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11/14/2012 1 Futuro do manejo de plantas daninhas e resistência: mistura de herbicidas ou eventos múltiplos de culturas resistentes a herbicidas Pedro J. Christoffoleti ESALQ USP LPV Prof. Associado [email protected] Biologia e manejo de plantas Daninhas A teoria seleção de plantas resistentes ao glyphosate As alternativas Considerações sobre plataformas pós “Roundup Ready®” Aspectos das associações e misturas de herbicidas Predições futuras Sumário da palestra Benefícios agronômicos do sistema com culturas resistentes ao glyphosate Simplicidade dispensa combinação de outros herbicidas ou aditivos Flexibilidade pode-se aplicar o herbicida até 30 dias após a emergência da lavoura Eficiência amplo espectro de controle Residual não apresenta nenhum efeito residual para os cultivos em rotação ou sucessão Produtividade permite colheita da cultura “no limpo Planejamento facilita o planejamento das operações dentro da propriedade e a otimização de máquinas e equipamentos Agricultor feliz Dessecação Manejo de herbicidas na cultura Pós-colheita VE VC V1 V2 V3 V4 V5 V6 Vn... R S Mato-competição glifosate glifosate glifosate glifosate

11/14/2012 - Universidade de São Paulo de plantas... · A teoria – seleção de plantas resistentes ao glyphosate ... Isso leva a seleção natural dos mais adaptados Darwin em

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11/14/2012

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Futuro do manejo de plantas daninhas e resistência: mistura de

herbicidas ou eventos múltiplos de culturas resistentes a herbicidas

Pedro J. Christoffoleti

ESALQ – USP – LPV

Prof. Associado – [email protected]

Biologia e manejo de plantas Daninhas

A teoria – seleção de plantas resistentes ao glyphosate

As alternativas –

Considerações sobre plataformas pós “Roundup Ready®”

Aspectos das associações e misturas de herbicidas

Predições futuras

Sumário da palestra

Benefícios agronômicos do sistema

com culturas resistentes ao glyphosate

Simplicidade – dispensa combinação

de outros herbicidas ou aditivos

Flexibilidade – pode-se aplicar o

herbicida até 30 dias após a

emergência da lavoura

Eficiência – amplo espectro de controle

Residual – não apresenta nenhum efeito residual para os

cultivos em rotação ou sucessão

Produtividade – permite colheita da cultura “no limpo”

Planejamento – facilita o planejamento das operações

dentro da propriedade e a otimização de máquinas e

equipamentos

Agricultor feliz

Dessecação Manejo de herbicidas na cultura Pós-colheita

VE VC V1 V2 V3 V4 V5 V6 Vn... R S

Mato-competição

glifosate glifosate glifosate glifosate

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I S A A A

Área global de culturas “Biotech”, 1996/10

1 Bilhão de hectares em 2010

Fonte: Clive James, 2011

0

200

400

600

800

1000

1200

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

0

494

988

1482

2471

1976

2965

M Acres

500 Milhões de hectares

1 Bilhão de hectares

10 anos 5 anos

M ha

Anos

I S A A A

10%

Aumento em relação a 2009 29 países que tem adotado

culturas “biotech”

Fonte: Clive James, 2010.

Área global (Milões de hectares) de culturas

“biotech”, 2010: por país

Países de maior produção

50.000 hectares, ou mais

USA

Brasil*

Argentina*

India*

Canadá

China*

Paraguai*

Paquistão*

África do Sul*

Uruguai*

Bolivia*

Austrália

Filipinas*

Espanha

México*

66,8

25,4

22,9

9,4

8,8

3,5

2,6

2,4

2,2

1,1

0,9

0,7

0,5

0,1

0,1

Menos que 50.000 hectares

* Países considerados em desenvolvimento

Colombia*

Chile*

Honduras*

Portugal

Czech Republic

Poland

Egito*

Slovakia

Costa Rica*

Romania

Suécia

Alemanha

Milhões de hectares

Buva resistante

ao glyphosate

Capim amargoso

resistante ao glyphosate

E agora?

2 espécies de plantas daninhas RG numa mesma área

Steckel 2010

Caruru e buva

Charles

Darwin

Oque ele

escreveria?

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Sobrevivência do mais adaptado

en.wikipedia.org/wiki/Image:Darwin%27s_finches.jpeg

Na sua publicação “Origin of Species”,

publicado em 1859, Darwin propos a

teoria evolutiva das espécies

Em condições de pressão de seleção,

somente o mais adaptado sobreviveria

Isso leva a seleção natural dos mais

adaptados

Darwin em 1860

Seleção natural

explica a adaptação

Variabilidade genética

majorityrights.com/index.php/weblog/comments/racial_variation_in_so

me_parts_of_the_skull_involved_in_chewing/

Sendo assim, algumas

mutações persistem e

aumentarão a variação

genética dentro da

população.

Variantes de um gene

particular são conhecidos

como alleles, ou biótipos.

Por exemplo, de um dos

genes de cor do cabelo

contém o alelo de

loira/castanha

Seleção natural

en.wikipedia.org/wiki/Image:Mutation_and_selection_diagram.svg

Alelos mutantes disseminam através

de um população através da

reprodução sexuada.

Se um alelo proporciona

características desfavoráveis, ele

irá desaparecer da população.

Em contraste, mutantes com efeitos

favoráveis são perpetuados para as

gerações seguintes

Seleção do gene escuro

Mutação cria

variação

Mutações desfavoráveis

Seleção contrária

Mutação e

reprodução ocorrem

Mutação favorável

são mais prováveis

de sobreviver

… e reproduzir

“Nem sempre são as espécies mais

fortes que sobrevivem, nem as mais

inteligentes, mas sim aquelas que

respondem rapidamente às mudanças”

Charles Darwin

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Porque biotipos de plantas daninhas resistentes a

herbicidas existem?

Os biotipos têm se adaptado ao uso

específico de um herbicida há anos devido a

variabilidade genética

A pressão de seleção permite que os mais

adaptados produzam sementes e assim

ocupem os nichos disponíveis (“espaços”)

Variabilidade genética

É um “jogo de números”

(frequência inicial)

Mais adaptados

Porque o fenômeno da resistência surge no

campo de forma repentina?

Anos de aplicações % de plantas resistentes

0 0,0001 (1 ppm)

1ª aplicação 0,001

2nd aplication 0,02

3rd aplication 0,3

... ...

n aplicações (“céu”) 4,2

n + 1 aplicações (“inferno”) 60,5

Frequência inicial

natural de resistência

Produção de sementes

Estabelecimento inicial do biotipo resistente

Chuva de

sementes

A base ecológica para a pressão de seleção de plantas daninhas

resistentes é o banco de sementes de plantas daninhas no solo

“Chuva” de sementes

de plantas daninhas

Mortalidade

de sementes

Germinação

das sementes

Weed life cycle

10 a 30 mil sementes/m2

1 a 3 % 20 a 30 %

11/14/2012

5

5

11

3

5

3

1

Plantas daninhas resistente ao glyphosate – mundial - 2011 -

http://www.weedscience.com/

Fonte das fotos: DTM Syngenta; Syngenta Paraguai,

Azevém

~ 1,1 milão ha (2009)

Capim amargoso

~ 0,03 milões ha (2009)

Buva

~ 3,3 milhões ha (2009)

Situação da resistência ao glyphosate no Brasil

Infestação

Alta (>>> resist.)

Média (> resist.)

Baixa (<<< resist.)

Começando

Buva resistente ao glyphosate no Brasil por estado

Infestação inicial típica de buva,

depois de milho “safrinha”

Paraná

Mato Grosso do Sul

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Introdução

DINTER CAPES/SETEC

Alta infestação de buva resistente ao glyphosate no momento da

dessecação – etádio avançado de crescimento

Nenhum tratamento de dessecação é efetivo neste

estádio de crescimento da planta daninha

Tarde demais para controle Infestação típica de buva resistente ao

glyphosate, antes da colheita da cultura de soja

11/14/2012

7

0

Cultural:

(Rotação ou

Sucessão)

0

Químico:

(mistura e

sequência de

herbicidas)

0

Biotecnológico:

(Eventos

múltiplos a

herbicidas)

R

Novas opções de herbicidas alternativos de baixa

seletividade para associação com glyphosate

Aumenta a diversidade de mecanismos de ação e

o potencial de manejo da resistência

Justificativa para as empresas formular novos

tipos de mistura ou para o agricultor associar

diferentes herbicidas ao glyphosate

Porquê desenvolver culturas com

resistência múltiplas a herbicidas?

“Liberty Link (LL)” (resistente ao glufosinate de amônio

Eventos múltiplos - pós geração RR

Fatores críticos para o funcionamento do Glufosinate:

Volume de calda

Tamanha da gota e

Estádio de crescimento da planta daninha

Rebrota em planta com

aplicação muito tardia

O tamanho é crítico para o funcionamento do glufosinato

2,24 L/ha de glyphosate, seguido de 2,0 L/ha de

Finale no controle do caruru

Cultura de algodão

Finale em estádio muito tardio de aplicação

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8

O tamanho é crítico para o funcionamento do glufosinato

Whitaker

O caruru deve ser pequeno com 6 a 10 cm para ser

controlado pelo Finale

7 dias depois da aplicação de Finale

20 dias depois da aplicaçãode Finale

Pré-plantio e pré

POST1

1 folha (algodão)

Pós 2

6-7 folhas (algodão)

Jato dirigido

1. Diuron + Flex

2. Cotoran + Flex

3. Herbadox + Flex

4. Diuron + Staple

5. Cotoran + Staple

6. Diuron PRE

7. Cotoran PRE

8. Treflan PPI

Finale 2,0 L/ha

+ Dual Gold Finale 2,0 l/ha

diuron

+

MSMA

Controle de caruru R ao glyphosate com glufosinate em algodão LL (EUA)

“Phytogen Widestrike Cotton” (Bt - Cry1F e Cry1Ac)

1) Confere tolerância ao glufosinate

2) Tolerância incompleta; com possíveis injúrias e perdas

de produção, se a tecnologia for usada sem critérios

3) De acordo com o EPA, o glufosinate pode ser aplicado no

algodão “widestrike”

4) No entanto, os produtores não são responsáveis pelos

resultados, nem a Bayer, Dow, ou Universidades

recomendam ou garantem o uso de glufosinate em

algodão Widestrike

“It breaks rules, but not laws”

Quebra de regras mas não de legislação

Phytogen Widestrike Cotton (tratado com Glufosinate nos EUA)

2004: 1 parcela (pesquisas preliminares)

2005: 0,25 acres (presquisa)

2006: 16 acres (pesquisa)

2007: <20,000 acres

2008: ~40,000 acres

2009: ~225,000 acres

2010: >750,000 acres

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9

1326

1321

1280

1181

0 200 400 600 800 1000 1200 1400

0

1

2

3

Número de aplicações de 2,0 L/ha de glufosinate

Pounds Lint Cotton

Culpepper, York and Steckel 2010

a

a

a

b

Tolerância do “375 WideStrike Cotton” à aplicações

múltiplas de glufosinate

Características LL WRF

Atributos

fitotécnicos

Em processo de

melhoria Em fase de provas

Controle de

gramíneas

Pode necessitar

ajuda

Pode ser aplicado

glyphosate

Controle de

corda de viola Excelente

Excelente com

glufosinate

Controle de

buva RG Bom Bom com glufosinate

Pode aplicar

glyphosate Não! Sim

Tolerância ao

glufosinate Excelente

Aceitável (quando

seguida recomendações)

Manejo de plantas daninhas em Liberty Link

(LL) x “Phytogen Widestrike Cotton” (WRF)

Culpepper, 2011

Foto tirada 5 dias depois da

aplicação no estádio de 2 fls.

Culpepper, 2011

Foto tirada 5 dias depois do início do

florescimento e 2 semanas após aplicação Culpepper, 2011

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2,4-D – resistência em milho, soja e algodão

Enzima responsável de quebra do anel aromático do herbicida

– enzimas ariloxialkanoato dioxigenase (AADs)

O milho é também tolerante aos herbicidas tipo “fops”,

triclopir e fluroxipir

É possível em futuro próximo uma variedade – ser tolerante a:

glyphosate, 2,4-D, Bt, “fops” e glufosinate

2,4-D e fops são herbicidas de baixo custo

hoje sendo alternativa para produtores que

continuarão usando culturas RR

Importante observar manejo de riscos para

produtores e comunidades

Nova formulação de 2,4-D está sendo

desenvolvida (volatilidade, deriva física e

odor)

Eventos múltiplos - pós geração RR

Wright T R et al. PNAS 2010;107:20240-20245

Com ADD-12 Sem ADD-12

Resposta de plantas de soja transgênica e não

transgênica ao 2,4-D no campo

Wright T R et al. PNAS 2010;107:20240-20245

Resposta de plantas de milho transgênico e não

transgênica ao Quizalofop no campo

Sem ADD-12 Com ADD-12

Deriva de 2,4-D em soja não resistente ao 2,4-D

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Dicamba – tolerância da soja

Para controle de plantas daninhas tolerante ao glyphosate

(corda de viola) e resistentes

Apresenta os mesmos riscos do 2,4-D com relação a deriva

A Monsanto está melhorando a formulação

Dicamba deve ser aplicado antes do glyphosate por causa do

tamanho (6 a 10 cm) no caso de buva

A adição de tolerância à dicamba será na plataforma de soja

Genuity® Roundup Ready 2 Yield®, e também na canola

Dicamba R Dicamba S Dicamba R Dicamba S

Eventos múltiplos - pós geração RR

Soja Dicamba RR2Y

Resistente ao dicamba

Suscetível ao dicamba

Soja resistente aos herbicidas inibidores da HPPD

Projeto em parceria entre a Bayer e Syngenta

Eventos múltiplos - pós geração RR

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Aaron Hager – University of

Illinois – USA, que estudou a

população resistente a HPPD

População de Amaranthus

tuberculatus (sinonímia A. rudis)

resistente aos herbicidas inibidores da

HPPD encontrada em Illinois - USA

Área de milho com 7 anos de aplicação consecutiva de

mesotrione selecionou uma população resistente

Aplicação em pré-emergência da mistura de mesotrione, S-

metolachlor and atrazine (Luxar®) controlou (Syngenta)

A população de A. tuberculatus encontrada em Illinois tem

resistência cruzada a tembotrione, topramezone, ou mesotrione

Caruru resistente aos inibidores da HPPD nos USA

Soja tolerante a sulfoniluréria

Soja SDS – desenvolvido pela Coodetec – 80 g/ha de

chlorimuron (Classic) na dessecação + 40 a 80 g/ha de

chlorimuron na soja tratamento seletivo

CD 236RR(STS), CD 249RR(STS) e CD 250RR(STS)

toleram a aplicação de glifosato e sulfoniluréias

CD216(STS), CD 224(STS) e CD 252(STS) toleram apenas

as sulfoniluréias recomendadas

Eventos múltiplos - pós geração RR

Soja tolerante a sulfoniluréria

Soja Cultivance – desenvolvido no Brasil em parceria

Embrapa – Basf

É recomendado o uso de imidazolinonas, porém não é

resistente simultaneamente ao glyphosate

Pesquisador da Embrapa Recursos

Genéticos e Biotecnologia

coordenador do programa

Transformação Cenargen

Desenvolvimento

Embrapa-soja

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13

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60

Anos de uso

me

ro d

e e

sp

éc

ies r

esis

tnte

s

.

ACCase Inhibitors

ALS Inhibitors

Triazines

Bypyridiliums

Synthetic Auxins

Glycines

Plantas daninhas resistentes - Global

ALS Triazinas Glyphosate

Resistência a ALS – múltiplos pontos de mutação na enzima:

Em todas os casos de R estudados, é causada pela substituição

de um dos cinco aminoácidos conservados

CTP

A122 P197 A205 W574 S653

0 100 200 300 400 500 600

Número do aminoácido

Em todos os casos de resistência estudados até o momento tem sido atribuída a

mudanças na seqüência dos aminoácidos. (Sathasivan et al. 1990)

CTP = “chloroplast transit peptide”

R R

S S S S S

S

R R R R

Chlorimuron (SU) Nicosulfuron (SU) Imazethapyr (IM)

Test. 70 g/ha Test. Test. 100 g/ha 100 mL/ha

Test. 70 g/ha Test. Test. 100 g/ha 100 mL/ha

Inibidor da ALS Inibidor da ALS Inibidor da ALS

0

Cultural:

(Rotação ou

Sucessão)

0

Químico:

(mistura e

sequência de

herbicidas)

0

Biotecnológico:

(Eventos

múltiplos a

herbicidas)

R

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Porque misturar dois ou mais

herbicidas no tanque?

Por conveniência prática de uso, quando fundamentada

em garantias de compatibilidade física e biológica e

seguindo instruções práticas específicas de mistura.

Por existir um efeito positivo em que obtem-se melhor

controle que se os produtos forem utilizados sozinhos.

A mistura não deve ser feita quando existe um efeito

antagônico

Reduzir os custos de produção através do menor uso de

tempo e mão de obra nas aplicações

Redução da compactação do solo pela eliminação da

aplicações múltiplas

Ampliar o espectro de controle de plantas daninhas, ou

extender o controle por mais tempo

Aumentar a seletividade para a cultura pelo uso de doses

menores dos herbicidas selecionados na mistura.

Redução dos resíduos de pesticidas no solo e no produto

colhido

Retardar a seleção de populações de plantas daninhas

resistentes a herbicidas (Hatzios & Penner, 1985).

Razões específicas

I II III

50%

50%

Definições das respostas interativas

Sinergismo:

A resposta da mistura dos herbicidas é maior

que a soma dos efeitos de cada substância

aplicada separadamente

Incremento (adjuvantes):

Quando há um incremento na resposta do herbicida relação a sua aplicação

isolada, em função de um adjuvante adicionado a calda (surfactantes, óleos,

adubos nitrogenados, condicionantes de calda, etc.)

Antagonismo:

A resposta da mistura dos herbicidas é menor que a soma dos efeitos de cada

substância aplicada separadamente

Aditivismo:

A resposta da mistura dos herbicidas é igual a

soma dos efeitos de cada substância aplicada

separadamente

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Mecanismos de interações entre herbicidas em

associação no tanque

a) Bioquímico Alteração da quantidade de herbicida que atinge o sítio de ação,

induzida pelo outro herbicida nos processos de absorção,

translocação ou metabilismo.

b)Competitivo Interação no sítio de ação entre os herbicidas associados,

onde um herbicida da mistura afeta a ligação no sítio de

ação do outro herbicida

c) Fisiológico Interação entre os herbicidas combinados que produzem

efeitos opostos no mesmo processo fisiológico da planta ou

sinergiza o efeiro geral

d)Químico Reação entre os produtos fitossanitários combinados que

resulta na formação de um complexo inativo ou incremento

na taxa de metabolismo do herbicida (Zang et al., 1995)

Antagonismo, é mais comum entre herbicidas com mesmo ponto de entrada na planta e

translocação

Propriedades combinadas dos herbicidas: Grupos químicos Absorção/translocação Mecanismo de ação Via metabólica etc.

Antagonismo, em geral é 3x mais comum que sinergismo

Sinergismo é mais comum

entre herbicidas de mesmo grupo químico

Antagonismo – incremento no metabolismo de um herbicida por causa do outro

Depende da espécie alvo

Fatores que afetam a

interação entre

herbicidas

Mesma família química Famílias químicas diferentes

Monocotiledôneas Dicotiledôneas

Antagonismo Sinergismo

Antagonismo Sinergismo Antagonismo Sinergismo

Frequência de antagonismo e sinergismo após a

aplicação simultânea de herbicidas (Modificado de

Zhang et al., 1995

Antagonismo Sinergismo Química:

Quando há redução de eficácia de um

ou mais componentes da mistura

Física:

Quando há formação no tanque de precipitados,

flocos, gels, cristais, etc que dificultam a

aplicação

Incompatibilidades e mixturas

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Alguns exemplos de interações conhecidas de herbicidas Antagonismo

Diclofop + herbicidas fenoxiacéticos (2,4-D, Banvel)

Diclofop + metribuzin

Sethoxidyn + 2,4-D

Nicosulfuron + inseticidas organo-fosforados

Nicosulfuron + adubação nitrogenada

Nematicidas + hebicidas do grupo das uréias substituidas

Glyphosate + 2,4-D em certas plantas daninhas do tipo gramíneas

Glyphosate + atrazine

Inibidores da ALS + graminicidas pós-emergentes (chlorimuron + fenoxaprop)

Sinergismo

Glyphosate + lactofen

Paraquat + diuron

Glufosinato de amônio + Áureo

Muitos herbicidas pós-emergentes + surfactantes/óleos minerais ou adjuvantes

Incremento

Glyphosate + 2,4-D (em algumas plantas daninhas do tipo folha larga)

Aditivismo

Glyphosate + herbicidas pré-emergentes (flumyzin)

Glyphosate + graminicidas pós-emergentes (fenoxaprop)

1) Sempre siga a ordem correta de mistura de produtos, começando com 50% de água no

tanque do pulverizador antes de adicionar qualquer produto.

2) Evita misturar produtos concentrados entre si antes de adicionar ao tanque.

3) Não misture produtos a base de sulfato de ferro não quelatizados com formulações de

herbicidas tipo fenoxis. Esta mistura pode formar “pasta” e precipitar no tanque.

4) Não misture materiais fortemente ácidos com materiais formente alcalinos, a não ser

especificado no rótulo do produto

5) Produtos WG ou GRDA em embalagens hidrosolúveis devem ser pré-dissolvidos no

tanque (água) antes da adição dos fertilizantes fluidos ou nitrogênio — estes materiais

podem impedir que estas embalagens sejam completamente dissolvidas.

6) Não misture fertilizantes a base de potássio ou outros fertilizantes que tem caráter

fortemente ácido com formulações de herbicidas CE e SC. Estas misturas podem

causar problemas de compatibilidade e fitotoxicidade dos herbicidas.

7) Certifique-se da dose do herbicida quando em mistura com fertilizantes fluidos.

Quando a quantidade de fertilizantes na mistura é elevada, o volume de calda aplicado

pode ser alterado. Portanto, o pulverizador deve ser recalibrado.

Alguns “sim” e “não” na mistura de herbicidas

Reflexões

Se olharmos para o futuro ...

A melhor forma é:

Use rotação de culturas

Use diversidade de herbicidas

Rotacione mechanismos de ação

Novas plataformas múltiplas de resistência

Seja proativo ...

Se olharmos para o futuro ...

Como as coisas acontecerão

Produtores usarão culturas resistentes ao

glyphosate todos os anos

Produtores não rotacionarão mecanismos de

ação (importante liberar as misturas)

Produtores continurão selecionando plantas

daninhas resistentes

Legisladores … este é um momento

chave para o Brasil … em breve as

principais culturas serão resistentes

ao glyphosate …

Reflexões

11/14/2012

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Reflexão final

Se olharmos para o futuro ...

Glyphosate é um herbicida fantástico

Use com sustentabilidade, ele será ainda

por muito tempo uma ferramenta

fundamental para a agricultura brasileira

Precisamos de todas as

ferramentas disponíveis …

Perguntas??

Pedro J. Christoffoleti

[email protected]

(19) 9727-8314