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1 Visão do TCE-RJ sobre contratos e convênios com foco na Portaria 358 do Ministério da Saúde.

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Visão do TCE-RJ sobre

contratos e convênios

com foco na Portaria 358

do Ministério da Saúde.

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Base Jurídica

• Constituição Federal

• Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa

privada.

• § 1º - As instituições privadas poderão participar de

forma complementar do sistema único de saúde,

segundo diretrizes deste, mediante contrato de

direito público ou convênio, tendo preferência as

entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

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Lei Federal n° 8.080/90:

• Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem

insuficientes para garantir a cobertura assistencial à

população de uma determinada área, o Sistema Único

de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados

pela iniciativa privada.

Parágrafo único. A participação complementar dos

serviços privados será formalizada mediante contrato

ou convênio, observadas, a respeito, as normas de

direito público.

• Art. 25. Na hipótese do artigo anterior,. as entidades

filantrópicas e as sem fins lucrativos terão preferência

para participar do Sistema Único de Saúde (SUS)

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Contratos x ConvêniosO problema terminológico. Importância da distinção.

Diferenças (Jorge Ulisses Jacoby Fernandes):

a) O termo de convênio deve ter utilização restrita aos

casos em que o interesse dos signatários seja

absolutamente concorrente – um objetivo comum -, ao

contrário do que ocorre no contrato, em que o interesse

dos que o firmam é diverso e contraposto;

b) por almejarem o mesmo objetivo, os signatários não

são, a rigor terminológico, partes, e não cobram taxa ou

remuneração entre si;

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c) no convênio descabe a aplicação de penalidade por

rescisão, bastando não haver mais interesse na sua

continuação, para que se promova sua denúncia;

d) não há amparo jurídico para o ajuste de convênios em

que a parte responsável pela execução dos serviços ou

obras possa subempreitar ou subcontratar totalmente a

execução do objeto, ficando com a taxa de

administração, sem ônus ou responsabilidades.

Contratos x ConvêniosO problema terminológico. Importância da distinção.

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Contrato administrativo (em sentido estrito):

existência do sinalagma, da “oposição vetorial de

vontades” (Floriano de Azevedo Marques Neto), de

que decorre a equivalência das prestações.

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Lei de Licitações (Lei 8.666/93)

Art. 2°-  As obras, serviços, inclusive de publicidade,

compras, alienações, concessões, permissões e

locações da Administração Pública, quando

contratadas com terceiros, serão necessariamente

precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses

previstas nesta Lei.

Parágrafo único.  Para os fins desta Lei, considera-se

contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou

entidades da Administração Pública e particulares, em

que haja um acordo de vontades para a formação de

vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja

qual for a denominação utilizada.

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Convênios: artigo 116 da Lei de Licitações: “Aplicam-se

as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios,

acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres

celebrados por órgãos e entidades da Administração”.

• Assim, o procedimento administrativo prévio à celebração

do convênio deve conter a razão da escolha da entidade

convenente (importância da sua reputação e experiência

na atividade), a justificativa dos valores (se for o caso) a

serem utilizados pela Administração Pública no Convênio

(art. 26, p. único, da Lei de Licitações), afora a

observância das numerosas regras trazidas pelos

parágrafos e incisos do artigo 116.

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Por exemplo, aprovação prévia do plano de trabalho

proposto pela organização interessada contendo:

• Identificação do objeto;

• Metas a serem atingidas;

• Plano de aplicação dos recursos financeiros;

• Cronograma de desembolso;

• Previsão de início e fim da execução do objeto, bem

como da conclusão das etapas pré-programadas,

etc...

(art. 116, § ú)

Convenente: obrigação de prestar contas.

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- O que importa, então, é perquirir, caso a caso , a

natureza do ajuste, independentemente da

nomenclatura que se lhe dê.

Não haveria qualquer empecilho, inclusive, à

celebração de convênio entre entidade com fins

lucrativos e o Poder Público.

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-O credenciamento (ou “chamada pública”).Hipótese de inexigibilidade de licitação (art. 25, LL).

Características (Jacoby):• 1) possibilidade de contratação de todos os que satisfaçam

as condições exigidas.

• 2) que a definição da demanda por contratado não seja feita pela Administração.

• 3) que o objeto satisfaça à Administração, desde que

executado na forma do edital (serviços em que as

diferenças entre os selecionados têm pouca relevância

para o interesse público, dado o nível técnico da atividade,

já bastante regulamentada ou de fácil verificação).

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4) que o preço de mercado seja razoavelmente

uniforme, e que a fixação prévia de valores seja mais

vantajosa para a Administração.

Lei n° 8.080/90:

Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de

serviços e os parâmetros de cobertura assistencial serão

estabelecidos pela direção nacional do Sistema Único

de Saúde (SUS), aprovados no Conselho Nacional de

Saúde.

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Contratação por dispensa de licitação:

• Art. 24.  É dispensável a licitação:

• XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida

regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino

ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição

dedicada à recuperação social do preso, desde que a

contratada detenha inquestionável reputação ético-

profissional e não tenha fins lucrativos;

• XXIV - para a celebração de contratos de prestação de

serviços com as organizações sociais, qualificadas no

âmbito das respectivas esferas de governo, para

atividades contempladas no contrato de gestão.

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Organizações sociais e contratos de gestão:

• Organizações Sociais: pessoas jurídicas de direito

privado, sem fins lucrativos, voltadas para atividades de

relevante valor social, criadas por iniciativa de

particulares segundo modelo previsto em lei,

reconhecidas, fiscalizadas e fomentadas pelo Estado.

• Título de organização social: conferido pelo Poder

Público em vista do atendimento de requisitos gerais de

constituição.

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,

• Maiores restrições e vigilância do Estado, porém,

maiores vantagens.

Contrato de gestão: o instrumento firmado entre o Poder

Público e a entidade qualificada como organização

social, com vistas à formação de parceria entre as

partes para fomento e execução de atividades relativas

às áreas relacionadas no art. 1° (ensino, pesquisa

científica, desenvolvimento tecnológico, preservação do

meio-ambiente, cultura e saúde (art. 5° da Lei

9.637/98).

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Portaria n° 358, de 22/02/2006 do Ministério da Saúde – Análise das suas normas à luz das premissas traçadas.

Art. 2°

§ 4º - A participação complementar no SUS dos serviços

privados de assistência à saúde será formalizada

mediante contrato ou convênio celebrado com o

município e/ou o estado, observadas as normas para

licitações e contratos da Administração Pública e o

disposto nesta Portaria.

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• Art. 3º Para fins do disposto nesta Portaria, será utilizado

o termo contratação de serviços para todo e qualquer

acordo firmado entre o Poder Público e o Setor Privado.

• § 1º Quando houver cooperação entre órgãos públicos de

níveis de governo diferentes, o instrumento utilizado será

o Termo de Cooperação entre entes Públicos.

• § 2º Para a complementaridade de serviços com o Setor

Privado serão utilizados os seguintes instrumentos:

• I - convênio para “empresas” filantrópicas ou sem fins

lucrativos;

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• II - contrato de gestão com organizações sociais, quando o objeto do contrato for a transferência de gestão de um órgão estatal; e

• III - contrato administrativo com empresas privadas de fins lucrativos, ou, em casos excepcionais, com filantrópicas e organizações sociais.

• Art. 4º Os serviços públicos de assistência à saúde sob gerência de um nível de governo e gestão de outro deverão ter instrumentos formalizados, considerando a legislação vigente.

• Parágrafo único. O documento de que trata este artigo, a ser firmado entre estados e municípios, deverá ser o Termo de Cooperação Entre Entes Públicos.

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• Art. 8º Nos casos em que as entidades filantrópicas e

as sem fins lucrativos não firmarem convênio com a

administração pública por não concordarem com os

termos do convênio ou com seus requisitos, essas

deixam de gozar do privilégio da preferência na

contratação, concorrendo com as demais empresas

no processo de licitação.

• Art. 9º Será firmado contrato de gestão com as

Organizações Sociais quando o objeto do contrato for

transferência da gerência de um órgão público para a

entidade conforme determinado pela Lei nº 9.637/98.

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• § 1º Quando o objeto for a contratação de serviços

prestados pela Organização Social o instrumento

será o contrato administrativo.

• § 2º A licitação será dispensável, conforme o inciso

XXIV, do art. 24 da Lei nº 8.666/93 para a

contratação de Organizações Sociais.

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• Art. 10º Nos contratos de gestão, nos convênios e nos

termos de cooperação entre entes públicos será exigida

a elaboração de um Plano Operativo, que é um

instrumento que define metas pactuadas e fluxo de

serviços.

• § 1º O Plano Operativo deverá ser elaborado também no

caso das instituições públicas para fins de organização

de rede e demonstração de capacidade instalada.

• § 2º As metas serão definidas pelo gestor em conjunto

com o prestador de acordo com as necessidades e

peculiaridades.

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• Art. 11º Esgotadas as possibilidades de realizar convênios

com as entidades filantrópicas e sem fins lucrativos, a

administração pública, com base na Lei de Licitações,

deverá realizar o certame licitatório para fins de

contratação de empresas privadas de fins lucrativos,

observados os casos de dispensa e inexigibilidade de

licitação.

• Parágrafo único. Nos casos em que as entidades

filantrópicas e as sem fins lucrativos não firmem convênio,

elas poderão concorrer em igualdade de condições com

as demais empresas no processo licitatório. Para esses

casos, o instrumento a ser firmado é o Contrato

Administrativo.

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FIM

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[email protected]