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Dia internacional da mulher, Por que comemorar? Enquanto seres humanos, somos todos iguais. Mas como pessoas que pertencem ao gênero feminino, sofremos com a discriminação, o preconceito e a desvalorização. Na sociedade moderna, isso está em mudança. Saímos do segundo plano e nossa importância cres- ce a cada dia. Página 2 Feliz aquele que se descobre Quando a pessoa descobre na ação voluntária uma atividade que lhe dá prazer… Delicia quando começamos a fazer uma atividade que nos de prazer e onde podemos aprender e ter recompensas com esta ação. Isso vale pa- ra esportes ou atividades físicas, leitura, estudo, dieta e por que não um trabalho voluntário. Página 3 Ano XI - Edição 136 - Março de 2019 Distribuição Gratuita CULTURAonline BRASIL Palestras e boa música Palestras: - Cultura - Educação - Meio Ambiente - Cidadania Baixe o aplicativo Google Play no site www.culturaonlinebr.org PAU BRASIL e PRÉ-SAL Jean de Léry descreveu o trabalho estafante dos índios nas lides do pau-brasil que carregavam nos ombros nus por duas a três léguas (de 13 a 20 quilômetros).”. “O papel dos índios foi fundamental no processo de exploração do pau-brasil, pois eram eles que derrubavam as arvores, cortavam as toras e as transportavam para os navios. Era trabalho árduo considerando-se o tamanho das árvores, a espes- sura dos troncos e seu peso. Os troncos, duríssi- mos, variando de 20 a 30 metros de altura, depois de cortados, eram transformados em toras de cer- ca de 1,5 metros ... Página 6 Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar Socialismo que nada, o verda- deiro alvo do governo Bolsonaro é o Iluminismo. Por isso, os ataques ao direito à educação pública e ao ingresso em universidades A imagem acima mostra a Xilogravura de Flammarion, onde um homem medieval com seu bastão, vestido como um peregrino, que olha para o céu como se estivesse encoberto por uma cortina, ele olha como se quisesse conhecer o outro lado da Terra, o que está oculto, o que há além do próprio planeta Ter- ra. Página 8 História e Origem do Carnaval O Carnaval tem sua origem na Antiguidade com festas aos deuses onde se permitia uma alteração na ordem social. Desta maneira, os escravos e servos assumiam os lugares dos senhores e a população aproveitava para se divertir. Embora seja conhecido como o país do Carnaval, o Brasil não é o único a comemorá-lo de forma intensa. Cidades como Veneza (Itália), Nice (França), Nova Orleans (EUA), Ilhas Canárias (Espanha), Oruro (Bolívia) e Barranquilla (Colômbia), também celebram a festa de forma bem animada. Para alguns estudiosos, o Carnaval teve origem na Babilônia através da comemoração das Saceias. Nessa festa, concedia- se a um prisioneiro que assumisse a identidade do rei por al- guns dias, sendo morto ao fim da comemoração. Igualmente, na Babilônia, havia uma celebração, no templo do deus Marduk, quando o rei era agredido e humilhado, confirmando a sua infe- rioridade diante da figura divina. Outros historiadores acreditam que o Carnaval teve início na Grécia por volta de 600 a.C., na altura em que era comemorado o princípio da pri- mavera. Há, entretanto, suposições de que a sua origem decorre da Saturnália, em Roma, ocasião na qual as pessoas se mascaravam e passavam di- as a brincar, comer e beber. Com a ascensão do cristianismo, as festas pagãs ganharam novos sig- nificados do latim carnis levale que significa “retirar a carne”. Ultima Página A FAMILIA BOLSONARO, A MORTE, A EXTORSÃO, A DOR E OS MILICIANOS DO RIO DE JANEIRO.

136 - MAR - 2019o preconceito e a desvalorização. Na sociedade moderna, isso está em mudança. Saímos do segundo plano e nossa importância cres-ce a cada dia. Página 2 Feliz

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Page 1: 136 - MAR - 2019o preconceito e a desvalorização. Na sociedade moderna, isso está em mudança. Saímos do segundo plano e nossa importância cres-ce a cada dia. Página 2 Feliz

Dia internacional da mulher, Por que comemorar?

Enquanto seres humanos, somos todos iguais. Mas como pessoas que pertencem ao gênero feminino, sofremos com a discriminação, o preconceito e a desvalorização. Na sociedade moderna, isso está em mudança. Saímos do segundo plano e nossa importância cres-ce a cada dia.

Página 2

Feliz aquele que se descobre Quando a pessoa descobre na ação voluntária uma atividade que lhe dá prazer… Delicia quando começamos a fazer uma atividade que nos de prazer e onde podemos aprender e ter recompensas com esta ação. Isso vale pa-ra esportes ou atividades físicas, leitura, estudo, dieta e por que não um trabalho voluntário.

Página 3

Ano XI - Edição 136 - Março de 2019 Distribuição Gratuita

CULTURAonline BRASIL

Palestras e boa música

Palestras:

- Cultura

- Educação

- Meio Ambiente

- Cidadania

Baixe o aplicativo Google Play no site

www.culturaonlinebr.org

PAU BRASIL e PRÉ-SAL Jean de Léry descreveu o trabalho estafante dos índios nas lides do pau-brasil que carregavam nos ombros nus por duas a três léguas (de 13 a 20 quilômetros).”. “O papel dos índios foi fundamental no processo de exploração do pau-brasil, pois eram eles que derrubavam as arvores, cortavam as toras e as transportavam para os navios. Era trabalho árduo considerando-se o tamanho das árvores, a espes-sura dos troncos e seu peso. Os troncos, duríssi-mos, variando de 20 a 30 metros de altura, depois de cortados, eram transformados em toras de cer-ca de 1,5 metros ...

Página 6

Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

Socialismo que nada, o verda-deiro alvo do governo

Bolsonaro é o Iluminismo.

Por isso, os ataques ao direito à educação pública e ao ingresso em universidades A imagem acima mostra a Xilogravura de Flammarion, onde um homem medieval com seu bastão, vestido como um peregrino, que olha para o céu como se estivesse encoberto por uma cortina, ele olha como se quisesse conhecer o outro lado da Terra, o que está oculto, o que há além do próprio planeta Ter-ra.

Página 8

História e Origem do Carnaval O Carnaval tem sua origem na Antiguidade com festas aos deuses onde se permitia uma alteração na ordem social.

Desta maneira, os escravos e servos assumiam os lugares dos senhores e a população aproveitava para se divertir.

Embora seja conhecido como o país do Carnaval, o Brasil não é o único a comemorá-lo de forma intensa.

Cidades como Veneza (Itália), Nice (França), Nova Orleans (EUA), Ilhas Canárias (Espanha), Oruro (Bolívia) e Barranquilla (Colômbia), também celebram a festa de forma bem animada.

Para alguns estudiosos, o Carnaval teve origem na Babilônia através da comemoração das Saceias. Nessa festa, concedia-se a um prisioneiro que assumisse a identidade do rei por al-guns dias, sendo morto ao fim da comemoração.

Igualmente, na Babilônia, havia uma celebração, no templo do deus Marduk, quando o rei era agredido e humilhado, confirmando a sua infe-rioridade diante da figura divina. Outros historiadores acreditam que o Carnaval teve início na Grécia por volta de 600 a.C., na altura em que era comemorado o princípio da pri-mavera.

Há, entretanto, suposições de que a sua origem decorre da Saturnália, em Roma, ocasião na qual as pessoas se mascaravam e passavam di-as a brincar, comer e beber.

Com a ascensão do cristianismo, as festas pagãs ganharam novos sig-nificados do latim carnis levale que significa “retirar a carne”.

Ultima Página

A FAMILIA BOLSONARO, A MORTE, A EXTORSÃO, A DOR E OS MILICIANOS DO RIO DE JANEIRO.

Page 2: 136 - MAR - 2019o preconceito e a desvalorização. Na sociedade moderna, isso está em mudança. Saímos do segundo plano e nossa importância cres-ce a cada dia. Página 2 Feliz

Dia internacional da mulher, Por que comemorar?

Enquanto seres humanos, somos todos iguais. Mas como pessoas que pertencem ao gênero feminino, sofremos com a discriminação, o preconceito e a desvalorização. Na sociedade moderna, isso está em mudança. Saímos do segundo plano e nossa impor-tância cresce a cada dia. Foram muitas conquistas e lutas para chegarmos até aqui. Ca-da vez mais assumimos funções importantes, ocupando as universidades e postos de trabalho que antes eram preenchidos apenas por homens. Estamos ganhando espaço na sociedade e assumindo o papel de donas da nossa história. Muito ainda precisa ser feito.

Existe ainda uma desigualdade imensa entre homens e mulheres. Acumulamos várias funções, trabalho fora, e, em casa, mais o papel de mãe, o que nos deixa frequentemen-te exaustas. Essa desigualdade vem de anos de uma sociedade que não valorizava a mulher, anos de uma sociedade patriarcal, que nos tratava como seres inferiores. Existí-amos para ter filhos e servir ao homem. Criadas para sermos donas de casa e mãe. As-sim era muito mais fácil ter o controle e sermos manipuladas. Enquanto isso o papel do homem era o de provedor e chefe de família. Há muito sabemos que os gêneros (masculino e feminino), são construções sociais que definiram a existência de um papel que cabe ao homem, e um papel que é da mulher. O papel da mulher está mudando, a mulher contemporânea não aceita ser subjugada, nem ficar a espera de nada, ela vai à luta, atrás daquilo que é seu direito.

Houve um processo de desvalorização social da mulher que perdurou por muitos anos. As mudanças em relação ao nosso lugar na sociedade começaram a se intensificar a partir dos movimentos feministas nos anos 70. A inserção das mulheres no mercado de trabalho, nas universidades, na política, e na sociedade como um todo, aconteceu de for-ma lenta e gradual. Podemos dizer que em termos de poder, existe uma desigualdade muito grande entre homem e mulher, com a mulher em desvantagem ainda.

Existe um dia em que se comemora o dia internacional da mulher. Data comemorada no mundo todo, o dia 08 de março, data que foi criada pela ONU em 1975, e que não foi cri-ada pelo comércio, suas origens tem raiz trabalhista. As condições em que as mulheres trabalhavam eram desumanas, com jornadas de trabalho estafantes e praticamente ne-nhum direito. Apesar de todas as lutas e conquistas a desigualdade de gênero ainda per-siste. A diferença salarial por questão de gênero persiste. A violência contra a mulher é alarmante, o feminicídio, a questão do aborto, são muitas reivindicações e lutas por reali-zar, mas é importante termos um dia para protestar, fazer atos públicos e manifestações para mostrar nossa insatisfação.

O avanço que tivemos nos permite cada vez mais sermos donas da nossa vida. A família moderna pede divisão de tarefas, compartilhamento no zelo com os filhos, parceria, ho-mem e mulher lado a lado. O desafio aqui é quebrar as regras desse jogo de poder que nos desfavorece, romper os limites de sexo, de gênero, classe social, raça, fazermos nossas escolhas, nos posicionarmos no mundo, na vida por nós mesmas.

O dia internacional da mulher é importante para que nos conscientizemos que as desi-gualdades ainda existem em todas as sociedades, e é por isso que devemos lutar, por todas! Essa data nos faz refletir sobre o caminho percorrido até aqui, o quanto ainda te-mos que percorrer, é uma afirmação de que estamos aqui, e de que precisamos nos manter firmes para novas conquistas. Comemorar essa data reforça e lembra a todos que a busca pela igualdade de direitos continua.

O que queremos é uma sociedade mais justa e igualitária que garanta a todos, igualda-de e oportunidade, independente do gênero, da cor, da raça.

Mariene Hildebrando Especialista em Direitos Humanos

e-mail: [email protected]

Março de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 3

Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download na web

Diretor, Editor e Jornalista responsável Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J

Mariene Hildebrando Nilton Kasctin dos Santos Cláudio da Costa Oliveira Lucia Helena Issa Marcos Pedlowski Berenice Bento e Sayid Marcos Tenório Roberto Ravagnani Dennis de Oliveira Eliane Batista Barbosa Genha Auga Filipe de Sousa Lucia Helena Issa Friedrich Wilhelm Nietzsche Elenira Vilela mst.org.BR Callendar Memorial Chico Mendes e Catraca Livre

IMPORTANTE

Todas as matérias, reportagens, fotos e demais conteúdos são de inteira responsa-bilidade dos colaboradores que assinam as

matérias, podendo seus conteúdos não corresponderem à opinião deste Jornal.

Colaboraram nesta edição

PRECISA-SE de voluntário revisor de textos - Contato: [email protected]

Mulheres, Dotadas de mãos suaves e ternas Que aconchegam e dão carinho, Porém, ao mesmo tempo firmes

Para transmitir segurança na hora certa.

Mulheres, Dotadas de olhos brilhantes, Olhos que fitam com doçura,

Olhos que transmitem o que está guardado Dentro da sua alma

Olhos que não sabem mentir.

Mulheres, Dotadas de lábios delicados, Lábios que falam de Deus,

Sobre o universo e de toda a criação. Lábios que cantam poemas sobre a vida

Lábios que são as portas Que deixam escapar a verdadeira voz

do .amor.

Mulheres, Que demonstram seu sofrimento

Da forma sincera e humana que existe Mas que também não conseguem esconder

Quando estão completamente felizes.

Mulheres, Que sentem orgulho de serem mulheres

Mesmo sabendo todos os riscos que correm Pelo fato de serem... Mulheres.

Mara Chan.

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Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

ALGUMAS DATAS COMEMORATIVAS (+ Datas? Visite nosso site)

www.gazetavaleparaibana.com 05 - Carnaval 05 - Dia do Filatelista Brasileiro 08 - Dia Internacional da Mulher 14 - Dia Nacional dos Animais 15 - Dia da Escola 20 - Dia Internacional da Felicidade 21 - Dia Universal do Teatro 21 - Dia Mundial da Terra 21 - Dia Inter. Contra a Discriminação Racial 21 - Dia Inter. das Florestas e da Árvore 22 - Dia Mundial da Água 23 - Dia Mundial da Meteorologia 25 - Dia da Constituição 27 - Dia do Circo 28 - Dia do Diagramador 28 - Dia do Revisor 31 - Dia da Saúde e Nutrição 31 - Dia da Integração Nacional

Feliz aquele que se descobre

Quando a pessoa descobre na ação voluntária uma ativi-dade que lhe dá prazer…

Delicia quando começamos a fazer uma atividade que nos de prazer e onde podemos aprender e ter recompen-sas com esta ação. Isso vale para esportes ou atividades físicas, leitura, estudo, dieta e por que não um trabalho voluntário.

Fico feliz quando uma pessoa descobre uma atividade voluntária que lhe dá prazer e que lhe completa e o melhor pode com esta atividade aprender e ajudar ao mesmo tempo.

O começo de nossa conversa com aspirantes, ou simplesmente pessoas que estão ouvindo ou lendo sobre o trabalho voluntário é sempre dizer que as pessoas tem que descobrir uma atividade que faça seus olhos brilharem e que depois de conhecer te-nha a ver com você, com seu estilo de vida e com a adequação ao tempo que poderá destinar ao trabalho.

Após isso feito, você terá que se descobrir, pois certamente você será uma pessoa diferente depois de começar o trabalho voluntário, você, se estiver disposto a isto, fará grandes descobertas de suas potencialidades, fará coisas antes talvez nunca imagina-da por você, aprenderá muito se aberto assim estiver, portanto trata-se de um proces-so de redescobrimento do seu novo eu.

As habilidades aprendidas ou descobertas, as amizades propostas, a mudança de vi-são sobre os “problemas” da nossa vida, tudo isso fará parte desta redescoberta.

Portanto feliz aquele que se descobre e tem o trabalho voluntário como uma ferramen-ta para isso, diria feliz duplamente, pois além de sua descoberta, sua ação poderá fa-zer o bem para muitos.

Poderia encerrar aqui nossa conversa, mas hoje é importante, pois as pessoas estão mais ativas, mais ligadas no mundo, mais conectadas, deixar claro que todos quere-mos mais do que isso. O descobrir-se é quase que uma necessidade para todos, o que te faz feliz, o que faz triste, o que te motiva, o que te desgasta, perguntas que es-tão na mente de todos independente de formação e profissão, portanto o voluntariado pode ser “vendido” como uma ferramenta de descoberta pessoal e de ressignificação de uma parcela, no mínimo, de sua vida.

Quantos não se descobriram por conta desta ferramenta tão potente. Eu, diretor ope-racional de uma empresa, de repente, e foi assim mesmo de repente, me vi voluntário como palhaço hospitalar, para um publico nunca dantes navegado, adultos, e lá esta-va eu, indo a um depois outro, depois o Brasil, a américa do sul, do Norte, mundo fa-lando e praticando voluntariado.

Portanto descubra-se e use esta ferramenta para isso, não se perturbe, o trabalho vo-luntario é grande, ansioso e benevolente com todos. Venha e faça muita gente feliz.

Roberto Ravagnani

jornalista e consultor.

Esta data foi criada com o objetivo de alertar a população internacional sobre a importância da preservação da água para a sobrevivência de todos os ecossistemas do planeta. Para isso, todos os anos o Dia Mundial da Á-gua aborda um tema específico sobre este mi-neral de extrema e absoluta importância para a existência da vida. A conscientização sobre a urgência da econo-mia deste recurso natural e como utilizado com cuidado é uma das principais metas do Dia da Água. A água limpa e potável é um direito humano garantido por lei desde 2010, de acordo com a Organização das Nações Unidas – ONU. Mesmo o planeta Terra sendo constituído apro-ximadamente 70% de água, apenas 0,7% de toda a água do mundo é potável, ou seja, ade-quada para o consumo humano. Origem do Dia Mundial da Água O Dia Mundial da Água foi instituído pela Orga-nização das Nações Unidas - ONU, através da resolução A/RES/47/193 de 21 de fevereiro de 1993, determinando que o dia 22 de mar-ço seria a data oficial para comemorar e reali-zar atividades de reflexão sobre o significado da água para a vida na Terra.

Março de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 2

25 - Dia da Constituição Federal

A Constituição é o conjunto de normas e leis de norteiam os direitos e deveres dos cidadãos, bem como das responsabilida-des sociais do Estado, individuais ou coletivos, a fim de organi-zar o país.

A primeira Constituição Brasileira foi instituída em 1824, após o processo de Independência do Brasil, e durou até a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, quando entrou em vigor uma nova constituição.

Muitas pessoas confundem o Dia da Constituição com o 24 de janeiro. Na realidade, esta foi a data em que foi outorgada a Constituição Brasileira de 1967, que ficou co-nhecida por legalizar e institucionalizar o regime militar.

Origem do Dia da Constituição

O Dia da Constituição é celebrado no dia 25 de março, pois foi quando o Imperador D. Pedro I assinou a primeira Constituição brasileira, e é considerado parte importante do processo de independência do Brasil. A atual constituição é a de 1988, a sétima cons-tituição brasileira.

22 - Dia Mundial da Água

Consuma com responsabilidade tudo o que comprar, além de preservar o meio ambiente você ainda contribui para um mundo melhor.

Eliane Batista Barbosa

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PAU BRASIL e PRÉ-SAL

A exploração do pau-brasil por estrangeiros rendeu mais para o Brasil do que o Pré-sal renderá poderia imaginar que após quinhen-tos anos o extrativismo voltaria com tanta força ao Brasil ?

O extrativismo implantado no Brasil pela coroa portuguesa no sécu-lo XVI, revelou para o mundo a imensidão de riquezas disponíveis em nossas terras, com destaque naquele momento, para o pau-brasil.

Isto atraiu o interesse de piratas e corsários que agiam de forma idêntica, saqueando e cometendo violências em busca de um lucro alto, fácil e rápido.

No entanto, as organizações de piratas e corsários eram bem dis-tintas.

Os piratas atuavam de forma independente em busca de ganhos materiais sem qualquer subordinação.

Já os corsários eram financiados por reis e príncipes, detendo um certo ar de “legalidade”, principalmente quando atacavam inimigos de seus mandatários.

Evidentemente, criava-se um ambiente de muita violência.

Consta que em 1526, Cristovão Jacques, comandante da primeira guarda-costeira, aprisionou e executou 300 franceses na Bahia.

No mundo de hoje podemos perceber claramente a presença de piratas e corsários atuando da mesma forma daqueles do século XVI ( saqueando e cometendo violências) e com o mesmo objetivo (lucro alto, fácil e rápido).

Na indústria mundial de petróleo e gás eles atuaram com muita for-ça nos últimos anos. Irã, Iraque, Líbia etc, sentiram as consequên-cias.

Hoje no Brasil sofremos a influência de piratas internos (os chama-dos lesa-pátria) e externos. São empresários de diversas áreas , industriais, comerciantes, banqueiros, que fazem a cooptação da mídia, de políticos e técnicos lobistas, para obter seu ganho fácil. Podemos encontrá-los nas Secretarias Gerais de ministérios e até mesmo como Ministros. Podemos encontrá-los como diretores, pre-sidentes e membros dos CA’s das principais empresas. Hoje são os piratas que tem o controle e estabelecem as regras. Pobre país.

Com o campo aberto e dominado pelos piratas, seus tradicionais parceiros corsários chegam de diversas partes. Seja da centenária financiadora de corsários Europa, ou de mais novatos como ameri-canos e chineses ou insuspeitos noruegueses e portugueses. Com eles a mais extraordinária máquina corsária do momento, a “banca” financeira, com seus “cavaleiros do apocalipse” Black Rock, Van-guard etc,etc.

Piratas e corsários atuam em perfeita sintonia. O banquete ofereci-do pode saciar a todos.

Nos anos 70 com a descoberta do pós-sal da bacia de Campos a pressão sobre o Brasil aumentou.

Sobre isto é importante a leitura de recente artigo da geóloga Patrí-cia Laier “ A tentativa de se apropriarem de Campos e da Cessão Onerosa”http://aepet.org.br/w3/index.php/conteudo-geral/item/2470

-a-tentativa-de-se-apropriarem-de-campos-e-da-cessao-onerosa” de onde extraímos alguns trechos :

“Os contratos de risco foram arrancados em 1975 dos militares pressionados por uma dívida externa onde a participação da impor-

tação de petróleo aumentava de forma galopante depois do choque do petróleo. Assim no final de 1975, Geisel aprovou a assinatura dos contratos de risco , que começaram a ser assinados em 1976. “

O governo definia quais áreas teriam contratos de risco, mas pira-tas e corsários, como é de sua natureza, queriam o lucro certo e rápido. Queriam a bacia de Campos.

“No dia 29 de dezembro de 1979, entre os feriados de Natal e Ano Novo, o então ministro das Minas e Energia César Cals, por sinal um militar, enviou telegrama à direção da Petrobras onde afirmava falar em nome do general João Figueiredo, o presidente da repúbli-ca à época. No telegrama ele afirmava : que as regras do contrato de risco estavam mudando a partir de então por efeito daquele ins-trumento ; que as multinacionais poderiam escolher as áreas que bem quisessem para desenvolver suas atividades ; que estas ativi-dades poderiam doravante incluir a produção de petróleo, e que a Petrobras deveria entregar os estudos já realizados por seu corpo técnico”

Quem recebeu o telegrama foi o diretor de exploração Carlos Wal-ter Marinho Campos, que indignado com o que estava sendo pro-posto e com o apoio dos geólogos Francisco Celso Ponte e Frede-rico Pereira Laier procuraram apoio político através do então sena-dor Teotonio Villela.

Em abril de 1980 Teotônio fez retumbante pronunciamento no se-nado ganhando o apoio de importantes forças políticas como Ulis-ses Guimarães e Alceu Collares.

A repercussão na mídia e entre os militares impediu que piratas e corsários obtivessem êxito. E a Petrobras livre, desenvolveu a ex-ploração na bacia de Campos, tornando o brasil auto suficiente na produção de petróleo e dando passos importantes no desenvolvi-mento de tecnologias que levariam ao descobrimento do pré-sal .

A HISTORIA

Uma variedade de pau-de-tinta, originário da Sumatra, no Oriente, era conhecido na Europa desde a idade media. Os maiores consu-midores eram a França, onde era chamado de “brezil” e a Italia on-de era denominado “bracire” ou “brazili”. Com o nome de “brasil” a arvore já era conhecida em Portugal e na Espanha por volta de 1220. Era usado para tingir sedas e linhos usados pelos nobres.

A madeira encontrada com o descobrimento da América tinha um poder de tintura muito maior que seu similar do Oriente.

“O pau-brasil crescia na mata atlântica entre o Rio Grande do Norte até o Rio de Janeiro. Seu comércio foi a principal atividade econô-mica dos portugueses na América até cerca de 1530, mas sua ex-ploração continuou ativa durante todo o período colonial, figurando com destaque nas exportações brasileiras ainda na segunda meta-de do século XIX.” (1)

“Em 1501, a exploração do pau-brasil foi arrendada ao mercador Fernando de Noronha ou Loronha, que em 1504, foi agraciado com a donataria no arquipélago que hoje traz o seu nome. O contrato de arrendamento foi renovado até 1511, depois transferido para Jorge Lopes Bixorda. De 1513 em diante, permitiu-se a livre exploração mediante o pagamento do quinto (20%) ao rei.” (1)

“O negócio do pau-brasil estimulou a fundação de feitorias em toda a costa brasileira onde, ao longo do ano, ficavam apenas três ou quatro homens. Eles eram chamados de “brasileiros” . O nome da-do a esses traficantes ou coletores de pau-brasil acabaria se esten-dendo a todos os nascidos no futuro país” (1)

“O papel dos índios foi fundamental no processo de exploração do pau-brasil, pois eram eles que derrubavam as arvores, cortavam as toras e as transportavam para os navios. Era trabalho árduo consi-derando-se o tamanho das árvores, a espessura dos troncos e seu peso. Os troncos, duríssimos, variando de 20 a 30 metros de altura, depois de cortados, eram transformados em toras de cerca de 1,5 metros que podiam pesar até 30 quilos cada uma. quilômetros)”

CONTINUA NA PÁGINA 6

Março de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 4

Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

Page 5: 136 - MAR - 2019o preconceito e a desvalorização. Na sociedade moderna, isso está em mudança. Saímos do segundo plano e nossa importância cres-ce a cada dia. Página 2 Feliz

Março de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 5

Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

Guimarães Rosa:

“Nós todos viemos do inferno: alguns ainda

estão quentes de lá”.

* * *

Dante Alighieri:

“No inferno, os lugares mais quentes são re-

servados àqueles que escolheram a neutrali-

dade em tempo de crise”.

* * *

Eu:

“O inferno é aqui na terra mesmo, mas só pa-

ra os pobres. Para os ricos, aqui é um céu”.

* * *

Schopenhauer:

“Para milhões de seres humanos o verdadeiro

inferno é a Terra”.

* * *

Schopenhauer, de novo:

“Após o homem ter posto todo sofrimento e

tormento no inferno, nada restou para o céu,

senão o tédio”

* * *

Provérbio curdo:

“Enquanto não tiveres conhecido o inferno, o

paraíso não será bastante bom para ti”.

* * *

Shakespeare:

“O inferno está vazio e todos os demônios

estão aqui”.

* * *

Winston Churchill:

“Se você está atravessando o inferno… não

pare”.

* * * Carlos Drummond de Andrade:

“Se o inferno existir, este mundo deve ser o seu vestibular”.

* * *

Drummond, de novo:

“Circunstâncias infernais da vida habilitam a compreender a ideia de inferno”.

* * *

Ditado:

“Quem viver no inferno, se acostuma com o diabo”.

* * *

Omar Khayam:

“Ouço dizer que os amantes do vinho serão castigados no inferno. Se os que amam o vi-nho e o amor vão para o inferno, o paraíso

deve estar vazio”.

Mês que vem tema mais...

A FAMILIA BOLSONARO, A MORTE, A EXTORSÃO, A DOR E OS MILICIANOS DO RIO DE JANEIRO.

Um pouco do que descobri, como jornalista e mulher, VIVENDO NO RIO DE JANEIRO há quase 6 anos, no Recreio dos Bandeirantes ,um bairro lindo e tranquilo da zona oeste onde estão as praias mais paradisíacas da cidade, a poucos minutos dos estúdios de produção da Globo e da Record, um bairro onde moram centenas de atores e escritores em busca de um cenário inspirador , mas onde também vivem deputados ligados aos milicianos, ex capitães da PM e empresários do ramo imobiliário que enriqueceram rapi-damente unindo- se aos milicianos de Jacarepaguá (uma das fronteiras geográficas do Recreio).

1) Assim que me mudei para cá , para um bonito condomínio de casas , senti um alívio imenso, como mulher e mãe de uma menininha de 8 anos , ao descobrir que os assal-tos a condomínios ou mesmo nas ruas eram muito raros e que aqui reinava a paz.

Poucos meses depois , descobri que o que havia nessa região , nao era exatamente paz , mas uma "paz" artificial para nós, que vivemos em lindos e seguros condomínios , e muito medo para os pobres, para mulheres, jovens e crianças que nao tiveram as mesmas chances que eu , e vivem em comunidades perto daqui .O medo é imposto pe-las milicias da região , que exercem o pleno dominio do território nas comunidades mais pobres ( não nos condomínios , claro) , que torturam, estupram, matam , impõem o to-que de recolher aos mais pobres , obrigam aquelas pessoas a comprarem apenas gás ou internet dos milicianos locais , estupram meninas de 13 anos e praticam extorsões contra pequenos comerciantes dessas comunidades.

Umas das primeiras funcionárias que tive aqui em casa , uma senhora de quem eu gos-tava muito, teve seu filho assassinado por ter denunciado o grupo de milicianos que ten-taram extorqui- lo quando decidiu abrir uma pequena loja de galões de água mineral. Ela também teve uma das sobrinhas estupradas por um ex capitão da PM.

2) Por ser autora de um livro- reportagem sobre a máfia italiana Cosa Nostra, seus as-sassinatos, crueldades históricas e extorsões (o livro "Quando amanhece na Sicília... " , premiado recentemente ) , comecei a conversar com moradores de comunidades da região e a constatar as imensas semelhanças entre a Cosa Nostra e as milícias do Rio , inclusive na extorsões aos mais pobres, nos seus tentáculos e em sua ligação com polí-ticos poderosos.

3) Uma das primeiras coisas que ficaram claras para mim, morando no Recreio, foi a ligação umbilical existente entre a família Bolsonaro e as milícias dessa região.

Flávio Bolsonaro chegou a homenagear , quando era um deputado estadual da ALERJ, dois dos principais milicianos da região, hoje entre os principais suspeitos do assassina-to de Marielle.

4) Em 2011 , quando a juíza Patrícia Accioly , foi assassinada por milicianos, Flávio Bol-sonaro foi ao Twitter para difamar a juíza , desrespeitando até mesmo a dor dos familia-res

5) Quando a juíza Daniella Barbosa foi agredida por milicianos aqui no Rio, Flávio Bol-sonaro foi às redes sociais para defender os agressores.

6) Flávio Bolsonaro também foi o único deputado estafual do Rio a ser contra a entrega da Medalha Tiradentes a Marielle. E Jair Bolsonaro, cuja ligação com as milícias é ine-gável há mais de 20 anos, mergulhou no mais completo e ensurdecedor silêncio sobre o assassinato de Marielle .

7) Como é possível que Flavio e Jair Bolsonaro não soubessem que Queiroz está pro-fundamente ligado aos milicianos de Rio das Pedras , se foi exatamente ali que o ex- motorista da família se escondeu por dias e dias depois de descobertas as suas movi-mentações financeiras envolvendo milhões de reais?

8) Como é possível que Flávio Bolsonaro não soubesse que duas mulheres que traba-lhavam em seu gabinete eram, respectivamente, a mãe e a esposa de um dos milicia-nos ligados historicamente ao Escritório do Crime e a quem ele havia HOMENAGEADO recentemente na Assembleia?

9) O clã Bolsonaro só começou a tentar esconder desesperadamente sua ligação com os milicianos recentemente. Antes disso , Flávio e Jair defenderam diversas vezes a a-tuação desses grupos de extermínio da zona oeste , de pessoas que matam, extorquem comerciantes, torturam e estupram meninas das comunidades em que atuam.

10) Flávio Bolsonaro já propôs inclusive a legalização desses grupos. No início de seu segundo mandato na Assembleia Legislativa do Rio, em 2007, ele votou contra a insta-lação da CPI das milícias. E a própria instalação dessa CPI só foi cogitada depois que milicianos torturaram por horas a equipe de jornalistas do jornal O Dia.

Lucia Helena Issa

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.PAU BRASIL e PRÉ-SAL

(CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 4)

Jean de Léry descreveu o trabalho estafante dos índios nas lides do pau-brasil que carregavam nos ombros nus por duas a três lé-guas (de 13 a 20 quilômetros).”.

“O papel dos índios foi fundamental no processo de exploração do pau-brasil, pois eram eles que derrubavam as arvores, cortavam as toras e as transportavam para os navios. Era trabalho árduo consi-derando-se o tamanho das árvores, a espessura dos troncos e seu peso. Os troncos, duríssimos, variando de 20 a 30 metros de altura, depois de cortados, eram transformados em toras de cerca de 1,5 metros que podiam pesar até 30 quilos cada uma. Jean de Léry descreveu o trabalho estafante dos índios nas lides do pau-brasil que carregavam nos ombros nus por duas a três léguas (de 13 a 20 quilômetros)”

“Em troca desse serviço os nativos recebiam facas, espelhos, mi-çangas, tesouras, agulhas, foices e , decerto, machados de ferro para cortarem os troncos. A difusão do uso desses machados em substituição aos de pedra aumentou imensamente a produtividade do trabalho, reduzindo em mais de dez vezes o tempo de derruba-da dos troncos. Daí entender que no século XVI mais de 2 milhões de árvores tenham sido derrubadas e reduzidas a toras.”

Mas logo surgiram os piratas e corsários, principalmente franceses, preocupando a coroa que, em 1531 enviou a expedição de Martim Afonso de Souza, dando início à colonização através da exploração agrícola da terra.

Portanto, a defesa do pau-brasil provocou a necessidade de coloni-zação do Brasil.

O PRE-SAL

Com a descoberta do pré-sal e o desenvolvimento de tecnologias que tornaram sua exploração econômica claramente viável (obras da Petrobras , piratas e corsários retornaram muito mais motivados diante de perspectivas de ganhos alcançando a casa dos US$ tri-lhões.

Dois encargos são característicos na exploração de petróleo e gás ; royalties e participações especiais.

O royalty é uma compensação financeira devida à União para re-munerar a sociedade pela exploração destes recursos não renová-veis.

Participação especial é uma compensação financeira extraordinária devida pela exploração de campos de grande volume de produção.

Em 2010, com descoberta do campo super gigante de Buzios e buscando o fortalecimento da Petrobras, foi aprovada a Lei 12276 de 30 de junho de 2010, na qual a União cedeu à Petrobras, sem licitação, 5 bilhões de barris, através de capitalização da empresa. Processo conhecido como de “cessão onerosa”.

A Lei da cessão onerosa, não se entende porque, isentou a Petro-bras do pagamento de participação especial, mas exigia o paga-mento de royalties.

Em 22 de dezembro de 2010, foi aprovada a Lei 12.351 estabele-cendo o regime de partilha de produção.

Nos contratos de partilha de produção, o petróleo é da União, os custos de produção e desenvolvimento são compensados (cost oil) e, ao final, o lucro em óleo (profit oil) é repartido entre a União e os participantes do contrato.

Esta Lei (12.351) em seus artigos 2º, 10°, 15º e 20º permitiu, tam-bém não se sabe porque, ao contratado apropriar ao custo de pro-dução o valor correspondente aos royalties devidos.

Portanto, na cessão onerosa, a produção estaria isenta do paga-mento tanto de royalties como de participação especial. Um absur-do.

Muitos abnegados, entre eles companheiros da AEPET, como Fer-nando Siqueira, lutaram contra esta situação, conseguindo o apoio do Deputado Federal Ibsen Pinheiro, logrando a aprovação da Lei 12.734 de 2012, que em seu artigo 42 § 1º, estabelece o seguinte :

“O royalties , com alíquota de 15% do valor da produção, corres-pondem à compensação financeira pela exploração de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos líquidos de que trata o §1º do artigo 20 da Constituição Federal, sendo vedado, em qualquer hipótese, seu ressarcimento ao contratado e sua inclusão no cálcu-lo do custo em óleo.”

Tudo muito claro.

Ocorre que os contratos para exploração de petróleo no pré-sal ela-borados pela ANP, nos 5 leilões já efetuados, “atropelaram” a Lei 12.734 de 2012 e no item 2.9.1 estabelecem :

“Ao contratado caberá a apropriação originária do volume corres-pondente aos royalties devidos e, em caso de Descoberta Comerci-al, ao custo em óleo”

Onde estão os órgãos fiscalizadores TCU, MPF etc ?

No final de 2017 o senado aprovou Medida Provisória do governo Temer, beneficiando diretamente empresas que atuam na explora-ção e produção de petróleo. Com a medida provisória foram sus-pensas as cobranças dos seguintes tributos :

- Imposto de importação

- Imposto sobre produtos industrializados

- PIS e PASEP importação

- Cofins importação

A MP zera, ainda, a alíquota de imposto de renda sobre algumas operações. No mesmo dia em que a MP foi editada, o governo pu-blicou um decreto que teve como ponto principal a prorrogação do Repetro por 20 anos.

Segundo consultor legislativo da Câmara Paulo Cesar Ribeiro de Lima, as isenções representarão perda de cerca de R$ 1 trilhão pa-ra a União nos próximos 25 anos.

Em 2010 a Petrobras pagou à União algo em torno de R$ 74 bi-lhões pelo direito de explorar 5 bilhões de barris de petróleo no pré-sal (cessão onerosa). Depois de iniciadas a perfurações em mar aberto descobriu-se que as reservas superavam os 14 bilhões de barris.

Agora nossos políticos, piratas lesa-pátria, pretendem entregar pa-ra petroleiras estrangeiras o excedente da cessão onerosa bem co-mo autorizar a Petrobras a “vender” 70% dos seus direitos de 5 bi-lhões de barris (PLC78/2018 do deputado José Carlos Aleluia)

CONCLUINDO

Piratas e corsários tomaram conta do país e estabelecem as regras “conforme o diabo gosta”.

As petroleiras estrangeiras estão encantadas com o Brasil. Além de comprar reservas à “preço de banana” podem trabalhar com isen-ções de um paraíso fiscal.

Não pagam royalties, participação especial, imposto de importação, PIS, Cofins,IPI, IR etc. E, por último e não de menor importância, isenção de impostos na exportação da commodity (óleo cru) pela Lei Kandir.

Bons tempos aqueles da exploração do pau-brasil, pelo menos os nativos recebiam espelhos, tesouras e miçangas. Terra brasilis.

Cláudio da Costa Oliveira

Mrço de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 6

Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

O seu progresso só vai funcionar, quando você parar de atrasar o progresso do próximo.

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Sérgio Moro e a decadência intelectual das elites

O ministro da Justiça Sérgio Moro exprime a decadência intelectual de parcela da sociedade brasileira, em especial a classe média e alta. No início do século XX, as elites brasileiras, ainda imbuídas de um viés aristocrático da recém-abolida monar-quia, admiravam o eruditismo e as belas artes que funcionavam como lenitivos morais das práticas desumanas realizadas nas relações de trabalho no campo e nas industrias, baseadas no racismo mais cruel. Ao mesmo tempo que explora-vam brutalmente trabalhadoras e trabalhadores e defendiam políticas eugenistas, admiravam a produção artística europeia, em especial da França.

Em 1934, as elites paulistas financiaram a construção da Universidade de São Paulo, uma instituição que buscava recuperar o prestigio do Estado por meio da formação de uma intelegentsia local com a participação de intelectuais europeus.

Um pouco antes, em 1922, parcela das oligarquias cafeeiras apoiou o movimento do modernismo brasileiro, a despeito das posições progressistas de grande parte dos seus expoentes.

Um exemplo marcante desses tempos foi o empresário Assis Chateaubriand, dono do maior conglomerado midiático daquela época. O seu conhecido estilo truculen-to não o impediu de dar impulso ao projeto de construção do Museu de Arte de São Paulo (MASP), arrecadando fundos com uma série de empresários brasilei-ros.

A truculência das classes dominantes, expressa na superexploração de classe que caracteriza o capitalismo brasileiro, passou a ser pintada com cores de erudi-ção mais recentemente com a admiração pelo “príncipe” Fernando Henrique Car-doso e toda sua trupe. Apesar de grande parte dos seus admiradores não conhe-cerem a fundo sua obra, este deslocamento da figura do intelectual para a de cele-bridade é a marca dos tempos mais recentes. Entretanto, no início foi um processo de colonização de figuras que fizeram sua carreira nas estruturas acadêmicas pa-ra as lógicas midiáticas. Por isso, o autor da teoria da dependência vira a celebri-dade que chama as críticas ao seu governo de “nhem-nhem-nhem” (clique aqui para ver).

E Sérgio Moro completa este ciclo como uma celebridade que não tem nenhum estofo acadêmico, pelo contrário. Ele e seus companheiros da República de Curiti-ba são intelectualmente medíocres, o pretenso embasamento da sua atuação na Operação Mãos Limpas é contestada pelo próprio magistrado italiano (clique aqui) e a sua participação em um governo que tem a marca de um teatro de absurdos (com um ministro das Relações Exteriores paranoico, que vê comunismo em todo lugar, e um outro que acusa um jornalista da Globo de ser agente da KGB) coroa sua trajetória de querer ser uma “atenuante racional” de uma onda de imbecilidade que tomou conta do país.

É com este “capital simbólico” que o ex-magistrado quer ter a legitimidade para propor um Pacote Anticrime, cujo centro é punitivista, aumenta demasiadamente o poder de interpretação de juízes e coloca no primeiro ponto a sua obsessão em garantir a prisão de Lula, ao querer regulamentar a prisão em segunda instância. Nada, nesse pacote, que trata da efetiva aplicação da Lei Maria da Penha (como, por exemplo, a obrigatoriedade do funcionamento das delegacias da mulher, im-plantação de centros de referência e casas de passagem, entre outros) ou da Lei Caó. O maior problema para Moro são os crimes contra o patrimônio, expressando o pensamento de setores mais conservadores.

Apesar de vários indicadores mostrarem que existe uma violência dos agentes po-liciais de forma desmedida, ao invés de aperfeiçoar os mecanismos de controle das forças de segurança, ele propõe atenuantes para eventuais casos de homicí-dios praticados por policiais (clique aqui).

Os aristocratas do início do século enchiam a boca para falar francês, Moro prefe-re empolar a voz para introduzir o “plea bargain”, instrumento de barganha do con-denado quando ele confessar o crime. Este anglicismo vai ao encontro dos seus defensores que argumentam que ele é capacitado “porque fez vários cursos nos EUA” (sic). Afinal, muitos dessa turma se regozijam com o desejo (ou a sua reali-zação) de fazer compras em Miami – que entrou no lugar dos sonhos da aristo-cracia do início do século XX que era visitar os museus em Paris, ou do próprio Fernando Henrique Cardoso que fala sempre dos seus tempos na Sorbonne.

Fim das perspectivas civilizatórias do capitalismo, como diz Mandel? Ou a demo-cratização da imbecilidade proporcionada pelas redes sociais, conforme afirma Umberto Eco?

Fica para pensar.

Dennis de Oliveira

Março de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 7

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IRA DA NATUREZA

GENHA AUGA

TUFÕES QUE DEVASTAM COM FUROR,

MARES QUE TRAZEM ONDAS DE HORROR,

GELEIRAS QUE O SOL FAZ ACABAR,

CHUVA QUE CAI NÃO MAIS PARA MOLHAR

VEM PARA TUDO ALAGAR.

QUE IRA É ESSA QUE ASSIM SE REBELA?

REFLITA APENAS O QUE A HUMANIDADE FEZ;

SUJOU A ÁGUA, O CÉU, A TERRA

POUCO RESTOU...

A FORÇA DIVINA, SOMENTE SERVIRÁ

A QUEM DA NATUREZA CUIDAR E RESPEITAR.

O PLANETA NÃO MORRE, RECUPERA-SE!

O HOMEM, ESSE SIM DESAPARECERÁ,

SEM ELE A TERRA NADA PERDERÁ.

NÃO PRESERVA O MEIO AMBIENTE,

QUEIMA O VERDE, FAZ CINZA O AZUL DO CÉU,

TRANSBORDA AS ÁGUAS COM LIXO

TINGE A TERRA COM SANGUE E NÃO SUOR.

A INTELIGÊNCIA DO HOMEM NÃO É BASTANTE.

MÃE NATUREZA É UM PRESENTE DE DEUS

QUE A FEZ COM PERFEIÇÃO!

MAS VEIO AQUELE QUE TEM A MALDADE

JUNTOU-SE O HOMEM AO DIABO

E EIS O RESULTADO!

A Autodestruição da Justiça

À medida que aumenta o poderio de uma socieda-de, assim esta dá menos importância às faltas dos seus membros, porque já lhes não parecem perigo-sas nem subversivas; o malfeitor já não está redu-zido ao estado de guerra, não pode nele cevar-se a cólera geral; mais ainda: defendem-no contra essa cólera.

O aplacar a cólera dos prejudicados, o localizar o caso para evitar distúrbios, e procurar equivalên-cias para harmonizar tudo (compositio) e principal-mente o considerar toda a infração como expiável e isolar portanto o ulterior desenvolvimento do direito penal.

À medida, pois, que aumenta numa sociedade o poder e a consciência individual, vai-se suavizando o direito penal, e, pelo contrário, enquanto se mani-festa uma fraqueza ou um grande perigo, reapare-cem a seguir os mais rigorosos castigos.

Friedrich Wilhelm Nietzsche

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Março de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 8

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Socialismo que nada, o verda-deiro alvo do governo Bolso-

naro é o Iluminismo.

Por isso, os ataques ao direito à edu-cação pública e ao ingresso em uni-versidades

A imagem acima mostra a Xilogravura de Flammarion, onde um ho-mem medieval com seu bastão, vestido como um peregrino, que olha para o céu como se estivesse encoberto por uma cortina, ele olha como se quisesse conhecer o outro lado da Terra, o que está oculto, o que há além do próprio planeta Terra.

Em uma entrevista que concedi ao jornal português Diário de Notí-cias no dia 11 de janeiro de 2019, expressei minha preocupação com que eu considero um ataque ideológico contra a ciência no Brasil por parte do governo Bolsonaro.

Pois bem, um amontoado de declarações vindo de diversos dos ministros instalados em cargos chaves para o desenvolvimento so-cial, econômico e cultural do Brasil me fazem agora pensar que o ataque a que me referi vai além da ciência. É que estão sob ata-que também as escolas e universidades, bem como os mecanis-mos que foram criados para a defesa do meio ambiente.

Um exemplo disso é a proposta da ministra Damares Alves que propõe a adoção de um modelo ainda pouco claro do chamado “home schooling” (ou seja, educação dentro de casa). Essa pro-posta atenta contra quase um século (se levarmos o “Movimento da Escola Nova” que foi liderado por Anísio Teixeira na década de 1930) de luta para que seja garantido o direito de que cada brasilei-ro ter acesso a uma educação pública, laica e a co-educação (i.e., a mesma educação para ambos os sexos). Como um liberal da é-poca, em um pais marcado por profundas desigualdades educacio-nais, Anísio Teixeira, inspirado no modelo norte-americano, acredi-tava que todo brasileiro e brasileira deveria ter acesso à escola, pois esta instituição seria capaz de desenvolver as habilidades indi-viduais.

Com sua proposta de “home schooling”, o que Damares Alves pa-rece avançar é a sua visão de que “meninos vestem e meninas vestem rosa” e de que “as mulheres nasceram para serem mães e que o modelo ideal de sociedade as deixaria apenas em casa, sus-tentadas pelos homens.”. Portanto, do alto da sua posição de mi-nistra, Damares Alves avança sua visão de sociedade patriarcal onde cabe à mulher apenas os papéis de reprodutora e cuidadora da prole. Além disso, a proposta desconsidera os múltiplos papéis que a escola desempenha em um país como o Brasil, de possibili-tar que os trabalhadores e seus filhos possam se apropriar do co-nhecimento produzido pela Humanidade e, também, de ser um lo-cal de extrema importância no qual muitas mulheres (dados de 2015 apontam que 28,5 milhões de famílias brasileiras eram mono-parentais e comandas por mulheres) possam trabalhar e deixar seus filhos em casa.

Não bastasse as ideias retrogradas de Damares Alves, temos ain-

da as manifestações do ministro da Educação, Ricardo Vélez-Rodriguez, de que “as universidades devem ficar reservadas para uma elite intelectual, que não é a mesma elite econômica [do pa-ís]”. Apesar de tentar de desvencilhar do real significado desta posi-ção ao dizer que elite intelectual não é sinônimo de elite econômi-ca, a pergunta que Vélez-Rodriguez é de como ele consegue sepa-rar uma coisa da outra em um país onde prevalece uma das con-centrações mais abjetas de riqueza no planeta (estando no grupo de 10 países com extrema concentração de riqueza no mundo). U-ma única certeza desse projeto de “universidade para as elites” é que se essa ideia vencer, teremos um “branqueamento” das salas de aula a partir do impedimento de que jovens negros e pobres possam almejar educação universitária no Brasil. Isto se trata de impor um profundo retrocesso, e vai na contramão das políticas e-ducacionais que vem sendo executadas a partir da década de 1990, no qual uma parcela expressiva das classes subalternas teve a oportunidade de ter acesso ao ensino superior.

Ministro Ricardo Vélez-Rodriguez, ao lado do presidente Jair Bolso-naro, defende que universidades sejam para a “elite intelectual”.

Como professor de uma universidade pública desde 1998, sou tes-temunha viva do esforço realizado por centenas de jovens que che-garam ao nível universitário com graves deficiências de formação, as quais foram superadas com grande esforço pessoal e dedica-ção. E muitos desses jovens são hoje exemplos concretos de alta capacidade intelectual, condição que só puderam alcançar por cau-sa da existência de uma universidade criada por demanda popular no interior do estado do Rio de Janeiro. Essa universidade, a Uenf, é, inclusive, um dos últimos tributos de outro grande líder na luta pela educação pública no Brasil, o antropólogo Darcy Ribeiro, e um dos testemunhos materiais da importância da escola pública no processo de desenvolvimento econômico nacional.

Mas o que a junção das ideias de Damares Alves e Ricardo Vélez-Rodriguez evidencia é que o alvo real dos planos de desmanche do governo Bolsonaro não é uma suposta, mas inexistente, herança socialista deixada pelos parcos anos em que o PT comandou o go-verno federal. O alvo real são as ideias do Iluminismo do Século do Século XVIII acerca do papel da ciência e da educação no desen-volvimento de uma sociedade que pudesse almejar condições mais dignas de existência de Humanidade.

É essa aversão ao pensamento iluminista que está explicita nas manifestações e projetos que estão sendo gestados pelo governo Bolsonaro. Entender isso e a gravidade do retrocesso que está se montando em diversas áreas essenciais é fundamental para que possamos sair da posição expectante para outra de natureza pró-ativa em defesa da ciência e da educação pública.

Finalmente, imaginemos quão trágico é, em pleno Século XXI, es-tarmos em uma batalha de vida ou morte para a nação brasileira por ideias que já deveriam ter sido abraçadas desde o Século XVIII. Mas é por é isso mesmo que não há espaço para a dúvida, hesita-ção ou, menos ainda, resignação.

Marcos Pedlowski

O Dia da Mulher é a celebração das conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres ao longo dos anos, sendo adotado pela Organização das Nações Unidas e, consequentemente, por diversos países. Esta data é marcada por presentes simbólicos, como flores, em especial rosas, poemas ou frases, por exemplo. A luta das mulheres por melhores condições de vida e trabalho começou a partir do final do século XIX, principalmente na Europa e nos Estados Unidos. As jornadas de trabalho de 15 horas diárias e a discriminação de gênero eram alguns dos pontos que eram debatidos pelas manifestantes da época. De acordo com registros históricos, o primeiro Dia da Mulher foi celebrado nos Estados Unidos em maio de 1908 (Dia Nacional da Mu-lher), onde mais de 1.500 mulheres se uniram em prol da igualdade política e econômica no país. No entanto, o 8 de março teve origem com as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho, durante a Primeira Guerra Mundial (1917). A manifestação que contou com mais de 90 mil russas ficou conhecida como "Pão e Paz", sendo este o marco oficial para a escolha do Dia Internacional da Mulher no 8 de março, porém somente em 1921 que esta data foi oficializada.

08 - Dia Internacional da Mulher

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35 coisas que você precisa saber sobre o MST

Há 35 anos o MST luta por uma sociedade mais justa e iguali-tária. Ao longo desse período, além da Reforma Agrária Po-pular e da agroecologia, um caminho na luta por educação,

cultura, saúde e igualdade também foi traçado.

Confira abaixo: 1 – Ao longo desses 35 anos, o MST tornou-se o maior produtor de arroz orgânico da América Latina Somente na safra de 2017 foram produzidos 27 mil toneladas de arroz orgânico. Além disso, o Movimento exporta 30% de sua produção para países como Esta-dos Unidos, Alemanha, Espanha, Nova Zelândia, Noruega, Chile e México. 2 – Fruto dessa organização são as cooperativas, associações e agroindústrias nos assentamentos. Atualmente, o MST organiza sete principais cadeias produti-vas: feijão, arroz, leite, café, sucos, sementes e mel.

3 – O MST realiza feiras da Reforma Agrária em todo Brasil Atualmente, são 17 feiras estaduais espalhadas por todo o país, além da feira na-cional que acontece anualmente na cidade de São Paulo. 4 – Ocupação do MST no Paraná ganha prêmio por recuperação da Mata Atlânti-ca O acampamento José Lutzenberger, que fica no município de Antonina (PR) ocu-pa parte da Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueçaba, no litoral norte do Paraná, e desde 2003 concilia a produção de alimentos livres de agrotóxicos – de couve à café – com a recuperação da Mata Atlântica. Por isso, a comunidade foi contemplada no prêmio Juliana Santilli, na categoria ampliação e conservação da agrobiodiversidade.

5 – Em 2018, assentamento do MST alcança safra recorde de sementes Só da variedade de milho crioulo Sol da Manhã, o pré-assentamento Ana Ferreira, em parceria com o Movimento Camponês Popular (MCP), produziu 30 toneladas. Já comunidades camponesas organizadas no MCP geraram 120 toneladas de sementes. Destas, 20 toneladas são de 7 variedades de feijão, 2 toneladas de arroz e 98 toneladas de 6 variedades de milho, todos crioulos.

6 – MST recebe prêmio em Guernica pela luta da Reforma Agrária O prêmio Guernica para a Paz e Reconciliação foi entregue em 2013, na cidade de Guernica, na Espanha. Ao conceder o prêmio para o MST, o comitê de jurados afirmou que o Movimento é uma “organização que luta pela paz e pela Reforma Agrária no Brasil”.

7 – Em 1995, o MST ganhou prêmio por programa educacional O programa educacional do Movimento, feito nos assentamentos de Reforma A-grária, ganhou o Prêmio Itaú-Unicef Educação e Participação.

8 – Em 2011, o MST recebeu prêmio por sua produção sustentável A Coalizão Comunidade Soberania Alimentar (Community Food Security Coalition -CFSC) escolheu o MST para receber o Terceiro Prêmio Anual de Soberania Ali-mentar . A entrega aconteceu durante a 15º Conferência Anual do CFSC, em Oa-kland, Califórnia, EUA. 9 – O Prêmio Ceci Melo de Participação Social do Governo da Paraíba, que anu-almente homenageia mulheres que se destacam nas atuações sociais, na edição de 2018, homenageou a militante do MST, Dilei Aparecida Schiochet. 10 – O MST, recebeu em dezembro em 2018, o Prêmio Santo Dias de Direitos Humanos, oferecido pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. 11 – Escola do MST recebe prêmio em feira de ciência e tecnologia em Santa Ca-tarina O projeto “uso das caldas em sistemas agroecológicos” da escola Vinte e Cinco de Maio venceu em 2018 o 3º lugar na XII Feira de Ciência e Tecnologia do esta-do. 12 – Em maio de 2016, o MST recebeu o prêmio Chapin Awards da organização americana WhyHunger.

13 – Escola do MST ganha prêmio com o tema Zumbi dos Palmares O Colégio Estadual do Campo Contestado, situado no Assentamento Contestado na Lapa, estado do Paraná, ganhou o prêmio Orierê-Cabeças Iluminadas, do Cen-tro Cultural Humaitá, com o tema Zumbi dos Palmares. O Prêmio foi criado em 2009 pelo Centro Cultural, com intuito de valorizar e evidenciar a herança Africana e Afro-Brasileira no Paraná. 14 – Em 2002, um trabalho inédito de conservação ambiental em assentamentos do MST no Pontal do Paranapanema, em São Paulo, ganhou o Whitley Gold A-ward, um dos mais importantes prêmios ambientais do mundo. 15 – O Movimento luta pelo acesso à educação pública, gratuita e de qualidade em todos os níveis para suas crianças, jovens e adultos. Já conquistou mais de 2 mil escolas públicas e 320 cursos via Pronera em 40 instituições, onde já se for-maram 165 mil educandos no ensino fundamental e médio e em cursos técnicos e de nível superior, como agronomia, agroecologia, medicina veterinária, história, direito, serviço social e cooperativismo.

16 – Segundo o Índice de Desenvolvimento na Educação Básica (IDEB) duas es-colas do MST obtêm maiores índices na educação básica A Escola Amadeus Carvalho no Assentamento Marrecas, localizada no município de São João do Piauí, e a Escola Sabino Bernardo, no Assentamento Palmares, município de Luzilândia, obtiveram no ensino fundamental notas consideradas acima da média para modalidade. 17 – O MST não doutrina crianças, todas as nossas escolas são públicas e cum-prem as diretrizes aprovadas pelo Ministério da Educação (MEC). 18 – Desde 2005, através do Projeto Escuela Latinoamericana de Medicina (ELAM), mais de 100 médicos Sem Terra já se formaram em Cuba e na Venezue-la. Eles atuam em 16 estados brasileiros, no Sistema Único de Saúde (SUS) e no Programa Mais Médicos, atendendo principalmente a população mais pobre da zona rural, vilas e periferias. 19 – Através do método cubano ‘Sim eu Posso’, mais de 50 mil adultos já foram alfabetizados

20 – O MST não rouba terras, o MST ocupa terras improdutivas A política de Reforma Agrária somente desapropria terras que não cumpram sua função social, ou seja, que não são utilizadas para moradia nem para plantio. Quem garante isso é a Constituição Federal de 1988, artigos 182 e subsequentes, bem como o Estatuto da Terra (Lei nº4.504/1964). 21 – O MST luta desde 1984 por Reforma Agrária e transformações sociais no país. Conquistou assentamentos para mais de 1 milhão de pessoas e ajudou a construir e/ou implementar o Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), o Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), o reconhecimento da profissão de agricultora, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), dentre outras po-líticas. 22 – Julia Kaiane Prates da Silva, nascida e criada no assentamento de São Virgí-lio, na cidade de Herval (RS), chegou à final da 10ª Olimpíada Nacional em Histó-ria do Brasil. A olimpíada aconteceu em agosto de 2018, em Campinas, no interior de São Paulo. 23 – Ao todo, mais de 600 mil pessoas passaram pela Feira Nacional da Reforma Agrária durante suas três edições em São Paulo 24 – O MST tem uma vasta produção audiovisual tendo, ao longo desses 35 anos, produzido e participado de dezenas de longas e curtas-metragens, isso sem falar da produção musical que conta com álbuns dedicados à produção musical do Mo-vimento 25 – As experiências do MST na área da saúde popular são enormes e estão por todos os estados. São cursos técnicos em enfermagem, fitoterapias, auriculotera-pia, massagens, além de cursos de graduação em psicologia e enfermagem. Em 2017, o documentário ‘Do Corpo da Terra: Filme do Setor de Saúde do MST’ foi premiado no 12ª edição do Festival Taguatinga de Cinema 26 – Outra iniciativa, bastante comemorada no setor, é a produção de hortas me-dicinais. No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, existem três experiências in-tercaladas na produção de fitoterápicos. 27 – A Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), localizada em Guararema, foi construída entre 2000 e 2005 por mais de 1.000 militantes do MST, que fabri-caram até os tijolos utilizados nas edificações. 28 – Os recursos para a construção foram levantados com a venda do livro e dis-co Terra, com fotos de Sebastião Salgado, texto de José Saramago e músicas de Chico Buarque. 29 – A escola é voltada para a formação política de militantes de movimentos so-ciais do Brasil e de todo o mundo. 30 – Já passaram mais de 24 mil alunos pela escola e 500 professores voluntá-rios. 31 – A escola também possui uma biblioteca com mais de 40 mil livros doados, três salas de aula, um auditório e dois anfiteatros. Foram construídos também quatro blocos de alojamento, refeitórios, lavanderia, estação de tratamento de es-gotos e casas destinadas aos assessores e às famílias de trabalhadores que resi-dem na escola. 32 – O MST comercializa alimentos institucionalmente para várias entidades, pro-gramas e organizações, dentre elas, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). Os produtos do MST também são exportados e comercializados em mercados, feiras, grupos de consu-mo, Armazéns do Campo e lojas da Reforma Agrária.

33 – Escola do MST desenvolve embalagens sustentáveis de banana verde O projeto “Embalagens sustentáveis de banana verde”, de autoria do professor Robson Almeida da Silva, do Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) da Floresta e Chocolate Milton Santos, no município de Arataca, no Sul da Bahia, foi um dos cinco vencedores do Nordeste indicados ao prêmio nacional “Respostas para o amanhã”.

34 – O MST não tem líderes, mas sim, instâncias organizativas. 35 – O MST não vai ocupar seu sítio, o Movimento ocupa latifúndios improdutivos e, através disso, cumpre com o compromisso de garantir a função social da terra.

Fonte: mst.org.br

Março de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 9

Informar para educar - Educar para formar - Formar para transformar

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Origem da data

A data foi criada em 1970, pelo senador norte-americano Gaylord Nelson que resolveu realizar um protesto contra a poluição da Terra, depois de verificar as consequências do desastre petrolífe-ro de Santa Barbara, na Califórnia, o-corrido em 1969.

Inspirado pelos protestos dos jovens norte-americanos que contestavam a guerra, Gaylord Nelson, de-senvolveu esforços para conseguir colocar o tema da preservação da Terra na agenda política norte-americana.

A população aderiu em força à manifestação e mais de 20 milhões de americanos manifestaram-se a favor da preservação da terra e do ambiente.

Atividades

Todos os anos, no dia 22 de abril, milhões de cidadãos em todo o mundo manifestam o seu compromisso na preservação do ambien-te e da sustentabilidade da Terra. Neste dia de cariz educativo es-crevem-se frases e poemas sobre a importância do planeta Terra

nas escolas, entre outras atividades.

É possível juntar-se a atividades existentes, criar eventos próprios, doar dinheiro, ou tomar simples atos como plantar uma árvore ou separar o lixo, por exemplo.

O Dia Mundial da Terra conta já com mais de mil milhões de atos realizados em prol do ambiente ao longo da história. É o maior dia do ano para o planeta Terra, desejando que todos os habitantes do mundo realizem algum ato que o proteja. Este ato será uma espé-cie de semente para regar durante o resto do ano.

Impacto ambiental

Investigadores e associações ambientalistas alertam para o perigo e consequências do aquecimento global da Terra, nomeadamente:

- aumento da temperatura global da Terra;

- extinção de espécies animais;

- aumento do nível dos oceanos;

- escassez de água potável;

- maior número de catástrofes naturais, como tempestades, secas e ondas de calor.

Fonte: Callendar

Março de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 10

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A data serve para conscientizar as pesso-as sobre a importância que os biomas flores-tais possuem para o sustentamento da vida em todo o planeta. Vá-rias organizações não

governamentais, escolas e empresas promovem atividades de ar-borização e reflorestamento pelas cidades de todo o mundo, crian-do os chamados "espaços verdes".

As florestas são apelidadas de "pulmão do mundo", e não é a toa. As árvores ocupam cerca de 30% da superfície da Terra, sendo responsáveis pela fotossíntese - processo de produção de oxigênio a partir da absorvição de dióxido de carbono (CO2).

No Brasil, o Dia da Árvore e Florestas tem um significado ainda mais importante, já que o país acolhe a maior floresta do planeta: a floresta amazônica.

Origem do Dia Internacional das Florestas e da Árvore

Em 10 de Abril de 1872, o norte-americano Julius Stirling Morton promoveu no estado do Nebraska, nos Estados Unidos, um dia de-dicado às ações de reflorestamento e arborização de zonas cen-trais das cidades. A data ficou conhecida como "Arbor Day".

Em 1971, quase um século depois da iniciativa de Stirling Morton, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura - FAO, estipulou o dia 21 de Março como o Dia Internacional das Flo-restas. A data marca o início da primavera no hemisfério Norte. No hemisfério Sul, a data é comemorada também no começo da pri-mavera, em 21 de Setembro.

Fonte: Callendar

21 - Dia Mundial da Terra

21 - Dia Inter. das Florestas e da Árvore

Definição

O consumismo é o ato de consumir (comprar) produtos de forma exagerada. As pessoas consumistas adqui-rem produtos (roupas, produtos eletrônicos, perfumes, joias, carros, imóveis) sem ter a necessidade destes.

O consumismo é típico das sociedades capitalistas e é estimulado pelas campanhas publicitárias vinculadas, principalmente na TV, cinema e meios de comunicação (revistas, jornais, rádios).

Quando o consumismo se transforma numa doença

Em alguns casos o consumismo pode se tornar uma doença (espécie de vício). Neste caso, a pessoa consu-mista só consegue obter prazer na vida ao comprar coisas. Em situações como esta, é necessário um trata-mento profissional de um psicólogo.

Por outro lado existe também o consumo consciente, que é aquele em que as pessoas compram produtos que estão precisando verda-deiramente. Pesquisam os melhores preços e buscam produtos que não prejudicam a natureza.

Você sabia?

- O consumismo tem se tornado um grande inimigo do Meio Ambiente. O lixo e outros resíduos gerados pelas embalagens e produtos descartados têm causado grandes problemas ambientais, principalmente nos grandes centros urbanos.

- O país que possui a população mais consumista do mundo são os Estados Unidos. O país tem cerca de 4,5% da população mundial, porém consome cerca de 40% de todos os recursos mundiais disponíveis.

- O pais que mais polui no mundo é a China, em segundo lugar os EUA, em terceiro lugar a União Europeia e em quarto lugar a Índia.

CONSUMISMO

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Opção preferencial pela barbárie

Ao chamar ao Brasil o exército brutal de Israel, e condecorar um crimino-so de guerra, governo confirma sua submissão aos EUA e coloca país na rota do isolamento diplomático

Militares israelenses prendem e humilham garoto palestino. Presidente preferiu este exército, conhecido pelas atrocidades cometidas na ocupa-ção de país estrangeiro, à mobilização das forças armadas brasileiras em Brumadinho.

Por Berenice Bento e Sayid Marcos Tenório

Não era por nos surpreender. Nada do que este governo tem dito e feito está fora do perfil político do ex-capitão Bolsonaro. Infelizmente, no en-tanto, a sensação de surpresa ainda nos afeta. Por segundos pensamos: não será uma fakenews? Não é possível que este governo esteja tão des-conectado dos debates internacionais. Como é possível conceder a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, no grau de Grã-Cruz, a Benjamin Netanyahu, Primeiro-Ministro de Israel? Não resta dúvida, o Decreto foi publicado no Diário Oficial da União em 17 de janeiro.

Homenagear qualquer representante do Estado de Israel, um país que viola sistematicamente todas as Resoluções da ONU e Convenções Inter-nacionais em ações criminosas contra o povo palestino, é tornar-se cúm-plice. No entanto, quando o governo demonstra admiração oficial por Benjamin Netanyahu, um político que não nega a tradição genocida dos primeiros-ministros israelenses anteriores, mas a aprofunda, há neste ato um rompimento simbólico definitivo com a política exterior brasileira.

Quem é o primeiro-ministro israelense? Netanyahu é acusado de receber um milhão de shekels [moeda de Israel, valor equivalente a quase 300 mil dólares] como propina, além de charutos, champanhe e joias de dois em-presários, em troca de favores do governo israelense. Acusado de subor-nar, com dinheiro do Estado, o jornal Yedioth Ahronoth, para obter a pu-blicação de notícias favoráveis ao seu governo. E receber propina para que Israel comprasse três submarinos da empresa alemã ThyssenKrupp, mesmo contra a posição do Ministério da Defesa de Israel, que não via utilidade desses aparelhos alemães de guerra. A marca Krupp é famosa por seus canhões e fornos utilizados nos campos de concentração nazis-tas, além de financiar os crimes de Hitler contra judeus durante a Segunda Guerra Mundial.

O mesmo Netanyahu que acumula todas estas acusações também ordena bombardeios contra Gaza, nos quais é praticado o extermínio em massa de civis, entre eles milhares de crianças nos anos de 2012 e 2014; o mes-mo Netanyahu que autoriza a construção de assentamentos ilegais nos territórios palestinos, elevando ainda mais as tensões do conflito; o mes-mo Netanyahu presidente do partido de extrema direita Likud, que prega a limpeza étnica e a destituição de qualquer direito dos palestinos a suas terras históricas.

Mas seria esta condecoração um raio cortando o ceú azul? Passados os segundos inicias de surpresa, tivemos que admitir: há coerência do decre-to com tudo que o já foi dito pelo presidente da República em relação a Israel até o momento.

Vejamos:

Desde sua campanha eleitoral, o ex-capitão do Exército brasileiro, decla-rou que, se eleito, adotaria uma nova atitude diplomática, onde romperia com o viés “ideológico” das relações brasileiras. Uma das suas atitudes seria o fechamento da Embaixada da Palestina no Brasil, conforme decla-rou ao jornal O Estado de S. Paulo de 07/08/2018. Segundo ele “a Palesti-na, não sendo um país, não tem direito a Embaixada aqui. Não pode fazer puxadinho”. Ao contrário da presidenta Dilma que “negociou com a Pales-tina e não com o povo de lá. Você não negocia com terrorista, então, a-quela embaixada do lado do [Palácio do] Planalto, ali não é área para is-so”.

Por diversas vezes afirmou que uma de suas primeiras viagens oficiais se-ria para Israel e que iria autorizar a mudança da Embaixada brasileira para Jerusalém, seguindo o exemplo do presidente Donald Trump, de quem se declara fã. A comunidade judaica brasileira, embora com fissuras internas, apoiou a campanha para a eleição do ex-capitão e todos seus movimentos de aproximação incondicional com Israel.

A visita do primeiro-ministro de Israel e criminoso de guerra, Benjamin Netanyahu, foi a “joia da coroa”, de uma posse presidencial esvaziada de líderes mundiais e marcada por um forte viés ideológico, onde vizinhos de continente foram desconvidados na véspera. Netanyahu chegou ao Rio de Janeiro no dia 27 dezembro de 2018, onde manteve a primeira reunião bilateral com o presidente eleito. A visita do infanticida ao Brasil gerou inúmeras manifestações de repúdio por meio das redes sociais. No dia 29/12, cercado por dezenas de agentes do serviço secreto israelense Mos-sad, Netanyahu aventurou-se num passeio pela praia do Leme, onde esta-

va hospedado e onde ouviu gritos de “Free Palestine!” [Palestina livre!], vindos de pessoas comuns que o reconheceram. Na companhia de Bolso-naro, visitou uma sinagoga, onde o presidente eleito foi saudado efusiva-mente pelos presentes com gritos de “mito, mito”, gritado inclusive pelo chefão sionista.

Nos encontros que mantiveram, Bolsonaro mostrou coerência ao seu in-terlocutor. Jurou seu amor por Israel e anunciou sua adesão ao projeto colonial sionista, cujo principal gesto seria a transferência da Embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém. Prometeu mais acordos com Israel, numa clara demonstração da sua cumplicidade com a limpeza étnica que Israel promove na Palestina desde 1947.

Promessas que já havia feito durante a campanha presidencial e foi o mo-te que mobilizou aliados de peso, como empresários e lideranças evangé-licas, que se denominam “sionistas cristãos”, inteiramente favoráveis à transferência da embaixada para Jerusalém. Os sionistas cristãos acredi-tam que o retorno dos judeus à Terra Santa e o estabelecimento do Esta-do de Israel em 1948 está de acordo com a profecia bíblica, já desmonta-da historicamente: não há ligações entre os judeus bíblicos e os atuais is-raelenses sionistas. Mas a tese continua a ser utilizada fortemente pelo movimento sionista para justificar a colonização da Palestina e a limpeza étnica de seus habitantes.

“O avesso, do avesso, do avesso…”

A decisão de transferência da Embaixada para Jerusalém continua em dis-puta nas esferas governistas. Bolsonaro confirmou-a em entrevista ao jor-nal Israel Hayon, em 1º de novembro. Recuou após o Egito cancelar a visi-ta, em 6 de dezembro, do chanceler Aloysio Nunes ao país. Ele afirmou que a transferência não seria uma “questão de honra”. Outro recuo foi anunciado dias depois, quando foi divulgado que o Brasil estabeleceria não uma embaixada em Jerusalém, mas um escritório de representação.

Após encontro com Bolsonaro, Netanyahu foi porta-voz de um novo recu-o do presidente. Dessa vez ele declarou que a mudança não era uma questão de “se” será feita, mas “quando”. O ministro chefe da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto Santos Cruz, em entrevista à BBC News Brasil, no dia 4 de janeiro, disse que “eles [evangélicos] vão ficar na esperança. Porque uma coisa é você dizer que tem intenção, outra coisa é você concretizar. Para sair de uma ideia para a vida real, você tem uma série de outras considerações de ordem prática”.

Diversos setores estão mobilizados em torno desta questão. Conselheiros do presidente sugeriram-lhe deixar as coisas como estão. Entre eles, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, que alertou para o fato de que essa transferência traria “implicações geopolíticas importantes” e que mudar a embaixada seria “um passo arriscado”.

Além das repercussões diplomáticas, vozes sensatas alertaram Bolsonaro para as consequências econômicas, uma vez que as transações comerciais com os países árabes são muito significativas, enquanto que as com Israel, insignificantes. Setores como os de produção de açúcar, carne halal de boi e de frango e milho, são cruciais para o comércio brasileiro com nações islâmicas do oriente Médio e Ásia.

Segundo o ministério da Indústria e Comércio Exterior, somente em 2018 as trocas entre o Brasil e estes países somaram US$ 22,9 bilhões, com u-ma balança favorável ao Brasil em US$ 8,8 bilhões. Enquanto que com Israel, o fluxo de negócios rendeu apenas US$ 1,49 bilhões, apresentando um déficit de US$ 847,8 milhões! Países de maioria muçulmana compram cerca de 70% de todas as exportações brasileiras de açúcar, 46% do milho em grãos, 37% da carne de frango e 27% da carne de boi. Um potencial nada desprezível e que não seria absorvido pelos novos amigos de Bolso-naro nem no curto e nem no médio prazo.

Independentemente de se o Brasil manterá embaixada ou escritório em Jerusalém, a transferência interfere diretamente na confiança e reputa-ção do Brasil no concerto das nações e pode contribuir de forma decisiva para o isolamento do país, que ao longo nos últimos anos vinha se aliando com países latino-americanos, africanos e árabes nas votações multilate-rais. Essa mudança poderá afetar a situação do Brasil em disputas comer-ciais em organismos como a ONU, OMC e OCDE. Além do mais, trata-se de uma medida que ignora as recomendações e decisões das Nações Uni-das e afronta o direito à autodeterminação dos palestinos, que vivem há 70 anos sob ocupação ilegal e limpeza étnica.

O resultado das eleições de 2018, pôs na presidência da República um po-lítico direitista com fortes laços com sionistas e fascistas, e com olhares servis para os Estados Unidos, em detrimento dos avanços obtidos nos governos anteriores, através da criação do Mercosul, do BRICS e da apro-ximação positiva com a África e o Oriente Médio. Não é possível, contudo, fazer política externa sem alianças. E aqui é necessário admitir: o Brasil está alinhado com o aquilo que representa a barbárie.

Berenice Bento e Sayid Marcos Tenório

Março de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 11

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Março de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 12

É preciso perder a fé Socialismo ou Morte!

O que mais leio e escuto na esquerda tem a ver com fé. E, como diria Eliane Brum, na política é preciso que todos sejamos ateus.

Não, esse não é mais um artigo sobre o problema do crescimento do poder político das igrejas pentecostais, esse é um artigo sobre o quanto as esquerdas deram as costas pra teoria, pra formulação, pra organização e pra análise.

É fé no Estado Republicano, fé que governo é poder, fé no Judiciá-rio, fé no bom senso do povo, fé no espontaneísmo, fé no horizon-talismo, fé que a consciência de classe brota da exploração, fé que quando piorar a classe vai se revoltar, fé que a direita vai cumprir acordo, fé que os milicos vão defender o interesse nacional, fé nas mídias sociais supostamente democratizantes, fé na democracia, fé que o governo do Bolsonaro vai se auto destruir e que isso ocorren-do a gente vai automaticamente assumir e consertar e tudo vai vol-tar ao “normal”… é muita fé. Tem fé até na compaixão dos capita-listas.

Só que não é assim que funciona. Viramos todos utopistas, idealis-tas, espontaneístas.

O que houve com o materialismo histórico e dialético? E com o so-cialismo científico? E com a teoria revolucionária? E com a práxis?

É preciso ver a essência para além da aparência. É preciso fazer análise da realidade, buscar os nexos fundamentais de funciona-mento do modo de produção, do mecanismo de exploração, dos mecanismos de opressão, das formas de organização, das estraté-gias e táticas realmente capazes de derrotar o capitalismo.

Estamos vivendo uma das crises mais profundas do capitalismo, possivelmente a maior do século, assistindo a periodicidade das crises diminuir e a intensidade aumentar, a maioria das conquistas dos explorados ruir, os assassinatos, a fome e a exploração au-mentarem, as garantias, direitos e democracia diminuírem ou se-rem extintos em vários lugares e as guerras batendo nas mais vari-adas portas e… e temos fé que as coisas vão começar a melhorar amanhã, mesmo que todas as evidências demonstrem o contrário.

Ou simplesmente denunciamos e acreditamos com toda nossa fé que as pessoas vão se “conscientizar” das questões e passar a lu-tar para mudá-las.

Não, esse não é um artigo pessimista tampouco, exatamente por-que nada do que estamos falando tem a ver com vontade, mas com compreender, elaborar, organizar e agir.

Um exemplo gritante é o crime em Brumadinho. Pouca gente dos nossos conseguiu dizer o aspecto mais importante da questão no enfrentamento que vivemos e que era bem óbvio: a privatização, a lógica pura do lucro sem mediação nenhuma é o aspecto central do que houve. Ninguém de nós consegue deixar de tratar como uma questão moral. A pergunta é: acreditamos na moral do capital? Que o capital se preocupa com a vida e a qualidade de vida das pesso-as? Sério? Ou que o Estado é fiscalizador e não propriedade de classe em disputa na luta de classes (perdão pela redundância)?

Não, mas agora eles não vão mais deixar isso se repetir… hã?

Por último, talvez a pior fé que temos é a de que é possível travar essa guerra com flores e amor. Gente, claro que nós não seremos iguais a eles, que os fins não justificam os meios. Mas também não dá pra o lado de lá usar mísseis e submarinos e nós abraços coleti-vos e fundas com balas de chocolate. Não se derrota um inimigo como o capitalismo assim.

Podemos derrotá-los?? SIM!!!

Na base da fé?? Nunca!

Otimismo da vontade e pessimismo da razão, diria Gramsci. Firmes na estratégia, flexíveis nas táticas necessárias.

Faz tempo que a centralidade da luta anticapitalista e a luta pelo Socialismo não tem centralidade tão óbvia. Socialismo ou barbárie! E a barbárie está aí. Vamos enfrentá-la com o único remédio capaz de fato de debelá-la!

Trabalhadores de todo o mundo: uni-vos na Revolução Socialista!!!

Elenira Vilela

Professora e sindicalista.

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Esta data celebra uma das instituições de maior importância para a formação educacional da população: a escola.

É na escola que o indivíduo aprende e põe em prática vários con-ceitos essenciais para manter uma vida em sociedade. Além disso, também é na escola que as pessoas começam a desenvolver o senso crítico, importante para a construção de uma comunidade politizada e menos alienada.

A escola é nossa segunda casa! O respeito e o zelo devem ser pri-oridades para manter este ambiente de conhecimento sempre fun-cional. Vamos abraçar a nossa escola e cuidar direitinho dela! Feliz Dia da Escola!

Hoje é dia de celebrar aquela que tanto nos ensina: a escola! Não há nada mais importante do que o crescimento crítico do indivíduo para ajudar a construir uma sociedade mais igualitária e decente. A escola deve desempenhar um papel de destaque para se chegar a este objetivo. Por isso, vamos aproveitar o dia de hoje e pensar bem em tudo o que estamos fazendo para cuidar da nossa “casa de conhecimentos”. Feliz Dia da Escola!

Vamos cuidar com carinho e atenção da nossa escola! Lar do co-nhecimento e espaço de liberdade intelectual que nos ajuda a cres-cer a cada dia mais como cidadãos críticos. Obrigado por me a-companhar e guiar neste caminho! Feliz Dia da Escola!

A Escola no Brasil

A Escola é um local de aprendizagem que se tornou a base da e-ducação de todas as nações do mundo.

No Brasil, as primeiras escolas eram dirigidas pelos jesuítas vindos

de Portugal, ainda durante o chamado Período Colonial.

No entanto, naquela época, escravos e mulheres não tinham direito a educação, e os homens brancos acabavam indo estudar nos co-légios religiosos. Os mestiços eram os únicos que procuravam as escolas dos jesuítas, que inicialmente não os queriam aceitar.

Em meados do século XVII, os colégios jesuítas começaram a ce-der e aceitar mestiços, por causa dos subsídios de "escola pública" que recebiam.

Atualmente, a educação já é um direito de todos os brasileiros, e todas as pessoas - crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos - devem ter a possibilidade de ir para uma escola.

Infelizmente, a qualidade no ensino do Brasil ainda é precária e de-sigual. As melhores instituições de ensino ficam limitadas às pesso-as com grande poder econômico, enquanto os mais pobres usufru-em de piores condições de aprendizado.

Sugestão de atividades para o Dia da Escola

- Pinte desenhos sobre a escola;

- Escreva uma redação sobre o que mais gosta na escola;

- Pinte um mural na sua escola;

- Se junte com seus colegas e pense como pode ajudar a escola a ser um lugar melhor;

- Ajude a limpar ou consertar alguma coisa na sua escola;

- Ajude a promover a importância da escola como conseguir.

Fonte: Callendar

15 - Dia da Escola

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O Dia Nacional dos Animais é comemorado anualmente em 14 de março no Brasil. Esta data tem o objetivo de conscienti-zar as pessoas sobre os cuidados que devem ser dados

aos animais, sejam domésticos ou selvagens.

O International Day of Happiness, como é conhecido internacional-mente, tem o objetivo de promover a felicidade e alegria entre os povos do mundo, evitando os conflitos e guerras sociais, étnicas ou qualquer outro tipo de comportamento que ponha em risco a paz e o bem-estar das sociedades.

Origem do Dia Internacional da Felicidade O Dia Mundial da Felicidade foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas), em junho de 2012. Mas, o "pontapé inicial" da ini-ciativa foi do Butão, um pequeno país asiático, que se orgulha de possuir uma das populações "mais felizes do mundo". A decisão de criar um dia dedicado à felicidade surgiu durante uma reunião geral das Nações Unidas, sob o tema "Felicidade e Bem-Estar: Definindo um Novo Paradigma Econômico", em abril de 2012.

A data homenageia uma das artes mais antigas da humanidade: a interpretação teatral. Alguns antropólogos acreditam que as primeiras manifestações de interpretação teatral surgiram ainda nas sociedades humanas pri-mitivas, quando o teatro era associado aos rituais de exorcismo dos maus espíritos ou para atrair fartura e fertilidade do solo. Com maior entendimento do homem sobre as forças que regem a natureza, o teatro deixou de possuir um caráter ritualístico, passan-do a ser de cunho didático. Na Grécia Antiga, por exemplo, os gre-gos faziam representações de comédias e tragédias envolvendo os deuses e deusas de sua mitologia. No Brasil, as representações teatrais surgiram desde o século XVI, com encenações sobre temáticas religiosas com a intenção de ca-tequizar a população. No entanto, apenas com a vinda da família real portuguesa para o país, em 1808, foi que os primeiros teatros começaram a surgir no país.

Esta é uma importante data que reforça a luta contra o preconceito racial em todo o mundo. A luta contra a discriminação racial só começou a se intensificar no Brasil após a Constituição Federal de 1988, que incluía o crime de racismo como inafiançável e imprescritível. A eliminação de qualquer tipo de discriminação é um dos pontos centrais da Declaração Universal das Nações Unidas: “Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restri-

ção ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étni-

ca ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o

reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos

humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômi-

co, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública” (Artigo I da Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial).

O Dia Mundial da Meteorologia ou Dia Mundial do Meteorologista é comemorada em 23 de Março. A data surgiu em 1961, por causa da celebração da criação da Organização Meteorológica Mundial - OMM, instituição que é ligada à ONU (Organização das Nações Unidas) e que existe desde 1950. Atualmente, esta organização está presente em 189 países ao re-dor do planeta.

Esta data serve para homenagear este tipo de entretenimento que encanta crianças e adultos de todas as idades. No mundo dos circos destacam-se os tradicionais palhaços, que divertem o público com situações cômicas e animadas. Saiba mais sobre o Dia do Palhaço. No entanto, também é típico do circo apresentações de artistas ma-labaristas e de animais selvagens ou exóticos. Porém, atualmente os circos procuram se focar na superação do ser humano, a partir de desafios físicos. Os animais costumavam ser muito maltratados, por isso deixaram de se tornar uma atração tão usual dos principais circos. Os primeiros circos teriam surgido por volta do século III a.C, no Império Romano.

Esta data é destinada à homenagear as funções dos diagramado-res e revisores de texto e imagem, ou seja, profissionais que exer-cem atividades de design gráfico, sendo responsáveis pela distribu-ição harmoniosa de elementos gráficos dentro de uma página ou folha. Os diagramadores podem trabalhar em formatos digitais ou para conteúdos impressos, organizando os textos e imagens de um jor-nal, por exemplo, ajudando a configurar o melhor estilo de página que facilitará a leitura das pessoas. No Brasil, não existe um curso de ensino superior próprio para for-mar diagramadores. Normalmente, a diagramação é uma matéria obrigatória nos cursos de Comunicação Social, Comunicação Visu-al ou Desenho Industrial, por exemplo. No Dia do Diagramador também é comemorado o Dia do Revisor, sendo que ambos os trabalhos estão relacionados.

Esta data faz parte do calendário oficial doMinistério da Saúde e tem o objetivo principal de conscientizar a população sobre a im-portância da saúde e da boa alimentação. Esse dia é escolhido para que as pessoas possam pensar na sua própria saúde e hábitos alimentares. Também serve para que as instituições, públicas e privadas, reflitam sobre como podem contri-buir para um desenvolvimento sustentável nessa área. Ter uma boa alimentação é mais do que satisfazer simplesmente a fome. Uma alimentação saudável tem que incluir o consumo de nu-trientes necessários para o bom funcionamento do corpo humano, e isso leva a um aumento da qualidade de vida. Uma dica para uma melhor nutrição é consumir menos alimentos processados e passar a ingerir mais produtos naturais e frescos. A atividade física regular também é benéfica para a saúde e tem efeitos na resposta do corpo à absorção dos nutrientes.

Esta é uma data que serve para conscientizar a população sobre a importância de cobrar os políticos e administradores públicos sobre o objetivo primordial do Ministério da Integração Social: diminuir a desigualdade social e econômica entre as diversas regiões brasilei-ras. A integração nacional tem o princípio de desenvolver estratégias que auxiliem no desenvolvimento sustentável das economias de cada uma das regiões brasileiras. No Brasil, sabe-se que as grandes concentrações de poder e capi-tal estão nas regiões Sul e Sudeste, enquanto há um gigantesco abismo em comparação com as outras áreas do país. Devido aos grandes contrastes existentes no Brasil, sejam climáti-cos, culturais ou mesmo ambientais, juntamente com os séculos de privilegiamento das regiões Sul e Sudeste (devido ao Império e Re-pública), atualmente torna-se uma luta muito difícil para que todas as regiões consigam estar minimamente equilibradas.

Março de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 13

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+ ALGUMAS DATAS COMEMORATIVAS

21 - Dia Inter. Contra a Discriminação Racial

20 - Dia Internacional da Felicidade

27 - Dia do Circo

21 - Dia Universal do Teatro

28 - Dia do Diagramador

23 - Dia Mundial da Meteorologia

Dia Nacional dos Animais.

31 - Dia da Saúde e Nutrição

31 - Dia da Integração Nacional

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Quem é Chico Mendes?

O principal legado de Chico Mendes são as Reservas Extrativistas, que representam a pri-meira iniciativa de conci-liação entre proteção do meio ambiente e justiça social.

Na esteira de polêmicas que cercam o governo Bolsonaro e seus representantes, na última semana, ganhou destaque na imprensa e nas redes sociais a declaração do ministro do Meio Ambiente, Ri-cardo Salles, em entrevista ao programa Roda Viva, da Tv Cultura.

Ele declarou não conhecer Chico Mendes, após pergunta feita pelo jornalista e apresentador Ricardo Lessa, e ainda o chamou de “irrelevante. “Que diferença faz quem é o Chico Mendes nesse mo-mento?”, devolveu aos jornalistas.

A declaração foi amplamente criticada por ambientalistas e oposi-cionistas e até mesmo por membros do governo, caso vice-presidente, Hamilton Mourão.

O Chico Mendes faz parte da história do Brasil na defesa do meio ambiente. É história. Assim como outros vultos passaram na nossa história — declarou o vice-presidente.

Chico Mendes nasceu no dia 15 de dezembro de 1944 no seringal Porto Rico, próximo à fronteira do Acre com a Bolívia, em Xapuri, estado do Acre. Filho de seringueiro passou sua infância e juventu-de ao lado do pai cortando seringa.

A vida no seringal moldou no jovem seringueiro um sentimento de revolta contra a injustiça. A atividade econômica de extração da borracha, na Amazônia, foi sempre pautada por relações de grande exploração.

O aviamento, sistema de troca de mercadorias industriais pelo pro-duto extrativo, criou uma sociedade em permanente miséria e endi-vidamento. Rebeliões eram sufocadas pela violência de forças poli-ciais. E um rígido regulamento de subordinação aos seringalistas, os donos dos seringais, punia com castigos físicos aqueles que ou-savam desrespeitar.

Diferentemente dos outros seringueiros, porém, com 16 anos Chico aprendeu a ler, escrever e pensar com Euclides Fernandes Távora, refugiado político que morava próximo da colocação da sua família. Esse fato teve uma grande influência na sua vida.

Quando começaram a ser formados os sindicatos no Acre, ele tinha consciência de que havia chegado a hora de mudar a realidade dos seringais. Em 1975 fez parte da diretoria do Sindicato de Trabalha-dores Rurais de Brasiléia, o primeiro criado no Acre, presidido pelo combativo líder Wilson Pinheiro.

A situação do Acre era crítica na década de 1970. A política para a Amazônia implantada pelo regime militar gerou grandes conflitos fundiários. A substituição da borracha pela pecuária levou à espe-culação fundiária e ao desmatamento de grandes extensões de ter-ras impedindo a permanência dos seringueiros na floresta.

Em 1976, sob a liderança de Wilson Pinheiro, os seringueiros in-ventaram os “empates às derrubadas”: eles reuniam suas famílias, iam para as áreas ameaçadas de desmatamento, desmontavam os acampamentos dos peões e paravam os motosserras. Em decor-

rência desse movimento de resistência, em 1980, Wilson Pinheiro foi assassinado dentro da sede do Sindicato, em Brasiléia.

Em 1983, Chico foi eleito presidente do STR de Xapuri e intensifi-cou sua luta pelos direitos dos seringueiros, pela defesa da floresta e pela luta política contra a ditadura e pelos direitos dos trabalhado-res.

A convivência de Chico com a floresta e o conhecimento que adqui-riu sobre como obter da natureza os meios de vida instigaram sua curiosidade e deram origem a uma teoria que seria, mais tarde, comprovada: a de que os benefícios derivados da manutenção da floresta são maiores do que o valor que se obtém com a sua derru-bada.

Foi essa matriz ideológica formada pelo sindicalismo, pela defesa dos direitos humanos, pelo respeito à floresta que marcou a identi-dade de Chico Mendes como líder político e que transcendeu sua localidade e conquistou o respeito internacional.

Em 1985 Chico liderou a organização do primeiro Encontro Nacio-nal dos Seringueiros. Mais de 100 seringueiros criaram o Conselho Nacional dos Seringueiros como entidade representativa e elabora-ram uma proposta original de reforma agrária: as Reservas Extrati-vistas.

Depois do Encontro Nacional, a luta dos seringueiros começou a ficar conhecida. Sua projeção internacional foi resultado do docu-mentário produzido por Adrian Cowell, cinegrafista inglês que fil-mou o Encontro Nacional e decidiu acompanhar o dia a dia do tra-balho do Chico. Em 1987 ele lançou internacionalmente o docu-mentário “Eu Quero Viver” onde mostrou a luta de Chico para pro-teger a floresta e os direitos dos trabalhadores.

Entre 1987 e 1988 Chico Mendes ganhou o Global 500, prêmio da ONU, na Inglaterra, e a Medalha de Meio Ambiente da Better World Society, nos Estados Unidos e deu entrevistas aos principais jor-nais do mundo. Jornalistas e pesquisadores o visitaram nos serin-gais e difundiram suas ideias pelo planeta.

Mas, ao mesmo tempo em que Chico conquistava o respeito inter-nacional, era mais ameaçado em Xapuri. Os empates terminavam em prisão. As promessas de regularização dos conflitos fundiários não se concretizavam. A ideia de criação de reservas extrativistas se arrastava na burocracia federal.

Em 22 de dezembro de 1988, em uma emboscada nos fundos de sua casa, ele foi assinado a mando de Darly Alves, grileiro de ter-ras com história de violência em vários lugares do Brasil.

A repercussão foi imediata no mundo inteiro. A indignação foi forte e se refletiu em seguida no Brasil. A imprensa brasileira, que até então ignorara a luta dos seringueiros e nunca abrira espaço para Chico Mendes, procurou recuperar o tempo perdido. A forte reação e pressão da opinião pública levaram à condenação dos criminosos em 1990, fato inédito na justiça rural no Brasil.

As primeiras Reservas Extrativistas foram criadas em março de 1990 eliminando conflitos, concretizando o sonho de Chico Mendes de ver a floresta valorizada e assegurando uma perspectiva de fu-turo aos filhos dos seringueiros e extrativistas.

O principal legado de Chico Mendes são as Reservas Extrativistas, que representam a primeira iniciativa de conciliação entre proteção do meio ambiente e justiça social, antecipando o conceito de de-senvolvimento sustentável que surgiu com a Rio 92.

Com informações: Memorial Chico Mendes e Catraca Livre

Maeço de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 14

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Seringueiros

A floresta amazônica é o úni-co lugar no mundo onde as seringueiras crescem em es-tado selvagem.

Por gerações, os seringueiros fizeram a sua vida através da

extração da seiva leitosa (chamado de látex), sem prejudicar as ár-vores.

Os seringueiros são os verdadeiros “guardiões da floresta”.

Eles fazem tudo o que podem para garantir que as árvores que de-pendem de se manter saudável. Cada seringueiro ajuda a proteger até 300 hectares de floresta, como parte de seu trabalho – uma á-rea equivalente a quatro campos de futebol!

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Março de 2019 Gazeta Valeparaibana Página 15

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Logo cedo tocaram a campainha, ela foi a-tender, abriu a porta e o rapaz da limpeza pediu pra tirar o capacho da porta porque era dia de lavar o corredor.

Ela tirou o capacho e logo atrás dela veio a curiosa da Emy querendo “xeretar” o que estava acontecendo. Era assim todos os di-as, bisbilhotava as conversas, às vezes fica-va sentada no chão geladinho do corredor para se refrescar do calor e mexer com os vizinhos do andar. Sabia que não deveria sair dali a não ser acompanhada para não se perder.

Emy sempre atraiu as visitas dos vizinhos com suas gracinhas e pelos lindos olhos verdes e jeitinho meigo de menina. Mas não gostava de sair de perto da segurança do seu lar e de quem lhe cuidava com muito amor, dedicação e mimos, por vezes, levava bronca pelas peraltices que resolvia apron-tar, mas gostava muito de ter essa compa-nheira querida que lhe cuidava, dava banho, comidinhas e fazia brincadeiras o tempo in-teiro.

Mas uma coisa era de se estranhar, Emy não gostava de sair de casa, “morria de me-do” de elevador, “curtia” brincar sozinha em-bora adorasse receber pessoas em sua ca-sa e prestar atenção nas conversinhas e o que mais gostava de fazer era tirar uma lon-

ga soneca depois das refeições.

Quando era preparada pra sair de casa, já se assustava porque sempre achava que ia ao médico para tomar, vacina, injeção e es-sas coisas desagradáveis que parece que só adultos fazem normalmente e, aliás, no seu entender, isso era demais, um pesade-lo, um trauma.

Nessa manhã, ficou na porta vendo a água pelo corredor e correndo atrás do rodo e do pano de chão como diversão.

Terminada a limpeza, o rapaz gritou da por-ta que tinha acabado e que ela poderia por o capacho de volta. Terminou os afazeres en-quanto Emy pode aproveitar um pouco mais o frescor que ficou naquele chão limpinho e bem melhor para se brincar.

Passado um tempinho, foi fechar a porta e colocar Emy para dentro, mas, não a achou no corredor, entrou e chamou e nenhuma resposta. – “Será que essa danadinha está escondida?”. Chamou por diversas vezes e nada.

Resolveu procurar o rapaz da limpeza e in-dagar sobre o paradeiro dela, porém, o ra-paz não sabia de nada. Subiu as escadas até o 16º andar gritando por Emy e depois desceu até o térreo imaginando que ela po-deria ter subido ou descido os andares e ter se perdido.

Todos saíram de seus apartamentos visto o desespero dela chamando por Emy deses-peradamente, tocou nos apartamentos mais conhecidos pensando em alguém tê-la visto

em algum corredor chorando e a ter coloca-do para dentro até que alguém responsável aparecesse e nada, nada, nada, nenhum sinal dela...

Pensou então que alguém a raptara e procu-rou a zeladoria completamente descontrola-da, no entanto, parece que ninguém se pre-ocupava; apenas lhe falavam: - “calma, uma hora ela aparece”.

Voltou para o apartamento e o com o cora-ção apertado chorou. Desnorteada e sem saber o que fazer, aproximou-se da janela e escutou um som que parecia um gemido, chegou a pensar que vinha da janela do vizi-nho e que a estavam sufocando para não gritar...

Ficou parada, com os ouvidos atentos e ou-vira novamente aquele gemidinho e já mais calma para observar de onde vinha o som, percebeu que vinha de dentro do quarda-roupas.

A danadinha conseguiu abrir a porta e en-trou lá dentro e a porta se fechou e travou, como lá dentro havia muitos cobertores e travesseiros, mal se ouvia a Emy, “do seu jeito”, pedindo por socorro.

Abriu a porta e a encontrou com os olhos arregalados e assustada.

Tudo que Emy conseguiu foi olhar para sua querida companheira e soltar um:

- Miaaau!

Genha Auga - MTB: 15.320

Morreremos com as Abelhas

A tragédia do extermínio de abe-lhas por agrotóxico em São José das Missões (RS) me conduz a uma indagação intrigante: vale a pena morrer pela bandeira do agronegócio? Pela soja, especi-almente?

Vamos situar a questão. Por causa da propaganda intensa dos grandes produtores de soja e empresas que fabricam e ven-dem adubos químicos, agrotóxi-cos e sementes, a sociedade passou a acreditar que esse tipo de produção perversa de grãos para exportação é fundamental para a economia do País.

A sociedade inteira não vê a cor do dinheiro da produção de soja, mas tem certeza de que o Brasil vai quebrar se adotarmos uma forma de cultivo agrícola sem veneno. Isso se chama lavagem cerebral. Todos acreditam pia-mente que tem que ser assim, porque assim diz a propaganda do agronegócio.

As pessoas nunca se preocupa-ram com a comida da sua avó,

mas agora se preocupam com a alimentação do povo chinês. O Brasil precisa alimentar o mun-do, dizem em coro.

O sistema perverso de produção agrícola monocultural do Brasil, que destrói a vida planetária e enche o bolso de poucos fazen-deiros e empresários do ramo, pode custar-nos a vida, mas não tem outro jeito, dizem as pesso-as comuns. E as autoridades po-líticas também.

As abelhas estão sendo dizima-das por agrotóxicos, mas o agro-negócio é o que mantém o PIB do Brasil, diz a propaganda da televisão. E a sociedade inteira. E por cima ainda é “tech”, “pop” e outras coisas que as pessoas gostam de ouvir, sem saber o que significam.

Estamos loucos. A ponto de mor-rer pela causa do agronegócio. Sim, porque se as abelhas desa-parecerem, como já desaparece-ram ao redor da lavoura desse plantador de soja, toda a espécie humana será extinta. Em apenas quatro anos, diz a ciência. Acon-tece que são esses insetos que polinizam as flores de quase to-dos os alimentos vegetais que

consumimos. Sem abelhas, não tem milho, soja, feijão, trigo, a-veia, frutas etc.

Segundo a Empresa de Assis-tência Técnica e Extensão Rural (Emater), apenas um plantador de soja, com apenas uma aplica-ção de veneno, causou a morte de 12 milhões de abelhas. A conta está errada. A Emater con-tabilizou só as abelhas mortas das duzentas caixas de produ-ção de mel. Mas morreram todos os enxames de abelhas de fer-rão existentes nas matas ao re-dor, num raio mínimo de seis quilômetros (área de voo das a-belhas). Também morreram ma-rimbondos, vespas, mamanga-vas, cigarrinhas, besouros, joani-nhas e pulgões. Detalhe: ne-nhum desses bichos estraga so-ja; eles só se alimentam de néc-tar ou de seiva das plantas.

E morreram também as abelhas sem ferrão, como jataís, mirins, mandaçaias, irapuás, manduris, uruçus e muitas outras espécies.

Morreram em seus ninhos nos matos, a maioria sem ter visitado a lavoura envenenada, bastando que alguns insetos tenham leva-do pólen em suas patinhas ou

néctar na vesícula melífera. Uma microgota levada por meia dúzia de abelhas contamina e mata toda a colmeia.

Então, pode colocar na conta fu-nesta desse agricultor, não 12 milhões de vidas animais, mas bilhões e bilhões de seres pre-ciosos para a nossa vida.

Estou falando de uma localidade pequena onde foram criminosa-mente aplicados agrotóxicos pa-ra insetos em uma pequena plantação de soja. Imagine o que está acontecendo por todo esse imenso território brasileiro, com-pletamente tomado de soja.

É de chorar. Dá tristeza de ver-dade. Mas o mais triste é saber que isso parece ser apenas o começo. Porque o Presidente Bolsonaro garantiu aos ruralis-tas, em campanha, que, quando eleito, iria acabar de vez com a “indústria” das multas ambientais e simplificar a legislação no que interessa ao agronegócio, inclu-indo, obviamente, a liberação rápida de mais agrotóxicos.

Nilton Kasctin dos Santos Professor e promotor de Justiça de Catuípe.

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História e Origem do Carnaval O Carnaval tem sua origem na Antiguidade com festas aos deuses onde se permitia uma alteração na ordem social.

Desta maneira, os escravos e servos assumiam os lugares dos senhores e a população aproveitava para se divertir.

Embora seja conhecido como o país do Carnaval, o Brasil não

é o único a comemorá-lo de forma intensa.

Cidades como Veneza (Itália), Nice (França), Nova Orleans (EUA), Ilhas Canárias (Espanha), Oruro (Bolívia) e Barranquilla (Colômbia), também celebram a festa de forma bem animada.

Para alguns estudiosos, o Carnaval teve origem na Babilônia atra-vés da comemoração das Saceias. Nessa festa, concedia-se a um prisioneiro que assumisse a identidade do rei por alguns dias, sen-do morto ao fim da comemoração.

Igualmente, na Babilônia, havia uma celebração, no templo do deus Marduk, quando o rei era agredido e humilhado, confirmando a sua inferioridade diante da figura divina.

Outros historiadores acreditam que o Carnaval teve início na Grécia por volta de 600 a.C., na altura em que era comemorado o princípio da primavera.

Há, entretanto, suposições de que a sua origem decorre da Satur-nália, em Roma, ocasião na qual as pessoas se mascaravam e passavam dias a brincar, comer e beber.

Com a ascensão do cristianismo, as festas pagãs ganharam novos significados. Assim, o Carnaval tornou-se a oportunidade dos fiéis despedirem-se de se alimentarem de carne. Inclusive, a palavra carnaval vem do latim carnis levale que significa “retirar a carne”.

Para a Igreja Católica, o Carnaval antecede a Quaresma, o período de quarenta dias antes da Páscoa, onde se recorda o momento no qual Jesus esteve no deserto e foi tentado pelo demônio.

Desde o início da sua comemoração, no Carnaval, as pessoas po-diam esconder ou trocar de identidade.

Assim, tinham maior liberdade para se divertir, ao mesmo tempo que podiam adquirir características ou funções diferentes do que eram verdadeiramente: pobres podiam ser ricos, homens podiam ser mulheres, entre outros.

Em Veneza, os nobres usavam máscaras para poder desfrutar da festa junto do povo e manter sua identidade oculta. Esta é a origem do uso da máscara, que é uma característica marcante desta cele-bração.

Origem do Carnaval no Brasil

No Brasil, o Carnaval surgiu com o entrudo trazido pelos por-tugueses. Este consistia numa brincadeira quando as pessoas atiravam água, farinha, ovos e tinta uma nas outras.

Por sua parte, os africanos es-cravizados se divertiam nestes

dias ao som de batuques e ritmos trazidos da África e que se mes-clariam com os gêneros musicais portugueses. Esta mistura seria a origem da marchinha de carnaval e do samba, entre muitos outros ritmos musicais.

No começo do século XX, com o objetivo de civilizar a festa, a práti-ca de lançar farinha e água foi proibida. Por isso, as pessoas come-

çaram a importar dos carnavais de Paris e Nice o costume de jogar confetes, serpentinas e buquês de flores.

Com a popularização dos automóveis, as famílias mais abastadas do Rio de Janeiro, Salvador ou Recife, saíam com os carros e joga-vam confetes e serpentinas nos passantes.

Esta tradição se manteve até a década de 30, quando se registrou o fim da fabricação dos automóveis descapotáveis e também pelo barateamento dos veículos que permitiam as classes populares en-trar na festa.

Com o surgimento do choro e da releitura de ritmos europeus, o Carnaval de rua era animado pelas marchinhas. Este é um gênero musical parecido às marchas militares, porém mais rápidas e com letras de duplo sentido. Desta maneira, criticam a sociedade, a classe política e a situação do país de maneira geral.

Considera-se que a primeira marchinha de Carnaval sejam "Ó Abre Alas", escrita em 1899 pela compositora carioca Chiquinha Gonza-ga.

Surgem os "ranchos", as "sociedades carnavalescas" e os "cordões", agrupações de foliões que saíam pelas ruas da cidade tocando as marchinhas e fazendo todos dançarem.

Com a popularização do rádio, as marchinhas caíram no gosto po-pular. Vários cantores registraram estas composições, mas cabe destacar os nomes de Carmem Miranda e Francisco Alves como os maiores intérpretes do gênero.

Na década de 60, a marchinha deu lugar ao samba-enredo das es-colas de samba.

Escolas de Samba

A primeira agremiação que surgiu no Rio de Janeiro se chamava "Deixa Falar", hoje "Estácio de Sá", em 1928.

A origem do nome "escola" se dá ao fato que os fundadores da "Deixa Falar" estavam num bar em frente a uma escola.

Hoje em dia, elas recebem o no-me oficial de "Grêmio Recreativo Escola de Samba", pois têm o compromisso de difundir a cultu-ra na comunidade onde estão inseridas.

O Carnaval de rua no Rio de Janeiro sofreu um golpe definitivo com a construção do "Sambódromo", que confinava os desfiles a este espaço. A festa passou a ser transmitida pela TV e os ingressos ficaram cada vez mais caros.

O Carnaval de rua sobrevivia nos subúrbios com grupos como o "Cacique de Ramos", no centro da cidade, através de blocos como o "Cordão do Bola Preta" e os "Carmelitas". Na Zona Sul carioca, havia a "Banda de Ipanema" e mesmo o "Imprensa que eu Gamo", formado por profissionais da comunicação.

Parecia que a festa carioca mais popular estaria destinada aos tu-ristas, mas um grupo de teatro amador, o Boitatá, ressurgiu com o costume de arrastar os foliões pela rua. Atualmente, quase 500 blo-cos desfilam pelas ruas cariocas.

Duas capitais nordestinas, Salvador e Recife, destacam-se pela be-leza de sua festa, a diversidade cultural e musical.

Em Salvador, os trios elétricos fazem a alegria dos foliões. Sua ori-gem está ligada às batalhas de flores e aos corsos.

Carnaval em Recife e Olinda

A festa carnavalesca da capital de Pernambuco e da cidade de O-linda é animada pelo frevo. Igualmente, os recifenses utilizam os bonecos gigantes nos seus desfiles.

Da redação

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