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Ano XI - Edição 125 - Abril 2018 Distribuição Gratuita “MIL BrasilAssociação Brasileira para a União Lusófona, Associação Brasileira para a União Lusófona que também usa a denominação de “Movimento Internacional Lusófono – Bra- sil” ou simplesmente “MIL BRASIL”, é uma associação civil, pessoa jurídica de direito privado, fundada em 10 de Junho de 2013, sem fins lucrativos, de caráter cultural, filosófico, ideológico, filantrópico, promocional da importância da língua portu- guesa no mundo, educacional, assistencial e recreativo. O Mil Brasil estará integrado no grande movimento internacional, presente em todos os Países Lusófonos, isto é, todos os Países de Língua Oficial Portuguesa, visando reforçar laços de fraternidade e união entre todos os Estados Lusófonos. É u- ma Associação multicultural que visa mobilizar a sociedade em geral, instituições civis e governamentais, Regionais, Nacio- nais e Internacionais, para o fortalecimento das relações institucionais, entre os Países, Regiões e Comunidades de Língua Portuguesa no Mundo. Movimento Internacional Lusófono é um movimento cultural e cívico que visa mobilizar a sociedade civil para repensar, debater e auxiliar a construir amplamente o sentido e o destino da Comunidade de Língua Portuguesa. Lusofonia é, como se sabe, falar Português, mas não só. Lusofonia é bem mais que isso, é um sentir e um estar, é uma vivência única. O Mundo Lusófono é o conjunto de identidades culturais existentes em regiões, países, estados ou cidades falantes da língua portuguesa como Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e por diversas pessoas e comunidades em todo o mundo. Lusofonia é falar em português, no sentido bem estrito da palavra. Como diz Ida Rebelo (Linguista Brasileira), a lusofonia é: a construção de um espaço, o “Espaço Lusófono” porque nele se fala a Língua Portuguesa, e que é um espaço cultural, econômico, político, estra- tégico... Os milhões de falantes da Língua Portuguesa em todo o mundo constituem uma comunidade histórico-cultural com uma identidade, vocação e potencialidade singular: A de estabelecer pontes, mediações e diálogos entre os diferentes povos, culturas, civilizações e religiões, promovendo uma cultura da paz, da compreensão, da fraternidade e do universalismo à escala planetária. O MIL Brasil visa potencializar a identidade Lusófona entre os diferentes povos, promovendo a fraternidade, a paz e a compreensão, indepen- dentemente das suas crenças, ou critérios religiosos e políticos, estabelecer pontes, mediações e diálogos, incrementar a inter-relação cultural com vista a estabelecer uma verdadeira Comunidade Lusófona. Mariene Hildebrando Vice-Presidente do Mil Brasil O Uso do Nome Social No dia 12 de março de 2015 o Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoções dos Di- reitos de Lésbicas, Gays, Travestis e Transexuais recomendou escolas e universidades a garantir o acesso e a reconhecer esses estudantes em suas dependências. Essa recomen- dação vale tanto para a rede pública quanto privada. Dentre as várias mudanças reco- mendadas esta a que permiti o uso do nome social nas chamadas, a utilização de banheiros e de vestiá- rios conforme sua identidade de gê- nero. Página 2 UNIDOS PODEMOS VENCER Quando desconfiamos de tudo e de todos e recusamos participar de movimentos contra esse sistema falido, significa que não acredita- mos em nossa força e dessa for- ma, fortalecemos os tiranos da pá- tria. É preciso reescrever nossa histó- ria, reparar as injustiças, vencer o medo e concentrar nossas forças. O povo precisa tornar-se visível, arrancar o poder “deles” e nos tor- nar uma potência para tomar as rédeas de nossas vidas. Página 3 EMENDA CONSTITUCIONAL QUANDO NÃO PODE SER FEITA? Página 10 CULTURAonline BRASIL - Boa música Brasileira - Cultura - Educação - Cidadania - Sustentabilidade Social Agora também no seu Baixe o aplicativo NO SITE www.culturaonlinebr.org A única possibilidade de nos eternizamos nessa frágil vida, é plantando boas sementes. É a melhor herança que deixamos! O Hino Nacional Brasileiro é um dos quatro símbolos oficiais da República Federativa do Bra- sil, conforme estabelece o art. 13, § 1.º, da Constituição do Brasil. Da Pátria o grito Eis que se desata Desde o Amazonas Até o Prata Leia mais: Página 5 SEM MEDO DE SER VELHO Os amigos se encontram e conversam sobre suas dores, riem do catálogo de remédios que se renova a cada visita ao médico e gabam-se por estarem bem apesar da idade que cada um tem. Arnaldo, um jovem que os acompanha- va ouvia a conversa, observava atentamente o jeito deles e faz uma in- dagação: Leia mais: Página 6 AJUDE-NOS a manter estes projetos de educação (Rádio e Jornal)- www.gazetavaleparaibana.com/apoiadores.htm Editorial Crônica do mês Educação

125 - ABR - 2018 - gazetavaleparaibana.com · Baixe o aplicativo NO SITE ... de algo que gera polêmica e requer um posicionamento, o que, de uma maneira ou de outra, aca- ... provavelmente,

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Ano XI - Edição 125 - Abril 2018 Distribuição Gratuita

“MIL Brasil” Associação Brasileira para a União Lusófona, Associação Brasileira para a União Lusófona que também usa a denominação de “Movimento Internacional Lusófono – Bra-sil” ou simplesmente “MIL BRASIL”, é uma associação civil, pessoa jurídica de direito privado, fundada em 10 de Junho de 2013, sem fins lucrativos, de caráter cultural, filosófico, ideológico, filantrópico, promocional da importância da língua portu-guesa no mundo, educacional, assistencial e recreativo. O Mil Brasil estará integrado no grande movimento internacional, presente em todos os Países Lusófonos, isto é, todos os Países de Língua Oficial Portuguesa, visando reforçar laços de fraternidade e união entre todos os Estados Lusófonos. É u-ma Associação multicultural que visa mobilizar a sociedade em geral, instituições civis e governamentais, Regionais, Nacio-nais e Internacionais, para o fortalecimento das relações institucionais, entre os Países, Regiões e Comunidades de Língua

Portuguesa no Mundo.

Movimento Internacional Lusófono é um movimento cultural e cívico que visa mobilizar a sociedade civil para repensar, debater e auxiliar a construir amplamente o sentido e o destino da Comunidade de Língua Portuguesa.

Lusofonia é, como se sabe, falar Português, mas não só. Lusofonia é bem mais que isso, é um sentir e um estar, é uma vivência única. O Mundo Lusófono é o conjunto de identidades culturais existentes em regiões, países, estados ou cidades falantes da língua portuguesa como Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e por diversas pessoas e comunidades em todo o mundo. Lusofonia é falar em português, no sentido bem estrito da palavra. Como diz Ida Rebelo (Linguista Brasileira), a lusofonia é: a construção de um espaço, o “Espaço Lusófono” porque nele se fala a Língua Portuguesa, e que é um espaço cultural, econômico, político, estra-tégico...

Os milhões de falantes da Língua Portuguesa em todo o mundo constituem uma comunidade histórico-cultural com uma identidade, vocação e potencialidade singular: A de estabelecer pontes, mediações e diálogos entre os diferentes povos, culturas, civilizações e religiões, promovendo uma cultura da paz, da compreensão, da fraternidade e do universalismo à escala planetária.

O MIL Brasil visa potencializar a identidade Lusófona entre os diferentes povos, promovendo a fraternidade, a paz e a compreensão, indepen-dentemente das suas crenças, ou critérios religiosos e políticos, estabelecer pontes, mediações e diálogos, incrementar a inter-relação cultural com vista a estabelecer uma verdadeira Comunidade Lusófona.

Mariene Hildebrando

Vice-Presidente do Mil Brasil

O Uso do Nome Social

No dia 12 de março de 2015 o Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoções dos Di-reitos de Lésbicas, Gays, Travestis e Transexuais recomendou escolas e universidades a garantir o acesso e a reconhecer esses estudantes em suas dependências. Essa recomen-dação vale tanto para a rede pública quanto privada.

Dentre as várias mudanças reco-mendadas esta a que permiti o uso do nome social nas chamadas, a utilização de banheiros e de vestiá-rios conforme sua identidade de gê-nero.

Página 2

UNIDOS PODEMOS VENCER Quando desconfiamos de tudo e de todos e recusamos participar de movimentos contra esse sistema falido, significa que não acredita-mos em nossa força e dessa for-ma, fortalecemos os tiranos da pá-tria. É preciso reescrever nossa histó-ria, reparar as injustiças, vencer o medo e concentrar nossas forças. O povo precisa tornar-se visível, arrancar o poder “deles” e nos tor-nar uma potência para tomar as rédeas de nossas vidas.

Página 3

EMENDA CONSTITUCIONAL QUANDO NÃO PODE SER

FEITA?

Página 10

CULTURAonline BRASIL - Boa música Brasileira - Cultura - Educação - Cidadania - Sustentabilidade Social

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A única possibilidade de nos eternizamos nessa frágil vida, é plantando boas sementes. É a melhor herança que deixamos!

O Hino Nacional Brasileiro é um dos quatro símbolos oficiais da República Federativa do Bra-sil, conforme estabelece o art. 13, § 1.º, da Constituição do Brasil.

Da Pátria o grito Eis que se desata

Desde o Amazonas Até o Prata Leia mais: Página 5

SEM MEDO DE SER VELHO

Os amigos se encontram e conversam sobre suas dores, riem do catálogo de remédios que se renova a cada visita ao médico e gabam-se por estarem bem apesar da idade que cada um tem. Arnaldo, um jovem que os acompanha-

va ouvia a conversa, observava atentamente o jeito deles e faz uma in-dagação:

Leia mais: Página 6

AJUDE-NOS a manter estes projetos de educação (Rádio e Jornal)- www.gazetavaleparaibana.com/apoiadores.htm

Editorial Crônica do mês Educação

Abril 2018 Gazeta Valeparaibana Página 2

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O Uso do Nome Social

No dia 12 de março de 2015 o Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoções dos Direitos de Lésbicas, Gays, Travestis e Transexuais recomendou escolas e universidades a garantir o acesso e a reconhecer esses estudantes em suas dependências. Essa recomendação vale tanto para a rede pública quanto privada. Dentre as várias mudanças recomendadas esta a que permiti o uso do nome social nas chamadas, a utilização de banheiros e de vestiários conforme sua identidade de gê-nero. A nova norma que permite a utilização do nome social foi aprovada em setembro de 2017 pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), mas só foi homologada pelo MEC agora em 17 de janeiro de 2018.

Para entendermos melhor o que isso significa é preciso dizer que o nome social é aquele com o qual essa população de gays, lésbicas e travestis se identificam, conforme sua identidade de gênero. Per-mitir o uso do nome social na educação básica (que compreende a educação infantil, o ensino funda-mental e o ensino médio) nos remete a um princípio fundamental que rege os Direitos Humanos, que é o princípio da dignidade Humana. O respeito ás diferenças é fundamental e temos que nos empe-nhar em combater o preconceito e em incentivar o respeito a diversidade sexual. É sabido que uma das causas de abandono escolar e de violência nas escolas é causado justamente pelo bullying e pre-conceito que a população LGBT sofre. A norma não atinge apenas o nome social, mas também dá direito ao uso do banheiro e vestiários de acordo com a identidade de gênero da pessoa. Se houver uniforme, também poderá a pessoa utilizar o que for mais conveniente. Essa norma já deveria ter sido aprovada há muito tempo. É uma reivindicação antiga da população LGBT A norma não possui força de lei, mas tem o respaldo de princípios e preceitos constitucionais. É inegável que a aprovação da norma é um avanço importante para a sociedade, mas aí alguns questionam: Como vamos lidar com isso? Os profissionais da educação estão preparados pra lidar com essa situação? Na verdade as es-colas e os profissionais da educação não estão preparados para essa realidade. Qual será o procedi-mento que as escolas adotarão?Como ficará o uso do banheiro, por exemplo?

Fica evidente que tanto a escola como professores e pais não estão preparados para lidar com o tema, apesar de esperarmos que seja no âmbito escolar onde se encontre o meio mais apropria-do para a construção do conhecimento.. para discussões de temas tão importantes. Devido à falta de oportunidades de questionar às sexualidades, ficam evidenciados também o desconhecimento e a negligência com que o assunto é tratado, até mesmo como forma de não levantar discussão de algo que gera polêmica e requer um posicionamento, o que, de uma maneira ou de outra, aca-ba nos deixando vulneráveis.O professor precisa perceber que a sua interferência como educador nas relações escolares deve ser cuidadosa, desde o linguajar às atitudes; enfim, é todo um pro-cesso que requer cuidados especiais e conhecimento por parte do educador. A diversidade sexual deve ser explorada pelo professor, ele deve levar o estudante a aprender a respeitar o diferente, atra-vés de ações que despertem o desejo do aluno de querer entender e participar de maneira sadia des-sa nova percepção. O trabalho de inclusão deve ser realizado, é fundamental que a escola oportunize a esses estudantes condições para que eles se sintam à vontade para se assumirem e se expressa-rem sem medos e sem constrangimentos. O debate deve ser estimulado, a compreensão das ques-tões de gênero é necessária para que o preconceito deixe de existir, ações de combate ao preconceito e a discriminação devem ser estabelecidas e serem incluídas nos projetos pedagógicos. A abordagem do assunto requer planejamento, o tema deve ser inserido no cotidiano escolar, abordado de forma interdisciplinar, e isso requer entrega dos professores e isenção de opiniões pessoais baseadas em seus valores; a questão deve ser tratada da forma mais natural possível, com respeito e atitudes sadi-as em relação ao tema sexualidade.A escola continua sendo um lugar que busca formar cidadãos conscientes dos seus direitos, provocar, instigar, favorecer as transformações pessoais e sociais.

O respeito ao ser humano e ao diverso é fundamental para termos uma sociedade com igualdade para todos.

Mariene Hildebrando

Email: [email protected]

Professora e especialista em Direitos Humanos

Casa de mãe Joana

Este dito popular tem origem na Itália.

Joana, rainha de Nápoles e condessa de

Provença (1326-1382), liberou os bor-

déis em Avignon, onde estava refugiada,

e mandou escrever nos estatutos: “Que

tenha uma porta por onde todos entra-

rão”.

O lugar ficou conhecido como Paço de

Mãe Joana, em Portugal. Ao vir para o

Brasil a expressão virou “Casa da Mãe

Joana”. A outra expressão envolvendo

Mãe Joana, um tanto chula, tem a mes-

ma origem, naturalmente.

Onde Judas perdeu as botas

Como todos sabem, depois de trair Je-

sus e receber 30 dinheiros, Judas caiu

em depressão e culpa, vindo a se suici-

dar enforcando-se numa árvore.

Acontece que ele se matou sem as bo-

tas. E os 30 dinheiros não foram encon-

trados com ele. Logo os soldados parti-

ram em busca as botas de Judas, onde,

provavelmente, estaria o dinheiro.

A história é omissa daí pra frente. Nunca

saberemos se acharam ou não as botas

e o dinheiro. Mas a expressão atraves-

sou vinte séculos. Atualmente, o ditado

significa lugar distante, inacessível.

De pá virada

Um sujeito da pá virada pode tanto ser

um aventureiro corajoso como um vadio.

A origem da palavra é em relação ao ins-

trumento, a pá. Quando ela está virada

para baixo, é inútil não serve para nada.

Hoje em dia, “pá virada” tem outro senti-

do. Refere-se a uma pessoa de maus

instintos e criadora de casos ou a um a-

ventureiro.

Jurar de pés junto

A expressão surgiu das torturas executa-

das pela Santa Inquisição, nas quais o

acusado de heresias tinha as mãos e os

pés amarrados (juntos) e era torturado

para confessar seus crimes.

Editorial

Abril 2018 Gazeta Valeparaibana Página 3

UNIDOS PODEMOS VENCER

Quando desconfiamos de tudo e de todos e recusamos participar de movimentos contra esse

sistema falido, significa que não acreditamos em nossa força e dessa forma, fortalecemos os

tiranos da pátria.

É preciso reescrever nossa história, reparar as injustiças, vencer o medo e concentrar nossas

forças.

O povo precisa tornar-se visível, arrancar o poder “deles” e nos tornar uma potência para to-

mar as rédeas de nossas vidas.

De que adianta ter carro e não poder sair, ter dinheiro para comprar remédios e permitir que

nos tirem a saúde?

Ainda temos chance de recomeçar, mas é preciso ação, união, estamos à beira da eleição e

talvez de um colapso social sem volta se não lançarmos mão de nossos direitos, exigir que

nos devolvam os benefícios conquistados, o futuro de nossas crianças com a educação, a

dignidade de nossos jovens com trabalho, o bem estar dos nossos idosos com a saúde e

qualidade de vida para os filhos e netos com segurança.

Estão nos deixando para trás?

Sim estão e a distância está ficando cada vez maior e nos tornando apáticos, mentes fracas,

sem líderes bem intencionados. A droga invade nossas casas e a população envolvida num

mar de ilusões falsas, assiste a tudo como se estivesse num estado de embriaguez.

Nossa gente, não tem onde morar, onde se abrigar, não tem assistência. O chão se abre a

cada dia levando a todos para um buraco sem fim. A desigualdade é muito avassaladora, es-

tamos divididos entre os ricos e os miseráveis. O que é isso? Não podemos continuar nessa

maré que nem é de azar e sim de safadezas, da falta de caráter e de vergonha cada vez mais

despudorada dos nossos políticos.

Exigir dos responsáveis pelo país é pouco, “eles” nos devem tudo, tudo que nos foi tirado.

Não podemos cair na inércia e deixar que levem nosso fio de esperança, devemos aos nos-

sos filhos e netos uma atitude pra mostrar que valeu à pena nosso trabalho, nossa luta, a

conquista pela democracia, a honestidade com que levamos nossas vidas, a fé em nós mes-

mos para que todos se sintam capazes de derrotar o inimigo.

Esperamos mais do que “eles” tinham para nos oferecer, hoje temos apenas a frustração,

mas, não vamos nos condenar para sempre a ficar nesse mar de lama e ver nossas cidades

cada vez mais destruída, os jovens absortos em seus fones de ouvido alienados de tudo e,

parece que só se acorda, quando a chuva leva tudo de todos, o fogo se alastra, os traficantes

levam nossos filhos, a prostituição leva nossas meninas, os hospitais acumulam corpos que

nem sempre voltam vivos, a violência abarrota os cemitérios e todos os dias nosso povo cho-

ra enquanto alimentamos os traficantes e políticos na prisão que mantém suas famílias em

suas confortáveis casas enquanto lá fora, os moradores de rua se acumulam pelo chão.

Brasil, país de corruptos, de políticos com dólares na cueca, a cada dia um escândalo novo,

não existe ética e nem moral em nossa pirâmide social. Enquanto uns irão morrer de traba-

lhar, outros ganham o que não merecem “mordendo” o nosso.

Políticos que não nos representam, se agrupam falando alto, se xingam e se afrontam pare-

cendo gralhas. Palavras fúteis e vazias.

Vamos, povo dessa nação, levantem-se, ergam-se, deem-se as mãos e vamos em frente, se-

guir adiante e tirar deles o poder e pedir a Deus que volte a ser brasileiro para que “ELE”, as-

sim, tenha orgulho de nós!

Genha Auga – jornalista

MTB:15.320

Calendário

Algumas datas 01 - Dia da Mentira - 1º de Abril 07 - Dia do Jornalista 09 - Dia Nacional da Biblioteca 13 - Dia do Hino Nacional Brasileiro 13 - Dia do Jovem 18 - Dia Nacional do Livro Infantil 19 - Dia do Índio 19 - Dia do Exército Brasileiro 21 - Tiradentes 21 - Dia da Latinidade 21 - Aniversário de Brasília 22 - Descobrimento do Brasil 22 - Dia da Comunidade Luso-Brasileira 23 - Dia Mundial do Livro 24 - Dia Internacional do Milho 28 - Dia da Educação 28 - Dia Nacional da Caatinga 29 - Dia Internacional da Dança 30 - Dia Nacional da Mulher

A educação de um povo pode ser julgada, antes de mais nada, pelo

comportamento que ele mostra na rua.

Onde encontrares falta de educação nas ruas, encontrarás o

mesmo nas casas.

Edmondo Amicis

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Crônica do mês

“Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos

propósitos.” Bezerra de Menezes

Abril 2018 Gazeta Valeparaibana Página 4

Choque de direitos? A liberdade é um direito natural do ser huma-no. Um direito fundamental, irrenunciável. In-clusive a liberdade de ter posses, de possuir bens materiais. A segurança e proteção tam-bém são direitos fundamentais do ser huma-no, por isso que algumas pessoas compram armas e é por isso que existem polícia e exér-cito, por exemplo.

Nos Estados Unidos há, com certa frequên-cia, o problema de alguém pegar uma arma de fogo e sair atirando contra um grupo de pessoas, principalmente em escolas. A liber-dade individual, tão sagrada, justifica o direito de qualquer um poder comprar armas de fo-

go? E o direito à segurança das outras pesso-as? Não sejamos ingênuos! A fabricação e o comércio de armas de fogo não serão banidos do mundo. Contudo, quem realmente tem a necessidade de portar armas publicamente? Será que proibir a compra e a posse de armas de fogo por cidadãos comuns é autoritarismo? Será que proibir pessoas comuns de possuir armas de fogo contradiz o conceito de liberda-de individual? Qual direito é maior? O da liber-dade ou o da vida? A nossa liberdade pode ser tão ampla, a ponto de termos autorização para tirar a vida de outras pessoas? Não! A liberdade é um direito fundamental, mas a se-gurança e a vida também são direitos funda-mentais. Os direitos de uns não podem can-

celar os direitos de outros. As pessoas podem muito bem ter liberdade sem precisar ter pos-se de armas de fogo. Quem tem que portar armas de fogo é agente de segurança pública e de defesa nacional, subordinados ao gover-no. Vários países não permitem posse de ar-mas de fogo por cidadãos comuns e são paí-ses seguros para se morar, com baixo índice de criminalidade.

Os direitos de liberdade de posse de bens materiais e da indústria bélica de lucrar não podem cancelar os direitos das pessoas de estarem seguras, preservadas de atentados e assassinatos.

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Notas do João Paulo Barros

Stephen Hawking O mundo perdeu um grande ícone da ciência. Ele foi um físico teórico e cosmólogo britânico, uma ilustre personalidade como foram Isaac Newton, Albert Einstein, Michael Faraday, Thomas Edson, Nikola Tesla, Max Planck, Werner Heisenberg, Erwin Schrödinger e ou-tros. Alguém que contribuiu para melhorar o mundo, ampliando o conhecimento da huma-nidade. Hawking revolucionou o conhecimento científico sobre os buracos negros.

Nasceu em 1942, era portador de uma doen-ça degenerativa, a esclerose lateral amiotrófi-ca, mesmo assim foi um grandioso físico e também uma celebridade. Escreveu diversos livros, era alguém que considerava os extra-terrestres como possível ameaça a humanida-

de se viessem a ser encontrados. Também já declarou crer que seja possível viagem no tempo. Era ateu mas, tinha boas relações com a Igreja Católica.

Sem dúvida, Stephen Hawking deixou um grande exemplo a ser seguido, como cientista. E desejo que venham a nascer grandes cien-tistas futuramente. Que já tenham nascido.

O povo brasileiro tem a necessidade de se conscientizar de que os países chamados de-senvolvidos ou de primeiro mundo são países que valorizam tanto a educação escolar e a-cadêmica quanto as pesquisas científicas. Ci-entistas como Stephen Hawking e Neil de-Grasse Tyson são pessoas fundamentais para ajudar países a se desenvolverem. Porque é o conhecimento científico que impulsiona a evo-

lução da tecnologia. E o Brasil necessita valo-rizar muito os seus cientistas nacionais, os seus pesquisadores. A Rússia está se recupe-rando como potência mundial porque valoriza a ciência, investe em pesquisas científicas. O Japão chegou onde chegou por fazer o mes-mo, valorizar a educação escolar e acadêmi-ca, e também a ciência, as pesquisas científi-cas. A Alemanha, idem! Stephen Hawking conseguiu ser quem ele foi porque o país dele valoriza a ciência e outros países também re-conhecem o valor de Hawking como cientista.

Mais do que qualquer político brasileiro, inde-pendente de ser de direita ou de esquerda, Stephen Hawking é um verdadeiro exemplo a ser seguido pelos brasileiros que realmente queiram desenvolvimento e progresso.

Civilidade recusada? No dia 23 de março de 2018, no site do Co-cais Notícias, foi publicada uma reportagem sobre dois irmãos açoitarem um homem que havia furtado ovos de galinha. Isso foi um ca-so isolado, mas circula via redes sociais vá-rios vídeos de homens que surram alguém que foi flagrado furtando algo.

Nota-se que há por aí um grande apoio à “justiça” (vingança) com as próprias mãos. Nota-se que há um número grande de pesso-as transbordando de ódio e de intolerância, e tais pessoas veem-se a si mesmos como “pessoas de bem”. Há uma queixa contra o Estado de que este não garante nem justiça e nem segurança à sociedade. E por causa dis-so, as pessoas tomam iniciativas e promovem

linchamentos, torturas, para pôr para fora a raiva que sentem.

O que muita gente não entende é que justiça só é justiça se, e somente se, a penalização for proporcional ao crime ou infração. Açoitar ou agredir com pauladas alguém que furtou uma galinha, ou um fraco de palmito, extrapo-la o crime cometido, é excesso, é exagero. Deixa de ser justiça e o criminoso é transfor-mado em vítima pelos justiceiros. Furto é fur-to, mesmo que seja famélico. Mesmo que o código penal não considere furto famélico co-mo crime, ninguém gosta de ter alguma coisa sua furtada por outra pessoa. O furto não de-ve ser estimulado. A assistência social existe para ajudar as pessoas vulneráveis, justa-mente para não haver desculpas para furtos e roubos. No entanto, o que o cidadão comum

deve fazer em caso de furto, é chamar a polí-cia, e não tomar a iniciativa de punir quem fur-tou por conta própria. A polícia, o ministério público e a justiça são as instituições especia-lizadas em lidar com criminosos.

No seio da sociedade civil há uma recusa ter-minantemente em aceitar os direitos huma-nos, muita gente é “sedenta de sangue”, ansi-osa para agredir, para causar dor e sofrimento às outras pessoas. Renegação aos princípios de civilidade. O cidadão “de bem” anseia em punir o mais severamente possível os outros, quando estão na condição de criminosos ou de infratores. Mas quando é, por exemplo, o filho do tal cidadão “de bem” o acusado? A multidão não sabe o que realmente é justiça. Justiça não é vingança.

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação

sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda."

Paulo Freire

Abril 2018 Gazeta Valeparaibana Página 5

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Dia 13 - Dia do Hino Nacional Brasileiro

O Hino Nacional Brasileiro é um dos quatro símbolos oficiais da República Federativa do Brasil, conforme estabelece o art. 13, § 1.º, da Constituição do Brasil. Os outros símbo-los da República são a bandeira nacional, as armas nacionais e oselo nacional. Tem letra de Joaquim Osório Duque Estrada e música de Francisco Manuel da Silva.

Foi adquirida por 5:000$ (cinco contos de réis) a propriedade plena e definitiva da letra do hino pelo decreto n.º 4.559 de 21 de agosto de 1922 pelo então presiden-te Epitácio Pessoa e oficializado pela lei n.º 5.700, de 1 de setembro de 1971, publicada no Diário Oficial (suplemento) de 2 de setem-bro de 1971.

Hino executado em continência à Bandeira Nacional e ao presidente da República, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribu-nal Federal, assim como em outros casos determinados pelos regulamentos de conti-nência ou cortesia internacional. Sua execu-ção é permitida ainda na abertura de ses-sões cívicas, nas cerimônias religiosas de caráter patriótico e antes de eventos esporti-vos internacionais.

A partir de 22 de setembro de 2009, o hino nacional brasileiro tornou-se obrigatório em escolas públicas e particulares de todo o país. Ao menos uma vez por semana todos os alunos do ensino fundamental devem can-tá-lo.

A música do hino é de Francisco Manuel da Silva e foi inicialmente composta para banda. Em 1831, tornou-se popular com versos que comemoravam a abdicação de Dom Pedro I. Posteriormente, à época da coroação de Dom Pedro II, sua letra foi trocada e a composição, devido a sua popularidade, passou a ser considerada como o hino nacio-nal brasileiro, embora não tenha sido oficiali-zada como tal.

Com o advento da Proclamação da Repúbli-ca do Brasil e por decisão de Deodoro da Fonseca, que governava de forma provisória o Brasil, foi promovido um Gran-de Concurso para a composição de outra versão do Hino. Participaram do concurso, 36 candidatos; entre eles Leopoldo Miguez,

Alberto Nepomuceno e Francisco Braga.

O vencedor foi Leopoldo Miguez, mas o povo não aceitou o novo hino, já que o de Joaquim Osório e Francisco Manuel da Silva havia se tornado extremamente popular des-de 1831. Através da comoção popular, Deo-doro da Fonseca disse:“Prefiro o hino já exis-tente!”. Deodoro, muito estrategista e para não contrariar o vencedor do concurso, Leo-p o l d o M i g u e z , c o n s i d e r o u a nova composição e a denominou co-mo Hino da Proclamação da República.

Deodoro da Fonseca, oficializou como Hino Nacional Brasileiro a composição de Francis-co Manuel da Silva. Durante o centenário da Proclamação da Independência, em 1922, finalmente a letra escrita pelo poeta e jorna-lista Joaquim Osório Duque Estrada tornou-se oficial.

A orquestração do hino é de Antônio de As-sis Republicano e sua instrumentação para banda é do tenente Antônio Pinto Júnior. A adaptação vocal foi feita por Alberto Nepo-muceno e é proibida a execução de quais-quer outros arranjos vocais ou artístico-instrumentais do hino.

A música do hino nacional do Brasil foi com-posta em 1822, por Francisco Manuel da Sil-va, chamada inicialmente de Marcha Triun-fal para comemorar a independência do país. Essa música tornou-se bastante popular du-rante os anos seguintes, e recebeu duas le-tras.

A primeira letra, de autoria de Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva, foi cantada pela primeira vez no cais do Largo do Paço (ex-Cais Pha-roux, atual Praça 15 de Novembro, no Rio de Janeiro), a 13 de abril de 1831, em desacato ao ex-imperador, que embarcava para Portu-gal após abdicação ao trono brasileiro.

13 de abril ficou como a data em que se é comemorado o Dia Nacional do Hino Brasi-leiro.

A letra dizia o seguinte:

Os bronzes da tirania Já no Brasil não rouquejam;

Os monstros que o escravizavam Já entre nós não vicejam.

(estribilho)

Da Pátria o grito Eis que se desata

Desde o Amazonas Até o Prata

Ferrões e grilhões e forcas D'antemão se preparavam; Mil planos de proscrição

As mãos dos monstros gizavam

O hino passou assim a se chamar Hino ao 7

de abril em alusão à abdicação de Dom Pe-dro I. Já a segunda letra, na época da coroa-ção de Dom Pedro II, de autoria desconheci-da, dizia:

Negar de Pedro as virtudes Seu talento escurecer

É negar como é sublime Da bela aurora, o romper

Da Pátria o grito

Eis que se desata Desde o Amazonas

Até o Prata

Durante o segundo reinado, o hino nacional era executado nas solenidades oficiais em que participasse o imperador, sem qualquer canção.

Após a Proclamação da República, em 1889, um concurso foi realizado para escolher um novo hino nacional. A música vencedora, en-tretanto, foi hostilizada pelo público e pelo marechal Deodoro da Fonseca. Esta compo-sição (Liberdade, liberdade! Abre as asas sobre nós!...) seria oficializada como Hino da Proclamação da República do Brasil, e a mú-sica original, de Francisco Manuel da Silva, continuou como hino oficial. Somente em 1906 foi realizado novo concurso para a es-colha da melhor letra que se adaptasse ao hino. O poema vencedor foi o de Joaquim Osório Duque Estrada, em 1909, oficializado por decreto do presidente Epitácio Pesso-a em 1922, permanecendo assim até hoje.

A parte instrumental da introdução do Hino Nacional Brasileiro possuía uma letra, que acabou excluída da sua versão oficial do hi-no. Essa letra é atribuída a Américo de Mou-ra, natural de Pindamonhangaba, presidente da província do Rio de Janeiro nos anos de 1879 e 1880. Em 17 de novembro de 2009, o cantor Eliezer Setton lançou um CD intitulado Hinos à Paisana, das quais u-ma das faixas é do Hino Nacional Brasileiro com essa introdução cantada.[9][10]

A letra da introdução é a seguinte:

Espera o Brasil que todos cumprais com o vosso dever

Eia! Avante, brasileiros! Sempre avante

Gravai com Buril nos pátrios anais o vos-so poder

Eia! Avante, brasileiros! Sempre avante

Servi o Brasil sem esmorecer, com ânimo audaz

Cumpri o dever na guerra e na paz À sombra da lei, à brisa gentil O lábaro erguei do belo Brasil,

Eia! sus*, oh, sus!

A palavra "sus" é uma interjeição que vem do la-

tim sus: "de baixo para cima"; que chama à motiva-

ção: erga-se!, ânimo!, coragem! Neste contexto é si-

nônimo de "em frente, avante"

Contos e Poemas da Genha

Abril 2018 Gazeta Valeparaibana Página 6

SEM MEDO DE SER VELHO

Os amigos se encontram e conversam sobre

suas dores, riem do catálogo de remédios que

se renova a cada visita ao médico e gabam-se

por estarem bem apesar da idade que cada um

tem.

Arnaldo, um jovem que os acompanhava ouvia

a conversa, observava atentamente o jeito de-

les e faz uma indagação:

- Hoje em dia, todos querem viver mais e mais,

esticar ao máximo a longevidade e eu quero

saber: qual a vantagem de se ficar mais velho?

Artur, já com seus 77 anos, tranquilamente res-

ponde ao jovem:

- Nós temos uma vida que sabemos é finita,

mas isso não significa que a meta deva ser a

morte e sim aproveitar a vida ao máximo e ser

feliz.

Luiz Antônio, um pouco mais novo com seus

73, explica:

- Se não tivéssemos banalizado a vida com de-

sejos fúteis, vulgarização das emoções, se ti-

véssemos andado mais devagar nessa corrida

e com menos fast food, micro-ondas, tudo pron-

to e fácil, tantos remédios para pequenas do-

res, escolhas erradas na profissão, seríamos

menos anêmicos, menos frustrados. E agora

ainda corremos contra o tempo para envelhecer

com dignidade e bem.

Arnaldo ainda intrigado questiona os amigos.

- Como se sentem ao ver que os cabelos em-

branquecem, o olhar perde o brilho, a carne tor-

na-se flácida e enrugada, o andar é devagar e

perdendo a atração?

- Caro Arnaldo, responde-lhe Artur, tornamo-

nos a caricatura de nossa juventude, mas, sem

perder os traços belos com que nascemos e

não é o corpo que nos sobressai e sim o que

carregamos dentro de nós através das nossas

experiências e o aprimoramento da nossa com-

preensão.

- Sim, concorda Luiz Antônio, complementando:

com a vantagem desse brilho interior que com-

pensa o desgaste de fora. Apesar, de que mui-

tos preferem mutilar-se com cirurgias, exagerar

na maquiagem, usar roupas extravagantes o

que denota que essas pessoas velhas, pensam

que se escondem atrás desses recursos para

não aparentarem idade.

Arnaldo insiste no questionamento dizendo.

- O ser humano é vaidoso, a tecnologia está aí

para favorecer o embelezamento e retardar a

velhice.

- Meu jovem, retruca Luiz Antônio, o embeleza-

mento é bom, desde que seja o mais natural

possível, pois nosso corpo inevitavelmente

mostrará que a mágica da tecnologia e dos cos-

méticos e adornos também têm limites, a extra-

vagância e o exagero denigre qualquer ima-

gem, estamos em declínio, mas em natural

transformação, como tudo o mais.

- Verdade, concorda o amigo Artur. Se não nos

tornarmos tolos, gostaremos de nossa aparên-

cia em todas as etapas da vida e olharemos pra

nós mesmos e diremos “Esse sou eu. Aceito”,

conservados de acordo com a vida que tive-

mos, com a genética e cuidados com a saúde,

somos o espelho de nossa própria história.

- E mais ainda Arnaldo, completa Luiz Antônio:

não somos só nossa aparência, mas temos ela

grudada a nós e negá-la é patético. As pessoas

ao invés de querer aparentar sempre juventude,

deveriam também se preocupar em serem cada

vez mais dignas, dóceis, elegantes, de mentes

brilhantes para mostrar que valeu a pena sua

vida, que dentro da “carcaça” nos aprimoramos

e não há outra saída a não ser vivenciar cada

estágio, viajar com o tempo em cada fase e

sem negligenciar seu todo, continuar e saber

que se não estamos extraordinariamente con-

servados, também não estamos destruídos.

Arnaldo, muito pensativo, abraçou os amigos e

agradeceu pela conversa. Despediram-se e os

dois amigos, sem pressa, foram se afastando,

felizes por existirem e pela sabedoria de que o

tempo está os devorando, mas que dele, nin-

guém escapará.

- Bem, retrucou Luiz Antônio, abraçado ao ami-

go Artur: se não soubemos ser felizes aos 20,

40, 60, sejamos felizes aos 70, 80.

Genha Auga – Jornalista MTB:15.320

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OUTONO

O tempo fica ameno,

O vento sopra!

Seguem com ele as andorinhas,

Chegam os pardais inquietos

As folhas voam,

Forram o chão.

Amarelas, castanhas,

Crocantes!

A folha rodopia,

Cai aos seus pés,

Tu a apanha

Guarda-a no meio da folha de papel.

Abandonam-se ao chão,

Desprendem-se da árvore amiga

Para dar lugar a nova estação.

O chão ficou colorido.

O romântico outono chegou!

Junto chegam as águas,

A Páscoa e novas conquistas.

Estação do amor!

Genha Auga

O conhecimento torna a alma jovem e diminui a amargura da velhice. Colhe, pois, a sabedoria. Armazena suavidade para o amanhã.

Leonardo da Vinci

O apagamento da ética em tempos de guerra contra a corrupção

Autora: Marcia Tiburi

É impressionante a facilidade com que a ética é apagada no contexto das crises políticas e econômicas, judiciárias e midiáticas. Há muito tempo deixamos de falar em ética e, justa-mente no momento em que parece tão neces-sária, ela anda completamente sumida. Silen-ciamentos demonstram naturalizações. E cer-tamente eles significam mais do que desinte-resse.

Ética já era um significante vazio há certo tempo, uma espécie de palavra mágica que causava efeitos discursivos. Falar em ética imediatamente sugeria um “ser” ético do e-nunciador. É que para o senso comum, acos-tumado à literalidade, ou seja, a acreditar no nexo entre a palavra e a coisa, ética era ape-nas um marcador de lugar do próprio falante e, quando muito, uma exigência que se fazia a um outro a quem ela faltasse como postura. Apenas nos âmbitos especializados se tratava da ética em seu sentido mais complexo como ciência do agir humano, como questionamen-

to da moral ou construção da subjetividade voltada ao espírito.

O problema que ainda está em jogo é justa-mente o que podemos chamar de “mistério da literalidade”. Nos momentos históricos em que a compreensão coletiva se entrega ao literal, como acontece atualmente, quando se leem as palavras sem que se pense nos jogos de linguagem dos quais fazem parte, nossa ca-pacidade de percepção corre riscos – e com ela o que somos capazes de formular e de expor em termos de teorias ou de visões so-bre o mundo.

Ética, essa palavra abandonada, é um signifi-cante vazio que tem uma função relacionada ao espírito de uma época. Em tempos de construção ou quando a estabilidade é a me-ta, usam-se significantes com função positiva. Em tempos em que o espírito é de destruição, usam-se palavras com uma função negativa. Por isso, atualmente, o termo corrupção en-trou em cena substituindo a questão da ética. Neste momento em que o espírito de destrui-ção próprio ao neoliberalismo entra em cena, o papel mágico cabe a um termo negativo.

O espírito do tempo é uma construção coleti-

va e totalmente manipulável, como sabem a-queles que trabalham com os meios de produ-ção da linguagem. Não será útil aos jogos de poder em cena que voltemos a falar de ética. Milhões de pessoas devem permanecer in-conscientes quanto ao fato de que foram re-duzidas a peças de um jogo, cujas regras são igualmente incapazes de conhecer e, portan-to, evidentemente incapazes de alterar ou até mesmo de jogar como participantes ativos. Todos somos vítimas de jogos de linguagem e o único jeito de escapar deles é pela reflexão atenta. Mas esta não está na moda.

O espírito de manipulação é próprio da socie-dade capitalista em seu estágio atual. Mani-pular é o verbo que se faz carne nas pessoas físicas e jurídicas de nosso tempo. Manipular significa agir pelos mais diversos meios, para reduzir pessoas a objetos. Todas as vezes em que usamos pessoas como meios e não como fins – sejam fiéis, sejam eleitores, sejam teles-pectadores ou leitores – estamos transfor-mando as pessoas em coisas. Em tempos de naturalização da manipulação, voltar a evocar a ética é o ato de inocência que nos falta para alterar o rumo da história.

Abril 2018 Gazeta Valeparaibana Página 7

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A luta quilombola Autora: Alinne Marques*

A escravidão é um fato social verificável na

história de muitos países através dos séculos,

sendo que no Brasil a mão de obra escrava

foi massivamente constituída por negros trafi-

cados do continente Africano.

A luta de resistência dos escravos é marcada

pela constituição dos quilombos, comunida-

des organizadas pelos refugiados, onde vivi-

am em liberdade através de uma comunidade

nos moldes do que existia em sua terra natal.

Segundo um levantamento da ONG Justiça

Global, só 4% dos mais de 1.600 processos

de titulação de terras quilombolas em anda-

mento no Incra foram concluídos. E o horizon-

te não é nada animador: em sete anos, o or-

çamento do órgão para o setor teve uma que-

da de 94%. Em 2017, o INCRA dispôs de a-

penas R$ 4 milhões; em 2010, eram R$ 64

milhões.

As normas que dizem a respeito da regula-

mentação de comunidades quilombolas, pos-

suem a função social de preservar o patrimô-

nio cultural brasileiro. Porém, ainda assim, as

comunidades quilombolas vêm enfrentando

problemas de reconhecimento da posse de

suas terras, o que por sua vez, ocasiona di-

versos conflitos para tais comunidades e tam-

bém para sociedade, uma vez que muitas ve-

zes, essas comunidades terminam por migrar

para o meio urbano, onde são profundamente

hostilizadas, e não possuem o respaldo da

sociedade para que tenham uma vida digna.

Há comunidades que datam do século XVI,

mas só a partir da promulgação da Constitui-

ção de 1988 puderam requerer legalmente

sua posse. Esse direito foi regulamentado pe-

lo Decreto 4887/2003, que, seguindo o que

dita a Convenção 169 da Organização Inter-

nacional do Trabalho, estabelece a autoatri-

buição como único critério para identificação

das comunidades quilombolas. Este decreto

vem sendo questionado por um único partido,

o DEM, por uma Ação Direta de Inconstitucio-

nalidade, desde 2004.

A próxima sessão do julgamento está marca-

da para quinta-feira, no STF. Na última, em

novembro passado, o ministro Dias Toffoli

nos deu ganho de causa, mas deixou pairan-

do no ar uma ameaça que há anos aflige nos-

sos irmãos indígenas: o “marco temporal”.

Segundo esta tese, só teria direito à terra

quem a estivesse ocupando quando da pro-

mulgação da Constituição, 5 de outubro de

1988. O dispositivo releva casos de expul-

sões violentas. Nossas terras são cobiçadas,

e a violência contra nós tem crescido: em

2017 foram 14 assassinatos, contra oito em

2016 e dois entre 2011 e 2015.

As comunidades quilombolas são vítimas de

interesses de pessoas com um poder econô-

mico superior aos seus, que ameaçam a he-

rança ancestral mantida pelos quilombos.

É dever nosso cobrar atitudes que intensifi-

quem a celeridade na regulamentação de ter-

ras quilombolas. A tais pessoas é devido o

respeito por toda a sua história, não podendo

ficar à margem da sociedade.

*Alinne Marques é advogada popular, espe-

cialista em Direito Agrário, e defensora dos

Direitos Humanos

Cidadania

E qual país pode preservar suas liberdades, se seus governantes não são avisados de tempos em tempos que o povo preserva o espírito de resistência? A árvore da liberdade deve ser revigorada de tempos em tempos com o sangue de patriotas e tiranos.

Thomas Jefferson

Abril 2018 Gazeta Valeparaibana Página 8

Para cultivar a água na natureza Uso sustentável dos recursos hídricos é essencial para paz e prosperidade no longo prazo, e isso será ainda mais importante com crescimento populacional e a mudança climática.

O Brasil apresenta amplos recursos de água doce, mas ainda enfrenta secas, enquanto tem-pestades tropicais têm um efeito cada vez mais devastador. Qual seria a conexão? A água, e a maneira como nós gerenciamos esse recurso precioso.

Ao redor do planeta, rios estão sendo poluídos, florestas estão sendo destruídas, e recursos hídricos estão sobrecarregados — o que significa que, até 2050, quatro bilhões de pessoas poderão ainda estar sem acesso a água potável e saneamento.

Por muito tempo, nós confiamos predominantemente em infraestruturas construídas pelo ser humano para a gestão dos recursos hídricos, mas um novo relatório das Nações Unidas pro-põe uma solução complementar que, de fato, tem milhares de anos: trabalhar com a nature-za, e não contra ela. O Relatório Mundial sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos deste ano — um Relatório do UN-Water (ONU-Água) produzido pela UNESCO — propõe combinar a engenhosidade do ser humano com a engenhosidade da natureza para uma a-bordagem mais sustentável e harmoniosa quanto à gestão da água.

O Brasil tem dado seu exemplo há mais de dez anos na Bacia do Paraná, no sul do país. O programa Cultivando Água Boa não apenas melhorou o meio ambiente, como também au-mentou a qualidade de vida dos habitantes.

Do reflorestamento das florestas ao uso de fertilizantes naturais, da limpeza dos equipamen-tos agrícolas para que os pesticidas não cheguem aos rios à utilização de técnicas tradicio-nais de terraceamento para prevenir que solos ricos desapareçam nos rios, o programa mostra de que forma técnicas simples podem fazer uma grande diferença.

Vinte e quatro milhões de árvores foram plantadas, vinculando o mundialmente reconhecido Parque Nacional do Iguaçu, um sítio do Patrimônio Mundial Natural da Unesco, a outras flo-restas, estimulando o desenvolvimento da diversidade local de espécies. O Canal da Pirace-ma agora segue um curso natural, contornando a Represa de Itaipu e permitindo que os pei-xes migradores desçam pelo rio até comunidades pesqueiras locais. Fazendeiros que usam métodos mais orgânicos têm visto seus meios de subsistência melhorarem, e as crianças que estudam em escolas locais estão tendo refeições mais saudáveis.

Tudo isso é o resultado de se posicionar a importância da água no centro das políticas. Ao redor do mundo, ocorre uma mudança nas abordagens: das autoridades da cidade de Nova York que protegem as reservas naturais adjacentes, pelos benefícios tanto econômicos quanto ambientais, às estruturas de captação de água de pequena escala no Rajastão, na Índia, que levam água de volta a mil povoados atingidos pela seca.

O uso sustentável dos recursos hídricos é essencial para garantir paz e prosperidade no lon-go prazo, e esse tema se tornará ainda mais importante com o crescimento populacional e a mudança climática. A UNESCO — como a agência da ONU responsável pela cooperação intelectual nas ciências, na educação e na cultura — tem trabalhado há mais de 50 anos na gestão da água.

Nós trabalhamos com os outros membros do UN-Water (ONU-Água) para entender o mundo natural e o nosso lugar nele. Os rios, lagos e oceanos do planeta atravessam fronteiras na-cionais, e nós trabalhamos junto aos países para assegurar que tais recursos sejam dividi-dos de forma equitativa. As culturas humanas são profundamente moldadas pelo nosso mei-o ambiente, e a Unesco trabalha para proteger paisagens de grande importância. Acima de tudo, a educação sobre a mudança climática e o desenvolvimento sustentável são funda-mentais.

As lições do Cultivando Água Boa no Brasil têm sido reproduzidas por todo o país, assim co-mo em outros locais na América Latina e na África. Agora, é o momento de repensar os nos-sos recursos hídricos mundialmente, para então equilibrarmos as necessidades humanas com o futuro do nosso planeta.

Audrey Azoulay é diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Porque precisamos fazer a Reforma Política Popular no Brasil?

Seus impostos merecem boa administração. Bons políticos não vem do nada. Para que existam bons políticos para administrar

o país, toda a sociedade precisa colaborar para que eles possam nascer e terem su-cesso. É preciso um sistema eleitoral moderno para melhorar a qualidade da política. Os po-líticos "tradicionais" tem horror à reforma política, porque ela pode mudar a situação atual onde eles usam e manipulam o eleitor e são pouco cobrados !

FRASES SOBRE PROGRESSO

Nietzsche: “Os cumes da civilização e do pro-gresso estão distantes um do outro. Não deve-

mos deixar-nos enganar pelo antagonismo profundo que separa civilização de progresso”.

* * *

Ogden Nash: “O progresso pode ter sido be-néfico, mas agora já foi longe demais”.

* * *

Franz Kafka: “Crer-se no progresso não signi-fica que já tenho tido lugar qualquer progres-

so”.

* * *

Arlindo Colaço: “A evolução é uma lei da Na-tureza, que vence sempre. Mais cedo ou mais

tarde, domina”.

* * *

Mahatma Gandhi: “Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma

história nova”.

* * *

Stanislaw J. Lec: “É um progresso quando um canibal passa a comer com garfo?”

* * *

Schopenhauer: “Sem resistência, não há pro-gresso. Sem sombras, não há luz”.

* * *

Charles Baudelaire: “Que há de mais absur-do que o progresso, já que o homem, como está provado pelos fatos de todos os dias, é

sempre igual e semelhante ao homem, isto é, sempre em estado selvagem?”.

* * *

John Glenn: “A despeito de todo progresso da medicina, ainda não há cura para um sim-

ples aniversário”.

* * *

Woody Allen: “Meu pai trabalhou na mesma empresa durante doze anos. Eles o demitiram

e o substituíram por uma maquininha deste tamanho, que faz tudo o que meu pai fazia, só que muito melhor. O deprimente é que minha

mãe também comprou uma igual”.

* * *

Thor-Heyerdahl: “Progresso é a habilidade do homem de complicar a simplicidade”.

* * *

Carlito Maia: “Acordem e progresso!”.

Mês que vem tem mais...

Sustentabilidade

Assim é o Brasil, ame ou odeie. Acabamos de ser chamado atenção pela ONU pelo desperdício de água, estamos

entre os 10 países com maior desigualdade social no mundo e agora me vem essa tal de reforma trabalhista que fará as coisas aqui ser ainda mais difíceis

Roger BeatJesus

Abril 2018 Gazeta Valeparaibana Página 9

COMO DISCUTIR POLÍTICA DE FORMA SAUDÁVEL?

A política está presente em boa parte dos aspectos que ron-dam nossa vida. Por isso, é mais do que necessário nos falar-mos sobre ela dentro e fora do período eleitoral. Houve uma época em que discutir esse assunto era um grande tabu, e era muito comum ouvir aquela frase “futebol, política e religi-ão não se discutem”.

Hoje, mais do que necessário, falar de política tem sido fre-quente no nosso dia a dia. No trabalho, no ônibus, nas reuni-ões de amigos e familiares, durante o happy hour. Nós do Politize! amamos falar sobre a importância de debater políti-ca, mas também sabemos que conforme essa prática vai fi-cando mais frequente, também vão surgindo situações um tanto complicadas sobre ela, já que, muitas vezes, a conversa segue um caminho não muito saudável.

Não queremos que todos esses obstáculos a um debate sau-dável desmotive você a falar sobre política no momento em que isso é mais importante: as eleições. Vamos ver porquê.

POR QUE DEBATER POLÍTICA NAS ELEIÇÕES?

O resultado das eleições perpassa toda a nossa vida nos anos seguintes a ela. Parece exagero que os 45 dias de cam-panha possam moldar o nosso futuro durante tanto tempo, mas não é. A qualidade dos candidatos eleitos reflete direta-mente na qualidade da administração pública, da transparên-cia e da participação política. Portanto, discutir política nesses 45 dias é mais do que fundamental para garantirmos uma vida de qualidade para todos.

É ao falar de política com nossos amigos, familiares ou cole-gas de trabalho que podemos exercer nosso papel de cida-dão ao conscientizar outras pessoas sobre a importância do voto consciente.

Infelizmente, muitas pessoas podem dar as costas à política durante a maior parte do tempo, mas é nas eleições que elas se mostram mais abertas a esse tipo de debate. Por isso, precisamos aproveitar tal janela de oportunidade para consci-entizar o maior número de pessoas.

Aproveite as eleições para fazer a sua parte: por que não convidar seus amigos para um jantar e apresentar a eles os caminhos para um voto de qualidade? Que tal aproveitar as reuniões de família para mostrar para aquele tio que adora falar sobre política quais são os requisitos de um bom candi-dato? Podem parecer ações muito simples, mas elas têm potencial de gerar consequências bastante positivas para a nossa política.

Por melhor que seja nossa intenção, quando se trata de políti-ca a conversa pode seguir um rumo que não queremos nem de longe. Considerando isso, e para que você possa exercer sua parte levando às pessoas conhecimento sobre o voto consciente nessas eleições, vamos aprender o que fazer e não fazer nesse tipo de debate.

Antes, vamos analisar alguns cenários. Em quais das seguin-tes situações você já se viu por causa da política?

Brigar com a família por causa de política

Imagine a seguinte situação: você está em um jantar de famí-lia, todos os seus tios, tias, primos e primas se reúnem após um longo tempo sem se encontrarem. As conversas são in-tensas, sobre os mais variados assuntos. Até que alguém faz um comentário que você julga equivocado, um ponto de vista totalmente oposto de tudo aquilo que você acredita. O que você faz nesse momento?

Atire a primeira pedra quem nunca entrou em uma discussão calorosa com um membro da família, chegando até a ficar brigado com aquela pessoa por um breve período. Atire a primeira pedra ainda quem nunca fez isso por causa de políti-ca. O que as brigas com a nossa família por causa da política têm a nos ensinar é: saber avaliar quando vale a pena entrar em uma discussão.

Existe uma série de fatores que qualificam o que é um bom debate político. Quando esses fatores não estão presentes, você deve saber perceber que não vale a pena se envolver na discussão, pois será fácil ela virar uma grande briga. De quais fatores eu estou falando? É o que veremos a seguir.

Discutir política no trabalho

Você está no trabalho e seus colegas começam a falar sobre política. Você, como entusiasta do assunto, logo participa da conversa. A partir de um certo momento, você já não está mais prestando atenção nos argumentos dos colegas que pensam diferente de você, apenas aguarda que eles termi-nem de falar para começar a sua fala, às vezes nem espera o outro terminar. Os erros que você está cometendo nessa situ-ação são os primeiros a serem evitados em um bom debate.

É simples: não saber ouvir os argumentos contrários. As dis-cussões políticas devem ser um meio de trocarmos informa-ções às quais normalmente não temos acesso, principalmen-te pela “bolha social” em que estamos inseridos (quando te-mos acesso apenas a pessoas que pensam muito parecido conosco, o que é algo bastante comum nas redes sociais, por exemplo. Quantas pessoas você mantém na sua rede de con-tatos que pensam completamente o oposto?). É ao debater com outra pessoa, de realidade diferente da nossa, que te-mos a oportunidade de conhecer informações diferentes, que são muito válidas.

Por isso, aproveite a oportunidade para aprender algo com os argumentos opostos. Não é porque uma pessoa pensa dife-rente de você que ela está necessariamente errada. Aproveite a chance para ouvir argumentos contrários. Mesmo que para criticar, precisamos conhecer a fundo os fatos apresentados pelo outro lado.

Lembre-se também de ser educado durante a conversa. É bastante comum nos deixarmos influenciar pelas emoções do momento, o que nos leva ao uso de sarcasmo, interromper o outro com frequência ou falar alto.

O bom debate é aquele em que tanto você quanto os outros debatedores estão em busca de ouvir o outro e aprender algo com isso da forma mais educada possível. Do contrário, são apenas dois monólogos acontecendo ao mesmo tempo, não é mesmo? Se você perceber ao início de uma conversa sobre política que esse não é o seu caso ou o da outra pessoa en-volvida, talvez não seja uma boa ideia participar.

Reforma Política: entenda o voto distrital

Discutir política no Facebook

Em tempos de internet, discutir política através das redes sociais já virou um clássico. Quem nunca se deixou levar por um debate no Facebook? Talvez você já esteja cansado de saber os problemas que aparecem em uma discussão de Facebook, mas vamos relembrar aqui alguns deles.

O primeiro é a facilidade com que um debate sai dos trilhos e se torna uma troca de ofensas, principalmente pessoais. Esse é o primeiro sinal de que os argumentos de alguém já chega-ram ao fim, por isso a pessoa passa a ofender gratuitamente quem está do outro lado. Por que será que fazemos isso?

As razões podem ser muitas, mas a principal delas é que o debate deixou de ser uma troca de ideias e virou uma compe-

tição. O importante da conversa passa a ser ganhar a qual-quer custo, sair de lá se sentindo vitorioso por derrotar o ou-tro.

Portanto, lembre-se sempre que o objetivo de um debate de-ve ser a troca de conhecimentos e experiências. No lugar de tentar convencer o outro debatedor a concordar com você, exerça sua empatia e tente compreender por quais motivos aquela pessoa pensa daquela forma, quais situações de vida a fizeram pensar daquela maneira. Com certeza você terá muito a aprender a partir disso.

Outra característica bastante frequente nos debates de inter-net é algo que a gente falou por aqui, as notícias falsas. É, infelizmente, bastante comum que pessoas apoiem seus ar-gumentos em informações inverídicas ou incompletas. É por isso que antes de incluir uma informação em seus argumen-tos, você precisa seguir os princípios de fact checking e com-provar a confiabilidade delas. Uma notícia verdadeira deixa seu argumento mais forte, enquanto uma Fake News coloca em cheque toda a sua credibilidade como debatedor.

Sabe como reconhecer uma notícia falsa? Leia: o mundo das fake news e da (des)informação

O QUE É UM BOM ARGUMENTO?

Por falar em argumentos fortes, existem alguns critérios im-prescindíveis que caracterizam uma boa argumentação. O primeiro deles é nunca esquecer de fazer o dever de casa. Muitas vezes gostamos muito de um tema e fica difícil resistir a um debate sobre ele. Mas você tem certeza de que domina realmente o assunto?

1) Evite achismos e generalizações

Antes de falar sobre ele, tenha certeza de que pesquisou o suficiente, em diferentes fontes, todas elas bastante confiá-veis. Se você consegue discutir a questão de forma aprofun-dada e sem recorrer a generalizações ou achismos, está no caminho correto. Caso contrário, pense duas vezes antes de se animar e participar da discussão. Não existe problema algum em assumir que não sabe o suficiente sobre um tema, todos nós precisamos aprender e às vezes isso leva tempo. Seja paciente!

2) Opinião não é argumento

Essa frase pode doer em muita gente, mas de fato opiniões não são argumentos, ainda que nossas crenças possam infe-rir sobre nossa argumentação.

Nossas opiniões são embasadas em vivências de vida, na forma com que enxergamos o mundo. O problema disso é que podemos esquecer que nem todo mundo vive como a gente. Temos acesso a uma visão bastante limitada da reali-dade e isso coloca em cheque o quanto sabemos de algo, quando não recorremos à ciência. Por isso, procure ler o mai-or número de estudos científicos sobre o tema em debate. Evite buscar respostas apenas na sua vivência, pois ela diz respeito somente à sua própria realidade e quase sempre carregada de muitas emoções.

E lembre-se, nunca tente mudar a opinião do outro. Você já viu, em um debate entre candidatos, algum deles mudando de opinião durante a conversa? Então não espere que o des-fecho do seu debate seja necessariamente alguém mudando a forma com que pensa. Lembre que existem diversas razões para que alguém pense da forma que pensa. Se não somos capazes de entender quais são elas, cabe a cada um de nós ao menos respeitar, o famoso “concordar discordando”.

Isabela Souza Estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Discussões sobre política

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Abril 2018 Gazeta Valeparaibana Página 10

EMENDA CONSTITUCIONAL: QUANDO NÃO PODE SER FEITA?

A Constituição Federal de 1988, quanto à sua estabilidade (alteração), é classificada como rígida, ou seja, para sofrer alteração deverá passar por um processo legislativo mais difícil do que aqueles pelos quais se modificam as demais leis, conforme previsto em seu art. 60, §2º. Aí entram as emendas constitucionais. Emendar a Constituição é alterar o texto cons-titucional original, acrescentando, modificando ou suspendendo normas. Exemplo recente foi a emenda do “Teto de Gastos” 95/2016, a qual limita por 20 anos os gastos públicos.

Mas a qualquer tempo a Constituição poderá ser emendada? Não! Está previsto no texto constitucional em seu art. 60, § 1 que duran-te a vigência de intervenção federal, de esta-do de defesa ou de estado de sítio, a Consti-tuição não poderá ser emendada, por exem-plo. É o que chamamos de “limitações cir-cunstanciais”.

Percebeu algum termo comum tratado pelos principais meios de comunicação nos últimos dias? Isso mesmo: intervenção federal! Com o decreto de intervenção federal nº 9.288/2018 assinado em 16 de fevereiro, pelo Presidente Michel Temer, a Constituição não poderá so-frer nenhuma emenda. Isso suspende todas as propostas de emenda constitucional, inclu-indo, inclusive, a proposta de Reforma da Pre-vidência. A seguir, vamos tratar das limitações em que o texto constitucional não poderá ser alterado. Vamos lá?

EMENDA CONSTITUCIONAL E AS LIMITAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS

Como citado anteriormente, umas das limita-ções quanto à alteração do texto constitucio-nal, é a limitação circunstancial. Isso quer di-zer que em determinadas situações anormais e excepcionais, a Constituição não poderá ser alterada. Neste caso, tal alteração não poderá ocorrer na vigência de estados de exceção (art. 60, § 1). A seguir, vamos fazer um breve resumo dos três casos de limitações circuns-tanciais.

A Intervenção Federal ocorre quando a União, de forma excepcional, intervém nos Estados, Distrito Federal (art. 34 da Constituição) e nos Municípios localizados em Territórios Federais (art. 35 da Constituição), visando o interesse maior de preservação da própria unidade da Federação (o caso do estado do Rio de Janei-ro em 2018, por exemplo).

Os casos de intervenção federal estão previs-tos, taxativamente, na Constituição (art. 34), são eles: manter a integridade nacional, repe-lir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra, pôr termo grave compro-metimento a ordem pública (caso do estado do Rio de Janeiro), garantir o livre exercício de qualquer um dos Poderes nas unidades da Federação, reorganizar as finanças da unida-de da Federação, prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial e, por fim, assegurar a observância de certos princípios constitucionais. Vale lembrar que o ato de in-tervenção federal cabe, exclusivamente, ao Presidente da República.

Quanto ao Estado de Defesa, a Constituição (art. 136, caput) também traz de modo taxati-vo, as hipóteses em que o Presidente da Re-pública poderá tomar tal medida, são elas: pa-ra preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem públi-ca ou a paz social ameaçadas por grave e i-minente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.

E por fim o Estado de Sítio. Este é mais um ato de competência do Presidente da Repúbli-ca, o qual deverá ser acionado nos seguintes casos (art. 137, caput): comoção grave de re-presentação nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida toma-da durante o estado de defesa ou declaração de estado de guerra ou resposta a agressão estrangeira.

EMENDA CONSTITUCIONAL E AS .LIMITAÇÕES FORMAIS

Você deve imaginar que o processo de emen-da à Constituição não é algo simples, deven-do para isso, seguir vários procedimentos. Caso contrário, o processo não terá efeito, ou até mesmo, início. É o que tratam as limita-ções formais. Estas dizem respeito aos proce-dimentos especiais que deverão ser seguidos para o início e trâmite do processo de emenda da Constituição, diferente do que ocorre na elaboração das leis.

Nesse caso, as limitações formais são agru-padas nos seguintes grupos: relativas à inicia-tiva de apresentação de uma proposta de e-menda à Constituição (art. 60, I, II e III), relati-

vas à deliberação para aprovação da proposta (art. 60, § 2º), relativas à promulgação da e-menda (art. 60, § 3º) e, por fim, relativas à ve-dação de reapreciação de proposta rejeitada ou havida por prejudicada (art. 60, § 5º). Va-mos entender um pouco mais sobre cada ca-so?

As limitações formais relativas à iniciativa de apresentação de emenda à Constituição, refe-re-se às pessoas que poderão apresentar pro-posta de alteração do texto constitucional. No caso do Brasil, a Constituição Federal somen-te poderá ser emendada mediante proposta: de no mínimo um terço dos membros da Câ-mara dos Deputados ou do Senado Federal, do Presidente da República ou de mais da metade das Assembleias Legislativas das uni-dades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. Para seu melhor entendimento, confira o infográfico abaixo.

As limitações formais relativas à deliberação para aprovação da proposta nos mostra, mais uma vez, o quão rigoroso é o procedimento legislativo de aprovação de uma emenda à Constituição. Em seu art. 60, 2º a Constituição prevê que “a proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se ob-tiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.” Percebeu como não é simples ter uma proposta de emenda à Cons-tituição aprovada?

As limitações formais ligadas à promulgação da emenda referem-se a quem deve publicar uma eventual emenda aprovada à Constitui-ção. De acordo com o art. 60, § 3º da Consti-tuição, a emenda deverá ser promulgada pe-las Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, ou seja, aquelas emendas as quais resultaram do procedimento do art. 60 da Constituição, não se submetem ao Che-fe do Executivo.

As limitações formais pertinentes à vedação de emenda rejeitada ou havida por prejudica-da dizem respeito aos casos em que a pro-posta de emenda constitucional não é aprova-da. Neste caso, o art. 60, § 5º da Constituição Federal prevê que “a matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova pro-posta na mesma sessão legislativa.” A Ses-são Legislativa refere-se ao período em que o Congresso Nacional se reúne anualmente (de 02 de fevereiro a 22 de dezembro). Ou seja, uma vez rejeita a proposta de emenda, esta só poderá ser apreciada a partir do ano se-guinte à sua rejeição.

Fonte: politize.com.br

Constituição Federal

Abril 2018 Gazeta Valeparaibana Página 11

A ameaça estrangeira aos nossos aquíferos

No início deste ano, um encontro discreto en-

tre Michel Temer e Paul Bulcke, presidente da

Nestlé representou uma nova fase do golpe

para o Brasil: a venda de nossos aquíferos.

Segundo o jornal “Correio do Brasil”, embasa-

do por artigos escritos pelo ativista norte-

americana Franklin Frederick, o encontro o-

corrido após a participação de Temer no Fó-

rum Econômico Mundial, na Suiça, acelera as

negociações para a apropriação do Aquífero

Guarani, segundo maior aquífero do mundo

com 1.200.000 km² localizado em terras brasi-

leiras.

“Ao que tudo indica, decidiram que o presi-

dente Temer e o CEO da Nestlé não deveri-

am aparecer juntos em público. Afinal, a Nes-

tlé é bem conhecida pelo seu apoio à privati-

zação da água; e que negociações sobre este

tema já existem entre a empresa e o presi-

dente Temer é de conhecimento público. A

rejeição da maioria da população brasileira à

privatização da água parece ter influído em

tornar mais discreto o encontro entre Temer e

o CEO da Nestlé em Davos”, afirma Frede-

rick.

Segundo o ativista, o presidente-não-eleito do

Brasil teria se encontrado ainda com outros

setores importantes da “indústria da água” e

outras bebidas como a Coca-Cola e a Ambev.

“Temer teve encontros privados com o Presi-

dente Global da Ambev, Carlos Brito; e com o

CEO da Coca-Cola, James Quincey. Temer

também encontrou o CEO da Dow Chemical,

Andrew Liveris. A água é a principal matéria

prima utilizada pela Coca-Cola e pela Ambev.

E ‘por coincidência’, Andrew Liveris faz parte

do ‘Governing Council’ do Water Resources

Group –WRG – a iniciativa da Nestlé; Coca-

Cola e Pepsi para privatizar a água através de

parcerias público-privadas. No site oficial do

WRG, Andrew Liveris aparece ao lado do ex-

CEO da Coca-Cola Muhtar Kent – outro mem-

bro do ‘Governing Council’ do WRG”, afirma.

Ponto de vista estratégico

No Brasil, estão localizado os dois maiores

aquíferos do planeta, o Aquífero Guarani e o

Aquífero Alter do Chão, estima-se que a água

contida neste segundo poderia ser suficiente

para abastecer aproximadamente 100 vezes

a população mundial, ou por cerca de 250 a-

nos. São mais de 162.520 km³ de água no

que atualmente é chamado de SAGA, Siste-

ma Aquífero Grande Amazônia, localizado

nas bacias do Marajó (PA), Amazonas, Soli-

mões (AM) e Acre.

O Aquífero Guarani, o segundo maior, por sua

vez possui uma área total de 1,2 milhões de

km², sendo que dois terços se localizam em

território brasileiro, nos estados de Goiás, Ma-

to Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo,

Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul,

a outra parcela abrange áreas localizadas na

Argentina, Uruguai e Paraguai. É considerado

um dos mais importantes do ponto de vista do

abastecimento da região, sobretudo para as

futuras gerações.

Abaixo do Rio São Francisco, localiza-se ain-

da um terceiro aquífero brasileiro, também de

suma importância por seu valor estratégico,

sobretudo para o agronegócio: o Aquífero U-

rucuia. Responsável por mais da metade das

vazões de base do rio São Francisco, o aquí-

fero vem sofrendo com todo tipo de degrada-

ção e ameaças provenientes da grande agri-

cultura irrigada, que consome uma enorme

quantidade de água, voltado sobretudo para a

exportação em sua maioria de grãos. A situa-

ção se agravou após a implantação do cha-

mado MATOPIBA, nos anos 70, projeto que

assolou o cerrado baiano, quando foi definida

a “nova fronteira agrícola” para o país.

AMEAÇA

Não é de hoje que estas riquezas tem desper-

tado a cobiça de empresários multinacionais.

De acordo com o Relatório Mundial das Na-

ções Unidas sobre Desenvolvimento dos Re-

cursos Hídricos (2015), até 2050, é previsto

aumento de 55% na demanda hídrica mundial

sobretudo para uso das indústrias, por outro

lado, a estimativa é que cerca de 20% dos

aquíferos do mundo inteiro estejam em situa-

ção de seca, o que explica o grande interesse

de grupos multinacionais nas regiões da Amé-

rica Latina.

Uma das táticas utilizadas pelas grandes cor-

porações é a proposição de melhorias técni-

cas nas redes de abastecimento, estimulando

pesquisas e estudos e criando “instituições”

de defesa da água, com um caráter quase

filantrópico. Os interesses dos gestores técni-

cos que se atribuem a tarefa de “melhorar a

eficácia do aproveitamento da água” muitas

vezes oculta os reais objetivos de empresá-

rios interessados no processo de privatização

deste recurso natural.

O World Water Council, centro de pesquisa

internacional fundado em 1996, com sede em

Marselha, França é um bom exemplo disso.

Seus membros envolvem organizações inter-

governamentais, ONGs e universidades, mas

sobretudo empresas do setor privado ligadas

à exploração mercantilista da água.

Este “Conselho Mundial da Água” inclui, por

exemplo, a empresa francesa Lyonnaise des

Eaux, pertencente ao grupo Suez, um dos

maiores violadores de direitos humanos na

América Latina, principalmente no Brasil. A

Suez-Tractebel é acionista majoritária em 10

barragens brasileiras, caracterizando-se como

uma das empresas privadas de maior atuação

no país, nas usinas de Cana Brava, em Goi-

ás, Estreito, em Tocantins, e Jirau, em Ron-

dônia. Em função desta última, a Suez Tracte-

bel foi condenada pelo Tribunal Permanente

dos Povos, realizado em Madri em 2010, por

“cometer graves, claras e persistentes viola-

ções dos princípios, normas, compromissos e

pactos internacionais que protegem os direi-

tos civis, políticos, econômicos, culturais e

ambientais das pessoas”. Na ocasião, foi con-

siderada a “pior empresa do mundo” pelo Pu-

blic Eye Awards.

A cada três anos, este conselho organiza o

chamado Fórum Mundial da Água, maior e-

vento internacional no campo. A próxima edi-

ção ocorrerá no Brasil, em março deste ano,

organizado pelo Governo Federal (do presi-

dente-não-eleito Temer), com patrocínio do

Governo do Estado de São Paulo (Geraldo

Alckmin, do PSDB), da SABESP e da Ambev

e certamente representará mais um passo

para a privatização de nossos recursos hídri-

cos, como aponta Liciane Andrioli, da coorde-

nação nacional do FAMA (Fórum Alternativo

Mundial da Água), evento que ocorre parale-

lamente ao fórum das empresas.

“Essa organização a nível internacional das

empresas de ‘venda da água’ representa uma

ameaça direta pra nós. Não é atoa que o Bra-

sil sediará a edição deste ano, aqui estão as

maiores riquezas do segmento. O que está

em jogo nessa disputa são nossas riquezas

naturais, e num ponto de vista mais amplo, a

nossa soberania nacional, o futuro de nossa

nação. Devemos nos defender e lutar contra

essa ofensiva do capital internacional”, apon-

ta.

Por: Comunicação MAB

A Guerra da Água

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Abril 2018 Gazeta Valeparaibana Página 12

+ Algumas datas comemorativas

09 - Dia Nacional da Biblioteca

O principal objetivo desta data é incentivar a leitura como ferramenta base para a educação e formação dos indivíduos.

A biblioteca é o local onde estão reunidos diferentes tipos de livros, que abrangem os mais variados assuntos. Este é um espaço essen-cial para a aquisição de conhecimentos e, por norma, procurado por pessoas que desejam explorar a literatura, estudar ou trabalhar.

No Brasil, esta data surgiu em referência a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca e o Dia do Bibliotecário, ambos instituídos a partir do decreto nº 84.631, de 9 de abril de 1980.

Dia do Jovem, também conhecido como Dia dos Jovens, esta data celebra uma das fases da vida humana de maior descobertas, experi-ências e aventuras: a juventude.

De acordo com a Organização das Nações Unidas – ONU, os indiví-duos entre os 15 e 24 anos são considerados jovens.

Durante a juventude tudo é possível! As pessoas ainda têm a possibi-lidade de escolher o rumo que quiserem para as suas vidas. Este é o momento-chave para começar a construir o futuro que o jovem terá quando for adulto.

Segundo a ONU, existem no mundo mais de um bilhão de jovens. Infelizmente, nem todos têm as mesmas oportunidades na vida.

A Constituição Brasileira confere a todos os jovens o direito de rece-ber do Estado Brasileiro: educação, saúde, moradia e oportunidades de trabalho, mas nem sempre isso acontece como era suposto.

Esta data também é conhecida como Dia de Monteiro Lobato, consi-derado um dos mais importantes escritores da literatura brasileira.

O dia 18 de abril foi escolhido como Dia Nacional do Livro Infantil por ser a data do nascimento de Monteiro Lobato, um colosso da literatu-ra infantil brasileira. Esta data foi oficializada a partir Lei nº 10.402, de 8 de janeiro 2002.

Atividades para o Dia Nacional do Livro Infantil

As melhores atividades para o Dia Nacional do Livro Infantil incluem a leitura de obras brasileiras e internacionais da literatura infantil. Mas não só. Use a imaginação:

- Faça pequenas peças de teatro baseadas nos clássicos da literatu-ra infantil, como o Soldadinho de Chumbo, por exemplo;

- Incentive as crianças a escreverem seus próprios contos infantis, ou se não souberem escrever ainda, a contar uma história para os cole-guinhas;

- Pinte desenhos ou histórias em quadrinhos;

- Escreva um conto infantil usando ideias dadas pelas crianças;

- Conte a história de Monteiro Lobato.

Esta importante data serve para lembrar e reforçar a identidade do povo indígena brasileiro e americano na história e cultura atual.

Antes da chegada dos primeiros europeus em terras americanas, to-dos os países que formam este continente eram amplamente povoa-dos por grandes nações indígenas. Infelizmente, a ganância e a cru-eldade humana fizeram com que muitas tribos fossem totalmente di-zimadas e grande parte da cultura indígena foi esquecida.

Na tentativa de preservar as tradições e identidade dos indígenas, o Dia do Índio surgiu para não deixar as novas gerações esquecerem

das verdadeiras raízes que formam o povo brasileiro.

História do Dia do Índio

O dia 19 de abril foi escolhido como data para se comemorar a cultu-ra indígena em homenagem ao Primeiro Congresso Indigenista Inte-ramericano, que ocorreu em 19 de abril de 1940.

O objetivo deste congresso era de reunir os líderes indígenas das di-ferentes regiões do continente americano e zelar pelos seus direitos.

No Brasil, esta data foi oficializada através do decreto-lei nº 5.540, de 2 de junho de 1943, com assinatura do então presidente Getúlio Var-gas.

A nível internacional, a Organização das Nações Unidas (ONU) tam-bém criou o Dia Internacional dos Povos Indígenas (9 de agosto) pa-ra conscientizar os governos e população mundial sobre a importân-cia de preservar e reconhecer os direitos dos indígenas.

Atividades para o Dia do Índio

Durante o Dia do Índio, as escolas e demais instituições culturais e de ensino incentivam as crianças e os jovens a conhecerem as dife-rentes práticas culturais dos indígenas.

A FUNAI - Fundação Nacional do Índio - é uma das principais institui-ções brasileiras que se dedica a defender a cultura e os direitos dos povos indígenas do país.

Para isso, são organizadas algumas atividades, como trabalhos cria-tivos e palestras informativas, por exemplo.

Algumas dicas do que fazer no Dia do Índio:

Fazer um cocar de índio com penas;

Fazer colares indígenas;

Trabalhar com argila e fazer vasilhas e outros utensílios, pintando-os com motivos indígenas;

Relembrar para as crianças as palavras de origem indígena;

Contar a história dos índios no Brasil;

Consciencializar as crianças para a importância da cultura indígena no Brasil;

Pintar desenhos alusivos ao dia;

Cantar músicas indígenas ou alusivas ao Dia do Índio

A data serve para incentivar e conscientizar a população sobre a im-portância da educação, seja escolar, social ou familiar, para a cons-trução de valores essenciais na vida em sociedade e do convívio saudável com outros indivíduos.

Muitas pessoas associam a palavra "educação" com o ambiente es-colar, o que não deixa de ser correto, porém não deve ser apenas a escola o único instrumento importante de educação de uma criança ou jovem.

A família é a base da formação educacional de uma pessoa, os pais ou responsáveis devem estar atentos e participar da formação dos valores sociais, éticos e morais do indivíduo.

O dever do Estado é garantir condições para a formação educacional de todos os cidadãos para o seu futuro profissional e cidadão, com qualidade e gratuitamente.

O Brasil ainda enfrenta graves problemas com a qualidade do ensino e educação, no entanto o número de analfabetos caiu bastante nos últimos dez anos graças aos governos de Lula e de Dilma Rousseff, segundo dados do Ministério de Educação e Cultura - MEC. No Bra-sil, a educação também é motivo de destaque no dia 25 de agosto, quando se comemora o Dia Nacional da Educação Infantil, a partir da Lei nº Lei 12.602/12, sancionada pela presidente Dilma Rousseff.

Fonte:

28 - Dia da Educação

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13 - Dia do Jovem

18 - Dia Nacional do Livro Infantil

19 - Dia do Índio

Abril 2018 Gazeta Valeparaibana Página 13

Frases sobre religião,

fé, etc...

Vincent van Gogh: “Quando sinto uma terrível necessidade de religião, saio à

noite para pintar as estrelas”. * * *

Marquês de Maricá: “A religião é como a pátria, sempre nos parece melhor a nossa

própria”.

* * *

Bakunin: “Religião é demência coletiva”. * * *

Karl Marx: “O primeiro requisito da felici-dade dos povos é a abolição da religião”.

* * *

Sophie Arnaud: “As mulheres se dão para Deus quando o diabo já não quer

mais nada com elas”.

* * *

Padre Manuel Bernardes: “Que é o inferno? Reino da morte viva”.

* * *

Aldous Huxley: “O céu que vá para o diabo”.

* * *

Aldous Huxley de novo: “E se este mundo for o inferno de outro planeta?”.

* * *

Renato Kehl: “Místico é aquele que não consegue manter-se no domínio das

realidades, perdendo-se em devaneios sem fim”.

* * *

Dante Alighieri: “No inferno os lugares mais quentes são reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempo de

crise”.

* * *

Gregor Samsa: “O inferno só existe onde existe religião”.

* * *

Clarice Lispector: “Quando de noite ele me chamar para a tração do inferno, irei.

Desço como um gato pelos telhados. Ninguém sabe, ninguém vê. Só os cães

ladram pressentindo o sobrenatural”.

* * *

Francisco de Bastos Cordeiro: “A oração contemplativa é o monólogo em êxtase. A oração imperativa, uma forma de

suborno”.

* * *

Gustave Le Bon: “Se o ateísmo se propagasse, tornar-se-ia uma religião tão

intolerável como as antigas”.

* * *

Mês que vem tem mais...

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Dinheiro e felicidade.

Quanto você precisa ganhar para ser feliz

Dinheiro traz felicidade? A pergunta é antiga e já teve várias respostas. Hoje, um novo estudo levado a cabo pelo Departamento de Ciências Psicológicas da Universidade Purdue (EUA) nos fornece a mais recente: em poucas pala-vras, ela diz que o dinheiro traz felicidade des-de que sua quantidade não seja excessiva. Su-perado um certo limite, a felicidade diminui. Po-de até inverter o sinal e tornar-se infelicidade.

Um estudo avaliou quanto dinheiro é preciso ganhar para ser feliz. Para surpresa geral, essa pesquisa, publicada na revista Nature Human Behaviour, descobriu ser muito importante não ganhar demasiado dinheiro: a partir de um certo patamar, a pessoa entra em uma zona crítica na qual as chances de ela ser submergida e atormentada pela posse do excesso de dinheiro tornam-se muito grandes. Qual seria, então, a renda máxima ideal, aquela que nos permite viver com conforto e segurança, sem entrar na zona crítica? Como média mundial, segundo os autores do estudo, cerca de 95 mil dólares ao ano (cerca de 300 mil reais), com os impostos e taxas já descontados.

Um patamar muito alto, se pensarmos na renda média dos brasileiros. Mas os mesmos estudio-sos informam que para nos mantermos emocio-nalmente serenos e seguros, um patamar bem menor seria suficiente: entre 55 e 65 mil dólares ao anos já bastariam. As variações seriam por conta do custo de vida de cada país, e do poder de compra dos seus habitantes. Assim sendo, o limite é um pouco mais alto em países como a Austrália e a Nova Zelândia, e um pouco mais baixo nas nações da América Latina e do Cari-be.

Para definir esses valores, os cientistas lança-ram mão de dados coletados por uma das mais importantes empresas de consultoria norte-americanas, a Gallup World, que mapeou mais de 1,7 milhões de pessoas a partir dos 15 anos de idade, em 164 países distintos.

Não superar os limites

O estudo tenta também explicar porque, uma vez atingido o limite, a pessoa faria bem em não se esforçar para superá-lo. O dinheiro – explicam eles – traz felicidade se satisfaz ne-cessidades primárias, como ter uma casa, arcar com as despesas, conduzir uma vida digna e prazerosa. Uma vez satisfeitas essas exigên-cias, o risco é entrar-se numa espiral de neces-sidades induzidas supérfluas que não apenas não favorecem a serenidade mas, pior ainda, tendem a criar ansiedade, inquietude e novas angústias.

Pouco importa se se trata de um homem ou de uma mulher: segundo os estudiosos essa dife-rença é irrelevante. Mais que o gênero, importa

o grau de instrução: quem estudou mais experi-menta mais satisfação se alcança uma base econômica elevada, provavelmente porque sen-te uma pressão maior ao se confrontar com ou-tras pessoas que estão no seu mesmo nível so-cial.

A pesquisa também mostra que investir para se ter mais tempo livre é coisa que traz mais satis-fação, independentemente da soma que temos à disposição na nossa conta bancária.

Daí surge a pergunta: A felicidade pode ser comprada? Essa pergunta tem um quê de eter-nidade, e hoje ela conta com uma nova e mais recente resposta: sim, se com o dinheiro conse-guimos adquirir tempo livre que usaremos para as coisas que mais nos agradam. Assim, gastar dinheiro para adquirir tempo livre dá muito mais satisfação do que empregá-lo para adquirir bens materiais, independentemente do quanto somos ricos. Tal assertiva foi comprovada em um outro importante estudo levado a cabo pela Harvard Business School, e que contou com uma amostragem de 6.271 indivíduos estuda-dos no Canadá, Estados Unidos, Holanda e Di-namarca.

Maior nível de satisfação traz bom humor

Os participantes responderam a questionários que perguntavam se tinham tendência a gastar dinheiro para ganhar tempo livre e, no caso de resposta positiva, quanto gastavam por mês. Tinham também de estimar o quanto se senti-am satisfeitos com a própria vida e o quanto era pesada a sua sensação de falta de tempo. Quem se mostrava mais disposto a investir di-nheiro em tempo livre mostrou também ser pos-suidor de um maior nível de satisfação geral, e também de bom humor.

Mas o aspecto mais surpreendente do estudo diz respeito à predisposição para gastar dinhei-ro na aquisição de tempo livre. Quase a metade dos 818 milionários participantes do grupo, e que aceitaram participar da pesquisa, afirma-ram não gastar dinheiro em tempo livre para poder dar conta de outros compromissos e tare-fas mais trabalhosas e que necessitavam de muito tempo. Uma outra fatia desse mesmo grupo de entrevistados, composta por 98 traba-lhadores, foi convidada a pensar sobre como gastaria uma soma de 40 dólares inesperada-mente chegada às suas mãos: apenas 2% des-ses indivíduos afirmaram que gastariam essa quantia para comprar tempo livre.

Assim sendo, mesmo se gastar dinheiro para adquirir mais tempo livre é coisa que nos torna mais felizes, a verdade é que poucos estão dis-postos a fazê-lo, até mesmo entre aqueles que poderiam facilmente se permitir esse prazer. Talvez, hipnotizam os pesquisadores, porque ao fazê-lo tenham a sensação de não serem mais senhores do seu próprio tempo…

Autoria: Equipe Oásis

Ser Feliz

Abril 2018 Gazeta Valeparaibana Página 14

AS VIDAS NAS FAVELAS

IMPORTAM POR: Raull Santiago

Ouvir e valorizar a favela, um caminho para reduzir a desigualdade no Brasil.

O texto é um resumo do ativismo de direitos humanos que usa a comunicação independente como ferramenta para disputar narrativas e construir soluções em reali-dades desiguais e de exploração racial violenta, como as favelas do Rio de Janeiro, em especial o Complexo do Alemão, local desde o qual escreve Raull Santiago, integrante do Coletivo Papo Reto.

Iniciar esse texto foi bem complicado. Tentei escrever em diferentes momentos e lugares. Escrevi no bloco de notas do celular, por meio da digitação por voz, no computador. Várias tentativas, mas o meu tempo é cur-to, assim que o texto foi a junção de tudo isso aí.

Meu nome é Raull Santiago, tenho 28 anos e sou mo-rador do Complexo do Alemão, um conjunto de favelas localizado na zona norte da Cidade do Rio de Janeiro. E é sobre esse lugar que vou falar, onde fui criado e onde vivo até hoje. Desde o complexo do Alemão faço uma leitura da situação atual do Brasil, a partir das nos-sas vivências.

Favelas são locais humildes, de muitas e ricas experi-ências de vida coletiva. Entre várias favelas e periferias do Brasil, o Complexo do Alemão é o meu lugar. Trata-se de uma favela muito conhecida, que apesar de ser um local incrível, tem sido explorada nos últimos anos na chamada “guerra às drogas”. Com a desculpa do combate ao tráfico de drogas, o governo mobiliza gran-de parte do seu poder militar contra a população, e nesse processo, muitas pessoas são levadas à prisão ou à morte. Principalmente a população humilde, o po-vo preto deste país.

Assim, a guerra às drogas é uma ferramenta moderna de controle racial e de manutenção da desigualdade social, pois acontece de forma desigual e cruel nos es-paços mais humildes, nas favelas e periferias do Brasil. Nesse contexto, a polícia é a única política pública que chega de forma permanente. É um cenário de muita violência policial, onde acontecem enormes violações de direitos. Mas alguns políticos assim como a grande imprensa insistem em dizer que as favelas são o pro-blema da sociedade brasileira. É sobre essa grande farsa que é construída uma imagem negativa de nós.

Para tentar frear a violência e a desigualdade racial que experimentamos no dia a dia e que se evidencia nas narrativas construídas sobre nós, criamos, junto a nove amigos e amigas o Coletivo Papo Reto. É um gru-po que usa a comunicação independente para denunci-ar a violência, disputar narrativas a partir da nossa rea-lidade, e propor formas de garantir direitos e fortalecer a favela como local de potência, através da ideia de “nós por nós”.

O Coletivo Papo Reto tem basicamente duas ver-tentes de atuação:

1) Comunicação de Resistência: usando tecnologias diversas para denunciar as violações de direitos come-tidas pelo Estado, o objetivo é mobilizar redes e enca-minhar denúncias junto a outras instituições públicas e da sociedade civil, tentando reduzir a forma violenta com que somos tratados diariamente.

2) Publicidade Afirmativa: por meio da qual trabalha-mos a ideia de “nós por nós”, buscando fortalecer a favela e seus moradores, além de disputar narrativas com a mídia hegemônica que insiste em nos criminali-zar, disseminando imagens que nos colocam como problema. Usamos a comunicação para mostrar as po-tências existentes dentro da favela. Através de ações de rua e programas online, buscamos apresentar um outro olhar sobre nossa realidade.

Atualmente, usando tecnologias como ferramentas pa-ra denunciar violações de direitos e violência racial, temos atuado em parceria com uma instituição ameri-cana chamada Witness, com a qual temos aprendido sobre segurança online e planejamento da segurança coletiva, além de estarmos experimentando e ajudando a desenvolver aplicativos e tecnologias que possam ser

usadas por ativistas, por exemplo como cobertura audi-ovisual em locais de conflitos, para que as imagens capturadas sejam aceitas como prova judicial.

Um local em disputa

O Complexo do Alemão foi muitas vezes apresentado como símbolo do poder das máfias do país, mas nunca teve a oportunidade de ser apresentado de maneira positiva, mostrando quanto é um local de pessoas po-tentes e incríveis. A comunicação independente chega para suprir essa lacuna, expondo a mídia hegemônica como um dos grandes responsáveis por construir esse imaginário negativo sobre a realidade das favelas.

Em 2010, o Complexo do Alemão recebeu um novo modelo de segurança pública inspirado na Comuna 13 de Medellín, na Colômbia, onde há um policiamento presente 24h dentro da favela e onde também foi cons-truído um teleférico, equipamento de transporte massi-vo de pessoas através de cabos.

Porém, na realidade do Brasil, a presença permanente da polícia é um verdadeiro problema que alimenta o número de confrontos, mortes e violações sofridas pela nossa população. O teleférico do complexo do alemão, que foi construído em 2011, e custou milhões de reais do dinheiro público, foi fechado há mais de um ano, tornando-se um símbolo mais de corrupção, mostrando a gravidade dos casos de roubos cometidos pelo go-vernador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral – atualmen-te preso por corrupção.1

Por outra parte, em 2007, durante os jogos do Pan-americano, mais de uma dezena de pessoas foi assas-sinada no Complexo do Alemão. Infelizmente, não foi a primeira vez que grandes eventos no Brasil significa-ram sofrimento e violação de direitos para a população das favelas e das periferias. Na Copa do Mundo e nas olimpíadas não foi diferente. Remoções e graves viola-ções marcaram esses eventos.

Adriano Ferreira - As contradições do Brasil

O Brasil é um país incrível e de pessoas incríveis. Mas é também muito desigual. Apesar de mais de 54% da população se autodeclarar preta, há pouca representa-ção dessas pessoas nos espaços de influência e de decisão. Além disso, trata-se da população mais assas-sinada e encarcerada. Atualmente, o Brasil é a terceira maior população carcerária do mundo, com 726.712 pessoas presas em 2016, atrás apenas de Estados Unidos (2.145.100), China (1.649.804), e tendo supera-do a Rússia (646.085), segundo o Levantamento Na-cional de Informações Penitenciárias, o Infopen.

O sistema carcerário é falido e não consegue melhorar. Há pessoas presas que ainda estão esperando um jul-gamento. Em muitos presídios, por exemplo, falta água e alimento, sendo um espaço onde predomina a violên-cia. Diferente dos países que lideram em relação à quantidade de pessoas privadas de liberdade, e que estão discutindo soluções para tentar reduzir sua popu-lação carcerária, no Brasil a população prisional cres-ce.

Além da quantidade de prisões, um genocídio racial acontece neste país. Em 2016, mais de 60 mil pessoas foram assassinadas, e grande parte dessa população era negra, segundo o Atlas da Violência 2017, lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que tam-bém aponta que de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras.

Somente em 2017, de janeiro a agosto, 712 pessoas foram assassinadas pela polícia, segundo o ISP – Insti-tuto de Segurança Pública, a maioria com a justificativa da guerra às drogas. Dessa maneira, a guerra às dro-gas, enquanto ferramenta de manutenção racista e de-sigual desse país, continua encarcerando e executando uma juventude potente, inteligente, empreendedora.

É porque vidas nas favelas importam e no intuito de garantir nossa sobrevivência e mostrar que a favela é potência e solução, que o Coletivo Papo Reto segue denunciando os abusos, fortalecendo as pessoas e o lugar, além de tentar se conectar com juventudes das periferias do Brasil, América Latina e do mundo.

AVANÇOS EM MEIO AO CAOS

Em 18 de fevereiro de 2015, a forma como o Coletivo

Papo Reto fez da comunicação uma ferramenta para disputar narrativas e mover ações concretas, foi tema de uma reportagem da revista impressa The New York Times. Na reportagem se destacava a potência da co-municação independente, isto é, de um celular e de internet nas mãos da juventude da periferia. Ocupamos as páginas de um dos grandes veículos da comunica-ção hegemônica do planeta para falar de uma nova forma de comunicar, disputar esse imaginário sobre a nossa realidade e assim, desafiar a cobertura pejorati-va que a mídia hegemônica do país faz.

Também em 2015 a tv Al Jazeera fez um documentário sobre o trabalho do Coletivo Papo Reto em parceria com a Witness, chamado “A Bigger Brother”.5

Em 2017, o Coletivo Papo Reto fez parte de uma ação conjunta em favor de moradores e moradoras do Com-plexo do Alemão que tinham sofrido arbitrariedade por parte de agentes do Estado, a polícia militar do Rio de Janeiro. Desde os primeiros meses do ano, policiais haviam invadido algumas casas e tinham expulsado seus moradores, transformando as moradias daquelas pessoas em uma espécie de base militar ilegal. Estas pessoas que tiveram as casas invadidas procuraram o Coletivo Papo Reto e rapidamente traçamos um plano de ação junto a outras instituições da sociedade civil e do poder público, para tentar resolver este abuso. Fo-ram meses tentando solucionar essa situação. Apesar de graves ameaças, por fim, diante de provas em áu-dio, fotos e vídeos, conseguimos vencer. Conseguimos que os policiais saíssem das casas e que o major fosse afastado da favela.6

Atualmente, além do Coletivo Papo Reto, integro um projeto nacional chamado #MOVIMENTOS: Drogas, Juventude e Favelas, no qual, juventudes de favelas e periferias do país estão discutindo novas políticas de drogas a partir da questão da violência racial, da desi-gualdade social e de uma guerra que só acontece entre os pobres. Queremos falar amplamente sobre drogas com a sociedade, através de conhecimentos diversos, focando em garantia de direitos, redução de danos e no fim de uma guerra racista.

Como resultado desse trabalho e no intuito de ampliar a rede de resistência das periferias, tenho participado de diferentes encontros nacionais e internacionais, co-nhecendo outros movimentos que lutam contra o racis-mo e contra os efeitos violentos da “guerra às drogas”. Só em 2017 já fui algumas vezes para os Estados Uni-dos, conheci o movimento negro americano, conversei com grupos como Black lives matter, entre outros. Também fui para Colômbia e Republica Dominicana e tenho rodado muito dentro do Brasil, falando sobre di-reitos humanos, racismo e principalmente ensinando e aprendendo como usar a comunicação independente e as novas tecnologias para denunciar violação de direi-tos humanos. Essa experiência tem sido importante para fortalecer o nosso trabalho em rede e fazer parce-rias com outros coletivos e movimentos que estão na mesma linha de resistência. Em meio a toda essa cor-reria, também continuo usando o rap e a poesia como forma de expressão dessa luta.

FAVELA, um aglomerado de resistências e potências.

Onde o cenário da sobrevivência, faz querermos ainda mais,

VIDA, Que por aqui é de muita luta, mas em conjunto,

Uma energia forte que faz a cada final de frase dizer-mos,

ESTAMOS JUNTOS, E estamos mesmo, não tem rotina, Sobreviver entre o racismo e a desigualdade é o que nos aproxima, E o AMOR por cada beco e viela, Que mantém bombeando o coração chamado favela, ou pelo sorriso de cada criança que vive nela. Somos potência e também solução, Para os problemas só existe uma saída. Temos que garantir a qualquer custo, A Favela e Periferia VIVA.

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Sociedade

Abril 2018 Gazeta Valeparaibana Página 15

21 - Dia da Latinidade

Saudades de Roma A latinidade pode significar coisas diferentes para diferentes pessoas, mas penso que está predominando hoje um conceito identitário. A identidade latina é o que distingue os povos latinos dos não-latinos, como a identidade lu-sófona é o que distingue os brasileiros dos seus vizinhos de língua castelhana. Como a germanidade ou a negritude, a latinidade rei-vindica uma diferença, demarca uma frontei-ra. Foi pelo menos assim que a viram, em ge-ral, os participantes do seminário internacio-nal "Vozes Universais da Latinidade", convo-cado recentemente no Rio pelo professor Cândido Mendes, aberto pelo vice-presidente Marco Maciel e parcialmente coordenado pelo ex-presidente de Portugal, Mario Soares, e pelo antigo diretor-geral da UNESCO, Federi-co Mayor. Mas o que dá aos mais de 30 países que inte-gram a União Latina, com religiões diferentes, com instituições políticas diferentes, em está-gios diferentes de desenvolvimento econômi-co, a sensação de partilharem uma identidade comum? Essa identidade pode ser fundada em algo como o espírito latino. Graças a ele, os países latinos teriam uma inteligência própria, uma sensibilidade própria, uma forma própria de ver e de sentir, de dizer e de pensar. Essa de-finição da latinidade deriva de uma idéia mui-to pouco latina, usualmente expressa numa palavra alemã: é a idéia herderiana de "Volksgeist", fundamento da visão historicista do mundo, segundo a qual todos os povos têm um repertório específico de crenças e va-lores, que não podem ser transferidos a ou-tros povos. Basta dar ao conceito de "Volk" uma extensão mais ampla e latinizar a ex-pressão, traduzindo-a para uma fórmula mais eufônica -por exemplo, "genius populi"-, e terí-amos credenciais perfeitamente respeitáveis para falar de um "espírito" latino. Mas o con-ceito de "espírito" parece criar mais proble-mas do que resolvê-los. Biologia ou cultura Seria um conceito bioló-gico? Nesse caso, tratar-se-ia de uma heran-ça racial ou uma predisposição genética, em que os atributos mentais associados à latini-dade fariam parte do genoma de certos indiví-duos. Considerando o perfil ideológico de muitas personalidades que no passado elogi-aram o espírito latino, essa maneira de enca-rar o problema não é inteiramente hipotética. Num certo momento, Mussolini viu no fascis-mo a encarnação mais perfeita da latinidade. Maurras acreditava na missão civilizadora da latinidade como um todo, cujo valor máximo era o primado da autoridade. "A barbárie faz círculo em torno da latinidade européia", es-creveu ele. "Ficaremos um pouco mais prote-gidos contra o ataque dos bárbaros quando o princípio da ordem e da autoridade for reco-nhecido e saudado pelos homens do Rio e de Buenos Aires, de Bucareste e do Québec." Ou seria um conceito antropológico, no senti-do de que o espírito latino estaria presente em certas culturas e não em outras, ou mes-mo no sentido de que serviria para definir u-ma totalidade supracultural ou civilização, na acepção de Samuel H. Huntington? Mas feliz-

mente Huntington não fala em civilização lati-na. Tanto quanto posso entender, ele nos dis-tribui entre quatro civilizações, a ocidental, a latino-americana, a ortodoxa e a africana. Mas não precisamos ficar aflitos com isso, co-mo almas penadas que não sabem em que corpo vão encontrar hospitalidade. Essa condição de ectoplasmas nos dispensa de seguir os conselhos que Huntington prodi-galiza às diferentes civilizações e aos Estados que as integram. Por exemplo, a Turquia é aconselhada a abandonar a herança secular de Ataturk, se quiser se transformar no país-núcleo da civilização islâmica, e os Estados Unidos são instados a voltarem aos valores austeros dos pioneiros, se quiserem manter seu papel de liderança na civilização ociden-tal. Empalideço um pouco quando imagino o que ele recomendaria aos países latinos, se eles houvessem tido direito a uma civilização própria. Ou seria uma atitude mental -ou mentalidade- inerente à língua latina e às suas herdeiras? Segundo essa teoria, o espírito latino não se-ria transmitido nem geneticamente nem pela tradição cultural, mas pelo idioma. A estrutura do latim condicionaria estruturas de pensa-mento comuns a todos os falantes de idiomas românicos. De novo a pista foi dada por um pensador não-latino, Wilhelm von Humboldt, para quem cada língua é uma realização do espírito do povo, uma tentativa de concretizar, à sua ma-neira, as potencialidades desse espírito. Cada uma delas tem uma unidade, determinada por uma forma que lhe é própria. Humboldt sus-tenta que existe uma relação dialética entre língua e civilização: cada língua é produto de uma civilização, cada civilização é produto de uma língua. A etnolinguística de Sapir e Whorf descende em linha reta dessa filosofia da linguagem. Baseando-se no estudo de várias línguas in-dígenas norte-americanas, Sapir afirma que o homem percebe o mundo por meio de sua língua. Influenciado por Sapir, Whorf estudou o hebraico e as línguas do México e da Amé-rica Central, assim como o idioma hopi. Suas conclusões são semelhantes às de Sa-pir: a língua condiciona a cultura. As idéias que um povo formula derivam dos limites e possibilidades de sua gramática e portanto diferem das concepções formuladas por outro povo, regido por outras categorias gramati-cais. No que diz respeito ao latim, Humboldt afirmou que seu laconismo e precisão refle-tem a austeridade da Roma republicana, em contraste com o grego, cuja gramática expli-caria certas características negativas da vida pública de Atenas, como o facciosismo e a propensão à retórica. Estrutura do latim Em nossos dias, Umberto Eco escreveu que a estrutura do latim deu aos romanos um estilo próprio de pensar o mundo, uma certa maneira de organizar a re-alidade. Para ele, essa maneira pode ser defi-nida pelos versos de Horácio: "Est modus in rebus: sunt certi denique fines/ Quos ultra ci-traque nequit consistere recto". É o pensa-mento do "limes", do limite, que vale num sen-tido espacial -as fronteiras do império- e tam-bém num sentido temporal, o que Eco ilustra

com a invenção especificamente latina do a-blativo absoluto. Para o romano, uma vez lan-çados os dados, o Rubicon não pode mais ser transposto, o que foi feito não pode mais ser desfeito nem os deuses podem fazer com que o acontecido tenha deixado de acontecer. Mas não se proclama a existência de uma correlação apenas entre o latim e a mentali-dade romana, mas entre o latim e a mentali-dade dos povos modernos. Para Anatole France, por exemplo, "a parte mais bela do sangue francês é constituída pelo leite da lo-ba romana. Todos que entre nós pensaram com vigor aprenderam a pensar em latim. Não exagero ao dizer que, se ignorarmos o latim, ignoraremos a soberana clareza do dis-curso. Todas as línguas são obscuras ao lado do latim. A literatura latina é mais própria que qualquer outra para formar os espíritos". É claro que a literatura inglesa e a alemã são belas e profundas, prossegue Anatole, mas como poderá um colegial compreender as i-déias nebulosas de Shakespeare, que erram no Hamlet de modo mais espectral que o fan-tasma do rei nas muralhas de Elsinor? E quantas brumas no "Fausto", essa obra-prima do mais luminoso dos gênios teutônicos! Comparem com as "Décadas" de Tito Lívio, em que tudo está ordenado, que não nos per-turbam jamais, em que o pensamento é tão regular que nos dá lições serenas de patriotis-mo, de dedicação, da religião dos antepassa-dos! Tudo isso é muito subjetivo. Podemos extrair do poema de Horácio conclusões bem dife-rentes das tiradas por Eco. O "limes" romano não era fixo, mas sim a fronteira móvel de um império em expansão permanente. Além dis-so, não seria difícil demonstrar que a irreversi-bilidade temporal pode ser expressa de modo mais rigoroso com as locuções adverbiais de uma língua moderna que com os ablativos absolutos de uma frase latina. Quanto a Anatole France, levaríamos mais a sério seu louvor da lucidez latina se não sus-peitássemos de que para um intelectual fran-cês do final do século 19 enaltecer a "clarté" latina diante da nebulosidade alemã era um gesto de patriotismo, depois da derrota de 1870. Sim, o latim é importante, mas não porque essa língua e os idiomas que dela derivam tenham a virtude de gerar em seus usuários uma propensão especial para a clareza ou uma irresistível vocação para as humanida-des. Não seria razoável, por exemplo, usar o latim como arma de guerra contra os visigo-dos modernos. Há mil razões válidas para ler e difundir a "Eneida", mas entre elas não está o projeto chauvinista de demolir o pragmatis-mo anglo-saxônico a golpes de hexâmetros. O latim é importante para todos os povos do mundo devido à riqueza excepcional da cultu-ra latina.

A latinidade é mais um dos círculos em

que devemos nos inserir, se quisermos fa-

zer uma síntese do particular e do univer-

sal que corresponda à realidade de nossa

formação histórica.

Autor: Sergio Paulo Rouanet

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Dia da Comunidade Luso-Brasileira O Dia da Comunidade Luso-Brasileira é comemorado anualmente em 22 de abril.

Esta data serve para lembrar o acordo de amizade, reconhecimento e fraternidade entre Portugal e Brasil, através do chamado Tratado de Amizade.

Brasil e Portugal, devido ao contexto histórico, possuem grandes se-melhanças culturais. Muitas tradições e raízes que atualmente mar-cam o povo brasileiro, nasceram a partir da influência dos portugue-ses, durante o período da colonização do país.

Além do idioma, Brasil e Portugal são “nações irmãs” com diversas outras semelhanças, como a arquitetura, os traços étnicos, o folclore, a religião e etc.

O Dia da Comunidade Luso-Brasileira foi criado a partir do projeto de lei do senador Vasconcelos Torres, que com a lei nº 5.270, de 22 de abril de 1967, instituiu a data em todo o território nacional.

O Dia 22 de abril também é conhecido como o Dia do Descobrimento do Brasil, quando a Coroa Portuguesa anunciou oficialmente o desco-brimento de terras brasileiras em 22 de abril de 1500.

Primeira escola portuguesa no Brasil já é realidade

O edifício, a Diretoria de Ensino da Região Centro-Oeste (antiga Es-cola Portugal), agora cedido ao Governo português por 20 anos está localizado no bairro do Sumaré. Escola terá dupla certificação curricu-lar.

No dia 29, o governador Geraldo Alckmin e o Embaixador de Portugal no Brasil, Jorge Cabral, vão assinar um acordo para cedência, por 20 anos, da antiga Escola Portugal ao Ministério da Educação português para a criação da primeira escola portuguesa naquele país. A cerimônia terá lugar no Palácio dos Bandeirantes, a sede do Governo de São Paulo.

O edifício agora cedido ao Governo português está localizado no bair-ro do Sumaré. Este projeto envolve o Governo português e o estado de São Paulo, concretizando assim o decreto assinado pelo governa-dor e pelo Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, em junho de 2017.

"É um sonho, uma ambição antiga, tem mais de 30 anos", diz à TSF Paulo Lourenço, cônsul português em São Paulo. "Agora torna-se um processo irreversível para a criação de um estabelecimento de ensino público português aqui em São Paulo, a maior cidade de língua portu-guesa do mundo. É uma escola que vai servir todas as nacionalida-des em São Paulo. É, na prática, uma escola internacional, que tem a nossa marca e cultura, o nosso currículo, programa pedagógico. Vai ser administrada diretamente pelo Ministério da Educação" de Portu-gal.

"A futura escola será uma instituição de ensino com dupla certificação curricular, dotada ainda de um Centro de Língua Portuguesa e de um núcleo de formação para professores", pode ler-se no comunicado enviado às redações. "A expectativa é atender todas as nacionalida-des, garantindo ainda um percentual de vagas para alunos da rede pública estadual. (...) Em paralelo, foi já criado o Grupo de Amigos e Patronos da Escola Portuguesa, plataforma aberta a todas as institui-ções, empresas, individualidades, organizações e lideranças que queiram contribuir para o processo de edificação e estruturação da futura Escola."

Declaração Conjunta da CPLP 8º Fórum Mundial da Água

- A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),

Alinhada com a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvi-mento Sustentável, e, em particular, com o Objetivo de Desenvolvi-mento Sustentável (ODS 6) “Garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todos”;

Salientando que o acesso à água potável e segura e ao saneamento adequado é um direito humano essencial e fundamental, reconhecido pelas Nações Unidas, para a redução da pobreza e para a persecu-ção de todos e cada um dos ODS; e compreendendo que os recursos hídricos públicos não devem ser privatizados;

Reconhecendo que a água é um recurso estratégico elemento trans-versal à agenda de desenvolvimento sustentável, aos seus objetivos e metas;

Relembrando que as questões ambientais globais têm impacto direto na gestão dos recursos hídricos e, portanto, requerem atuação con-certada no campo político e diplomático;

Recordando que os fenômenos de escassez e seca vitimam de forma desproporcional os grupos mais vulneráveis, com particular destaque para as mulheres e crianças e, sublinhando a esse propósito, a impor-tância da adoção e implementação do Acordo de Paris sobre Altera-ções Climáticas;

Constatando que o acesso à água potável segura e ao saneamento adequado é fundamental para a redução da pobreza, com ênfase na relação entre água, alimentação e energia;

Reconhecendo a relevância e o papel do 8º Fórum Mundial da Água na construção de um diálogo internacional e construção de uma agen-da global sobre a água;

Destacando a oportunidade que o 8º Fórum Mundial da Água repre-senta para a CPLP, possibilitando a sua participação construtiva num debate ambicioso e universal.

Brasil e sua história

Princesa Isabel e Conde d'Eu com os filhos Luís, Pedro e suas esposas Ma-ria e Elizabeth no Exílio no Castelo D'eu em 1918.

Foto originalmente colorizada na mesma data de 1918. Sendo a única fotografia em cores original da Família Imperial. 1918.

Edição 125 - Abril 2018 - Última página

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