4
BOLETIM N. O 13 DEZEMBRO 2005 ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS DO LICEU DA HORTA Foi o Dr. Manuel de Arriaga um homem probo, açoriano impoluto e português de gema, que se distinguiu ao longo da sua vida por uma notabi- líssima acção cívica, cultural, jurídica e política antes e depois do 5 de Outubro de 1910. Dedicado à causa republicana desde os seus tempos de estudante em Coimbra, na segunda metade do século XIX, companheiro de lutas académicas e políticas ao lado de nomes ilustres da geração de 70 como Antero de Quental, Eça de Queirós, Batalha Reis ou Teófilo Braga, Manuel de Arriaga distinguiu-se sempre pela coerência e elevação do seu exemplo moral e político e pelo arre- batamento da sua palavra inflamada e do seu entu- siasmo na prossecução in- transigente dos ideais em que acreditava: a defesa de uma sociedade mais justa, mais democrática e mais progressista que, no seu en- tender de jurista, intelectual e político passava por uma defesa sem brechas da «Res Publica». Por estes elevados ideais de probidade pessoal, justiça social e defesa da República pautou Manuel de Arriaga toda a sua longa vida pública e política, que culminaria em 1911 com a ascensão aos 71 anos ao cargo de mais alto Magistrado da Nação, como primeiro Presidente da sua tão sonhada, desejada e esperada República! Em 22 de Maio de 2003, por proposta de vários deputados, entre os quais tive a honra de me incluir, foi aprovada por unani- midade de todos os grupos parlamentares a trasladação e deposição dos restos mortais do Presidente Manuel de Arriaga para o Panteão Nacional (Resolução da Assembleia da República n.º 49 de 2003). Tal cerimónia viria a ser executada com a máxima pompa e dignidade no dia 16 de Setembro de 2004, na presença dos mais altos dignitários da Nação, civis e militares, da família do Presidente Arriaga, e de inúmeros cidadãos e republicanos anónimos que se quiseram associar a tão merecida homenagem ao nosso primeiro Presidente da República e ilustríssimo cidadão e político. Ao comemorarmos hoje na Horta, sua terra natal, que o Presidente Arriaga tanto amava, o primeiro aniver- sário dessa cerimónia de direito e de justiça que lhe foi prestada em Lisboa há exactamente um ano, não poderia de modo algum deixar de me associar de alma e coração – na impos- sibilidade absoluta de estar presente fisicamente – a esta cerimónia dedicada a tão ilustre e notável filho desta pequena ilha atlântica, a um daqueles raros eleitos que, como dizia Camões, «por obras valerosas se vão da lei da morte libertando». E lembrar que foi esta pequena cidade da Horta que o viu nascer, que lhe serviu de berço e lhe moldou o carácter de figura ímpar de jurista, poeta, político e homem de bem que viria a ser uma das grandes honras dos Açores e de Portugal, e um dos profetas maiores da nação lusitana! 16-9-2005 Jaime Gama Memórias para o Futuro Mensagem do Presidente da Assembleia da República Obra lançada no Faial na Jornada Comemorativa do 1.º Aniversário da Honras de Panteão Nacional e encerramento da comemorações dos 150 anos do Liceu da Horta (gravura – Manuel de Arriaga visto por Almada Negreiros – Museu de Arte Contemporânea da Fundação Calouste Gulbenkian)

13 – DEZEMBRO 2005 DOS ANTIGOS ALUNOS O BOLETIM N. …aaalh.pt/Boletins/Boletim13.pdf · um dos profetas maiores da nação lusitana! 16-9-2005 Jaime Gama Memórias para o Futuro

  • Upload
    hatruc

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

BO

LE

TIM

N.O

13

– D

EZ

EM

BR

O 2

005 ASSOCIAÇÃO

DOS ANTIGOS ALUNOSDO LICEU DA HORTA

Foi o Dr. Manuel de Arriaga um homem probo,açoriano impoluto e português de gema, que sedistinguiu ao longo da sua vida por uma notabi-líssima acção cívica, cultural, jurídica e política antes

e depois do 5 de Outubro de 1910.Dedicado à causa republicana desde os seus tempos de

estudante em Coimbra, na segunda metade do século XIX,companheiro de lutas académicas e políticas ao lado de nomesilustres da geração de 70 como Antero de Quental, Eça deQueirós, Batalha Reis ou Teófilo Braga, Manuel de Arriagadistinguiu-se sempre pela coerência e elevação do seu exemplomoral e político e pelo arre-batamento da sua palavrainflamada e do seu entu-siasmo na prossecução in-transigente dos ideais emque acreditava: a defesa deuma sociedade mais justa,mais democrática e maisprogressista que, no seu en-tender de jurista, intelectuale político passava por umadefesa sem brechas da «ResPublica».

Por estes elevados ideaisde probidade pessoal, justiçasocial e defesa da Repúblicapautou Manuel de Arriagatoda a sua longa vida públicae política, que culminaria em1911 com a ascensão aos 71anos ao cargo de mais altoMagistrado da Nação, comoprimeiro Presidente da suatão sonhada, desejada eesperada República!

Em 22 de Maio de 2003,por proposta de váriosdeputados, entre os quaistive a honra de me incluir,foi aprovada por unani-midade de todos os grupos

parlamentares a trasladação e deposição dos restos mortais doPresidente Manuel de Arriaga para o Panteão Nacional(Resolução da Assembleia da República n.º 49 de 2003).

Tal cerimónia viria a ser executada com a máxima pompae dignidade no dia 16 de Setembro de 2004, na presença dosmais altos dignitários da Nação, civis e militares, da família doPresidente Arriaga, e de inúmeros cidadãos e republicanosanónimos que se quiseram associar a tão merecida homenagemao nosso primeiro Presidente da República e ilustríssimocidadão e político.

Ao comemorarmos hoje na Horta, sua terra natal, que oPresidente Arriaga tantoamava, o primeiro aniver-sário dessa cerimónia dedireito e de justiça que lhefoi prestada em Lisboa háexactamente um ano, nãopoderia de modo algumdeixar de me associar dealma e coração – na impos-sibilidade absoluta de estarpresente fisicamente – a estacerimónia dedicada a tãoilustre e notável filho destapequena ilha atlântica, a umdaqueles raros eleitos que,como dizia Camões, «porobras valerosas se vão da leida morte libertando».E lembrar que foi estapequena cidade da Hortaque o viu nascer, que lheserviu de berço e lhe moldouo carácter de figura ímpar dejurista, poeta, político ehomem de bem que viria aser uma das grandes honrasdos Açores e de Portugal, eum dos profetas maiores danação lusitana!

16-9-2005 Jaime Gama

Memórias para o FuturoMensagem do Presidente da Assembleia da República

Obra lançada no Faial na Jornada Comemorativa do 1.º Aniversário da Honras dePanteão Nacional e encerramento da comemorações dos 150 anos do Liceu da Horta(gravura – Manuel de Arriaga visto por Almada Negreiros – Museu de ArteContemporânea da Fundação Calouste Gulbenkian)

Com o patrocínio da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar,a Associação organizou uma sessão na Casa dos Açores em Lisboa(1-7-05), em que evocou a memória do Dr. José Benarús.Mereceu relevo especial a iniciativa daquela Secretaria de

reabilitar a zona do Farol e a história do Vulcão dos Capelinhos, com aconstrução de um Centro de Interpretação, cujo projecto foi apresentadopelo seu autor, Arquitecto Nuno Lopes. Neste Centro ficará instalado oespólio geológico do Dr. Benarús, um ex-libris do seu interesse pelocoleccionismo, belíssimo conjunto de exemplares de minerais,actualmente na posse do Governo Regional, analisado pelo ProfessorDoutor Vítor Hugo Forjaz na mesma sessão.

A Associação recordou o currículo deste antigo professor, a partir detrabalhos do Pe Júlio da Rosa (Telégrafo de 11, 17 e 18 de Março de 1997),de elementos facultados por José Victor Frayão Alves (em particular ahomenagem em 7-2-1998, por ocasião dos 25 anos da criação da EscolaTécnica da Horta, de que o Dr. Benarús foi o 1.º Director) e de dadosbiográficos fornecidos pela Dr.ª Luna Benarús e pela Prof.ª Maria Simas.

O Dr. Benarús (1915-1997) ingressou no liceu da Horta em 1927 econcluiu o 7.º ano em S. Miguel (1934). Licenciou-se em FilologiaClássica na Universidade de Lisboa (1939). Iniciou o magistério noColégio do Cartaxo (50 anos depois, em 1991, antigos alunos vieram aoFaial entregar-lhe uma medalha de reconhecimento). Foi Professor doLiceu, da Escola Secundária, da Escola Técnica e da Escola do MagistérioPrimário, desde 1942 até à aposentação em 1984. Com autorizaçãoespecial leccionou até 1992, completando 52 anos de serviço! Só obtevea situação de efectivo na Horta em 1975, com 35 anos de carreira.

Mereceram destaque as suas elevadas qualidades pedagógicas, a suapersonalidade tolerante, a sua cultura e o gosto pelo saber enciclopédico.

Luís Eduardo Nevesde Brito e Melo(1932-2005) faleceuna Horta a 18 de

Agosto. A sua memória é rica deregistos que nos implicam.Como a intervenção no difícilperíodo de transição em 1974--75, presidindo ao ConselhoDirectivo do Liceu e, depois, até1978, à ComissãoInstaladora da Es-cola Secundária.Voltou a dirigir aEscola em 1988-90.

Brito e Meloentrou para o Li-ceu em 1945. Fezmuitas amizades,que perduram. Des-tacou-se em váriasactividades, artísticas e despor-tivas. Licenciado em CiênciasGeológicas pela Universidade deLisboa (1965) foi sucessivamenteprofessor do Liceu da Horta(1966-70), Pe. Ant.º Vieira –Lisboa (1970-72), de Portalegre(1972-73) e de novo na Horta

até à aposentação (1997). Soubeinterpretar bem a herança daplêiade de professores que o pre-cederam – competente e orga-nizado, dedicado e participante.Prosseguiu, ainda, a grandetradição da figura do «professordo liceu» como referência deintervenção cívica, prestigiado nacomunidade. Expressou os valo-

res que prezavacom equilíbrio eisenção. Foi assimcomo Presidenteda Assembleia Municipal (1976--1993), na Asso-ciação dos Amigosda Ilha do Faial, naSociedade Amorda Pátria, no

Rotary Clube da Horta. Brito eMelo é referido com saudadepelos seus amigos, com apreçopelos que com ele privaram ecom admiração pelos querecordam o valor, e sobretudo aelegância, do desportista deeleição.

A Secretária Regional do Ambiente e doMar, Dr.ª Ana Paula Marques, referiu-seaos 150 anos do Liceu, manifestouapreço pelo currículo do Dr. Benarús,fez uma abordagem histórica davulcanologia do Capelo, do Vulcão dosCapelinhos e das ruínas do Farol, traçouas grandes linhas da política ambientale projectou o enquadramento do Centrode Interpretação, desde a memória«emotiva» à dimensão científica.

A COMUNIDADE DO CANALBoa noite «Comunidade do Canal»! Muito obrigado pela vossapresença! Perdoem-me a singeleza da saudação, mas julgo que éassim que todos nos sentimos e, muitos de vós, concerteza comoeu, de coração bi-partido entre estas duas ilhas que amamos.

Foi assim, em 22 de Agosto no Hotel Fayal, que JORGE DINIZiniciou a sessão de evocação de TOMAZ DUARTE, a propósito daapresentação da sua obra póstuma A COMUNIDADE DOCANAL. Frisou, ainda, a importância histórica do feliz título dolivro e o interesse em ser lançado também no Faial... «até porquetodos os canais têm duas margens» (já tinha sido lançado no Pico,nas Festas de Santa Maria Madalena).

De forma expressiva, sentida e bem documentada, Tomaz Duarte foievocado por José Duarte, Fernando Melo, Carlos Silveira e Mário Frayão.

A obra e o autor foram aprofundados por Ricardo Madruga daCosta. Numa excelente peça de análise histórica. Do registo biográfico àinterpretação do contexto. Dos factos às circunstâncias. Dos afectos às«realidades». Recordou que para Tomaz Duarte, «Faial e Pico constituíam,por excelência, o seu espaço de respiração anímica»... que «foi incansávelandarilho e observador arguto, nas suas deambulações por esse Canal quesulcou vezes sem conta»... e que «o trabalho que nos legou... é umverdadeiro hino a esta incontornável realidade sócio--económica que a geografia determinou»... «dandolugar a esta maravilhosa confusão de já não sabermosde modo claro a que “lado” pertencemos – mas determos a certeza de partilhar algo que nos é comum eque é parte intrínseca da nossa identidade...»

A partir da ideia de Jorge Diniz, a Sessão foi orga-nizada pela Associação, com o patrocínio da Câmarada Madalena, que ofereceu o livro aos participantese o beberete, e o apoio de José Fontes, gerente doHotel Fayal, que cedeu a Sala de Congressos.

EVOCAÇÃO DO DR. JOSÉ BENARÚS

IN MEMORIAM

Jorge Diniz

Dr. Benarús com a última Directora da Escola do Magistério, Prof.ª Maria Simas e oúltimo Reitor do Liceu, Dr. José Pinheiro

Ouviram-se referências à sua versatilidade intelectual, às aulas vivas edialogantes, ao rigor de princípios e... que «corrigia gracejando». Leccio-nou muitas disciplinas (15), sempre com entusiasmo e rigor, sempredisponível para compensar a falta de professores. Grande coleccionador,reuniu um apreciável património de moedas, medalhas, selos, madeiras,bengalas, fechaduras, anilhas de charutos, rochas e minerais. Teve umaimportante participação cívica, no Núcleo Cultural, na Junta Geral, noAsilo de Infância e nas tertúlias faialenses.

A Câmara agraciou-o com a medalha de Cidadão de Mérito (1994)e o Presidente da República com a Comenda da Ordem de InstruçãoPública (1995).

Marcante é também a sua sensibilidade («a beleza das flores, a des-dita dos desprotegidos e as conquistas da ciência») e o apego à dimensãoespiritual do Homem, nos valores cristãos que professou, primeiro nojudaísmo em que foi educado e, já em fase avançada da vida, na adesãoao catolicismo.

Tuna da Unânime Praiense, na Casa dos Açores, em Lisboa, dirigida pelo MaestroRuben Silva, na homenagem ao Dr. José Benarús (1-7-05)

NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVAO Presidente da Assembleia Legislativa Regional dos Açores,Fernando Menezes, convidou os alunos do 12.º ano daEscola Secundária para participarem no primeiro acto daJornada Comemorativa – o lançamento do livro dedicado às

novas gerações MANUEL DE ARRIAGA – HISTÓRIA DE UMAÇORIANO QUE CHEGOU A PRESIDENTE DA REPÚBLICA.

A cerimónia teve lugar na sala do plenário da Assembleia, repleto dejovens, que ouviram atentos a alocução da autora – JOANA GASPAR DEFREITAS. Destacou que a obra traduzia um esforço de síntese das suasinvestigações, com o objectivo de dar a conhecer a biografia de Manuel

de Arriaga a um público lato, inte-ressado pela nossa História, curioso desaber quem foram e como viveram osindivíduos que a fizeram. Nesse sen-tido, deixa o retrato de um homem quemarcou o seu tempo pelo exemplo dassuas virtudes cívico-políticas.

A obra, editada pela Associação,com o patrocínio da Assembleia e daCâmara Municipal da Horta, foioferecida a todos os estudantes pre-sentes e autografada pela autoradurante o convívio que se seguiu àsessão na Residência Oficial do Presi-dente da Assembleia.

NA CÂMARA MUNICIPALO 2.º acto da Jornada tevelugar no Salão Nobre daCâmara, com a inauguração deuma exposição fotográfica, a

partir dos documentos constantes dapublicação da Assembleia da República queassinala as cerimónias da trasladação docemitério dos Prazeres para o PanteãoNacional (organização do Museu da Horta– Luís Menezes e da CMH – Luís Prieto,Sandra Silveira e Carla Dias). Na mesmasessão foi também apresentado um

d o c u m e n t oa u d i o v i s u a lcom os mo-mentos maisrelevantes dasHonras de Panteão, extraídos da repor-tagem em directo da RTP em 16-9-04(documento preparado pela RTP/Açores –José Serra e pela Em Foco – ProduçãoAudiovisual).

O encerramento da Jornada realizou-se com uma SessãoSolene no Teatro Fayalense.Na primeira parte tiveram lugar conferências por váriosespecialistas sob o tema Memórias para o Futuro.

Intervieram M. Machado de Oliveira – O ambiente cultural dajuventude de Manuel de Arriaga na Horta; Eduíno de Jesus – Amensagem poética de Manuel de Arriaga; Joana Gaspar de Freitas– A missão do político segundo Manuel de Arriaga; Natália CorreiaGuedes – Acerca da casa-memória de Manuel de Arriaga; SérgioCampos Matos – Manuel de Arriaga hoje. Na segunda parte ouviram-se os discursos do Presidente da Câmara, João Fernando Castro, do Pre-sidente do Governo Regional, Carlos César e do Presidente da Assem-bleia Legislativa, Fernando Menezes. Além das referências de elogio àfigura do homenageado, na sua acção cívica e no seu percurso político,realça-se a convergência no compromisso para resolver a reabilitação doSolar dos Arriagas na Travessa de S. Francisco / Rua do Arco.

O Presidente da Câmara disse «… não deixámos de lutar pela recupe-ração da casa que viu nascer, na nossa cidade, esta figura de Portugal».O Presidente do Governo Regional deu notícia sobre as diligências paraconseguir a posse do edifício e a sua adaptação a espaço museológico.O Presidente da Assembleia referiu que «falta ainda o espaço físico onde seperpetue a memória do político republicano, do advogado, do magistrado,

do professor, do poeta, do homem de carácter e cidadão exemplar… pela nossaparte, empenhar-nos-emos para que essa casa-memória seja uma realidade».

A finalizar, o Presidente da Direcção da Associação, Henrique MeloBarreiros, leu a mensagem do Presidente da Assembleia da República(vide 1.ª pag.) e aludiu ao valor simbólico da Jornada no encerramentodas comemorações dos 150 anos do Liceu. A sessão foi concluída comum concerto pelo Quarteto de Professores do Conservatório Regionalda Horta, constituído por Marcello Guarini (piano), Yurly Gertsev(violino), Alla Gertseva (violino) e Natália Bauer (violoncelo), queinterpretaram Elegia Op. 48 n.º 3 de Tchaikowski, Romanze Op. 26 deSvendsen e Valsa Op. 410 de J. Strauss.

1.º ANIVERSÁRIO DAS HONRAS DE PANTEÃOFaial, 16 de Setembro de 2005

Joana Gaspar de Freitas, naAssembleia Legislativa, durante aalocução aos jovens

Luís Menezes, Director do Museu da Horta, recebeo 1.º documento para a Casa-Memória

O Presidente da AssembleiaMunicipal, Dr. Jorge Gonçal-ves, e a representante daFamília Arriaga, Dr.ª NatáliaCorreia Guedes

Presidente da Câmara, Presidente da Assembleia Legislativa, Presidente do GovernoRegional e Presidente da Direcção da Associação (da esq. para a dir.)

As comemorações dos 150 anos da entrada em funcionamento do Liceu da Horta (1851), criado pela Reforma Passos Manuel (1836),ao longo dos últimos quatro anos, ficam marcadas por um extenso programa, em que avulta a pesquisa e a produção historiográfica.A par da relevância da memória institucional do Liceu (Carlos Lobão, 2004), a reavaliação do pensamento e da obra de Manuel deArriaga, patrono desde 1918, veio a adquirir notoriedade assinalável. Notoriedade balizada pela dimensão universitária dos estudos

coordenados por Sérgio Campos Matos (2001-2005) e pela expressão política da concessão de Honras de Panteão (22/05/2003).Esta reavaliação assumiu foros de movimento cívico pelo significado do conjunto de acções desenvolvidas. E teve bom acolhimento

político, expresso no apoio da Assembleia da República, do Ministro da República, da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dosAçores e da Câmara Municipal da Horta.

Reagiu-se ao esquecimento de Manuel de Arriaga em várias sessões no Faial e na Casa dos Açores em Lisboa. Reeditou-se a obra poéticaCantos Sagrados (Faial, 2002). Realizou-se a exposição Manuel de Arriaga – um estudo biográfico, no Museu da Horta (M. Machado de Oliveira,2002). Promoveu-se a pesquisa de fontes concentrada na publicação Bibliografia de Manuel de Arriaga (Joana Gaspar de Freitas, 2003).Aprofundou-se o conhecimento em contexto no Colóquio O Tempo de Manuel de Arriaga (Centro de História da Universidade de Lisboa, 2003;Actas publicadas em 2004).

Portanto, faz todo o sentido a escolha do 1.O aniversário das Honras de Panteão para encerramento das comemorações do sesquincentenáriodo Liceu da Horta. E que estas terminem com mensagens para o futuro, às novas gerações, evocando a personalidade «romântica, altruísta,integra e crente» de Manuel de Arriaga, exemplo de cidadania e figura pioneira na implantação dos valores republicanos em Portugal.

MANUEL DE ARRIAGA NOS 150 ANOS DO LICEU DA HORTA

SESSÃO SOLENE NO TEATRO FAYALENSE

Associação dos Antigos Alunosdo Liceu da Horta

Rua dos Navegantes, 211200-729 LISBOA

http://aaalh.no.sapo.ptContacto: [email protected]

Site das Casas dos Açoreswww.casadosacores.pt

ACTIVIDADES

XVII Encontro de Antigos Alunos da Costa Leste dos EUA e do Canadá (9/10/2005), em Oakville (Toronto).Organizadores: Rui Melo, Adriana Melo, Ant. J. Medeiros, Fátima Toste, Fernando Flores, Maria S. Bettencourt,Francisco Leal, José S. Rosa, José Ferreira e Conceição Silva. Este ano os convidados para o momento deevocação de memórias foram Fernando Melo e Luna Benarús.

• PATRIMÓNIO DA HUMANIDADENo tradicional convívio de S. Martinho da Casa dos Açoresem Lisboa (11-11-05), a Associação participou com aorganização de uma sessão especial, divulgando a Paisagemda Cultura da Vinha do Pico que foi classificada, em 2004,

pela UNESCO, como Património da Humanidade.O Arquitecto Nuno Lopes que foi responsável pelo Gabinete da Área

Protegida da Vinha do Pico e Coordenador dos estudos para acandidatura, apresentou o projecto que veio a ser aprovado. Para falar dahistória da Vinha e do Vinho do Pico a Associação convidou FernandoMachado Joaquim, Coronel de Administração Militar, natural daMadalena, Antigo Aluno (1956-64), com uma vivência profunda davitivinicultura do Pico, cuja família há mais de um século mantémtradições nesta área (com propriedades que pertenceram à família Dabney,na Barca e à Confederação dos Frades Carmelitas, na zona do Carmo). Otexto desta Conferência foi integralmente publicado no «Tribuna dasIlhas» de 6/1/05 e pode ser encontrado na página da Associação.

Houve ainda música e cantares açorianos pelo grupo Marés daSaudade (José Milheiro, José Pais de Andrade, David Pereira da Silva eTomé Gomes; foi convidado a participar com este grupo BartolomeuDutra). Tomé Gomes (Antigo Aluno, Ribeirinha do Pico, 1971, 6.ºano) declamou o poema Falar-vos-ei da Ilha… (in Arqueologia daPalavra, Faial, 1991) de Heitor Agha Silva (Antigo Aluno, 1966).

Este convívio foi apoiado pela Adega Vitivinícola do Pico com aoferta de vinho para o convívio. A Secretaria do Ambiente e do Marofereceu exemplares do livro da candidatura a Património Mundial,sorteados entre os cerca de 100 participantes.

• SEMANA DO MARNos 30 anos da Semana do Mar – 2005 , os Antigos Alunos

mantiveram a tradição do convívio da «6.ª feira», este ano no HotelFayal, onde comemoraram os 20 anos deste reencontro anual.

• GUINDASTEPromovida pelo Antigo Aluno Eng.º Vítor Pereira, teve lugar uma

visita ao Pico da historiadora Dr.ª Joana Gaspar de Freitas, em 15 deSetembro, ao lugar do Guindaste, a fim de apreciar o local e a casa deveraneio da família Arriaga. Para a biógrafa de Manuel de Arriaga foium momento exaltante porque, como disse, experimentou uma forterelação entre o que sentiu na visita e o que apreendera dos escritos deManuel de Arriaga sobre o seu amor ao Pico.

O Presidente da Câmara da Madalena, que fez questão de acom-panhar a visita, manifestou o seu empenhamento para corresponder àproposta da Associação no sentido de ser colocado no Guindaste umelemento toponímico.

• AÇORPROJECTO – PROTOCOLOEm 11 de Agosto a Associação celebrou

um protocolo com a firma AçorProjecto peloqual os Antigos Alunos passam a beneficiar dedescontos nos apartamentos turísticos VerdeMar (****) – 20% (Nov. - Dez.), 15% (Out.e Março a Maio) e 10% (Junho a Set.)

Os sócios gerentes da AçorProjecto,Arquitectos Paulo J. Peixinho de Oliveira eAntónio M. Martins Naia, eles própriosAntigos Alunos, foram sensíveis à colaboraçãocom a Associação, promovendo condiçõesvantajosas para reencontros com as nossasmemórias em viagens de férias ou outras.

Este complexo turístico é situado nocentro da cidade da Horta, perto do «Cantoda D. Joana».

O Eng.º Eufémio Rosa (AntigoAluno, 1942) e a sua esposaDr.ª Isabel Rosa, em férias noFaial, no Verde Mar, teste-munharam o acto de assina-tura do protocolo e foram osprimeiros contemplados

HISTÓRIA DO PORTO DA HORTA

Em colaboração com o Clube Naval da Horta, aAssociação organizou no dia 6 de Agosto, no Hotel doCanal, um Colóquio sobre a História do Porto, com opatrocínio da Administração dos Portos do Triângulo.

Os objectivos desta iniciativa concentraram-se no apelo à tomadade consciência consequente sobre a necessidade de preservação dopatrimónio histórico e a procura de vias de estudo sistemático dosdiferentes tempos da História do Porto. A primeira parte foipreenchida com as prelecções dos oradores convidados. M. Ma-chado de Oliveira apresentou o estado das suas pesquisas sobre afase anterior à construção da Doca. Carlos Lobão abordou apossibilidade de musealização da Marina, com alternativas para apreservação das pinturas murais. Carlos Silveira centrou-se noespólio das Companhias de Cabo Submarino destacando outrospaíses na organização de património análogo. João Vieira falou dotempo do Porto como importante interposto baleeiro, apelando aotratamento das memórias disponíveis.

Na segunda parte, teve lugar um debate para o qualcontribuíram a Secretária Regional do Ambiente e do Mar,Presidente da Câmara, Pe. Júlio da Rosa, José Decq Mota,Fernando Melo, Ângelo Andrade, Rogério Ferraz e Filipe Porteiro.

Rua Dr. Melo e Simas, N.º 10

9900-127 HORTA

Telefone: 292 200 300 • Fax: 292 200 310

[email protected]