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Living theLiving the
LOTUSLOTUSBuddhism in Everyday LifeBuddhism in Everyday Life VOL. 102VOL. 102
3320142014
Living the LotusVol. 102 (março 2014)
No �tulo Living the Lotus – Buddhism in Everyday Life (Vivendo o Sutra de Lótus – O Budismo dentro da vida diária) está con�do o desejo de enriquecer e fazer ser mais valiosa a vida a par�r da vivência do Sutra de Lótus no co�diano, assim como a bela flor de lótus, a qual floresce de dentro da lama. Através da internet, temos nos dedicado em entregar, ao público leitor do mundo todo, o ensinamento do budismo que pode ser vivenciado dentro da vida diária.O informa�vo Living the Lotus é publicado em quatorze línguas, com a cooperação das filiais do exterior. Entretanto, em algumas línguas a publicação é irregular e contém apenas a orientação do Mestre Presidente Niwano. Con�nuaremos tentando aperfeiçoar o informa�vo e, para tanto, contamos com o precioso apoio e comentários dos leitores.
Publicação:Rissho Kosei-kai InternacionalFumonkan, 2-6-1 Wada, Suginami-ku, Tokyo, 166-8537 JapanTEL: 03-5341-1124 FAX: 03-5341-1224E-mail:[email protected] Responsável: Shoko MizutaniEditora: Etsuko NakamuraTradutora: Nicia Lemi KishiRevisora: Angela Sivalli IgnattiEquipe de Edição: Shiho Matsuoka, Mayumi Eto, Sayuri Suzuki, Eriko Kanao, Shizuyo Miura, Sachi Mikawa, Yurie Nogawa, Yoshihiro Nakayama, Bold Munkhtsetseg
Kaiso Zuikan, vol.7, p.174-175
A Homenagem prestada aosTrês Tesouros que reverenciatambém os defeitos
Founder’sEssay
A paz não será obtida se não conseguirmos aceitar aquela pessoa que consideramos não combinar conosco.
A pessoa rebelde geralmente é vista como inimiga, sendo considerada uma pessoa em quem não podemos confiar. Mesmo assim, devemos nos controlar emocionalmente e tentar ouvir as razões do próximo, colocando-nos em seu lugar.
Cada um possui seu modo de pensar próprio e suas razões. Ao nos esforçarmos em compreender o sentimento do próximo, de imediato ele se colocará do nosso lado. Qualquer pessoa possui uma índole natural verdadeiramente límpida. Conforme o modo de nos relacionarmos com os outros, irão surgir as várias faces e características de cada pessoa.
Buda, que é perfeito e impecável, irá crer e não terá dúvidas em relação ao próximo; mas sobre as pessoas que estão à nossa volta, se não conseguimos acreditar nelas, significa que ainda não temos a verdadeira crença em Buda.
É normal enxergarmos os defeitos das pessoas mais próximas de nós. A verdadeira homenagem aos Três Tesouros acontecerá quando pudermos reverenciar a índole natural do próximo, acreditando que ele também é filho de Buda.
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Basic Buddhism Through Comics
by Mitsutoshi Furuya
LIVING THE LOTUS março 20142
O Ensinamento básico de Buda (O Selo das Três Leis)Todas as coisas são transitórias
Hoje vamos estudar o selo das Três Leis, que é considerado o estandarte do ensinamento de Buda.
Entendi, é o mesmo que “O som do gongo do Templo Guion ressoa como ‘Todas as coisas sendo transitórias’”.
Você sabe de coisas difíceis, ein?
Significa que tudo é efêmero e sem sentido, não é?
Trata-se de quê?
É a respeito de que “Todas as coisas são transitórias”; de que “Nada tem um ego” (todas as coisas estão interligadas) e que “Nirvana é paz espiritual”.
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Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização por escrito dos editores.
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Veja só... seu conhecimento está falhando, ein?
Não é? Então o que significa?
Vamos observar as pessoas e
É demais!Meu marido não sobe na vida e fica em casa sem fazer nada.
Meu filho não estuda e só fica brincando
Não sei o que minha filha está pensando, mas fica só trancada no quarto.
Não toma jeito!
O pessoal de casa
E mais...!
estudar o que significa o fato de todas as coisas serem
transitórias.
O pessoal de casa não toma jeito!
de video game...
Não entre!
A Gentileza
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ORIENTAÇÃO DOMESTRE PRESIDENTE
Nichiko NiwanoMestre Presidente da Risho Kossei-kai
Há pouco tempo, quando, por acaso, verifiquei no calendário das flores o dia 5 de março, dia comemorativo da fundação da Risho Kossei-kai, observei que a flor de íris representava aquele dia, e a qualidade atribuída a ela era “gentileza”.
Nós da Risho Kossei-kai damos importância a sermos “alegres, gentis e calorosos”, poderíamos dizer que foi uma coincidência a data da fundação da igreja cair justamente no dia dessa flor, mas a qualidade da flor de íris é mesmo a ideal para a nossa data comemorativa, e, mais uma vez, obtivemos a oportunidade de pensar a respeito da gentileza.
O ideograma que indica “gentileza” é composto por dois ideogramas cujos significados são: ‘pessoa’ e ‘preocupar-se’. Preocupar-se é o mesmo que “atormentar-se, sofrer”, isto é, compreender bem a tristeza do próximo. O ideograma possui duas leituras e uma delas possui o significado de “pensar, como se fosse o próprio problema e ser sensível em relação à tristeza do próximo”. Creio que aquele que possui essa qualidade é a “pessoa cheia de ternura e gentileza”.
Shakyamuni Buda estava consciente da morte, a partir da refeição preparada e oferecida pelo ferreiro Chunda. Por isso, para que Chunda não fosse condenado pelas pessoas e para que ele mesmo não sentisse remorsos, Buda deixou dito ao discípulo Ananda: “Shakyamuni, a partir de sua última oferenda de alimento, conseguiu entrar no nirvana; portanto você possui uma grande virtude”.
Em relação à compreensão da tristeza do próximo, ao pensamento profundo no próximo,
isto é, ter gentileza ao extremo, nós possuímos também esse mesmo sentimento de Buda. Entretanto achamos que não conseguimos chegar a ser como Shakyamuni. Nesse ponto, Shakyamuni nos ensina o que se segue:Vamos ser amigos de todos e vamos oferecer alegria. Vamos pensar naquele que sofre e vamos lhe estender as mãos. Vamos nos compenetrar na felicidade do próximo e vamos nos alegrar juntos. Vamos nos livrar dos apegos e considerar tudo dentro da igualdade. Ao praticarmos o sentimento altruísta, com as mesmas quatro infinitas virtudes de Buda, “Ji-Hi-Ki-Sha”, naturalmente nos tornaremos pessoas gentis.
Pensar,preocupar-se com o próximo
Nós geralmente dizemos que é importante ser “rigoroso consigo mesmo e gentil com o próximo”. No Confucionismo existem as palavras “Procurar o prazer após a felicidade do próximo estar assegurada”, que é preocupar-se primeiro com o próximo e divertir-se depois. Pensando bem, não será um só elemento o ser gentil com o próximo e o polir a própria alma? Para ser verdadeiramente gentil com o próximo preciso reforçar minha fidelidade e humildade ou a minha benevolência e o rigor por eu estar pensando no próximo.
O Mestre Fundador disse que para extrair a generosidade e cultivá-la é importante “o ambiente religioso dentro do lar”. Isso faz cultivar a reverência ao que é grandioso e não visível aos olhos e alimenta a humildade e o caráter magnânimo.
Um exemplo mais próximo seria cuidar de plantas ou bichos de estimação. Sentimos a alegria em poder dar amor e a tristeza da separação e, dessa maneira, podemos cultivar o sentimento de aceitação com sensibilidade, nas
situações de tristeza.Além disso, temos o ensinamento de Buda e,
dentro do sangha, podemos nos aprimorar e ter a oportunidade de sermos gentis.
Uma pessoa que estava consciente dos últimos momentos que lhe restavam de vida, disse: “Aprendi o ensinamento de Buda e pude obter o máximo da vida”. Disse também que esse máximo da vida foi “ter podido ser gentil com o próximo”. Essa pessoa, nos últimos momentos de vida, teve orgulho de si mesma por ser feliz e por ter podido ser gentil com o próximo. Ao ouvirmos essas histórias, podemos enxergar a gentileza dentro daquele que faz do ensinamento a sua luz e se aprimora dando importância à atitude de ser alegre, gentil e caloroso, estendendo suas mãos àquele que está sofrendo.
Neste ano comemorativo dos cinquenta anos de construção do Grande Salão Sagrado, eu também estou comemorando os setenta e sete anos de vida, como costume antigo japonês. A partir de hoje também, com muita gratidão, quero, junto com todos, perseverar no Caminho.
5LIVING THE LOTUS April 2014
Revista Koosei, março de 2014
ORIENTAÇÃO DOMESTRE PRESIDENTE
A felicidade por ter se tornado gentil
Reverenda Kosho Niwano
O SORRISO É A FLOR DOS CÉUS
Próxima Presidente designada da Risho Kossei-kai
Fazendo Compras
Num dia de domingo, quando eu havia terminado a minha função na matriz, recebi uma mensagem das minhas filhas.
A mensagem dizia: “Nós queremos ir até a loja em frente à estação de trem. Quando a senhora voltar, pode ir conosco?”.
Respondi: “Tudo bem! Estou voltando para casa. Esperem mais um pouco”.
Quando voltei para casa, as duas já estavam prontas, com suas respectivas carteiras, me esperando ansiosas no portão.
Na época, minha segunda filha estava no quarto ano e minha terceira filha no primeiro ano. Normalmente a mesada que as crianças ganhavam era dividida em poupança, doações e dinheiro que podiam usar livremente. O valor era determinado por elas mesmas e o dinheiro que podiam gastar livremente colocavam na carteira. Com esta preciosa mesada, nós três nos dirigimos à estação.
O objetivo das meninas era comprar material para a escola, o que era gracioso. Quando chegamos à loja, as duas começaram a escolher animadas, pegando as coisas nas mãos. De vez em quando, elas perguntavam “Qual será melhor?”, e, ao mesmo tempo que eu respondia, observava o jeito delas de preocupação. Naquele dia, eu havia decidido fazer companhia a elas, então esperei com calma, sem apressá-las.
Entretanto, passados trinta a quarenta minutos, nada havia sido definido. Havia tanta coisa que queriam comprar, mas ficava fora do orçamento delas. Minha filha mais nova podia comprar até 318 ienes. O jogo de carimbos custava mais de 400 ienes e mesmo para comprar uma pasta e uma lapiseira, faltava um pouco de dinheiro. Se escolhesse uma pasta e um lápis, ela parecia não ficar satisfeita e, então, ficava olhando para mim como se quisesse uma ajuda.
Percebendo isso, a irmã disse: “Eu já decidi; quer que eu pague um pouco?”. A mais nova espiou a carteira da irmã mais velha e disse: “Uau! Você tem 900 ienes!” mas, mesmo assim, como achou que a irmã também estava resistindo às suas vontades disse: “Não precisa não!”.
Eu segurei as palavras “Quer que compre?” que já estavam para ser ditas e disse: “A mamãe também quer comprar para as duas; seria mais fácil. Mas já que vocês vieram decididas a comprar o que quisessem com a mesada de vocês, gastem o seu dinheiro; espero o tempo que for preciso.”. 6 LIVING THE LOTUS março 2014
Revista Yakushin, novembro de 2012.
7LIVING THE LOTUS março 2014
As duas balançaram a cabeça afirmativamente; a mais velha, compreendendo o sentimento da mais nova, aproximou-se dela e ajudou a escolher.
Depois disso, levou mais quinze minutos, e finalmente haviam decidido o que comprar; então, as duas, satisfeitas, dirigiram-se ao caixa. Lá disseram: “Não precisamos de embalagem”, e cada uma ganhou dois ienes de desconto. Receberam o troco e guardaram com cuidado o dinheiro na carteira.
Quando saímos da loja, sugeri às duas: “Já que hoje é domingo, que tal antes de voltarmos, comprarmos pão para o lanche? Vocês me ajudam a escolher o pão para cada um da família?”.
As duas, que nem esperavam por isso, ficaram muito felizes. Imaginando o rosto feliz de todos da família, escolheram um pão para cada um.
“São seis pães e o total é de 1020 ienes.”.As duas arregalaram os olhos quando ouviram o preço no caixa.A mais velha disse: “Nossa, como o pão é caro! Não podemos ficar
escolhendo muito. Da outra vez vamos tomar cuidado. Mamãe, obrigada por ter comprado pão para todos.”.
Depois de terem passado pela experiência de fazer compras dentro do orçamento delas, todas nós pudemos sentir a importância do dinheiro e, levando conosco aquilo que foi comprado com o dinheiro, mas também o tesouro que não é possível ser comprado com dinheiro. Assim, voltamos felizes para casa.
Reverenda Kosho NiwanoNasceu em Tóquio, como primogênita do Mestre Presidente Nichiko Niwano. Formada em Direito pela Universidade Gakushuin, estudou o curso regular no Seminário Gakurin, sistema de treinamento de líderes da Risho Kossei-kai. Atualmente, enquanto trabalha na investigação do Sutra do Lótus, empenha-se às palestras em eventos principais da entidade e a atividades de cooperação religiosa dentro e fora do Japão; continua sua prática como próxima presidente designada. Casada com o Rev. Munehiro, eles têm um filho e três filhas.
Spiritual Journey
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Este relato de experiência foi realizado na Cerimônia de Finados, o Urabon-e, no dia 14 de julho de 2013, na regional de Seattle, igreja de S.Francisco.
Agradecimento à Vida RecebidaKenichiro Ohashi Regional de Seattle
Igreja de S.Francisco
LIVING THE LOTUS março 2014
No final de outubro de 2008, graças ao apoio de várias pessoas, vim para o Canadá como imigrante, realizando um sonho de criança, que era “ter uma vida num país fora do Japão”. Vim para Northwest simplesmente atrás de um sonho, e eu não tinha nenhum plano traçado anteriormente. Eu estava satisfeito apenas “por ter realizado um sonho de criança. Estava feliz”.
No início não encontrei nenhum emprego, e fiquei um tempo perdido, mas em abril do ano seguinte consegui me empregar na empresa na qual trabalho atualmente. Sabe-se que em Northwest é muito difícil ter um emprego estável, portanto para mim, um imigrante dando os primeiros passos, o meu início foi, sem dúvida, sensacional. A empresa onde trabalho valoriza o funcionário, e o salário pago também é bom. Quando converso com outros imigrantes companheiros japoneses eles comentam com certa inveja: “É difícil poder trabalhar numa empresa como essa. Como conseguiu?”. Eu também fiquei surpreso por poder trabalhar numa empresa tão boa como essa.
Entretanto, eu enfrentava um problema que havia surgido desde que comecei a trabalhar nessa empresa: a dificuldade de comunicação com as pessoas. Originalmente gosto de trabalhar calado e não procuro ter iniciativa em me comunicar com os colegas. Além disso, não falo bem o inglês; não entendo o que o outro fala e nem eu sou compreendido por ele. Isso se tornou um círculo vicioso e comecei a achar que não deveria falar mais do que o necessário. Assim, fui me afastando das pessoas e, quando percebi, eu era uma existência isolada dentro da empresa. Eu ficava muitos dias sem falar com ninguém o dia todo; trabalhava oito horas por dia e voltava para casa. Eu mesmo achava errada aquela postura, mas não tinha nem ideia do que fazer e por onde começar para mudar. Para não ser afastado do emprego, primeiramente fazia o
possível para não diminuir o meu volume de trabalho. Achava que a todo custo tinha que entregar o trabalho na data prevista e, se achava que não iria dar tempo, levava o serviço para terminar em casa. Trabalhava de segunda a sexta e ficava estressado. Nos finais de semana, participava de atividades da igreja e da comunidade japonesa à qual havia me filiado; raramente eu descansava.
Nesse ritmo, o que me aliviava era o cigarro. Com ele, em apenas cinco minutos, eu conseguia me renovar, mudando internamente de sintonia; o cigarro havia se tornado um meio muito conveniente de me desestressar. Nas refeições também comia e bebia o que gostava e acabava dispersando o estresse acumulado. Nos finais de semana que não tinha compromisso, levava uma vida irregular; ficava até tarde da noite acordado e dormia até a tarde do dia seguinte. Não fazia praticamente nenhum exercício físico.
Certo dia, como todas as manhãs, eu estava fumando o meu cigarro no quintal e, de repente, senti uma dor apertando o meu peito. Nessa época eu sentia muita dor nas costas, nas juntas, nos cotovelos e nos joelhos e simplesmente pensei: “Será que a dor chegou até o peito?”. Na
Kenichiro Ohashi, durante relato de experiência na Cerimônia do Urabon-e, regional de Seattle, igreja de S.Francisco
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Spiritual Journeyrealidade a dor logo desaparecia e não chegou a me preocupar. Entretanto, após alguns dias, a dor começou a se estender por mais tempo. Passei dez dias com essa dor e, numa tarde de domingo, quando eu estava na internet, comecei novamente a sentir a dor. Fiquei na dúvida se iria ao Pronto-Socorro, mas como a dor continuou por mais de dez minutos, achei que deveria fazer algo e pedi então ao proprietário da casa que me levasse de carro até o Pronto-Socorro.
Depois de ter passado pelo atendimento, passei pela medição da pressão arterial, o eletrocardiograma, exames de sangue e raio-x. Conversei com o médico a respeito de meus sintomas e fiquei aguardando o resultado. Entretanto o médico disse: “Examinei tudo, mas não encontrei nenhum problema. Por via das dúvidas, marquei um teste de carga para verificar o eletrocardiograma após um leve exercício. Por favor, venha fazer o teste amanhã.”. O médico não me passou nenhum remédio e assim, voltei para casa. Fiquei tranquilo porque não foi encontrado nenhum problema; como o eletrocardiograma não havia detectado nada, a causa da dor não deveria ser o coração e, como o raio-x também não havia detectado nada, não deveria ser câncer de pulmão. Pensei: “Deve ser outra coisa, ainda bem”.
Entretanto, no dia seguinte, fui ao local marcado para fazer o teste de carga e, dois a três minutos após o início do exercício, o médico interrompeu o teste e me fez deitar. Depois de ver por um tempo o eletrocardiograma, dirigiu-se a mim dizendo: “Vou escrever uma recomendação para o médico; portanto volte imediatamente ao Pronto-Socorro. Há uma anomalia em seu eletrocardiograma.”. Voltei ao Pronto-Socorro e, logo que mostrei a carta de recomendação, de imediato me colocaram numa maca e fui levado para o pavilhão de especialidades cardíacas. A princípio avisei a empresa que iria faltar, mas fiquei indeciso se deveria ou não avisar a minha irmã. Entretanto o médico me disse que teria que ficar pelo menos dois a três dias e, se fosse preciso, deveria ficar até o final da semana. Como não podia mais ficar sem falar, avisei a minha irmã. Pela reação notei que ela havia se assustado, mas logo voltou ao normal e começou a perguntar preocupada: “E a troca de roupa? Você levou os apetrechos de higiene?”. Minha irmã chegou ao hospital logo em seguida. A
enfermeira me informou que o meu caso era estreitamento da artéria, que impedia parcialmente a passagem do oxigênio ao coração. Assim, o coração ficava momentaneamente com deficiência de oxigênio, e a dor provinha desse espasmo. O problema é denominado angina e a enfermeira, entregando um material, sugeriu que eu assistisse ao video ou lesse o panfleto referente a essa doença. Nessa hora ainda pensava: “Quero que faça logo a cirurgia e quero receber alta. Preciso recuperar logo o serviço atrasado”. Eu não tinha consciência da gravidade da minha doença.
No dia seguinte fui operado. Foram apenas vinte minutos de cirurgia. Pensei: “Pelo jeito amanhã vou ter alta e depois de amanhã posso voltar a trabalhar”. Nessa hora ouvi a conversa entre o paciente vizinho e a enfermeira: “Não dá para eu me tratar sem precisar tomar remédios?” e a enfermeira disse: “Infelizmente, você vai ter que tomar remédios pelo resto da vida”. Pensei: “Como? Será que eu também vou ter que tomar remédios pelo resto da vida?”. Apressei-me a ler o panfleto que me foi entregue pela enfermeira. Quase na última página encontrei escrito que se fosse prescrita a aspirina, normalmente tomaria a vida toda; outros remédios, dependendo do caso, seriam recomendáveis tomar por pelo menos um ano”. Senti-me perdido num vazio só de pensar que eu dependeria de remédios o resto da minha vida.
No dia seguinte o médico especialista veio e disse: “Você poderá ter alta hoje, mas antes de mais nada quero conversar a respeito da sua vida diária após a sua alta”. Ele me falou então da proibição do fumo, da alimentação balanceada, de exercícios físicos moderados e dos remédios prescritos. Perguntei: “Preciso continuar tomando os remédios?” e ele respondeu claramente: “Sim, a vida toda”. Levei um segundo choque após ouvir aquela confirmação.
Na hora da minha alta, a enfermeira me entregou nitroglicerina para ser usada em caso de urgência; foi aí que me dei conta da gravidade da minha doença. Eu e minha irmã saímos do hospital, almoçamos juntos e, quando voltei para casa, fui procurar na internet informações a respeito da minha doença e dos remédios. Quanto mais eu procurava mais encontrava verdades que eu queria evitar ler. Nessa semana resolvi ficar em repouso em casa, avisei a
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Living the Lotus welcomes your religious experience. Why don’t you share your religious experience through Living the Lotus with members all over the world? Please send your script or inquiry to our email address: [email protected]. Thank you.
Spiritual Journey
À direita o Sr. Ohashi, com os membros da regional de Seattle
empresa que iria faltar, mas eu ainda não havia aceitado a realidade, e estava completamente perdido. “Há cinquenta mil pessoas que seguem uma alimentação mais mal balanceada do que eu. Há pessoas que fumam mais do que eu. Aqui em Northwest há incontáveis pessoas muito obesas. Então, por que eu? Por que eu tenho que ter angina?”. Pensei nisso várias e várias vezes e passei dias sem encontrar resposta.
Procuro ficar sereno, mas quando vou me deitar e sinto algo diferente no peito, coisa que antes nem me importava, de imediato fico com medo e penso: “Pode ser que, se eu dormir, irei morrer” e fico acordado até o meu limite, segurando a nitroglicerina em minhas mãos. O meu chefe já me disse: “Não tenha pressa; volte quando estiver bem descansado. Em primeiro lugar a saúde”. Mas achei que se eu continuasse em casa iria ser esmagado pelo medo. Para superar isso, eu deveria voltar à mesma vida de antes o mais rápido possível; assim eu me sentiria mais seguro. Assim, a partir da terça-feira da semana seguinte, retornei ao trabalho. A partir dessa data até hoje passou-se um mês.
Depois de algum tempo após a descoberta da minha doença, recebi, através da líder, a função de relatar a minha experiência. Normalmente, quando se fala em relatar uma experiência, creio que o objetivo é relatar o que se percebeu de importante através do fenômeno que aconteceu ao nosso redor, e compartilhar essa percepção com aqueles que nos ouvem.
Entretanto, no presente momento, estou ainda dentro do problema, e não consegui ainda solucionar, muito menos consigo me lembrar de alguma percepção que pudesse compartilhar com todos. Mas há uma percepção mínima: quando tive alta do hospital, por um tempo, de manhã, quando me despertava eu pensava: “Consegui abrir os olhos. Meu coração está batendo. Estou respirando. Eu ainda estou vivo, que gratificante”. Eram pensamentos que no normal nem iria me dar conta, mas eu estava tendo gratidão. Quando voltei ao trabalho, muitas pessoas me disseram: “Seja bem-vindo de volta!”. Eu, que anteriormente olhava os colegas com olhos de julgamento, achando que as pessoas são frias, que ninguém iria gostar de mim
por causa da minha personalidade, fiquei com vergonha perante os colegas de trabalho. Decidi que iria estudar inglês como se deve, para poder falar bem e transmitir o meu sentimento a todos. Já tenho certa idade, mas comecei a estudar em ritmo lento o inglês.
Na realidade, enquanto eu escrevia o meu relato, recebi um telefonema da minha mãe. Ela me disse: “Parabéns pelo aniversário. Eu escrevi um e-mail, portanto leia depois”. Pensei: “É mesmo, hoje é o meu aniversário de 41 anos”. Depois que desliguei o telefone, li o e-mail da minha mãe: “Em toda a sua vida você deve ter se deparado com coisas boas e coisas ruins, mas todo esse passado se tornou seu precioso tesouro. Aquele passado no qual tudo pareceu ser uma sucessão de erros ou falhas, ou quando as coisas não aconteciam como o planejado, na realidade, se você compreender que tudo foi ‘um caminho vivido intensamente’, mesmo que a realidade não se transforme, o passado, da maneira como é, torna-se um ‘tesouro’. Quando mudamos o nosso modo de ver, os valores do passado se transformam completamente. Creio que é o Sutra de Lótus que nos ensina esse modo de ver. O fato de você ter vivido intensamente não é nenhum erro”.
Este mês completei 41 anos. Se pensarmos que a média atual de vida é de cerca de oitenta anos, significa que eu já cumpri a metade da minha vida. Passando por esta doença, senti que desejo firmemente aceitar o passado como um “tesouro” e começar, a partir de hoje, a trilhar a minha importante vida com um sentimento renovado.
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LOTUS
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Eu vou sair!
E mamãe só reclama!
Minha família realmente não toma jeito.
Não diga isso; você, como mãe, é que tem que se esforçar.
Mesmo que eu me esforce, o pessoal não vai mudar.
Buda nos ensina que todos os fenômenos
...certamente sofrem mudanças.
Na teoria pode ser, mas a realidade é outra.
Mas para você... você se
Lógico que não.
Acho melhor não definir dessa forma.
Eu já desisti.
sente bem com a
situação atual?
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Então vamos ter fé no ensinamento de Buda e para começar, você mesma tem que se
Como devo fazer?
Não defina que “ninguém tem jeito” e tente se colocar no lugar do próximo.
Está bem, vou tentar de novo.
Eu estarei torcendo por você!
Sim!
Antigamente você era entusiasmado
... com seu trabalho e por que agora você perdeu
Onde eu trabalho só sobe de cargo
... o parente do presidente ou alguém formado
Será que a alegria do trabalho está apenas em galgarposições elevadas?
Espera aí!Você vive dizendo que tenho que subir de posto...
É mesmo? Então a partir de hoje não vou mais falar.
esforçar.
ânimo?em faculdade
de primeira
linha.
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Você está diferente hoje...
Então, não existe nada neste mundo que não sofra transformações.
Mas... eu puxei meus pais e acho que não vou ser uma pessoa dedicada nos estudos.
Não precisa estudar tanto.
Falando nisso, você gostava de escrever histórias infantis, não era?
Ué?Você sempre fala em estudar, estudar...
Prefiro que diga escrever romances...
Isso mesmo, quando escrever um novo, você me mostra?
Ué?Por que a senhora está tão sorridente hoje?
É que hoje ouvi uma coisa interessante. Ouvi que não existe
Mas a minha feiura é herança dos pais e ninguém vai querer nada comigo.
Desculpe-me por ser parecida comigo.
nada neste mundo que não sofra mudanças.
LIVING THE LOTUS março 2014 15
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Mas... pelo menos quando encontrar com alguém, nãodeixe decumprimentar.
Está bem. Mamãe, hoje você está
Que história será que vou escrever?
Está se esforçando de imediato...
É, mas não consigo escrever os ideogramas e só estou procurando no
É, escrever só em hiragana também fica estranho.
Isso mesmo.
B... bom dia.
B... bom dia.
Bom dia! Bo... bom dia.
Mamãe! Veja a nota que tirei em Língua Japonesa.
Nossa! Você melhorou...
Um
a semana depois...
realmente estranha.
dicionário.
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É que na parte de escrever os ideogramas consegui fazer tudo.
É mesmo, e você acertou outras questões também.
Você começou a entender o significado das questões.
O seu gosto em escrever histórias infantis começou a tomar vida.
Não dá para a senhora dizer romances...?
Mamãe!Eu fui convidada para a festa de aniversário de uma colega.
É mesmo? Conseguiu
Quero que me compre uma roupa bonita.
Então vamos um dia juntas fazer compras.
Ué?Está todo mundo sorridente...
Todos ficaram alegres.
A vizinha estava assustada como você ficou alegre ultimamente.
Você também, mamãe, parou de reclamar.
fazer amizade?
Cheguei!
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ContinuaLIVING THE LOTUS março 2014 17
Basic Buddhism Through Comics is on sale from Rissho Kosei-kai International of North America.http://www.tuttlepublishing.com/
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Que bom que todos mudaram.
Eu queria, mas o mundo é mais complicado e, no meu caso, é difícil.
Era bom que o papai também mudasse.
Como mudou o ambiente da casa!
Não há nada neste mundo que não mude e o pai também, com certeza, vai mudar. A isso dizemos “Todas
as coisas sãotransitórias”.
Será mesmo?
Será que o pai vai mesmo mudar
Isso vamos entender à medida que formos estudando.
18 LIVING THE LOTUS março 2014
Rissho Kosei-kai International Branches
Tokyo, HeadquartersRKI of North America (Irvine)
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New YorkLos Angeles
San Francisco
Kona
Seoul, KoreaPusanMasan
Oklahoma
DallasSan Antonio
San Diego
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Colombo, Sri Lanka
Kathmandu, Nepal
Delhi, India
SeattleKlamath Falls
Las VegasArizona
Colorado
Singapore
Sakhalin, RussiaSukhbaatar
Chicago
Maui
Sao Paulo, BrazilMogi das CruzesSao MiguelSydney, Australia
Hong kong
Lumbini
PolonnaruwaHabarana
Galle
Kandy-Wattegama
Kolkata
London, The United Kingdom
Venezia, Italy
Tampa Bay
Chittagong, BangladeshDhakaMayaniPatiya
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Denver
☆ ShanghaiTaipei
TainanPingtung
JilungTaichung
RKI of South Asia
DaytonSan MateoRoma, Italy
Kolkata North
Internationa Buddhist Congregation
SacramentoSan Jose
Risho Kossei-kaiA Risho Kossei-kai é uma organização de budistas leigos, fundada em 05 de março de 1938 pelo Fundador Nikkyo Niwano e pela co-fundadora Myoko Naganuma. O Tríplice Sutra de Lótus é a base deste ensinamento. Trata-se da reunião de pessoas que deseja a paz mundial através do ensinamento de Buda, partindo da convivência diária em seus lares, locais de trabalho e dentro da sociedade. Atualmente, junto com o Mestre Presidente Nichiko Niwano, os membros trabalham ativamente para a difusão do ensinamento, de mãos dadas com outras religiões e organizações,
No dia 4 de março de 1964, ano do término de construção do Grande Salão Sagrado, aconteceu a cerimônia de entronização da estátua do Eterno Buda no Grande Salão Sagrado. Ouvi dizer que nessa cerimônia, o Mestre Fundador Niwano, perante a estátua do Eterno Buda, dirigiu-se, com muito entusiasmo, aos membros que lá se reuniram: “Vamos ser mais diligentes em nossa prática, para que possamos realizar o ideal do Eterno Buda”.
O Mestre Fundador Niwano fundou a Risho Kossei-kai com o objetivo de salvar as pessoas e reconstruir a sociedade, através do verdadeiro espírito do budismo contido no Sutra de Lótus. O desejo do Eterno Buda é que todas as pessoas, através do ensinamento, possam alcançar a revelação da sua natureza búdica. Para nós, que nascemos neste mundo originalmente como bodhisattvas, esse desejo do Eterno Buda é também o nosso desejo.
Quero dizer a todos que, neste ano comemorativo do quinquagésimo aniversário do Grande Salão Sagrado, possamos reafirmar o espírito da fundação da Risho Kossei-kai e possamos transmitir a alegria do Dharma para as pessoas em seus respectivos países, expandindo amplamente o círculo da revelação da natureza búdica.
Transmitindo a Alegria do DharmaColumnooooooooo
REV. SHOKO MIZUTANIDiretor de Disseminação Internacional
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Rissho Kosei-kai Maui Dharma Center 1817 Nani Street, Wailuku, HI 96793, U.S.A. Tel: 1-808-242-6175 Fax: 1-808-244-4625
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Rissho Kosei-kai Buddhist Church of Los Angeles 2707 East First Street, Los Angeles, CA 90033, U.S.A. Tel: 1-323-269-4741 Fax: 1-323-269-4567e-mail: [email protected] http://www.rkina.org/losangeles.html
Rissho Kosei-kai Dharma Center of San Antonio 6083 Babcock Road, San Antonio, TX 78240, U.S.A. Tel: 1-210-561-7991 Fax: 1-210-696-7745 e-mail: [email protected] http://www.rkina.org/sanantonio.html
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Overseas Dharma Centers 2014
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