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ENTREVISTA Pedro Gabriel Scarabotto Luppi dos Santos 1 CONTO Um homem célebre – Machado de Assis 3 1461 JORNAL ETAPA – 2013 • DE 19/09 A 02/10 Jornal do Vestibulando ENSINO, INFORMAÇÃO E CULTURA ENTREVISTA “Adquiri a mentalidade de que tinha de estudar. Nos dias em que não estudava eu me sentia um pouco culpado.” Pedro Gabriel Scarabotto Luppi dos Santos Em 2012: Etapa Em 2013: Engenharia Elétrica – Poli Pedro Gabriel Scarabotto Luppi dos Santos fez o Semi no Etapa em 2012 e em 2013. Na primeira vez entrou em Física na USP. Agora foi aprovado para Engenharia Elétrica na Poli. Aqui ele conta como se preparou para o vestibular e como adquiriu a determinação de que tinha de estudar. Abandonou sua primeira escolha por razões práticas e agora não tem mais dúvidas sobre a carreira – é Engenharia mesmo. ENTRE PARÊNTESIS Quantas moedas? 5 JV – No Ensino Médio você pensava em seguir qual carreira? Pedro – Pensava em ir para a área de ferrovias, gosto muito de trem. Terminei o Ensino Médio em 2008 e nos dois anos seguintes fiz curso técnico em eletrôni- ca, específico de transporte sobre trilhos. Ao mesmo tempo, trabalhei como aprendiz na CPTM [Companhia Paulista de Trens Metropolitanos]. Só que aí comecei a pensar em fazer o Ensino Superior e, em 2011, entrei em uma faculdade particular na área de TI. Depois você entrou na USP. Como ocorreu essa mudança? Na faculdade particular eu vi que TI era uma coisa que eu não queria. Já estava querendo ir para a USP fazer Física. O que me influenciou a escolher a USP foi uma professora da faculdade, muito legal. Ela tinha feito mestrado em Matemática na USP. Em agosto de 2011 eu entrei aqui no Semi, no fim do ano prestei Fuvest para Física e fui aprovado. Entrei com facili- dade. Você ficou quanto tempo no curso de Física? Um semestre. Eu me casei e pensei que seria me- lhor passar para Engenharia. Na Física ia ter de fazer mestrado, doutorado, um monte de coisas até con- seguir algo melhor. Então, em agosto do ano passa- do, voltei para o Semi. Vim e trouxe minha mulher. [Thamires Cristina Silva Lourenço, que entrou em Farmácia-Bioquímica USP e também foi entrevistada pelo Jornal do Vestibulando] Você trancou ou abandonou o curso de Física? Abandonei porque não é permitido trancar no 1º ano. Você disse que entrou com facilidade no curso de Física. Para a Poli é o mesmo vestibular, mas a concorrência é muito maior. Qual era sua expec- tativa ao fazer de novo o Semi? A nota de corte da Poli era 63, por aí. Muito diferente da Física [30 pontos abaixo]. E, sendo sincero, eu não era muito de estudar. Tive de mudar completamente minha mentalidade. Se eu não estudasse ia acabar fi- cando com a nota do outro vestibular, que não foi tão alta assim, 52 pontos. Para Física foi alta, mas para Engenharia não chegava nem perto. Mudei meu rit- mo, desisti de algumas diversões, lazeres, para poder acompanhar o cursinho e fazer os estudos por conta própria. Desenvolvi um cronograma para estudar. Como era sua rotina de estudo no Semi? Vinha para o cursinho de manhã. Chegava em casa à 1 e meia mais ou menos, 2 horas, estudava até as 4, descansava um pouco, lá pelas 6 retomava e ficava até umas 9, 10 horas. Essa era a minha rotina. E no fim de semana? No fim de semana tinha o RPE no sábado de manhã. No resto do dia mantinha o mesmo esquema de es- tudos dos outros dias da semana. Também estudava no domingo. Mas tinha vezes que não dava. Quando eu via que não conseguia entender nada do que es- tava lendo, parava. Você fez o Reforço Para Engenharia. Como eram as aulas? A aula do RPE tem um foco maior em resolução de exercícios, para você se acostumar. O enfoque no exercício foi muito útil, me ajudou bastante. Em quais matérias você tinha mais dificuldades? História e Geografia. Você estudava mais essas matérias? Estudava normal, junto com as outras. No fim, me- lhorou muito meu conhecimento. Você teve de dar atenção especial a alguma ma- téria? Matemática, Física e Química. Principalmente Quími- ca, de que eu não tinha muito entendimento antes. E Física, porque gosto. Quando queria espairecer, ia estudar Física. Você estudava em casa. Quando tinha alguma dúvida, como resolvia? Usava o Plantão Virtual. Isso em Exatas. Quando era dúvida em História e Geografia, eu perguntava ao professor depois da aula. O que me deixou feliz era que eu não ficava com muita dúvida. É tudo bem ex- plicado nas aulas e nas apostilas. Você treinava Redação? Além dos simulados, fazia mais ou menos duas ve- zes por mês. Tenho facilidade para escrever, mas também não deixava de lado porque Redação é mui- to importante. Ela vale metade da nota do primeiro dia da 2ª fase da Fuvest. De onde vem essa facilidade para escrever? Sou escritor fracassado. No Ensino Médio eu pensei em fazer Letras. Só que percebi que não ia ser legal trabalhar com uma coisa que é meu hobby. POIS É, POESIA Cruz e Sousa 8 SERVIÇO DE VESTIBULAR Inscrições 7 SOBRE AS PALAVRAS Cair no conto do vigário 5 ARTIGO Plano busca viabilizar uso de biocombus- tíveis na aviação 6

1461 Jornal do Vestibulando ENSINO, INFORMAÇÃO E CULTURA Mas tinha vezes que não dava. Quando eu via que não conseguia entender nada do que es-tava lendo, parava. ... louvor, mas

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ENTREVISTAPedro Gabriel Scarabotto Luppi dos

Santos 1

CONTO

Um homem célebre – Machado de Assis 3

1461

JORNAL ETAPA – 2013 • DE 19/09 A 02/10

Jornal do VestibulandoENSINO, INFORMAÇÃO E CULTURA

ENTREVISTA

“Adquiri a mentalidade de que tinha de estudar.

Nos dias em que não estudava eu me sentia um

pouco culpado.”

Pedro Gabriel Scarabotto Luppi dos SantosEm 2012: EtapaEm 2013: Engenharia Elétrica – Poli

Pedro Gabriel Scarabotto Luppi dos Santos fez o Semi no

Etapa em 2012 e em 2013. Na primeira vez entrou em Física

na USP. Agora foi aprovado para Engenharia Elétrica na Poli.

Aqui ele conta como se preparou para o vestibular e como

adquiriu a determinação de que tinha de estudar. Abandonou

sua primeira escolha por razões práticas e agora não tem

mais dúvidas sobre a carreira – é Engenharia mesmo.

ENTRE PARÊNTESIS

Quantas moedas? 5

JV – No Ensino Médio você pensava em seguir

qual carreira?

Pedro – Pensava em ir para a área de ferrovias, gosto muito de trem. Terminei o Ensino Médio em 2008 e nos dois anos seguintes fiz curso técnico em eletrôni-ca, específico de transporte sobre trilhos. Ao mesmo tempo, trabalhei como aprendiz na CPTM [Companhia Paulista de Trens Metropolitanos]. Só que aí comecei a pensar em fazer o Ensino Superior e, em 2011, entrei em uma faculdade particular na área de TI.

Depois você entrou na USP. Como ocorreu essa

mudança?

Na faculdade particular eu vi que TI era uma coisa que eu não queria. Já estava querendo ir para a USP fazer Física. O que me influenciou a escolher a USP foi uma professora da faculdade, muito legal. Ela tinha feito mestrado em Matemática na USP. Em agosto de 2011 eu entrei aqui no Semi, no fim do ano prestei Fuvest para Física e fui aprovado. Entrei com facili-dade.

Você ficou quanto tempo no curso de Física?

Um semestre. Eu me casei e pensei que seria me-lhor passar para Engenharia. Na Física ia ter de fazer mestrado, doutorado, um monte de coisas até con-seguir algo melhor. Então, em agosto do ano passa-do, voltei para o Semi. Vim e trouxe minha mulher. [Thamires Cristina Silva Lourenço, que entrou em Farmácia-Bioquímica USP e também foi entrevistada pelo Jornal do Vestibulando]

Você trancou ou abandonou o curso de Física?

Abandonei porque não é permitido trancar no 1º ano.

Você disse que entrou com facilidade no curso de

Física. Para a Poli é o mesmo vestibular, mas a

concorrência é muito maior. Qual era sua expec-

tativa ao fazer de novo o Semi?

A nota de corte da Poli era 63, por aí. Muito diferente da Física [30 pontos abaixo]. E, sendo sincero, eu não era muito de estudar. Tive de mudar completamente minha mentalidade. Se eu não estudasse ia acabar fi-cando com a nota do outro vestibular, que não foi tão alta assim, 52 pontos. Para Física foi alta, mas para Engenharia não chegava nem perto. Mudei meu rit-mo, desisti de algumas diversões, lazeres, para poder acompanhar o cursinho e fazer os estudos por conta própria. Desenvolvi um cronograma para estudar.

Como era sua rotina de estudo no Semi?

Vinha para o cursinho de manhã. Chegava em casa à 1 e meia mais ou menos, 2 horas, estudava até as 4, descansava um pouco, lá pelas 6 retomava e ficava até umas 9, 10 horas. Essa era a minha rotina.

E no fim de semana?

No fim de semana tinha o RPE no sábado de manhã. No resto do dia mantinha o mesmo esquema de es-tudos dos outros dias da semana. Também estudava no domingo. Mas tinha vezes que não dava. Quando eu via que não conseguia entender nada do que es-tava lendo, parava.

Você fez o Reforço Para Engenharia. Como eram

as aulas?

A aula do RPE tem um foco maior em resolução de exercícios, para você se acostumar. O enfoque no exercício foi muito útil, me ajudou bastante.

Em quais matérias você tinha mais dificuldades?

História e Geografia.

Você estudava mais essas matérias?

Estudava normal, junto com as outras. No fim, me-lhorou muito meu conhecimento.

Você teve de dar atenção especial a alguma ma-

téria?

Matemática, Física e Química. Principalmente Quími-ca, de que eu não tinha muito entendimento antes. E Física, porque gosto. Quando queria espairecer, ia estudar Física.

Você estudava em casa. Quando tinha alguma

dúvida, como resolvia?

Usava o Plantão Virtual. Isso em Exatas. Quando era dúvida em História e Geografia, eu perguntava ao professor depois da aula. O que me deixou feliz era que eu não ficava com muita dúvida. É tudo bem ex-plicado nas aulas e nas apostilas.

Você treinava Redação?

Além dos simulados, fazia mais ou menos duas ve-zes por mês. Tenho facilidade para escrever, mas também não deixava de lado porque Redação é mui-to importante. Ela vale metade da nota do primeiro dia da 2ª fase da Fuvest.

De onde vem essa facilidade para escrever?

Sou escritor fracassado. No Ensino Médio eu pensei em fazer Letras. Só que percebi que não ia ser legal trabalhar com uma coisa que é meu hobby.

POIS É, POESIA

Cruz e Sousa 8

SERVIÇO DE VESTIBULAR

Inscrições 7

SOBRE AS PALAVRAS

Cair no conto do vigário 5

ARTIGOPlano busca viabilizar uso de biocombus-tíveis na aviação 6

ENTREVISTA2

Jornal ETAPA, editado por Etapa Ensino e Cultura

REDAÇÃO: Rua Vergueiro, 1 987 – CEP 04101-000 – Paraíso – São Paulo – SP

JORNALISTA RESPONSÁVEL: Egle M. Gallian – M.T. 15343Jornal do Vestibulando

Quais eram suas notas em Redação, nos simu-

lados?

As primeiras foram C mais. Mais perto do vestibular tirei um D, porque não prestei atenção no tema. Não tinha entendido o tema e fui mal. E a última foi B.

Como você ia nos outros simulados?

Minha faixa no começo já era C mais. Mantive C mais até a época do vestibular. Não ia passar com louvor, mas sabia que C mais estava bom. Nos simulados da 2ª fase minha média aumentou um pouco. Nos específicos, minha média estava no B. Nos mais gerais ficou no C mais mesmo. Só tirei C menos no primeiro simulado do RPE.

Qual é a importância do simulado na hora do

vestibular?

Ajuda muito a manter a atenção, ajuda muito a ver o esquema da prova – cada prova tem seu esquema. E, principalmente, o simulado ajuda você a ter fami-liaridade com os assuntos. O programa do vestibu-lar é o Ensino Médio inteiro, mas não caem todos os assuntos. O simulado consegue prever. Tanto que o vestibular pareceu que era outro simulado, de tão tranquilo que foi para mim. Acho que o Etapa faz um bom trabalho ao colocar as questões da prova mais ou menos como caem.

Você leu as obras indicadas como obrigatórias

pela Fuvest?

Não li todas. Li metade delas. As outras foram pelos resumos e palestras.

Você assistiu a todas as palestras?

Vi algumas pela Internet e outras pessoalmente.

Qual é a diferença entre só ler o livro e ler e

assistir à palestra?

Ler a obra é muito legal, mas, e aí? O que o vestibular quer de você? O resumo e as palestras te falam isso: o que o vestibular quer de você, o que você precisa saber, quais as prováveis perguntas, quais eles cos-tumam fazer. Isso ajudou muito, eu soube responder as perguntas. Não vou dizer que foi 100% em cada questão, mas foi um desempenho bom.

O que você fazia fora dos estudos?

Jogava video game no computador. Às vezes saía para dar uma volta no quarteirão. Também escrevia um pouco. Para mim, escrever é um método de te-rapia.

Você teve de abrir mão de alguma atividade

para se preparar para o vestibular?

Um monte. Parei de tocar baixo e guitarra. Não con-seguia tempo para praticar. Diminuí muito meu tem-po no computador com video game. Também parei as leituras por diversão. E fiquei muito tempo sem sair com amigos.

Você retomou as atividades já?

Na Poli o ritmo é tão puxado ou mais puxado que no cursinho, então está difícil continuar com todas as atividades. Mas aos poucos estou retomando.

Vamos falar de seu desempenho na 1ª fase da

Fuvest. No ano anterior você fez 52 pontos. Em

2013, como foi?

Fiz 68 pontos. Aumentei bastante. O corte foi 61. É uma nota boa, mas não é uma nota que permita a você dizer que já está dentro.

Mudou alguma coisa no seu estudo da 1ª para

a 2ª fase?

Comecei a focar mais nas matérias específicas, as prioritárias da carreira. Eu acreditava que, se conse-guisse ir bem no terceiro dia da 2ª fase, eu ia passar mesmo indo mais ou menos nos dois primeiros dias.

Em termos de carga horária, manteve o que fa-

zia antes ou aumentou?

Foi a mesma coisa porque não tinha mais o que au-mentar. Só nos 10 últimos dias, em janeiro, eu come-cei a estudar muito, muito mesmo – 12 horas por dia.

Quais foram suas notas nas provas da 2ª fase?

No primeiro dia tirei 63,8. No segundo dia, 65,6. No terceiro dia, 70,8. Isso me deixou feliz. Consegui ti-rar uma nota maior no terceiro dia.

Na escala de zero a 1 000, qual foi sua pontuação?

Fiz 689 pontos.

Alguma surpresa nessas notas?

Nenhuma surpresa. Foi como eu esperava. Nos si-mulados eu fazia 60, 63, por aí. Na Fuvest eu fui melhor. O simulado aqui é mais difícil, com certeza.

Como soube de sua aprovação na Fuvest?

Vim aqui no Etapa. Eu queria ver a lista, sem procu-rar antes no celular. Eles colocam aqueles avisos: “Desligue seu celular para aproveitar a emoção”. Realmente foi melhor porque se tivesse visto no celular não ia ter aquela emoção de ver a lista lá na minha frente. Eu passei e minha mulher passou também. Me importava muito que ela também pas-sasse.

Quando você viu seu nome, como reagiu?

Fiquei até trêmulo de tão feliz. Abracei minha mu-lher, chorei, foi uma emoção muito grande.

Você acha que tem algum segredo para passar

na Poli?

Não tem segredo, tem método. Você tem de es-tudar o suficiente. Uma coisa que você não pode fazer é relaxar muito. Se começa a relaxar, você perde o foco. E uma coisa que me ajudou muito foi entender que se eu não passasse não ia ser o fim do mundo. Só ia significar que eu ia fazer de novo.

Você já conhecia a Poli?

Só de passar na frente. Nunca tinha entrado.

Como foi o dia da matrícula?

No dia da matrícula tinha uma festa muito grande lá do lado. Tentaram me arrastar para a festa, não quis, não sou de muita bebida, essas coisas. Tinha gente andando na lama, muito estranho isso. Fui só para o prédio em que estava sendo feita a matrícula. Eu me perdi porque a Poli é muito grande, mas estava tudo muito bem organizado. Foi uma experiência nova, o Instituto de Física é pequeno, na Poli cada prédio tem o tamanho do Instituto de Física.

Que matérias você tem neste segundo semestre?

Muita matéria: Álgebra Linear, Cálculo, Física, Labo-ratório de Física, Introdução à Ciência dos Materiais, Cálculo Numérico, Representação Gráfica para En-genharia, Mecânica.

Qual é a mais puxada?

Mecânica é muito difícil. Mas a mais puxada é Cál-

culo Numérico. É uma coisa muito estranha. Não tem como dizer o que é porque até agora não en-tendi. No primeiro semestre fiquei quase travado em Cálculo 1. Se tivesse ficado travado, já era. No segundo semestre, Cálculo 2 é mais fácil. Mas Cál-culo Numérico é um terror. Todo mundo fala isso, de Cálculo Numérico e Mecânica. E são mesmo.

O que você destaca na Poli em relação à infraes-

trutura e à parte humana?

A infraestrutura é muito boa, são vários edifícios, cada um para uma área. É muita gente, mas tem uma estrutura muito boa para os alunos. A parte hu-mana já é um pouco mais complicada, tem aquela coisa: professor que é muito bom, professor que é ruim, professores que são intermediários. Infeliz-mente, dei azar de cair numa turma com professor russo; ele fala português, só que com sotaque tão forte que parece que é russo mesmo.

Hoje, você acha que fez a escolha certa de car-

reira?

Eu estou gostando de estudar na Poli. Acho que estou me adaptando bem, apesar de ser difícil pra caramba. Eu me vejo como engenheiro daqui a alguns anos.

Você já sabe qual é a área que vai seguir na En-

genharia?

Dentro da Engenharia Elétrica eu quero ir para Sis-temas Eletrônicos. Se não conseguir, é Telecomuni-cações que eu quero fazer.

O que você pode dizer a quem se prepara agora

para os vestibulares do fim do ano?

Eu digo para não esquecerem a grandiosidade do que estão fazendo. Prestar vestibular não é uma coisa que se pode fazer sem ter em mente o que está em jogo. No Etapa eu adquiri a mentalidade de que tinha de estudar. Nos dias em que não estudava eu me sentia um pouco culpado. Se você está num ritmo rápido, não tem por que se sentir culpado. Agora, se está num ritmo lento, fique com culpa e estude mais.

Como fica marcado para você o tempo de cur-

sinho?

Foi um tempo de muita luta e preocupação, mas consegui provar para mim mesmo que eu consigo estudar, que eu consigo manter o ritmo de estudos. Eu nunca tinha feito isso antes.

Você tem saudade de alguma coisa?

Tenho saudade principalmente do clima daqui, mais descontraído. Na faculdade, alguns professores são muito sérios, não têm senso de humor nenhum. No cursinho é um pouco mais leve, para você não ficar com tanta pressão, pelo menos durante a aula. Sin-to saudades. E, aqui, a matéria é bastante mastiga-da, isso é muito bom para o vestibular. Na faculdade o professor joga a carne crua para você, não dá o filé mignon fatiado como aqui. Sinto falta disso, sim. Estou tendo de cozinhar a carne eu mesmo.

Que lição você tira do ano passado?

Que é possível você conseguir com pouco tempo um resultado bom no vestibular. Quando prestei para Física eu meio que duvidava disso. Mas se você mantiver um ritmo, correr atrás, se esforçar, é possível conseguir uma coisa boa. Trago isso comi-go até hoje e acho que vou carregar essa mentali-dade na minha vida universitária, talvez até depois. Tem de manter o ritmo.