43
11158 MARCIA DENISE GUEDES . 'CONTRIBUIÀO AO ESTUDO DA MORFOLQ.GIA CRANIANA DAS.· ESPÉCIES BRASILEIRAS DOS GfNERÓS' ACANTOGHELYS E P.LATEYS { CHELONIA; CHELIDAÊ ) .. Pi.�eptaç�o apesentada à Coordenaç . ão d� PÓ_ s-Gaduação em Zpplogia da Universidade Fed�ràl do Ri? e . . Jan��ro, com? parte dQ,ê requisit_ os necessários à ob. te_ :n _ ã do grau de etre em Gi-�nci_ s iolÓgic�s - Zoologi� IOOL06IA/FCC 141 \

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j

11158

MARC IA DENISE GUEDES .

'CONTRIBUIÇ,ÀO AO ESTUDO DA MORFOLQ.GIA CRANIANA DAS.·

ESPÉCIES BRASILEIRAS DOS GfNERÓS' ACANT}IOGHELYS

E P.LATE:MYS { CHELONIA; CHELIDAÊ )

..

Pi.�f3eptaç�o ap:i;-esentada à Coordenaç.ão d� PÓ_s-G_raduação em

Zpplogia da Universidade Fed�ràl do Ri? Gle .. Jan��ro, com?

parte dQ,ê requisi t_os necessários à ob.te_:n�_ãÇ) do grau. de

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1 1

MARCIA DENISE GUEDES

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA MORFOLOGIA CRANIANA DAS

ESPÉCIES BRASILEIRAS DOS GÊNEROS ACANTHOCHELYS

E PLATEMYS ( CHELONIA: CHELIDAE)

Banca Examinadora:

( Presid�nte da Banca)

Rio de Janeiro,t.2,de � de 1992.

ii

_v.; .c!P

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Trabalho realizado no Setor de Herpetologia do Departamento

de Vertebrados do Museu Nacional do Rio de Janeiro -

Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Orientador:

Prof. Dr. Ulisses Caramaschi

Universidade Federal do Ri·o de Janeiro

Museu Nacional

iii

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FICHA CATALOGRÁFICA

GUEDES, Mareia Denise

Contribuição ao estudo da morfologia craniana das especies

brasileiras dos g�neros Acanthochelys e Platemys ( Chelonia:

Chelidae ). Rio de Janeiro. UFRJ, Museu Nacional, 1992.

xi, 32 f.

Tese: Mestre em Ci�ncias �iolbgicas ( Zóqlbgia)

1. Osteologia 2. Chelonia 3. Chelidae 4. Tese

I. Universidade Federal do Rio de Janeiro - Museu Nacional

II. Titulo

iv

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.J

A minha avo Christina.

Aos amigos Elias, Josué � Ne.stor.

\ \

V

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, Prof. Ulisses Caramaschi, pela Q

rientação, apoio e paciência durante a realização do

lho.

À CAPES e ao CNPq pelas bolsas obtidas.

traba-

Ao Sr. Walfrido M. Tomás, do CPAP/EMBRAPA-MS, pelo

empréstimo de material.

Ao Dr. Russell A. Mittermeier pelo envio de public�

çoes e leitura do original.

Ao Dr. Anders G. J. Rhodin� Carlos Yamashita, Chri�

tine Strüssmann, Ernesto Valle, Flávio Molina, Gustavo Scroc­

chi, Jorge A. Cranwell, Renato Cintra, Rita P. Herrera e Ro­

berto da Rocha e Silva pelo interesse e valiosas informações

fornecidas.

À Flávia Castro pelo contato com o Dr. Mittermeier.

A meus pais Zylma e Waldyr, minha irmã Marta e toda

minha familia, pelo apoio e incentivo durante o curso e ajuda

na realização do trabalho.

À Anete por toda a ajuda, fundamental durante o cur

so.

Aos professores e funcionários do Museu Nacional do

Rio de Janeiro.

Aos amigos Alcimar, Hélio, José Marcelo, Luisa, Lu­

iz Cláudio, Marcelo, Marcovam, MÔnica e Sérgio pelos conse­

lhos, pela ajuda e acima de tudo pela paciência durante todo

o tempo.

À Profª Érica P. Caramaschi pelo apoio, estimulo e

confiança.

À equipe do C. E. Pedro Aleixo e à Profª Margarida

vi

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. �

"'·

de Andrade Brandão, do C. E. Vicente Jannuzzi pelas condições

de trabalho e pelo apoio.

Aos. amigos G. Prem Kumar, LÚcia Cristina, Luc iene,

Jorge Alberto, José Negreiros, Maria da Glória, Marise, Mário

Jorge, Mário Sérgio, Mirianluce Maia, Nerilda, Oscar, PatrÍc!

a, Sheila, Sueli, Tereza, Ulisses Leite Gomes e ao tio

son, pela energia, pelo estimulo e pela confiança.

Gel-

Ao Dr. Gerson pelo apoio psicológico nas horas difÍ

ceis.

Ao Dr. Sanderland pelos conselhos e pelo estimulo.

À turma de 1988 do Curso de PÓs Graduação em Zoolo-

gia do Museu Nacional do Rio de Janeiro e "agregados"

verdadeiro espírito de cooperação durante todo o curso.

pelo

A todos os amigos não citados, mas igualmente impo�

tantes, cuja confiança, incentivo e colaboração tornaram pos­

sível a realização deste trabalho .

vii

<

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RESUMO

O genero Acanthochelys e composto atualmente por

quatro espécies, das quais apenas�- macrocephala teve descri

ção de caracteres cranianos. Por outro lado, o gênero Plate­

mys engloba apenas uma espécie, �- platycephala, qu_e já teve

tais caracteres descritos. Ambos os gêneros estiv�ram sinoni­

mizados até recentemente, quando foi sugerida sua distinção,

com base em caracteres cromossômicos. A separação foi acatada

sem qualquer comentário ou caracterização dos gêneros, e pos­

teriormente confirmada, após estudos de caráter bioquimico.

Neste trabalho são apresentados caracteres crania­

nos de espécies dos referidos gêneros, com vistas à caracteri

zação desses táxons.

Os resultados obtidos coincidem com os dados cromos

sÔmicos e bioquimicos e demonstram a grande variação interes­

pecifica na morfologia Ósteo-craniana dos componentes de Acan

thochelys.

viii

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ABSTRACT

The genus Acanthochelys is composed by four species,

but only �- macrocephala had its cranial characters described.

On the other hand, the genus Platemys, involves only

species, .!:_. platycephala, which had these char·acters

cribed. Both genera we-re treated as synonyms until

one

des­

recently,

when it was suggested their distinction, based on chromosomial

characters. This distinction was accepted without any comments

or characterization of the genera, _ and subsequently they were

confirmed, after biochemical studies.

This work shows cranial characters of species of

both genera, as a contribution for the osteological characteri

zation of these taxons.

The results agree with both chromosomial and biachem

ical data and show the great interespecific variation in the

skull morphology among the species of Acanthochelys.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

MATERIAL E MÉTODOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ' . . . 5.

RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

Acanthochelys macrocephala . . . . . . . . . . . .. 7

Acanthochelys radiolata . . . . . . . . . . . . . . . i3

Acanthochelys spixii . . . . . . . . . . . . . · . . . . . 18

Platemys platycephala . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . 31.

X

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"Não acrediteis numa coisa apenas por ouvir dizer.

Não acrediteis na fé das tradições só porque foram transmiti­

das por longas gerações. Não acrediteis numa coisa só porque

é dita e repetida por muita gente. Não acrediteis numa coisa

só pelo testemunho de um sábio antigo. Não acrediteis numa ,

coisa so porque as probabilidades a favorecem ou porque um

longo hábito vos leva a tê-la por verdadeira. Não acrediteis

no que imaginastes, pensando que um ser superior a revelou.

Não acrediteis em coisa-alguma apenas pela autoridade dos

mais velhos ou dos vossos instrutores. Mas, aquilo que por

vós mesmos experimentastes, provastes e reconhecestes verda­

deiro, aquilo que corresponde ao vosso bem e ao bem dos ou­

tros - isso· deveis aceitar, e por isso moldar a vossa conduta�

- Siddartha Gautama ( Buda)

xi

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INTRODUÇÃO

Descrições osteolÓgicas são de grande importância

no estudo evolutivo e filogenético dos diversos grupos de veE

tebrados, visto que o sistema esquelético sofreu várias modi­

ficações ao longo do tempo, entre as quais fusão e perda de e

lementos em alguns e aparecimento em outros.

Apesar da freqüente caracterização dos quelÔnios co

mo um grupo no qual a estrutura craniana apresenta um padrão

uniforme, há variações consideráveis, de interesse sistemáti­

co e funcional, conforme mencionado por GAFFNEY ( 1979 ) .

Diante da escassez de dados osteolÓgicos relativos

a quelÔnios sul-americanos, qualquer tentativa de descrição �

natÔmica .do grupo torna-�e de· grande importincia para o estu­

do do mesmo.

A familia Chelidae, distribuída pela América do Sul,

Austrália e Nova Guiné, apresenta todas as espécies com hábi­

tos dulcicolas, sendo amplamente distribuídas em seus respec­

tivos continentes.

A esta familia pertencemos generos Acanthochelys

Gray 1873 e Platemys Wagler 1830, até ·recentemente sinonimiza

dos, formados pelas seguintes espécies:

Acanthochelys macrocephala ( Rhodin, Mittermeier

e McMorris, 1984)

Distribuição: Bacia superior do rio Mamoré, da Bolívia Cen-

tral à região do Pantanal, alto Paraguai, Brasil ( Fig. 1 ) .

Acanthochelys pallidipectoris . ( Freiberg, 1945)

1

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Distribuição: Chaco, norte da Argentina ao Paraguai, possivel

mente também a leste da Bolivia ( Fig. 1 ).

Acanthochelys radiolata ( Mikán, 1820 )

Distribuição: Costa do Brasil, da foz do rio são Francisco a

são Paulo, com um registro isolado na bacia superior do rio

Xingu em Mato Grosso ( Fig. 1 ).

Acanthochelys spixii ( Duméril e Bibron, 1835)

Distribuição: Bacia superior do rio são Francisco e bacias

costeiras em são Paulo, bacia do Paraná na Argentina, Uru-

guai e sul do Brasil, provavelmente também no Paraguai ( Fig.

1 ) .

Platemys platycephala ( Schneider, 1792 )

Distrrbuição: Bacias do ·orinoco e do Amazonas na Venezuela,

Colômbia, leste do Equador, Peru, norte da Bolivia, Guianas e

Brasil ( Fig. 1 ).

, . � A retirada das quatro primeiras espec1es do genero

Platemys e conseqüente mudança para o gênero Acanthochelys o­

correu após a realização do trabalho de McBEE et al. ( 1985)

que, baseando-se em caracteres cromossômicos, sugeriram esta

distinção. A separação foi acatada por IVERSON ( 1986 ), sem

qualquer comentário ou caracterização dos gêneros. Posterior­

mente, DERR et al. ( 1987 ), trabalhando com caracteres bio­

quimicos, fortaleceram a sugestão anterior.

Poucos são os trabalhos relativos à osteologia era-

2

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. - .

niana de quelídeos brasileiros, estando Acanthochelys e Plate

mys bem pouco representados.

SIEBENROCK ( 1897 ), apresenta uma visao oblíqui do

ouvido de Acanthochelys [ Hydraspis J radiolata.

KILIAS ( 1957 ), estudando a emarginaçao temporal

em quelÔnios, trata de�- platycephala como sendo Acanthoche-

1:.Y§. [ Platemys J spixii.

ALBRECHT (1976 ) fornece uma descrição das artéri­

as cranianas E: forames em Chelidae, incluindo.�. platycephala.

GAFFNEY ( 1977 ) fornece uma revisão a nível genérl

co dos Chelidae e uma filogenia baseada em grande parte em

características craniana·s. Esta é uma das Únicas fontes de

figuras de todos os gêneros de Chelidae, excetuando-se Acan­

thochelys.

GAFFNEY ( 1979 ), apresenta descrições comparativas

da morfologia,craniana de quelÔnios fósseis e recentes, entre

os quais,�- platycephala, também estudada por PRITCHARD e

TREBBAU ( 1984 ).

Em RHODIN et il. ( 1984 ), encontra-se a descrição

de caracteres cranianos de A. macrocephala.

O presente trabalho pretende contribuir para o estu

do da morfologia craniana das espécies brasileiras dos gene-

ros Acanthochelys e Platemys, como subsídio ao melhor conheci

mento da osteologia desses quelÔnios.

3

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o . .,

cr ....

500 1000 . ·

1500 2000 KM

Ili?

Fig. 1. Distribuição das espécies de Acanthochelys e Platemys

segundo IV.ERS0N ( 1986 ) . *, �- macrocephala; ... • , A.

pallidipeçtoris; Â, A. radiolata; ■, A. spixii; e, P.

platycephala.

4

..

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MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizados exemplares adultos fixados, perte�

centes � Coleção Herpetolbgica do Museu Nacional do Rio de Ja

neiro ( MNRJ ), exceto Acanthochelys macrocephala, cujo

nio foi obtido por empréstimo junto ao Centro.de Pesquisa

gropecuária do Pantanal, Corumbá, MS ( CPAP/EMBRAPA ).

Exemplares examinados:

era-

A-

Acanthochelys macrocephala: CPAP/EMBRAPA 005, coletado por

Walfrido M. Tomás em maio de 1991, na Fazenda Esperança, Nhe­

colândia, Corumbá, MS.

Acanthochelys _radiolata: MNRJ -1056, coletado por Ruschi em

março de 1942, na Escola Prática de Agricultura, Santa There­

za, ES.

MNRJ 2485, coletado po� Alcindo Santana, no Recreio dos Ban­

deiratites, Rio de Janeiro, RJ.

Acanthochelys spixii: MNRJ 1397, coletado por H. Berla em

maio de 1942, em Lagoa Santa, MG.

MNRJ 1398: Idem.

Platemys platycephala: MNRJ 1044, coletado por J. Karlos Schw

anda em maio de 1914, em Boa Vista, RR.

Os primeiros exemplares foram dissecados, tendo si­

do seus crânios fervidos em solução de bicarbonato de sbdio,

até que os tecidos amolecessem, facilitando sua retirada. A­

pbs serem descarnados, os crânios foram colocados em perbxido

5

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de hidrogênio, para melhor limpeza; A,

Outros exemp-lares tiveram seus cranios colocados em

solução de hipoclorito de sódio, dispensando-se a fervura.-Es

tes também foram limpos utilizando-se peróxido de hidrogênio.

Depois de limpos, os crânios foram desenhados, uti�

lizando-se câmara clara.

Devido à escassez de material não foi considerado o

· aspecto tridimensional dos ossos, nem aquelas partes do

nio que necessitariam de uma desarticulação do mesmo.

era-

, A terminologia e baseada nos trabalhos de GAFFNEY

( 1972, 1979 ) e RHODIN et al. ( 1984 ) e as abrevi_aturas ana

tÔmicas utilizadas são as seguintes:

bo, basioccipital pf, ,

pre frontal ,

bs, basisfe·noide pm, pre maxilar ,

ex, exoccipital po ,. pos orbital

fr, frontal pr, proÓtico

ju, jugal pt, pterigÓide

mx, maxilar qu, quadrado

na, nasal so, supraoccipital

op, opistÓtico sq, escamosal

pa, parietal vo, vomer

pal, palatino

OBSERVAÇÃO:

Apesar do termo "crânio" des_ignar, para alguns autQ

res, todo o esqueleto da cabeça, verifica-se que a mandibula

não faz parte do mesmo, sendo este composto apenas pela caixa

craniana e maxilar superior ( ROMER e :: PARSONS; 1981; HILDE-

BRAND, 1988 ). Deste modo, esta estrutura não será

neste trabalho.

enfocada

6

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RESULTADOS

Acanthochelys macrocephala

( Fig. 2- 4)

Descrição Crânio largo e robusto, aproximadamente

triangular. Nasais parcialmente separados pelo processo ante-

rior dos frontais; regiao posterior em contato com os pre

frontais e região lateral em contato com os maxilares. Pré

frontais separados na região anterior pelo processo anterior

dos frontais, e unidos na região posterior; limitam-se anterl

ormente com os nasais e maxilares e posteriormente com os

frontais. Frontais mais longos que largos, unidos entre si;

processo anterior isolado ·entre os nasais e os pré frontais;

limitam-se anteriormente com os pré frontais, lateralmente

com os pos orbitais e posteriormente com os parietais. Parie-

tais estreitamente unidos medialmente, mais longos que largos,

sua menor largura cabendo cerca de seis vezes no comprimento;

região anterior aproximadamente trunc�da, em contato com os

frontais e os pÓs orbitais; região posterior com dois proces­

sos, o medial em contato com o supraoccipital e o lateral em

contato com o quadrado e o escamosal. Jugais em posição post�

ro-lateral em relação aos maxilares; limitam-se anteriormente

com os maxilares e medialmente com os pós orbitais. Escamo-

sais aproximadamente triangulares, formando um estreito arco,

em contato anterior com os parietais e os quadrados. Pós orbl

tais em posição dorso-lateral, reduzidos devido à emarginaçao

temporal; limitam-se lateralmente com os jugais e medialmente

com os frontais; região posterior com um processo, em contato

com os parietais; delimitam as Órbitas, juntamente com os

7

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, 1 ~ frontais, pre frontais, maxilares e jugais. Emarginaçao temp�

ral bem desenvolvida, permanecendo uma estreita barra par.ie­

tal-escamosal. Pré max�lares �nidos medialmente, em _ contato

lateral e posterior com os maxilares, que os isolam do vômer.

Maxilares parcialmente separados pelos pré maxilares, na re­

giao anterior e pelo vômer na região posterior; contato poste

rior com os palatinas e os jugais. VÔmer isolado dos pré max1:_

lares pelo encontro do·s maxilares; separa totalmente os pala-

tinos, e parcialmente os pterigÓides. Palatinas mais largos

que longos; contato anterior com os maxilares, lateral com os

jugais e posterior com os pterigÓides. Quadrados na regiao

mais externa da emarginação temporal, articulando-se com a

mandibula; contato anterior com os pterigÓides, antero-medial

com os parietais, posterior com os escamosais, medial com os

proÓticos e postero-medial -com os opistÓticos. PterigÓides

parcialmente separados na região anterior peio vômer e na po�

terior pelo basisfenÓide; limitam-se posteriormente com os

quadrados, antero-lateralmente com os jugais e anteriormente

com os palatinos. Supraoccipital com largura cabendo cerca de

dez vezes no comprimento, contactando�se com'os processos me­

diais dos parietais, na região anterior. Exoccipitais em con­

tato acima do forame magno; contato antero-medial com o basi­

occipital e lateral com os opistÓticos. Basioccipital aproxi­

madamente triangular; crista dorsal basioccipital e tubércu­

los basioccipitais presentes; contato anterior com o basisfe­

nÓide, antero-lateral com os proÓticos, postero-lateral com

os exoccipitais e lateral com os opistÓticos. ProÓticos ven­

tralmente expostos; limitam-se antero-medialmente com o basis

fenÓide, postero-medialmente com o basioccipital, antero-late

ralmente com os quadrados e postero-lateralmente com os opis-

tÓticos. OpistÓticos sem expansões ou outra caracteristica

8

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, marcante; limitam-se anteriormente com os quadrados e os proQ

ticos e posteriormente com os es�amosais e exoccipitais. Basi

fenÓide aproximadamente triangular, com uma crista arredonda-

da antero-posterior; região anterior separando parcialmente

os pterigÓides; contato lateral com os quadrados, postero-la­

teral com os proÓticos e posterior com o basioccipital.

9

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Fig. 2. Acanthochelys macrocephala ( CPAP/EMBRAPA 005 ), vis

ta dorsal .

lO

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Fig. 3. Acanthochelys macrocephala ( CPAP/EMBRAPA 005 ), vis

ta ventral.

11

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)

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Fig

. 4.

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Acanthochelys radiolata

( Fig. 5-7 )

Descrição - Crânio aproximadamente triangular. Na­

sais parcialmente separados pelo processo anterior dos fron­

tais; região posterior em contato com, os pré frontais e regi-~

oes lateral e postero-lateral em contato com os· maxilares.

Pré frontais totalmente separados pelo processo anterior dos

frontais; limitam-se anteriormente com os nasais e maxilares,

e posteriormente com os frontais. Frontais tão longos quanto

largos, unidos entre si; processo anterior separando totalme� , te os pre frontais e parte dos nasais; limitam-se lateralmen-

te com os pós-orbitais e posteriormente com os parietais. Pa­

rietais estreitamente unidos medialmente, mais longos que lar

gos, sua menor largura cabendo cerca de cinco vezes no comprt

mento; região anterior aproximadamente truncada, em contato

com os frontais e pós orbitais; regiao posterior com dois pr2

cessas, o medial em contato com o supraoccipital e o lateral

em contato com o quadrado e o escamosal. Jugais em posiçao a�

tero-lateral, em relação aos maxilares; limitam-se anterior­

mente com os maxilares e postero- medialmente com os pós orbi

tais. Esacamosais aproximadamente triangulares, formando um

estreito arco, em contato anterior com os parietais e os qua­

draàos. PÓs orbitais em posição dorso-lateral, reduzidos devi

do à emarginação temporal; limitam-se antero-lateralmente com

os jugais e medialmente com os frontais; região posterior com

um processo, em contato com os parietais; -delimitam as Órbi­

tas, juntamente com os frontais, pré frontais, maxi_lares e j�

gais. Emarginação temporal bem desenvolvida, permanecendo uma.

estreita barra parietal-escamosal. Pré maxilares unidos rnedi­

e.J.mente, em contato lateral e posterior com os maxilares, que

13.

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A.

os isolam do vomer .. Maxilares parcialmente separados pelos

pré maxilares, na região anterior; contato posterior com o vô

mer, os palatinos e os jugais. VÔmer isolado dos pré �axila­

res pelo encontro dos maxilares; separa totalmente os palati­

nos e parcialmente os pterigÓides. Palatinas mais largos que

longos; contato anterior com os maxilares; separam-se àos ju­

gais por um processo dos pterigÓides, com os quais limitam-se

posteriormente. Quadrados na região mais externa da emargina­

ção temporal, articulando-se com a mandíbula; contato anteri­

or com os pterigÓides, antero-medial com os parietais, poste­

rior com os escamosais, medial com os proÓticos e postero-me-

dial com os opistÓticos. PterigÓides parcialmente separados

. na região anterior pelo v�mer e na posterior pelo basisfenÓi­

de; limitam-se anteriormente com os palatinas e maxilares, e

posteriormente com os quadrados; um processo anterior separa

os jugais dos palatinas. Supraoccipital com largura cabendo

cerca de dez vezes no comprimento, contactando-se com os pro­

cessos mediais dos parietais, na região anterior. Exoccipita-

is em contato acima do forame magno; contato antero-lateral

com os opistÓticos e antero-medial com o basioccipital. Basi�

occipital aproximadamente triangular; crista dorsal basiocci­

pital suave; tubérculos basioccipitais presentes; contato an­

terior com o basisfenÓide, lateral com os opistÓticos e post�

ro-lateral com os exoccipitais. ProÓticos ventralmente expos-·

tos, limitando-se - medialmente com o basisfenÓide, lateralmen­

te com os quadrados e postero-lateralmente com os. opistÓti­

cos. OpistÓticos limitando-se anteriormente com os quadrados,

os proÓticos e o basisfenÓide, e posteriormente com os escamo

sais e .os exoccipitais. BasisfenÓide aproximadamente triangu­

lar, com uma crista arredondada antero-posterior; região ant�

rior separando parcialmente os pterigÓides; contato postero-

lateral com os 9r0Óticos e post�rior com o basioccipital e os

opistÓticos.

14

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15

Fig. 5. Acanthochelys radiolata ( MNRJ 1056 )� vista dorsal.

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16

u

5 mm

·Fig. 6. Acanthochelys radiolata ( MNRJ 1056 ) , vista ventral.

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pa

na

. ' 5 mm·

Fig. 7. Acanthochelys radiolata ( MNRJ 1056 ), vista,lateral.

17

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Acanthochelys spixii

( ·Fig. 8-10 ) .

Descrição - Crânio aproximadamente triangular. Na­

sais parcialmente separados pelo processo anterior dos fronta

is; regiao posterior em contato com os pré frontais e regiao

lateral em contato com os maxilares. Pré frontais totalmente

separados pelo processo anterior dos frontais; limitam-se an­

teriormente com os nasais e os maxilares e posteriormente com

os frontais. Frontais tão longos quanto largos, unidos entre

si; processo anterior separando totalmente os pré frontais e

parte dos nasais; limitam-se lateralmente com os pós orbitais

e posteriormente com os parietais. Parietais unidos medialmen

te; mais longos qu largos, sua me_nor largura cabendo cerca de

tr;s vezes no comprimento; ·regi;o anterior aproximadamente

truncada, em contato com os frontais e pos orbitais; regiao

posterior com dois processos, o medial em contato com o supr�

occipital e o lateral em contato com o quadrado e o escamo­

sal. Jugais em posição antero-lateral em relação aos maxila­

res; limitam-se anteriormente com os maxilares e• medialmente

com os pós orbitais. Escamosais aproximadamente triangulares,

formando um estreito arco, em contato anterior.com os pariet�

is e os quadrados. PÓs orbitais em posição dorso-lateral, re­

duzidos devido à emarginação temporal; limitam-se lateralmen­

te com os jugais e medialmente com os frontais; região poste­

rior com um processo, em contato com os parietais; delimitam

as Órbitas, juntamente com os frontais, pré frontais, e ju­

gais. Emarginação temporal bem desenvolvida, permanecendo uma

estreita barra parietal-escamosal. Pré maxilares unidos medi­

almente, em contato lateral e posterior com os maxilares, que

os isolam do vômer. Maxilares parcialmente separados pelos

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, A

pre maxilares, na regiao anterior; contato posterior com o vo

mer, os palatinas e os jugais. VÔmer isolado dos pre maxila-

res pelo encontro dos maxilares; separa totalmente os palati­

nos e parcialmente os pterigÓides. Palatinos mais largos que

longos; contato anterior com os maxilares; separam-se dos ju­

gais por um processo dos pterigÓides, com os quais limitam-se

posteriormente. Quadrados na região mais externa da emargina-

·ção temporal, articulando-se com a mandibula; contato anteri­

or com os pterigÓides, antero-medial com os parietais, poste-. ,

rior com os escamosais, medial éom os prooticos e postero-me-

dial com os opistÓticos. PterigÓides parcialmente separado·s

na região anterior pelo yômer e na posterior pelo basisfenÓi­

de; limitam-se anteriormente com os palatinas e maxilares, e

posteriormente com os quadrados; um prbcesso anterior separa

os jugais dos palatinos. Supraoccipital com largura cabendo ·

cerca de dez vezes no comprimento, contactando-se com os pro­

cessos mediais dos parietais, na região anterior. Exoccipita-

is em contato acima do forame magno; contato antero-medial.

com o basioccipital e antero-lateral com os opistÓticos. Basl

occipital aproximadamente triangular; crista dorsal basiocci­

pital· e tubérculos basioccipitais presentes; contato anterior

com o basisfenÓide, lateral com os opistÓticos, antero-late-

ral com os proÓticos e postero-lateral com os exoccipi tais. ·

ProÓticos ventralmente expostos, limitando-se medialmente com

o basisfenÓide, lateralmente com os quadrados e postero-late­

ralmente com os opistÓticos. OpistÓticos sem expansões ou ou-

tra caracteristica marcàn_te·; limitam-se na região anterior

com os quadrados e os proÓticos e na posterior com os escamo­

sais e exoccipitais. BasisfenÓide aproximadamente triangular,

com uma crista arredondada antero-posterior; região anterior

separando parcialmente os pterigÓides; contato postero-late-

ral com os proÓticos e posterior com o basioccipital.

19

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Fig. 8. Acanthochelys spixii ( MNRJ 1398 ), vista dorsal.

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Fig. 9. Acanthochelys spixii (" MNRJ 1398 ), vista ventral.

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22

,.....__.

Fig. 10. Acanthochelys spiiii ( MNRJ.1398 ), vista lateral.

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Platemys platycephala

( Fig. 11-13 )

Descrição - Crânio pequeno e aproximadamente trian­

gular . Nasais unidos medialmente; região posterior em contato

com os pré frontais e região lateral em contato com os maxila

res. Pré frontais separados pelo processo anter·ior dos fronta

· is; região anterior em contato com os nasais e maxilares e re

gião posterior em contato com os frontais. Frontais mais lar­

gos que longos, unidos entre si; processo anterior separando

os pré frontais; contato lateral com os pós orbitais e poste­

rior com os parietais. Parietais unidos medialmente, mais lon

gos que largos, sua menor largura cabendo cerca de duas vezes

no comprimento; contato ·anterior com os frontais e pós orbi t.§:_

is, lateral com os quadrados, postero-lateral com os escamas�

is e posterior com o supraoccipital, que os separa parcialme�

te. Jugais em posição postero-lateral, em relação aos maxila­

res; · limitam-se com os maxilares na região anterior e com os

pós orbitais na região postero-medial. Escamosais aproximada­

mente triangulares, formando um arco, ·em contato.anterior com

os parietais e os quadrados. Pós orbitais em posição dorso-1�

teral, reduzidos devido à emarginação temporal; limitam-se a�

tera-lateralmente com os jugais, medialmente com os frontais

e posteriormente com os parietais. Emarginação temporal bem

desenvolvida, permanecendo uma larga barra parietal-escamo-

sal. Pré maxilares unidos medialmente; limitam-se posterior-,.,

mente com o vomer e lateralmente com os maxilares. Maxilares.

separados pelos pré maxilares; limitam-se na região posterior

com os palatinos e os jugais. VÔmer em contato anterior com

os pré maxilares e posterior com os pterigÓides; separá total

mente os palatinas. Palatinos tão largos quanto longos; conta

23

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to anterior com os maxilares, lateral com os jugais e posterl

or com os pterigÓidés. Quadrados na região mais externa da e-

marginação temporal, articulando-se com a mandíbula; contato

anterior com os pterigÓides, antero-medial com os parietais,

posterior com os escamosais, medial com os proÓticos e poste­

ro-medial com os opistÓticos. PterigÓides parcialmente separ�

dos na regiao anterior pelo vômer e na posterior pelo basisf�

nÓide; limitam-se na região antero-lateral com os jugais, an­

terior com os palatinos e posterior com os quadrados. Suprao�

cipital tão largo quanto longo; limita-se anteriormente com

os parietais, separando-os na base. Exoccipitais em contato �

cima do forame magno; contato lateral com os opistÓticos e m�

dial com o basioccipital. Basioccipital mais largo que longo;

tubérculos basioccipitais presentes; contato anterior com o

basisfenÓide e lateral com �s exoccipitais. OpistÓticos sem

expansões ou caracteristicas marcantes; limitam-se com os qu�

drados na região anterio.r, com os proÓticos na regi ao antero­

medial, com os exoccipitais na região medial e com os escamo­

sais na regiao lateral. BasisfenÓide aproximadamente pentago­

nal, com uma crista arredondada antero-posterior; região ant�

rior separando parcialmente os pterigÓides; contato , �

lateral

com os quadrados, postero-lateral com os prooticos e posteri-

or com o basioccipital.

24

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25

na

5 mm

Fig. 11. Platemys platycephala ( MNRJ 1044 ), vista dorsal . .

V

n

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26

. Í'

5 mm

Fig . 12. Platemys platycephala ( MNRJ 1044 ) , vista ventral.

'"

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27

mm

Fig. -13. Platemys platyéephala ( l'f..NRJ 1044 ) , vista lateral.

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1.

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES

Em todas as espécies estudadas pode-se observar a

presença dos nasais que, segundo GAFFNEY ( 1979 ) apresentam­

se, entre as formas Recentes, apenas em Chelidae ( exceto Che

lus ).

Além das características comuns a todas as especi-

es, foram observadas algumas outras, exclusivas de Acanthoche

�' entre as quais a separação parcial dos nasais pelo pro­

cesso anterior dos frontais. Os pós.orbitais apresentam um

processo na regiao posterior, em contato com os parietais,

que apresentam dois processos: um em contato com o supraocci­

pital e outro em contato com os escamosais, formando estrei­

tos arcos. Devido à extehsa emarginação temporal, permanece �

penas uma estreita barra parietal-escamosal. Os pré ma·xilares

estão �solados do vômer pelos maxilares, com os quais limitam

-se posteriormente. Os maxilares limitam-se posteriormente

com o vômer. O supraoccipital apresenta a largura aproximada­

mente dez vezes menor que o comprimento. Há o contato antero�

medial dos exoccipitais com o basioccipital e antero-lateral

com os opistÓticos. O basioccipital é aproximadamente triang�

lar.

Em Acanthochelys macrocephala os pré fronatis encon

tram-se na linha média do crânio. Segundo GAFFNEY ( 1977; 1979),

esta característica está ausente em Baenidae e Chelidae, com

exceção de Hydromedusa, e presente nos Cr�ptodira e Pelomedu­

sidae. Nas outras espéc�es observadas verifica-se a separação

dos pré frontais pelos frontais.

Devido ao contato medial dos pré frontais em A. ma­

crocephala, há um isolamento do processo anterior dos fronta-

í '28

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n

is entre os nasais e pre frontais, enquanto os frontais das

outras espécies os sepatam totalmente . A menor largura dos p�

rietais cabe cerca de seis vezes no comprimento em A . macroce

phala, cinco vezes em A . radiolata e três vezes em A . spixii .

A posição dos jugais varia em relação ao maxilar nas quatro

espécies, devido ao formato de cada crânio . Em A . radiolata e

�- spixii, separados dos palatinos por um processo

dos pterigÓides .

anterior

Os maxilares em�- macrocephala, sao quase total-

mente separados pelo vômer, e o basisfenÓid� limita-se late­

ralmente com os proÓticos .

Os nasais em A� radiolata limitam-se com os maxila.

res, tanto lateral como postero-lateralmente . Os pterigÓides

possuem um processo anterior separando os jugais dos palati­

nos, em A . radiolata e�- spixii . A crista dorsal basioccip!

tal é suave e� A. radiolata, estando também presente em A .

macrocephala e A . spixii . o ·basioccipital em�- macrocephala

e·� . spixii limita-se, além do já citado, com os proÓticos

na região antero-latera1· . O basisfenÓide contacta-se lateral

mente com os quadrados em A . m8:_crocephala e postero-l�teral'.""

mente com os proÓticos em A . macrocephala, A . radiolata e P .

platycephala.

Apenas�- platycephala nao apresenta os nasais se-

parados na linha média . Nesta espécie a largura dos parieta­

is está em torno de metade do comprimento, estando os mesmos

separados na base pelo supraoccipital, n�o formando um arco

estreito com os escamosais, e sim uma larga barra .parietal-e�

camosal . Ao contrári.o das outras três espécies, ·os pré maxil�

res limitam-se posteriormente com o vômer . O supraoccipital

tem comprimento igual à largura e separa parcialmente os par!

etais . o basioccipital é mais. largo que longo, ao contrário

29

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•.

./

, , das outras especies, nais quais e aproximadamente triangui'ar

e está limitado lateralmente pelos exoccipitais, que estão em

contato lateral com os opistÓticos . O basisfenÓide é·aprox-im�

damente pentagonal .

As principais diferenças encontradas nas três espé­

cies de Acanthochelys e.em Platemys exemplificam a afirmativa

de que há variações consideráveis no padrão aparentemente uni

forme da estrutura craniana em quelÔnios . Observa-se que, ap�

sar do grande número de caracteres comuns às três espécies do

mesmo gênero, há um número razoável de diferenças entre mes­

mas, principalmente no que se refere a�- macrocephala . Em re

lação a �- platycephala, . as diferenças justificam, inclusive,

a separação desta espécie das demais, a nivel genérico .

E°stes dados coincidem com os resultados obtidos por

McBEE et al . ( 1985 ) e DERR et al . ( ' 1987 ), segundo os A

quais o gener9 Platemys deveria ser desmembrado, ficando P .

platycephala ém um gênero diferente ·das outras quatro espéci­

es; além disso, · demonstfam a grande variação interespecifica

na morf'ologia Ósteo-craniana dos componentes de Acanthoche-

�-

30

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. , '

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