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  • ISSN 2358-3126

    http://www.revista.unisal.br/lo/index.php/reget/

    GERENCIAMENTO DA CONSTRUO CIVIL: ESTUDO DA APLICAO DA LEAN CONSTRUCTION NO BRASIL

    Beatriz Cassiano de Souza, [email protected] Regina Elaine Santos Cabette, [email protected]

    11 UNISAL Centro Universitrio Salesiano de So Paulo, Rua Dom Bosco, 284 - Centro - Lorena/SP - 12600-100

    Resumo: A indstria da construo civil um setor que apresenta um baixo nvel de produtividade e altos nveis de desperdcios, tanto com materiais como com mo de obra. Sendo assim torna-se cada vez mais importante a aplicao de um gerenciamento e controle de produo. A medida que o mundo se torna cada vez mais competitivo, a busca pela sobrevivncia das empresas vem crescendo aceleradamente, e com isso a busca de alternativas inteligentes para solucionar o problema. A Lean Construction, tambm conhecida como construo enxuta, uma filosofia de gesto de produo baseada no Sistema Toyota de Produo (STP). A construo enxuta foi denominada por Koskela (1992) e visa eliminar desperdcios, simplificar processos, agregar valor ao produto atendendo as necessidades do cliente e reduzir prazos. A Lean Construction prope uma mudana conceitual do paradigma do processo tradicional de produo. Este trabalho tem como objetivo principal o estudo da Lean Construction, seus princpios, aplicaes e efeitos, efetuando sua implantao em processos na construo civil na empresa SLJ Construtora e Incorporadora Ltda. Baseado na definio da Lean Construction e em sua origem percebe-se que para sua eficincia no panorama Brasileiro da construo civil devem ser realizadas adaptaes. O objetivo desse trabalho , portanto, direcionar a Lean Construction para o Brasil seguindo adaptaes necessrias, descobertas atravs de pesquisas e observaes tcnicas e informais.

    Palavras-chave: Construo Civil, Lean Construction, Gesto de produo, Desperdcios.

    CONSTRUCTION MANAGEMENT STUDY OF THE APPLICATION OF THE "LEAN CONSTRUCTION" IN BRAZIL

    Abstract. The construction industry is a sector that has a low level of productivity and high levels of waste, both material and with labor. Thus it becomes increasingly important to apply a management and production control. As the world becomes increasingly competitive, the quest for survival of businesses is growing rapidly, and with it the quest for intelligent alternatives to solve the problem. The "Lean Construction", also known as lean construction, is a production management philosophy based on the Toyota Production System (TPS). Lean construction was called by Koskela (1992) and aims at eliminating waste, simplifying processes, add value to meeting the needs of the client and reduce timelines. The "Lean Construction" proposes a conceptual paradigm shift from the traditional production process. This work aims to study the "Lean Construction", its principles, applications and effects, making their deployment processes in the construction company "SLJ Construction and Incorporated Ltda." Based on the definition of the "Lean Construction" and its source one realizes that for its efficiency in Brazilian panorama construction adjustments must be made. The aim of this work is, therefore, direct the "Lean Construction" to Brazil following adjustments required, discoveries through research and techniques and informal observations.

    Keywords: Construction, Lean Construction, Production Management, Waste.

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    1. INTRODUO

    A definio de Lean Construction, segundo Lauri Koskela a seguinte: denominada como nova filosofia de gesto de produo, originada do Sistema Toyota de Produo STP e adaptada para a construo civil. Esse sistema de produo aumentou a competitividade com a identificao e eliminao de perdas. Perdas no se resumem apenas a produtos defeituosos gerados no Sistema de Produo em Massa (Fordismo ou Ford T. oposto ao mtodo Toyota de produo), mas tambm perdas de recursos, mo de obra, perda de tempo e equipamentos em atividades que no agregam valor.

    Koskela, em 1992, publicou um trabalho acadmico chamado Application of the new production philosophy in the construction industry (Aplicao da nova filosofia de produo na indstria da construo), no qual a mesma avaliou a aplicabilidade do sistema de produo da indstria automobilstica na indstria da construo civil e assim originou a Construo enxuta.

    Quando se refere ao sub-setor de edificaes surgem diversos problemas, provenientes do alto ndice de concentrao de empresas neste setor e dificuldades complexas no seu gerenciamento. As mesmas se diferem de outros subsetores pela quantidade e diversidade de mo de obra (predominantemente no qualificada, justificada pela cultura Brasileira), insumos sem destinos e atividades produtivas em larga escala.

    Hoje, o gerenciamento de obras no Brasil feito de forma improvisada, intuitiva (seguindo instintos pessoais) e reativa (segue como base, modelos j visualizados anteriormente) resultando em baixa produtividade, falta de qualidade nos processos, elevados custos de produo, altos ndices de desperdcio, alm de insatisfao dos clientes e/ou proprietrios.

    Para isso, diversas empresas do ramo da construo civil no Brasil tm buscado a melhoria contnua com implementaes de Sistemas de Qualidade SGQ, mas estes ainda no atendem com profundidade todas as questes relacionadas produo (visto que no atendem todas as etapas de uma obra, focam apenas em problemas com maior destaque, diminuindo a importncia de todos os processos em uma construo). Dessa forma, a Lean Construction, que uma adaptao do Lean Production para a construo civil, surgiu para preencher essa lacuna e buscando o aperfeioamento.

    1.1. Lean Construction e a aplicao de seus onzes princpios interativos

    Quando se refere a Lean Construction, nota-se que a proposta de valor a mudana conceitual do paradigma do processo de produo tradicional (j evidenciado como ineficiente) com a aplicao de onze princpios interativos entre si apresentados por Lauri Koskela (1992):

    1) Reduzir a parcela de atividade que no agrega valor - (por exemplo, excesso de funcionrios apenas em um setor ao invs de priorizar uma diviso eficaz que englobe todas as reas de uma construo);

    2) Aumentar o valor do produto atravs da considerao das necessidades do cliente (Entendendo que o cliente paga um valor x de acordo com as suas necessidades e sua satisfao);

    3) Reduzir a variabilidade (variaes e/ou mudanas); 4) Reduzir o tempo de ciclos; 5) Simplificar os processos atravs da reduo do nmero de passos ou partes; 6) Aumentar a flexibilidade de sada; 7) Aumentar a transparncia do processo; 8) Focar o controle no processo global (utilizando o mtodo partes somadas para um todo produtivo); 9) Estabelecer melhorias contnuas no processo; 10) Introduzir melhoria dos fluxos com a melhoria de converses; 11) Fazer benchmarking (processo utilizado no EUA que utiliza a comparao de produtos, servios, prticas

    empresarial e um importante instrumento de gesto de pessoas).

    Figura 1. Modelo de processo tradicional Fonte: Lauri KOSKELA, 1992.

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    Figura 2. Modelo de processo Lean Construction Fonte: Lauri KOSKELA, 1992

    Na comparao entre ambas as figuras, notvel que na Figura 1 (modelo tradicional) apenas o fluxo da montagem explicitamente considerado influenciado pelo Fordismo, enquanto no modelo Lean Construction (Figura 2) alm dos fluxos de montagem, outros fluxos fsicos so explicitamente considerados: fluxo de materiais, informaes e de trabalho; que mesmo no agregando valor a construo, so deficitrios, j que consomem a maior parte dos custos e tempo da mo de obra.

    1.2. O planejamento e controle da produo em obras da construo Civil

    O Planejamento e o Controle da produo (conhecido como PCP) uma ferramenta de implantao desta filosofia Lean Construction na construo civil.

    Os processos do PCP so representados atravs de duas dimenses bsicas: a horizontal onde as etapas pelas quais o processo realizado em cada nvel hierrquico e a vertical, que se referem como essas etapas so vinculadas entre os diferentes nveis hierrquicos.

    O processo de planejamento e controle da produo na dimenso horizontal, em qualquer nvel hierrquico, divido em seis etapas: preparao do processo de planejamento, coleta de informaes, preparao de planos, difuso de informaes (todos os envolvidos sabero quais suas responsabilidades e possveis tarefas), ao e avaliao do processo de planejamento.

    2. ESTUDO DA APLICAO DA CONSTRUO ENXUTA

    Neste trabalho foi efetuado o estudo da Construo Enxuta, seus princpios, aplicaes e efeitos, realizando a sua verificao na empresa SLJ Construtora e Incorporadora Ltda, localizada no Vale do Paraba, na cidade de Cachoeira Paulista/SP. A mesma foi aplicada de modo coletivo, envolvendo todos os funcionrios da empresa, desde pedreiros, tcnicos, mestre de obras at os arquitetos e engenheiros responsveis.

    O objetivo do trabalho foi direcionar a Construo Enxuta para o Brasil seguindo adaptaes necessrias, descobertas atravs de pesquisas e observaes tcnicas e informais. Com isso planejar, controlar e minimizar incertezas ressaltando o comprometimento, a priorizao e o treinamento necessrios ao desenvolvimento do processo, tentando romper barreiras culturais encontradas no Brasil.

    A empresa SLJ caracterizada como uma empresa de construo civil com aproximadamente 27 funcionrios, entre eles, pedreiros, serventes, gesseiros e pintores terceirizados, entre outros. A empresa SLJ efetua diversos trabalhos no ramo da construo civil, entre eles, construo de casas, prdios, pontos comerciais, reformas em geral.

    A SLJ se interessou pela pesquisa com a inteno de que, melhorias possam ser feitas no gerenciamento, planejamento e controle de suas obras.

    Da pesquisa sobre a Lean Construction entende-se que essa necessidade em simplificar e tornar padro os processos da construo Civil, no momentnea. O problema est na implantao dos 11 princpios propostos pela Lean Construction. possvel retratar que muitas teorias no podem ser aplicadas na prtica diria, devido baixa escolaridade, falta de recursos tecnolgicos (mo de obra altamente industrializada), falta de interesse dos envolvidos e o conhecimento apenas prtico (aes desenvolvidas de forma repetitiva, sem o entendimento da necessidade de realizar tal atividade). Inicialmente, em uma conversa informal com funcionrios da empresa SLJ notou-se uma rejeio da tcnica quando exposta, justificada por problemas culturais, como por exemplo, viso restrita, baixa escolaridade, falta de capacitao, entre outros. Para padronizar e possibilitar a aplicao dos 11 princpios proposto por Koskela, seria necessrio abater problemas culturais como, por exemplo, pedreiros, serventes, encanadores, entres outros terem suas profisses pr-definidas por baixa escolaridade, pobreza, falta de capacitao. E ainda, induzir a formao de profissionais que sejam motivados por vocao, por estarem preparados para realizem tal atividade. No decorrer do estudo, atravs de visitas tcnicas peridicas, foi possvel constatar que os funcionrios no seguem um padro de construo. Todas as atividades que so realizadas no sub-setor de edificaes por memorizao; os funcionrios observaram algum (av, pai ou outro companheiro de servio) realizando tal atividade e executam da mesma maneira, sem sequer saber o porqu do procedimento.

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    O planejamento e controle so atividades complementares entre si. Planejar decidir por antecipao e controlar conhecer e melhorar o que j foi planejado. O planejamento e controle de obras em edificaes tm de ser encarado como um processo gerencial compartilhado entre os diferentes nveis gerenciais e para isto requer o envolvimento e comprometimento de todos. No se pode planejar tudo nos mnimos detalhes, mas pode-se minimizar as incertezas como um controle eficaz e eficiente, o que nos leva a concluso que este o projeto chave de toda Lean Construction.

    A implementao da Lean Construction vivel e deve ser entendida como uma filosofia que busca aperfeioar acima de tudo o processo de gesto da produo, consolidando assim uma nova forma de competitividade sustentada em ambientes de elevados nveis de incerteza e risco.

    O sucesso da implantao dos princpios da Lean Construction depende do comprometimento da alta gerncia, da priorizao das necessidades da obra e do treinamento dos funcionrios e de todos os envolvidos no processo.

    Para que ocorra um aperfeioamento da tcnica seria vivel que todos os funcionrios da obra passassem por treinamentos de qualificao e assim estariam aptos a exercerem sua funo de maneira segura e com perfeio. Com isso, alm de bem preparados minimizariam barreiras culturais existentes no Brasil, que limitam tcnicas precisas como em outros pases, por exemplo, na Europa ser pedreiro, pintor ou encanador uma opo e existe todo um estudo e preparo para isso, enquanto no Brasil estas profisses so escolhidas por falta de opo e muitas vezes de estudo, o que leva ao grau elevado de desqualificao.

    2.1. Procedimento da Pesquisa de Campo

    O procedimento inicial utilizado foi pesquisa de campo aplicada empresa SLJ com intuito de verificar a implementao do mtodo realidade da construo civil no Brasil. Para isso, realizou-se uma entrevista com os funcionrios da empresa, o gestor da obra e gestor de qualidade para se obter uma viso geral dos problemas e restries especficos da cultura de cada regio.

    A empresa SLJ Construtora e Incorporadora Ltda caracterizada como uma empresa de construo civil com aproximadamente 27 funcionrios, entre eles, pedreiros, serventes, gesseiros e pintores terceirizados, entre outros. A SLJ efetua diversos trabalhos no ramo da construo civil, entre eles, construo de casas, prdios, pontos comerciais, reformas em geral. A SLJ se interessou pela pesquisa com a inteno de que, melhorias possam ser feitas no gerenciamento, planejamento e controle de suas obras.

    A pesquisa de campo foi feita seguindo os seguintes passos: Dilogos informais; Entrevista informal; Questionrio; Visitas tcnicas peridicas.

    O primeiro passo foi efetuar dilogos informais com cada um dos funcionrios, separadamente. Nestes dilogos os funcionrios foram questionados sobre a maneira que conduziam a obra, cada um em sua funo, como aprenderam seu ofcio e se conseguiriam trabalhar e efetuar suas funes de outra forma. Foi identificado que, em sua maioria, possuem problemas culturais, como baixa escolaridade e falta de capacitao. Revelaram que aprenderam o ofcio s de observarem sem nenhum embasamento terico ou mesmo prtico cientfico. Alm disso, demonstraram que no tm inteno de aprender outra forma de efetuar a funo que desempenham.

    O segundo passo foi expor o mtodo e esclarecer as dvidas ilustrando cada um dos princpios da lean construction para os funcionrios, explicando e mostrando como aplicar nas obras. Aps a exposio do mtodo foi feita a entrevista informal com os funcionrios e gestores. As questes foram:

    1) Vocs j conheciam ou j tinham ouvido falar do mtodo da Lean Construction (construo enxuta) anteriormente?

    2) Vocs aceitariam iniciar a aplicao dos princpios na obra? Todos os funcionrios com exceo dos gestores, no conheciam o mtodo e nem tinham ouvido falar. Mas

    acharam interessante e aceitaram tentar aplicar os princpios. Os gestores j tinham ouvido falar no mtodo e desde o incio queriam aplicar para obter melhorias na obra em questo.

    Com isso, iniciou-se a tentativa de aplicao do mtodo e seus onze princpios. Para verificao da aplicao e dos resultados obtidos comeou-se as visitas peridicas a obra. E aps o trmino da obra um questionrio sobre os onze princpios foi aplicado ao gestor da obra, e nesse passo pode-se verificar as consequncias da aplicao e os ganhos alcanados.

    2.2. Resultados Alcanados

    O questionrio foi baseado nos onze princpios e teve o objetivo de verificar quais deles passaram a fazer parte do contexto da obra depois do conhecimento do mtodo e aceitao:

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    Princpios Perguntas e Respostas 1 Reduzir as atividades que no agregam valor.

    Questo 1: Nos projetos da empresa existe um plano de rea de trabalho? Resposta: No Questo 2: Possui equipamentos para movimentao de materiais? Resposta: Sim

    2 - Aumentar o valor do produto atravs da considerao das necessidades dos clientes

    Questo 1: Existe algum sistema de gesto da qualidade, para verificao dos servios? Resposta: Existe, em algumas etapas, e vistoria ao final da obra. Questo 2: realizada pesquisa de satisfao dos clientes? Resposta: Sim, feito um questionrio em que o cliente aponta falhas para devidas correes.

    3 - Reduzir a variabilidade Questo 1: realizado treinamento de mo de obra para mostrar a importncia da aprendizagem de uma nova atividade? Resposta: No, somente palestras de segurana do trabalho. Questo 2: O processo de execuo de servios padronizado? Resposta: Sim, para melhor andamento da obra.

    4 - Reduzir o tempo de ciclo Questo 1: A mo de obra reduzida, trabalha com equipes pequenas? Resposta: Sim, equipes menores tm maior controle. Questo 2: Os funcionrios evitam muita movimentao e espera durante as atividades? Resposta: Sim existe um cronograma.

    5 Simplificar pela diminuio do nmero de passos e/ou partes

    Questo 1: Utiliza o servio de corte e dobra de ao do fornecedor e elementos pr-fabricados? Resposta: Sim, para maior agilidade. Questo 2: Os funcionrios so capazes de exercer mais de uma atividade especfica? Resposta: Sim.

    6 Aumentar a flexibilidade na execuo do produto

    Questo 1: Existe sistema que possibilita flexibilizao das plantas? Resposta: Sim, Autocad. Questo 2: Existe formulrio dos projetos de modificao? Resposta: No

    7 - Aumentar a transparncia Questo 1: Utiliza comunicao visual, com informaes da produo, atravs de cartazes ou placas? Resposta: No, somente sobre segurana do trabalho. Questo 2: Emprega controle com indicadores de desempenho? Resposta: No Questo 3: Tem alguma estratgia que vise melhorar a organizao e a limpeza da obra? Qual? Resposta: Sim, limpeza completa da obra nas sextas, limpeza diria e caambas na obra.

    8 Focar o controle em todo o processo Questo 1: Existe planejamento a longo, mdio e curto prazo? Resposta: Sim Questo 2: Existe alguma parceria com fornecedores a fim de reduzir o tempo de descarga dos materiais? Resposta: Sim Questo 3: Trabalha com estoques reduzidos, com entrega parcial de materiais? Resposta: Sim de 21 em 21 dias

    9 Estabelecer a melhoria contnua Questo 1: So realizadas reunies com a equipe para resolver problemas e discutir melhorias? Resposta: Sim. Questo 2: Os processos so padronizados e as equipes so fixas? Resposta: Sim, e alguns casos conforme execuo, equipes prprias e com baixa rotatividade. Questo 3: A empresa faz a premiao dos funcionrios para os melhores resultados? Resposta: Premiao com recompensa no, mas sim facilidades para aquisio pessoal.

    10 Balancear as melhorias dos fluxos com as melhorias das converses

    Questo 1: Os processos utilizados so racionalizados, e as perdas de material e movimentao so reduzidas? Resposta: Tentou-se racionalizar ao mximo, mas ainda h perdas de material. Questo 2: A empresa busca inovaes tecnolgicas que se adaptem s suas obras? Resposta: Sim, com utilizao de novos materiais e produtos, e tambm utilizao de mo de obra de outros locais. Ex.: So Jos dos Campos e So Paulo. Questo 3: Estas inovaes buscam melhorar tanto o processo quanto os fluxos? Resposta: Sim, tambm para agregar conhecimento de novas tcnicas no utilizadas na localidade.

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    11 Fazer benchmarking Questo 1: A construtora reconhece seu pontos fracos, processos passveis de melhoria? Resposta: Sim, pois se no olhar para dentro da obra e ajustar para melhor desempenho, no se ter produto final de qualidade. Questo 2: Busca e identifica em outras empresas tcnicas de sucesso, fazendo visitao ou recolhendo informaes destes procedimentos? Resposta: Sim, visitas a outras empresas. Questo 3: Consegue adaptar as boas prticas realidade da construtora? Resposta: Nem sempre, porm esta e a meta diria.

    Aps a aplicao do questionrio e as visitas peridicas at o final da obra, pode-se verificar que alguns dos onze princpios foram mais bem "sucedidos" que outros. Mas a mudana foi visvel comparando-se o antes e o depois da aplicao do mtodo. Pode-se notar principalmente na organizao, no planejamento e na transparncia. Tudo passou a ser planejado em conjunto e individualmente, incluindo todos os 27 funcionrios e os gestores. Os 27 funcionrios passaram a se sentir como complemento e ficaram felizes por participar de algo to "grande".

    2.3. Comentrios Finais

    Atravs do estudo introdutrio sobre a Lean Construction, da aplicao do questionrio e das visitas peridicas foi possvel notar uma real mudana entre o antes e depois da tese. Como planejado, foi possvel minimizar barreiras culturais, introduzir novos valores no dia-a-dia da obra e na vida dos funcionrios envolvidos, que passaram a se interessar em melhorias profissionais. Ao final do projeto os gestores da SLJ deixaram seus sinceros agradecimentos, por, aps a implementao da tese, os custos e prazos terem sido menores, o que anteriormente, no era possvel. Tambm, notou-se uma melhora em relao organizao, os materiais, documentaes e equipamentos de segurana passaram a ter lugares especficos. Outro ponto de tamanha importncia foi que, alm da adaptao dos 11 princpios, os gestores envolvidos buscam garantir a segurana de todos os funcionrios.

    Finalmente conclui-se que todas as mudanas foram bem vindas e que, com as devidas adaptaes, s trouxeram pontos positivos e garantiram o sucesso da obra. Espera-se que o entrosamento entre todos os funcionrios permanea e que as modificaes enriqueam cada vez mais os projetos desenvolvidos pela empresa.

    3. AGRADECIMENTOS

    A empresa SLJ Construtora e Incorporadora Ltda pela oportunidade de aplicao dos princpios da Lean Construction em uma de suas obras.

    4. REFERNCIAS

    KOSKELA, Lauri. Application of the New Production Philosophy to Construction. Technical Report, Filand, CIFE, 1992.

    MOREIRA Maurcio, BERNARDES Silvia. Planejamento e Controle da Produo para empresas de Construo Civil. Livro: Rio de Janeiro: LTC, 2013.

    NASCIMENTO, A.C.M. Lean Construction Planejamento e Controle em Obras de Edificaes. Niteri: Universidade Federal Fluminense (UFF) Programa de Ps Graduao em Engenharia Civil, 2009. Monografia de especialista em gesto em construo civil.

    TAKAMATSU, Renata Toyoda. Gerenciamento de projeto, materiais e mo-de-obra na construo civil. Barretos: Centro Universitrio da Fundao Educacional de Barretos, 2007.

    5. DIREITOS AUTORAIS

    Os autores so os nicos responsveis pelo contedo do material impresso includo no seu trabalho.