4
Eletrodos de superfície para eletroestimulação Um ponto crítico na eletroterapia é o chamado “território de ninguém “, situado entre a saída do aparelho e a pele do paciente. A ligação entre o aparelho e o paciente se faz com cabos e conectores e eletrodos de superfície. Na eletroterapia isto é de grande importância, pois as dimensões, a constituição e colocação dos eletrodos , são responsáveis pelo sucesso do tratamento, mas também podem ser responsáveis por dor e desconforto, se mal utilizados. O que é um eletrodo? Eletrodo é a parte terminal do circuito de um eletro- estimulador, e que, em contato com a pele do paciente, vai transmitir a corrente elétrica. Normalmente utilizamos dois eletrodos : um positivo ( anodo ), com identificador vermelho, e um negativo ( catodo ), com identificador preto. Os eletrodos são constituídos por laminas de metais, que transmitem com facilidade a corrente elétrica, mas também podem ser de borracha de silicone, tratada especialmente para a mesma finalidade. Quando utilizamos eletrodos de metal, é necessário o uso de esponja vegetal embebida em solução aquosa salina ( a 10% ), revestindo este eletrodo, de maneira que este não fique em contato direto com a pele; poderá ocorrer queimaduras. Já os eletrodos de borracha não necessitam da esponja e sim de uma solução para facilitar a estimulação e diminuir a resistência cutânea, em forma de gel ( na realidade uma solução salina em forma de gel ). Normalmente durante uma aplicação os eletrodos deverão estar bem firmes e acoplados à área estimulada. Utilizamos na prática faixas de borracha, fitas adesivas ( tipo fita crepe ), esparadrapos anti-alérgicos, velcro, ou mesmo eletrodos auto colantes. O TAMANHO DOS ELETRODOS :

10- Eletrodos de Superfície Para Eletroestimulação

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Eletrodos de superfície para eletroestimulação

Citation preview

Page 1: 10- Eletrodos de Superfície Para Eletroestimulação

Eletrodos de superfície para eletroestimulação

          Um ponto crítico na eletroterapia é o chamado “território de ninguém “, situado entre a saída do aparelho e a pele do paciente. A ligação entre o aparelho e o paciente se faz com cabos e conectores e eletrodos de superfície. Na eletroterapia isto é de grande importância, pois as dimensões, a constituição e colocação dos eletrodos , são responsáveis pelo sucesso do tratamento, mas também podem ser responsáveis por dor e desconforto, se mal utilizados.

O que é um eletrodo?

            Eletrodo é a parte terminal do circuito de um eletro-estimulador, e que, em contato com a pele do paciente, vai transmitir a corrente elétrica. Normalmente utilizamos dois eletrodos : um positivo      ( anodo ), com identificador vermelho, e um negativo ( catodo ), com identificador preto. Os eletrodos são constituídos por laminas de metais, que transmitem com facilidade a corrente elétrica, mas também podem ser de borracha de silicone, tratada especialmente para a mesma finalidade.

            Quando utilizamos eletrodos de metal, é necessário o uso de esponja vegetal embebida em solução aquosa salina ( a 10% ), revestindo este eletrodo, de maneira que este não fique em contato direto com a pele; poderá ocorrer queimaduras. Já os eletrodos de borracha não necessitam da esponja e sim de uma solução para facilitar a estimulação e diminuir a resistência cutânea, em forma de gel ( na realidade uma solução salina em forma de gel ).

            Normalmente durante uma aplicação os eletrodos deverão estar bem firmes e acoplados à área estimulada. Utilizamos na prática faixas de borracha, fitas adesivas ( tipo fita crepe ), esparadrapos anti-alérgicos, velcro, ou mesmo eletrodos auto colantes.

 O TAMANHO DOS ELETRODOS :

 As dimensões dos eletrodos podem variar consideravelmente em função da área a ser estimulada. Ele poderá ser mínimo ( puntiforme ), porém de grande poder de estimulação, devido a sua alta densidade, ou poderá ser grande o suficiente para estimular grupos musculares. Na prática a dimensão pode variar de 0,5 cm2, a aproximadamente 50 cm2.

            O eletrodo menor é chamado de PUNTIFORME ou ATIVO, devido ao seu grande poder de estimulação ( não importando se é positivo ou negativo ) ; o eletrodo maior é chamado de NEUTRO ou PASSIVO, devido à sua baixa densidade de estimulação.

            Quanto às formas os eletrodos poderão adotar as mais diversas possíveis: circulares, retangulares, quadrados, sem forma definida.

 ELETRODOS E DENSIDADE DE CORRENTE :

Page 2: 10- Eletrodos de Superfície Para Eletroestimulação

            Quanto menor for o tamanho, maior será a densidade de corrente. As implicações clínicas são :

 

A densidade de corrente não deve exceder os limites de segurança. Portanto devemos evitar  corrente com alta intensidade.

Os eletrodos podem ter o mesmo tamanho e mesmo assim o paciente notar uma diferença entre eles.

Normalmente o eletrodo negativo é mais estimulante por induzir potenciais de ação nas membranas excitáveis por despolarização, enquanto que o positivo trabalha por hiperpolarização.

 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO :

            As duas técnicas mais comuns são : MONOPOLAR E BIPOLAR.

Na técnica monopolar, utilizamos dois eletrodos, um puntiforme e o outro maior     ( dispersivo ). O eletrodo ativo é sempre o menor, seja ele positivo ou negativo. O eletrodo maior serve para fazer o contato do circuito e pode ser colocado sobre diversas partes do corpo.

            Na técnica bipolar, utilizamos dois eletrodos de maior tamanho e dimensões semelhantes. Neste caso os dois eletrodos são ativos e é importante que seja determinada a correta polaridade. Existem também técnicas tetrapolares, que na realidade representa o uso de duas técnicas bipolares.

 LOCALIZAÇÃO MAIS COMUNS DOS ELETRODOS:

            A colocação dos eletrodos é de fundamental importância nos resultados da terapêutica com correntes excitomotoras. Em primeiro lugar é importante que se determine com exatidão a polaridade, a técnica e o tamanho apropriado dos eletrodos; estes serão fixados na pele íntegra, conforme o objetivo, que depende do quadro clínico. A escolha do local e da técnica devem ser fundamentadas na análise clínica, anatômica e fisiológica do problema. A seguir os locais mais comuns de colocação de eletrodos :

APLICAÇÃO NO PONTO DOLOROSO : Utilizamos a técnica bipolar, com eletrodos não tão grandes, e com o pólo negativo colocado diretamente sobre o ponto doloroso e o positivo a alguns centímetros de distancia ou em qualquer ponto dentro do dermátodo correlacionado com a área de dor .

APLICAÇÃO NO TRONCO NERVOSO PERIFÉRICO : Utilizamos técnica bipolar. A aplicação consiste na colocação de um eletrodo num trecho do trajeto nervoso periférico ( braquial ou ciático), e outro na emergência da raiz do nervo em questão. O paciente deve sentir a estimulação em toda, ou na maior parte, a região enervada pelo tronco nervoso.

Page 3: 10- Eletrodos de Superfície Para Eletroestimulação

APLICAÇÃO PARAVERTEBRAL : Utilizamos técnica bipolar. Aplicam-se eletrodos de forma bilateral ou longitudinal à coluna vertebral. Nesta aplicação é fundamental conhecer a relação anatômica entre corpo vertebral, processos espinhosos, forames vertebrais e a raiz nervosa, para que os eletrodos sejam colocados a um nível adequado. A colocação dos eletrodos sobre as vértebras ou entre os processos espinhosos também podem ser usados sem contra-indicações.

APLICAÇÃO GANGLIOTRÓPICA : Utilizamos técnica bipolar. Aplica-se um eletrodo pequeno sobre um gânglio vegetativo e outro próximo a ele. Esta estimulação normalmente atinge plexos nervosos    ( gânglio estrelado - plexo braquial ), que são grupamentos nervosos facilmente estimuláveis, conduzindo a sensação de corrente para toda a região inervada por este plexo.

APLICAÇÃO VASOTRÓPICA : Utilizamos técnica bipolar. Aplicada em casos de transtornos vasculares periféricos. Eletrodos grandes são colocados segundo o curso da circulação vascular periférica.

APLICAÇÃO TRANSARTICULAR : Utilizamos técnica bipolar. São aplicações preferencialmente com eletrodos grandes e dispostos diametralmente opostos em relação à articulação.

APLICAÇÃO MIOENERGÉTICA : Utilizamos técnica bipolar, com eletrodos grandes, para produzir contrações musculares. Dois eletrodos são colocados no ventre do músculo ou do grupo muscular .

APLICAÇÃO NO PONTO MOTOR : Utilizamos a técnica monopolar. É uma técnica especial para estimulação de músculo específico ou para fins diagnósticos ( determinação do limiar de excitabilidade motora ). Um eletrodo puntiforme ( ativo ) é colocado sobre o ponto motor do músculo e um outro bem maior ( dispersivo ), fecha o circuito, numa posição proximal.