92
A Qualidade de Vida no Trabalho dentro de uma Instituição Financeira: Caixa Econômica Federal SIMONE DE LIMA ROSA YURI KURITA AYMOTO CORNÉLIO PROCÓPIO - PARANÁ 2012.

10-A Qualidade de Vida No Trabalho Dentro de Uma Instituicao Financeira

Embed Size (px)

Citation preview

  • A Qualidade de Vida no Trabalho dentro de uma

    Instituio Financeira: Caixa Econmica Federal

    SIMONE DE LIMA ROSA YURI KURITA AYMOTO

    CORNLIO PROCPIO - PARAN 2012.

  • SIMONE DE LIMA ROSA YURI KURITA AYMOTO

    A Qualidade de Vida no Trabalho dentro de uma

    Instituio Financeira: Caixa Econmica Federal

    CORNLIO PROCPIO - PARAN 2012.

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Curso de Administrao Universidade Estadual do Norte do Paran (UENP) / Campus Cornlio Procpio, como requisito parcial para obteno do grau de Bacharel em Administrao sob orientao do Professor Me. Srgio Roberto Ferreira.

  • DEDICATRIA

    Dedico este trabalho ao meu filho, Rafael, que apesar de sentir muito a minha

    ausncia, foi paciente para compreend-la e nunca negou um carinho quando mais

    precisei.

    Ao meu marido, Fernando, que me incentivou a iniciar e concluir o curso,

    estando ao meu lado em todos os momentos, se esforando e me auxiliando com os

    cuidados de nosso filho para que eu pudesse frequentar as aulas.

    Aos meus pais, Tomoyuki e Alice, que me deram os melhores ensinamentos

    da vida, sempre me apoiaram e fizeram tudo que estava ao alcance deles.

    Ao meu irmo, Mitsuo, que mesmo distante se faz presente e sempre me deu

    foras para seguir em frente.

    minha companheira de estudos e amiga, Simone, pela sua amizade ao

    longo desses quatro anos, pela sua dedicao e esforo em ficar acordada durante

    as madrugadas para que fosse possvel o desenvolvimento e concluso deste

    trabalho.

    YURI KURITA AYMOTO

    Dedico este trabalho a primeira amiga que fiz na faculdade, a primeira pessoa

    que conheci e que aos poucos se tornou uma das minhas melhores amigas, e de

    tanto me chamar de filha acabou tornando-se minha me, e que hoje minha

    dupla no Trabalho de Concluso de Curso. Obrigada Yuri por tantas madrugadas

    acordada em prol da realizao deste trabalho.

    SIMONE DE LIMA ROSA

  • AGRADECIMENTOS

    Primeiramente, agradecemos a Deus, o nico que digno de receber toda

    honra e toda glria, o autor de nossas vidas e a razo de tudo o que fazemos.

    Aos pais e familiares, que com todo amor e carinho nos proporcionaram essa

    oportunidade de um futuro melhor, que percebam hoje, em nossos atos, a nossa

    gratido por compreenderem as horas de ausncia.

    A gerncia e funcionrios da Caixa Econmica Federal de Cornlio Procpio,

    que abriram as portas para a realizao desta pesquisa, colaborando com tudo que

    lhes foi solicitado.

    A todos da Universidade Estadual do Norte Pioneiro, campus de Cornlio

    Procpio que, de maneira direta e indireta, tambm contriburam para a realizao

    desse sonho.

    Ao professor/orientador Me. Srgio Roberto Ferreira por ter compartilhado um

    pouco do seu conhecimento e sabedoria, pela sua competncia profissional na

    orientao fornecida e principalmente pela disponibilidade em nos auxiliar em todas

    as etapas e dvidas. Graas ao seu apoio, pudemos alcanar nosso objetivo

    principal: a formao acadmica. Que Deus abenoe todos os momentos de sua

    vida!

    Por fim, nosso sincero agradecimento aos professores, amigos e colegas, que

    estiveram presentes durante esses quatro anos e que nos deram foras nessa nova

    conquista.

  • Hoje, neste tempo que seu, o futuro est sendo plantado. As escolhas que voc

    procura, os amigos que voc cultiva, as leituras que voc faz, os valores que voc

    abraa, os amores que voc ama, tudo ser determinante para a colheita futura.

    PADRE FBIO DE MELO

  • ROSA, Simone de Lima; AYMOTO, Yuri Kurita. A Qualidade de Vida dentro de

    uma Instituio Financeira: Caixa Econmica Federal. 2012. 92 pginas.

    Trabalho de Concluso de Curso - Universidade Estadual do Norte do Paran

    UENP/Campus Cornlio Procpio, Cornlio Procpio, 2012.

    RESUMO

    Este trabalho demonstra a reao dos funcionrios em relao s prticas da qualidade de vida aplicadas dentro da instituio financeira em estudo, como uma forma de valorizao dos clientes internos, para que se sintam mais satisfeitos e comprometidos com a organizao que trabalham tornando-se um diferencial de desempenho dentro e fora da instituio. Apresentando as influncias que a prtica da Qualidade de Vida exerce sobre os funcionrios e quais so os principais fatores que os levam a automotivao, como a medicina e segurana do trabalho; treinamentos; os benefcios oferecidos pela empresa; as formas de comunicao existentes dentro da organizao, fazendo com que haja maior integrao entre funcionrios e dirigentes; elevando assim um melhor clima organizacional e gerando um maior nvel de satisfao dos funcionrios. Para medir esses fatores foi aplicado um questionrio dentro da instituio, que possibilitou a coleta de informaes necessrias apontando os pontos de satisfao e insatisfao ocorridos dentro da mesma.

    Palavras chave: Instituio Financeira; Qualidade de vida;

    Automotivao.

  • LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1 Pirmide de Maslow Hierarquia das necessidades...................... 18

    FIGURA 2 Postura correta para utilizar o computador...................................... 24

    FIGURA 3 Teoria matemtica da comunicao................................................ 35

    FIGURA 4 Ilustrao da primeira Caixa Econmica Federal............................ 44

    FIGURA 5 Ilustrao da atual fachada da Caixa Econmica Federal................

    46

  • LISTA DE QUADROS

    QUADRO 1 Interao entre mercado de trabalho e mercado de recursos humanos..............................................................................................

    33

    QUADRO 2 Significados dos 5S............................................................................. 37

    QUADRO 3 Perfil dos funcionrios.......................................................................... 49

    QUADRO 4 Motivao no Ambiente de Trabalho................................................... 55

    QUADRO 5 Clima Organizacional.......................................................................... 61

    QUADRO 6 Segurana do Trabalho....................................................................... 65

    QUADRO 7 Plano de Cargos e Salrios................................................................. 68

    QUADRO 8 Treinamentos....................................................................................... 70

    QUADRO 9 Comunicao....................................................................................... 73

    QUADRO 10 Atribuio de Notas.............................................................................. 75

  • LISTA DE GRFICOS

    GRFICO 1 - Percentuais do sexo dos entrevistados............................................. 48

    GRFICO 2 - Escolaridade...................................................................................... 48

    GRFICO 3 - Tempo de empresa............................................................................ 49

    GRFICO 4 - Importncia do salrio....................................................................... 50

    GRFICO 5 - Reconhecimento da mo obra........................................................... 51

    GRFICO 6 - Salrio de acordo com a tabela de mercado..................................... 52

    GRFICO 7 - Realizao profissional...................................................................... 53

    GRFICO 8 - Reconhecimento e valorizao dos funcionrios.............................. 53

    GRFICO 9 - Fatores que levam algum a se candidatar a uma vaga na Caixa.... 54

    GRFICO 10 - Realizao pessoal............................................................................ 55

    GRFICO 11 - Relacionamento entre superior imediato e os subordinados............. 57

    GRFICO 12 - Relacionamento entre os setores...................................................... 57

    GRFICO 13 - Satisfao profissional...................................................................... 58

    GRFICO 14 - Aceitao das sugestes pelo superior imediato.............................. 59

    GRFICO 15 - Relacionamento entre os funcionrios.............................................. 59

    GRFICO 16 - Competitividade exagerada............................................................... 60

    GRFICO 17 - Preocupao com acidentes de trabalho.......................................... 62

    GRFICO 18 - Cuidado satisfatrio com a sade do funcionrio.............................. 63

    GRFICO 19 - Boas instalaes fsicas.................................................................... 64

    GRFICO 20 - Programas de preveno de acidentes............................................. 65

    GRFICO 21 - Plano de cargos e salrios divulgados aos funcionrios................... 66

    GRFICO 22 - Benefcios.......................................................................................... 67

    GRFICO 23 - Treinamentos regulares..................................................................... 69

    GRFICO 24 - Treinamento suficiente...................................................................... 70

    GRFICO 25 - Divulgao dos relatrios de desempenho........................................ 71

    GRFICO 26 - Programa de ouvidoria...................................................................... 72

    GRFICO 27 - Sugestes e dicas aceitas................................................................. 73

    GRFICO 28 - Atribuio de notas........................................................................... 74

  • SUMRIO

    1 INTRODUO..................................................................................... 11

    1.1 APRESENTAO DO TEMA.............................................................. 12

    1.2 FORMULAO DO PROBLEMA........................................................ 12

    1.3 OBJETIVO DA PESQUISA.................................................................. 13

    1.3.1 Objetivo Geral.................................................................................... 13

    1.3.2 Objetivo Especfico........................................................................... 13

    1.4 JUSTIFICATIVA................................................................................... 13

    1.4.1 Terica................................................................................................ 13

    1.4.2 Prtica................................................................................................. 14

    2 FUNDAMENTAO TERICA.......................................................... 15

    2.1 MOTIVAO........................................................................................ 15

    2.2 QUALIDADE DE VIDA......................................................................... 19

    2.3 SEGURANA NO TRABALHO........................................................... 20

    2.3.1 Tipos de Acidente de Trabalho........................................................ 22

    2.3.1.1 Stress.................................................................................................. 22

    2.3.1.2 Alteraes no Sono............................................................................. 23

    2.3.1.3 Leso por Esforo Repetitivo (LER).................................................... 24

    2.4 CULTURA ORGAZNIZACIONAL......................................................... 25

    2.5 CLIMA ORGANZACIONAL.................................................................. 26

    2.6 TREINAMENTO.................................................................................. 27

    2.7 PLANOS DE CARGOS E SALRIOS................................................. 29

    2.8 ENDOMARKETING............................................................................. 30

    2.9 TURNOVER........................................................................................ 32

    2.10 COMUNICAO................................................................................. 35

    2.11 PROGRAMA 5S.................................................................................. 36

    3 METODOLOGIA................................................................................. 39

    3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA....................................................... 39

    3.1.1 Pesquisa Bibliogrfica..................................................................... 40

    3.1.2 Pesquisa Descritiva.......................................................................... 40

    3.1.3 Pesquisa Exploratria...................................................................... 41

    3.1.4 Pesquisa Qualitativa.......................................................................... 41

  • 3.1.5 Pesquisa Quantitativa....................................................................... 42

    3.2 COLETA DE DADOS.......................................................................... 42

    3.2.1 Seleo dos Entrevistados.............................................................. 43

    3.2.2 Populao.......................................................................................... 43

    3.2.3 Amostra.............................................................................................. 43

    3.2.4 Limitao de Estudo 44

    3.2.5 Histrico Da Empresa....................................................................... 44

    3.2.6 Misso............................................................................................... 46

    3.2.7 Valores Empresariais....................................................................... 46

    4 ANLISE DE DADOS, DESENVOLVIMENTO E RESULTADO........ 47

    4.1 ANLISE E INTERPRETAO DOS RESULTADOS........................ 47

    4.1.1 Perfil dos Entrevistados................................................................... 47

    4.1.2 A Opinio do Funcionrio................................................................. 50

    4.1.3 Com Relao Motivao no Ambiente de Trabalho.................... 50

    4.1.4 Com Relao ao Clima Organizacional........................................... 56

    4.1.5 Com Relao Segurana no Trabalho.......................................... 61

    4.1.6 Com Relao ao Plano de Cargos e Salrios.................................. 66

    4.1.7 Com Relao ao Treinamento.......................................................... 68

    4.1.8 Com Relao Comunicao 71

    4.1.9 Viso Geral Do Funcionrio Em Relao A Instituio.................. 74

    5 CONSIDERAES FINAIS................................................................. 77

    6 REFERNCIAS.................................................................................... 78

    7 APNDICE........................................................................................... 84

  • 11

    1 INTRODUO

    A finalidade do presente trabalho analisar as consequncias da gesto

    empresarial baseada na aplicao da Qualidade de Vida, tornando-se

    imprescindvel uma poltica de valorizao dos colaboradores que faa com

    que eles se sintam importantes no desempenho de seu papel e

    consequentemente se sintam mais motivados e dedicados em trabalhar na

    empresa.

    Para isso foi utilizada, como exemplo para o estudo de caso, a Caixa

    Econmica Federal de Cornlio Procpio.

    O trabalho composto por seis captulos, distribudos da seguinte forma:

    no primeiro captulo foram feitas as consideraes gerais, onde abordada a

    caracterizao da Qualidade de Vida Total e a situao problemtica que

    avaliar a qualidade de vida dos funcionrios e sua implementao na empresa

    escolhida. Os objetivos demonstram quais os caminhos e aes a serem

    realizados. E a justificativa apresenta a sua importncia.

    O segundo captulo apresenta a reviso terica, em que so estudados

    os principais conceitos de qualidade de vida, que so: motivao, segurana no

    trabalho, cultura organizacional, clima organizacional, treinamento, plano de

    cargos e salrios, endomarketing, turnover, comunicao e o programa 5S;

    cada um destes temas tem a finalidade de auxiliar no entendimento sobre o

    assunto abordado, explicando o que esta prtica de Qualidade de Vida Total,

    sua finalidade, funo e importncia.

    No terceiro captulo mostrado o mtodo utilizado, sendo a pesquisa

    bibliogrfica e a pesquisa quantitativa, permitindo visualizar a importncia da

    utilizao de meios para obteno de informaes, bem como o questionrio

    aplicado aos funcionrios da Caixa Econmica Federal, caracterizando a

    instituio em estudo, e apresentando um breve histrico do surgimento da

    empresa at os dias atuais.

    O quarto captulo apresenta a anlise e a interpretao dos resultados,

    apresentando os dados coletados atravs das respostas dos entrevistados,

    analisando qual o grau de satisfao da Qualidade de Vida e quais os

  • 12

    resultados e os benefcios que esta poltica de valorizao proporciona para os

    funcionrios e consequentemente para a empresa.

    No quinto captulo esto as consideraes finais, em que sero exibidos

    os resultados alcanados e as limitaes encontradas sobre o assunto

    abordado.

    Por fim, sero apresentadas as referncias utilizadas e os anexos que

    auxiliaram a concluir o objetivo deste trabalho.

    1.1 APRESENTAO DO TEMA

    A Qualidade de Vida no Trabalho dentro de uma Instituio Financeira:

    Caixa Econmica Federal.

    1.2 FORMULAO DO PROBLEMA

    Segundo Cavassani, Barbieri e Biazin (2006) presentemente as

    organizaes vivenciam um ambiente globalizado com muitas competies, e a

    procura por resultados transforma-se em um desafio, exigindo cada vez mais

    dos colaboradores. Corresponder s expectativas da organizao e ao mesmo

    tempo atingir a qualidade de vida o desafio do ser humano, que procura tudo

    que possa assegurar maior bem estar e a estabilidade fsica, psquica e social,

    para conquistar uma vida mais satisfatria.

    Ainda na viso dos autores a sade determinada por diversas

    condies ambientais, pelas condies da vida do prprio indivduo e pela

    harmonia entre elementos externos e internos do ser humano.

    Neste contexto, a qualidade de vida deve ser introduzida na

    organizao, local onde as pessoas passam grande parte do seu tempo. H

    concorrncia e exigncia no mercado, cada vez mais, devido velocidade das

    informaes produzidas por um mundo globalizado e pelos avanos da

  • 13

    tecnologia. A motivao e o comprometimento so essenciais para um bom

    profissional. Dessa forma caracteriza-se o problema deste trabalho:

    Como avaliar a qualidade de vida dos funcionrios da CAIXA

    ECONMICA FEDERAL, de Cornlio Procpio Paran?

    1.3 OBJETIVO DA PESQUISA

    1.3.1 Objetivo Geral

    Avaliar o grau de satisfao dos funcionrios da CAIXA na gesto da

    qualidade de vida.

    1.3.2 Objetivos Especficos

    - Caracterizar as aes desenvolvidas pela Instituio Financeira

    relacionadas promoo da qualidade de vida de seus funcionrios;

    - Elaborar pesquisa de satisfao dos funcionrios com relao

    qualidade de vida na Instituio Financeira;

    - Analisar o grau de satisfao dos funcionrios comparando com as

    aes da empresa;

    - Apresentar os resultados e propor melhorias na gesto praticada pela

    Caixa Econmica Federal.

    1.4 JUSTIFICATIVA

    1.4.1 Terica

    Segundo Fernandes et al. (2009) as empresas tem pesquisado o

    diferencial para se transformarem em mais competitivas e tambm os ajustes

  • 14

    necessrios diante s necessidades do ambiente organizacional. Diante disto,

    fala-se de qualidade de vida no trabalho como elemento essencial para o

    sucesso e expanso de uma empresa. A qualidade de vida no trabalho resulta

    de aes importantes, que envolvem aspectos profissionais, fsicos,

    emocionais, intelectuais, espirituais e sociais. Prticas imprprias dentro da

    organizao provocam um impacto prejudicial na sade emocional e fsica dos

    funcionrios e na sade financeira da empresa.

    E para Vasconcelos (2001, apud FERNANDES et al., 2009) a qualidade

    de vida no trabalho constitui-se em um fator determinante do desenvolvimento

    humano e profissional, pois nas organizaes que o cidado, trabalhador,

    encontra seu sucesso ou sua frustrao, circunstncias estas que interferem

    diretamente no seu bem estar, assim como no seu rendimento profissional e

    desempenho social.

    1.4.2 Prtica

    Segundo Fernandes et al. (2009) para se manter com estabilidade e

    lucratividade no mercado, tendo em vista a atual economia, no basta

    empresa atestar a qualidade dos fatores tcnicos do sistema de produo,

    preciso tambm fazer um investimento nas pessoas que esto atrs de tais

    processos. A realizao pessoal do funcionrio faz a diferena, pois o bem

    estar no trabalho no est isolado da vida do indivduo como um todo.

    Ainda para Fernandes et al. (2009) a implantao de um programa de

    QVT (Qualidade de Vida no Trabalho) pode modelar a cultura e o clima

    organizacional, mas s a construo de uma poltica no basta. preciso muito

    mais, que vir com o processo de implementao, o qual por sua vez,

    promover mudanas profundas de crenas, valores, mitos e ritos

    organizacionais que se constatam estagnados nas organizaes onde se

    afirmam antigos conceitos de que no se mudam as prticas sem a mudana

    de conscincia, ou seja, se for fazer diferente deve-se pensar diferente

    tambm.

  • 15

    2. FUNDAMENTAO TERICA

    Segundo Ettinger (2003) as organizaes usam do ser humano e da sua

    capacidade produtiva, para atingir suas metas e objetivos. Mas no devem se

    esquecer de que o homem como fator produo merece a mesma ateno de

    outros elementos essenciais da organizao. Cada ser humano tem sua

    prpria individualidade, anseios e ambies, temores e paixes. A maioria das

    pessoas que trabalham e dedicam a este, a maior parte de sua ateno e de

    seu tempo, e suas condutas pessoais, convivncia familiar e social influi

    constantemente na sua capacidade produtiva.

    Ainda para Ettinger (2003) preciso que as pessoas se sintam bem em

    seu ambiente de trabalho, tenham satisfao e motivao em faz-lo. A busca

    pela realizao pessoal atravs da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) deve

    ser um processo gradativo/progressivo e de interesse mtuo do funcionrio e

    do chefe organizacional.

    Nota-se que o chefe organizacional deve estar atento a possveis

    alteraes no comportamento da equipe, pois uma turma desmotivada pode

    ser sintomas de doenas em outras reas do empreendimento.

    2.1 MOTIVAO

    Segundo Bergamini et al. (2007) o elemento motivacional surgiu

    antes da Revoluo Industrial, onde a prtica de punies originalizando o

    medo generalizado, era a maneira de motivar os trabalhadores. Alm das

    punies psicolgicas, eram aplicadas as punies sob a forma de restries

    financeiras. Para a produtividade com nveis predeterminados, sustentava-se o

    uso do controle sobre os subordinados. O destaque dado s medidas de

    compensao pelo bom comportamento era to elevado que o contentamento

    capaz de ser conseguido pelo trabalho foi confundido com a prpria motivao

    para realiz-lo. Nesse ambiente de estmulo mxima produtividade, os

  • 16

    trabalhadores compreenderam que estavam expondo a sua prpria segurana.

    Poderiam ganhar um salrio maior, pois o incentivo econmico deveria se

    tornar um direto, e no uma recompensa. Os trabalhadores escolheram tomar

    atitudes que levassem limitao da produtividade, defendendo a sua

    estabilidade no emprego.

    Ainda na viso do autor supe-se que a melhor forma de motivar os

    funcionrios seria o destaque conduta social dos mesmos. As empresas

    comearam a fazer com que os funcionrios percebessem o seu valor e a sua

    influncia pessoal no trabalho. A ttica administrativa deveria estimular o

    reconhecimento da importncia da pessoa, alm de procurar o contentamento

    das suas necessidades sociais. Outra circunstncia de trabalho conduzia para

    a satisfao da pretenso natural dos trabalhadores para se acharem membro

    de um grupo social, sem esquecer-se do reconhecimento individual. Essas

    necessidades substituam o efeito das recompensas em dinheiro.

    Conforme Bergamini et al. (2007) aos supervisores caberia deixar clara a

    sua preocupao com as necessidades, os desejos e os problemas dos

    subordinados. Os subordinados continuaram a ser manipulados, mas de forma

    diferente. A partir de um novo modelo para conhecer o ser humano na situao

    de trabalho, passou-se a ser valorizado o aumento dos canais de comunicao.

    Os trabalhadores deveriam ter maior conhecimento em relao organizao,

    podendo expor suas opinies quanto s estratgias de produo e quanto aos

    procedimentos administrativos.

    A motivao resultado de atitudes de uma gesto de pessoas

    direcionada para a satisfao e bem estar de seus funcionrios, tendo por base

    as recompensas e benefcios - monetrios ou no - oferecidos aos empregados

    (NAKAMURA et al., 2005).

    Para Machado (2008) Algumas pessoas confundem Movimento com

    Motivao, apesar dos dois se completarem, isoladamente possuem efeitos

    inversos.

    Ainda na viso de Machado (2008) uma pessoa posta em movimento

    quando h um estimulo externo, ou seja, ela fez algo para evitar punies e/ ou

    ganhar recompensas, e o impulso inicial partiu de um terceiro no dela prpria.

  • 17

    Se a pessoa passa a agir por sua prpria iniciativa e impulsos internos, ento

    ela est motivada.

    Com a verdadeira motivao em cena, possvel transform-la em ao voluntria constante, direcionada a metas e objetivos com a ajuda de treinamentos e no h efeitos colaterais. J no movimento, se os estmulos cessarem ou no forem progressivos, tudo volta estaca zero, podendo at ficar pior do que estava antes, gerando insatisfao. Ento preciso cuidado e planejamento (MACHADO, 2008, p. 03).

    Segundo Rios (1999, p. 390)

    Motivar o ato de dar motivos; causar; despertar o interesse; estimular; incentivar; exposio de motivos; espcie de energia psicolgica ou tenso que pe em movimento o organismo humano, determinando um dado comportamento; ou processo de iniciao de uma ao consciente e voluntria.

    Quem motiva uma pessoa, ou seja, lhe causa incentivo, provoca nela

    boas vibraes, mudanas de temperamento, onde ela comea a agir em

    busca de novas possibilidades, de novas conquistas. Por isso uma das

    preocupaes constantes deve ser se precaver de situaes que possam

    desmotivar as pessoas (NAKAMURA et al., 2005).

    Maslow (1943, apud SABBAGH, 2010) criou uma diviso das

    necessidades humanas bsicas em categorias que se associam entre si em

    uma escala hierrquica, de forma que as necessidades do conjunto inferior

    devem estar satisfeitas para que as do conjunto superior se manifestem. Os

    grupos de necessidades de Maslow se classificam em: necessidades

    fisiolgicas, de segurana, sociais, de estima e necessidades de realizao,

    dispostas nesta ordem, de forma que as fisiolgicas se encontram na base e as

    de realizao, na parte superior. Conforme a figura abaixo.

    A figura 1 apresenta a classificao hierrquica das necessidades

    proposta por Maslow.

  • 18

    Figura 1: Pirmide de Maslow hierarquia das necessidades. Fonte: Por Daniel Portillo Serrano (2011) portaldomarketing.com.br/Artigos/Maslow

    Segundo Herzberg (1987, apud SABBAGH, 2010) existe dois tipos de

    fatores que afetam a satisfao e a insatisfao do homem no trabalho.

    Primeiro existem os fatores motivacionais, que podem conduzir satisfao, o

    segundo so os fatores higinicos, que simplesmente evitam a insatisfao. Os

    fatores motivacionais, intrnsecos ao trabalho, so: bem estar, reconhecimento,

    o prprio trabalho, responsabilidade e crescimento ou promoo. Os fatores

    higinicos englobam sistemas organizacionais e sua administrao,

    superintendncia, relaes interpessoais, condies de trabalho, salrio, status

    e segurana.

    J para McGregor (1957, apud SABBAGH, 2010) existem duas teorias

    distintas, as Teorias X e Y. Na Teoria X, o homem malandro por natureza,

    trabalha o mnimo possvel, no possui a ganncia nem gosta de

    compromissos, egocntrico e indiferente s metas da organizao, spero a

    mudanas, ingnuo e no muito inteligente. Por essas razes, suas aes

    devem ser conduzidas atravs da convico, gratificao, penalidades e

    controle para atender aos objetivos da organizao. Na Teoria Y, o homem no

    por natureza inerente ou resistente s metas e objetivos organizacionais. O

    estmulo, o potencial de crescimento, a capacidade de assumir compromissos

    e a disposio em direcionar sua conduta para as metas e objetivos da

    organizao se encontra nas pessoas, de acordo com essa teoria.

  • 19

    Entende-se que o verdadeiro incentivo motivacional necessita vir de

    dentro de cada um, um anseio interno, um desejo involuntrio, ningum

    motiva ningum, no possvel se ter domnio sobre as vontades de outras

    pessoas, mas possvel fazer mudanas tendo em vista alteraes de conduta

    e desempenho, basta saber separar motivao genuna de movimento artificial.

    E somente conhecendo bem seus funcionrios, saber qual melhor mtodo

    motivacional a ser aplicado, levando em conta as metas e objetivos da

    organizao.

    2.2 QUALIDADE DE VIDA

    Na viso de Evangelinos e Marchetti (2003) no se pode desintegrar os

    direitos humanos da qualidade de vida e analisa-se na percepo dos direitos

    essenciais do trabalhador, um progressivo cuidado com as circunstncias do

    trabalho. O predomnio dos meios de produo em desvantagem da prpria

    sade humana uma realidade que, infelizmente, vem sendo praticado na

    histria da sociedade moderna.

    Segundo Frana (1997, apud VASCONCELOS, 2001, p. 25).

    Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) um conjunto de aes da empresa que envolve a implantao de melhorias e inovaes gerenciais e tecnolgicas no ambiente de trabalho, visando propiciar condies plenas de desenvolvimento humano para e durante a realizao do trabalho.

    Conforme Cavassani, Barbieri e Biazin (2006) a QVT (Qualidade de Vida

    Total) prope desenvolver um clima agradvel no trabalho para as pessoas e

    para a situao econmica da organizao. Uma de suas atribuies a busca

    por um clima humanizado, onde a concepo primordial fundamenta-se em

    usufruir das melhores habilidades dos trabalhadores, procurando desta forma,

    uma estabilidade entre a tecnologia, tarefas e empregados.

  • 20

    Ainda na viso dos autores a qualidade de vida dentro da organizao

    no se restringe apenas na preveno dos acidentes de trabalho, ela

    compreende todos os setores da organizao. Para isso torna-se indispensvel

    fazer uma avaliao com certa frequncia a fim de descobrir as causas da

    insatisfao dos funcionrios, em sua vida familiar e social, pois estas retratam

    no ambiente de trabalho, prejudicando a qualidade da produo e o

    desempenho profissional.

    2.3 SEGURANA NO TRABALHO

    Segundo Evangelinos e Marchetti (2003) significativa a possibilidade

    de harmonizar a economia da organizao com a sade do individuo no

    trabalho. As doenas consideradas modernas como neuroses, stress e as

    leses por esforos repetitivos (LER), vm sendo diagnosticadas h sculos.

    Os problemas ligados sade se reforam a partir da Revoluo Industrial. As

    doenas do trabalho tm se ampliado em proporo a evoluo e a influente

    fora dos meios de produo, com as lamentveis condies de trabalho e da

    vida nas cidades.

    Conforme Evangelinos e Marchetti (2003) a Organizao Internacional

    do Trabalho (OIT), com o incio do Tratado de Versalhes, ambicionando

    padronizar as divergncias trabalhistas, ajustou algumas normas direcionadas

    qualidade de vida e capacidade fsica dos trabalhadores como: trabalho

    noturno para mulheres, limitao da jornada de trabalho, idade mnima para

    admisso de crianas, proteo maternidade e o trabalho noturno para

    menores.

    Com a criao da Organizao Mundial da Sade (OMS) estabelece-se o conceito de que a sade o completo bem-estar fsico, mental e social, e no somente a ausncia de afeces ou enfermidades e que o gozo do grau mximo de sade que se pode alcanar um dos direitos fundamentais de todo ser humano [...] (EVANGELINOS; MARCHETTI, 2003, p. 08).

    Na viso de Evangelinos e Marchetti (2003) na dcada de 60 a realidade

    do problema de qualidade de vida relacionada sade no trabalhado passa a

  • 21

    ser outra, desloca-se o foco dos efeitos para as causas das doenas

    trabalhistas. Na dcada de 70 o Brasil ganha a fama de campeo mundial de

    acidentes de trabalho. Os Sindicatos dos Trabalhadores, o Sindicato das

    Indstrias Metalrgicas e Mecnicas, tiveram essencial importncia na

    descoberta s condies inseguras e imprprias observadas no trabalho. Com

    a Constituio de 1988 nasceu a etapa central no nosso ordenamento jurdico

    relacionado sade do trabalhador, o que assegura aos trabalhadores a

    reduo dos riscos decorrentes do trabalho, por meio de normas de higiene,

    sade e segurana.

    Ainda na viso de Evangelinos e Marchetti (2003) com as realizaes

    obtidas, aos poucos, vm se construindo novos entendimentos, sedimentando

    alicerces slidos para o completo desempenho do exerccio de direito que os

    trabalhadores devem ter sade e ao trabalho imune a riscos ou s condies

    perigosas e insalubres que pem em perigo a vida, a sade mental e fsica do

    trabalhador. Os cuidados com a sade do trabalhador constituem-se,

    essencialmente, em amparar a vida com dignidade, e tem como meta principal

    a diminuio do risco de doena. As dificuldades encontradas decorrentes da

    segurana, sade, qualidade de vida no trabalho e ao meio ambiente, vm

    alcanando novas propores e significativa importncia no Governo, nas

    entidades organizacionais, nas centrais sindicais e na sociedade em geral.

    Planejamento para se construir um Brasil contemporneo e competitivo, com a

    reduo do nmero de perigos de acidentes e doenas de trabalho, com

    melhorias sociais na agricultura, no comrcio, na indstria e nos servios

    devem ser aprovados. Para isso deve haver a unio de esforos de todas as

    reas da sociedade e a conscientizao na adoo de programas de sade e

    segurana no trabalho. Trabalhador saudvel e qualificado representa

    produtividade no mercado globalizado.

    Acidente de trabalho o que ocorre no exerccio do trabalho a servio da empresa ou pelo exerccio do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do artigo 11 desta lei, provocando leso corporal ou perturbao funcional que cause a morte ou perda ou ainda a reduo permanente ou temporria da capacidade para o trabalho (Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, Capitulo II, Seo I, artigo 19, apud PIZA, 1997, p. 05).

  • 22

    2.3.1 Tipos De Acidente De Trabalho

    2.3.1.1 STRESS

    Lipp e Tanganelli (2002, apud MENEZES, 2006) designam o stress

    como reaes complexas composta de alteraes orgnicas e psquicas de

    ajustes do organismo que ocorrem logo que o trabalhador obrigado a

    enfrentar situaes que ultrapassem suas competncias. E como resposta, o

    indivduo se adapta nova situao, gerada pelo estmulo repentino. O stress

    pode apresentar aes negativas, como a fadiga, tenso muscular que pode

    aparecer no s quando ocorre uma experincia trgica, como a perda de um

    ente querido, mas tambm em outras situaes diversas como: mudana de

    emprego, trabalho com excesso de tarefas que devem ser cumpridas em

    determinado espao de tempo, presso contnua no trabalho, exigncias

    ocupacionais exageradas e outros fatores.

    Os principais sintomas so perda de apetite, insnia, irritabilidade, dificuldade de concentrao, distrbios de memria, emagrecimento (ou ganho de peso excessivo), suor, sensao de que est sendo observado ou perseguido no local de trabalho e, s vezes, o desenvolvimento do quadro mais grave do stress, o chamado distrbio do pnico. O stress ocasiona um srio desgaste emocional que determina transtornos fsicos e psquicos, como depresso, insnia, ansiedade patolgica, pnico, fobias, doenas psicossomticas, etc. (LIPP; TANGANELLI, 2002, apud MENEZES, 2006, p. 29).

    Ainda na viso do autor nem toda pessoa apresenta a mesma resposta

    diante do mesmo estmulo, as pessoas com esse tipo de stress no costumam

    responder a demanda de trabalho e geralmente torna-se irritvel e mal

    humorada, apresentando um elevado ndice de faltas / atrasos e rendimento

    muito abaixo do seu potencial.

    Para Rocha (2005) o rudo excessivo pode ocasionar o stress,

    motivando a irritao e podendo reduzir o grau de concentrao, especialmente

  • 23

    nas atividades que apresentam certa dificuldade, o que acaba afetando o

    desempenho do indivduo, levando-o fadiga fsica.

    Rocha (2005) ainda coloca a sobrecarga de tarefas como um dos

    acidentes de trabalho, onde ela considerada como um dos motivos que leva

    ao stress no ambiente de trabalho. Isso acontece por causa das exigncias

    impostas e que sempre ultrapassam o extremo da capacidade de adaptao. E

    os fatores que resultam na sobrecarga so: urgncia do tempo;

    responsabilidade excessiva; falta de apoio e expectativas contnuas de ns

    mesmos e daqueles que esto nossa volta.

    2.3.1.2 ALTERAES NO SONO

    Segundo Rocha (2005) as alteraes no sono acontecem aps o

    trabalhador realizar atividades em turno alternado, fazendo com que o seu

    desgaste seja maior e afetando seu desempenho, pois h sensao de

    cansao e sono, provocando reaes no corpo, e alteraes tanto na vida

    familiar como na vida social do sujeito. Vale destacar que o bruxismo e o

    sonambulismo tambm esto relacionados ao transtorno do sono, por causa do

    stress que o indivduo suporta no trabalho.

    Para Pinto e Mello (s. d.) os trabalhos em turnos podem ocasionar

    diversos distrbios fisiolgicos e psicossociais por causa das variaes no

    ritmo biolgico, falta de sincronia na vida familiar e social, levando a um quadro

    de m adaptao. Isto pode provocar manifestaes agudas como a insnia,

    excesso de sonolncia durante o trabalho, alteres no humor, aumento de

    acidentes e problemas familiares, sociais e emocionais. Depois de alguns anos

    trabalhando desta forma, o indivduo comea a apresentar manifestaes

    crnicas como desordens do sono, doenas cardiovasculares e

    gastrointestinais, absentesmo, e at mesmo separao e divrcio.

  • 24

    2.3.1.3 LESO POR ESFORO REPETITIVO (LER)

    Conforme Arajo (2010) Leso por Esforo Repetitivo (LER) relaciona-se ao

    desgaste em algum local do corpo humano, que ocasiona contuses no msculo e

    desgaste na articulao e tendo, provocando dor e infeco. A leso provocada

    pela repetio constante de um mesmo movimento durante grande perodo de

    tempo. As profisses em que h maior incidncia desta leso so as que

    necessitam do uso contnuo do computador, porm outros profissionais no esto

    livres de sofrer este tipo de leso dependendo de como a sua atividade

    profissional, como por exemplo, costureiras, motoristas, pianistas, etc.

    A seguinte figura (figura 2) ilustra a maneira correta de se sentar diante do

    computador.

    Figura 2 - Postura correta para utilizar o computador.

    Fonte: www.infoescola.com/doencas/lesao-por-esforco-repetitivo/

  • 25

    Entende-se que a Segurana no Trabalho um direito garantido por lei

    que destina-se a proporcionar conforto e segurana a qualquer trabalhador e

    Medicina Ocupacional um campo da sade interessada em proteger a vida e

    a integridade do empregado. O profissional responsvel o mdico e

    enfermeiro especializado, que se empenha na preveno dos acidentes e

    problemas de sade que podem ocorrer em certos ofcios, e cuida daquele que

    sofre com consequncias de acidentes provocados pela tarefa que executa.

    obrigao do empregador ter uma equipe cuidando da segurana no trabalho,

    mas tambm uma maneira de assegurar o negcio, pois os funcionrios que

    trabalham com maior segurana fazem com que as relaes humanas sejam

    melhoradas aumentando a produtividade.

    2.4 CULTURA ORGANIZACIONAL

    Segundo Souza (2005) cultura organizacional um composto de

    convices e comportamentos estabelecidos por meio de regras, valores e

    possibilidades compartilhadas por todos os integrantes da organizao. Cada

    organizao desenvolve e preserva a sua prpria cultura, expressando a sua

    identidade que criada com o decorrer do tempo, e impregna todas as

    tcnicas, formando um complexo de desempenhos mentais e um sistema

    harmonioso de significados, que alia todos os integrantes em torno das

    mesmas finalidades e das mesmas formas de agir.

    Para Robbins (1998, apud PALMA e NAKAGAMI, 2011) cultura

    organizacional refere-se s caractersticas que formam a cultura da empresa,

    que so elas: orientao para as pessoas e para os resultados, inovao e

    tomada de deciso, ateno a detalhes, estabilidade e agressividade. E afirma

    que para muitas organizaes com culturas fortes, as prticas que levaram ao

    sucesso anterior podem levar ao fracasso quando estas prticas no

    combinam mais to bem com as necessidades ambientais. O lder tem o papel

    de guiar a organizao diante do surgimento desses novos desafios, barreiras,

    onde caso mude o ambiente haver a necessidade de mudanas internas.

  • 26

    Entende-se que a cultura organizacional imprescindvel para constituir

    polticas e princpios, criar e manter viso e misso, unir as equipes, definir

    padres e procedimentos, ajustar comportamentos, proporcionar eficincia

    conquistando resultados, onde cada empresa tem suas prprias caractersticas

    que o tornam diferente das demais.

    2.5 CLIMA ORGANIZACIONAL

    Segundo Chiavenato (1997, p. 126, apud SOUZA, 2005, p. 26).

    Clima organizacional um conjunto de propriedades mensurveis do ambiente de trabalho percebido, direta ou indiretamente, pelos indivduos que vivem e trabalham neste ambiente e que influencia a motivao e o comportamento dessas pessoas.

    Para o autor Clima Organizacional constitui um composto de emoes

    predominantes em certa organizao que compreende a satisfao dos

    profissionais em sua carreira de trabalho e em aspectos afetivos / emocionais,

    refletindo no vnculo com os companheiros de trabalho, com todos os

    superiores e com os clientes de modo geral.

    Conforme Chiavenato (2000, apud PALMA e NAKAGAMI, 2011) o clima

    organizacional est particularmente associado com o nvel de motivao de

    seus funcionrios, pois quando h motivao tambm h maior interesse,

    colaborao e animao. Caso contrrio haver frustraes, barreiras que iro

    causar apatia, desinteresse, insatisfao, entre outros fatores. O clima

    organizacional , portanto, influenciado e tambm influencia o estado

    motivacional das pessoas, o reflexo da cultura da organizao.

    Entende-se que o clima organizacional reflete os tipos de pessoas que a

    organizao atrai, dos seus mtodos de trabalho, dos meios de comunicao e

    tambm retrata a histria de quem pratica a autoridade dentro da organizao.

    O clima organizacional envolvido em seu todo como o resultado de sua

    prpria cultura, tradies e tcnicas de ao de cada organizao. As

  • 27

    empresas procuram atrair e manter os funcionrios que se adaptam em seus

    padres de comportamento.

    2.6 TREINAMENTO

    Conforme Toledo (1977) treinamento qualquer prtica que visa

    qualificao de todos os funcionrios de uma organizao. E como qualificao

    compreende-se que no apenas o aperfeioamento do homem na execuo

    de sua funo, como tambm a integrao do mesmo no esprito da empresa

    e, de forma indireta, a sua motivao no grupo de trabalho.

    Segundo Hamblin (1978) o treinamento envolve todo tipo de anlise

    designada a auxiliar um ensinamento que ser vantajoso no cumprimento de

    uma funo atual ou futura.

    Para Ferreira (1979) o treinamento pode ter como propsito preparar o

    indivduo para desenvolver funes que possa vir a exercer ou desenvolver

    suas aptides para obter maior satisfao nas funes j realizadas.

    Aquino (1980) afirma que o treinamento tem o objetivo de oferecer ao

    colaborador maior instruo, aptido e postura, para no dissociar das

    mudanas relacionadas sua rea de atuao e das transformaes que o

    cerca.

    Carvalho (1994) diz que o procedimento de desenvolvimento habilita a

    pessoa para situaes com mais complexidades na questo profissional, isto ,

    aumenta as possibilidades da pessoa, preparando-a para exercer funes que

    envolvam maior compromisso e autoridade.

    Para Slack (1997) no por acaso que muitos projetos que conquistam

    o sucesso tm um responsvel pelo treinamento como um dos principais

    estimuladores. A administrao da qualidade total uma transformao de

    comportamento, de forma que a funo de desenvolvimento essencial.

    Milkovich e Boudreau (2000) relatam que um processo eficiente e

    contnuo de projeo e anlise do treinamento fundamental para garantir o

    retorno satisfatrio do investimento feito.

  • 28

    Para Boog (2001) o treinamento tem incio como uma reao a uma

    deficincia ou a uma oportunidade em uma organizao.

    Segundo Tachizawa, Ferreira e Fortuna (2001) o treinamento tem o

    propsito de preparar as pessoas para executar imediatamente os diferentes

    cargos da corporao; dando chances para o constante crescimento pessoal,

    no apenas na funo atualmente exercida, mas tambm em outras que o

    funcionrio possa vir a executar; variao nas atitudes das pessoas, com o

    propsito de iniciar entre elas um ambiente mais satisfatrio, acrescentando-

    lhes a motivao e tornando-as mais suscetveis s prticas de superviso e

    administrao. Ento, treinar um funcionrio prepar-lo para executar suas

    tarefas do dia a dia, aperfeio-lo naquilo que ele faz, e tambm prepar-lo

    para outras tarefas que possa vir a fazer ou outros cargos que possa ocupar.

    Ainda para os autores, os fatores a serem considerados na aplicao de

    qualquer treinamento so: a adaptao do projeto s deficincias da

    organizao; a essncia do contedo instrutivo; a colaborao do pessoal da

    direo; a qualidade e preparo dos instrutores e a qualidade do pessoal a ser

    habilitado.

    Chiavenato (2002) descreve o treinamento como um mtodo educativo

    de pequeno prazo, aplicado de forma sistematizada.

    possvel auxiliar os funcionrios a desenvolver suas aptides de vrias

    formas, levando em considerao que cada pessoa nica e tem uma

    finalidade na profisso (MONTANA; CHARNOV, 2006).

    De acordo com essas definies, nota-se que o treinamento

    fundamental para o sucesso de uma organizao e influencia na satisfao de

    seus funcionrios. Porm, necessrio que seja bem planejado. Treinar um

    pessoal costuma ser caro do ponto de vista financeiro, porm vale a pena fazer

    esse investimento, pois o mais importante de qualquer empreendimento so as

    pessoas, e pessoas bem treinadas e qualificadas para realizar suas atividades,

    trar mais lucro para a empresa.

  • 29

    2.7 PLANO DE CARGOS E SALRIOS

    Os benefcios anexos com a remunerao produzem um incentivo para

    alcanar os objetivos almejados e as metas estabelecidas pela organizao. O

    salrio um composto de privilgios normalmente concedido ao funcionrio,

    conforme critrios estipulados, em razo da sua funo e em valor razovel

    para satisfazer as prprias necessidades e as de sua famlia. Nesse sentido,

    torna-se necessrio o investimento em planos apropriados para a realizao de

    uma administrao de pessoas que viabilize uma boa estrutura relacionada s

    tarefas, as obrigaes, e as capacidades de cada funo criando condies

    salariais justas constituindo o equilbrio interno e externo (MAGNO, 1982).

    De acordo com Paschoal (1998) o salrio fundamental para o vnculo

    entre a organizao e o colaborador, sem ignorar que o convvio entre os

    companheiros de trabalho e a direo, o clima da organizao, a assistncia

    fornecida pela organizao e a admisso pelas tarefas realizadas tambm so

    importantes.

    Um dos meios de motivao dos empregados o plano de cargos e

    salrios. Nesse plano especificado o assunto, a tcnica de trabalho e a

    correlao com os outros cargos, na percepo de satisfazer todas as

    exigncias da organizao e tambm as condies particulares do seu

    ocupante. Nas entranhas, o plano de cargos apresenta como os

    administradores planejam os cargos de cada indivduo e harmonizam em

    unidades, reparties e corporaes (CHIAVENATO, 2000).

    Para o autor o cumprimento das funes no cargo e o clima

    organizacional so medidos pelo contentamento, produtividade, conduta e

    habilidade do indivduo relacionado empresa. Nos dias atuais os cargos esto

    sendo adaptados conforme o crescimento profissional dos funcionrios e os

    cargos no so mais individuais, se transformando em atividades em conjunto.

    Ainda para Chiavenato (2008) o salrio um componente representativo

    na troca de dinheiro e trabalho ofertado pelo homem. O padro de vida de cada

    pessoa estabelecido pelo salrio, que simboliza um complexo acordo em que

    o indivduo assume um cargo e se empenha a conservar um prottipo de

  • 30

    atividades, um hbito dirio e um amplo relacionamento interpessoal na

    organizao. Para as empresas, o salrio expressa uma aplicao de recursos

    financeiros na produo, aguardando um maior retorno a curto ou mdio prazo,

    e tambm significa um custo, pois refletido no custo do produto ou servio

    final.

    A palavra salrio derivada do latim salarium, pois antigamente os

    milicianos do Imprio Romano eram remunerados com sal (BOOG, 2002).

    Na viso do autor, o salrio segmenta-se em salrio absoluto, que a

    verdadeira quantidade de dinheiro concedida ao empregado como recompensa

    pelo seu trabalho, definindo dessa forma sua condio econmica perante a

    sociedade e a quantia de bens e servios que pode obter. E salrio relativo,

    que deduzido pelo colaborador relacionado aos salrios de seus colegas de

    trabalho.

    O autor ainda afirma que o equilbrio interno sucede quando as

    diferenas de salrio entre os encargos so relativas s exigncias que suas

    atividades apresentam para cada ocupante. E o equilbrio externo evidencia o

    ordenado dos empregados em condio adaptvel ao mercado de trabalho e o

    segmento de operao. As organizaes devem preparar o plano de cargos e

    salrios em sintonia com a sua dimenso e as deficincias da organizao.

    2.8 ENDOMARKETING

    Segundo Souza e Santos (1992) somente com o marketing interno no

    so possveis causar consequncias favorveis para a organizao. Ele

    consequncia de uma ideologia originada para analisar o convvio do

    funcionrio com a organizao.

    Cerqueira (1994) define endomarketing como o marketing incorporado

    na organizao, isto , baseado em um composto de atitudes e formas de se

    informar que esto associados para que os colaboradores entendam como

    importante a sua participao para atingir o sucesso.

  • 31

    Ainda na viso do mesmo autor o marketing interno tem propsito de

    melhorar o convvio e a informao, gerando um alicerce de estmulo para o

    compromisso dos funcionrios com os clientes e com os mtodos da

    organizao.

    Bekin (1995) define o endomarketing como as atividades voltadas para o

    pblico da empresa, com o propsito de estimular, entre seus colaboradores e

    as reparties, habilidades voltadas a atender os consumidores. Portanto, o

    marketing interno uma ampliao da habitual funo do marketing, porm

    voltado para o interior das empresas.

    Kotler (1998) afirma que o endomarketing o resultado, com xito, das

    tarefas de empregar, habilitar e incentivar os colaboradores aptos que almejam

    atender, de forma satisfatria, os seus clientes. O autor destaca ainda que o

    marketing interno, o treinamento e o estmulo dos funcionrios para o

    apropriado atendimento aos clientes, esto associados.

    Brum (2000) relata que o funcionrio tem o poder de surpreender o

    cliente, mas para que isso acontea necessrio que o funcionrio seja bem

    treinado e informado, esteja feliz e preparado para fazer o atendimento.

    Ainda para o mesmo autor, o marketing interno fundamenta-se em

    educar, cuidar e dedicar-se aos funcionrios, capacitando-os e instruindo-os

    para que os mesmos possam sentir-se felizes e criativos, com capacidade de

    cativar e surpreender os clientes.

    A palavra endo deriva do grego endon, que significa posio ou ao

    no interior, ou seja, o movimento para dentro (COBRA, 2001). Portanto, o

    endomarketing o marketing voltado para o pblico interno, para os

    funcionrios da organizao.

    Para Honorato (2004) o marketing interno o conjunto de atitudes com o

    escopo de satisfazer primeiramente os consumidores internos, criando o

    comprometimento e buscando uma maior satisfao dos consumidores

    externos.

    J Grnroos (2009) descreve que o endomarketing acontece para fazer

    uma unio entre os colaboradores com os seus consumidores. Com essa

    tcnica, o colaborador une-se organizao, criando o conceito de que ele ir

    alcanar o seu reconhecimento conforme o crescimento da organizao. O

  • 32

    autor ainda ressalta que a inteno do endomarketing produzir, incentivar e

    manter uma boa relao entre todos os colaboradores da empresa, motivando-

    os e oferecendo um treinamento, com o intuito de manter os bons

    colaboradores.

    Zenone (2010) destaca o endomarketing como uma das quatro etapas

    para o estabelecimento do marketing de relacionamento, e diz que o mesmo

    tem a funo de decidir que a organizao precisa preparar os seus

    colaboradores em suas funes, evidenciando quais so os seus

    compromissos. A organizao precisa oferecer um treinamento eficiente,

    mostrando com nitidez a importncia que cada colaborador tem em sua funo,

    resultando em um bom trabalho.

    Nesse sentindo, o Endomarketing ou Marketing Interno o marketing

    feito especialmente para os colaboradores da empresa, com o objetivo de

    deix-los satisfeitos em trabalhar na organizao, fazendo com que se sintam

    felizes com aquilo que fazem e assim vendam seus produtos/servios com

    maior credibilidade. Assim a organizao ir obter melhores resultados em

    relao aos clientes externos, ou seja, haver aumento das vendas e

    lucratividade maior.

    2.9 TURNOVER

    Segundo Mobley (1992) o turnover a interrupo da circunstncia do

    componente de uma empresa por participao de uma pessoa que embolsava

    compensaes monetrias. O turnover definido pelo movimento dos

    colaboradores que ingressam e se desligam da organizao.

    Para Chiavenato (2000, p. 178)

    O termo rotatividade de recursos humanos usado para definir a flutuao de pessoal entre uma organizao e seu ambiente; em outras palavras, o intercmbio de pessoas entre a organizao e o ambiente definido pelo volume de pessoas que ingressam e que saem da organizao. Geralmente, a rotatividade de pessoal expressa por meio de uma relao percentual entre as admisses e os desligamentos com relao ao nmero mdio de participantes da

  • 33

    organizao, no decorrer de certo perodo de tempo. Quase sempre, a rotatividade expressa em ndices mensais ou anuais para permitir comparaes, seja para desenvolver diagnsticos, seja para promover providncias, seja ainda com carter preditivo.

    Ainda para Chiavenato (2000, p. 179)

    Um dos problemas que vm preocupando os executivos da rea de recursos humanos a intensificao das sadas ou perdas de recursos humanos, provocando a necessidade de compens-las atravs da intensificao das entradas. Em outros termos, os desligamentos de pessoal precisam ser compensados atravs de novas admisses para se manter o nvel de recursos humanos em propores adequadas para a operao do sistema.

    Para Marras (2000) o turnover um fato em muitas empresas.

    Pequenas ou grandes, com alto ou baixo nvel de tecnologia, a admisso e a

    demisso de funcionrios um movimento normal em todas as empresas. Por

    isso existe uma parte de recursos humanos exclusivamente para abordar essa

    movimentao, o ato de recrutar e selecionar.

    Um dos benefcios que materializa a reduo da rotatividade a

    tendncia de adotar funes e os compromissos em nveis progressivos de

    dificuldades (DUTRA, 2002).

    No quadro 1 destaca-se o fluxo de entrada e sadas de pessoal,

    chamado rotatividade de pessoal ou turnover.

    Oferta

    Mercado de trabalho

    Procura

    Procura Oferta

    Mercado de RH

    Elevada oferta de empregos. Baixa oferta de recursos humanos. Pequena interao entre MT e MRH. Pleno emprego.

    Elevada oferta de empregos. Elevada oferta de recursos humanos. Intensa interao entre MT e MRH. Desenvolvimento econmico e absoro de pessoal.

    Baixa oferta de empregos. Baixa oferta de recursos humanos. Mnima interao entre MRH e MT. Recesso econmica.

    Baixa oferta de empregos. Elevada oferta de recursos humanos. Pequena interao entre MRH e MT. Recesso e desemprego.

  • 34 Quadro 1: Interao entre mercado de trabalho e mercado de recursos humanos. Fonte: Adaptado de Chiavenato (2000, p. 179).

    Conforme Chiavenato (2000, p. 180)

    O clculo do ndice de rotatividade de pessoal baseado no volume

    de entradas e sadas de pessoal em relao aos recursos disponveis

    na organizao, dentro de certo perodo de tempo, e em termos

    percentuais.

    Ainda na viso do autor Chiavenato (2000, p. 184)

    A rotatividade de pessoal no uma causa, mas o efeito, a

    consequncia de certos fenmenos localizados interna ou

    externamente organizao que condicionam a atitude e o

    comportamento do pessoal. , portanto, uma varivel dependente

    (em maior ou menor grau) daqueles fenmenos internos e/ou

    externos organizao. Dentre os fenmenos externos, podemos

    citar a situao de oferta e procura de recursos humanos no

    mercado, a conjuntura econmica, as oportunidades de empregos no

    mercado de trabalho etc. Dentre os fenmenos internos que

    ocorrem na organizao podemos citar: a poltica salarial da

    organizao; a poltica de benefcios da organizao; o tipo de

    superviso exercido sobre o pessoal; as oportunidades de

    crescimento profissional oferecidas pela organizao; o tipo de

    relacionamento humano dentro da organizao; as condies fsicas

    ambientais de trabalho da organizao; o moral do pessoal da

    organizao; a cultura organizacional da organizao; a poltica de

    recrutamento e seleo de recursos humanos; a poltica disciplinar da

    organizao; os critrios de avaliao do desempenho; e o grau de

    flexibilidade das polticas da organizao.

    Ainda segundo Chiavenato (2000, p. 187) a rotatividade de pessoal

    envolve custos primrios, secundrios e tercirios [...].

    Chiavenato (2000, p. 190) relata que:

    A rotatividade de pessoal pelos seus inmeros e complexos aspectos negativos quando acelerada, torna-se um fator de perturbao. Principalmente quando forada pelas empresas no sentido de obteno de falsas vantagens em curto prazo, o certo que a mdio e longo prazos a rotatividade provoca enormes prejuzos organizao, ao mercado e economia como um todo e, principalmente, ao empregado tomado individual ou socialmente em relao sua famlia.

    Nesse contexto, entende-se que uma poltica mal determinada na rea

    de recursos humanos que provoca a alta rotatividade de pessoal. Por este

  • 35

    motivo h contestaes e as organizaes no conseguem compreender o fato

    de seu turnover ser elevado.

    2.10 COMUNICAO

    Para Moritz e Pereira (2006) a comunicao o mecanismo utilizado

    pela organizao para trocar informaes com seus membros, forma

    entendimentos, comanda atividades, exerce influncia e socializa-se, alm de

    gerar e manter um sistema de convices, smbolos e valores.

    Os autores ainda fazem uma citao clssica teoria da comunicao

    de Claude Shannon (1940) que pode ser observada na figura 3. Nessa teoria

    foram definidos os elementos bsicos da comunicao: a fonte codifica a

    mensagem e transmite-a por algum canal para o receptor, que decodifica a

    mensagem e pode enviar ao emissor alguma realimentao.

    Figura 3: Teoria matemtica da comunicao. Fonte: Shannon (1940, apud Soares, 2012, p. 02)

    Fonte (que pode ser pessoa, processo ou equipamentos que fornece as mensagens); Transmissor (processo ou equipamento que codifica a mensagem e a transmite ao canal); Canal (equipamento ou espao intermedirio entre transmissor e receptor); Receptor (processo ou equipamento que recebe e decodifica a mensagem); Destino (a pessoa, processo ou equipamento a quem destinada a mensagem); Rudo (perturbaes indesejveis que tendem a alterar, de maneira imprevisvel, a mensagem) (SHANNON, apud PIMENTA, 2007, p. 45, apud CAVALCANTE, 2008, p. 17).

    Segundo Mortiz e Pereira (2006) as organizaes tm dois sistemas de

    comunicao distintos, o formal e o informal. O formal parte da estrutura da

  • 36

    organizao e abrange o relacionamento com os supervisores, grupos de

    trabalho, comits permanentes e sistemas de informao da administrao. O

    informal resulta do convvio dirio dos membros da organizao. Os vnculos

    da cadeia informal so baseados em proximidade, amizade, interesses comuns

    e benefcios polticos. O sistema de comunicao informal engloba a rdio

    peo e a difuso de boatos nas organizaes. Estes canais so meios de

    comunicao aplicados para fazer a transmisso das informaes em uma

    empresa. A seleo do canal de informao a ser praticado consiste no que vai

    ser transmitido, no resultado e no feedback esperados.

    Para Cenerine (2009) h algum tempo que a comunicao de qualidade

    passou a ser considerada como um diferencial em uma organizao, pois um

    sistema de comunicao bem comandado auxilia no caminho para alcanar o

    sucesso, medida que um sistema comunicacional com erros leva ao fracasso

    da organizao. Portanto preciso aperfeioar a comunicao entre todos os

    funcionrios a fim de atingir a qualidade das informaes, maior produtividade

    e comprometimento na empresa.

    2.11 PROGRAMA 5S

    Para Campos (1992, p. 173)

    O programa 5S [...] visa maneira de pensar das pessoas na direo

    de um melhor comportamento para toda a vida. [...] no somente

    um evento episdico de limpeza, mas uma nova maneira de conduzir

    a empresa com ganhos efetivos de produtividade.

    O autor ainda diz que a sigla 5S deriva de cinco palavras japonesas:

    SEIRI, SEITON, SEISOH, SEIKETSU e SHITSUKE.

    um programa direcionado a todos os colaboradores da organizao;

    deve ser comandado pela alta administrao da organizao, baseando-se em

    educao, treinamento e prtica em equipe (CAMPOS, 1992).

    A seguir, o quadro 2 descreve o significado dos 5S.

  • 37

    5S PRODUO ADMINISTRAO

    SEIRI

    (arrumao)

    Identificao dos equipamentos, ferramentas e

    materiais necessrios e desnecessrios nas oficinas

    e postos de trabalho.

    Identificao de dados e informaes necessrias e

    desnecessrias para decises.

    SEITON

    (ordenao)

    Determinao do local especfico ou layout para os

    equipamentos serem localizados e utilizados a

    qualquer momento.

    Determinao do local de arquivo para pesquisa e

    utilizao de dados a qualquer momento.

    Deve-se estabelecer um prazo de 05 minutos para se

    localizar um dado.

    SEISOH

    (limpeza)

    Eliminao de p, sujeira e objetos desnecessrios e

    manuteno da limpeza nos postos de trabalho.

    Sempre atualizao e renovao de dados para ter

    decises corretas.

    SEIKETSU

    (asseio)

    Aes consistentes e repetitivas visando

    arrumao, ordenao e limpeza, e ainda manuteno de boas condies sanitrias

    e sem qualquer poluio.

    Estabelecimento, preparao e implementao de

    informaes e dados de fcil entendimento que sero

    muito teis e prticas para decises.

    SHITSUKE

    (autodisciplina)

    Hbito para cumprimento de regras e procedimentos

    especificados pelo cliente.

    Hbito para cumprimento dos procedimentos determinados

    pela empresa.

    Quadro 02: Significado dos 5S. Fonte: Adaptado de CAMPOS (1992, p. 174).

    J para Ribeiro (1999, p. 60) os 5S so definidos da seguinte forma:

    Seiri (organizao), no lar incutir a ideia que cada um deve limpar o

    que suja. Na empresa a forma pela qual se organiza todo o sistema

    administrativo, voltando s atenes para que cada um venha

    realmente cumprir com suas finalidades predeterminadas. Em ambos

    os casos mantem-se o necessrio e elimina-se o suprfluo,

    permitindo aproveitar ao mximo o que realmente til. Seiton

    (arrumao e ordem) estabelecer o local certo para cada coisa

    armazenada, com o intuito de otimizar e facilitar a sequncia de

    atividades de qualquer pessoa no desenvolvimento de suas

    atribuies. Seiso (limpeza) a anlise e manuteno do asseio e da

    limpeza dos funcionrios, dos locais, dos maquinrios nos diversos e

    mais distintos segmentos da empresa. Envolve ainda a pintura do

    prdio, sua iluminao, ventilao, aproveitamento da claridade

    natural etc. Seiketsu (higiene e sade) a preocupao em manter-

    se nas condies mais favorveis possveis de manuteno do viver,

    garantindo a sade fsica e mental. Envolve o asseio pessoal, a

    ordem no restaurante, no escritrio, na rea fabril, nos banheiros e o

    desenvolvimento da ISO 14.000. Shitsuke (disciplina) a busca da

  • 38

    melhoria contnua de cada membro da equipe, empregando

    treinamentos da fora mental, fsica, moral, a instruo e o

    autoconhecimento, com vitalidade na busca do desenvolvimento

    pessoal, social e trabalhista.

    Conforme Martins (2006) o 5S foi consolidado no Japo na dcada de

    50. Antes da adoo do programa e traduo das palavras em japons para o

    portugus, foram realizados diversos estudos para saber os reais valores do

    programa. Dessa forma, o programa levou mais 4 (quatro) dcadas para a sua

    implantao aqui no Brasil, sendo publicado de forma formal em maio de 1991.

    A prtica regular dos 5S cumprindo as normas impostas pode contribuir para o

    progresso das tarefas dirias.

    Segundo Frana (2003) a introduo do 5S, tanto pode como tambm

    deve ser adaptada conforme as caractersticas e necessidades de cada

    organizao, tendo cautela para no entrar em conflito com a cultura do local.

    Para que a implantao dos 5S seja um sucesso, sua aplicao deve ser

    iniciada no lar, ir treinando e praticando, para que em seguida seja executada

    nas organizaes (RIBEIRO, 1999).

  • 39

    3 METODOLOGIA DE PESQUISA

    Neste captulo sero explicados os procedimentos metodolgicos

    adotados na realizao deste Trabalho de Concluso de Curso.

    Segundo Minayo (2002, p. 16 apud SANTANA e SILVA 2011, p. 64)

    entende-se por metodologia o caminho do pensamento e a prtica exercida na

    abordagem da realidade.

    J na viso de Cervo e Bervian (2002, p. 24 apud SANTANA e SILVA

    2011, p. 64) mtodo apenas um conjunto de ordenados procedimentos que

    se mostram eficientes, ao longo da histria, na busca do saber.

    Os procedimentos metodolgicos so de grande valia para o

    desenvolvimento de qualquer trabalho, pois estas informaes servem para

    esclarecer os procedimentos aplicados na coleta e tratamento dos dados

    retirados da empresa.

    3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

    Os procedimentos de pesquisa foram embasados em conceitos

    bibliogrficos retirados de materiais como livros, revistas cientficas e artigos de

    base cientfica.

    Com a pesquisa bibliogrfica obtivemos informaes conceituais que

    nos possibilitaram a perfeita compreenso dos temas abordados e contriburam

    para a elaborao do questionrio onde podemos verificar a aplicao desses

    conceitos no ambiente organizacional de forma que possamos atingir o objetivo

    maior de nosso estudo, analisar a qualidade de vida na instituio financeira,

    identificando o comportamento dos funcionrios correlacionado com as atitudes

    da empresa.

  • 40

    3.1.1 Pesquisa Bibliogrfica

    o tipo de pesquisa utilizada para adquirir conhecimento atravs da

    utilizao de materiais diversos, e para realiz-la necessrio o levantamento

    de trabalhos de diversos autores, para comparar e assimilar os conceitos

    relativos ao tema em estudo (BARROS; LEHFELD, 2000 apud ANDRADE e

    SANTOS, 2011).

    Segundo Andrade (2006, apud PALMA e NAKAGAMI, 2011) nos cursos

    de graduao a pesquisa bibliogrfica o incio para as atividades acadmicas

    e por isso se torna essencial o seu uso. Diversos outros tipos de pesquisa

    necessitam da pesquisa bibliogrfica, como: pesquisa de laboratrio, de

    campo, e na exploratria ela imprescindvel na formulao do tema, no

    desenvolvimento do assunto e nas citaes.

    3.1.2 Pesquisa Descritiva

    Segundo Balbi (2009) a pesquisa descritiva analisa, aponta, correlaciona

    e esboa os fatos ou fenmenos de uma determinada circunstncia sem

    manipul-los. Procura explorar e entender as diversas situaes da vida social,

    poltica, econmica e demais aspectos decorrentes da sociedade. Os

    procedimentos utilizados na pesquisa descritiva, geralmente, permite ao

    pesquisador explorar apenas uma percentagem da populao alvo almejada,

    ou seja, h casos que no necessrio pesquisar a populao alvo na sua

    totalidade.

    Na pesquisa descritiva o pesquisador no altera os fatos, mas sim os

    estuda, ou seja, os observa, registra, analisa, classifica e interpreta. Essa

    pesquisa ocorre normalmente nas Cincias Humanas e Sociais, pois so

    pesquisas de opinio, mercadolgica ou de levantamento de dados

    socioeconmico e psicossociais. Alm dos trabalhos cientficos ela tambm

    utilizada por empresas comerciais, institutos pedaggicos e partidos polticos. A

  • 41

    tcnica de padronizao de coleta de dados, por meio de questionrios, uma

    de suas caractersticas. (ANDRADE, 2006 apud PALMA e NAKAGAMI, 2011).

    3.1.3 Pesquisa Exploratria

    De acordo com Moretti (2008) a pesquisa exploratria o primeiro passo

    de todo trabalho cientfico. Sua funcionalidade proporcionar maiores

    informaes sobre determinado assunto, facilitar a definio de um tema de

    trabalho, compor os objetivos ou formular as hipteses de uma pesquisa. No

    decorrer da pesquisa exploratria avalia-se a viabilidade de desenvolver uma

    boa pesquisa sobre deliberado assunto.

    Na viso de Andrade (2006, apud PALMA e NAKAGAMI, 2011) a

    pesquisa exploratria a parte inicial de todo o trabalho cientfico, no qual o

    seu intuito gerar mais informaes sobre certos assuntos, ajudar no

    desenvolvimento do tema do trabalho, apontar os objetivos do trabalho ou

    ajudar na formulao das hipteses. Por meio deste tipo de pesquisa

    possvel avaliar o bom desenvolvimento sobre o assunto.

    3.1.4 Pesquisa Qualitativa

    Segundo Diehl (2004, apud SANTANA e SILVA, 2011) a pesquisa

    qualitativa descreve a complexidade de determinado problema, sendo

    necessrio compreender e classificar os processos dinmicos vividos nos

    grupos, contribuir no processo de mudana, possibilitando o entendimento das

    mais variadas particularidades dos indivduos.

    Na viso de Rodrigues (2007) as informaes obtidas no podem ser

    quantificadas, os dados obtidos so analisados indutivamente e o

    esclarecimento dos acontecimentos e a atribuio de significados so

    essenciais no processo de pesquisa qualitativa.

  • 42

    3.1.5 Pesquisa Quantitativa

    De acordo com Diehl (2004, apud SANTANA e SILVA, 2011) a pesquisa

    quantitativa pelo uso da quantificao, consiste tanto na coleta quanto no

    tratamento das informaes, utilizando-se de dados estatsticos, idealizando

    resultados que previnam possveis alteraes de avaliao e interpretao,

    permitindo uma maior margem de segurana.

    Para Rodrigues (2007) a pesquisa quantitativa revela em nmeros, as

    opinies e informaes para serem classificadas e analisadas. Utilizam-se

    tcnicas estatsticas.

    3.2 COLETA DE DADOS

    O trabalho foi elaborado atravs de pesquisas bibliogrficas, j que sua

    fundamentao foi toda realizada por meio de pesquisa em obras e peridicos.

    A pesquisa exploratria teve o intuito de fazer um estudo mais profundo no

    assunto, com base na coleta de dados feita de forma quantitativa atravs de

    um questionrio aplicado dentro da empresa escolhida, a pesquisa foi realizada

    com o objetivo de se conhecer como a QVT (Qualidade de Vida Total) est

    sendo direcionado dentro da empresa. A pesquisa de campo foi efetuada com

    os funcionrios da Caixa Econmica Federal, uma instituio financeira, que

    forneceu dados para compreendermos os fatos que ocorrem dentro da mesma.

    Para coleta de dados, foi aplicado um questionrio com perguntas fechadas, utilizando a escala de Likert, em que os respondentes so solicitados no s a concordarem ou discordarem das afirmaes, mas tambm a informarem qual o seu grau de concordncia/ discordncia (MATTAR 1999, p. 216 apud PALMA e NAKAGAMI 2011, p. 39).

    O questionrio conta com 28 questes fechadas, que foram aplicados no

    perodo de 13 a 15 de agosto de 2012, na Caixa Econmica Federal, sediada

    em Cornlio Procpio. Os questionrios foram entregues em todas as reas

  • 43

    administrativas, correspondente a uma populao de aproximadamente 45

    funcionrios e obtivemos uma amostra de 22 questionrios respondidos.

    3.2.1 Seleo Dos Entrevistados

    Os entrevistados escolhidos foram os funcionrios da Caixa Econmica

    Federal, considerados principais interessados na Qualidade de Vida.

    3.2.2 Populao

    Segundo Honorato (2004, p. 101 apud PALMA e NAKAGAMI 2011, p.

    48) populao a soma de todos os elementos cujas caractersticas so de

    interesse do pesquisador.

    Para Gil (2002, p. 91 apud PALMA e NAKAGAMI 2011, p. 48) define

    populao como [...] um conjunto de elementos que possuem determinadas

    caractersticas. Comumente fala-se de populao como referncia ao total de

    habitantes de determinado lugar.

    3.2.3 Amostra

    De acordo com Marconi e Lakatos (2003, p. 163 apud PALMA e

    NAKAGAMI 2011, p. 48) a amostra uma parcela convenientemente

    selecionada do universo (populao); um subconjunto do universo. A

    amostra estabelecida para o presente estudo sero 22 funcionrios da Caixa

    Econmica Federal de Cornlio Procpio PR.

  • 44

    3.2.4 Limitaes de Estudo

    Como limitao de estudo, encontramos algumas dificuldades:

    primeiramente a troca da empresa pesquisada, fizemos contato com uma

    empresa de Bandeirantes - PR, onde foram acertados todos os detalhes,

    tempos depois o gerente em exerccio de suas funes sofreu um acidente de

    trabalho, e o gerente substituto nos impediu de continuar a pesquisa na

    empresa. A partir deste fato entramos em contato com a Caixa Econmica

    Federal de Cornlio Procpio - PR, que nos recebeu de braos abertos, porm

    nem todos os funcionrios se disponibilizaram em responder o questionrio,

    desta forma no obtivemos a colaborao de todos, pois alguns tinham medo

    de responder por serem questes pessoais relacionadas ao clima

    organizacional.

    3.2.5 Histrico Da Empresa

    A figura 4 apresentada na sequncia mostra a fachada da primeira Caixa

    Econmica Federal, inaugurada em 1861.

    Figura 4: Ilustrao da primeira Caixa C.F. Fonte: http://www12.caixa.gov.br/portal/public/acaixa/home/a_vida_pede_mais_que_um_banco/historia/

  • 45

    No dia 12 de janeiro de 1.861, h 151 anos, Dom Pedro II firmou o

    Decreto n 2.723, que deu incio a Caixa Econmica da Corte. Desde ento, a

    CAIXA acompanha o trajeto do pas, participando do seu crescimento, nas

    transformaes mais notveis da histria do pas, como a troca de regimes

    polticos, processos de urbanizao e industrializao.

    Com o conhecimento adquirido, em 1931 foi inaugurado operaes de

    emprstimo por consignao para pessoas fsicas; aps trs anos, o governo

    federal determinou que a instituio passasse a ser a nica a fazer

    emprstimos sob penhor. No mesmo ano foi assinada a hipoteca para

    aquisio de imveis da CAIXA do Rio de Janeiro.

    Em 1986, a CAIXA juntou-se ao Banco Nacional de Habitao (BNH)

    tornando-se a maior agente nacional em financiamentos de casa prpria, de

    desenvolvimento urbano e principalmente do saneamento bsico. No mesmo

    ano o BNH ficou extinto, e a CAIXA tornou-se a mais importante agente do

    Sistema Brasileiro de Poupana e Emprstimo (SBPE) passando a administrar

    o FGTS.

    Quatro anos depois iniciou aes para atrair todas as contas vinculadas

    do FGTS, sendo que na poca, eram administradas por mais de setenta

    instituies bancrias.

    Ao longo de seu trajeto, a CAIXA vem firmando um estreito vnculo com

    a populao atendendo s suas necessidades, como emprstimos FGTS,

    poupana, Seguro-Desemprego, crdito educativo, Programa de Integrao

    Social (PIS), transferncia de benefcios sociais e financiamento habitacional.

    Ainda deu populao brasileira a oportunidade de idealizar uma vida

    melhor, atravs de Loterias Federais.

    Desde sua criao, a CAIXA no parou de se desenvolver, ampliar suas

    reas de atuao e de diversificar. Alm de atender trabalhadores, correntistas,

    apostadores e beneficirios de programas sociais, e ainda apoia e acredita nas

    iniciativas artstico-culturais, desportivas e educacionais em todo o Brasil.

    Atualmente, a CAIXA vista no mercado como um banco slido, de

    grande porte e moderno. Primordial agente das polticas pblicas do governo

    federal, a instituio atua em todo o pas, sem esquecer seu principal propsito:

    acreditar nas pessoas.

  • 46

    A figura 5 traz a atual fachada da Caixa E. F. com suas cores padro em

    azul e branco.

    Figura 5 Ilustrao da atual fachada da Caixa E.F. Fonte: http://www12.caixa.gov.br/portal/public/acaixa/home/a_vida_pede_mais_que_um_banco/historia/

    3.2.6 Misso

    Atuar no incentivo da cidadania e do crescimento da sustentabilidade do

    Pas, como instituio financeira, encarregada das polticas sociais e associada

    estratgica do Estado brasileiro.

    3.2.7 Valores Empresariais

    - Nosso trabalho importante para a sociedade;

    - Temos orgulho de trabalhar na CAIXA;

    - Juntos podemos mais;

    - Nossas atividades so pautadas pela tica;

    - Respeitamos as ideias, as opes e as diferenas de toda a sociedade;

    - A liderana se faz pelo exemplo;

    - Somos inovadores no que fazemos.

  • 47

    4 ANLISE DE DADOS, DESEVOLVIMENTO E RESULTADOS

    A anlise de dados foi realizada aps a coleta e estudo sobre os

    resultados alcanados por meio do questionrio aplicado a uma populao de

    aproximadamente 45 funcionrios, e obtivemos uma amostra de 22

    questionrios respondidos, equivalente a 50% da populao da Caixa

    Econmica Federal de Cornlio Procpio Paran.

    Aps analisar os dados coletados, foram produzidos grficos para uma

    melhor visualizao dos resultados. Resultados estes que foram

    correlacionados aos objetivos de estudo.

    Na viso de Marconi e Lakatos (2005, p. 34 apud SANTANA e SILVA

    2011, p. 71) uma vez manipulados os dados e obtidos os resultados, o passo

    seguinte a anlise e interpretao destes, constituindo-se ambas no ncleo

    central da pesquisa.

    Conforme Gil (1994, p. 168 apud SANTANA e SILVA 2011, p. 71) a

    interpretao dos dados tem como objetivo a procura do sentido mais amplo

    das respostas, o que feito mediante sua ligao a outros conhecimentos

    anteriormente obtidos.

    Portanto, a pesquisa buscou alcanar os resultados, com todos os

    mtodos e procedimentos expostos, no qual, pudessem estabelecer ideias

    relacionadas ao tema proposto.

    4.1 ANLISE E INTERPRETAO DOS RESULTADOS

    4.1.1 Perfil dos entrevistados

    No grfico 1, apresenta-se o ndice dos sexos dos funcionrios da Caixa

    Econmica Federal.

  • 48

    5%

    50%

    45%

    Ensino mdio completo

    Superior completo

    Ps graduado

    Grfico 1 Percentuais do sexo dos entrevistados. Fonte: Das autoras.

    Com relao ao sexo dos entrevistados, observa-se que 77%

    correspondente a dezessete homens e 23% correspondem a cinco mulheres,

    sendo elas a minoria presente na instituio financeira.

    Na sequncia, o grfico 2 apresenta os valores percentuais referente ao

    grau de escolaridade do pblico alvo.

    Grfico 2 Escolaridade. Fonte: Das autoras.

    Com relao ao grau de escolaridade, verificou-se que 5% possuem

    apenas ensino mdio completo, 50% da amostra, possuem ensino superior

    completo, e 45% so ps-graduados.

    77%

    23%

    Masculino

    Feminino

    17 funcionrio 77%

    05 funcionrios 23%

    11 funcionrio 50%

    10 funcionrios 45%

    01 funcionrio 5%

  • 49

    Portanto 95% dos entrevistados, o equivalente a 21 funcionrios, possui

    ensino superior, o que lhes proporciona uma cultura mais elevada, com

    conhecimentos tcnicos e uma opinio mais crtica at mesmo sobre o mundo.

    O grfico 3, apresenta o tempo que cada funcionrio est presente na

    instituio financeira.

    Grfico 3 Tempo de empresa. Fonte: Das autoras.

    Com relao ao tempo de empresa, observa-se que 4% dos

    entrevistados trabalham na Caixa h menos de 02 anos, 32% trabalha h

    menos de 04 anos, e os 64% restantes esto na Caixa h mais de 10 anos.

    Entende-se que os funcionrios que esto na Instituio h mais tempo,

    possuem uma vasta experincia profissional o que contribui para o andamento

    do atendimento, na soluo de problemas rotineiros e no clima organizacional.

    O quadro 3 apresenta um resumo do perfil dos funcionrios.

    Sexo 77% homens

    Escolaridade 95% ensino superior

    Tempo de empresa 64% h mais de 10 anos Quadro 3 O perfil dos funcionrios. Fonte: Das autoras.

    Atravs do quadro 3 nota-se que 77% so homens, 95% tm ensino

    superior e 64% dos funcionrios trabalham na Caixa h mais de 10 anos.

    4%

    32%

    64%

    01 02 anos

    03 04 anos

    acima de 10 anos

    14 funcionrios 64%

    07 funcionrios 32%

    01 funcionrio 4%

  • 50

    4.1.2 A opinio do funcionrio

    Aps a caracterizao da amostra, sero apresentados na sequncia, os

    resultados e as anlises referentes percepo dos funcionrios quanto

    qualidade de vida exercida nesta instituio financeira em questo, levando em

    considerao os seguintes itens: motivao, clima organizacional, segurana

    do trabalho, plano de cargos e salrio, treinamento e comunicao.

    4.1.3 Com relao motivao no ambiente de trabalho

    O grfico 4 apresenta a percepo dos funcionrios quanto ao salrio

    ser um elemento que mais motiva os funcionrios no ambiente de trabalho.

    Grfico 4 Importncia do salrio. Fonte: Das autoras.

    Observa-se no grfico 4 que, 5% dos entrevistados concordam

    totalmente, 58% apenas concordam, 32% dos funcionrios nem concordam /

    nem discordam, e 5% discorda totalmente de que o fator salrio seja o

    elemento que mais motiva o funcionrio.

    Segundo Paschoal (1998) o salrio fundamental para o vnculo entre a

    organizao e o colaborador. Portanto, a remunerao salarial torna-se

    imprescindvel em qualquer atividade laboral, e nota-se que na instituio

    5%

    58%

    32%

    5% Concordo totalmente

    Concordo

    Nem concordo/ nem discordo

    Discordo totalmente

    13 funcionrios 58%

    07 funcionrios 32%

    01 funcionrio 5%

  • 51

    financeira pesquisada a maioria dos funcionrios da mesma opinio,

    mostrando assim ser este o elemento que mais os motiva.

    A seguir o grfico 5 mostra a opinio dos funcionrios quanto ao

    reconhecimento recebido, atravs do salrio, sendo este compatvel com as

    funes de cada um.

    Grfico 5 Reconhecimento da mo obra. Fonte: Das autoras.

    Observa-se no grfico 5 que 36% dos entrevistados concordam, 23%

    dos funcionrios nem concordam / nem discordam, 36% discorda e 5%

    discorda totalmente de que so reconhecidos pelo trabalho que fazem atravs

    do salrio que recebem.

    Com esse grfico percebe-se que a maioria dos funcionrios

    entrevistados no est satisfeito com o valor do salrio que recebem,

    acreditando que o salrio seja incompatvel com a funo que cada um exerce.

    Tal pensamento pode lhe trazer desmotivao, dificultando o andamento de

    suas funes, refletindo assim no seu humor e no clima organizacional.

    O grfico 6 mostra a opinio dos funcionrios em relao ao salrio

    recebido por cada setor, se compatvel comparado com outras instituies

    financeiras existentes na regio.

    36%

    23%

    36%

    5% Concordo

    Nem concordo/ nem discordo

    Discordo

    Discordo totalmente

    08 funcionrios 36%

    05 funcionrios 23%

    01 funcionrio 5%

  • 52

    Grfico 6 Salrio de acordo com a tabela de mercado. Fonte: Das autoras.

    De acordo com esse grfico, 9% concordam totalmente, 27% discordam,

    outros 9% nem concordam / nem discordam e a maioria, ou seja, 55%

    concordam que a instituio financeira paga um salrio de acordo com a tabela

    de mercado para cada setor, comparando com outras instituies existentes na

    regio.

    Apesar dos funcionrios acreditarem que no so reconhecidos pelo

    trabalho que fazem atravs do salrio que recebem, conforme g