Upload
veronika-nuretdinova
View
555
Download
2
Tags:
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Citation preview
2
Universidade de São Paulo - USP Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - ESALQ
Departamento de Economia, Administração e Sociologia Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas - PECEGE
Coordenação: CARLOS EDUARDO OSÓRIO XAVIER
DANIEL YOKOYAMA SONODA LEONARDO BOTELHO ZILIO
PEDRO VALENTIM MARQUES
Equipe técnica: ANA MARIA COVOLAM
ANDRÉ DA CUNHA BASTOS DOUGLAS BOTTREL
ISABELA PRADO JOÃO HENRIQUE MANTELLATTO ROSA
JULIANA FLORÊNCIO KEDLEY DE FARIAS
LISIANE ISSISAKI KAMIMURA HAROLDO JOSÉ TORRES DA SILVA
MARIA ALICE MÓZ CHRISTOFOLETTI RENAN BENEDITO D’ARAGONE
RICARDO DE CAMPOS BULL RODOLFO MARGATO DA SILVA
WELLINGTON GUSTAVO BENDINELLI
PECEGE. Custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol no Brasil: Fechamento da safra 2010/2011. Piracicaba: Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas/Departamento de Economia, Administração e Sociologia. 2011. 141 p. Relatório apresentado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA.
ISSN 2177-4358
3
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................................ 5
LISTA DE TABELAS ....................................................................................................................................... 8
SUMÁRIO EXECUTIVO ............................................................................................................................... 12
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 16
2. AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS ............................................................................................. 18
3. RESULTADOS ............................................................................................................................................ 25
3.1 Configuração técnica .............................................................................................................................. 25
3.1.1 Agrícola .................................................................................................................................................... 25
3.1.1.1 Variedades de cana-de-açúcar mais utilizadas ................................................................................. 25
3.1.1.2 Tratos culturais ..................................................................................................................................... 26
3.1.1.2.1 Principais pragas na cultura da cana-de-açúcar ............................................................................. 26
3.1.1.2.2 Plantas daninhas ............................................................................................................................... 28
3.1.1.3 Doenças ................................................................................................................................................. 30
3.1.1.4 Rotação de Culturas ............................................................................................................................. 31
3.1.1.5 Agricultura de precisão ....................................................................................................................... 32
3.1.2 Industrial .................................................................................................................................................. 33
3.2 Indicadores de Produção ........................................................................................................................... 38
3.2.1 Fornecedores............................................................................................................................................ 38
3.2.2 Usinas ....................................................................................................................................................... 42
3.2.2.1 Agrícola ................................................................................................................................................ 42
3.2.2.2 Industrial ............................................................................................................................................... 49
3.2.2.2.1 Indicadores gerais das unidades industriais ................................................................................... 50
3.2.2.2.2 Qualidade da matéria-prima ............................................................................................................ 56
3.2.2.2.3 Rendimentos e perdas industriais ................................................................................................... 60
3.2.2.2.4 Subprodutos industriais .................................................................................................................... 65
3.3 Preços de insumos ...................................................................................................................................... 69
3.3.1 Agrícolas .................................................................................................................................................. 69
2
Universidade de São Paulo - USP Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - ESALQ
Departamento de Economia, Administração e Sociologia Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas - PECEGE
Coordenação: CARLOS EDUARDO OSÓRIO XAVIER
DANIEL YOKOYAMA SONODA LEONARDO BOTELHO ZILIO
PEDRO VALENTIM MARQUES
Equipe técnica: ANA MARIA COVOLAM
ANDRÉ DA CUNHA BASTOS DOUGLAS BOTTREL
ISABELA PRADO JOÃO HENRIQUE MANTELLATTO ROSA
JULIANA FLORÊNCIO KEDLEY DE FARIAS
LISIANE ISSISAKI KAMIMURA HAROLDO JOSÉ TORRES DA SILVA
MARIA ALICE MÓZ CHRISTOFOLETTI RENAN BENEDITO D’ARAGONE
RICARDO DE CAMPOS BULL RODOLFO MARGATO DA SILVA
WELLINGTON GUSTAVO BENDINELLI
PECEGE. Custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol no Brasil: Fechamento da safra 2010/2011. Piracicaba: Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas/Departamento de Economia, Administração e Sociologia. 2011. 141 p. Relatório apresentado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA.
ISSN 2177-4358
4
3.3.2 Industriais ................................................................................................................................................. 75
3.4 Custos .......................................................................................................................................................... 80
3.4.1 Fornecedores ............................................................................................................................................ 80
3.4.2 Usinas ....................................................................................................................................................... 93
3.4.2.1 Agrícola................................................................................................................................................. 93
3.4.2.2 Industrial ............................................................................................................................................. 105
3.4.2.3 Administrativo .................................................................................................................................... 124
4. EVOLUÇÃO DOS RESULTADOS DOS LEVANTAMENTOS DE CUSTO.................................. 126
4.1. Fornecedores ............................................................................................................................................ 126
4.2 Usinas ........................................................................................................................................................ 132
5. CONCLUSÕES .......................................................................................................................................... 136
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 140
5
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Representatividade da moagem amostrada pelo PECEGE/CNA, para o fechamento da safra 2010/11. .................................................................................................................................................. 21 Figura 2. Representatividade da produção de açúcar amostrada pelo PECEGE/CNA, para o fechamento da safra 2010/11 .................................................................................................................. 22 Figura 3. Representatividade da produção de etanol amostrada pelo PECEGE/CNA, para o fechamento da safra 2010/11 ..................................................................................................................................... 23 Figura 4. Histograma de frequências das variedades mais plantadas no Brasil e nas regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ...................................................................................... 26 Figura 5. Principais pragas da cultura da cana-de-açúcar no Brasil, na amostra do PECEGE/CNA, para o fechamento da safra 2010/11. .............................................................................................................. 28 Figura 6. Principais plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades em nível Brasil, para o fechamento da safra 2010/11. ........................................... 29 Figura 7. Utilização de agricultura de precisão na cultura da cana-de-açúcar no Brasil e nas regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................... 32 Figura 8. Distribuição das usinas em relação à capacidade de extração diária em toneladas. ............... 33 Figura 9. Distribuição das usinas em relação à capacidade diária das destilarias de etanol. ................. 34 Figura 10. Distribuição das usinas em relação à via de desidratação de etanol. .................................... 34 Figura 11. Distribuição das usinas em relação à quantidade de caldeiras para a produção de vapor. ... 35 Figura 12. Quantidade de caldeiras por classes de pressão de vapor (em kgf/cm²). .............................. 35 Figura 13. Quantidade de caldeiras por capacidade de produção (em t vapor/h). ................................. 36 Figura 14. Quantidade de geradores por classes de potência de energia elétrica (em MW). ................. 38 Figura 15. Distribuição de produtividade média (t/ha) em função de faixas de moagem (milhões de t) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .............................. 43 Figura 16. Histograma de freqüência de produtividade média (t/ha) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional (a), Centro-Sul Expansão (b) e Nordeste (c). ...................................................................... 43 Figura 17. Histograma de freqüência de colheita mecanizada (%) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional (a), Centro-Sul Expansão (b) e Nordeste (c). ...................................................................... 44 Figura 18. Histograma de freqüência da concentração de ATR em cana própria para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional (a), Centro-Sul Expansão (b) e Nordeste (c). ................................................... 46 Figura 19. Histograma de freqüência dos preços de arrendamentos para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional (a), Centro-Sul Expansão (b) e Nordeste (c). ...................................................................... 47 Figura 20. Distribuição de horas de processamento e eficiência do tempo (%). ................................... 52 Figura 21. Distribuição das horas paradas.............................................................................................. 52 Figura 22. Mix de produção entre açúcar e etanol (em %). ................................................................... 53 Figura 23. Distribuição da Pol% da cana (PC da cana - percentual de sacarose na composição da cana) para as regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ........................................... 57 Figura 24. Distribuição das usinas em relação ao teor de fibra da cana-de-açúcar (em %). .................. 58 Figura 25. Pureza do caldo da cana (relação percentual entre Pol % e Brix). ....................................... 59 Figura 26. Distribuição de perdas na extração (% ART) em função de faixas de moagem (milhões de t) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .............................. 60
6
Figura 27. Histograma de freqüência de perdas na extração (%) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ...................................................................................... 61 Figura 28. Porcentagem de lavagem de cana-de-açúcar (%). ................................................................ 62 Figura 29. Rendimento de fermentação (%)........................................................................................... 62 Figura 30. Rendimento de destilação (%). ............................................................................................. 63 Figura 31. Produção relativa de vinhaça (l/l de etanol). ......................................................................... 66 Figura 32. Produção relativa de bagaço (kg/t cana). .............................................................................. 66 Figura 33. Produção relativa de torta de filtro (kg/t cana). .................................................................... 67 Figura 34. Produção relativa de óleo fúsel (l/m³ de etanol). .................................................................. 67 Figura 35. Produção relativa de levedura (kg/m³ de etanol). ................................................................. 68 Figura 36. Produção relativa de mel (kg/t açúcar). ................................................................................ 68 Figura 37. Preço do bagaço (R$/t). ......................................................................................................... 69 Figura 38. Representação gráfica dos custos de produção e dos preços da cana-de-açúcar encarados pelos fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para o fechamento da safra 2010/11. ................................................................................................................. 84 Figura 39. Indicadores de rentabilidade para os fornecedores de cana das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para o fechamento da safra 2010/11. ........................... 85 Figura 40. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Centro-Sul Tradicional. ...................................................................................................................................... 86 Figura 41. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Centro-Sul Expansão. ......................................................................................................................................... 87 Figura 42. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Nordeste. ................................................................................................................................................................ 88 Figura 43. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo dos fornecedores de cana da região Centro-Sul Tradicional. ............................................................................................................... 90 Figura 44. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo dos fornecedores de cana da região Centro-Sul Expansão. .................................................................................................................. 91 Figura 45. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo dos fornecedores de cana da região Nordeste. ...................................................................................................................................... 92 Figura 46. Representação gráfica dos custos e preços de cana-de-açúcar, para a safra 2010/11, considerando as usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, em R$/tc. ...................................................................................................................................................... 99 Figura 47. Indicadores de rentabilidade das usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para a safra 2010/11, em valores percentuais. .................................................. 100 Figura 48. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo, para as usinas da região Centro-Sul Tradicional, na safra 2010/11. ........................................................................................... 101 Figura 49. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo, para as usinas da região Centro-Sul Expansão, na safra 2010/11. .............................................................................................. 102 Figura 50. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo, para as usinas da região Nordeste, na safra 2010/11. .................................................................................................................. 103 Figura 51. Distribuição de custos com mão de obra (R$/t) em função de faixas de moagem (milhões de t) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ............................ 106
7
Figura 52. Custos de peças e serviços de manutenção industrial (R$/t) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .............................................................................. 109 Figura 53. COE, COT, CT e Preço médio para a região Centro-Sul Expansão: a) Açúcar Branco e Açúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado. ............................................................................ 118 Figura 54. COE, COT, CT e Preço médio para a região Centro-Sul Tradicional: a) Açúcar Branco e Açúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado. ............................................................................ 119 Figura 55. COE, COT, CT e Preço médio para a região Nordeste: a) Açúcar Branco e Açúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado. ....................................................................................................... 120 Figura 56. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo industrial, para as usinas da região Expansão, na safra 2010/11. ...................................................................................................... 121 Figura 57. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo industrial, para as usinas da região Tradicional, na safra 2010/11. ................................................................................................... 122 Figura 58. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo industrial, para as usinas da região Nordeste, na safra 2010/11. ....................................................................................................... 123 Figura 59. Evolução dos custos nominais de produção de cana-de-açúcar: fornecedores da região Tradicional. .......................................................................................................................................... 127 Figura 60. Evolução dos custos nominais de produção de cana-de-açúcar: fornecedores da região de Expansão. ............................................................................................................................................. 127 Figura 61. Evolução dos custos nominais de produção de cana-de-açúcar: fornecedores da região Nordeste. .............................................................................................................................................. 129 Figura 62. Evolução das margens sobre o custo total de produção da cana: fornecedores das regiões Tradicional, Expansão e Nordeste. ....................................................................................................... 129 Figura 63. Evolução dos custos reais de produção da cana-de-açúcar: fornecedores das regiões Tradicional, Expansão e Nordeste. ....................................................................................................... 130 Figura 64. Custos e preços reais da cana-de-açúcar: média das safras 2007/08 à 2010/11 para fornecedores das regiões Tradicional, Expansão e Nordeste. .............................................................. 131 Figura 65. Custo total e preço médio para a cana – Comparativo entre safras. ................................... 132 Figura 66. Custo total e preço médio para o Açúcar Branco – Comparativo entre safras. .................. 133 Figura 67. Custo total e preço médio para o Açúcar VHP – Comparativo entre safras. ...................... 133 Figura 68. Custo Total e Preço médio para Etanol Anidro – Comparativo entre safras. ..................... 134 Figura 69. Custo Total e Preço médio para o Etanol Hidratado – Comparativo entre safras. ............. 134
8
LISTA DE TABELAS Tabela 1. Cidades e regiões em que os painéis foram realizados na safra 2010/11 ............................... 19 Tabela 2. Evolução do número de moagem (em milhões de toneladas) e do número de usinas participantes da pesquisa ........................................................................................................................ 20 Tabela 3. Representatividade da amostra do PECEGE em relação à moagem e às produções de açúcar e etanol do país, para o fechamento da safra 2010/11 ............................................................................ 24 Tabela 4. Principais pragas da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades nas regiões produtoras amostradas ............................................................................................................................ 27 Tabela 5. Principais plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades nas regiões produtoras amostradas. ........................................................................ 29 Tabela 6. Principais doenças para a cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades nas regiões produtoras amostradas ......................................................................................................... 30 Tabela 7. Utilização de rotação de culturas para as lavouras de cana-de-açúcar do Brasil, na amostra do PECEGE/CNA ....................................................................................................................................... 31 Tabela 8. Mínimo, máximo e média para a potência instalada de geração de energia elétrica por usina (em MW). ............................................................................................................................................... 36 Tabela 9. Porcentagem de vapor alocado às turbinas de geração de eletricidade (em %). .................... 36 Tabela 10. Produção relativa de energia elétrica (em KWh/tc). ............................................................. 37 Tabela 11. Taxa de utilização dos equipamentos de moagem (em %). .................................................. 37 Tabela 12. Taxa de utilização dos equipamentos de destilação (em %). ............................................... 37 Tabela 13. Taxa de utilização dos equipamentos de fabricação de açúcar (em %). ............................... 37 Tabela 14. Taxa de utilização dos equipamentos de geração de vapor (em %). .................................... 37 Tabela 15. Mínimos, máximos e médias da produtividade agrícola (t/ha) para os fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ....................................................... 39 Tabela 16. Mínimos, máximos e médias do raio médio (km) para os fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................................................ 39 Tabela 17. Mínimos, máximos e médias da concentração de ATR em cana própria (kg ATR/t) dos fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste ............................ 39 Tabela 18. Mínimos, máximos e médias de preços de arrendamento, em espécie (t/ha/ano), pagos por fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ........................... 40 Tabela 19. Mínimos, máximos e médias do ATR padrão pago em contratos de arrendamentos (kg ATR/tc): regiões Tradicional, Expansão e Nordeste. ............................................................................. 40 Tabela 20. Mínimos, máximos e médias do preço do ATR (R$/kg ATR) pago aos fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ....................................................... 41 Tabela 21. Mínimos, máximos e médias da porcentagem de colheita mecanizada dos fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ....................................................... 41 Tabela 22. Mínimos, máximos e médias da porcentagem de colheita manual dos fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ....................................................... 41 Tabela 23. Mínimo, máximo e média de produtividade agrícola (t/ha) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................................................ 44 Tabela 24. Mínimo, máximo e média da porcentagem de colheita mecânica das usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................... 45
9
Tabela 25. Mínimo, máximo e média da concentração de ATR em cana própria (kg ATR/t) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................. 46 Tabela 26. Mínimo, máximo e média de preços de arrendamentos, em espécie (t/ha/ano), para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................. 47 Tabela 27. Mínimo, máximo e moda do ATR padrão pago em contratos de arrendamentos (kg ATR/tc), para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste................ 48 Tabela 28. Mínimo, máximo e média do preço do ATR (R$/kg ATR) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................................................ 49 Tabela 29. Mínimo, máximo e média para a participação da cana própria nas moagens das usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para a safra 2010/11...................... 50 Tabela 30. Parâmetros de processamento de cana-de-açúcar utilizados nos modelos regionais de custos, para a safra 2010/11. .................................................................................................................. 51 Tabela 31. Mix de produção utilizados nos modelos de custos regionais. ............................................. 53 Tabela 32. Mix de produtos utilizados nos modelos de custos regionais. ............................................. 54 Tabela 33. Produção final dos produtos considerados nos modelos de custos regionais. ...................... 54 Tabela 34. Produção relativa final dos produtos considerados nos modelos de custos regionais. ......... 55 Tabela 35. Produção e comercialização de eletricidade consideradas nos modelos de custos regionais, em kWh por tonelada de cana processada. ............................................................................................. 55 Tabela 36. Produção e comercialização de eletricidade consideradas nos modelos de custos regionais, em MWh. ................................................................................................................................................ 56 Tabela 37. Mínimos, máximos e médias do teor de Pol% (PC) da cana-de-açúcar para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, em %. ............................................ 57 Tabela 38. Mínimos, máximos e médias do teor de fibra (%) da cana-de-açúcar para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................... 58 Tabela 39. Mínimos, máximos e médias para a pureza do caldo (relação percentual entre Pol % e Brix) da cana-de-açúcar, para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. 59 Tabela 40. Parâmetros de qualidade de matéria prima utilizados no modelo. ....................................... 59 Tabela 41. Mínimos, máximos e médias para perdas na extração (% ART) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................... 61 Tabela 42. Mínimos, máximos e médias do rendimento de fermentação (%) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................... 63 Tabela 43. Mínimos, máximos e médias do rendimento de destilação (%) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................... 63 Tabela 44. Perdas e eficiências industriais utilizadas nos modelos regionais de custo (em %). ............ 64 Tabela 45. Mínimos, máximos e médias de perdas na lavagem (% ART) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................... 64 Tabela 46. Mínimos, máximos e médias de perdas na torta (% ART) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................................................ 64 Tabela 47. Mínimos, máximos e médias de perdas indeterminadas (% ART) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................... 65 Tabela 48. Mínimos, máximos e médias da pureza do mel final (%) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ...................................................................................... 65
10
Tabela 49. Preços e quantidades de insumos agrícolas da região Centro-Sul Expansão, safra 2010/11 – Fornecedor e Usina ................................................................................................................................. 71 Tabela 50. Preços e quantidades de insumos agrícolas da região Centro-Sul Tradicional, safra 2010/11 – Fornecedor e Usina .............................................................................................................................. 71 Tabela 51. Preços e quantidades de insumos agrícolas da região Nordeste, safra 2010/11 – Fornecedor e Usina .................................................................................................................................................... 72 Tabela 52. Evolução dos preços médios (R$) e taxas de crescimento dos principais insumos agrícolas levantados na região Centro-Sul Tradicional (safras 2007/08 a 2010/11) – Fornecedores e Usinas. .... 73 Tabela 53. Evolução dos preços médios e taxas de crescimento dos principais insumos agrícolas levantados na região Centro-Sul Expansão (safra 2007/08 a 2010/11) – Fornecedores e Usinas. ........ 74 Tabela 54. Evolução dos preços médios e taxas de crescimento dos principais insumos agrícolas levantados na região Nordeste (safra 2007/08 a 2010/11) – Fornecedores e Usinas. ............................ 74 Tabela 55. Preços e consumos médios dos principais insumos industriais coletados no Brasil, para a safra 2010/11. ......................................................................................................................................... 76 Tabela 56. Evolução dos preços médios dos principais insumos industriais coletados no Brasil (safra 2007/08 à safra 2010/11). ....................................................................................................................... 77 Tabela 57. Evolução dos consumos médios específicos dos principais insumos industriais coletados no Brasil (safra 2007/08 à safra 2010/11). .................................................................................................. 79 Tabela 58. Premissas básicas adotadas no modelo de custos de cana de fornecedores, para as regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................... 81 Tabela 59. Quantidade de ATR por tonelada de cana-de-açúcar (kg ATR/t) e preços de ATR (R$/kg ATR). ...................................................................................................................................................... 81 Tabela 60. Custos de produção de cana-de-açúcar de fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para o fechamento da safra 2010/11................................................. 83 Tabela 61. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Centro-Sul Tradicional. ...................................................................................................................................... 86 Tabela 62. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Centro-Sul Expansão. ......................................................................................................................................... 87 Tabela 63. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Nordeste. ................................................................................................................................................................ 88 Tabela 64. Premissas básicas adotadas no modelo de custos de cana das usinas, para as regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ................................................................................ 94 Tabela 65. Quantidade de ATR por tonelada de cana-de-açúcar (kg ATR/t) e preços do ATR (R$/kg ATR) para as usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ............... 95 Tabela 66. Custos de produção de cana-de-açúcar de usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para o fechamento da safra 2010/11................................................. 98 Tabela 67. Ponderação do custo da cana-de-açúcar: COE. .................................................................. 104 Tabela 68. Ponderação do custo da cana-de-açúcar: COT. .................................................................. 104 Tabela 69. Ponderação do custo da cana-de-açúcar: CT. ..................................................................... 104 Tabela 70. Mínimos, máximos e médias para os custos com mão-de-obra (R$/t) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................. 105
11
Tabela 71 Mínimos, máximos e médias de custos com insumos industriais (R$/t) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ..................................................... 107 Tabela 72. Mínimos, máximos e médias de custos com manutenção industrial (R$/t), e as respectivas participações dos grupos de materiais e serviços na composição desses custos, para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................. 108 Tabela 73. Mínimos, máximos e médias de custos com administração industrial (R$/t) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ..................................................... 110 Tabela 74. Custos de produção agroindustrial do processamento de cana-de-açúcar: região Centro-Sul Expansão. ............................................................................................................................................. 112 Tabela 75. Custos de produção agroindustrial do processamento de cana-de-açúcar: região Centro-Sul Tradicional. .......................................................................................................................................... 113 Tabela 76. Custos de produção agroindustrial do processamento de cana-de-açúcar: região Nordeste. .............................................................................................................................................................. 114 Tabela 77. Custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região Centro-Sul Expansão. ....... 115 Tabela 78. Custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região Centro-Sul Tradicional. .... 116 Tabela 79. Custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região Nordeste. ........................... 117 Tabela 80. Resumo dos custos de produção agroindustriais de açúcar e etanol: região Centro-Sul Expansão. ............................................................................................................................................. 118 Tabela 81. Resumo dos custos de produção agroindustriais de açúcar e etanol: região Centro-Sul Tradicional. .......................................................................................................................................... 119 Tabela 82. Resumo dos custos de produção agroindustriais de açúcar e etanol: região Nordeste. ...... 120 Tabela 83. Mínimos, máximos e médias para custos com mão-de-obra (R$/t) de usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................................................. 124 Tabela 84. Mínimos, máximos e médias para custos com financiamento para capital de giro (R$/t) de usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................... 124 Tabela 85. Mínimos, máximos e médias para custos com serviços e utilidades (R$/t) de usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ..................................................... 125 Tabela 86. Mínimos, máximos e médias para custos com serviços técnicos e profissionais (R$/t) de usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .................................... 125 Tabela 87. Mínimos, máximos e médias para custos com materiais de consumo (R$/t) de usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. ..................................................... 125 Tabela 88. Mínimos, máximos e médias para custos com diversos (R$/t) de usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. .............................................................................. 125 Tabela 89. Evolução dos custos de produção do açúcar branco, em R$/t. ........................................... 135 Tabela 90. Evolução dos custos de produção do açúcar VHP, em R$/t............................................... 135 Tabela 91. Evolução dos custos de produção do etanol anidro, em R$/m³. ......................................... 135 Tabela 92. Evolução dos custos de produção do etanol hidratado, em R$/m³. ................................... 135
12
32,18 29,4340,23
14,03 10,68
16,2713,126,90
7,5655,23 51,76
72,93
01020304050607080
Tradicional Expansão Nordeste
R$/
tc
COE COT CT Preço cana
SUMÁRIO EXECUTIVO
No 5º levantamento de custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol do PECEGE
ESALQ/USP-CNA houve expressivo crescimento do número de participantes e da representatividade
da amostragem em termos de moagem de cana e de produção de açúcar e etanol. Ao todo, 101 usinas
responderam aos questionários do levantamento, além de 19 associações de fornecedores de cana-de-
açúcar. A pesquisa computou 51 questionários para a região Centro-Sul Tradicional, enquanto que
para as regiões Centro-Sul Expansão e Nordeste foram registrados 29 e 21 questionários,
respectivamente.
Em média, o preço da cana-de-açúcar foi suficiente para cobrir os custos operacionais e as
depreciações dos fornecedores (COT), e para as regiões de Expansão e Nordeste o preço de venda
também conseguiu remunerar os custos de oportunidade do capital dos produtores (CT). No Centro-
Sul Tradicional, a rentabilidade negativa em termos de resultado econômico explica-se pelos maiores
níveis de preços de arrendamentos e pela maior ociosidade do capital investido (Figura A).
Figura A. Custos de produção e do preço da cana-de-açúcar para os fornecedores das regiões Centro-
Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para a safra 2010/11, em R$/tc.
Os custos totais de produção (CT) da cana própria ficaram abaixo dos preços da matéria-prima
para as unidades industriais, em todas as regiões analisadas. Destaca-se a margem de rentabilidade
13
econômica das usinas do Nordeste. Tais resultados diferem daqueles apurados na safra 2009/10,
quando os preços da cana das regiões do Centro-Sul não foram suficientes para cobrir totalmente os
custos de oportunidade da atividade (Figura B).
Figura B. Custos e preços da cana-de-açúcar para as usinas das regiões Centro-Sul Tradicional,
Centro-Sul Expansão e Nordeste, para a safra 2010/11, em R$/tc.
Os preços dos mercados de açúcar e etanol remuneraram todos os fatores de produção no
Centro-Sul e no Nordeste, refletindo cenários satisfatórios para as unidades do Brasil na safra 2010/11.
Ou seja, os preços dos principais produtos do setor (açúcar branco, açúcar VHP, etanol anidro e etanol
hidratado) foram maiores do que os custos totais de produção, gerando margens de rentabilidade
positivas para as três regiões da pesquisa. Dentre esses produtos, destacam-se as margens obtidas com
o açúcar branco, que atingiram patamares em torno de 40% no Centro-Sul e de aproximadamente 30%
no Nordeste (Figuras C, D e E).
Em comparação com os custos estimados pelo relatório de acompanhamento da safra 2010/11
do Centro-Sul, as diferenças entre estes valores e os divulgados pelo presente relatório de fechamento
foram bastante pequenas, sendo inclusive nula para a região Tradicional, o que reflete a ótima
aderência entre os levantamentos realizados.
37,86 34,74 43,57
9,18 9,0712,636,09 3,31
7,1954,0452,94
73,45
01020304050607080
Tradicional Expansão Nordeste
R$/
tc
COE COT CT Preço cana
14
0200400600800
1.0001.2001.4001.600
Branco VHP
R$/
t
COE COT CT Preço médio
0200400600800
1.0001.2001.4001.600
Anidro Hidratado
R$/
m³
COE COT CT Preço médio
0200400600800
1.0001.2001.4001.600
Anidro Hidratado
R$/
m³
COE COT CT Preço médio
0200400600800
1.0001.2001.4001.600
Branco VHP
R$/
t
COE COT CT Preço médio
a) b)
Figura C. COE, COT, CT e Preço médio para a região Centro-Sul Expansão: a) Açúcar Branco e
Açúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado.
a) b)
Figura D. COE, COT, CT e Preço médio para a região Centro-Sul Tradicional: a) Açúcar Branco e
Açúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado.
15
0200400600800
1.0001.2001.4001.600
Anidro Hidratado
R$/
m³
COE COT CT Preço médio
0200400600800
1.0001.2001.4001.600
Branco VHP
R$/
t
COE COT CT Preço médio
a) b)
Figura E. COE, COT, CT e Preço médio para a região Nordeste: a) Açúcar Branco e Açúcar VHP; b)
Etanol Anidro e Etanol Hidratado.
A partir dos resultados obtidos com o estudo, e com base nas tendências de custos e preços
observadas ao longo dos últimos anos, espera-se que após o fechamento da safra 2011/12 os patamares
de rentabilidade dos fornecedores de cana aproximem-se do equilíbrio econômico de longo prazo,
caracterizado pelo lucro nulo, ao serem considerados todos os custos de oportunidade do capital.
Após o cenário de baixa rentabilidade, os preços dos produtos superaram, em geral, todos os
custos totais de produção, apesar destes apresentarem aumentos em comparação com a safra anterior.
Os resultados e conclusões do relatório reforçam a importância do desenvolvimento de
trabalhos como esse, cujo objetivo consiste em medir os fatores que são determinantes para o custo de
produção e gerar indicadores que reflitam as melhores práticas de gerenciamento e controle da
produção.
16
1. INTRODUÇÃO
De forma a prosseguir com os levantamentos de custos de produção do setor sucroenergético
brasileiro, o Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas – PECEGE,
novamente em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil- CNA, realizou no
primeiro semestre de 2011 o levantamento de custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol
do Brasil, tendo como referência a safra 2010/11.
A metodologia aplicada no estudo seguiu os procedimentos delineados por Marques (2009) e
Xavier et al (2009), mediante o levantamento dos custos agrícolas (cana-de-açúcar) de fornecedores
autônomos e usinas, e dos custos industriais destas (produção de açúcar e etanol). No que tange às
modificações de importância, ou seja, às alterações e incrementos do procedimento metodológico
aplicado para o fechamento da safra 2010/11 face ao último levantamento, destacam-se a expansão do
tratamento dos custos de insumos agrícolas e de mão-de-obra, além da aplicação de questionário
específico de configuração tecnológica agrícola junto às usinas participantes.
No que diz respeito à representatividade amostral da pesquisa, detalhada no capítulo seguinte
deste documento, salienta-se a evolução do número de agentes participantes, bem como o alcance do
estudo em todas as grandes regiões canavieiras do país. Com base nos dados fornecidos referentes à
safra 2010/11, a amostragem englobou 23,22% de todas as usinas instaladas no Brasil, o que
correspondeu a 28,84% de toda moagem de cana registrada em tal safra, sendo equivalente a 34,85%
da produção de açúcar e a 26,07% da produção de etanol registradas para o país.
Com o intuito de aperfeiçoar ainda mais o levantamento de custos de produção de cana-de-
açúcar, açúcar e etanol, o PECEGE busca continuamente novas usinas participantes do projeto.
Espera-se, para a próxima edição, análises mais abrangentes referentes à manutenção industrial e aos
custos administrativos das usinas, bem como maior detalhamento das configurações tecnológicas
agrícolas dos fornecedores.
Além da introdução, o trabalho contempla análises descritivas sobre a amostragem e a coleta de
dados (Seção 2) e resultados (Seção 3), sendo que neste último podem ser encontrados dados sobre
configuração técnica (Subseção 3.1), fatores de produção (Subseção 3.2), preços de insumos (Subseção 3.3) e
17
custos (subseção 3.4) que, diferentemente do último relatório desenvolvido pelo PECEGE, estão
divididos, majoritariamente, entre fornecedores e usinas. As Seções 4 e 5, por sua vez, abrangem a
evolução dos resultados dos levantamentos de custos e as conclusões, respectivamente.
Os resultados dos outros levantamentos (safras 2007/08, 2008/09, 2009/10 e 2010/11 –
acompanhamento Centro-Sul) podem ser obtidos no site www.pecege.esalq.usp.br.
18
2. AMOSTRAGEM E COLETA DE DADOS A amostragem baseou-se na metodologia aplicada nos levantamentos anteriores. Dessa forma,
foram contatadas todas as usinas situadas nos nove maiores estados produtores do país, bem como no
Rio de Janeiro. Foram estabelecidos contatos (visitas, telefone ou e-mail) com aproximadamente 230
unidades sucroenergéticas do Brasil, para a obtenção de informações dos custos de produção de cana-
de-açúcar, açúcar e etanol das três regiões produtoras do Brasil: Centro-Sul Tradicional (São Paulo,
Rio de Janeiro e Paraná), Centro-Sul Expansão (Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e
Goiás) e Nordeste (Pernambuco, Alagoas e Paraíba).
Após o estabelecimento de contato e o envio de questionários às usinas, foram obtidas
informações de 101 unidades, sendo 51 delas localizadas na região Centro-Sul Tradicional, 31 na
região Centro-Sul Expansão e 19 na região Nordeste. Tais questionários continham consultas sobre
indicadores de produção, custos, configuração tecnológica e utilização de insumos, para as áreas
agrícola e industrial das usinas. Além dos dados levantados junto às unidades industriais, também
foram realizadas visitas de campo em todos os 10 estados amostrados pelo levantamento, incluindo
visitas às associações de fornecedores de cana-de-açúcar, alinhadas à realização de painéis presenciais
com produtores, técnicos e outros agentes do setor. Os painéis realizados junto aos fornecedores de
cana-de-açúcar na safra 2010/11 constam na Tabela 1.
O aumento do número de participantes mostra a evolução do processo de amostragem do 5°
levantamento de custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol. Houve uma taxa de
crescimento superior a 260% em comparação com a última pesquisa, o que reflete o aprimoramento
dos processos de coleta e análise de dados, e a percepção da relevância do trabalho sob a ótica dos
agentes do setor sucroenergético como um todo.
19
Tabela 1. Cidades e regiões em que os painéis foram realizados na safra 2010/11
Cidade (Painel) Região Andradina – SP Expansão Araçatuba – SP Tradicional Assis – SP Tradicional Campos dos Goytacazes – RJ Tradicional Catanduva – SP Tradicional Goiatuba – GO Expansão Ituiutaba – MG Expansão Jacarezinho – PR Tradicional Jaú – SP Tradicional João Pessoa – PB Nordeste Maceió – AL Nordeste Maracaju – MS Expansão Nova Olímpia – MT Expansão Piracicaba – SP Tradicional Porecatu – PR Tradicional Quirinópolis – GO Expansão Recife – PE Nordeste Sertãozinho – SP Tradicional Uberaba – MG Expansão Fonte: Dados do PECEGE/CNA
O total amostrado na primeira safra analisada (2007/08) totalizou 40,9 milhões de toneladas de
cana moída, das quais 23,1 milhões foram referentes ao Centro-Sul Tradicional do país, 9,8 milhões
relativas ao Centro-Sul Expansão e 8,0 milhões correspondentes ao Nordeste. Para a safra 2010/11,
174,31 milhões de toneladas foram amostrados, em 101 unidades industriais espalhadas por 10 estados
brasileiros. Nesse sentido, cabe ressaltar que 80 usinas forneceram informações dos questionários de
indicadores de produção e custos, ao passo que as outras 21 componentes da base de dados efetuaram
cadastros junto ao sistema de contatos do PECEGE/CNA, transmitindo informações parciais, tais
como moagem total e produção de açúcar e etanol. A amostra contém moagens de 104,2 e 44,5
milhões de toneladas de cana para as regiões Centro-Sul Tradicional e Centro-Sul Expansão,
respectivamente, enquanto 25,6 milhões correspondem à moagem nordestina (Tabela 2).
20
Tabela 2. Evolução do número de moagem (em milhões de toneladas) e do número de usinas
participantes da pesquisa
Unidades da Federação
2007/08 2008/09 2009/10 2010/11* 2010/11
Moagem Nº usinas Moagem Nº
usinas Moagem Nº usinas Moagem Nº
usinas Moagem Nº usinas
Alagoas 3,7 3 5,2 4 3,0 3 - - 15,6 10 Goiás 3,3 3 8,7 4 8,3 4 10,7 5 20,6 11 Mato Grosso 0,0 0 0,0 0 1,6 1 3,3 4 1,2 2 Mato G. Sul 1,5 1 0,2 1 0,0 0 2,1 1 3,3 3 Minas Gerais 5,0 4 4,4 2 6,0 3 4,6 3 19,4 13 Paraíba 0,0 0 0,0 0 0,8 1 - - 2,8 4 Paraná 1,7 3 1,3 1 1,4 1 20,8 11 5,5 5 Pernambuco 4,3 3 1,7 1 1,7 1 - - 7,2 7 Rio de Janeiro 0,6 2 6,9 1 1,5 2 1,6 2 1,7 2 São Paulo 20,8 13 15,1 6 26,6 11 72,6 29 97,0 44
TOTAL 40,9 32 44 20 50,8 28 115,6 55 174,3 101 Fonte: Dados do PECEGE/ CNA. * Dados do relatório de Acompanhamento de Safra para a região Centro-Sul.
Com o intuito de comparar os dados amostrados pela pesquisa realizada pelo PECEGE/CNA
com os totais de moagem e produção de açúcar e etanol do Brasil, foram coletados dados fornecidos
pela União da Indústria de Cana-de-açúcar – UNICA, para a região Centro-Sul, e pelo Sindicato da
Indústria do Açúcar e do Álcool – SINDAÇÚCAR/PE, para a região Nordeste. Com isso, pode ser
verificada na Figura 1, Figura 2 e Figura 3 a representatividade do levantamento frente às principais
instituições do setor sucroenergético, nos diversos estados brasileiros e nos painéis regionais, para a
safra 2010/11 (Tabela3). Em relação à moagem, são bastante significativas as representatividades da
amostragem executada pelo PECEGE/CNA nos estados de Alagoas, Rio de Janeiro, Paraíba,
Pernambuco e Goiás, que atingiram os patamares de 58,41%, 56,07%, 54,64%, 44,72% e 44,18% das
moagens totais dessas unidades da federação na safra 2010/11, respectivamente. Dentre os maiores
produtores em âmbito nacional, os estados de São Paulo e Minas Gerais também são
consideravelmente abrangidos pelo levantamento, haja vista os níveis respectivos de 26,43% e
38,00%. Embora as representatividades de Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul sejam menores
21
em termos relativos, as usinas amostradas possuem cerca de um décimo de toda moagem existente em
tais unidades da federação (Figura 1).
Em termos mais específicos, ressalta-se ainda que em determinados painéis de São Paulo e
Goiás a amostra do PECEGE/CNA alcançou valores relativos muito expressivos, o que reflete a
diversificação regional e a robustez dos resultados obtidos pelo levantamento. Para as subdivisões
estabelecidas em São Paulo, foram amostrados 39,35%, 33,91% e 29,73% das moagens totais de
Catanduva, Araçatuba e Sertãozinho, respectivamente, tendo como referência a safra anterior. Além
disso, a pesquisa representou em Goiás 53,03% e 35,20% das produções totais registradas nos painéis
de Quirinópolis e Goiatuba.
Figura 1. Representatividade da moagem amostrada pelo PECEGE/CNA, para o fechamento da safra
2010/11.
No que se refere à participação da amostra do PECEGE/CNA em relação à distribuição das
produções brasileiras dos principais produtos do setor sucroenergético, verifica-se que a amostra de
São Paulo contabilizou aproximadamente 34,78% e 21,34% do total estadual produzido de açúcar e
etanol, respectivamente. Dentre as subdivisões regionais estabelecidas, Catanduva, Araçatuba,
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
AL GO MT MS MG PB PR PE RJ SP TOTAL
Moagem - AMOSTRA PECEGE
22
Sertãozinho e Assis destacam-se pela produção de açúcar. Para a primeira mesorregião citada, a
amostragem representou 86,17% do total produzido, com base em dados da UNICA. Os mesmos
destaques devem ser dados aos valores amostrados em Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro, além da
região Nordeste como um todo. A propósito, quanto à produção total de açúcar, os painéis de Uberaba
– MG, Campos dos Goytacazes - RJ e Goiatuba - GO apresentaram indicadores respectivos de
amostragem de 61,85%, 57,70% e 50,81%. Para a produção de etanol, os percentuais de Quirinópolis –
GO e das três capitais nordestinas presentes no levantamento merecem ser realçadas, tendo em vista os
valores de 62,55% para o painel goiano e 74,88%, 67,63% e 50,76% para Maceió, João Pessoa e
Recife, respectivamente. Além disso, a despeito das produções de etanol do Mato Grosso e do Mato
Grosso do Sul terem sido pouco amostrados, relativamente, suas produções de açúcar tiveram bastante
representatividade na pesquisa. Os painéis de Nova Olímpia – MT e Maracaju – MS apresentaram
valores de 20,67% e 21,35% para a produção açucareira, em termos respectivos.
Figura 2. Representatividade da produção de açúcar amostrada pelo PECEGE/CNA, para o
fechamento da safra 2010/11
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
AL GO MT MS MG PB PR PE RJ SP TOTAL
Açúcar - AMOSTRA PECEGE
23
Figura 3. Representatividade da produção de etanol amostrada pelo PECEGE/CNA, para o fechamento
da safra 2010/11
De maneira geral, para o Brasil como todo, a amostra desenvolvida pelo PECEGE/CNA
abrangeu 23,22% das usinas instaladas e registradas, e 28,84% da moagem de cana da safra 2010/11.
Em relação aos principais produtos industriais, a amostragem representou 34,85% e 26,07% das
produções nacionais de açúcar e etanol, respectivamente.
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
AL GO MT MS MG PB PR PE RJ SP TOTAL
Etanol - AMOSTRA PECEGE
24
Tabela 3. Representatividade da amostra do PECEGE em relação à moagem e às produções de açúcar
e etanol do país, para o fechamento da safra 2010/11
Nº Usinas Moagem Açúcar Etanol Painéis de SÃO PAULO Catanduva 40,63% 39,35% 86,17% 22,42% Sertãozinho 27,91% 29,73% 23,43% 20,41% Piracicaba 11,76% 13,21% 14,05% 11,09% Araçatuba 22,50% 33,91% 41,39% 33,10% Assis 11,11% 20,45% 24,37% 21,97% Jaú 13,79% 13,51% 11,63% 15,59% TOTAL 22,45% 26,98% 35,17% 21,89% Painéis do PARANÁ Porecatu 17,86% 14,62% 9,02% 19,53% Jacarezinho - - - - TOTAL 14,29% 12,75% 8,54% 15,95% Painéis de MINAS GERAIS Uberaba 29,55% 38,00% 61,85% 39,82% TOTAL 29,55% 38,00% 61,85% 39,82% Painéis de GOIÁS Goiatuba 40,00% 35,20% 50,81% 29,14% Quirinópolis 28,00% 53,03% 14,96% 62,55% TOTAL 31,43% 44,18% 32,05% 45,79% Painéis do MATO GROSSO Nova Olímpia 10,00% 8,31% 20,67% 4,90% TOTAL 10,00% 8,31% 20,67% 4,90% Painéis do MATO GROSSO DO SUL Maracaju 15,00% 12,30% 21,35% 6,09% TOTAL 15,00% 12,30% 21,35% 6,09% Painéis do RIO DE JANEIRO Campos dos Goytacazes 18,18% 56,07% 57,70% 44,01% TOTAL 18,18% 56,07% 57,70% 44,01% Painéis de PERNAMBUCO Recife 30,43% 44,72% 35,72% 50,76% TOTAL 30,43% 44,72% 35,72% 50,76% Painéis de ALAGOAS Maceió 29,41% 58,41% 49,08% 74,88% TOTAL 29,41% 58,41% 49,08% 74,88% Painéis da PARAÍBA João Pessoa 23,53% 54,64% 43,54% 67,63% TOTAL 23,53% 54,64% 43,54% 67,63%
25
3. RESULTADOS
3.1 Configuração técnica
3.1.1 Agrícola
Com o intuito de aperfeiçoar as análises de custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e
etanol, o PECEGE/CNA realizou uma primeira coleta de dados referente à configuração técnica
agrícola das usinas participantes do projeto. Assim, na presente seção são apresentados os dados da
configuração tecnológica das unidades do setor sucroenergético, que estão divididos em: variedades
mais utilizadas, tratos culturais (principais pragas, plantas daninhas e doenças), rotação de cultura,
sistema de preparo de solo, uso de irrigação e agricultura de precisão.
3.1.1.1 Variedades de cana-de-açúcar mais utilizadas
O uso de diferentes variedades de cana-de-açúcar consiste em uma estratégia que busca
explorar os ganhos da interação das mesmas com o ambiente, além de ter em vista o manejo das pragas
e a diversificação da época de colheita e maturação da cana. Dessa forma, são apresentadas na Figura 4
as principais variedades estabelecidas nas usinas participantes, bem como suas representatividades em
cada grande região da pesquisa.
Na região Centro-Sul Tradicional as principais variedades levantadas foram RB867515, SP81-
3250 e RB966928, que representaram em conjunto 67% do total da área plantada na região. Já na
região Centro-Sul Expansão as variedades que mostraram maior predominância foram a RB867515 e a
SP81-3250, correspondentes a 48% de todo o plantio. Na região Nordeste, observou-se que as
variedades mais utilizadas foram SP81-3250, RB92579 e SP79-1011, as quais representaram 81% do
total cultivado, com destaque à variedade RB92579, que sozinha representou 54% do total. No Brasil,
de forma geral, as principais variedades de cana-de-açúcar levantadas foram as variedades RB867515,
SP81-3250 e RB966928, totalizando59% da área de cana-de-açúcar plantada em todo o país.
26
Figura 4. Histograma de frequências das variedades mais plantadas no Brasil e nas regiões Centro-Sul
Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
3.1.1.2 Tratos culturais
3.1.1.2.1 Principais pragas na cultura da cana-de-açúcar
Vários são os danos causados pelas pragas na cultura da cana-de-açúcar, gerando queda de
produtividade e redução de qualidade da matéria-prima. Além dos danos diretos, também são
relevantes os danos indiretos causados pelas mesmas, tais como a infestação por pragas secundárias, o
que acarreta a intensificação das perdas na produção e o aumento de custos com defensivos. A
propósito, a importância de uma espécie de praga varia em função da região de cultivo (condições
edafoclimáticas), do ano agrícola e das técnicas adotadas na condução da lavoura. Por isso, a Tabela 4
e Figura 5 apresentam as principais pragas da cana-de-açúcar levantadas, bem como suas
representatividades referentes a cada região.
Na região Nordeste as pragas mais recorrentes foram: broca da cana-de-açúcar (Diatraea
saccharalis), broca gigante (Telchin licus), cigarrinha-da-folha (Mahanarva posticata), cupins,
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%SP
83-2
847
SP81
-325
0R
B96
6928
RB
9257
9R
B86
7515
RB
8554
53R
B85
5156
Out
ras
SP83
-284
7SP
81-3
250
SP79
-101
1R
B86
7515
RB
8554
53R
B85
5156
RB
7245
4O
utra
sSP
81-3
250
SP79
-101
1R
B92
579
RB
8675
15O
utra
sSP
83-2
847
SP81
-325
0SP
79-1
011
RB
9669
28R
B92
579
RB
8675
15R
B85
5453
RB
8551
56R
B72
454
Out
ras
Centro-Sul Tradicional Centro-Sul Expansão Nordeste Brasil
27
formigas e lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus). Nesse sentido, é importante salientar a grande
relevância da broca gigante para esta região (23%), fato inexistente nos outros locais amostrados.
Já na região Centro-Sul Expansão, as pragas de maior recorrência foram: broca da cana-de-
açúcar (Diatraea flavipennella), cigarrinha-da-raiz (Mahanarva fimbriolata), cupins e formigas, que
equivaleram a 75% de todas as pragas levantadas. Na região Centro-Sul Tradicional, por sua vez, as
principais pragas levantadas foram: broca da cana-de-açúcar (Diatraea flavipennella), cigarrinha-da-
raiz (Mahanarva fimbriolata), migdolus (Migdolus fryanus) e cupins, representando 84% do total
registrado.
Em síntese, no Brasil como um todo, as pragas mais presentes foram: a broca da cana-de-
açúcar (Diatraea flavipennella), a cigarrinha-da-raiz (Mahanarva fimbriolata), cupins, formigas e o
migdolus (Migdolus fryanus), que totalizaram 75% das pragas mencionadas.
Tabela 4. Principais pragas da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades nas regiões
produtoras amostradas Nome Popular Nome Científico Nordeste Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Bicudo da cana-de-açúcar Sphenophoruslevis 0% 0% 0% Broca da cana-de-açúcar Diatraea flavipennella 0% 18% 24% Broca da cana-de-açúcar Diatraea saccharalis 15% 4% 0% Broca gigante Telchin licus 23% 0% 0% Broca peluda Hyponeumataltula 0% 4% 0% Cigarrinha-da-raiz Mahanarva fimbriolata 0% 18% 24% Cigarrinha-da-folha Mahanarva posticata 15% 0% 0% Cupins Cupins (várias espécies) 15% 14% 17% Formigas Formigas (várias espécies) 15% 25% 5% Lagarta elasmo Elasmopalpus lignosellus 15% 7% 0 Migdolus Migdolus fryanus 0% 7% 19% Nematóides Nematóides (várias espécies) 0% 0% 12% Pão-de-galinha Pão-de-galinha (várias espécies) 0% 4% 0
28
Figura 5. Principais pragas da cultura da cana-de-açúcar no Brasil, na amostra do PECEGE/CNA, para
o fechamento da safra 2010/11.
3.1.1.2.2 Plantas daninhas
Na Tabela 5 e na Figura 6 desta subseção são apresentadas as principais plantas daninhas
levantadas para a safra 2010/11, assim como suas representatividades referentes a cada região
produtora.
Na região Nordeste, as principais plantas invasoras levantadas foram a Cyperus sp. e a Ipomoea sp.,
popularmente conhecidas como Tiririca e Corda-de-viola, respectivamente, que representaram 33% do
total de plantas daninhas citadas pelas unidades da amostragem. Já nas regiões Centro-Sul Tradicional
e Centro-Sul Expansão, os principais problemas foram causados pelas plantas: Capim colchão
(Digitaria sp.), Capim colonião (Panicum maximum), Capim braquiária (Brachiaria decumbens) e
Corda-de-viola (Ipomoea sp.), que juntas corresponderam a 64% do total levantado.
18% 18%15%
13%12%
6%5%
4% 4%2% 2%
1% 1%
0%2%4%6%8%
10%12%14%16%18%20%
Bro
ca (
D.
flavi
penn
ella
)
Cig
arrin
ha-d
a-ra
iz Cup
ins
Form
igas
Mig
dolu
s
Nem
atói
des
Laga
rta e
lasm
o
Bro
ca (
D.
sacc
hara
lis)
Bro
ca g
igan
te
Bic
udo
Cig
arrin
ha-d
a-fo
lha
Bro
ca p
elud
a
Pão-
de-g
alin
ha
29
Tabela 5. Principais plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas
representatividades nas regiões produtoras amostradas. Nome Popular Nome Científico Nordeste Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional
Capim colonião Panicum maximum 8% 13% 15%
Capim colchão Digitaria sp. 0% 17% 18%
Capim braquiária Brachiaria decumbens 8% 13% 15%
Tiririca Cyperus sp. 17% 4% 9%
Corda-de-viola Ipomoea sp. 17% 22% 15%
Jitirana Merremia aegyptia L. 8% 0% 0%
Trapoeraba Commelina benghalensis 8% 4% 0%
Capim mão de sapo Dactyloctenium aegyptium 8% 0% 0%
Capim pé de galinha Eleusine indica 8% 0% 0%
Representatividade Total 83% 74% 73%
Figura 6. Principais plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas
representatividades em nível Brasil, para o fechamento da safra 2010/11.
13%15%
13%
9%
18%
1%3%
1% 1%
0%2%4%6%8%
10%12%14%16%18%20%
Pani
cum
m
axim
um
Dig
itaria
sp.
Bra
chia
ria
decu
mbe
ns
Cyp
erus
sp.
Ipom
oea
sp.
Mer
rem
ia
aegy
ptia
L.
Com
mel
ina
beng
hale
nsis
Dac
tylo
cten
ium
aeg
yptiu
m
Eleu
sine
indi
ca
30
3.1.1.3 Doenças
Na região Nordeste, no que diz respeito às principais doenças levantadas, observa-se que 50%
dos problemas foram atribuídos a somente duas doenças: Ferrugem (Puccinia melanocephala) e
Raquitismo da soqueira (Leifsonia xyli subsp. xyli). Entre as doenças fúngicas que trazem
preocupações e podem acarretar prejuízos ao setor canavieiro na região Centro-Sul do Brasil,
destacam-se também a Ferrugem, o Carvão (Ustilago scitaminea) e a Podridão do abacaxi
(Ceratocystis paradoxa). De fato, em âmbito nacional, as quatro doenças mencionadas foram
responsáveis por 68% do total de danos na cultura da cana-de-açúcar referentes a enfermidades,
segundo o fechamento da safra 2010/11.
Tabela 6. Principais doenças para a cultura da cana-de-açúcar e suas respectivas representatividades
nas regiões produtoras amostradas Doença - Nome Popular Nordeste Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional
Mancha anelar 10% 0% 0%
Ferrugem alaranjada 0% 0% 9%
Podridão abacaxi 0% 11% 21%
Podridão vermelha 0% 0% 12%
Ferrugem 30% 32% 18%
Carvão 10% 26% 18%
Estria vermelha 10% 0% 3%
Raquitismo da soqueira 20% 16% 6%
Escaldadura das folhas 10% 0% 6%
Síndrome do amarelinho 10% 0% 0%
31
3.1.1.4 Rotação de Culturas
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA, a rotação de culturas
configura-se como um processo de cultivo para a preservação ambiental, que influi positivamente na
recuperação, manutenção e melhoria dos recursos naturais. As vantagens do uso contínuo da rotação
de culturas são a preservação ou aprimoramento das características físicas, químicas e biológicas do
solo, além do auxílio ao controle de plantas daninhas, doenças e pragas. No levantamento em estudo, a
rotação de cultura da cana-de-açúcar vem sendo utilizada em todas as regiões amostradas, sendo que
esta prática se fez presente em 79% dos canaviais brasileiros, a partir de dados da safra 2010/11. Na
região Centro-Sul Tradicional, cerca de 50% das unidades adotaram a prática, utilizando
principalmente amendoim, soja, milheto e crotalárias (Crotalária Juncea e Crotalária Spectabilis). Na
região Centro–Sul Expansão, por sua vez, a rotação vem sendo executada principalmente com soja e
crotalárias. Na região Nordeste,as culturas foram aquelas utilizadas no Centro-Sul, porém, o índice de
utilização foi bastante inferior ao observado nas outras regiões (Tabela 7).
Tabela 7. Utilização de rotação de culturas para as lavouras de cana-de-açúcar do Brasil, na amostra do
PECEGE/CNA Região Cultura utilizada Utilização de Rotação
Centro-Sul Tradicional Amendoim, Soja, Milheto,
Crotalária Juncea e Crotalária Spectabilis 53%
Centro-Sul Expansão Soja, Crotalária Junceae
Crotalária Spectabilis 21%
Nordeste Crotalária Juncea e Crotalária Spectabilis 5%
Brasil Amendoim, Soja, Milheto,
Crotalária Juncea e Crotalária Spectabilis 79%
32
3.1.1.5 Agricultura de precisão
A agricultura de precisão permite o gerenciamento localizado dos cultivos, acarretando a
otimização do uso de insumos e, consequentemente, o melhor gerenciamento dos gastos da produção
agrícola. Tal técnica vem sendo utilizada tanto na região Centro-Sul Tradicional como na região de
Expansão, com as participações de 30% e 33% dos canaviais amostrados, respectivamente. Em
contrapartida, as práticas de agricultura de precisão não foram adotadas na região Nordeste (Figura 7).
Em termos específicos, a região Centro-Sul Expansão faz uso de imagens de satélite, piloto
automático, fotografias aéreas, amostragem de solo georreferenciada, tecnologia de aplicação em taxa
variável, sistema de direcionamento via satélite, aplicação de gesso, fósforo e potássio em taxa
variável, e também mapeamento do pH do solo. Na região Centro-Sul Tradicional, foram constatadas
as mesmas tecnologias citadas acima, à exceção da fotografia aérea e da aplicação de fósforo em taxa
variável.
Figura 7. Utilização de agricultura de precisão na cultura da cana-de-açúcar no Brasil e nas regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
0
33%30%
28%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
50%
Nordeste Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Brasil
33
3.1.2 Industrial
Na busca de retratar a configuração técnica industrial dos participantes da pesquisa, da Figura 8 à
Figura 14 são mostrados o resumo das capacidades e características dos principais equipamentos
utilizados nos processos industriais que dão origem aos produtos finais. Além disso, da Tabela 11 à
Tabela 14 são apresentadas as taxa de utilização dos equipamentos de moagem, destilação, fabricação
de açúcar e geração de vapor. Como se observa, os dados muitas vezes apresentam um percentual
inferior à capacidade total de utilização dos mesmos, o que denota que existe espaço para expansão na
produção. As taxas máximas de moagem observadas por algumas usinas foram de 96,6% nas
destilarias, ao passo que se observa valores de 93,1% e 94,9% na fabricação de açúcar. Uma das
causas da não utilização da capacidade nominal dos equipamentos, além dos aspectos de qualidade da
matéria prima, corresponde ao fato de alguns processos dependerem da velocidade de produção do
processo anterior.
Figura 8. Distribuição das usinas em relação à capacidade de extração diária em toneladas.
0%2%4%6%8%
10%12%14%16%18%20%
5.00
1 -1
0.00
0
10.0
01 -
15.0
00
15.0
01 -
20.0
00
> 20
.001
< 5.
000
5.00
1 -1
0.00
0
10.0
01 -
15.0
00
15.0
01 -
20.0
00
> 20
.001
< 5.
000
5.00
1 -1
0.00
0
10.0
01 -
15.0
00
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
Porc
enta
gem
de
usin
as
34
Figura 9. Distribuição das usinas em relação à capacidade diária das destilarias de etanol.
Figura 10. Distribuição das usinas em relação à via de desidratação de etanol.
0%2%4%6%8%
10%12%14%16%
< 25
0
251
-500
501
-750
751
-100
0
1001
-12
50
1251
-15
00
< 25
0
251
-500
501
-750
751
-100
0
1001
-12
50
< 25
0
251
-500
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
Porc
enta
gem
de
usin
as
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
ciclo-hexano MEG ciclo-hexano MEG peneira molecular
ciclo-hexano
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
Porc
enta
gem
de
usin
as
35
Figura 11. Distribuição das usinas em relação à quantidade de caldeiras para a produção de vapor.
Figura 12. Quantidade de caldeiras por classes de pressão de vapor (em kgf/cm²).
0%2%4%6%8%
10%12%14%16%18%20%
1 2 3 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
Porc
enta
gem
de
usin
as
8
123
200
20
40
60
80
100
120
140
> 21 ( baixa pressão) 30 - 45 (média pressão) > 65 (alta pressão)
Nº d
e C
alde
iras
36
Figura 13. Quantidade de caldeiras por capacidade de produção (em t vapor/h).
Tabela 8. Mínimo, máximo e média para a potência instalada de geração de energia elétrica por usina
(em MW).
Região Mínimo Máximo Média
Expansão 4,1 70,0 28,0
Tradicional 3,0 80,0 27,3
Nordeste 5,8 19,0 13,0
Tabela 9. Porcentagem de vapor alocado às turbinas de geração de eletricidade (em %).
Região Mínimo Máximo Média
Expansão 3 100 38
Tradicional 4 100 44
Nordeste 6 96 48
0
10
20
30
40
50
60
70
80
< 50 51 - 100 101 - 150 > 151
Nº d
e ca
ldei
ras
Cap. produção caldeiras (t vapor/h)
37
Tabela 10. Produção relativa de energia elétrica (em KWh/tc).
Tabela 11. Taxa de utilização dos equipamentos de moagem (em %). Região Mín. Máx. Desvio-padrão Média
Nordeste 73,4 96,2 9,7 86,6
Centro sul – Expansão 73,9 95,6 8,2 85,2
Centro sul – Tradicional 44,3 95,6 13,3 84,4
Tabela 12. Taxa de utilização dos equipamentos de destilação (em %). Região Mín. Máx. Desvio-padrão Média
Nordeste 65,7 78,1 6,3 71,3
Centro sul – Expansão 49,0 87,8 15,5 74,2
Centro sul – Tradicional 22,7 93,1 19,5 69,7
Tabela 13. Taxa de utilização dos equipamentos de fabricação de açúcar (em %).
Região Mín. Máx. Desvio-padrão Média
Nordeste 69,0 83,1 7,3 77,1
Centro sul – Expansão 40,2 94,9 31,2 58,9
Centro sul – Tradicional 39,8 91,7 17,5 67,8
Tabela 14. Taxa de utilização dos equipamentos de geração de vapor (em %).
Região Mín. Máx. Desvio- padrão Média
Nordeste 100,0 100,0 0,0 100,0
Centro sul - Expansão 78,1 100,0 8,3 90,6
Centro sul - Tradicional 64,0 100,0 10,8 96,2
Região Mínimo Máximo Média
Expansão 4080,0 70000,0 26308,0
Tradicional 3000,0 80000,0 27308,7
Nordeste 5800,0 19000,0 12985,7
38
Figura 14. Quantidade de geradores por classes de potência de energia elétrica (em MW).
3.2 Indicadores de Produção
3.2.1 Fornecedores
Nesta seção são apresentados os indicadores de produção coletados junto aos fornecedores de
cana-de-açúcar. Para isso, foram escolhidos os indicadores de maior interesse ao setor para fins de
comparação e acompanhamento da evolução dos mesmos, permitindo análises quanto à
competitividade de cada região estudada.
Conforme apresentado na Tabela 15, cabe destaque para os maiores níveis de produtividade
agrícola na região de Expansão (88,15 t/ha). Como esperado, as menores médias de produtividade
foram observadas na região Nordeste (52,33 t/ha), enquanto que a região Tradicional apresentou
valores entre 54,00 t/ha e 90,00 t/ha, com média de 79,69 t/ha.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
< 5 6 - 20 >21
Nº d
e ge
rado
res
Classes de Potências (MW)
39
Tabela 15. Mínimos, máximos e médias da produtividade agrícola (t/ha) para os fornecedores das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região
Mínimo
Máximo
Média
Tradicional
54,00
90,00
79,69
Expansão
80,00
104,00
88,15
Nordeste
42,00
60,00
52,33
Na Tabela 16 apresenta-se o raio médio (km) para a entrega da cana de açúcar à usina nas três
regiões estudadas. A região que apresentou maior raio médio (km) foi a Tradicional, haja vista a média
de 27,07 km, seguida pela região Nordeste com 23,33 km e pela de Expansão com 22,00 km.
Tabela 16. Mínimos, máximos e médias do raio médio (km) para os fornecedores das regiões Centro-
Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região
Mínimo
Máximo
Média
Tradicional
18,00
45,00
27,07
Expansão
15,00
30,00
22,00
Nordeste
20,00
25,00
23,33
Os níveis de concentração de ATR em cana própria de fornecedores são apresentados a seguir.
Nesse caso, a região com melhores patamares de ATR/tc foi a de Expansão, seguida pela Tradicional e
pelo Nordeste (Tabela 17).
Tabela 17. Mínimos, máximos e médias da concentração de ATR em cana própria (kg ATR/t) dos
fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste Região
Mínimo
Máximo
Média
Tradicional
122,50
145,00
137,45
Expansão
135,00
150,60
140,51
Nordeste
128,53
133,00
130,51
40
Os valores de arrendamentos atualizados para a safra 2010/11, por sua vez, seguiram a
tendência de alta observada ao longo das últimas safras. Os maiores preços foram observados na região
Tradicional, enquanto que no Nordeste paga-se bem menos pelo aluguel de terras para a produção de
cana (Tabela 18).
Tabela 18. Mínimos, máximos e médias de preços de arrendamento, em espécie (t/ha/ano), pagos por
fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região
Mínimo
Máximo
Média
Tradicional
12,50
27,50
19,14
Expansão
11,00
14,46
12,39
Nordeste
5,00
13,20
8,07
A Tabela 19 compõe os valores do ATR padrão pago em contratos de arrendamento nas três
regiões analisadas. O padrão de 121,97 kg ATR/tc pode ser claramente observado no Centro-Sul
brasileiro, enquanto que no Nordeste menores patamares são comumente negociados.
Tabela 19. Mínimos, máximos e médias do ATR padrão pago em contratos de arrendamentos (kg
ATR/tc): regiões Tradicional, Expansão e Nordeste. Região
Mínimo
Máximo
Média
Tradicional
109,30
121,97
118,45
Expansão
119,00
121,97
121,38
Nordeste
114,09
120,00
117,70
Os preços do quilograma do ATR (R$/kg ATR) consolidados para a safra de 2010/11 são
apresentados na Tabela 20. Nesse caso, assim como na safra 2009/10, o Nordeste apresentou maiores
valores quando comparados aos do Centro-Sul. Como fatores explicativos, percebe-se que melhores
preços de venda do açúcar e do etanol, tanto para exportação quanto para mercado interno, fizeram
com que a rentabilidade nordestina fosse elevada na safra 2010/11.
41
Tabela 20. Mínimos, máximos e médias do preço do ATR (R$/kg ATR) pago aos fornecedores das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região
Mínimo
Máximo
Média
Tradicional
0,3300
0,4520
0,3995
Expansão
0,3315
0,4286
0,3771
Nordeste
0,5305
0,5687
0,5529
A Tabela 21 e a Tabela 22 logo abaixo mostram a incidência de colheita mecanizada e manual
nas três regiões. Observa-se a diferença tecnológica nas mesmas, sendo a região de Expansão aquela
que possui o maior índice de colheita mecânica (90%), sendo seguida pela região Tradicional (40%).
No Nordeste brasileiro, por outro lado, atualmente não são observadas áreas de canaviais colhidas
mecanicamente, ao menos no que diz respeito aos fornecedores de cana. Nessa região, toda colheita é
realizada manualmente.
Tabela 21. Mínimos, máximos e médias da porcentagem de colheita mecanizada dos fornecedores das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região
Mínimo
Máximo
Média
Tradicional
4%
70%
40%
Expansão
70%
100%
90%
Nordeste
0%
0%
0%
Tabela 22. Mínimos, máximos e médias da porcentagem de colheita manual dos fornecedores das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região
Mínimo
Máximo
Média
Tradicional
30%
96%
60%
Expansão
0%
30%
10%
Nordeste
100%
100%
100%
42
3.2.2 Usinas
3.2.2.1 Agrícola
Neste tópico são apresentados os principais indicadores de produção agrícola das unidades
industriais amostradas, sendo eles: produtividade média, percentual de colheita mecanizada,
concentração de ATR da cana própria e preços de arrendamento praticados. Com exceção do indicador
de produtividade, que compreende uma ilustração de dispersão da amostra, a estrutura de apresentação
dos dados é feita a partir de histogramas de freqüência e de tabelas que expressam os valores de
mínimos, máximos e de médias regionais, sendo estas utilizadas no modelo.
Cabe ressaltar que, assim como em levantamentos anteriores, com o intuito de manter a
confidencialidade quanto à identidade dos participantes da amostra, as informações apresentadas em
função da moagem contam com uma classificação em intervalos de 250 mil toneladas e o teto de 4
milhões, sendo cada unidade alocada para a classe de moagem mais próxima da real. A propósito, os
valores alocados como moagem zero referem-se às unidades que declararam os dados, mas não
informaram a moagem total.
Na Figura 15 é apresentada a distribuição da produtividade média para as macrorregiões. Como
se pode observar, a região Nordeste concentra produtividades em torno de 60 t/ha, enquanto que na
região Centro-Sul os valores são mais variáveis. Nos histogramas da Figura 16 pode-se visualizar de
forma mais conclusiva as faixas de concentração de moagem. Enquanto que na região de Expansão a
amostra se concentra entre 80 e 90 t/ha, na região Tradicional são verificados dois perfis distintos, com
valores nos limiares da faixa de 80 t/ha, praticamente dividindo a amostra entre 70 a 80 t/ha e 80 a 90 t/ha.
43
Figura 15. Distribuição de produtividade média (t/ha) em função de faixas de moagem (milhões de t)
para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
(a) Tradicional (b) Expansão (c) Nordeste
Figura 16. Histograma de freqüência de produtividade média (t/ha) para usinas das regiões Centro-Sul
Tradicional (a), Centro-Sul Expansão (b) e Nordeste (c).
405060708090
100110120
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00
Prod
utiv
idad
e (t/
ha)
Moagem (milhões de t)
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
< 66
67 -
80
81 -
94
Mai
s
t/ha
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
< 66
67 -
80
81 -
94
Mai
s
t/ha
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
< 55
55 -
65
65 -
70
t/ha
44
Tabela 23. Mínimo, máximo e média de produtividade agrícola (t/ha) para usinas das regiões Centro-
Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região Mínimo Máximo Média
Expansão 60,30 107,15 84,67
Tradicional 63,80 106,18 83,50
Nordeste 53,80 66,03 59,45
Na Figura 17, são ilustrados os histogramas de freqüência relacionados ao percentual de colheita
mecanizada. Para a região Centro-Sul, principalmente na Tradicional, as medidas legislativas,
especificamente o Protocolo Agroambiental, assinado entre UNICA e o governo do Estado de São
Paulo, estão surtindo efeitos. Como se pode observar, a maior freqüência de colheita mecanizada está
na faixa de 55 a 80%, apresentando a média válida de 64% (Tabela 24). Tal valor se mostra bem acima
do coletado no primeiro levantamento de custos PECEGE/CNA, para a safra 2007/2008, que foi de
45%. Ou seja, o índice de mecanização na colheita aumentou cerca de 40% em três anos.
(a) Tradicional (b) Expansão (c) Nordeste
Figura 17. Histograma de freqüência de colheita mecanizada (%) para usinas das regiões Centro-Sul
Tradicional (a), Centro-Sul Expansão (b) e Nordeste (c).
0%
20%
40%
60%
80%
< 5
5 -3
0
30 -
55
55 -
80
85 -
100
%
0%
20%
40%
60%
80%
< 5
5 -3
0
30 -
55
55 -
80
85 -
100
%
0%
20%
40%
60%
80%
20 -
30
30 -
35 0
%
45
Para a região de Expansão, como esperado, os valores de colheita mecanizada continuam
elevados, acima do patamar de 85%. Na região Nordeste a prática ainda é pouco comum, em função,
principalmente, dos terrenos acidentados em termos de relevo. Cabe ressaltar, entretanto, que alguns
locais da região Nordeste, como o estado da Paraíba, o sul do Pernambuco e o norte de Alagoas,
apresentam áreas relativamente planas, com declividades inferiores a 12%, permitindo assim a
mecanização das operações. Reflexo disso são índices de até 33% (Tabela 24) de colheita mecanizada
em cerca de 15% da amostra desta macrorregião.
Tabela 24. Mínimo, máximo e média da porcentagem de colheita mecânica das usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região Mínimo Máximo Média
Expansão 0% 100% 86%
Tradicional 0% 100% 64%
Nordeste 0% 33% 7%
No que concerne à concentração de ATR por tonelada de cana própria de usina, os maiores
índices são verificados nas regiões Centro-Sul Expansão e Centro-Sul Tradicional, em ordem
decrescente (Tabela 25). No caso da primeira região, um terço das usinas apresentou concentrações na
faixa entre 140 e 145 kg/tonelada, enquanto que 44% das usinas da outra região tiveram concentrações
de ATR entre 132 e 140 kg/tonelada (Figura 18). Tais valores se mostram bem superiores aos da safra
2009/2010, quando houve diminuição do teor de sacarose devido à maior incidência de chuvas,
prejudicando consideravelmente a rentabilidade do setor à época. Para a região Nordeste, os índices
não sofreram grandes alterações, com a amostra concentrada na classe delimitada entre 130 e 135
kg/tonelada, englobando metade das usinas pesquisadas.
46
Tabela 25. Mínimo, máximo e média da concentração de ATR em cana própria (kg ATR/t) para usinas
das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região Mínimo Máximo Média
Expansão 130,20 159,21 141,15
Tradicional 119,79 144,77 134,46
Nordeste 120,38 134,76 130,18
(a) Tradicional (b) Expansão (c) Nordeste
Figura 18. Histograma de freqüência da concentração de ATR em cana própria para usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional (a), Centro-Sul Expansão (b) e Nordeste (c).
No que diz respeito aos preços de arrendamentos, constata-se que as usinas da região
Tradicional praticam valores bastante superiores àqueles das demais localidades, o que salienta a
escassez relativa de terras agricultáveis em São Paulo e Paraná e a subsequente sobrevalorização das
áreas desses estados (Tabela 16). Em termos médios, o preço de arrendamento em espécie do Centro-
Sul Tradicional superou os preços do Centro-Sul Expansão e do Nordeste em 6,73 e 12,21 t/ha ano,
respectivamente.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
< 12
4
124
-132
132
-140
140-
145
kg/t
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
< 13
5
135
-140
140
-145
145-
150
Mai
s
kg/t
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
< 12
5
125
-130
130
-135
kg/t
47
0%
10%
20%
30%
40%
< 13
13 -
16
16 -
20
20-2
5
t/ha.ano
0%
20%
40%
60%
80%
100%
< 10
10 -
13
13 -
16
16-2
0
t/ha.ano
0%
10%
20%
30%
40%
50%
< 5
5 -7
7 -1
0
10-1
3
t/ha.ano
Conforme visualizado na Figura 19, os preços de arrendamentos entre 20 e 25 t/ha/ano
ocorreram para 37,50% das usinas da região Centro-Sul Tradicional na safra 2010/11, refletindo a
concentração das unidades industriais em altos patamares de arrendamento. Na região Centro-Sul
Expansão, por outro lado, nota-se um perfil marcante de preços, sendo que 81% das unidades praticam
valores entre 10 e 13 t/ha/ano. De modo ainda mais contrastante, praticamente 45% das usinas
nordestinas tiveram preços de arrendamentos inferiores a 5 t/ha/ano, e apenas 11% delas registraram
valores entre 10 e 13 t/ha/ano. Logo, todos esses dados refletem a forte pressão por terras que acomete
a região Tradicional, com destaque às macrorregiões paulistas de Piracicaba e Sertãozinho.
Tabela 26. Mínimo, máximo e média de preços de arrendamentos, em espécie (t/ha/ano), para usinas
das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região Mínimo Máximo Média
Expansão 9,86 20,00 11,42
Tradicional 12,40 24,79 18,15
Nordeste 4,03 12,39 5,94
(a) Tradicional (b) Expansão (c) Nordeste
Figura 19. Histograma de freqüência dos preços de arrendamentos para usinas das regiões Centro-Sul
Tradicional (a), Centro-Sul Expansão (b) e Nordeste (c).
48
De forma complementar, a Tabela 27 mostra os valores de ATR pagos em contratos de
arrendamentos, ou ATR padrão, para as três grandes regiões produtoras em questão. Sem sofrer
alterações em relação a safras passadas, os valores se mantiveram em 121,97 kg ATR/t para a região
Centro-Sul e 119,00 kg ATR/t para a região Nordeste.
Tabela 27. Mínimo, máximo e moda do ATR padrão pago em contratos de arrendamentos (kg
ATR/tc), para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e
Nordeste. Região Mínimo Máximo Moda
Expansão 109,19 121,97 121,97
Tradicional 109,19 121,97 121,97
Nordeste 114,09 125,73 119,00
Por fim, a Tabela 28 explicita os preços pagos pelo ATR. Para esta variável, percebe-se menor
dispersão na região de Expansão, cuja amplitude foi de R$ 0,07/kg ATR na safra 2010/11, fechado a
um valor de R$ 0,3751/kg ATR. Na região Tradicional, especificamente o estado de São Paulo, o
preço do ATR mensal em março, no fechamento da safra, quebrou o recorde histórico desde a
implantação do CONSECANA, o que também levou o ATR final ao patamar mais elevado desde a
safra 1998/99, quando da criação deste sistema. Sendo assim, pelo fato da grande representatividade de
usinas de São Paulo e pela maior parte delas seguirem o sistema CONSECANA, o valor médio final
ficou próximo ao de fechamento da safra pelo referido conselho, que foi de R$ 0,4022/kg ATR. Para a
região Nordeste, os preços seguiram a tendência de serem maiores que no Centro-Sul, em função,
principalmente, do mix mais açucareiro das unidades industriais e dos bons preços do mercado,
fechando em R$ 0,5642/kg ATR.
49
Tabela 28. Mínimo, máximo e média do preço do ATR (R$/kg ATR) para usinas das regiões Centro-
Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região Mínimo Máximo Média
Expansão 0,3503 0,4222 0,3751
Tradicional 0,3700 0,5279 0,4019
Nordeste 0,4233 0,6000 0,5642
3.2.2.2 Industrial
Nesta seção do relatório são apresentados os resultados oriundos da aplicação de questionários
aos departamentos industriais das unidades produtoras de açúcar e etanol. Para as análises referentes à
safra 2010/11 os principais parâmetros técnicos industriais são os indicadores gerais das usinas, os
índices de qualidade da matéria-prima processada, as perdas e rendimentos industriais, as produções
relativas de subprodutos resultantes do processo de fabricação de açúcar e etanol e a configuração
tecnológica industrial, que foi detalhada na última seção do documento. Em termos metodológicos,
cabe ressaltar o procedimento estatístico de eliminação de informações julgadas discrepantes para as
estimativas dos modelos regionais de custos de produção, tendo em vista que a presença de
observações outliers pode comprometer seriamente a homogeneidade amostral e a robustez dos
resultados e análises. Ademais, cada unidade participante é representada através de uma numeração
que não permite sua identificação, zelando assim pela confidencialidade das informações. Por fim,
todos os dados técnicos referentes à safra 2010/2011 levantados juntos às usinas foram analisados de
acordo com o assunto abordado e expostos em tabelas e gráficos, sendo as unidades das usinas
agrupadas por região produtora.
Em síntese, a seção subdivide-se em: dados técnicos (indicadores gerais das unidades
industriais, qualidade da matéria-prima, rendimentos e perdas industriais), dados econômicos e dados
administrativos.
50
3.2.2.2.1 Indicadores gerais das unidades industriais
O primeiro resultado considerado relevante remete às proporções entre o processamento de
cana própria e cana de fornecedores, para as unidades das três grandes regiões produtoras (Tabela 29).
Nesse sentido, observa-se que as usinas do Centro-Sul Tradicional foram aquelas que mais utilizaram
cana própria em suas moagens, haja vista a proporção média de 73% aferida na safra 2010/11. De
forma contrária, o Centro-Sul Expansão englobou as unidades que mais moeram cana de fornecedores,
dada a participação de apenas 60% da cana própria em tal região.
De forma a definir os modelos regionais de custos, a Tabela 30 explicita os parâmetros
utilizados sobre a capacidade de processamento de cana-de-açúcar, com base em atualizações julgadas
necessárias para a obtenção de estimativas realísticas. Os montantes de processamento na safra (em
toneladas) foram mantidos constantes, pois as mudanças do último relatório de acompanhamento já
haviam incorporado a elevação média de produção das usinas do Brasil. Dentre as mudanças, pode-se
destacar a redução no número de dias de safra das usinas típicas das regiões do Centro-Sul. Em geral,
as unidades da região Tradicional adiaram o início efetivo da safra em torno de 10 dias, devido aos
elevados índices pluviométricos registrados no primeiro trimestre de 2010, enquanto que as usinas da
região de Expansão anteciparam a safra em cerca de 10 dias, em termos médios. A usina típica da
região Nordeste, por outro lado, teve elevação no número de dias de safra, pois o término da safra
2010/11 ocorreu em média 20 dias após aquele computado em 2009/10.
Tabela 29. Mínimo, máximo e média para a participação da cana própria nas moagens das usinas das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para a safra 2010/11.
Região Mínimo Máximo Média Expansão 0% 100% 60% Tradicional 0% 99% 73% Nordeste 38% 72% 63%
51
Tabela 30. Parâmetros de processamento de cana-de-açúcar utilizados nos modelos regionais de
custos, para a safra 2010/11.
Descrição Expansão Tradicional Nordeste Processamento na safra (t) 2.400.000 2.400.000 1.200.000 Início de safra 04/04/2010 28/03/2010 02/09/2010 Fim de safra 24/11/2010 30/11/2010 09/03/2011 Dias de safra 236 248 189 Horas de moagem 4785 4842 3681 Horas paradas por falta de cana/chuva 440 714 410 Horas paradas por problemas industriais 427 393 448 Eficiência de aproveitamento de tempo (%) 84,65% 81,39% 81,10%
Em termos da eficiência de aproveitamento de tempo (em %), as atualizações foram efetuadas
no sentido de elevar os índices das regiões Centro-Sul e de reduzir o parâmetro do Nordeste. Em suma,
houve aumentos nos coeficientes de horas de moagem das regiões Tradicional e de Expansão, na
ordem de 7,15% e 2,66%, respectivamente. Ademais, as ociosidades das usinas da região Tradicional
na safra 2010/11 foram causadas especialmente por falta de matéria-prima ou chuva (714 horas
paradas), ao passo que esta região foi a que menos sofreu com problemas industriais (393 horas
paradas). Nas demais regiões, ambos os motivos acarretaram quantidades de horas ociosas
relativamente próximas. A propósito, a Figura 20 mostra a distribuição de horas de processamento das
unidades industriais, bem como a eficiência de aproveitamento do tempo, enquanto a Figura 21
explicita a distribuição de horas paradas, segmentando-as entre problemas industriais e de falta de
chuva e/ou cana.
52
Figura 20. Distribuição de horas de processamento e eficiência do tempo (%).
Figura 21. Distribuição das horas paradas.
Após a definição dos parâmetros de processamento, a Tabela 31 e a Tabela 32 evidenciam os
valores de mix de produção e mix de produtos utilizados nos modelos regionais de custos. No tocante à
produção, constata-se que o mix típico das usinas da região Tradicional sofreu poucas alterações na
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%100%
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
9 25 27 30 32 40 49 52 57 62 1 3 5 8 15 17 20 23 42 46 53 58 64 66 68 76 79 11 14 33 35 41 48 77
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
Hor
as
Horas de moagem Horas de fábrica parada Eficiência de aproveitamento do tempo (%)
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
9 25 27 30 32 40 49 52 57 62 1 3 5 8 15 17 20 23 42 46 54 61 65 67 75 78 10 13 21 34 36 45 59
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
Hor
as (h
)
Horas paradas por falta de cana/chuva Horas paradas por problemas industriais
53
safra 2010/11 face à safra anterior, dada a ascensão da participação do açúcar de 48,00% para 49,45%.
No entanto, as modificações de maior magnitude foram percebidas no mix das regiões Centro-Sul
Expansão e Nordeste, especialmente para etanol. Na primeira, a participação da produção de etanol
passou de 55,0% para 63,69%, enquanto que a outra região apresentou o aumento de 27,0% para
35,02%. A Figura 22 logo abaixo reforça os resultados relacionados ao mix de produção entre açúcar e
etanol.
Tabela 31. Mix de produção utilizados nos modelos de custos regionais.
Região Açúcar Etanol Expansão 36,31% 63,69% Tradicional 49,45% 50,55% Nordeste 64,98% 35,02%
Figura 22. Mix de produção entre açúcar e etanol (em %).
Quanto ao mix de produtos, foram perceptíveis as mudanças relevantes nos percentuais
produzidos dos tipos de açúcar. Apesar de na safra 2010/11 em ambas as regiões do Centro-Sul a
produção de açúcar VHP ainda superar a de açúcar branco, a composição da produção de açúcar da
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
100%
9 24 26 29 31 37 44 52 57 62 1 3 5 7 12 16 18 22 28 43 47 54 61 65 67 75 78 10 13 21 34 36 45 59
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
Mix
de
prod
ução
(%)
Açúcar (%) Etanol (%)
54
região Tradicional reduziu a importância do VHP em comparação com a safra 2009/10, em termos
relativos, haja vista o decréscimo de 75,00% para 57,51% verificado nos levantamentos. A região
Nordeste, por outro lado, tipicamente produtora de açúcar, manteve a maior proporção para o açúcar
branco, a despeito da diminuição de 63,50% para 51,01% sofrida por tal produto com base nas duas
últimas safras.
Em relação aos tipos de etanol, a produção do hidratado superou a do anidro em todas as
regiões de produção. Contudo, as proporções de cada tipo tiveram variações distintas quando da
comparação entre Centro-Sul e Nordeste. Para a região Tradicional, a produção relativa de hidratado
considerada foi de 61,17%, ou seja, inferior àquela verificada na safra 2009/10 (65,0%), ao passo que a
proporção nordestina ascendeu de 49,10% para 54,18%. No Centro-Sul Expansão, praticamente não
houve mudanças no mix de etanol, com o hidratado respondendo por 70% da produção.
Tabela 32. Mix de produtos utilizados nos modelos de custos regionais.
Região Açúcar (t) Etanol (m³)
VHP Branco Outros Anidro Hidratado Outros Expansão 54,81% 42,61% 2,58% 29,88% 70,07% 0,05% Tradicional 57,51% 35,61% 6,88% 38,66% 61,17% 0,17% Nordeste 35,35% 51,01% 13,64% 45,82% 54,18% 0,00%
Por fim, a Tabela 33 mostra a produção final adotada nos modelos de custos regionais,
enquanto a Tabela 34 expõe as produções de açúcar e etanol por tonelada de cana, ou seja, de forma
relativizada.
Tabela 33. Produção final dos produtos considerados nos modelos de custos regionais.
Região Açúcar (t) Etanol (m³)
VHP Branco Outros Anidro Hidratado Outros Expansão 65.207 50.494 3.058 37.887 95.377 71 Tradicional 93.107 57.415 11.086 39.002 66.222 185 Nordeste 34.576 49.685 13.285 14.560 18.481 -
55
Tabela 34. Produção relativa final dos produtos considerados nos modelos de custos regionais.
Região Açúcar (kg/t de cana) Etanol (l/t de cana)
VHP Branco Outros Anidro Hidratado Outros Expansão 136,54 136,00 136,00 82,96 89,04 89,04 Tradicional 136,41 135,86 135,86 83,14 89,24 89,24 Nordeste 125,43 124,92 124,92 75,62 81,16 -
Ao longo dos levantamentos vem sendo observada a tendência de crescimento da produção e
comercialização de eletricidade, demonstrando o aumento de importância da bioeletricidade como uma
fonte de receita ao setor sucroenergético e, consequentemente, a necessidade de boas metodologias de
definição de seus custos de produção. Com isso, a mensuração dos custos de produção de
bioeletricidade é a principal meta de evolução metodológica para os próximos levantamentos do
PECEGE/CNA.
A Tabela 35 logo abaixo apresenta as produções e as taxas de comercializações relativas de
eletricidade para a amostra analisada, em kWh por tonelada, enquanto que a Tabela 36 evidencia as
produções, vendas e compras de eletricidade, em MWh, nas três grandes regiões estudadas. Nesse
sentido, deve-se ressaltar a diferença na produção relativa de energia elétrica entre as regiões
Tradicional e de Expansão, a despeito das capacidades de moagem de ambas terem sido consideradas
iguais no modelo de custos agrícolas. Isso ocorre devido às distintas configurações tecnológicas
industriais das regiões. Outro ponto relevante remete ao fato de que, ao longo da safra 2010/11, metade
da amostra de usinas da primeira região comercializou eletricidade, enquanto que na região Centro-Sul
Expansão 64% o fizeram.
Tabela 35. Produção e comercialização de eletricidade consideradas nos modelos de custos regionais,
em kWh por tonelada de cana processada.
Região Produção (kWh/t) Venda (kWh/t) Expansão 53,75 23,70 Tradicional 34,15 15,75 Nordeste 29,83 4,15
56
Tabela 36. Produção e comercialização de eletricidade consideradas nos modelos de custos regionais,
em MWh.
Região Produção (MWh) Venda (MWh) Compra (MWh) Expansão 128.994.101 56.883.840 931 Tradicional 81.953.501 37.805.232 1.429 Nordeste 71.600.537 9.950.838 686
3.2.2.2.2 Qualidade da matéria-prima
Os dados referentes à qualidade da matéria-prima são importantes fatores que repercutem
diretamente na qualidade e quantidade dos produtos derivados da cana, sendo que os principais
parâmetros analisados para especificar essa qualidade são a Pol% da cana (percentual de sacarose na
composição da cana), o teor de fibra e a pureza do caldo. Além de impactarem na qualidade dos
produtos, esses fatores também são utilizados como base para cálculo da quantidade de ART
(Açúcares Redutores Totais) da cana-de-açúcar processada pelas indústrias. Assim, a Figura 23, a
Figura 24 e a Figura 25 referem-se respectivamente a Pol, fibra da cana e pureza do caldo das unidades
participantes da pesquisa. Logo abaixo, na Tabela 37, Tabela 38, Tabela 39 e Tabela 40 são
apresentados os mesmos parâmetros utilizados nos modelos regionais. Como se pode observar, a
região de Expansão teve em relação à safra passada um aumento na Pol de 6%, a região Tradicional de
4,1% e a região Nordeste de 2,57%. A fibra da cana, por sua vez, aumentou 1,57% na região Expansão
e 15,26% na região Nordeste, e declinou 11,74% no Centro-Sul Tradicional. Por fim, a pureza do
caldo teve variação mínima nas três regiões analisadas, apresentando aumentos de 1,19% e 1,48% para
as regiões Expansão e Tradicional, e leve queda de 0,72% para o Nordeste.
57
Figura 23. Distribuição da Pol% da cana (PC da cana - percentual de sacarose na composição da cana)
para as regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
Tabela 37. Mínimos, máximos e médias do teor de Pol% (PC) da cana-de-açúcar para usinas das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, em %. Região Mínimo Máximo Média
Expansão 13,11 14,84 14,04
Tradicional 13,10 14,80 14,13
Nordeste 12,59 14,07 13,23
0%
5%
10%
15%
20%
25%
> 16
12-1
3
14-1
5
13-1
4
15-1
6
> 16
12-1
3
14-1
5
13-1
4
15-1
6
12-1
3
14-1
5
13-1
4
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
Porc
enta
gem
de
usin
as
Pol (%)
58
Figura 24. Distribuição das usinas em relação ao teor de fibra da cana-de-açúcar (em %).
Tabela 38. Mínimos, máximos e médias do teor de fibra (%) da cana-de-açúcar para usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região Mínimo Máximo Média
Expansão 12,42% 14,45% 13,38%
Tradicional 12,47% 14,44% 13,20%
Nordeste 14,04% 15,94% 15,27%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
13-1
4
14-1
5
12-1
3
15-1
6
> 16
13-1
4
14-1
5
12-1
3
15-1
6
> 16
14-1
5
15-1
6
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
Porc
enta
gem
de
usin
as
Fibra (%)
59
Figura 25. Pureza do caldo da cana (relação percentual entre Pol % e Brix).
Tabela 39. Mínimos, máximos e médias para a pureza do caldo (relação percentual entre Pol % e Brix)
da cana-de-açúcar, para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e
Nordeste. Região Mínimo Máximo Média
Expansão 82,53% 86,71% 84,63%
Tradicional 80,20% 86,98% 85,11%
Nordeste 82,51% 86,79% 83,52%
Tabela 40. Parâmetros de qualidade de matéria prima utilizados no modelo. Região Pol (%) Fibra (%) Pureza (%) ART (kg/t)
Expansão 14,04% 13,38% 84,63% 153,89
Tradicional 14,13% 13,20% 85,11% 154,68
Nordeste 13,23% 15,27% 83,52% 146,85
0%
5%
10%
15%
20%
84-8
6
82-8
4
86-8
8
78-8
0
80-8
2
84-8
6
82-8
4
86-8
8
78-8
0
80-8
2
84-8
6
82-8
4
86-8
8
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
Porc
enta
gem
de
usin
as
Pureza do caldo (%)
60
3.2.2.2.3 Rendimentos e perdas industriais
As perdas industriais são classificadas pelo critério LBTI (lavagem, bagaço, torta e
indeterminada). A Figura 26 exibe os dados mediante o critério apresentado, em que se pode constatar
a incidência de cada classe e fazer a comparação entre as usinas das regiões pesquisadas. A Figura 27
apresenta os dados referentes aos rendimentos no processo de fermentação e destilação, enquanto que
a Tabela 41 mostra as perdas e as eficiências industriais apresentadas nos modelos regionais. Em
suma, foram verificadas diminuições e 18,70%, 6,90% e 11,61% nas regiões Centro-Sul Expansão,
Centro-Sul Tradicional e Nordeste, respectivamente. Os rendimentos na fermentação tiveram leves
altas de 1,29% na região de Expansão, 1,93% na Tradicional e 1,44% no Nordeste, enquanto que a
destilação praticamente não se alterou com relação à safra passada.
As perdas e rendimentos são analisados em conjunto com outras informações, tais como
moagem, qualidade de matéria prima, mix de produção e de produtos, sendo os dados validados
através de análise do balanço de ART, seguindo a metodologia proposta por Marques (2009).
Figura 26. Distribuição de perdas na extração (% ART) em função de faixas de moagem (milhões de t)
para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
2,50%
3,00%
3,50%
4,00%
4,50%
5,00%
5,50%
6,00%
6,50%
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00
Perd
a na
ext
raçã
o (%
AR
T)
Moagem (milhões de t)
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
61
Figura 27. Histograma de freqüência de perdas na extração (%) para usinas das regiões Centro-Sul
Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
Tabela 41. Mínimos, máximos e médias para perdas na extração (% ART) para usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
Região Mínimo Máximo Média
Expansão 3,00% 4,73% 3,87%
Tradicional 3,11% 5,48% 4,54%
Nordeste 5,00% 6,30% 6,07%
0%10%20%30%40%50%60%70%
Perda na extração (%)
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
62
Figura 28. Porcentagem de lavagem de cana-de-açúcar (%).
Figura 29. Rendimento de fermentação (%).
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
0 - 25 50 - 75 75 - 100 0 - 25 25 - 50 50 - 75 75 - 100 50 - 75 75 - 100
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
Porc
enta
gem
de
usin
as
Lavagem da cana (%)
0%
5%
10%
15%
20%
25%
< 85
85 -
90
90 -
95
95 -
100
< 85
85 -
90
90 -
95
95 -
100
85 -
90
90 -
95
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
Porc
enta
gem
de
usin
as
Fermentação (%)
63
Tabela 42. Mínimos, máximos e médias do rendimento de fermentação (%) para usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região Mínimo Máximo Média
Expansão 87,00% 91,62% 89,81%
Tradicional 88,20% 91,60% 90,13%
Nordeste 86,00% 91,67% 89,43%
Figura 30. Rendimento de destilação (%).
Tabela 43. Mínimos, máximos e médias do rendimento de destilação (%) para usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região Mínimo Máximo Média
Expansão 98,96% 99,76% 99,55%
Tradicional 99,00% 99,85% 99,51%
Nordeste 98,90% 99,71% 99,20%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
98,5
-99
99 -
99,5
99,5
-10
0
< 98
98,5
-99
99 -
99,5
99,5
-10
0
< 98
98,5
-99
99 -
99,5
99,5
-10
0
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
Porc
enta
gem
de
usin
as
Rendimento de destilação (%)
64
Tabela 44. Perdas e eficiências industriais utilizadas nos modelos regionais de custo (em %). Descrição Expansão Tradicional Nordeste
PERDAS 7,26 7,82 10,73
Lavagem 0,39 0,50 1,00
Bagaço 3,87 4,54 6,07
Torta 0,50 0,42 0,57
Indeterminadas 2,51 2,37 3,08
EFICIÊNCIAS
Fermentação 89,81 90,13 89,43
Destilação 99,55 99,51 99,20
PUREZA DO MEL FINAL 57,59 59,45 43,86
LAVAGEM DE CANA 2,81 38,74 87,10
Tabela 45. Mínimos, máximos e médias de perdas na lavagem (% ART) para usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região Mínimo Máximo Média
Expansão 0,07 1,00 0,39
Tradicional 0,02 1,77 0,50
Nordeste 1,00 1,00 1,00
Tabela 46. Mínimos, máximos e médias de perdas na torta (% ART) para usinas das regiões Centro-
Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região Mínimo Máximo Média
Expansão 0,31 0,64 0,50
Tradicional 0,28 0,63 0,42
Nordeste 0,24 0,70 0,57
65
Tabela 47. Mínimos, máximos e médias de perdas indeterminadas (% ART) para usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região Mínimo Máximo Média
Expansão 1,39 3,86 2,51
Tradicional 1,05 4,83 2,37
Nordeste 2,00 4,87 3,08
Tabela 48. Mínimos, máximos e médias da pureza do mel final (%) para usinas das regiões Centro-Sul
Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região Mínimo Máximo Média
Expansão 52,92% 67,25% 57,59%
Tradicional 50,29% 68,06% 59,45%
Nordeste 42,00% 49,50% 43,86%
3.2.2.2.4 Subprodutos industriais
Com o objetivo de integrar, em levantamentos futuros, os dados de custos de aplicação dos
subprodutos industriais com a parte agrícola (vinhaça e torta) e a captação do seu valor (bagaço, óleo
fúsel, mel e leveduras), da Figura 31 à Figura 36 são apresentadas as produções relativas aos
subprodutos da produção de açúcar e etanol, e na Figura 37 os preços do bagaço (em R$/t).
Figura 31. Produção relativa de vinhaça (1/1 de etanol).
Figura 32. Produção relativa de bagaço (kg/t cana).
66
67
Figura 33. Produção relativa de torta de filtro (kg/t cana).
Figura 34. Produção relativa de óleo fúsel (l/m³ de etanol).
0%
5%
10%
15%
20%
0 -1
0
10 -
20
20 -
30
30 -
40
40 -
50
> 50
10 -
20
20 -
30
30 -
40
40 -
50
> 50
0 -1
0
10 -
20
20 -
30
30 -
40
40 -
50
> 50
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
Porc
enta
gem
de
usin
as
Torta/Moagem (kg)
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
9 26 27 52 56 57 5 7 8 12 22 23 28 46 53 54 58 10 36
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
l/m³ d
e et
anol
68
Figura 35. Produção relativa de levedura (kg/m³ de etanol).
Figura 36. Produção relativa de mel (kg/t açúcar).
02468
101214161820
19 32 15 22 43 47 53 54 58 76 78
Centro-Sul Expansão
Centro-Sul Tradicional
Kg/
m³ d
e et
anol
0100200300400500600700800900
1000
29 30 31 61 64 11 34 35
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
Kg/
t de
açúc
ar
69
Figura 37. Preço do bagaço (R$/t).
3.3 Preços de insumos
3.3.1 Agrícolas
Esta subseção apresenta as informações amostradas na safra 2010/2011 sobre preços de
insumos agrícolas coletados diretamente com os fornecedores e usinas de cana-de-açúcar, para as
regiões Centro-Sul Expansão, Centro-Sul Tradicional e Nordeste. Desta forma, as tabelas a seguir
(Tabela 49, Tabela 50 e Tabela 51) expõem, para cada região analisada, os preços e as quantidades
mínimas, máximas e médias dos principais insumos utilizados ao longo do sistema produtivo da cana-
de-açúcar.
Conforme os procedimentos metodológicos pré-estabelecidos por Marques (2009) e Xavier et
al. (2009), foram considerados os insumos mais citados durante a coleta primária de dados, ou seja,
foram alocados para os cálculos dos custos de produção aqueles insumos que mais vezes apareceram
nos painéis realizados e nos questionários aplicados junto às usinas. Com posse dos dados originais,
foram estabelecidos os valores médios, mínimos, máximos e os desvios-padrão, com posterior
0
10
20
30
40
50
60
70
25 31 40 49 50 52 56 57 3 8 22 53 54 68 76 78 79 13 21 33 34 59 77
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
R$/
t
70
exclusão dos valores que se encontravam fora do intervalo delimitado pelo “valor médio
acrescido/diminuído de um desvio-padrão”, conforme procedimento estatístico.
Ao comparar os preços dos principais insumos agrícolas entre as regiões analisadas, nota-se
que os preços de fertilizantes para operações de plantio e tratos culturais de cana soca são maiores para
fornecedores e usinas da região Tradicional. No caso do grupo “Corretivos”, o preço médio da
tonelada de calcário foi superior na região Nordeste, enquanto que a tonelada de gesso foi mais cara
para fornecedores e usinas da região de Expansão. No que tange aos herbicidas, o litro do 2,4 D, o
quilograma do Velpar K e o litro do Glifosato foram mais caros na região Tradicional. Os preços do
principal inseticida coletado (Regent 800 WG), bem como da Cotésia, também foram superiores na
região Nordeste, custando, em média, R$ 693,33/Kg e R$ 6,25/copo, respectivamente, no ano-safra
2010/11. Em resumo, os preços de fertilizantes foram maiores na região Centro-Sul do país, enquanto
que, de forma geral, a região Nordeste apresentou preços superiores de herbicidas e corretivos, em
comparação com as outras regiões supracitadas, no período analisado.
71
Tabela 49. Preços e quantidades de insumos agrícolas da região Centro-Sul Expansão, safra 2010/11 –
Fornecedor e Usina
Insumo Preços (R$/un) Quantidades (un/ha)
Mínimo Máximo Média Válida Mínimo Máximo Média
Válida Fertilizantes - Plantio (t) 1.080,00 1.400,00 1.141,50 0,40 0,65 0,59 Fertilizantes - Tratos Cana Soca (t) 850,00 2.050,00 925,00 0,25 0,63 0,50 2,4 D (l) 7,00 10,00 7,81 0,50 1,50 0,94 Calcário (t) 64,63 64,63 65,33 1,00 3,50 2,10 Furadan SC (l) 21,00 22,50 22,25 1,00 6,00 6,00 Combine (l) 23,80 25,54 25,00 1,50 3,20 2,00 Cotésia (copo) 1,70 3,30 3,00 4,00 4,00 4,00 Gesso (t) 22,90 90,00 71,00 1,00 2,00 1,00 Glifosato (l) 5,00 12,00 6,76 0,50 5,50 3,70 MSMA (l) 8,90 12,25 12,25 1,00 1,20 1,00 Provence (Kg) 390,00 390,00 390,00 0,10 0,12 0,12 Regent 800 WG (Kg) 565,00 750,00 611,00 0,00 0,25 0,23 Velpar K (Kg) 19,10 32,00 19,47 1,50 2,20 1,51
Tabela 50. Preços e quantidades de insumos agrícolas da região Centro-Sul Tradicional, safra 2010/11
– Fornecedor e Usina
Insumo Preços (R$/un) Quantidades (un/ha)
Mínimo Máximo Média Válida Mínimo Máximo Média
Válida
Fertilizantes - Plantio (t) 800,00 1.800,00 1.159,24 0,21 0,54 0,44 Fertilizantes - Tratos Cana Soca (t) 820,00 1.150,00 963,00 0,40 0,50 0,41 2,4 D (l) 8,50 10,00 9,25 1,50 2,00 1,75 Ametrina (l) 7,57 12,50 8,37 1,26 6,50 3,50 Calcário (t) 42,00 100,00 66,20 1,00 2,50 1,95 Combine (l) 22,79 48,00 26,41 0,80 2,20 1,55 Cotésia (copo) 1,30 3,00 2,72 3,75 10,00 5,55 Diuron (l) 8,50 9,00 8,55 3,00 3,50 3,50 Gesso (t) 45,00 80,00 65,50 0,50 1,00 1,00 Glifosato (l) 3,25 11,50 8,10 2,00 6,00 5,49 Regent 800 WG (Kg) 532,03 850,00 605,63 0,01 0,25 0,08 Velpar K (Kg) 13,35 33,00 22,06 0,65 2,50 1,77 Volcane (l) 8,64 9,30 8,77 1,24 2,00 1,37
72
Tabela 51. Preços e quantidades de insumos agrícolas da região Nordeste, safra 2010/11 – Fornecedor
e Usina
Insumo Preços (R$/un) Quantidades (un/ha)
Mínimo Máximo Média Válida Mínimo Máximo Média
Válida
Fert. Cana Planta (t) 790,00 1.755,00 915,00 0,40 0,60 0,50 Fert. Cana Soca (t) 600,00 800,00 700,00 0,50 0,50 0,50 2,4 D (l) 8,50 11,50 8,50 1,00 1,50 1,00 Calcário (t) 80,00 95,00 82,50 2,00 2,50 2,50 Combine (l) 27,00 32,00 29,50 1,00 2,00 1,50 Cotésia (copo) 3,50 6,50 6,25 2,00 4,00 2,00 Diuron (l) 10,00 14,00 12,00 2,00 2,50 2,00 Glifosato (l) 6,00 8,00 6,00 4,00 5,00 5,00 Gramoxone (l) 12,59 19,00 19,00 1,00 1,00 1,00 Goal (l) 25,39 36,00 35,00 2,00 2,00 2,00 Regent 800 WG (Kg) 650,00 700,00 693,33 0,01 0,25 0,25 A seguir, são analisadas as evoluções dos preços médios dos principais insumos agrícolas
levantados desde a safra 2007/08 (Tabela 52, Tabela 53 e Tabela 54). Para a região Tradicional, os
fertilizantes (cana planta e soca), corretivos (calcário e gesso), inseticidas (Regent 800 WG) e a
Cotésia apresentaram, ao longo das safras analisadas, uma taxa de crescimento anual positiva. Já os
nematicidas e a maior parte dos herbicidas amostrados (com exceção do MSMA) tiveram queda em
seus respectivos preços.
No que se refere à região de Expansão, somente o Furadan, o Combine e o Velpar K tiveram
taxas de crescimento anuais negativas. Todos os outros insumos agrícolas listados apresentaram
aumentos em seus respectivos preços. O mesmo fato ocorreu na região Nordeste, onde somente os
preços dos fertilizantes (cana planta e soca) e do Roundup tiveram reduções em seus respectivos
preços, durante o período supramencionado. Desta forma, observa-se uma predominância de taxas de
crescimento positivas nos preços dos insumos agrícolas para as regiões de Expansão e Nordeste.
73
Tabela 52. Evolução dos preços médios (R$) e taxas de crescimento dos principais insumos agrícolas
levantados na região Centro-Sul Tradicional (safras 2007/08 a 2010/11) – Fornecedores e
Usinas.
Categoria Insumo Safra Taxa de crescimento
(a.a.) 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11
Fertilizantes Fert. Cana Planta (t) 792,50 1.267,27 1.103,33 1.159,24 10,54% Fert. Cana Soca (t) 740,00 1.061,95 1.007,47 963,00 7,66%
Corretivo Calcário (t) 50,30 59,99 65,42 66,20 9,54% Gesso (t) 52,45 53,57 63,37 65,50 8,71%
Nematicidas Furadan SC (l) 23,25 20,75 21,75 22,00 -1,18%
Herbicidas
Combine (l) 33,00 30,15 27,61 26,41 -7,28% Diuron (l) n.d 29,60 17,80 8,55 -46,69% Gamit (l) 41,20 37,40 40,85 34,00 -4,76% Hexaron (kg) n.d 31,40 23,57 n.d -24,93% MSMA (l) n.d 10,00 11,19 12,37 11,22% Plateau (kg) 338,00 417,14 361,59 350,00 -0,38% Roundup (l) 10,00 10,91 7,20 n.d -15,15% Velpar K (kg) 29,35 31,34 28,80 22,06 -8,98% Volcane (l) 11,50 11,00 10,70 8,77 -8,07%
Inseticida Regent 800 WG (kg) 600,20 675,17 690,89 605,63 0,50% Outros Insumos Cotesia Flavipes (cp) 2,60 2,50 2,80 2,72 2,52% Notas: n.d corresponde a valores não disponíveis.
74
Tabela 53. Evolução dos preços médios e taxas de crescimento dos principais insumos agrícolas
levantados na região Centro-Sul Expansão (safra 2007/08 a 2010/11) – Fornecedores e
Usinas.
Categoria Insumo Safra Taxa de crescimento
(a.a.) 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11
Fertilizantes Fert. Cana Planta (t) 1.015,00 929,50 1.251,67 1.141,50 6,72% Fert. Cana Soca (t) 818,50 824,00 1.092,00 925,00 6,71%
Corretivo Calcário (t) 57,45 57,50 65,00 65,33 5,21% Gesso (t) 66,90 52,00 68,30 71,00 4,61%
Nematicidas Furadan SC (l) 23,40 22,00 25,50 22,25 -0,04%
Herbicidas
Combine (l) 32,00 34,00 32,76 25,00 -7,49% Diuron (l) 11,60 18,80 11,82 n.d 0,94% MSMA (l) 10,10 7,56 11,61 12,25 10,61% Roundup (l) 10,00 12,00 10,63 n.d 3,10% Velpar K (kg) 30,00 25,40 28,01 19,47 -11,30%
Inseticida Regent 800 WG (kg) 597,50 541,00 695,31 611,00 3,22% Outros Insumos Maturador (l) 70,00 70,00 96,00 72,00 4,08% Notas: n.d corresponde a valores não disponíveis. Tabela 54. Evolução dos preços médios e taxas de crescimento dos principais insumos agrícolas
levantados na região Nordeste (safra 2007/08 a 2010/11) – Fornecedores e Usinas.
Categoria Insumo Safra Taxa de
crescimento (a.a.) 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11
Fertilizantes Fert. Cana Planta (t) 1.290,00 1.143,01 1.200,00 915,00 -9,35% Fert. Cana Soca (t) 781,75 851,50 649,66 700,00 -6,01%
Corretivo Calcário (t) 75,00 72,50 80,00 82,50 3,91%
Herbicidas
Advance (kg) 30,00 42,00 n.d n.d 40,00% Combine (l) n.d 29,00 29,60 29,50 0,85% Goal (l) 34,25 34,00 32,71 35,00 0,26% Plateau (kg) 455,40 455,50 n.d n.d 0,02% Roundup (l) 14,00 10,50 11,32 n.d -10,08%
Inseticida Regent 800 WG (kg) 650,50 632,50 673,05 693,33 2,56% Notas: n.d corresponde a valores não disponíveis.
75
3.3.2 Industriais
Esta subseção dedica-se à análise do consumo específico e dos preços médios dos principais
insumos industriais coletados nas usinas durante a safra 2010/11. Tais valores são correspondentes à
média agregada das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, e podem ser
visualizados na Tabela 55. Novamente, como procedimento estatístico padrão, foram considerados os
insumos mais citados durante a coleta primária de dados, com exclusão dos valores considerados
outliers.
Ao analisar a evolução dos preços médios dos principais insumos industriais coletados entre as
usinas participantes do levantamento de custos de produção da safra 2010/11 (Tabela 56) observam-se
aumentos no preço médio do lubrificante para recepção e preparo da cana-de-açúcar (0,42% a.a.),do
lubrificante de massa para a fábrica de açúcar (8,17% a.a), do sulfito, fosfato e neutralizante de vapor
para o processo de geração de valor, na ordem de 13,35% a.a, 9,01% a.a e 5,35% a.a, respectivamente.
Em relação ao processo de extração, pode-se observar que apenas os eletrodos para chapisco e picote
apresentaram reduções em seus respectivos preços médios, ao longo do período analisado (0,41% a.a e
18,49% a.a.).
No caso dos principais insumos utilizados para o tratamento de caldo, nota-se uma
predominância de reduções anuais nos preços, durante o período supracitado. Porém, o mesmo não
ocorre para os insumos industriais coletados para o processo de fermentação e geração de vapor, cujos
preços médios, majoritariamente, tiveram aumentos.
76
Tabela 55. Preços e consumos médios dos principais insumos industriais coletados no Brasil, para a
safra 2010/11.
Processo Insumo Unid.consumo Consumo específico Unid. preço
Preço Mín méd máx. mín méd máx.
Recepção Lubrificante ml/t cana 1,29 1,74 2,42 R$/L 4,21 5,10 5,50 Extração Eletrodo (chapisco) g/t cana 1,86 3,48 6,44 R$/kg 9,50 10,57 12,22 Extração Eletrodo (base e sobre-base) g/t cana 2,14 2,83 3,46 R$/kg 7,11 9,48 12,93 Extração Eletrodo (picotes) g/t cana 0,17 0,86 2,14 R$/kg 8,41 31,70 50,51 Extração Eletrodo (facas, desfibrador) g/t cana 0,75 0,97 1,31 R$/kg 16,64 23,03 28,33 Trat. caldo Cal virgem g/t cana 0,23 0,53 0,85 R$/kg 0,24 0,13 0,29 Trat. caldo Anti-incrustante kg/t açúcar 0,40 0,38 0,78 R$/kg 2,61 3,53 4,82 Trat. caldo Floculante (decantador) g/t açúcar 27,48 40,66 58,77 R$/kg 7,54 8,55 9,14 Trat. caldo Ácido Fosfórico kg/t açúcar* 0,92 1,21 1,51 R$/kg 1,05 1,53 2,32 Trat. caldo Enxofre kg/t açúcar* 1,48 2,02 1,48 R$/kg 1,25 1,13 1,25 Trat. caldo Floculante (xarope) g/t açúcar* 16,59 19,02 22,82 R$/kg 9,07 10,95 14,01 Fermentação Ácido Sulfúrico kg/m³ 4,45 6,58 7,72 R$/kg 0,23 0,66 1,15 Fermentação Dispersante kg/m³ 0,12 0,28 0,64 R$/kg 8,26 10,83 13,23 Fermentação Antiespumante kg/m³ 0,12 0,32 0,61 R$/kg 4,30 6,68 11,07 Fermentação Antibiótico g/m³ 3,78 5,83 8,50 R$/kg 163,00 204,75 250,37 Fermentação Nutriente kg/m³ 0,24 0,70 1,40 R$/kg 0,56 2,03 2,90 Destilação Soda cáustica kg/m³ 0,26 0,40 0,66 R$/kg 1,40 1,68 1,44 Desidratação Ciclohexano kg/m³** 1,01 1,22 1,15 R$/kg 4,03 4,21 4,30 Fábrica açúcar Lubrificante massa g/t açúcar 0,65 1,60 2,97 R$/kg 2,05 4,05 6,00 Trat. água Policloreto alumínio g/m³ água 13,51 31,15 44,75 R$/kg 1,05 1,43 2,18 Geração vapor Sulfito g/t vapor 0,43 1,27 2,39 R$/kg 8,06 10,02 12,39 Geração vapor Dispersante g/t vapor 0,43 2,53 6,98 R$/kg 6,04 9,02 13,38 Geração vapor Fosfato g/t vapor 0,27 0,96 1,94 R$/kg 6,55 11,91 14,86 Carreg. etanol Corante ml/m³** 11,33 12,73 15,20 R$/L 16,77 24,39 29,60 Notas: * açúcar branco.
** etanol anidro. n.d corresponde a valores não disponíveis.
77
Tabela 56. Evolução dos preços médios dos principais insumos industriais coletados no Brasil (safra
2007/08 à safra 2010/11).
Processo Insumo Unidade de consumo
Preço (R$/kg) Taxa de crescimento
(% a.a.) 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 Recepção Lubrificante ml/t cana 4,67 6,30 5,05 5,10 0,42% Extração Lubrificante ml/t cana n.d 11,00 4,72 5,10 -31,93% Extração Eletrodo (chapisco) g/t cana 10,92 9,25 10,64 10,57 0,41% Extração Eletrodo (base e sobre-base) g/t cana 12,46 17,89 12,41 9,48 -11,17% Extração Eletrodo (picotes) g/t cana 20,87 19,35 30,13 31,70 18,49% Extração Eletrodo (facas, desfibrador) g/t cana 21,21 57,05 27,56 23,03 -4,70% Extração Bactericida g/t cana n.d 4,86 2,86 n.d -41,26% Trat. caldo Cal virgem kg/t cana 0,23 0,20 0,23 0,13 -13,69% Trat. caldo Anti-incrustante kg/t açúcar n.d 3,51 3,15 3,53 0,24% Trat. caldo Floculante (decantador) g/t açúcar n.d 9,40 8,37 8,55 -4,61% Trat. caldo Ácido Fosfórico kg/t açúcar* 2,32 2,10 1,62 1,53 -14,53% Trat. caldo Enxofre kg/t açúcar* 1,34 1,11 0,57 1,13 -11,15% Trat. caldo Floculante (xarope) g/t açúcar* 12,09 10,82 9,59 10,95 -4,09% Fermentação Ácido Sulfúrico kg/m³ 0,95 0,57 0,48 0,66 -11,86% Fermentação Dispersante kg/m³ 10,65 11,63 11,20 10,83 0,12% Fermentação Antiespumante kg/m³ 5,86 5,60 6,07 6,68 4,85% Fermentação Antibiótico g/m³ 179,84 212,82 234,09 204,75 4,96% Fermentação Nutriente kg/m³ 2,13 1,74 2,70 2,03 3,01% Destilação Soda cáustica kg/m³ 1,83 2,10 1,91 1,68 -3,40% Desidratação Ciclohexano kg/m³** 4,18 4,35 4,23 4,21 -0,07% Fábrica açúcar Lubrificante massa g/t açúcar 3,21 3,65 3,98 4,05 8,17% Trat. água Policloreto alumínio g/m³ água 2,12 1,28 1,69 1,43 -8,62% Geração vapor Sulfito g/t vapor 7,8 8,68 14,33 10,02 13,35% Geração vapor Dispersante g/t vapor 9,17 7,87 7,95 9,02 -0,39% Geração vapor Fosfato g/t vapor 9,15 7,51 8,07 11,91 9,01% Geração vapor Neutralizante vapor g/t vapor 4,92 4,08 5,46 n.d 5,35% Carreg. etanol Corante ml/m³** n.d 27,37 25,76 24,39 -5,60% Notas: * açúcar branco.
** etanol anidro. n.d corresponde à valores não disponíveis.
78
No que tange à evolução dos consumos médios específicos (Tabela 57), pode-se perceber que
as taxas de crescimento anuais foram positivas para o lubrificante (Recepção) e para todos os insumos
industriais listados no processo de extração. No caso do tratamento de caldo, merecem destaque os
crescimentos anuais da cal virgem, do anti-incrustante e do enxofre, com variações da ordem de -
25,74% a.a, 91,44% a.a e -19,90% a.a., de forma respectiva. Para o processo de fermentação, vale
ressaltar as variações respectivas de 12,48% a.a, -10,70% a.a e 32,14% a.a. do dispersante, do
antibiótico e do nutriente. Já o antiespumante e o ácido sulfúrico permaneceram com consumos
relativamente estáveis ao longo das safras.Também são dignas de menção as reduções de 28,89% a.a e
34,24% a.a do consumo médio do sulfito e do fosfato, para o processo de geração de vapor, e de
31,09% a.a no consumo médio específico do corante, para o processo de carregamento de etanol.
79
Tabela 57. Evolução dos consumos médiosespecíficos dos principais insumos industriais coletados no
Brasil (safra 2007/08 à safra 2010/11).
Processo Insumo Unidade de consumo
Consumo específico Taxa de crescimento
(% a.a.) 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11
Recepção Lubrificante ml/t cana 0,29 3,74 0,82 1,74 47,01% Extração Eletrodo (chapisco) g/t cana 2,40 2,96 3,08 3,48 12,25% Extração Eletrodo (base e sobre-base) g/t cana 0,90 1,42 1,20 2,83 38,71% Extração Eletrodo (picotes) g/t cana 0,50 0,36 0,77 0,86 26,90% Extração Eletrodo (facas, desfibrador) g/t cana 1,60 0,87 1,11 0,97 -11,95% Trat. caldo Cal virgem kg/t cana n.d 0,97 0,95 0,53 -25,74% Trat. caldo Anti-incrustante kg/t açúcar n.d 0,10 0,35 0,38 91,44% Trat. caldo Floculante (decantador) g/t açúcar n.d 34,12 42,71 40,66 9,17% Trat. caldo Ácido Fosfórico kg/t açúcar* 0,89 3,35 1,28 1,21 -0,48% Trat. caldo Enxofre kg/t açúcar* 1,60 1,50 4,58 2,02 19,90% Fermentação Ácido Sulfúrico kg/m³ 7,13 6,94 7,48 6,58 -1,63% Fermentação Dispersante kg/m³ 0,20 0,19 0,20 0,28 12,485% Fermentação Antiespumante kg/m³ 0,32 0,37 0,37 0,32 0,05% Fermentação Antibiótico g/m³ 11,00 4,48 9,69 5,83 -10,70% Fermentação Nutriente kg/m³ 0,36 0,13 0,29 0,70 32,14% Destilação Soda cáustica kg/m³ 0,45 0,26 0,32 0,40 -1,24% Desidratação Ciclohexano kg/m³** 1,27 1,62 1,20 1,22 -4,06% Geração vapor Sulfito g/t vapor n.d 2,50 1,28 1,27 -28,89% Geração vapor Dispersante g/t vapor n.d 2,48 1,55 2,53 1,01% Geração vapor Fosfato g/t vapor n.d 2,22 2,29 0,96 -34,24% Carreg. etanol Corante ml/m³** n.d 7,41 12,72 12,73 31,09% Notas: * açúcar branco.
** etanol anidro. n.d corresponde à valores não disponíveis.
80
3.4 Custos
3.4.1 Fornecedores
Para que fossem estimados os custos de produção da cana-de-açúcar produzida pelos
fornecedores das regiões Centro-Sul e Nordeste na safra 2010/11, foram levadas em consideração as
premissas expostas na Tabela 58. Tais valores foram coletados junto a Sindicatos e Associações de
fornecedores de cana-de-açúcar, tal como apresentado no capítulo 2 desse documento.
Em comparação com a safra 2009/10, nota-se que a produtividade média das lavouras de
fornecedores diminuiu levemente na região Tradicional, mas aumentou nas demais regiões. Por outro
lado, percebe-se uma evolução positiva (em termos de custo de produção) quanto aos arrendamentos,
os quais vêm aumento gradativamente safra após safra. Ainda, exclusivamente na região Tradicional,
foi possível aferir um aumento no número de cortes por ciclo produtivo (6 cortes, frente a 5 cortes nos
levantamentos passados).
Quanto aos níveis de colheita mecanizada, houve grande disparidade de valores com relação à
safra anterior, isto porque no presente levantamento foram separadas as informações de usinas e de
fornecedores para a aferição deste parâmetro. Dessa forma, as estimativas apontaram para altos níveis
de mecanização na colheita da cana dos fornecedores na região de Expansão (95%), níveis
intermediários na região Tradicional (41%) e níveis nulos (0%) na região Nordeste. Na última região,
o relevo consiste no principal empecilho para a existência da mecanização no estágio de colheita. Para
as demais, nota-se que na região de Expansão são mais comuns propriedades de maior porte, bem
como a existência de condomínios de fornecedores que se unem para a produção agrícola (seja de
cana-de-açúcar, seja de outras culturas). Assim, eleva-se a possibilidade de compra de colhedoras, algo
ainda não muito perceptível na região tradicionalmente produtora.
81
Tabela 58. Premissas básicas adotadas no modelo de custos de cana de fornecedores, para as regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Descrição Tradicional Expansão Nordeste
Produção (t) 10.860 33.255 12.650
Produtividade (t/ha) 82,90 84,19 57,50
Cortes 6 5 5
Área útil total(ha) 131 395 220
Área própria (ha) 116 254 134
Área arrendada (ha) 15 141 86
Colheita mec. (%) 41% 95% 0%
Raio médio (km) 27 21,7 25
Preço arrendamento (t/ha/ano) 17,87 12,17 5,50
Quanto aos parâmetros de quantidade e preços de ATR, adotaram-se no presente estudo os
valores expostos na Tabela 59. Conforme evidenciado nesta tabela, os valores finais da safra 2010/11
para o Centro-Sul permaneceram acima daqueles observados na safra 2009/10, ano no qual houve
prejuízo no teor de ATR por tonelada de cana devido ao alto índice de chuvas. Em termos de preços,
constatou-se uma significativa melhora no valor do quilograma do ATR, oriunda dos altos preços
praticados nos mercados de açúcar e etanol. O mesmo cenário estende-se atualmente para a safra
2011/12, elevando, consequentemente, os níveis de atratividade da atividade canavieira.
Tabela 59. Quantidade de ATR por tonelada de cana-de-açúcar (kg ATR/t) e preços de ATR
(R$/kg ATR). Região ATR médio (kg/t cana) ATR padrão (kg/t cana) Preço ATR (R$/kg)
Tradicional 137,43 121,97 0,4019
Expansão 137,99 121,97 0,3751
Nordeste 129,27 119,51 0,5642
82
Após o delineamento do modelo para a safra 2010/11, apresentam-se a seguir os resultados dos
custos de produção de cana-de-açúcar para os fornecedores das regiões analisadas (Tabela 60). Com
base nos dados consolidados da última safra, os valores dos custos totais incorridos pelos fornecedores
de cana foram de R$ 59,33/tc, R$ 47,01/tc e R$ 64,05/tc, para as regiões Tradicional, Expansão e
Nordeste, respectivamente. Em comparação com os custos estimados no relatório de acompanhamento
(Centro-Sul), a diferença do custo previsto para o realizado foi de 0% e 3% para as regiões Tradicional
e Expansão, respectivamente. Quando comparados ao fechamento da safra 2009/10, entretanto, apenas
no Centro-Sul Tradicional pôde-se observar elevação de custos (5,10%). Nas demais regiões, foram
constatadas reduções de custos, principalmente devido ao aumento da produtividade agrícola dos
canaviais de fornecedores. O detalhamento dessas análises evolutivas está disponível no capítulo
seguinte.
83
Tabela 60. Custos de produção de cana-de-açúcar de fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional,
Centro-Sul Expansão e Nordeste, para o fechamento da safra 2010/11.
Descrição Tradicional Expansão Nordeste
R$/t R$/ha R$/t R$/ha R$/t R$/ha
Mecanização 13,97 1.157,89 16,68 1.404,40 15,75 905,37
Mão de obra 10,02 830,25 3,05 257,16 13,38 769,29
Insumos 5,14 426,30 6,07 511,13 6,45 370,76
Fertilizantes 3,82 316,33 4,37 368,00 4,17 240,00
Corretivos 0,31 25,78 0,55 46,56 0,23 13,20
Herbicidas 0,61 50,27 1,00 84,36 1,87 107,80
Inseticidas 0,18 15,06 0,03 2,30 0,00 0,00
Outros 0,23 18,85 0,12 9,92 0,17 9,76
Arrendamento 1,21 100,30 2,36 198,75 2,52 144,97
Despesas administrativas 1,85 153,30 1,26 106,31 2,14 122,82
Contador 0,36 29,47 0,12 10,33 0,52 29,73
Tributos 0,57 47,25 0,78 65,67 0,75 43,13
Outras 0,92 76,58 0,36 30,32 0,87 49,96
Custo Operacional Efetivo (COE) 32,18 2.668,04 29,43 2.477,76 40,23 2.313,21
Depreciações 9,82 814,22 9,40 791,79 13,86 796,70
Formação do Canavial 6,13 507,91 7,83 659,35 11,54 663,43
- Mecanização 1,95 161,73 1,96 164,88 2,75 157,98
- Mão de Obra 0,79 65,77 1,33 112,26 2,11 121,13
- Insumos 3,38 280,42 4,54 382,22 6,68 384,33
Máquinas 2,78 230,41 1,20 101,34 1,49 85,81
Benfeitorias 0,92 75,89 0,37 31,10 0,83 47,45
Irrigação 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Remuneração do proprietário 4,21 348,68 1,27 107,19 2,41 138,55
Custo Operacional Total (COT) 46,21 3.830,94 40,11 3.376,75 56,50 3.248,47
Remuneração da terra 9,36 775,68 4,25 358,04 3,93 225,88
Remuneração do capital 3,76 312,10 2,65 222,77 3,63 208,54
Formação do canavial 1,29 106,66 1,41 118,68 2,08 119,42
Irrigação/fertirrigação 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Máquinas e implementos 1,37 113,72 0,60 50,58 0,64 36,60
Benfeitorias 0,67 55,33 0,27 23,10 0,65 37,10
Capital de giro – juros 0,44 36,39 0,36 30,41 0,27 15,41
Custo Total (CT) 59,33 4.918,72 47,01 3.957,55 64,05 3.682,88
84
De forma ilustrativa, a Figura 38 apresenta as relações observadas entre os custos de produção
(COE, COT e CT) e os preços recebidos pela tonelada da cana-de-açúcar. Claramente nota-se que os
preços recebidos na região Tradicional não foram suficientes para cobrir os custos totais da cana. Em
contrapartida a isso, nas outras duas regiões os preços de venda da cana foram suficientes para
remunerar o CT, inclusive com sobra líquida de capital.
Figura 38. Representação gráfica dos custos de produção e dos preços da cana-de-açúcar encarados
pelos fornecedores das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste,
para o fechamento da safra 2010/11.
De forma semelhante, a Figura 39 expõe as margens obtidas na cultura da cana-de-açúcar na
safra 2010/11, em termos médios, para os fornecedores do Centro-Sul e do Nordeste brasileiro. Em
suma, os resultados consolidados da safra mostraram-se mais atrativos do que aqueles projetados no
início de 2011, sendo que as margens sobre o COE apresentaram valores entre 70% e 80%. Quando da
comparação do preço obtido pela tonelada de cana com o COT, por sua vez, o patamar de
rentabilidade atingiu aproximadamente 30%, exceto para a região Tradicional, onde foram
visualizados maiores níveis de arrendamentos e maior ociosidade do capital investido. Tais fatores
32,18 29,4340,23
14,0310,68
16,2713,126,90
7,5655,23 51,76
72,93
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Tradicional Expansão Nordeste
R$/
tc
COE COT CT Preço cana
85
fizeram com que esta região fosse a única a apresentar rentabilidade negativa (-6,91%) na comparação
do preço da cana com o CT.
Na região de Expansão, por outro lado, a margem sobre o custo total foi de 10,11%, enquanto
que na região Nordeste esse valor alcançou 13,87%, fruto dos maiores preços repassados aos
fornecedores de cana da região.
Figura 39. Indicadores de rentabilidade para os fornecedores de cana das regiões Centro-Sul
Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, para o fechamento da safra 2010/11.
Outro papel importante assumido por este estudo remete à atualização das participações dos
insumos agrícolas dentro das três classes de custos. Logo, a Tabela 61, Tabela 62 e Tabela 63,
juntamente com a Figura 40, a Figura 41 e a Figura 42, apresentam os valores gastos com fertilizantes,
defensivos, corretivos, mudas e outros insumos na safra 2010/2011, assim como suas participações no
COE, COT e CT da atividade canavieira nas regiões do Centro-Sul e no Nordeste.
Predominantemente, percebe-se que os fertilizantes são a classe de insumos com maior peso nos custos
de produção, sendo seguidos por mudas, herbicidas e corretivos.
71,62% 75,87%81,29%
19,52%29,05% 29,10%
-6,91%
10,11% 13,87%
-20%-10%
0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%
Tradicional Expansão Nordeste
Margem - COE (%) Margem - COT (%) Margem - CT (%)
86
Tabela 61. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Centro-
Sul Tradicional. Insumos R$/t R$/ha % COE % COT % CT
Fertilizantes 4,96 411,32 16,11% 11,07% 8,57%
Corretivos 0,71 58,64 2,30% 1,58% 1,22%
Herbicidas 0,73 60,75 2,38% 1,63% 1,27%
Inseticidas 0,48 40,17 1,57% 1,08% 0,84%
Mudas 1,41 116,99 4,58% 3,15% 2,44%
Outros 0,23 18,85 0,74% 0,51% 0,39%
TOTAL 8,52 706,72 27,68% 19,02% 14,72%
Figura 40. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Centro-
Sul Tradicional.
0%
5%
10%
15%
20%
25%
% COE % COT % CTFertilizantes Corretivos Herbicidas Inseticidas Mudas Outros
87
Tabela 62. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Centro-
Sul Expansão. Insumos R$/t R$/ha % COE % COT % CT
Fertilizantes 6,09 513,04 21,38% 15,55% 13,23%
Corretivos 1,07 90,22 3,76% 2,74% 2,33%
Herbicidas 1,09 91,63 3,82% 2,78% 2,36%
Inseticidas 0,39 32,50 1,35% 0,99% 0,84%
Mudas 1,85 156,04 6,50% 4,73% 4,02%
Outros 0,12 9,92 0,41% 0,30% 0,26%
TOTAL 10,61 893,35 37,23% 27,08% 23,04%
Figura 41. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Centro-
Sul Expansão.
0%
5%
10%
15%
20%
25%
% COE % COT % CT
Fertilizantes Corretivos Herbicidas Inseticidas Mudas Outros
Figura 41. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Centro-Sul Expansão
88
Tabela 63.Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Nordeste. Insumos R$/t R$/ha % COE % COT % CT
Fertilizantes 6,26 360,00 15,56% 11,08% 9,77%
Corretivos 0,95 54,45 2,35% 1,68% 1,48%
Herbicidas 1,98 113,80 4,92% 3,50% 3,09%
Inseticidas 0,60 34,75 1,50% 1,07% 0,94%
Mudas 3,17 182,33 7,88% 5,61% 4,95%
Outros 0,17 9,76 0,42% 0,30% 0,27%
TOTAL 13,13 755,09 32,64% 23,24% 20,50%
Figura 42. Participação dos insumos no COE, COT e CT dos fornecedores de cana da região Nordeste.
No presente documento, também foram atualizados os fluxogramas de custos agrícolas.
Através desta análise, torna-se mais fácil a compreensão dos custos por estágio de produção, bem
como de suas representatividades dentro dos custos totais da cana-de-açúcar nas regiões Centro-Sul e
no Nordeste do Brasil (Figura 43, Figura 44 e Figura 45).
À parte dos custos diretos envolvidos nos estágios de produção, percebe-se nitidamente pela
análise das colunas da direita dos fluxogramas que a região Centro-Sul Tradicional arca com altos
0%
5%
10%
15%
20%
25%
% COE % COT % CT
Fertilizantes Corretivos Herbicidas Inseticidas Mudas Outros
89
custos de terras, administração, depreciações e de capital. Com relação ao Centro-Sul Expansão, tais
custos foram em média 77% mais elevados naquela região, enquanto que comparando os valores com
a região Nordeste, o percentual das áreas tradicionais sobe para 104%. Ou seja, mesmo com a elevação
dos preços da cana-de-açúcar, os fornecedores de São Paulo e Paraná, principalmente, precisam focar
seus esforços na redução de capital ocioso (diminuindo depreciações e remuneração de capital) e de
despesas administrativas. Outra possibilidade seria aumentar as áreas de cultivo de cana, alternativa
nem sempre possível no atual cenário vivenciado pelos fornecedores do Centro-Sul Tradicional.
90
Figura 43. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo dos fornecedores de cana da
região Centro-Sul Tradicional. Nota: Depreciações de máquinas e implementos agrícolas embutidas nos valores de custos dos estágios de produção:
preparo do solo, plantio, tratos culturais cana planta, tratos culturais cana soca e colheita. Além disso, cabe ressaltar
que os valores apresentados (R$/ha e R$/ton) para cada um desses estágios foram ponderados de acordo com as suas
respectivas áreas.
Modelo agrícola de fornecedor da região Tradicional
91
Figura 44. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo dos fornecedores de cana da
região Centro-Sul Expansão. Nota: Depreciações de máquinas e implementos agrícolas embutidas nos valores de custos dos estágios de produção:
preparo do solo, plantio, tratos culturais cana planta, tratos culturais cana soca e colheita. Além disso, cabe ressaltar
que os valores apresentados (R$/ha e R$/ton) para cada um desses estágios foram ponderados de acordo com as suas
respectivas áreas.
Modelo agrícola de fornecedor da região de Expansão
92
Figura 45. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo dos fornecedores de cana da
região Nordeste. Nota: Depreciações de máquinas e implementos agrícolas embutidas nos valores de custos dos estágios de produção:
preparo do solo, plantio, tratos culturais cana planta, tratos culturais cana soca e colheita. Além disso, cabe ressaltar
que os valores apresentados (R$/ha e R$/ton) para cada um desses estágios foram ponderados de acordo com as suas
respectivas áreas.
Modelo agrícola de fornecedor da região Nordeste
93
3.4.2 Usinas
3.4.2.1.1 Agrícola
A presente subseção apresenta informações sobre os principais indicadores econômicos
agrícolas das usinas. Para isso, as premissas adotadas para a formação do modelo de cálculo dos custos
de produção de cana-de-açúcar para as unidades industriais do setor sucroenergético encontram-se na
Tabela 64. Tendo em vista alterações na dinâmica do setor, tanto em aspectos estruturais e
tecnológicos, quanto em condições mercadológicas, alguns parâmetros básicos tiveram seus valores
modificados face às safras analisadas nos levantamentos anteriores, tais como a participação das usinas
na moagem total de cana, os percentuais de colheita mecanizada e os raios médios.
No que concerne ao primeiro item, foram definidas reduções generalizadas, dado que as
participações das usinas típicas na moagem diminuíram 5 p. p. para a região Centro-Sul Tradicional, 2
p.p. para o Centro-Sul Expansão e 7 p.p. para a região Nordeste. Em relação à colheita mecanizada, a
mudança mais significativa ocorreu para o Centro-Sul Expansão, haja vista a adoção do valor de 86%
para a safra 2010/11 e a utilização de 65% para a safra anterior. O parâmetro da região Centro-Sul
Tradicional, por sua vez, teve branda modificação, de 65% para 64%, enquanto que para a região
Nordeste considerou-se a existência de colheita mecanizada para a safra 2010/11 (7%), o que destoa
essencialmente do coeficiente nulo adotado no último relatório de fechamento de safra. Quanto ao raio
médio, a atualização dos valores foi mais expressiva para o Centro-Sul Expansão, cuja distância saltou
de 20 km na safra 2009/10 para 26 km na safra 2010/11. As variações do Centro-Sul Tradicional e do
Nordeste, por sua vez, foram correspondentes ao aumento de 3 km para a primeira região e à redução
de 2 km para a segunda.
Dentre os outros indicadores, também merecem certo destaque as variações da produtividade
média, cuja maior alteração remete ao Centro-Sul Tradicional, dado o declínio de 91,62 t/ha para 83,50
t/ha sofrido entre as duas últimas safras. No tocante ao preço de arrendamento em espécie (t/ha/ano),
ressalta-se a modificação estipulada para o Nordeste, pois o indicador encarado pelas usinas típicas
94
desta região na safra 2009/10 foi de 7,90, contrastando com o coeficiente de 5,90 t/ha/ano definido
para 2010/11.
Tabela 64. Premissas básicas adotadas no modelo de custos de cana das usinas, para as regiões Centro-
Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Descrição Tradicional Expansão Nordeste
Moagem (t) 2.400.000 2.400.000 1.200.000
Participação de cana própria (%) 60% 73% 63%
Produção (t) 1.440.000 1.752.000 756.000
Produtividade (t/ha) 83,50 84,67 59,45
Cortes 5 5 5
Área própria (ha) 36% 17% 64%
% colheita mecanizada (%) 64% 86% 7%
Raio médio (km) 26 26 18
Preço arrendamento (t/ha/ano) 18,1 11,4 5,9
Fonte: PECEGE/CNA com o auxílio de dados do CTC, SINDAÇÚCAR-AL, SINDAÇÚCAR-PE e SINDÁLCOOL-PB.
Após o delineamento dos parâmetros componentes do modelo de custos, são indicados na
tabela seguinte os valores da qualidade da cana-de-açúcar (kg ATR/t de cana), do ATR padrão para
contratos de arrendamentos e dos preços de ATR praticados na safra 2010/11 (Tabela 65). Em relação
ao ATR médio, percebe-se melhora na concentração de açúcares da cana para o Centro-Sul Tradicional
e o Centro-Sul Expansão, face ao último levantamento, especialmente para a última região
mencionada, que elevou seu nível médio de 129,64 kg/t cana para 141,15 kg/t cana. Em contrapartida a
isso, a região Nordeste teve seu valor médio de concentração reduzido de 132,24 kg/t cana para 130,18
kg/t cana. Dessa forma, constata-se que as condições climáticas favoráveis ao longo da safra 2010/11
permitiram que os níveis de qualidade da matéria-prima das usinas do Centro-Sul brasileiro
superassem àqueles do Nordeste, cenário antagônico ao verificado na safra anterior.
No que tange aos preços do ATR, observa-se a sustentação dos valores médios em patamares
relativamente elevados, tendo como base comparativa as aferições das safras anteriores. Em suma, os
preços médios registrados na safra 2010/11 registraram maior pagamento especialmente na região
95
Nordeste, que atingiu R$ 0,5642/kg ATR. Os valores apurados nas regiões Tradicional e de Expansão,
respectivos em R$ 0,4019/kg e R$ 0,3751 kg, refletem o cenário de relativos ganhos de qualidade e de
aumento dos preços pagos pelo ATR. Tal cenário de movimentos altistas de preços originou-se
principalmente das condições satisfatórias do mercado internacional de açúcar, devido à forte demanda
dos denominados países emergentes, cujas mudanças socioeconômicas vêm impulsionando diversos
mercados de commodities agrícolas, e também por causada menor oferta de açúcar da Índia.
Tabela 65. Quantidade de ATR por tonelada de cana-de-açúcar (kg ATR/t) e preços do ATR (R$/kg
ATR) para as usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
Região ATR médio (kg/t cana) ATR padrão (kg/t cana) Preço ATR (R$/kg) Tradicional 134,46 121,97 0,4019 Expansão 141,15 121,97 0,3751 Nordeste 130,18 119,00 0,5642
Após a definição do modelo utilizado para custos agrícolas de usinas, bem como a análise sobre
a qualidade da cana e os preços médios de ATR, a subseção apresenta os resultados de custos de
produção de cana-de-açúcar propriamente ditos, considerando grandes grupos de custos para as usinas
das três regiões produtoras, com referência à safra 2010/11 (Tabela 66).
Seguindo o mesmo procedimento metodológico do último relatório de fechamento (2009/10),
os custos de formação de canavial foram tratados como itens do Custo Operacional Total (COT), e não
como rubricas do Custo Operacional Efetivo (COE). Como resultados principais, os custos totais de
produção de cana-de-açúcar, que englobam os custos de oportunidade da atividade, aumentaram em
todas as regiões pesquisadas. Ademais, verificou-se a expansão das diferenças entre os custos totais
das regiões, inclusive entre as duas grandes áreas do Centro-Sul brasileiro. Para a safra 2010/11, os
níveis de CT das usinas localizadas nas regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e
Nordeste foram iguais a R$ 53,12/t, R$ 47,11/t e R$ 63,39/t, respectivamente. Na safra anterior, a
título de comparação, os valores de CT foram correspondentes a R$ 45,07/t, R$ 45,72/t e R$ 55,35/t.
96
Segundo tais dados, cabe ressaltar a maior dispersão dos custos totais médios entre as regiões
produtoras, refletidas pelos desvios-padrão de R$ 5,76/t na safra 09/10 e R$ 8,23/t na safra 2010/11, e
os incrementos superiores a R$ 8,00/t no CT da região Tradicional e da região Nordeste.
Para os aumentos generalizados dos custos agrícolas das usinas, os itens desembolsáveis mais
impactantes foram os dispêndios com mão-de-obra e insumos, com destaque ao primeiro grupo de
custos. A propósito, os custos unitários com o fator trabalho sofreram acréscimos entre R$ 4,02 e R$
5,54/tc na comparação entre as safras 2009/10 e 2010/11. No que diz respeito aos insumos agrícolas,
os movimentos foram bastante distintos. As usinas da região Centro-Sul Tradicional tiveram o
acréscimo médio de 14,91% no custo com insumos, enquanto as usinas da região de Expansão
reduziram seus dispêndios em 37,38%, atingindo o valor de R$ 5,36 por tonelada de cana. Para a
região Nordeste, verificou-se diminuição relativamente mais branda, na ordem de 7,36%. Além de
mão-de-obra e insumos, a variação das despesas administrativas desta região também ocorreu em
magnitude relativamente grande, pois na safra 2010/11 apurou-se o valor de R$ 3,58 por tonelada de
cana, ou seja, um patamar bastante superior àqueles observados nas regiões do Centro-Sul, e também
em relação ao custo de R$ 1,91 aferido para as usinas nordestinas na safra 2009/10.
Dentre os itens que mais pesaram para as diferenças entre os COEs das regiões produtoras,
estão a mão-de-obra, o arrendamento e as despesas administrativas. Para o trabalho, ressalta-se que o
custo médio do Nordeste durante a safra 2010/11 superou aqueles mensurados nas usinas do Centro-
Sul em pelo menos R$ 10,00 por tonelada de cana, tendo em vista, principalmente, as operações
manuais em tal região. O arrendamento do Nordeste foi bastante inferior aos registrados nas demais
regiões, especialmente no custo unitário do Centro-Sul Tradicional, em que os obstáculos à expansão
de área, bem como a maior concorrência por terras agricultáveis, elevam o seu custo de arrendamento.
Por fim, em relação às despesas administrativas, os valores incorridos pelas unidades nordestinas
aumentaram bem mais do que aqueles encarados pelas usinas dos estados do Centro-Sul brasileiro. De
fato, os gastos unitários com administração no Nordeste foram quase o dobro dos montantes gastos nas
demais regiões, uma vez que o Centro-Sul possui maior escala de produção.
Para os itens que entram no cômputo do COT e não são contabilmente desembolsáveis, as
diferenças mais contundentes entre as regiões foram referentes às depreciações com formação do
97
canavial e irrigação, que atingiram níveis bem maiores do que aqueles do Centro-Sul. Considerando a
formação do canavial, os custos das usinas nordestinas superaram em pelo menos R$ 3,25/tc os custos
das unidades industriais de outros estados, ao passo que os custos unitários relativos à irrigação do
Nordeste chegaram a ser mais do que o triplo daqueles do Centro-Sul Tradicional, e quase oito vezes
os custos do Centro-Sul Expansão. Tal fato está atrelado à predominância de operações manuais para a
formação do canavial, e ao clima favorável à irrigação.
Quanto ao Custo Total, a remuneração da terra compreende o principal fator de diferenciação
entre os custos das regiões produtoras. Em síntese, devido à maior disponibilidade relativa de áreas
para a agropecuária, e aos menores valores de ATR praticados, a região Centro-Sul Expansão possui
menor custo de oportunidade atrelado ao uso do fator de produção terra, e por isso sua remuneração
média referente à safra 2010/11 (R$ 1,06/tc) foi bastante inferior aos custos incorridos pelas regiões
Centro-Sul Tradicional e Nordeste, com destaque à remuneração da última, que atingiu R$
4,26/tc,basicamente em função do alto preço do ATR. A denominada remuneração do capital, por sua
vez, não apresentou diferenças regionais extraordinárias. O Nordeste, nesse quesito, também foi
responsável pelo maior valor.
98
Tabela 66. Custos de produção de cana-de-açúcar de usinas das regiões Centro-Sul Tradicional,
Centro-Sul Expansão e Nordeste, para o fechamento da safra 2010/11.
Descrição Tradicional Expansão Nordeste R$/t R$/ha R$/t R$/ha R$/t R$/ha
Mecanização 15,27 1.274,79 13,72 1.161,40 11,02 655,03 Mão de obra 9,05 755,90 8,71 737,59 19,23 1.143,06 Insumos 4,47 373,63 5,36 453,72 7,30 433,85 Arrendamento 6,83 570,42 5,11 432,67 2,45 145,51 Despesas administrativas 2,23 186,24 1,84 155,55 3,58 212,68 Custo Operacional Efetivo (COE) 37,86 3.160,99 34,74 2.940,93 43,57 2.590,13 Depreciações 9,18 766,23 9,07 767,59 12,63 750,76
Formação do Canavial 7,86 656,60 7,77 657,72 11,11 660,41 Máquinas 1,10 91,57 1,13 95,76 1,10 65,18 Benfeitorias 0,10 8,67 0,11 9,74 0,03 1,74 Irrigação 0,11 9,38 0,05 4,37 0,39 23,43
Custo Operacional Total (COT) 47,03 3.927,21 43,80 3.708,52 56,20 3.340,89 Remuneração da terra 3,82 319,18 1,06 89,87 4,26 253,39 Remuneração do capital 2,27 189,16 2,25 190,15 2,93 174,12
Formação do canavial 1,42 118,19 1,40 118,39 2,00 118,87 Irrigação/fertirrigação 0,66 54,94 0,68 57,46 0,66 39,11 Máquinas e implementos 0,12 10,40 0,14 11,68 0,04 2,08 Benfeitorias 0,07 5,63 0,03 2,62 0,24 14,06
Custo Total (CT) 53,12 4.435,56 47,11 3.988,55 63,39 3.768,40
De maneira geral, as usinas típicas de todas as regiões experimentaram retornos médios
positivos, inclusive no confronto do preço da cana-de-açúcar com o custo total de produção, isto é,
mesmo com o cômputo dos custos de oportunidade associados à atividade (Figura 46). Além do mais,
percebe-se que as margens de rentabilidade média mais elevadas na safra 2010/11 foram aferidas para
o Nordeste brasileiro, pois o preço da tonelada da cana superou seu CT de produção em R$ 10,06. Por
outro lado, as usinas da região Tradicional tiveram os retornos mais estreitos, dado que seu preço
médio da cana suplantou o respectivo CT em apenas R$ 0,91 por tonelada. A região de Expansão
apresentou resultado intermediário, já que a diferença entre o preço médio da tonelada de cana-de-
açúcar e seu CT de produção foi de R$ 5,82.
99
Figura 46. Representação gráfica dos custos e preços de cana-de-açúcar, para a safra 2010/11,
considerando as usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e
Nordeste, em R$/tc.
De forma complementar, a Figura 47 indica as margens relativas de produção para as usinas na
safra 2010/11, comparando os preços médios da cana-de-açúcar com os diferentes níveis de custos:
COE, COT e CT. Como pode ser observado, todas as margens levando em consideração apenas os
custos efetivamente desembolsados (COE) foram superiores ao patamar de 40,00%, com a
rentabilidade da usina nordestina típica alcançando quase 70,00%. As margens sobre os custos totais
da atividade, no entanto, foram iguais a 1,73%, 12,39% e 15,87% para as regiões Centro-Sul
Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste, em termos respectivos.
Como ressalva, deve-se esclarecer que os custos de usinas e fornecedores não são perfeitamente
comparáveis, devido a não incorporação da “remuneração do proprietário” no cálculo do custo agrícola
das unidades industriais, entre outros fatores. Além disso, os termos percentuais de margens de
rentabilidade computados consistem basicamente na razão dos preços de mercado da cana-de-açúcar
pelas respectivas etapas de composição do custo total das usinas.
37,86 34,7443,57
9,18 9,07
12,636,093,31
7,1954,0452,94
73,45
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Tradicional Expansão Nordeste
R$/
tc
COE COT CT Preço cana
100
Figura 47. Indicadores de rentabilidade das usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul
Expansão e Nordeste, para a safra 2010/11, em valores percentuais.
De forma resumida, apresentam-se a seguir fluxogramas de custos de produção discriminados
por processo/estágio e também por itens de custo (Figura 48, Figura 49 e Figura 50). Os estágios
considerados são formação do canavial, tratos culturais de cana planta, tratos culturais de cana soca e
colheita, e os demais itens esquematizados são a remuneração da terra, os custos administrativos, as
depreciações e os custos de oportunidade vinculados ao capital imobilizado. Vale ressaltar apenas que
o item formação do canavial, que compreende preparo de solo e plantio, está dividido pelo número de
cortes.
42,76%
52,42%
68,58%
14,90%20,87%
30,70%
1,73%
12,39%15,87%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Tradicional Expansão Nordeste
Margem - COE (%) Margem - COT (%) Margem - CT (%)
101
Fi
gura
48.
Flu
xogr
ama
de c
usto
s de
pro
duçã
o po
r está
gio
e ite
m d
e cu
sto, p
ara
as u
sinas
da
regi
ão C
entro
-Sul
Tra
dici
onal
, na
safra
20
10/1
1.
Not
a: D
epre
ciaç
ões d
e m
áqui
nas e
impl
emen
tos a
gríc
olas
em
butid
as n
os v
alor
es d
e cu
stos d
os e
stági
os d
e pr
oduç
ão: p
repa
ro d
o so
lo, p
lant
io, t
rato
s cul
tura
is ca
na
plan
ta, t
rato
s cu
ltura
is ca
na s
oca
e co
lhei
ta. A
lém
diss
o, c
abe
ress
alta
r que
os
valo
res
apre
sent
ados
(R$/
ha e
R$/
ton)
par
a ca
da u
m d
esse
s es
tági
os fo
ram
po
nder
ados
de
acor
do c
om a
s sua
s res
pect
ivas
áre
as.
R$/
haR
$/to
nR
$/ha
R$/
ton
65
6,6
07
,86
88
9,6
11
0,6
528
8,22
3,45
319,
183,
8218
0,29
2,16
570,
426,
8318
8,10
2,25
R$/
haR
$/to
n1
86
,24
2,2
313
2,34
1,58
R$/
haR
$/to
n53
,91
0,65
83
,67
1,0
024
,75
0,30
R$/
haR
$/to
n23
,54
0,28
10
9,6
21
,31
35,3
80,
428,
670,
109,
380,
11R
$/ha
R$/
ton
91,5
71,
106
94
,74
8,3
224
5,80
2,94
R$/
haR
$/to
n11
0,69
1,33
Re
mu
ne
raçõ
es
de
Cap
ital
18
9,1
62
,27
338,
254,
05L
avou
ra f
unda
da11
8,19
1,42
Irri
gaçã
o/F
ertir
riga
ção
5,63
0,07
R$/
haR
$/to
nM
áqui
nas
e im
plem
ento
s54
,94
0,66
1.7
17
,48
20
,57
10,4
00,
121.
095,
8113
,12
Cap
ital d
e gi
ro -
juro
s0,
000,
0062
1,67
7,44
0,00
0,00
4.4
35
,56
53
,12
Sal
ário
s ag
ríco
las
Mo
de
lo a
grí
cola
de
usi
na
da
reg
ião
Tra
dic
ion
al
Fo
rmaç
ão d
o c
anav
ial
Re
mu
ne
raçã
o d
a te
rra
Mec
aniz
ação
Áre
a pr
ópri
aM
ão d
e ob
raÁ
rea
arre
ndad
aIn
sum
os
Cu
sto
s ad
min
istr
ativ
os
Tra
tos
cult
. ca
na
soca
Des
pesa
s ad
min
istr
ativ
asT
rato
s cu
lt.
can
a p
lan
taM
ecan
izaç
ãoM
ão d
e ob
raD
ep
reci
ação
Insu
mos
Ben
feito
rias
Irri
gaçã
o/F
ertir
riga
ção
Máq
uina
s e
impl
emen
tos
Mec
aniz
ação
Mão
de
obra
Insu
mos
Cu
sto
To
tal
Mec
aniz
ação
Mão
de
obra
Insu
mos
Co
lhe
ita
Ben
feito
rias
101
Figu
ra 4
8. F
luxo
gram
a de c
usto
s de p
rodu
ção
por e
stági
o e i
tem d
e cus
to, p
ara a
s usin
as d
a reg
ião C
entro
-Sul
Tra
dicio
nal, n
a saf
ra 2
010/
11.
Not
a: D
epre
ciaç
ões d
e m
áqui
nas e
impl
emen
tos a
gríc
olas
em
butid
as n
os v
alor
es d
e cu
stos d
os e
stági
os d
e pr
oduç
ão: p
repa
ro d
o so
lo, p
lant
io, t
rato
s cul
tura
is ca
na p
lant
a, tr
atos
cul
tura
is ca
na so
ca e
col
heita
. Alé
m d
isso,
cab
e re
ssal
tar q
ue o
s val
ores
apr
esen
tado
s (R$
/ha
e R$
/ton)
par
a ca
da u
m d
esse
s está
gios
fora
m p
onde
rado
s de
acor
do c
om a
s sua
s res
pect
ivas
áre
as.
102
Fi
gura
49.
Flu
xogr
ama
de c
usto
s de
pro
duçã
o po
r es
tági
o e
item
de
custo
, par
a as
usin
as d
a re
gião
Cen
tro-S
ul E
xpan
são,
na
safra
20
10/1
1.
Not
a: D
epre
ciaçõ
es d
e m
áqui
nas e
impl
emen
tos a
gríco
las e
mbu
tidas
nos
val
ores
de
custo
s dos
está
gios
de
prod
ução
: pre
paro
do
solo
, pla
ntio
, tra
tos c
ultu
rais
cana
pl
anta
, tra
tos
cultu
rais
cana
soc
a e
colh
eita
. Alé
m d
isso,
cab
e re
ssal
tar q
ue o
s va
lore
s ap
rese
ntad
os (R
$/ha
e R
$/to
n) p
ara
cada
um
des
ses
está
gios
fora
m
pond
erad
os d
e ac
ordo
com
as s
uas r
espe
ctiv
as á
reas
.
R$/
haR
$/to
nR
$/ha
R$/
ton
65
7,7
27
,77
52
2,5
46
,17
281,
413,
3289
,87
1,06
154,
151,
8243
2,67
5,11
222,
152,
62R
$/ha
R$/
ton
15
5,5
51
,84
92,2
11,
09R
$/ha
R$/
ton
63,3
40,
758
9,6
71
,06
23,7
60,
28R
$/ha
R$/
ton
21,8
80,
261
09
,87
1,3
044
,02
0,52
9,74
0,11
4,37
0,05
R$/
haR
$/to
n95
,76
1,13
68
7,3
08
,12
142,
531,
68R
$/ha
R$/
ton
135,
081,
60R
em
un
era
çõe
s d
e C
apit
al1
90
,15
2,2
540
9,69
4,84
Lav
oura
fun
dada
118,
391,
40Ir
riga
ção/
Fer
tirri
gaçã
o2,
620,
03R
$/ha
R$/
ton
Máq
uina
s e
impl
emen
tos
57,4
60,
681
.67
1,5
11
9,7
411
,68
0,14
1.09
0,88
12,8
8C
apita
l de
giro
- ju
ros
0,00
0,00
580,
636,
860,
000,
003
.98
8,5
54
7,1
1
Sal
ário
s ag
ríco
las
Mo
de
lo a
grí
cola
de
usi
na
da
reg
ião
Ex
pan
são
Fo
rmaç
ão d
o c
anav
ial
Re
mu
ne
raçã
o d
a te
rra
Mec
aniz
ação
Áre
a pr
ópri
aM
ão d
e ob
raÁ
rea
arre
ndad
aIn
sum
os
Cu
sto
s ad
min
istr
ativ
os
Tra
tos
cult
. ca
na
soca
Des
pesa
s ad
min
istr
ativ
asT
rato
s cu
lt.
can
a p
lan
taM
ecan
izaç
ãoM
ão d
e ob
raD
ep
reci
ação
Insu
mos
Ben
feito
rias
Irri
gaçã
o/F
ertir
riga
ção
Máq
uina
s e
impl
emen
tos
Mec
aniz
ação
Mão
de
obra
Insu
mos
Cu
sto
To
tal
Mec
aniz
ação
Mão
de
obra
Insu
mos
Co
lhe
ita
Ben
feito
rias
102
Figu
ra 4
9. F
luxo
gram
a de c
usto
s de p
rodu
ção
por e
stági
o e i
tem d
e cus
to, p
ara a
s usin
as d
a reg
ião C
entro
-Sul
Exp
ansã
o, n
a saf
ra 2
010/
11.
Not
a: D
epre
ciaç
ões d
e m
áqui
nas e
impl
emen
tos a
gríc
olas
em
butid
as n
os v
alor
es d
e cu
stos d
os e
stági
os d
e pr
oduç
ão: p
repa
ro d
o so
lo, p
lant
io, t
rato
s cul
tura
is ca
na p
lant
a, tr
atos
cul
tura
is ca
na so
ca e
col
heita
. Alé
m d
isso,
cab
e re
ssal
tar q
ue o
s val
ores
apr
esen
tado
s (R$
/ha
e R$
/ton)
par
a ca
da u
m d
esse
s está
gios
fora
m p
onde
rado
s de
acor
do c
om a
s sua
s res
pect
ivas
áre
as.
103
Fi
gura
50.
Flu
xogr
ama
de c
usto
s de
prod
ução
por
está
gio
e ite
m d
e cu
sto, p
ara
as u
sinas
da
regi
ão N
orde
ste, n
a sa
fra 2
010/
11.
Not
a: D
epre
ciaç
ões d
e m
áqui
nas e
impl
emen
tos a
gríc
olas
em
butid
as n
os v
alor
es d
e cu
stos d
os e
stági
os d
e pr
oduç
ão: p
repa
ro d
o so
lo, p
lant
io, t
rato
s cul
tura
is ca
na
plan
ta, t
rato
s cu
ltura
is ca
na s
oca
e co
lhei
ta. A
lém
diss
o, c
abe
ress
alta
r que
os
valo
res
apre
sent
ados
(R$/
ha e
R$/
ton)
par
a ca
da u
m d
esse
s es
tági
os fo
ram
po
nder
ados
de
acor
do c
om a
s sua
s res
pect
ivas
áre
as.
R$/
haR
$/to
nR
$/ha
R$/
ton
66
0,4
11
1,1
13
98
,89
6,7
116
5,55
2,78
253,
394,
2619
7,60
3,32
145,
512,
4529
7,27
5,00
R$/
haR
$/to
n2
12
,68
3,5
813
1,50
2,21
R$/
haR
$/to
n81
,18
1,37
12
6,8
02
,13
21,3
60,
36R
$/ha
R$/
ton
59,8
41,
019
0,3
41
,52
45,6
00,
771,
740,
0323
,43
0,39
R$/
haR
$/to
n65
,18
1,10
68
5,5
01
1,5
314
4,06
2,42
R$/
haR
$/to
n15
3,18
2,58
Re
mu
ne
raçõ
es
de
Cap
ital
17
4,1
22
,93
388,
266,
53L
avou
ra f
unda
da11
8,87
2,00
Irri
gaçã
o/F
ertir
riga
ção
14,0
60,
24R
$/ha
R$/
ton
Máq
uina
s e
impl
emen
tos
39,1
10,
661
.48
4,8
32
4,9
82,
080,
0455
4,79
9,33
Cap
ital d
e gi
ro -
juro
s0,
000,
0093
0,03
15,6
40,
000,
003
.76
8,4
06
3,3
9
Sal
ário
s ag
ríco
las
Mo
de
lo a
grí
cola
de
usi
na
da
reg
ião
No
rde
ste
Fo
rmaç
ão d
o c
anav
ial
Re
mu
ne
raçã
o d
a te
rra
Mec
aniz
ação
Áre
a pr
ópri
aM
ão d
e ob
raÁ
rea
arre
ndad
aIn
sum
os
Cu
sto
s ad
min
istr
ativ
os
Tra
tos
cult
. ca
na
soca
Des
pesa
s ad
min
istr
ativ
asT
rato
s cu
lt.
can
a p
lan
taM
ecan
izaç
ãoM
ão d
e ob
raD
ep
reci
ação
Insu
mos
Ben
feito
rias
Irri
gaçã
o/F
ertir
riga
ção
Máq
uina
s e
impl
emen
tos
Mec
aniz
ação
Mão
de
obra
Insu
mos
Cu
sto
To
tal
Mec
aniz
ação
Mão
de
obra
Insu
mos
Co
lhe
ita
Ben
feito
rias
103
Figu
ra 5
0. F
luxo
gram
a de c
usto
s de p
rodu
ção
por e
stági
o e i
tem d
e cus
to, p
ara a
s usin
as d
a reg
ião N
orde
ste, n
a saf
ra 2
010/
11.
Not
a: D
epre
ciaç
ões d
e m
áqui
nas e
impl
emen
tos a
gríc
olas
em
butid
as n
os v
alor
es d
e cu
stos d
os e
stági
os d
e pr
oduç
ão: p
repa
ro d
o so
lo, p
lant
io, t
rato
s cul
tura
is ca
na p
lant
a, tr
atos
cul
tura
is ca
na so
ca e
col
heita
. Alé
m d
isso,
cab
e re
ssal
tar q
ue o
s val
ores
apr
esen
tado
s (R$
/ha
e R$
/ton)
par
a ca
da u
m d
esse
s está
gios
fora
m p
onde
rado
s de
acor
do c
om a
s sua
s res
pect
ivas
áre
as.
104
Por fim, para a composição dos custos agroindustriais de açúcar e etanol, faz-se necessária a
inclusão dos custos agrícolas (cana-de-açúcar) ponderados. Isto é feito de acordo com o nível de
participação da matéria-prima própria e seu respectivo preço, bem como pelo preço pago pela cana de
fornecedores. Da Tabela 67 à Tabela 69 são apresentadas as ponderações dos custos agrícolas que
serviram de input para o cálculo dos custos agroindustriais dos produtos da cadeia sucroenergética.
Tabela 67. Ponderação do custo da cana-de-açúcar: COE.
Região Custo (R$/t) Cana Própria (%) Custo cana fornecedores (R$/t) Preço ponderado (R$/t)
Tradicional 37,86 60 56,54 45,33 Expansão 34,74 73 52,50 39,53 Nordeste 43,57 63 73,74 54,73
Tabela 68. Ponderação do custo da cana-de-açúcar: COT.
Região Custo (R$/t) Cana Própria (%) Custo cana fornecedores (R$/t) Preço ponderado (R$/t)
Tradicional 47,03 60 56,54 50,83 Expansão 43,80 73 52,50 46,15 Nordeste 56,20 63 73,74 62,69
Tabela 69. Ponderação do custo da cana-de-açúcar: CT.
Região Custo (R$/t) Cana Própria (%) Custo cana fornecedores (R$/t) Preço ponderado (R$/t)
Tradicional 53,12 60 56,54 54,49 Expansão 47,11 73 52,50 48,56 Nordeste 63,39 63 73,74 67,22
105
3.4.2.2 Industrial
Os principais fatores de formação dos custos industriais são apresentados em valores nominais
nesta subseção, sendo eles: mão-de-obra, insumos, manutenção e administração industrial. De modo a
permitir a comparação direta entre os valores de usinas com escalas de moagem diferentes, as
informações são apresentadas em reais por tonelada de cana processada. Ressalta-se novamente que as
escalas de moagem estão deslocadas em classes de 250 mil toneladas, com o intuito de manter o sigilo
das unidades industriais informantes.
Ainda, em função do aumento do número de unidades participantes neste levantamento, as
médias utilizadas nos modelos para os custos industriais referentes a mão-de-obra, insumos químicos,
energia elétrica, sacaria e manutenção estão atreladas, para cada região produtora, a um determinado
intervalo de mix de produção. Tal mecanismo, juntamente com outros tratamentos estatísticos, foi
aplicado com o objetivo de eliminar dados discrepantes.
A Tabela 70 e a Figura 51 logo abaixo apresentam os custos com mão-de-obra industrial. Para
a região Centro-Sul, verifica-se que os valores médios ficaram bem próximos aos da safra 2009/2010,
em torno de R$ 3,80/t, enquanto que para região Nordeste observou-se queda de quase 8%. Apesar do
declínio, os maiores custos aferidos nas unidades nordestinas (média de R$ 4,04/t) refletem a relativa
escassez desse tipo especializado de mão-de-obra na região, e reforça o fator trabalho como ponto
importante na composição de seus custos industriais.
Tabela 70. Mínimos, máximos e médias para os custos com mão-de-obra (R$/t) para usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
Região Mínimo Máximo Média Expansão 2,79 6,01 3,85 Tradicional 2,70 5,93 3,72 Nordeste 2,59 5,73 4,04
106
Figura 51. Distribuição de custos com mão de obra (R$/t) em função de faixas de moagem (milhões de
t) para usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
Os valores detalhados para insumos industriais são expostos na tabela seguinte (Tabela 71). De
forma geral, destacam-se os seguintes pontos acerca das variações de preços dos insumos: i) aumento
dos custos com combustíveis e lubrificantes; ii) queda dos custos com energia elétrica para a região
Centro-Sul Expansão; iii) queda de custos com insumos químicos na região Tradicional; e iv) aumento
dos custos com sacaria na região Nordeste.
Nas análises comparativas entre regiões, são dignos de menção os custos mais elevados
incorridos pelas unidades do Nordeste na aquisição de insumos químicos, combustíveis e embalagens.
Dentre tais itens, destaca-se a diferença de R$ 0,73/tc entre os custos médios com embalagens do
Centro-Sul Expansão e do Nordeste, em função do mix de produção. Isto porque, no Nordeste, esta
grande diferença está atrelada ao mix açucareiro, cuja produção demanda relativamente mais insumos,
em especial, os químicos. No confronto de custos entre as duas grandes regiões do Centro-Sul, por sua
vez, os distintos gastos relativos com insumos químicos são os mais relevantes. Em termos globais, o
menor custo médio com insumos industriais foi registrado para o Centro-Sul Tradicional, na ordem de
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00
Mão
-de-
obra
-R
$/t
Moagem (milhões de t)
Centro-Sul Expansão Centro-Sul Tradicional Nordeste
107
R$ 2,03 por tonelada de cana processada, ao passo que as regiões Centro-Sul Expansão e Nordeste
apresentaram custos médios superiores em 11,82% e 86,21%, respectivamente.
Tabela 71 Mínimos, máximos e médias de custos com insumos industriais (R$/t) para usinas das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
Insumos Expansão Tradicional Nordeste
Mín Máx Méd Mín Máx Méd Mín Máx Méd
Químicos 0,82 2,25 1,43 0,70 2,07 1,01 0,99 2,42 1,99
Eletrodos 0,08 0,12 0,10 0,07 0,19 0,14 0,06 0,28 0,11
Combustíveis 0,06 0,30 0,17 0,07 0,24 0,11 0,06 0,29 0,24
Lubrificantes 0,07 0,23 0,10 0,07 0,25 0,14 0,11 0,24 0,16
Energia elétrica 0,06 0,37 0,20 0,08 0,49 0,27 0,19 0,47 0,27
Embalagem 0,00 1,37 0,28 0,00 1,81 0,35 0,00 2,59 1,01
TOTAL - - 2,27 - - 2,03 - - 3,78
Além da discriminação dos principais insumos industriais, cuja evolução foi mais bem tratada
em capítulo anterior deste documento, outro ponto importante remete aos custos com manutenção
industrial. A Tabela 72 evidencia medidas desses custos para as três grandes regiões em questão, além
das respectivas participações das peças e serviços em suas composições. Como observado, os
dispêndios médios com manutenção industrial não foram muito discrepantes regionalmente, dada a
diferença inferior a 10% entre os custos médios das regiões do Centro-Sul. Além do mais, é importante
frisar a relativa concentração espacial das empresas que prestam manutenção às unidades do setor
sucroenergético brasileiro, que compreende um dos fatores explicativos das diferenças regionais acerca
das participações de peças e serviços na formação dos custos totais com manutenção. A propósito, a
contribuição dos serviços no total gasto com manutenção nas usinas do Nordeste (31,02%) foi bastante
inferior àquelas participações registradas no Centro-Sul, correspondentes a aproximadamente metade
de todo custo com manutenção industrial.
108
Com o intuito de complementar as participações dos itens de peças e serviços de manutenção
expostas anteriormente, a Figura 52 mostra os valores absolutos dos custos de ambas as categorias,
para todas as regiões produtoras analisadas.
Tabela 72. Mínimos, máximos e médias de custos com manutenção industrial (R$/t), e as respectivas
participações dos grupos de materiais e serviços na composição desses custos, para usinas
das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região Medida Expansão Tradicional Nordeste
Manutenção - R$/t
Mín 3,52 3,33 3,08
Máx 6,04 6,45 7,51
Méd 4,43 4,86 4,70
Material - %
Mín 37,97 26,02 44,94
Máx 60,54 68,92 85,75
Méd 45,29 50,39 68,98
Serviço - %
Mín 39,46 31,08 14,25
Máx 62,03 73,98 55,06
Méd 54,71 49,61 31,02
109
Figura 52. Custos de peças e serviços de manutenção industrial (R$/t) para usinas das regiões Centro-
Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
Além da manutenção industrial, as respostas das usinas acerca dos principais fatores de custos
administrativo-industriais também merecem atenção especial. Da mesma maneira que a apresentação
dos custos industriais, torna-se válido mencionar que todos os custos administrativos são referentes aos
valores nominais dos preços praticados na safra 2010/11, sendo apresentados para as três grandes
regiões produtoras do Brasil.
Em termos gerais, a Tabela 73 expõe os custos totais com administração industrial por tonelada
de cana processada, segundo a divisão regional proposta no estudo. O gasto médio do Nordeste foi
bastante superior àqueles das outras localidades, representando 40,58% do montante incorrido pelo
Centro-Sul Expansão e 64,41% do custo relativo do Centro-Sul Tradicional.
2,01 2,453,24
2,422,41
1,46
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
Expansão Tradicional Nordeste
R$/
t
Material Serviço
110
Tabela 73. Mínimos, máximos e médias de custos com administração industrial (R$/t) para usinas das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste. Região Mínimo Máximo Média
Expansão 0,32 1,31 0,69
Tradicional 0,22 1,54 0,59
Nordeste 0,35 1,67 0,97
Em relação aos modelos típicos de usinas das três regiões pesquisadas, os resultados dos custos
de produção são apresentados a seguir, lembrando que as premissas utilizadas já foram descritas ao
longo do relatório, estando expressas como valores médios. Da Tabela 74 à Tabela 76, são
apresentados os valores resultantes dos modelos de custos de processamento agroindustrial da cana-de-
açúcar das regiões de Expansão, Tradicional e Nordeste, respectivamente. Os mesmos são
apresentados em reais e em reais por tonelada decana, além da participação relativa de cada
departamento no custo final de processamento da cana-de-açúcar.
Os custos de produção dos produtos finais açúcar branco, açúcar VHP, etanol anidro e etanol
hidratado são apresentados da Tabela 77 à Tabela 79 e da Figura 53 à Figura 55, sendo que os gráficos
confrontam os custos de produção com os preços recebidos. Cabe ressaltar que apesar de outros tipos
de açúcar e etanol terem sido considerados no mix de produtos, seus respectivos custos de produção
não foram modelados. Tal fato se deve à ampla gama de produtos considerados como “outros”, sendo
a amostragem dificultada por peculiaridades de cada produto, bem como pela pouca relevância, em
termos quantitativos, dos mesmos frente à escala produtiva dos produtos “tradicionais”. Por fim, da
Figura 56 à Figura 58 são apresentados os fluxogramas industriais, cuja ilustração contrasta os
resultados técnicos e econômicos dos modelos.
Em termos metodológicos, além dos princípios utilizados em levantamentos passados, isto é,
do custo médio da região e custo médio de usina da região com escala de produção compatível com
escalas do modelo, o levantamento de fechamento da safra 2010/2011, dado o aumento da amostra,
contou com mais um principio, baseado no mix de produção, sendo elencadas unidades com mix
semelhante ao do respectivo modelo regional.
111
Outro ponto que vale ser ressaltado é a mensuração de custos de depreciação industrial e de
capital, que apesar de seguirem a proposta de Marques (2009) e terem os valores de investimentos
mantidos os mesmos, teve uma mudança conceitual em sua definição. Por definição teórica optou-se
por manter a consideração de investimentos médios de R$ 100,00 por tonelada de cana processada
para a produção de etanol e R$ 120,00 por tonelada de cana para produção de açúcar. Por premissa, foi
definido que esses valores de investimentos não incluem nenhum investimento em caldeiras ou
geradores de eletricidades, os quais serão considerados como investimentos para a produção de
eletricidade e que serão à parte do processo de produção de açúcar e etanol. O conceito de
simplificação assumido para o cálculo de custos de produção de açúcar e etanol é o de que a geração
de eletricidade trata-se de um processo independente que utiliza bagaço fornecido a custo zero e, por
outro lado, supre com vapor e eletricidade, também a custo zero, o processo produtivo de açúcar e
etanol.
112
Tabela 74. Custos de produção agroindustrial do processamento de cana-de-açúcar: região Centro-Sul
Expansão.
DESCRIÇÃO Total Anual (R$) R$/t Participação
Custo da cana 116.554.222,23 48,56 59,55%
COE 94.876.184,77 39,53
Cana de fornecedores 34.020.146,92 14,18
COE cana própria 60.856.037,85 25,36
Depreciações 15.883.552,26 6,62
Remuneração do capital e terra 5.794.485,19 2,41
Custo industrial 52.324.599,09 21,80 26,73%
Operação industrial 26.990.305,91 11,25
Mão-de-obra 9.249.190,70 3,85
Insumos 5.457.379,34 2,27
Químico 3.434.112,00 1,43
Eletrodos 242.297,98 0,10
Combustível 417.264,00 0,17
Lubrificante 232.041,90 0,10
Eletricidade 469.260,00 0,20
Embalagem 662.403,47 0,28
Manutenção 10.632.690,44 4,43
Material 4.816.036,00 2,01
Serviço 5.816.654,44 2,42
Administração industrial 1.651.045,43 0,69
Depreciação industrial 8.237.651,39 3,43
Custo de Capital industrial 15.445.596,36 6,44
Departamento administrativo 26.853.072,82 11,19 13,72%
Mão-de-obra 9.959.529,54 4,15 29,08
Insumos e serviços 7.702.793,89 3,21 22,49
Capital de giro 9.190.749,39 3,83 26,83
Custo Total 195.731.894,14 81,55 100,00%
113
Tabela 75. Custos de produção agroindustrial do processamento de cana-de-açúcar: região Centro-Sul
Tradicional.
DESCRIÇÃO Total Anual (R$) R$/t Participação
Custo da cana 130.768.307,59 54,49 63,93%
COE 108.788.197,07 45,33
Cana de fornecedores 54.276.789,58 22,62
COE cana própria 54.511.407,49 22,71
Depreciações 13.213.623,01 5,51
Remuneração do capital e terra 8.766.487,52 3,65
Custo industrial 52.561.160,85 21,90 25,70%
Operação industrial 26.880.911,34 11,20
Mão-de-obra 8.916.504,04 3,72
Insumos 4.868.186,44 2,03
Químico 2.434.354,29 1,01
Eletrodos 346.421,66 0,14
Combustível 271.128,00 0,11
Lubrificante 327.430,48 0,14
Eletricidade 655.988,57 0,27
Embalagem 832.863,44 0,35
Manutenção 11.679.591,78 4,87
Material 5.885.613,90 2,45
Serviço 5.793.977,88 2,41
Administração industrial 1.416.629,09 0,59
Depreciação industrial 8.439.520,15 3,52
Custo de Capital industrial 15.824.100,28 6,59
Departamento administrativo 21.204.390,24 8,84 10,37%
Mão-de-obra 6.889.770,08 2,87 20,13
Insumos e serviços 5.123.870,77 2,13 14,97
Capital de giro 9.190.749,39 3,83 26,86
Custo Total 204.533.858,69 85,22 100,00%
114
Tabela 76. Custos de produção agroindustrial do processamento de cana-de-açúcar: região Nordeste.
DESCRIÇÃO Total Anual (R$) R$/t Participação
Custo da cana 80.662.276,04 67,22 68,69%
COE 65.678.762,50 54,73
Cana de fornecedores 32.741.188,31 27,28
COE cana própria 32.937.574,19 27,45
Depreciações 9.547.060,87 7,96
Remuneração do capital e terra 5.436.452,67 4,53
Custo industrial 29.831.506,57 24,86 25,40%
Operação industrial 16.187.119,19 13,49
Mão-de-obra 4.844.759,45 4,04
Insumos 4.536.719,88 3,78
Químico 2.384.020,00 1,99
Eletrodos 133.924,48 0,11
Combustível 285.720,00 0,24
Lubrificante 188.586,10 0,16
Eletricidade 327.240,00 0,27
Embalagem 1.217.229,30 1,01
Manutenção 5.635.977,86 4,70
Material 3.887.868,13 3,24
Serviço 1.748.109,73 1,46
Administração industrial 1.169.661,99 0,97
Depreciação industrial 4.339.034,92 3,62
Custo de Capital industrial 8.135.690,47 6,78
Departamento administrativo 6.931.408,43 5,78 5,90%
Mão-de-obra 3.528.509,03 2,94 22,43
Insumos e serviços 2.545.472,20 2,12 16,18
Capital de giro 857.427,20 0,71 5,45
Custo Total 117.425.191,04 97,85 100,00%
115
Tabela 77. Custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região Centro-Sul Expansão.
DESCRIÇÃO Açúcar Branco R$/t
Açúcar VHP R$/t
Etanol Anidro R$/m³
Etanol Hidratado
R$/m³
Custo da cana 382,24 360,50 580,90 529,79
COE 315,82 294,35 472,02 428,35
Cana de fornecedores 129,37 108,65 166,37 143,56
COE cana própria 186,45 185,70 305,65 284,78
Depreciações 48,66 48,47 79,78 74,33
Remuneração do capital e terra 17,75 17,68 29,10 27,12
Custo industrial 174,96 161,19 243,13 226,53
Operação industrial 93,78 80,34 132,23 123,20
Mão-de-obra 28,34 28,22 46,45 43,28
Insumos 27,81 14,63 24,08 22,44
Químico 10,52 10,48 17,25 16,07
Eletrodos 0,74 0,74 1,22 1,13
Combustível 1,28 1,27 2,10 1,95
Lubrificante 0,71 0,71 1,17 1,09
Eletricidade 1,44 1,43 2,36 2,20
Embalagem 13,12 0,00 0,00 0,00
Manutenção 32,58 32,45 53,40 49,76
Material 14,76 14,70 24,19 22,54
Serviço 17,82 17,75 29,21 27,22
Administração industrial 5,06 5,04 8,29 7,73
Depreciação industrial 28,24 28,12 38,57 35,94
Custo de Capital industrial 52,94 52,73 72,32 67,39
Departamento administrativo 82,27 81,94 134,87 125,66
Mão-de-obra 30,51 30,39 50,02 46,61
Insumos e serviços 23,60 23,51 38,69 36,05
Capital de giro 28,16 28,05 46,16 43,01
Custo Total 639,47 603,64 958,90 881,98
116
Tabela 78. Custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região Centro-Sul Tradicional.
DESCRIÇÃO Açúcar Branco R$/t
Açúcar VHP R$/t
Etanol Anidro R$/m³
Etanol Hidratado
R$/m³
Custo da cana 433,34 401,87 635,97 585,16
COE 365,93 334,74 525,82 482,52
Cana de fornecedores 198,75 168,23 252,64 228,00
COE cana própria 167,18 166,51 273,18 254,53
Depreciações 40,52 40,36 66,22 61,70
Remuneração do capital e terra 26,89 26,78 43,93 40,93
Custo industrial 175,65 160,50 241,19 224,72
Operação industrial 94,39 79,56 130,54 121,62
Mão-de-obra 27,35 27,24 44,68 41,63
Insumos 26,88 12,33 20,22 18,84
Químico 7,47 7,44 12,20 11,37
Eletrodos 1,06 1,06 1,74 1,62
Combustível 0,83 0,83 1,36 1,27
Lubrificante 1,00 1,00 1,64 1,53
Eletricidade 2,01 2,00 3,29 3,06
Embalagem 14,51 0,00 0,00 0,00
Manutenção 35,82 35,68 58,53 54,53
Material 18,05 17,98 29,49 27,48
Serviço 17,77 17,70 29,04 27,05
Administração industrial 4,34 4,33 7,10 6,61
Depreciação industrial 28,26 28,15 38,49 35,86
Custo de Capital industrial 52,99 52,78 72,16 67,24
Departamento administrativo 65,03 64,77 106,26 99,01
Mão-de-obra 21,13 21,04 34,53 32,17
Insumos e serviços 15,71 15,65 25,68 23,92
Capital de giro 28,19 28,07 46,06 42,91
Custo Total 674,02 627,14 983,42 908,88
117
Tabela 79. Custos de produção agroindustrial de açúcar e etanol: região Nordeste.
DESCRIÇÃO Açúcar Branco R$/t
Açúcar VHP R$/t
Etanol Anidro R$/m³
Etanol Hidratado
R$/m³
Custo da cana 569,62 534,99 823,23 774,25
COE 469,67 435,44 658,11 620,40
Cana de fornecedores 249,95 216,60 295,13 282,21
COE cana própria 219,72 218,84 362,98 338,20
Depreciações 63,69 63,43 105,21 98,03
Remuneração do capital e terra 36,27 36,12 59,91 55,82
Custo industrial 212,73 187,48 286,63 267,06
Operação industrial 124,36 99,46 164,97 153,71
Mão-de-obra 32,32 32,19 53,39 49,74
Insumos 46,64 22,05 36,58 34,08
Químico 15,90 15,84 26,27 24,48
Eletrodos 0,89 0,89 1,48 1,38
Combustível 1,91 1,90 3,15 2,93
Lubrificante 1,26 1,25 2,08 1,94
Eletricidade 2,18 2,17 3,61 3,36
Embalagem 24,50 0,00 0,00 0,00
Manutenção 37,60 37,45 62,11 57,87
Material 25,94 25,83 42,84 39,92
Serviço 11,66 11,61 19,26 17,95
Administração industrial 7,80 7,77 12,89 12,01
Depreciação industrial 30,74 30,62 42,32 39,43
Custo de Capital industrial 57,64 57,40 79,35 73,93
Departamento administrativo 46,24 46,05 76,39 71,17
Mão-de-obra 23,54 23,44 38,88 36,23
Insumos e serviços 16,98 16,91 28,05 26,14
Capital de giro 5,72 5,70 9,45 8,80
Custo Total 828,59 768,53 1.186,25 1.112,49
118
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
Branco VHP
R$/
t
COE COT CT Preço médio
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
Anidro Hidratado
R$/
m³
COE COT CT Preço médio
Tabela 80. Resumo dos custos de produção agroindustriais de açúcar e etanol: região Centro-Sul
Expansão.
DESCRIÇÃO Açúcar Branco R$/t
Açúcar VHP R$/t
Etanol Anidro R$/m³
Etanol Hidratado
R$/m³
COE cana-de-açúcar 315,82 294,35 472,02 428,35 COT cana-de-açúcar 364,48 342,82 551,80 502,67 CT cana-de-açúcar 382,24 360,50 580,90 529,79 COE industrial 93,78 80,34 132,23 123,20 COE administrativo 82,27 81,94 134,87 125,66 COE agroindustrial 491,87 456,63 739,13 677,21 COT agroindustrial 568,78 533,22 857,47 787,48 CT agroindustrial 639,47 603,64 958,90 881,98 Preço médio 903,74 758,98 1113,60 960,92 Margem sobre CT 41,33% 25,73% 16,13% 8,95%
a) b)
Figura 53. COE, COT, CT e Preço médio para a região Centro-Sul Expansão: a) Açúcar Branco e
Açúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado.
( (
119
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
Anidro Hidratado
R$/
m³
COE COT CT Preço médio
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
Branco VHP
R$/
t
COE COT CT Preço médio
Tabela 81. Resumo dos custos de produção agroindustriais de açúcar e etanol: região Centro-Sul
Tradicional.
DESCRIÇÃO Açúcar Branco R$/t
Açúcar VHP R$/t
Etanol Anidro R$/m³
Etanol Hidratado
R$/m³
COE cana-de-açúcar 365,93 334,74 525,82 482,52 COT cana-de-açúcar 406,45 375,10 592,04 544,22 CT cana-de-açúcar 433,34 401,87 635,97 585,16 COE industrial 94,39 79,56 130,54 121,62 COE administrativo 65,03 64,77 106,26 99,01 COE agroindustrial 525,35 479,07 762,62 703,16 COT agroindustrial 594,14 547,58 867,32 800,71 CT agroindustrial 674,02 627,14 983,42 908,88 Preço médio 942,06 797,38 1147,36 1035,44 Margem sobre CT 39,77% 27,15% 16,67% 13,92%
(a) (b)
Figura 54. COE, COT, CT e Preço médio para a região Centro-Sul Tradicional: a) Açúcar Branco e
Açúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado.
Figura 54. COE, COT, CT e Preço médio para a região Centro-Sul Tradicional: a) Açúcar Branco e
Acúcar VHP; b) Etanol Anidro e Etanol Hidratado.
(a) (b)
119
Mod
elo
indu
stri
al d
e us
ina
regi
ão T
radi
cion
al
600
Vazã
o de
cap
taçã
o de
águ
a (m
³/h)
Esta
ção
de tr
atam
ento
de
água
cont
ínuo 8
4.50
0nã
oN
úmer
o de
linh
as d
e de
stila
ção
3Ca
paci
dade
tota
l de
dest
ilaçã
o60
0Fo
rma
de a
quec
imen
to d
a co
luna
dire
toCa
p. (m
³/di
a)U
so (m
³/di
a)D
esid
rata
ção
Linh
a 1
300
280
cicl
o-he
xano
Linh
a 2
200
180
cicl
o-he
xano
100
60ne
nhum
Linh
a 3
Núm
ero
de d
orna
s de
ferm
enta
ção
Prod
ução
de
etan
ol
Poss
ui fá
bric
a de
ferm
ento
na
usin
a?ca
paci
dade
de
ferm
enta
ção
(m³/
h)
Sist
ema
de fe
rmen
taçã
o
222
0 -Ca
p. (t
/h)
Prod
. (t/
h)Pr
essã
o (b
ar)
150
130
2110
090
21N
úmer
o de
ger
ador
es2
Capa
cida
de to
tal d
e ge
raçã
o (M
W)
6Po
tênc
iaTu
rbin
aco
ns. (
tv/h
)
Ger
ador
14
42G
erad
or 2
225
Núm
ero
de c
alde
iras
Cons
umo
de v
apor
vál
vula
redu
tora
Prod
ução
de
vapo
r (tv
/h)
Cald
eira
2Ca
ldei
ra 1
Vap
or e
ene
rgia
cont
rapr
essã
oco
ntra
pres
são
550
.000
Qua
ntid
ade
Tanq
ue 1
2Ta
nque
22
Tanq
ue 3
1
5.00
010
.000
20.0
00
Tanq
ues
Núm
ero
de ta
nque
sCa
paci
dade
tota
l de
arm
azen
agem
(m³)
Capa
cida
de (m
³)
2.40
0.00
0M
oage
m d
a ca
na (t
)
Moa
gem
bate
- e
- vol
ta 2tu
rbin
a a
vapo
r 2 2m
oend
aN
úmer
o de
linh
as d
e ex
traç
ão1
Capa
cida
de to
tal d
e ex
traç
ão (T
CD)
12.0
00Ca
p. (T
CD)
Nº
Tern
osAc
iona
men
to
Linh
a 1
12.0
006
turb
ina
a va
por
Rece
pção
, Pre
paro
e E
xtra
ção
Sist
ema
de e
ntre
ga d
a ca
naN
úmer
o de
mes
as d
e re
cepç
ãoSi
stem
a de
aci
onam
ento
Núm
ero
de tr
ator
es (R
ecep
ção)
Sist
ema
de e
xtra
ção
Núm
ero
de p
ás c
arre
gade
iras
2D
ecan
taçã
o au
tom
atiz
ada?
sim
Evap
oraç
ão a
utom
atiz
ada?
sim
Nº
de e
feit
os d
e ev
apor
ação
(açú
car)
5Tr
at. S
epar
ado
de a
çúca
r e E
tano
l si
m
Trat
amen
to d
o ca
ldo
Núm
ero
de li
nhas
de
trat
amen
to
bate
lada 2
É au
tom
atiz
ada?
não
Poss
ui re
finar
ia?
não
Prod
ução
de
açúc
ar
Núm
ero
de m
assa
s do
coz
imen
toTi
po d
e co
zim
ento
340
.000
Qua
ntid
ade
Arm
azém
11
Arm
azém
22
15.0
007.
500
Arm
azén
s
Capa
cida
deCa
paci
dade
tota
l de
arm
azen
agem
(t)
Núm
ero
de a
rmaz
éns
Açúc
ar b
ranc
oAç
úcar
VH
PAç
úcar
out
ros
Etan
ol a
nidr
oEt
anol
hid
rata
doEt
anol
out
ros
Cana
R$/t
onR$
/ton
R$/t
onR$
/m³
R$/m
³R$
/m³
R$/t
on
COE
agro
indu
stri
al52
5,35
479,
0751
0,85
762,
6270
3,16
727,
8065
,36
COT
agro
indu
stri
al59
4,14
547,
5857
9,63
867,
3280
0,71
825,
3674
,39
CT a
groi
ndus
tria
l67
4,02
627,
1465
9,51
983,
4290
8,88
933,
5384
,63
Preç
o m
édio
942,
0679
7,38
942,
0611
47,3
610
35,4
411
47,3
610
5,13
Mar
gem
39,8
%27
,1%
42,8
%16
,7%
13,9
%22
,9%
24,2
%
Cust
osCu
stos
de
prod
ução
agr
oind
ustr
ial d
e aç
úcar
e e
tano
l
49,4
5%50
,55%
Tota
lR$
/ton
14,1
3%I -
Cus
to ca
na13
0.76
8.30
7,59
54,4
913
,20%
Baga
ço to
tal
660.
327
t C
OE10
8.78
8.19
7,07
45,3
385
,11%
Tort
a de
filtr
o77
.131
tDe
prec
iaçõ
es13
.213
.623
,01
5,51
154,
68Vi
nhaç
a1.
166.
609
m
³Re
mun
eraç
ão ca
pita
l e te
rra
8.76
6.48
7,52
3,65
Leve
dura
s1.
260
t
Mel
fina
l-
tII
- Cus
to in
dust
rial
51.1
44.5
31,7
721
,31
38,7
4%Ól
eo fú
sel
215
m³
Ope
raçã
o in
dust
rial
26.8
80.9
11,3
411
,20
0,50
%
Mão
de
obra
8.91
6.50
4,04
3,72
4,54
%
Insu
mos
4.86
8.18
6,44
2,03
0,42
%Aç
úcar
bra
nco
942,
06R$
/t
Man
uten
ção
11.6
79.5
91,7
84,
872,
37%
Açúc
ar V
HP79
7,38
R$/t
A
dmin
istr
ação
indu
stria
l1.
416.
629,
090,
5990
,13%
Outr
os94
2R$
/t
Dep
reci
ação
8.43
9.52
0,15
3,52
99,5
1% C
usto
do
capi
tal i
ndus
tria
l15
.824
.100
,28
6,59
59,4
5%Hi
drat
ado
1.03
5,44
R$/m
³An
idro
1.14
7,36
R$/m
³III
- Dep
. adm
inis
trat
ivo
21.2
04.3
90,2
48,
84Ou
tros
1.14
7R$
/m³
4.84
21.
107
Com
pra
222,
00R$
/MW
hCu
sto
tota
l20
3.11
7.22
9,61
84,6
381
,39%
Vend
a15
0,00
R$/M
Wh
Qual
idad
e da
mat
éria
-prim
a
Hora
s fáb
rica
para
da
Rend
imen
to in
dust
rial
Lava
gem
da
cana
Perd
as d
e la
vage
m
Cust
os d
e pr
oduç
ão a
groi
ndus
tria
l do
proc
essa
men
to
da ca
na d
e aç
úcar
Pol %
Can
a (P
C)
Rend
imen
tos d
estil
ação
Rend
imen
tos f
erm
enta
ção
Etan
ol
Pure
za d
a ca
na
Efic
iênc
ia
Pure
za m
el re
sidu
al
Prod
utiv
idad
eHo
ras d
e m
oage
m
Fibr
a da
cana
Perd
as in
dete
rmin
adas
Perd
as n
a to
rta
de fi
ltro
Perd
as n
o ba
gaço
ART d
a ca
na (K
g/t)
Mix
de p
rodu
ção
Açúc
arEt
anol Pr
oduç
ão d
e su
b-pr
odut
os
Elet
ricid
ade
Prod
utos
Açúc
ar
120
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
Anidro Hidratado
R$/
m³
COE COT CT Preço médio
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
Branco VHP
R$/
t
COE COT CT Preço médio
Tabela 82. Resumo dos custos de produção agroindustriais de açúcar e etanol: região Nordeste.
DESCRIÇÃO Açúcar Branco R$/t
Açúcar VHP R$/t
Etanol Anidro R$/m³
Etanol Hidratado
R$/m³
COE cana-de-açúcar 469,67 435,44 658,11 620,40 COT cana-de-açúcar 533,35 498,87 763,32 718,43 CT cana-de-açúcar 569,62 534,99 823,23 774,25 COE industrial 124,36 99,46 164,97 153,71 COE administrativo 46,24 46,05 76,39 71,17 COE agroindustrial 640,26 580,96 899,47 845,28 COT agroindustrial 734,69 675,00 1046,99 982,74 CT agroindustrial 828,59 768,53 1186,25 1112,49 Preço médio 1063,55 921,68 1203,25 1150,56 Margem sobre CT 28,36% 19,93% 1,43% 3,42%
(a) (b)
Figura 55. COE, COT, CT e Preço médio para a região Nordeste: a) Açúcar Branco e Açúcar VHP; b)
Etanol Anidro e Etanol Hidratado.
Modelo industrial de usina região Tradicional
600Vazão de captação de água (m³/h)Estação de tratamento de água
contínuo8
4.500não
Número de linhas de destilação 3Capacidade total de destilação 600Forma de aquecimento da coluna direto
Cap. (m³/dia) Uso (m³/dia) DesidrataçãoLinha 1 300 280 ciclo-hexanoLinha 2 200 180 ciclo-hexano
100 60 nenhumLinha 3
Número de dornas de fermentação
Produção de etanol
Possui fábrica de fermento na usina?capacidade de fermentação (m³/h)
Sistema de fermentação
2220
-Cap. (t/h) Prod. (t/h) Pressão (bar)
150 130 21100 90 21
Número de geradores 2Capacidade total de geração (MW) 6
Potência Turbina cons. (tv/h)
Gerador 1 4 42Gerador 2 2 25
Número de caldeiras
Consumo de vapor válvula redutoraProdução de vapor (tv/h)
Caldeira 2Caldeira 1
Vapor e energia
contrapressãocontrapressão
550.000
QuantidadeTanque 1 2Tanque 2 2Tanque 3 1
5.00010.00020.000
TanquesNúmero de tanquesCapacidade total de armazenagem (m³)
Capacidade (m³)
2.400.000Moagem da cana (t)
Moagem
bate - e - volta2
turbina a vapor22
moendaNúmero de linhas de extração 1Capacidade total de extração (TCD) 12.000
Cap. (TCD) Nº Ternos Acionamento
Linha 1 12.000 6 turbina a vapor
Recepção, Preparo e ExtraçãoSistema de entrega da canaNúmero de mesas de recepçãoSistema de acionamentoNúmero de tratores (Recepção)
Sistema de extraçãoNúmero de pás carregadeiras
2Decantação automatizada? simEvaporação automatizada? simNº de efeitos de evaporação (açúcar) 5Trat. Separado de açúcar e Etanol sim
Tratamento do caldoNúmero de linhas de tratamento
batelada2
É automatizada? nãoPossui refinaria? não
Produção de açúcar
Número de massas do cozimentoTipo de cozimento
340.000
QuantidadeArmazém 1 1Armazém 2 2
15.0007.500
Armazéns
CapacidadeCapacidade total de armazenagem (t)Número de armazéns
Açúcar branco Açúcar VHP Açúcar outros Etanol anidro Etanol hidratado Etanol outros CanaR$/ton R$/ton R$/ton R$/m³ R$/m³ R$/m³ R$/ton
COE agroindustrial 525,35 479,07 510,85 762,62 703,16 727,80 65,36COT agroindustrial 594,14 547,58 579,63 867,32 800,71 825,36 74,39CT agroindustrial 674,02 627,14 659,51 983,42 908,88 933,53 84,63Preço médio 942,06 797,38 942,06 1147,36 1035,44 1147,36 105,13Margem 39,8% 27,1% 42,8% 16,7% 13,9% 22,9% 24,2%
CustosCustos de produção agroindustrial de açúcar e etanol
49,45%50,55%
Total R$/ton 14,13%I - Custo cana 130.768.307,59 54,49 13,20% Bagaço total 660.327 t COE 108.788.197,07 45,33 85,11% Torta de filtro 77.131 tDepreciações 13.213.623,01 5,51 154,68 Vinhaça 1.166.609 m³Remuneração capital e terra 8.766.487,52 3,65 Leveduras 1.260 t
Mel final - tII - Custo industrial 51.144.531,77 21,31 38,74% Óleo fúsel 215 m³ Operação industrial 26.880.911,34 11,20 0,50% Mão de obra 8.916.504,04 3,72 4,54% Insumos 4.868.186,44 2,03 0,42% Açúcar branco 942,06 R$/t Manutenção 11.679.591,78 4,87 2,37% Açúcar VHP 797,38 R$/t Administração industrial 1.416.629,09 0,59 90,13% Outros 942 R$/t
Depreciação 8.439.520,15 3,52 99,51% Custo do capital industrial 15.824.100,28 6,59 59,45% Hidratado 1.035,44 R$/m³
Anidro 1.147,36 R$/m³III - Dep. administrativo 21.204.390,24 8,84 Outros 1.147 R$/m³
4.8421.107 Compra 222,00 R$/MWh
Custo total 203.117.229,61 84,63 81,39% Venda 150,00 R$/MWh
Qualidade da matéria-prima
Horas fábrica parada
Rendimento industrial
Lavagem da canaPerdas de lavagem
Custos de produção agroindustrial do processamento da cana de açúcar
Pol % Cana (PC)
Rendimentos destilação
Rendimentos fermentação
Etanol
Pureza da cana
Eficiência
Pureza mel residual
ProdutividadeHoras de moagem
Fibra da cana
Perdas indeterminadasPerdas na torta de filtroPerdas no bagaço
ART da cana (Kg/t)
Mix de produçãoAçúcarEtanol
Produção de sub-produtos
Eletricidade
ProdutosAçúcar
Figura 56. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo industrial, para as usinas da região Expansão, na safra 2010/11.
121
600Vazão de captação de água (m³/h)Estação de tratamento de água
2.400.000Moagem da cana (t)
Moagem
2Decantação automatizada? simEvaporação automatizada? simNº de efeitos de evaporação (açúcar) 5Trat. Separado de açúcar e Etanol sim
Tratamento do caldoNúmero de linhas de tratamento
batelada8-
nãoNúmero de linhas de destilação 2Capacidade total de destilação 600Forma de aquecimento da coluna direto
Cap. (m³/dia) Uso (m³/dia) DesidrataçãoLinha 1 400 380 ciclo-hexanoLinha 2 200 160 ciclo-hexano
- - -Linha 3
Número de dornas de fermentação
Produção de etanol
Possui fábrica de fermento na usina?capacidade de fermentação (m³/h)
Sistema de fermentação
2240
-Cap. (t/h) Prod. (t/h) Pressão (bar)
200 160 42100 80 42
Número de geradores 2Capacidade total de geração (MW) 40
Potência Turbina cons. (tv/h)
Gerador 1 20 120Gerador 2 20 120
Número de caldeiras
Consumo de vapor válvula redutoraProdução de vapor (tv/h)
Caldeira 2Caldeira 1
Vapor e energia
contrapressãocontrapressão
550.000
QuantidadeTanque 1 1Tanque 2 2Tanque 3 2
20.00020.000
5.000
TanquesNúmero de tanquesCapacidade total de armazenagem (m³)
Capacidade (m³)
fila2
turbina a vapor42
moendaNúmero de linhas de extração 1Capacidade total de extração (TCD) 12.000
Cap. (TCD) Nº Ternos Acionamento
Linha 1 12.000 6 turbina a vapor
Recepção, Preparo e ExtraçãoSistema de entrega da canaNúmero de mesas de recepçãoSistema de acionamentoNúmero de tratores (Recepção)
Sistema de extraçãoNúmero de pás carregadeiras
batelada2
É automatizada? simPossui refinaria? não
Produção de açúcar
Número de massas do cozimentoTipo de cozimento
150.000
QuantidadeArmazém 1 1Armazém 2 -
50.000-
Armazéns
CapacidadeCapacidade total de armazenagem (t)Número de armazéns
Modelo industrial de usina região Expansão
Açúcar branco Açúcar VHP Açúcar outros Etanol anidro Etanol hidratado Etanol outros CanaR$/ton R$/ton R$/ton R$/m³ R$/m³ R$/m³ R$/ton
COE agroindustrial 491,87 456,63 478,76 739,13 677,21 700,02 61,97COT agroindustrial 568,78 533,22 555,66 857,47 787,48 810,29 72,02CT agroindustrial 639,47 603,64 626,35 958,90 881,98 904,79 80,87Preço médio 903,74 758,98 903,74 1113,60 960,92 1113,60 96,59Margem 41,3% 25,7% 44,3% 16,1% 9,0% 23,1% 19,4%
CustosCustos de produção agroindustrial de açúcar e etanol
49,45%50,55%
Total R$/ton 14,13%I - Custo cana 130.768.307,59 54,49 13,20% Bagaço total 660.327 t COE 108.788.197,07 45,33 85,11% Torta de filtro 77.131 tDepreciações 13.213.623,01 5,51 154,68 Vinhaça 1.229.290 m³Remuneração capital e terra 8.766.487,52 3,65 Leveduras 1.279 t
Mel final 67.985 tII - Custo industrial 51.144.531,77 21,31 38,74% Óleo fúsel 262 m³ Operação industrial 26.880.911,34 11,20 0,50% Mão de obra 8.916.504,04 3,72 4,54% Insumos 4.868.186,44 2,03 0,42% Açúcar branco 942,06 R$/t Manutenção 11.679.591,78 4,87 2,37% Açúcar VHP 797,38 R$/t Administração industrial 1.416.629,09 0,59 90,13% Outros 942 R$/t
Depreciação 8.439.520,15 3,52 99,51% Custo do capital industrial 15.824.100,28 6,59 59,45% Hidratado 1.035,44 R$/m³
Anidro 1.147,36 R$/m³III - Dep. administrativo 21.204.390,24 8,84 Outros 1.147 R$/m³
4.8421.107 Compra 222,00 R$/MWh
Custo total 203.117.229,61 84,63 81,39% Venda 150,00 R$/MWh
Mix de produçãoAçúcarEtanol
Produção de sub-produtos
Eletricidade
ProdutosAçúcar
Eficiência
Pureza mel residual
ProdutividadeHoras de moagem
Fibra da cana
Perdas indeterminadasPerdas na torta de filtroPerdas no bagaço
ART da cana (Kg/t)
Etanol
Pureza da cana
Custos de produção agroindustrial do processamento da cana de açúcar
Pol % Cana (PC)
Rendimentos destilação
Rendimentos fermentação
Rendimento industrial
Lavagem da canaPerdas de lavagem
Qualidade da matéria-prima
Horas fábrica parada
Figura 57. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo industrial, para as usinas da região Tradicional, na safra 2010/11.
122
Modelo industrial de usina região Nordeste
1500Vazão de captação de água (m³/h)Estação de tratamento de água
batelada10
2.000não
Número de linhas de destilação 3Capacidade total de destilação 250Forma de aquecimento da coluna direto
Cap. (m³/dia) Uso (m³/dia) DesidrataçãoLinha 1 120 100 ciclo-hexanoLinha 2 100 70 ciclo-hexano
30 - nenhumLinha 3
Número de dornas de fermentação
Produção de etanol
Possui fábrica de fermento na usina?capacidade de fermentação (m³/h)
Sistema de fermentação
4240
-Cap. (t/h) Prod. (t/h) Pressão (bar)
80 70 4260 50 21
Número de geradores 3Capacidade total de geração (MW) 18
Potência Turbina cons. (tv/h)
Gerador 1 10 100Gerador 2 5 50
Número de caldeiras
Consumo de vapor válvula redutoraProdução de vapor (tv/h)
Caldeira 2Caldeira 1
Vapor e energia
contrapressãocontrapressão
617.000
QuantidadeTanque 1 5Tanque 2 1Tanque 3 -
3.0002.000
-
TanquesNúmero de tanquesCapacidade total de armazenagem (m³)
Capacidade (m³)
1.200.000Moagem da cana (t)
Moagem
pátio2
turbina a vapor12
moendaNúmero de linhas de extração 1Capacidade total de extração (TCD) 9.500
Cap. (TCD) Nº Ternos Acionamento
Linha 1 9.500 5 turbina a vapor
Recepção, Preparo e ExtraçãoSistema de entrega da canaNúmero de mesas de recepçãoSistema de acionamentoNúmero de tratores (Recepção)
Sistema de extraçãoNúmero de pás carregadeiras
1Decantação automatizada? nãoEvaporação automatizada? nãoNº de efeitos de evaporação (açúcar) 5Trat. Separado de açúcar e Etanol não
Tratamento do caldoNúmero de linhas de tratamento
batelada3
É automatizada? nãoPossui refinaria? não
Produção de açúcar
Número de massas do cozimentoTipo de cozimento
220.000
QuantidadeArmazém 1 2Armazém 2 -
20.000-
Armazéns
CapacidadeCapacidade total de armazenagem (t)Número de armazéns
Açúcar branco Açúcar VHP Açúcar outros Etanol anidro Etanol hidratado Etanol outros CanaR$/ton R$/ton R$/ton R$/m³ R$/m³ R$/m³ R$/ton
COE agroindustrial 640,26 580,96 615,76 899,47 845,28 0,00 74,00COT agroindustrial 734,69 675,00 710,19 1046,99 982,74 0,00 85,57CT agroindustrial 828,59 768,53 804,09 1186,25 1112,49 0,00 96,88Preço médio 1063,55 921,68 1063,55 1203,25 1150,56 1203,25 114,69Margem 28,4% 19,9% 32,3% 1,4% 3,4% - 18,4%
CustosCustos de produção agroindustrial de açúcar e etanol
49,45%50,55%
Total R$/ton 14,13%I - Custo cana 130.768.307,59 54,49 13,20% Bagaço total 660.327 t COE 108.788.197,07 45,33 85,11% Torta de filtro 77.131 tDepreciações 13.213.623,01 5,51 154,68 Vinhaça 352.562 m³Remuneração capital e terra 8.766.487,52 3,65 Leveduras - t
Mel final 126.669 tII - Custo industrial 51.144.531,77 21,31 38,74% Óleo fúsel - m³ Operação industrial 26.880.911,34 11,20 0,50% Mão de obra 8.916.504,04 3,72 4,54% Insumos 4.868.186,44 2,03 0,42% Açúcar branco 942,06 R$/t Manutenção 11.679.591,78 4,87 2,37% Açúcar VHP 797,38 R$/t Administração industrial 1.416.629,09 0,59 90,13% Outros 942 R$/t
Depreciação 8.439.520,15 3,52 99,51% Custo do capital industrial 15.824.100,28 6,59 59,45% Hidratado 1.035,44 R$/m³
Anidro 1.147,36 R$/m³III - Dep. administrativo 21.204.390,24 8,84 Outros 1.147 R$/m³
4.8421.107 Compra 222,00 R$/MWh
Custo total 203.117.229,61 84,63 81,39% Venda 150,00 R$/MWh
Mix de produçãoAçúcarEtanol
Produção de sub-produtos
Eletricidade
ProdutosAçúcar
Eficiência
Pureza mel residual
ProdutividadeHoras de moagem
Fibra da cana
Perdas indeterminadasPerdas na torta de filtroPerdas no bagaço
ART da cana (Kg/t)
Etanol
Pureza da cana
Custos de produção agroindustrial do processamento da cana de açúcar
Pol % Cana (PC)
Rendimentos destilação
Rendimentos fermentação
Rendimento industrial
Lavagem da canaPerdas de lavagem
Qualidade da matéria-prima
Horas fábrica parada
Figura 58. Fluxograma de custos de produção por estágio e item de custo industrial, para as usinas da região Nordeste, na safra 2010/11.
123
124
3.4.2.3 Administrativo
Apesar do levantamento de custos do departamento administrativo ainda ser objeto de maior
desenvolvimento metodológico para essa pesquisa, evoluções quanto à sistematização de estruturas
administrativas vêm sendo notadas. Anteriormente composto apenas pelos itens mão-de-obra, capital
de giro e despesas diversas, o levantamento da safra 2010/2011 traz como novas estruturas os fatores,
serviços e utilidades, serviços técnicos e profissionais e, por fim, materiais de consumo. Todos esses
itens são apresentados, em R$/t, da Tabela 83 à Tabela 88, nas medidas mínimo, máximo e média.
Para próximos levantamentos espera-se incluir outros itens deste departamento, como custos de
transporte de produtos acabados, comissões de comercialização, despesas finais com taxas e também
tributos, que hoje são desconsiderados no relatório.
Tabela 83. Mínimos, máximos e médias para custos com mão-de-obra (R$/t) de usinas das regiões
Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
Região Mínimo Máximo Média Expansão 1,78 4,70 4,15 Tradicional 1,73 4,34 2,87 Nordeste 2,11 3,71 2,94
Tabela 84. Mínimos, máximos e médias para custos com financiamento para capital de giro (R$/t) de
usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
Região Mínimo Máximo Média Expansão 0,00 5,71 0,52 Tradicional 0,00 26,88 3,83 Nordeste 0,00 2,32 0,71
125
Tabela 85. Mínimos, máximos e médias para custos com serviços e utilidades (R$/t) de usinas das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
Região Mínimo Máximo Média Expansão 0,16 0,91 0,67 Tradicional 0,11 0,37 0,16 Nordeste 0,11 0,33 0,18
Tabela 86. Mínimos, máximos e médias para custos com serviços técnicos e profissionais (R$/t) de
usinas das regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
Região Mínimo Máximo Média Expansão 0,04 6,48 0,99 Tradicional 0,00 3,46 0,92 Nordeste 0,00 3,00 0,97
Tabela 87. Mínimos, máximos e médias para custos com materiais de consumo (R$/t) de usinas das
regiões Centro-Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
Região Mínimo Máximo Média Expansão 0,04 0,62 0,25 Tradicional 0,04 1,02 0,16 Nordeste 0,02 1,67 0,18
Tabela 88. Mínimos, máximos e médias para custos com diversos (R$/t) de usinas das regiões Centro-
Sul Tradicional, Centro-Sul Expansão e Nordeste.
Região Mínimo Máximo Média Expansão 0,13 3,34 1,30 Tradicional 0,02 2,48 0,89 Nordeste 0,08 2,60 0,79
126
4. EVOLUÇÃO DOS RESULTADOS DOS LEVANTAMENTOS DE CUSTO
4.1. Fornecedores
Nesta subseção são apresentadas as evoluções temporais dos custos de produção da cana-de-
açúcar, bem como das margens aferidas nas quatro safras até então analisadas.
A Figura 59 mostra, para fornecedores da região Tradicional, o histórico de custos (COE, COT
e CT) e preços da cana para as safras 2007/08 à 2010/11. Nela percebe-se que o custo total, em termos
nominais, vem aumentando ao longo dos anos, mas de forma menos acentuada do que os preços
recebidos pela tonelada de cana. Ainda, nas safras 2007/08 e 2008/09, o preço foi suficiente apenas
para cobrir parte do COT, enquanto que, nas últimas duas safras, as receitas remuneraram todos os
custos desembolsáveis, depreciações, remuneração do produtor e ainda parte da remuneração do
capital (terra e ativos físicos) do fornecedor.
Para a região de Expansão, a realidade mostra-se mais atrativa em comparação com a região
Tradicional. Embora o comportamento de custos e preços tenha sido semelhante em ambas as regiões,
fatores como maiores níveis de produtividade, reduções nos preços pagos pelos insumos agrícolas e
uma forte elevação no percentual de colheita mecanizada fizeram com que fosse observada uma queda
dos custos totais de produção na safra 2010/11, em comparação à safra 2009/10 (Figura 60).
127
Figura 59. Evolução dos custos nominais de produção de cana-de-açúcar: fornecedores da região
Tradicional.
Figura 60. Evolução dos custos nominais de produção de cana-de-açúcar: fornecedores da região de
Expansão.
-
10
20
30
40
50
60
70
2007/08 2008/09 2009/10 2010/11
Tradicional
R$/
tc
COE COT CT Preço cana
-
10
20
30
40
50
60
70
2007/08 2008/09 2009/10 2010/11
Expansão
R$/
tc
COE COT CT Preço cana
128
Na região Nordeste (Figura 61), assim como na região de Expansão, observou-se queda dos
custos totais de produção na safra 2010/11 em comparação à safra 2009/10. O fator preponderante para
esta redução de custos foi a elevação da produtividade média aferida para canaviais da região (57,50
tc/ha frente a 51,00 tc/ha na safra anterior).
Por fim, as margens sobre o custo total para as quatro safras até então analisadas são
apresentadas na Figura 62. Ao contrário do ocorrido nas três primeiras safras (2007/08 à 2009/10), a
safra 2010/11 apresentou retornos positivos para as regiões de Expansão e Nordeste, com margens de
10% e 14%, respectivamente. Apenas na região Tradicional, com margem de -7%, foi aferido prejuízo
econômico na atividade. Ressalta-se ainda que tais valores não significam que o produtor de cana desta
região perdeu dinheiro, mas sim, que ele deixou de ser melhor remunerado em atividades alternativas
(arrendar as terras próprias e aplicar seu montante imobilizado em ativos a uma taxa de juros real de
6% a.a, a exemplo.).
Em média, nos últimos quatro anos, as rentabilidades estimadas das regiões em análise foram
de -20% (Tradicional), -8% (Expansão) e -15% (Nordeste), cenário que tende a melhorar com os atuais
preços praticados nos mercados de açúcar e etanol. Ou seja, espera-se que, após o fechamento da safra
2011/12, tais patamares de rentabilidade aproximem-se do equilíbrio econômico de longo prazo, que é
de 0%.
129
Figura 61. Evolução dos custos nominais de produção de cana-de-açúcar: fornecedores da região
Nordeste.
Figura 62. Evolução das margens sobre o custo total de produção da cana: fornecedores das regiões
Tradicional, Expansão e Nordeste.
-10 20 30 40 50 60 70 80
2007/08 2008/09 2009/10 2010/11
Nordeste
R$/
tc
COE COT CT Preço cana
-27%
-19%
-37%
-25%
-15%
-27%-20%
-8% -8%-7%
10%14%
-20%
-8%-15%
-50%
-40%
-30%
-20%
-10%
0%
10%
20%
Tradicional Expansão Nordeste
2007/08 2008/09 2009/10 2010/11 Média
130
Por outro lado, podem ser realizadas análises das séries de custos e preços em termos reais.
Para tanto, as séries foram deflacionadas pelo IGP-M (Figura 63).
Nota-se que até a safra 2009/10 havia uma tendência de alta nos custos reais de produção da
cana-de-açúcar, em especial no Centro-Sul do país. Tal tendência foi quebrada na safra 2010/11,
conforme motivos já citados anteriormente.
Figura 63. Evolução dos custos reais de produção da cana-de-açúcar: fornecedores das regiões
Tradicional, Expansão e Nordeste.
Quando cruzadas as médias históricas de custos reais com os preços reais (também
deflacionados pelo IGP-M) recebidos pela tonelada de cana, nota-se que, até o momento, todos os
custos desembolsáveis, depreciações e remuneração do produtor das três regiões estudadas foram
cobertos pelo preço recebido. No entanto, apenas na região de Expansão parte dos custos de
oportunidades foi remunerada (Figura 64). Apesar da tendência de melhora dos níveis de atratividade
da cultura existente atualmente, ações devem ser tomadas para combater os altos custos de produção
observados.
Na região Tradicional, por exemplo, esforços na redução dos custos de preparo de solo, plantio
e CCT (via melhor aproveitamento de maquinário ou composição de condomínios de produção), de
depreciações (também via formação de condomínios de produção que visem otimizar a produção, além
35 40 45 50 55 60 65 70 75 80
2007/08 2008/09 2009/10 2010/11
R$/
tc
Tradicional Expansão Nordeste
131
de redução do número de máquinas ociosas na propriedade), e de remuneração do produtor (que
encontra-se atualmente muito acima da média brasileira) são soluções possíveis para reduções
significativas dos custos.
No Nordeste, os custos com mão-de-obra salientam um problema crônico à produção da cana.
Entretanto, devido ao relevo regional, por exemplo, tal problema torna-se um fator de difícil resolução.
Nesse caso, práticas como irrigação poderiam elevar a produtividade agrícola e, assim, a rentabilidade
do produtor nordestino.
Para todas as três regiões, nota-se que ações que visem à melhoria da produtividade agrícola do
canavial e dos teores de ATR na cana seriam ideais. Dentre elas, a aplicação de maturadores, a correta
renovação dos canaviais e o adequado tratamento da soqueira são ações que devem ser tratadas como
prioritárias pelos fornecedores brasileiros.
Figura 64. Custos e preços reais da cana-de-açúcar: média das safras 2007/08 à 2010/11 para
fornecedores das regiões Tradicional, Expansão e Nordeste.
-
10
20
30
40
50
60
70
80
Tradicional Expansão Nordeste
R$/
tc
COE COT CT Preço cana
132
4.2 Usinas
A oportunidade de pesquisa criada pela continuidade desse trabalho de levantamento de custos
permitiu a consolidação de um banco de dados de indicadores e resultados de custos desde a safra
2007/2008. Os resultados de custos com base na metodologia atual são apresentados da Figura 65 à
Figura 69, em que se destaca o comparativo de custo total de produção com o preço médio da cana e
dos produtos industriais: açúcar branco, açúcar VHP, etanol anidro e etanol hidratado.
A análise dos gráficos demonstra a tendência de evolução dos custos de produção,
principalmente em função da tendência observada de aumento de custos de fatores de produção
agrícola e do aumento dos preços dos produtos industriais, implicando em aumento dos preços da cana
para o fornecedor.
Da Tabela 89 à Tabela 92, destacam-se a variação anual média e a variação acumulada dos custos
de produção dos produtos industriais analisados na série de levantamentos PECEGE/CNA.
Figura 65. Custo total e preço médio para a cana – Comparativo entre safras.
-10 20 30 40 50 60 70 80
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
Expansão Tradicional Nordeste
Can
a de
açú
car -
R$/
t
Custo Total Preço médio
133
Figura 66. Custo total e preço médio para o Açúcar Branco – Comparativo entre safras.
Figura 67. Custo total e preço médio para o Açúcar VHP – Comparativo entre safras.
-
200
400
600
800
1.000
1.200
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
Expansão Tradicional Nordeste
Açú
car B
ranc
o -R
$/t
Custo Total Preço Médio
-
200
400
600
800
1.000
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
Expansão Tradicional Nordeste
Açú
car
VH
P -R
$/t
CT Preço Médio
133
134
Figura 68. Custo Total e Preço médio para Etanol Anidro – Comparativo entre safras.
Figura 69. Custo Total e Preço médio para o Etanol Hidratado – Comparativo entre safras.
-200 400 600 800
1.000 1.200 1.400
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
Expansão Tradicional Nordeste
Etan
ol A
nidr
o -R
$/m
³
Custo Total Preço Médio
-200 400 600 800
1.000 1.200 1.400
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
Expansão Tradicional Nordeste
Etan
ol H
idrta
do -
R$/
m³
Custo Total Preço Médio
134
135
Tabela 89. Evolução dos custos de produção do açúcar branco, em R$/t.
Região Custo da safra Variação
anual
Variação
acumulada 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11
Expansão 484,51 556,99 635,79 639,47 9,90% 26,69%
Tradicional 475,99 535,47 686,30 674,02 12,96% 38,87%
Nordeste 610,61 647,56 714,42 828,59 10,79% 32,36%
Tabela 90. Evolução dos custos de produção do açúcar VHP, em R$/t.
Região Custo da safra Variação
anual
Variação
acumulada 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11
Expansão 458,17 539,27 595,96 603,64 9,83% 29,50%
Tradicional 453,55 515,21 598,81 627,14 11,52% 34,55%
Nordeste 569,66 617,49 662,04 768,53 10,57% 31,70%
Tabela 91. Evolução dos custos de produção do etanol anidro, em R$/m³.
Região Custo da safra Variação
anual
Variação
acumulada 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11
Expansão 774,56 927,93 972,15 958,61 7,72% 23,17%
Tradicional 763,66 886,50 996,20 984,74 9,10% 27,31%
Nordeste 992,09 1.081,32 1.108,31 1.186,25 6,17% 18,52%
Tabela 92. Evolução dos custos de produção do etanol hidratado, em R$/m³.
Região Custo da safra Variação
anual
Variação
acumulada 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11
Expansão 714,35 845,56 901,83 881,74 7,60% 22,79%
Tradicional 701,71 803,44 906,36 910,07 9,24% 27,72%
Nordeste 917,65 982,09 1.015,51 1.108,53 6,53% 19,59%
134
Figura 68. Custo Total e Preço médio para Etanol Anidro – Comparativo entre safras.
Figura 69. Custo Total e Preço médio para o Etanol Hidratado – Comparativo entre safras.
-200 400 600 800
1.000 1.200 1.400
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
Expansão Tradicional Nordeste
Etan
ol A
nidr
o -R
$/m
³
Custo Total Preço Médio
-200 400 600 800
1.000 1.200 1.400
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
2007
/08
2008
/09
2009
/10
2010
/11
Expansão Tradicional Nordeste
Etan
ol H
idrta
do -
R$/
m³
Custo Total Preço Médio
136
5. CONCLUSÕES O 5º levantamento de custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol do PECEGE-CNA
evidenciou expressivo crescimento do número de participantes e das representatividades da
amostragem no que diz respeito aos totais de moagem de cana e produção de açúcar e etanol do Brasil.
Além do mais, a pesquisa referente à safra 2010/11 trouxe algumas abordagens inéditas, tais como a
configuração agrícola das unidades industriais e a evolução de preços médios de insumos agrícolas,
assim como a evolução de consumos específicos e preços médios dos insumos industriais.
Em suma, no presente levantamento foram observados custos de produção agroindustrial
superiores aos observados na última safra, para todas as regiões analisadas, tanto para fornecedores
quanto para usinas. De forma desagregada, o custo da cana apresentou aumentos significativos,
enquanto que o custo industrial registrou pequenas reduções nas regiões do Centro-Sul e leve elevação
no Nordeste.
No que tange aos principais produtos do setor sucroenergético, os preços visualizados para o
açúcar branco e o VHP, bem como para o etanol anidro e o etanol hidratado, foram maiores do que os
custos totais de produção, gerando margens de rentabilidade positivas para as três grandes regiões da
pesquisa. Dentre esses produtos, destacam-se as altas margens obtidas com o açúcar branco, que
atingiram patamares em torno de 40% no Centro-Sul e de aproximadamente 30% no Nordeste. A
propósito, as elevações para tal produto originaram-se dos altos preços verificados no mercado
internacional. Além do mais, de forma contrária aos valores observados na safra 2009/10, o etanol
hidratado e o anidro tiveram margens positivas para o Centro-Sul Tradicional e o Centro-Sul
Expansão, ao passo que na região Nordeste houve considerável diminuição na rentabilidade
correspondente ao etanol anidro. Cabe ressaltar que aspectos como custos de transporte de produtos
acabados, comissões de comercialização, despesas finais com taxas e impostos não são considerados
nos custos divulgados pela pesquisa.
Em comparação com as safras anteriores, outros pontos conclusivos são dignos de menção:
• Fornecedores
○ Os preços recebidos pela cana na região Tradicional foram suficientes para cobrir todos
os custos operacionais de produção, inclusive as depreciações, porém não conseguiram
superar os custos totais, que abrangem os custos de oportunidade. Nas regiões Centro-Sul
Expansão e Nordeste, por outro lado, os preços de venda foram suficientes para cobrir o
CT, gerando sobra líquida de capital;
○ A rentabilidade negativa para a região Tradicional, na comparação do preço da cana com o
custo total de produção, explica-se pelos maiores níveis de preços de arrendamentos e pela
maior ociosidade do capital investido;
○ A despeito do comportamento relativamente semelhante de custos e preços de ambas as
regiões do Centro-Sul, fatores como maiores níveis de produtividade, reduções nos preços
pagos pelos insumos agrícolas e a forte elevação do percentual de colheita mecanizada
fizeram com que houvesse uma maior queda dos custos totais de produção da safra em
análise para a região de Expansão, comparativamente à Tradicional. Já para o Nordeste,
o declínio do custo total foi causado especialmente pela ascensão da produtividade média
dos canaviais;
○ Houve tendência altista dos valores de arrendamentos para as três regiões, com destaque
para o Centro-Sul Tradicional;
○ A região Nordeste apresentou os maiores valores de preço de ATR (R$/kg ATR), tendo em
vista o forte caráter açucareiro das usinas de tal região, a existência de quotas de exporta-
ção para o açúcar VHP e condições de mercado locais que elevam os preços do açúcar e
do etanol;
○ Para as últimas quatro safras, as maiores taxas de crescimento dos preços dos insumos
agrícolas ocorreram para as regiões de Expansão e o Nordeste;
○ Na análise dos custos reais encarados pelos fornecedores de cana, observa-se que a tendên-
cia de alta persistente até a safra 2009/10 foi quebrada na safra 2010/11. Quando da com-
paração com os preços reais recebidos, constata-se que todos os custos desembolsáveis, as
137
depreciações e a remuneração do produtor das três regiões foram cobertos na última
safra. Contudo, somente na região de Expansão os preços conseguiram remunerar
parte dos custos de oportunidade.
• Usinas
○ Para o Centro-Sul Tradicional, nota-se aumento de 40% no índice de mecanização da
colheita entre as safras 2007/08 e 2010/11. Ademais, apesar desta prática ser pouco
comum no Nordeste, alguns locais dos estados da Paraíba, de Pernambuco e de Ala-
goas apresentam áreas relativamente planas, onde os índices de colheita mecanizada
chegaram a até 33% na última safra;
○ O nível de concentração de ATR por tonelada de cana própria no Centro-Sul aumentou
consideravelmente em relação à safra 2009/10, quando os canaviais foram seriamente
prejudicados pelos elevados índices pluviométricos;
○ Em termos de eficiência de aproveitamento de tempo (em %), verificaram-se grandes
aumentos nos coeficientes de horas de moagem do Centro-Sul;
○ Houve aumentos dos custos totais de produção de cana-de-açúcar em todas as regiões
pesquisadas, além da expansão das diferenças de custos inter-regionais;
○ Dentre os itens de maior impacto sobre os custos agrícolas das usinas, destaca-se a
elevação dos gas tos com mão-de-obra, principalmente acerca do aumento relativo
sofrido pela região Tradicional;
○ A respeito dos custos de oportunidade para a produção de cana-de-açúcar, a remune-
ração da terra consiste no mais importante elemento de diferenciação entre as regiões
produtoras. A propósito, os menores níveis foram referentes ao Centro-Sul Expansão;
○ Dentre os principais aumentos de preços dos insumos industriais, foram notórios os
custos incorridos pelas usinas nordestinas na aquisição de insumos químicos, combus-
tíveis e embalagens;
○ No que se refere à evolução dos custos de produção das unidades industriais, para o
período delimitado pelas safras 2007/08 e 2010/11, a região Centro-Sul Tradicional
138
139
registrou os maiores aumentos, principalmente para a produção de açúcar branco e
açúcar VHP.
Além dos pontos elencados acima, torna-se importante salientar que, em comparação com os
custos estimados pelo relatório de acompanhamento da safra 2010/11 do Centro-Sul, as diferenças
entre estes valores e os divulgados pelo presente relatório de fechamento foram bastante pequenas,
sendo inclusive nula para a região Tradicional, o que mostra a ótima aderência entre os levantamentos
realizados.
De modo sintético, a partir das tendências de custos e preços observadas ao longo dos últimos
anos, espera-se que após o fechamento da safra 2011/12 os patamares de rentabilidade dos
fornecedores de cana aproximem-se do equilíbrio econômico de longo prazo, caracterizado pelo lucro
nulo, ao serem considerados todos os custos de oportunidade do capital.
Em relação às unidades industriais, constata-se que as usinas das três regiões produtoras
tiveram na safra 2010/11 margens sobre o Custo Total positivas, considerando todos os principais
produtos agroindustriais (açúcar branco, açúcar VHP, etanol anidro e etanol hidratado). Para os ganhos
relativos, vale ressaltar as magnitudes referentes à produção de açúcar branco, especialmente pelo
Centro-Sul, e também a margem de rentabilidade do etanol hidratado aferida para a região Tradicional.
Em termos evolutivos, verifica-se que na região Centro-Sul os preços médios dos principais produtos
agroindustriais conseguiram cobrir os custos totais de produção apenas na safra 2010/11, gerando
rentabilidades positivas às usinas. Para a região Nordeste, entretanto, os preços da safra 2009/10
também conseguiram remunerar o CT de produção.
Após cenários de baixa rentabilidade, as usinas e fornecedores do setor sucroenergético
brasileiro finalmente experimentaram níveis de preços suficientemente atrativos, que em geral
superaram todos os custos totais de produção, os quais tiveram aumentos em comparação com os
valores incorridos na safra anterior.
140
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CEPEA. Indicadores de preço de açúcar e etanol. Disponível em: www.cepea.esalq.usp.br>. Acesso em 5 de agosto de 2011.
CONSELHO DOS PRODUTORES DE CANA-DE-AÇÚCAR, AÇÚCAR E ÁLCOOL DOESTADO DE SÃO PAULO - CONSECANA-SP. Manual de instruções. Disponível em: http://www.unica.com.br/download.asp?mmdCode=A8D2ABCA-8247-45D1-8720-C14CD485F380>. Acesso em 13 de julho de 2011.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Disponível em: www.embrapa.br
SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR E DO ÁLCOOL NO ESTADO DE PERNAMBUCO – SINDAÇÚCAR-PE. Disponível em: www.sindacucar.com.br
MARQUES, P. V. (Coord.) Custo de Produção Agrícola e Industrial de Açúcar e Álcool no Brasil na Safra 2007/2008. Piracicaba: Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas/Departamento de Economia, Administração e Sociologia. 2009. 194 p. Relatório Apresentando a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA.
PECEGE. Custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol no Brasil: safra 2009/10. Piracicaba: Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas/Departamento de Economia,Administração e Sociologia. 2010. 100 p. Relatório Apresentando a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA.
UNIÃO DA INDÚSTRIA DE CANA-DE-AÇÚCAR – UNICA. Disponível em: http://www.unica.com.br
XAVIER, C.E.O.; ZILIO, L.B.; SONODA, D.Y.; MARQUES, P.V. Custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar e etanol no Brasil: safra 2008/09. Piracicaba: Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas/Departamento de Economia, Administração e Sociologia. 2009. 79 p.Relatório Apresentando à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA.