FEUDALISMO

Prof. Victor Creti Bruzadelli

Feudalismo

Ruralização na Europa:

Iniciada ainda no Império romano:

Invasões germânicas;

Lei do colonato;

Banditismo;

Acelerada pelo fim dos Reinos Francos.

Riquíssimo livro das Horas do Duque de Berry – setembro, de Irmãos Limbourg(1410)

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Integração de estruturas romanas e germânica:

Romanas:

Colonato: Relação de trabalho na qual o camponês livre está vinculado à terra e deve pagar ao senhor com parte da produção;

Vila: Estrutura fundiária fortificada e, geralmente, auto-suficiente;

Cristianismo: Religião oficial do Império permanecerá durante esse período.

Germânica:

Comitatus: Relação de lealdade à um chefe de um grupo de soldados, capaz de distribuir bens entre seus homens;

Beneficium: Doação de terras aos principais guerreiros em troca de fidelidade;

Direito Consuetudinário: Leis fundamentadas na tradição, nos costumes e oralidade.

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Feudo:

Unidade produtiva;

Descentralização política e econômica;

Fortificado em algumas regiões;

Economia praticamente de subsistência e amonetária;

Comércio localizado e restrito;

Baixa produtividade: perigo da fome.

Riquíssimo livro das Horas do Duque de Berry – março, de Irmãos Limbourg(1410)

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Estrutura fundiária:

Divisão do feudo em três zonas:

Manso senhorial;

Manso servil;

Terras comunais: bosques, pastos, rios, entre outros.

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Sociedade de ordens:

Clero (oratores): Membros da Igreja católica;

Nobres (bellatores): proprietários de terra e seus descendentes próximos;

Servos (laboratores): trabalhadores vinculados à terra;

Obs.: Existência de trabalhadores “livres”, chamados vilões.Iluminura de um manuscrito francês da

segunda metade do século XIII

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Sociedade de ordens:

“Baseada na ordem celeste”;

Santíssima Trindade:

Deus Pai: Clero;

Deus Filho: Nobres;

Deus Espírito Santo: Servos.

“Os nobres são os guerreiros,protetores das igrejas; defensoresdo povo, dos grandes como dospequenos. A outra classe é a dosservos: esta raça infeliz nadapossui sem sofrimento. Alimentos eroupas, os servos fornecem tudo atoda gente. A casa de Deus, quese crê uma, está pois dividida emtrês: alguns rezam, outroscombatem e outros trabalham.Estas três partes que coexistemnão suportam ser separadas; osserviços prestados por uma são acondição das obras das outrasduas”(ADALBERÓN, Bispo de Laon. Canto ao

rei Roberto, 1025)

O Jardim das delícias, de Hieronymus Bosch (1504).

“pela primeira e talvezúnica vez, um artistaconseguiu dar formaconcreta e tangível aosmedos que obcecavam oespírito dos homens naIdade Média”.

(GOMBRICH, Ernest. História da arte.)

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Relações sociais:

Sistema de Vassalagem:

Surgido no Imp. Carolíngio;

Relação entre iguais (senhores feudais);

Suserano: Oferece terras ao vassalo;

Vassalo: auxilium e consilium;

Obs.: Possibilidade de subenfeudação.

Iluminura representando o contrato feudo-vassálico

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“Por sua vez, a relação entre nobres, baseada na igualdade,fundamentava-se no contrato feudo-vassálico. Este era criado por três atos,realizados diante de testemunhas mas poucas vezes colocados por escrito. Oprimeiro ato era a homenagem, pela qual um indivíduo (futuro vassalo) seajoelhava diante de outro (que se tornava o senhor feudal), colocava suasmãos nas dele e se reconhecia como seu homem. O segundo ato, logo a seguir,era o juramento de fidelidade: depois de se pôr em pé, o vassalo jurava sobrea Bíblia ou relíquia dos santos. Muitas vezes, especialmente na França, afidelidade era selada pelo osculum, beijo trocado entre ambos. O terceiro atoera a investidura, pelo qual o senhor entregava ao vassalo um objeto (ramo,punhado de terra etc.) simbolizador do feudo então concedido.

Esta cerimônia feudo-vassálica possuía forte carga simbólica, muitobem estudada por Jacques Le Goff. Como ele mostrou, as três fases do ritualformavam um todo, um conjunto coerente, que expressava simbolicamente arelação vassalo-senhor feudal baseada na desigualdade-igualdade-reciprocidade”

(FRANCO JÚNIOR, Hilário. O feudalismo)

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Relações sociais:

Servidão:

Iniciada a partir do colonato no fim do Império Romano;

Relação entre diferentes (senhor feudal e servo);

Senhor feudal: oferece terra e proteção militar;

Servo: paga impostos.Riquíssimo livro das Horas do Duque de Berry – junho, de Irmãos Limbourg (1410)

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Impostos feudais:

Corveia: Obrigação de trabalhar de 3 a 5 dias nas terras do senhor;

Talha: Cerca de 75% da produção servil dada ao senhor feudal;

Banalidades: Imposto pago pelo uso de instrumentos do senhor, como moinhos, fornos, celeiros etc.;

Mão-morta: imposto pago para que a família de servos continuasse nas terras do senhor após a morte do chefe da família;

Formariage: Imposto pago aos senhores no casamento entre os servos;

Tostão de Pedro: Dízimo pago à Igreja.

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Península Itálica:

Exceção ao feudalismo reinante na Europa:

Cidades-Estados ou comunas, geralmente governadas pelos mercadores;

Alta atividade comercial;

Circulação monetária e presença de bancos;

Destaque para as cidades de Gênova e Veneza.

“A primeira delas [a indústriada construção] beneficiou-se não sódo crescimento populacional, mastambém da prática social ostentatóriaque levava o clero e a aristocracialaica a construir cada vez mais emaiores igrejas, mosteiros e castelos.Buscando superar sua origem humilde,também a burguesia frequentementeerguia construções imponentes: SanGimignano, próxima a Florença, ficouconhecida como a ‘cidade das miltorres’, pois cada residência de certaimportância ergueu uma torre forteque não expressava preocupaçãodefensiva, e sim orgulho social”

(FRANCO JÚNIOR, Hilário. Idade Média: o nascimento do Ocidente)