção de um bem-estar global."

Modelos de atuação em saúde ambiental: APS, Promoção da Saúde e APSA.

Os principais determinantes a serem considerados para a promoção à saúde são (Carta de Ottawa):

Paz,

Habitação,

Educação,

Alimentação,

Renda,

Ecossistema saudável,

Recursos renováveis,

Justiça social;

Eqüidade.

• I. O que é a Atenção Primária Ambiental – APA - e qual sua relação com a APS?

• É um olhar sobre como o ambiente afeta a saúde e o desenvolvimento de um país e como a participação da comunidade pode resultar numa estratégia de APA com metodologia de EPS.

• A origem do conceito de APA provém de algumas vertentes:

• a. Atenção primaria á saúde, a partir do envolvimento crescente das comunidades com a sua própria saúde, visto anteriormente.

• b. Desenvolvimento rural integrado – DRI.

• A EPS e a Atenção Primária Ambiental – APA

• Definições

• A Conferência Pan-Americana sobre Saúde e Ambiente no Desenvolvimento Sustentável–COPASADHS (1995) e outros encontros posteriores definiram a APA como:

• “É uma estratégia de ação ambiental basicamente preventiva e participativa em nível local, que reconhece o direito do ser humano de viver em um ambiente saudável e adequado, e a ser informado sobre os risco do ambiente em relação à saúde, bem-estar e sobrevivência, ao mesmo tempo que define suas responsabilidades e deveres em relação á proteção, conservação e recuperação do ambiente e da saúde”.

A EPS e a Atenção Primária Ambiental – APA

• Objetivos.

• Enfatizando a revalorização do nível local, a APA procura a criação e a consolidação de um nível primário ambiental que permita fortalecer a gestão ambiental dos governos locais através do fortalecimento das comunidades no âmbito da sustentabilidade local, a fim de estabelecer um nível de gestão ambiental que inclua a todos os atores, em particular os governos municipais e a comunidade organizada.

• O objetivo geral é alcançar as melhores condições de saúde e qualidade de vida dos cidadãos, através da proteção do ambiente e do fortalecimento das comunidades no âmbito da sustentabilidade local. Para que isto seja alcançado, se propõe os seguintes objetivos específicos:

A EPS e a Atenção Primária Ambiental – APA

• a. Municípios saudáveis;

• b. Gestão ambiental local que inclua todos os atores locais;

• c. Fortalecer as comunidades para a sua sustentabilidade local;

• d. Formar lideranças ambientais;

• e. Interação entre o setor público e sociedade civil;

• c. Contribuir para que o Estado apoie as iniciativas locais e invista na proteção da saúde e meio ambiente.

A EPS e a Atenção Primária Ambiental – APA

• Princípios básicos

• Os princípios são mais amplos do que os da APS, estendo a ação para toda a sociedade:

• a. Participação da comunidade;

• b. Organização;

• c. Prevenção e proteção ambiental;

• d. Solidariedade e equidade;

• e. Integralidade;

• f. Diversidade.

A EPS e a Atenção Primária Ambiental – APA

• No Brasil, autores ligados ao CGVAM e universidades propuseram nos primeiros anos de vigência do SINVAS que a APA fosse estudada e adotada como modelo de promoção à saúde, de base comunitária, com a denominação de Atenção Primária em Saúde Ambiental.

• Segundo estes autores, a APA é uma estratégia promovida pelo setor saúde e o novo termo busca respeitar o setor saúde como promotor do processo e recoloca a saúde ambiental como o objeto agregador das ações no nível local.

• A estratégia da APSA no Brasil somente ganha sentido se visualizada como um componente da atenção básica. Afinal, seus princípios focalizam o papel do nível local na construção de espaços saudáveis.

• APA e APSA

O ambiente na tríade epidemiológica clássica mostrada abaixo é algo externo. Nossas sociedades, de modelo ocidental mantém uma macrocultura, ou cosmologia de supremacia cultural sobre a natureza. Autores como Phillipe Descolá chamam de naturalística, porque assumem a superioridade humana sobre o natural, colocando o homem acima da natureza.

Por outro lado entender a relação ambiente-saúde é reconhecer a participação humana do ambiente e dos ecossistemas.

• Ambiente e seres humanos

• Ambiente e seres humanos

Ambiente

Agente Hospedeiro

Na relação saúde e ambiente, alterações ambientais são

modificações dos fatores ambientais, físicos, biológicos ou sociais

que favorecem ou provocam as doenças.

• Ambiente e seres humanos

• A relação das sociedades e culturas com o ambiente é de

separação e superioridade, na macrocultura ou cosmologia

ocidental, dita naturalística. A integração cultura-natureza

aparece contudo nas cosmologias ocidentais.

• Pela separação cultura-natureza, tudo que é externo às

pessoas é “ambiental” e a ser conquistado ou temido.

• Apesar da cosmologia ocidental, a interação humano-

ecossistemas é constante e uma relativização desta

cosmologia é fundamental.

• O ambiente e suas interações reúne fatores determinantes do

processo saúde-doença.

• Ambiente e seres humanos

• Pode-se distinguir um macro – ambiente, o entorno das

pessoas e um micro-ambiente, o ambiente doméstico, onde

elas moram.

• Componentes:

• FÍSICOS: ar, água, solo, habitações, clima, biótopo, relevo, etc.

• BIOLÓGICOS: , agentes microbianos, fungos, fauna e flora,

população humana.

• SOCIAIS E CULTURAIS: estrutura da sociedade, valores culturais.

• Risco e vulnerabilidade

• A concepção de risco é fundamental para a epidemiologia ambiental. • 1. Numa metodologia indutiva, o risco apresenta-se como a probabilidade de ocorrência. • O risco epidemiológico ou populacional é expresso pela incidência em taxas e coeficientes. • O risco epidemiológico é a probabilidade de um evento mórbido ocorrer no período seguinte ao da constatação, dadas as mesmas condições ambientais. • 2. Numa metodologia dedutiva, o risco apresenta-se como estrutural, ambiental. Deriva da exposição e efeitos conhecidos (ver tabela 30.6).

• Risco e vulnerabilidade

• Para Ulrich Beck a sociedade de classes agora é uma Sociedade de Risco. • Para Beck, na atual fase de modernidade tardia, a produção

social de riqueza é acompanhada da produção social de riscos. Modernização significa o salto tecnológico de racionalização e transformação do trabalho e organização.

• A reboque das forças produtivas crescentes no processo de modernização, são desencadeados riscos numa medida desconhecida.

• Convergem as situações e conflitos sociais de uma sociedade que distribui riqueza com os de uma sociedade que distribui riscos.

• A lógica da distribuição de riqueza e dos riscos (U.

Beck)

• A arquitetura social e dinâmica política desta ameaça

civilizatória pode ser explicada em 5 pontos:

•i) Riscos produzidos no estágio avançado de desenvolvimento

das forças produtivas diferenciam-se das riquezas. Provocam

danos irreversíveis, permanecem invisíveis, baseiam-se em

interpretações, apresentam-se no conhecimento científico ou

leigo, estão abertos a processos sociais de definição.

•ii) Com a distribuição e incremento dos riscos surgem situações

sociais de ameaça. Inicialmente seguem a lógica da sociedade de

classe, acumulando-se nos patamares de baixo. Após, ocorre o

efeito bumerangue, alcançando aqueles que os produziram,

invertendo a lógica de classes.

• A lógica da distribuição de riqueza e dos riscos (U. Beck)

• iii) Mantém-se a lógica capitalista porque os riscos são

colocados no mercado. Representam necessidades sem fundo.

• iv) Ao contrário das riquezas que podem ser possuídas, os

riscos afetam e são atribuídos. A consciência de classe é

determinada pela existência, mas nas ameaças, a consciência

determina a existência. O potencial político tem que ser

analisado numa sociologia do surgimento e disseminação do

conhecimento sobre os riscos.

• V) O reconhecimento social dos riscos torna o que era apolítico

em político, viabilizado no “combate às causas”. Isto gera

modificações industriais e modificações no mercado. Disputa-

se o efeito direto e os efeitos colaterais resultantes.

Estabelece-se um potencial político das catástrofes. Sua

prevenção e manejo podem acabar envolvendo uma

reorganização do poder e responsabilidade. A sociedade de

riscos é catastrófica. O estado de exceção ameaça converter-

se em normalidade.

• Risco e vulnerabilidade

• Vulnerabilidade é uma condição social ou cultural de incapacidade de opor-se aos riscos epidemiológicos ou ambientais. • Assim é uma concepção qualitativa, depende de pesquisas de caráter social/cultural (antropológica). • Indicadores de vulnerabilidade são categorizações desta condição e apresentam-se como índices. Partem de concepção quali-quantitativa. • Um exemplo deste tipo de indicador é o índice de Gini.

• Epidemiologia ambiental e sua aplicação.

• A EA ocupa-se dos estudo dos fatores ambientais que determinam a distribuição e as causas dos efeitos adversos à saúde, doenças e agravos. • Estes fatores são de risco e podem ser gerais ou localizados. • Um fator geral é o efeito estufa. A quem atinge, como o conhecimento deste risco se apresenta na sociedade? • Ao compararmos o efeito estufa com os desastres por deslizamentos de ocupações em encostas de morros. Qual a diferença na percepção e ações sociais em vista deste risco? • Ulrich Beck desenvoveu a teoria da Sociedade de Risco, em que analisa como a concepção de risco transita na sociedade, quais os fatores envolvidos.

• Poluição química.

• A poluição química e as ações para compreensão e ação, relacionam-se com a percepção do ambiente saudável. • Autores da psicologia ambiental, como Wiesenfeld (1995) relacionam a qualidade ambiental com qualidade de vida: • " qualidade ambiental é um termo complexo e multidimensional que engloba os diferentes componentes da avaliação ambiental. Baseia-se em noções extraídas das referências pessoais do indivíduo e para cada classe de edificações ambientais, (residências, oficinas, escolas) com o que se obtêm os elementos salientes do contructo para cada dimensão e se adquire uma informação completa sobre o indicadores objetivos e subjetivos da qualidade ambiental"

• Poluição química.

• A EA na relação com os riscos estruturais ou ambientais, deve

trabalhar na questão da poluição química, partindo de várias

concepções da ecotoxicologia apresentadas a seguir.

• Emissão, do poluente;

• Dispersão, no meio ambiente;

• Imissão, de origem alemão, as concentrações ambientais;

• Efeitos, do poluente na saúde ambiental.

• Cada um destes aspectos deve ser estudado em termos de

avaliação:

• Avaliação da exposição;

• Avaliação dos efeitos à saúde;

• Monitoramento dos efeitos da exposição.

• Indicadores de Saúde Ambiental

• Indicadores de Saúde Ambiental devem ser expressões da

relação entre ambiente e saúde passíveis de utilização na

avaliação, montoramento e gestão das políticas de saúde.

Devem facilitar a interpretação destes contextos.

• Para a Epidemiologia Ambiental e a sua interface com a

Promoção da Saúde, os indicadores importantes não são

necessariamente epidemiológicos clássicos como taxas e

coeficientes.

• Indicadores de Saúde Ambiental

• Os indicadores devem expressar modificações nos estágios

fundamentais no processo saúde-ambiente como os seguintes:

• Forças motrizes : fatores que motivam e pressionam os

processos ambientais envolvidos, incluindo indicadores que

expressem desenvolvimento econômico, desenvolvimento

tecnológico, crescimento populacional etc.

• Pressão: com indicadores de ocupação humana e exploração

do ambiente, incluindo o lançamento de poluentes no

ambiente.

• Estado: com indicadores de modificações ambientais

causadas pelas pressões. Estas variam de magnitude e

território, incluindo perigos naturais, erosão do solo,

disponibilidade e qualidade dos recursos naturais

(biodiversidade, fertilidade dos solo etc.) e níveis de poluição

(qualidade do ar, dos solos, da água).

• Indicadores de Saúde Ambiental

• Exposição: interseção entre as pessoas e os perigos

existentes no ambiente;

• Efeitos: repercussões adversas à saúde podem variar em tipo,

• intensidade e magnitude; inlclui os indicadores epidemiológicos

clássicos, incidência, prevalência, coeficientes de mortalidade,

etc.

• Ações: indicadores de promoção destinada à preven~ção

específica e melhoria da qualidade de vida.

• Indicadores quantitiativos de efeitos da poluição química. •

• a) NOEL - Nível de Efeito não Observado;

• b) NOAEL - Nível de Efeito Adverso não Observado;

• c) LOEL - Menor Nível de Efeito Observado

• d) LOAEL - Menor Nível de Efeito Adverso Observado

• e) CER - Concentração do efluente no rio

• f) CE50 = Concentração efetiva mediana.

• g) CENO - Concentração do efeito não observado.

• Desenhos de estudos em Epidemiolgia Ambiental

• Estudos epidemiológicos na EA podem ser levantamentos,

investigações ou estudos acadêmicos mais complexos,

desenvolvidos pela Vigilância Epidemiológica Ambiental ou

universidades.

• Os estudos são comumente divididos em descritivos ou

analíticos.

• Enquanto os descritivos cumprem a fase descritiva da

epidemiologia, organizando as variáveis tempo, lugar e pessoa,

os analíticos avaliam a causalidade derivada da observação ou

experimento, sendo observacionais ou experimentais.

• Epidemiologia Ambiental e avaliação de risco.

• É fundamental que se aprofunde o conhecimento dos limites

toleráveis com relação aos componentes ambientais

agressivos à saúde.

• Consiste em fases como a identificação do perigo, avaliaçáo

da relação entre a dose de exposição e.incidência de efeitos

danosos, do tipo de exposição existente e a caracterização do

risco. Após serão medidas de intervenção para prevenção e

controle:

• Identificação do perigo;

• Avaliação da dose-resposta

• Avaliação da exposição

• Caracterização do risco

• Estudo de casos: cidade dos meninos

• Acidentes de grandes proporções têm aguçado o interesse

público na proteção das comunidades. Dentre os desastres

ecológicos de grandes proporções, pode-se assinalar a

• contaminação de Seveso, Itália, por dioxina; o acidente da Baía

de Minamata, Japão, por Hg; a contaminação de rios

amazônicos por metais pesados como Hg, Cd e Pb, entre

• outros; as contaminações em Michigan, nos EUA, e em

Formosa, na China, por bifenilas poli-halogenadas (PCBs); e

no Brasil, a ampla contaminação da 'Cidade dos Meninos' - no

• bairro de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, por toneladas de

hexaclorociclohexano técnico.

• Estudo de casos: cidade dos meninos • A área denominada Cidade dos Meninos localiza-se em

Duque de Caxias – RJ, num terreno de cerca de 19,4 milhões

m2, cortado por uma estrada principal de terra – estrada da

Camboaba. Desde a década de 40, funcionava nesse terreno o

Centro de Promoção Social Abrigo Cristo Redentor, que era

mantido pela Legião Brasileira de Assistência Social (LBA). No

Centro, eram promovidas atividades educacionais e

profissionalizantes em um complexo de internatos voltados

para menores carentes de 3 a 18 anos de idade.

• Além do Centro, a partir de 1947, a área passou a albergar o

• Instituto de Malariologia, vinculado ao então Ministério da

Educação e Saúde, que coordenava a produção, no local, de

pesticidas organoclorados (principalmente o

hexaclorociclohexano – HCH para uso nacional, no controle de

endemias transmitidas por vetores da malária, febre amarela e

doença de Chagas e para exportação.

• Estudo de casos: cidade dos meninos • Em 1961, iniciou-se processo de desativação gradual da

fábrica, que culminou no encerramento defi nitivo das

atividades em 1965. A produção fabril remanescente, estimada

em cerca de 300 a 400 toneladas de pesticidas, porém sem

documentação comprobatória até a presente data, foi deixada

no local.

• O período de 1965 a 1989 foi marcado por uma escassez de

documentação sobre o uso das instalações da antiga fábrica, a

manipulação e o destino dos pesticidas que ficaram no local

após o encerramento das atividades ofi ciais do Instituto de

Malariologia.

• Por outro lado, as atividades do Centro de Promoção Social

mantiveram-se durante o período.

• Com a extinção da LBA, em 1995, a área e as atividades

sociais do local passaram a ser administradas pela Secretaria

de Estado de Assistência Social, vinculada ao Ministério da

Previdência e Assistência Social (SEAS/MPAS).

• Estudo de casos: cidade dos meninos • Hoje, a área tem uma população total de residentes de

aproximadamente 1.400 famílias, sendo que, destas, cerca de

1.000 correspondem a assentamentos de tamanho e histórico

diversos, além de configurarem-se áreas de invasão em vários

pontos das margens do terreno.

• O restante das famílias, cerca de 370, corresponde

principalmente aos funcionários da ativa e aposentados do

MPAS (ou de órgãos já extintos) e seus familiares, que residem

ao longo da estrada da Camboaba.

• Até agora, os estudos realizados consideraram esta última

como a população-alvo de investigações porque ela está mais

próxima, fisicamente, dos depósitos dos compostos químicos.

• Estudo de casos: cidade dos meninos

• O local onde funcionou a fábrica ocupava, até setembro de

2001, uma área cercada de aproximadamente 40.000 m2. Com

os achados dos estudos contratados pelo Ministério da Saúde

e realizados durante o ano de 2001, a cerca de isolamento foi

ampliada para incluir terrenos adjacentes à antiga fábrica, com

níveis elevados de resíduos organoclorados.

• Essa área é considerada o foco principal de contaminação e,

com os recentes resultados, passou para 70.000 m2.

• Estudo de casos: cidade dos meninos

• Os resíduos desse foco principal de contaminação foram

disseminados por via aérea, águas pluviais e, principalmente,

por meio do carregamento mecânico para utilização em aterros

e aplicação como agrotóxicos, segundo relatos de moradores.

• Esses são os focos secundários de contaminação e estão

distribuídos aleatoriamente pela região, sendo também objeto

de estudos recentemente realizados.

• O problema da contaminação ambiental e o seu potencial

risco à saúde humana ganharam evidência a partir de 1989,

quando a imprensa noticiou a venda dos pesticidas em feiras

livres de Duque de Caxias.

• Estudo de casos: benzenismo • O benzenismo foi identificado inicialmente em Cubatão e

posteriormente em outros polos industriais. Entre 1983-1995

mais de 1000 trabalhadores da siderúrgica em Cubatão foram

afastados do trabalho por alterações hematológicas

decorrentes do benzenismo.

• Diversos órgãos envolveram-se neste problema como

sindicatos, ONGs, Secretaria de Saúde, etc.

• O benzeno é carcinogênica. Causa anemia aplástica ou

leucemia. A neutropenia foi o indicador escolhido para a

avaliação da intoxicação. Permitiu monitorar indústrias de risco

para exposição ao benzeno e proteger a saúde dos

trabalhadores. O indicador foi inclusive escolhido por processo

participativo.

• Estudo de casos: benzenismo

• Em 1985 a vigilância epidemiológica realizou estudos de

prevalências de leucopenia e neutropenia na área da empresa

e demonstrou que nas atividades de maior exposição ao gás

de coqueria o número de caso era maior.

• Em outro momento foi realizado um estudo de coorte de 7

anos para identificar o tempo necessário para recuperação. Foi

determinado um temo mediano de 5 anos.

• Epidemiologia Ambiental e fatores de risco biológicos:

zoonoses, antroponoses, vetores e reservatórios

animais.

• Para a EA, a interface com as doenças infecciosas que são

zoonoses, vetoriais ou correlatas é clara: relacionam-se a

processos de desorganização ambiental de fundo antrópico.

• Neste sentido, as medidas de promoção encaminhadas pela

EA devem ser de recomposição e recuperação sanitária

ambiental rumo ao ambiente saudável.

• As sucessivas epidemias de dengue no Brasil representam a

situação mais emblemática da interface entre a EA e as

doenças infecciosas.

• Além da dengue, numerosas outras doenças infecciosas

apresentam a interface ambiental como a leptospirose. Outros

que poderiam ser citadas incluem a doença de Chagas,

esquistossomose, leishmaniose, etc.

Valas abertas: manancial contaminado, risco de leptospirose, criadouro de mosquitos urbanos e abrigo de roedores.

Alagados abandonados e poluídos: risco de esquistossomose.

Comunidades ribeirinhas sem sistemas de água e esgoto.

Lixão em Rio Grande Aterro em Panambi

Banhado do Azeite em Esteio, foco de esquistossomose. Notar a placa de advertência destruída.

• Situação comum no Rio Grande do Sul: alagados abandonados e poluídos com risco de esquistossomose.

• Valas abertas e mananciais costeiros poluídos com lixo e esgoto, com risco de transmissão de leptospirose.

• Lixões expostos

Risco de esquistossomose no RGS: Esteio. Notar a placa de advertência

destruída.

• Mananciais costeiros poluídos com lixo e esgoto, com risco de transmissão de leptospirose.

Risco de esquistossomose no RGS, município de Esteio. Notar a placa de

advertência destruída.

• Mananciais costeiros poluídos com lixo e esgoto, com risco de transmissão de leptospirose.

• Situação comum no RGS: valas abertas e mananciais costeiros poluídos com lixo e esgoto, com risco de transmissão de leptospirose.

• Exemplo 2: Esquistossomose. • Causa principal: presença de cercárias na

água; penetração cutânea;

• Causas predisponentes: manutenção do ciclo

fecal-aquático.

• Ações saneantes de maior impacto: educação

sanitária, instalação e uso de banheiros;

monitoramento participativo.

• Ação de baixo impacto: controle dos

planorbídeos.

• Estudos de casos: dengue • Tem sido observado um padrão sazonal de incidência

coincidente com o verão, devido à maior ocorrência de chuvas

e ao aumento da temperatura nessa estação. É mais comum

nos núcleos urbanos, onde é maior a quantidade de criadouros

naturais ou resultantes da ação do ser humano. Entretanto, a

doença pode ocorrer em qualquer localidade, desde que exista

população humana suscetível, presença do vetor e o vírus seja

introduzido.

• No Brasil há referências de epidemias desde o século XIX. No

século passado, há relatos em 1916, em São Paulo, e em

1923, em Niterói, no Rio de Janeiro, sem diagnóstico

laboratorial.

• A primeira epidemia, documentada clínica e laboratorialmente,

ocorreu em 1981-1982, em Boa Vista-RR, causada pelos

sorotipos 1 e 4.

• Estudos de casos: dengue •

• Em 1986, ocorreram epidemias, atingindo o Rio de Janeiro e

algumas capitais da região Nordeste. Desde então, a dengue

vem ocorrendo no Brasil de forma continuada, intercalando-se

com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas com a

introdução de novos sorotipos em áreas anteriormente indenes

ou alteração do sorotipo predominante.

• Na epidemia de 1986, identificou-se a ocorrência da

circulação do sorotipo DENV1, inicialmente no estado do Rio

de Janeiro, disseminando-se, a seguir, para outros seis

estados até 1990.

• Nesse ano, foi identificada a circulação de um novo sorotipo,

o DENV2, também no estado do Rio de Janeiro.

• Estudos de casos: dengue •

• Durante a década de 90, ocorreu um aumento significativo da

incidência, reflexo da ampla dispersão do A. aegypti no

território nacional. A presença do vetor associada à mobilidade

da população levou à disseminação dos sorotipos 1 e 2, para

20 dos 27 estados do país.

• Entre os anos de 1990 e 2000, várias epidemias foram

registradas, sobretudo nos grandes centros urbanos das

regiões Sudeste e Nordeste, responsáveis pela maior parte dos

casos notificados. As regiões Centro-oeste e Norte foram

acometidas mais tardiamente, pois as epidemias só foram

registradas a partir da segunda metade da década de 90.

• Leptospirose • A leptospirose apresenta distribuição universal. No Brasil, e

uma doenca endemica, tornando- se epidemica em periodos

chuvosos, principalmente nas capitais e áreas metropolitanas,

devido às enchentes associadas a aglomeração populacional

de baixa renda, às condições inadequadas de saneamento e a

alta infestação de roedores infectados.

• Algumas profissões facilitam o contato com as leptospiras,

como trabalhadores em limpeza e desentupimento de esgotos,

garis, catadores de lixo, agricultores, veterinários, tratadores de

• animais, pescadores, magarefes, laboratoristas, militares e

bombeiros, dentre outros.

• Contudo, no Brasil, a maior parte dos casos ainda ocorre

entre pessoas que habitam ou trabalham em locais com

infraestrutura sanitaria inadequada e expostos a urina de

roedores.

• Leptospirose • No período de 2004 a 2008, foram confirmados 17.416 casos

de leptospirose (media anual de 3.483 casos), variando entre

3.084 (2008) a 4.390 casos (2006).

• Nesse mesmo período, foram informados 1.856 obitos, com

media de 371 obitos/ano. A letalidade media no periodo foi de

10,6% e o coeficiente medio de incidência de 1,9/100.000 hab.

• Entre os casos 61% (10.617) ocorreram em área urbana, 19,9

% (3.464) em área rural e 19,1% (3.335) em área ignorada/nao

registrada.

• Do total de confirmados, 41% (7.141) ocorreram em situações

domiciliares; 21,9% (3.810), em situações de trabalho; 25%

(4.361) em situação ignorada / não registrada; 7,6% (1.332),

em situação de lazer; e 4,4% (772), em outras situações.

• Falta de saneamento e doenças associadas aos depósitos irregulares de lixo. Exemplo 1: Leptospirose.

• Causa principal: presença de leptospiras na água, liberadas por mamíferos

infectados, como os roedores; penetração cutânea; Causas predisponentes:

atividades humanas no ambiente contaminado; contato com a água parada;

• Ação saneante de maior impacto: eliminação de lixões; Ações

complementares: educação sanitária; saúde dos trabalhadores, equipamentos

de proteção individual.

• Elaboração de trabalho em grupo sobre as questões

de saúde desenvolvidas.