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  www.cers.com.br  ADVOCACIA PÚBLICA Direito Constitucional Flavia Bahia 1 PROCESSO LEGISLATIVO Processo legislativo: Iniciativa geral ou concorrente A iniciativa geral encontra-se no art. 61, caput   da CRFB/88. Vale lembrar que no processo de elaboração das Emendas Constitucionais também há previsão de iniciativa concorrente (art. 60, I, II e III da CRFB/88). Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador- Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. 1. “A análise dos autos evidencia que o acórdão mencionado diverge da diretriz  jurisprudencial que esta Suprema Corte firmou na matéria em referência. Com efeito, não mais assiste, ao chefe do Poder Executivo, a prerrogativa constitucional de fazer instaurar, com exclusividade, em matéria tributária, o concernente processo legislativo. Esse entendimento   que encontra apoio na jurisprudência que o STF firmou no tema ora em análise (RTJ 133/1044   RTJ 176/1066-1067)   consagra a orientação de que, sob a égide da Constituição republicana de 1988, também o membro do Poder Legislativo dispõe de legitimidade ativa para iniciar o processo de formação das leis, quando se tratar de matéria de índole tributária, não mais subsistindo, em consequência, a restrição que prevaleceu ao longo da Carta Federal de 1969 (art. 57, I) (. ..).” (RE 328.896, Rel. Min. Celso de Mello, decisão monocrática, julgamento em 9-10- 2009, DJE de 5-11-2009.) No mesmo sentido:  ADI 352-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento 29-8- 1990, Plenário, DJE de 8-3-1991 2. "O constituinte estadual não pode estabelecer hipóteses nas quais seja vedada a apresentação de projeto de lei pelo chefe do Executivo sem que isso represente ofensa à harmonia entre os Poderes." (ADI 572, Rel. Min. Eros Grau,  julgamento em 28-6-2006, Plenário, D J  de 9-2-2007.) 3. “Processo legislativo dos Estados - membros: absorção compulsória das linhas básicas do modelo constitucional federal entre elas, as decorrentes das normas de reserva de iniciativa das leis, dada a implicação com o princípio fundamental da separação e independência dos poderes:  jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal.” (ADI 637, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 25-8-2004, Plenário, D J  de 1º-10-2004.) 4. "A atribuição, exclusivamente ao chefe do Poder Executivo estadual, da iniciativa do projeto de Lei Orgânica do Ministério Público, por sua vez, configura violação ao art.128, § , da CF, que faculta tal prerrogativa aos procuradores-gerais de Justiça." (ADI 852, Rel. Min. Ilmar Galvão,  julgamento em 28-8-2002, Plenário, D J de 18-10-2002.) 5. “O diploma normativo em causa, que estabelece isenção do pagamento de taxa de concurso público, não versa sobre matéria relativa a servidores públicos (§ 1º do art. 61 da CF/88). Dispõe, isto sim, sobre condição para se chegar à investidura em cargo público, que é um momento anterior ao da caracterização do candidato como servidor público. Inconstitucionalidade formal não configurada.” (ADI 2672, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ Acórdão: Min. CARLOS BRITTO, Tribunal Pleno,  julgado em 22/06/2006 ) Iniciativa Popular. Lei 9709/98 Art. 13. A iniciativa popular consiste na apresentação de projeto de lei à Câmara dos Deputados, subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. § 1 o  O projeto de lei de iniciativa popular deverá circunscrever-se a um só assunto. § 2 o  O projeto de lei de iniciativa popular não poderá ser rejeitado por vício de forma, cabendo à Câmara dos Deputados, por seu órgão competente, providenciar a

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PROCESSO LEGISLATIVO

Processo legislativo: Iniciativa geral ou

concorrenteA iniciativa geral encontra-se no art. 61,caput   da CRFB/88. Vale lembrar que noprocesso de elaboração das EmendasConstitucionais também há previsão deiniciativa concorrente (art. 60, I, II e III daCRFB/88).Art. 61. A iniciativa das leiscomplementares e ordinárias cabe aqualquer membro ou Comissão da Câmarados Deputados, do Senado Federal ou doCongresso Nacional, ao Presidente da

República, ao Supremo Tribunal Federal,aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, naforma e nos casos previstos nestaConstituição.1. “A análise dos autos evidencia que oacórdão mencionado diverge da diretriz jurisprudencial que esta Suprema Cortefirmou na matéria em referência. Comefeito, não mais assiste, ao chefe do PoderExecutivo, a prerrogativa constitucional defazer instaurar, com exclusividade, emmatéria tributária, o concernente processolegislativo.Esse entendimento  –  que encontra apoiona jurisprudência que o STF firmou notema ora em análise (RTJ 133/1044  – RTJ 176/1066-1067)  –  consagra aorientação de que, sob a égide daConstituição republicana de 1988, tambémo membro do Poder Legislativo dispõe delegitimidade ativa para iniciar o processode formação das leis, quando se tratar de

matéria de índole tributária,não mais subsistindo, em consequência, arestrição que prevaleceu ao longo da CartaFederal de 1969 (art. 57, I) (...).” (RE328.896, Rel. Min. Celso de Mello, decisãomonocrática, julgamento em 9-10-2009, DJE de 5-11-2009.) No mesmosentido: ADI 352-MC,  Rel. Min. Celso deMello, julgamento 29-8-1990, Plenário, DJE de 8-3-19912. "O constituinte estadual não podeestabelecer hipóteses nas quais seja

vedada a apresentação de projeto de leipelo chefe do Executivo sem que issorepresente ofensa à harmonia entre os

Poderes." (ADI 572,  Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 28-6-2006, Plenário,DJ  de9-2-2007.)

3. “Processo legislativo dos Estados-membros: absorção compulsória daslinhas básicas do modelo constitucionalfederal entre elas, as decorrentes dasnormas de reserva de iniciativa das leis,dada a implicação com o princípiofundamental da separação eindependência dos poderes: jurisprudência consolidada do SupremoTribunal.” (ADI 637,  Rel. Min. SepúlvedaPertence, julgamento em 25-8-2004,Plenário, DJ  de 1º-10-2004.)

4. "A atribuição, exclusivamente ao chefedo Poder Executivo estadual, da iniciativado projeto de Lei Orgânica do MinistérioPúblico, por sua vez, configura violação aoart.128,  § 5º,  da CF, que faculta talprerrogativa aos procuradores-gerais deJustiça." (ADI 852, Rel. Min. Ilmar Galvão, julgamento em 28-8-2002, Plenário,DJ de18-10-2002.)5. “O diploma normativo em causa, queestabelece isenção do pagamento de taxade concurso público, não versa sobrematéria relativa a servidores públicos (§ 1ºdo art. 61 da CF/88). Dispõe, isto sim,sobre condição para se chegar àinvestidura em cargo público, que é ummomento anterior ao da caracterização docandidato como servidor público.Inconstitucionalidade formal nãoconfigurada.” (ADI 2672, Relator(a):  Min.ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ Acórdão:Min. CARLOS BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 22/06/2006)

Iniciativa Popular. Lei 9709/98Art. 13. A iniciativa popular consiste naapresentação de projeto de lei à Câmarados Deputados, subscrito por, no mínimo,um por cento do eleitorado nacional,distribuído pelo menos por cinco Estados,com não menos de três décimos por centodos eleitores de cada um deles.§ 1o O projeto de lei de iniciativa populardeverá circunscrever-se a um só assunto.§ 2o O projeto de lei de iniciativa popularnão poderá ser rejeitado por vício de

forma, cabendo à Câmara dos Deputados,por seu órgão competente, providenciar a

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correção de eventuais impropriedades detécnica legislativa ou de redação.O Regimento Interno da Câmara dos

Deputados também discorre sobre ainiciativa popular de leis, em seu art. 252, eestabelece outras condições dentre asquais pode-se destacar:a assinatura de cada eleitor deve seracompanhada de seu nome completo elegível, endereço e dados identificadoresde seu título eleitoral;as listas de assinaturas devem serorganizadas por Município e por Estado,Território e Distrito Federal, em formuláriopadronizado pela Mesa da Câmara;

O projeto será protocolizado na Secretaria-Geral da Mesa, que verificará se foramcumpridas as exigências constitucionaispara sua apresentaçãoProcesso legislativo: Iniciativa reservadaIniciativa reservada ao Presidente daRepública: art. 61, § 1° da CRFB/88.Obs.: Segundo a jurisprudência da Corte,pelo princípio da simetria, no âmbitoestadual, distrital e municipal as matériaselencadas no art. 61, § 1° da CRFB/88 sãode iniciativa, também reservada, dos seusrespectivos Chefes do poder executivo.Iniciativa reservada TribunaisIniciativa reservada Tribunal de Contas6. Tribunal de Contas: Lei Orgânica e VícioFormalPor considerar usurpado, em princípio, opoder de iniciativa reservadoconstitucionalmente aos Tribunais deContas para instaurar processo legislativoque visa alterar sua organização e seufuncionamento, o Tribunal deferiu, com

efeitos ex tunc, pedido de medida cautelarem duas ações diretas deinconstitucionalidade propostas,respectivamente, pela Associação dosMembros dos Tribunais de Contas doBrasil - ATRICON e pelo Conselho Federalda Ordem dos Advogados do Brasil, parasuspender a eficácia da Lei 2.351/2010, doEstado de Tocantins. A norma impugnada,de origem parlamentar, alterou e revogoudiversos dispositivos da Lei Orgânica doTribunal de Contas daquele ente

federativo.Preliminarmente, na linha de precedentesfirmados pela Corte, assentou-se a

legitimidade ativa ad causam da ATRICON,bem como se entendeu configurada apertinência temática.

Em seguida, sem adentrar o exame decada artigo do diploma adversado,reputou-se configurado o aparente vício deiniciativa, porquanto não caberia ao PoderLegislativo estadual, mediante projeto delei de iniciativa parlamentar, propormodificações em dispositivos da LeiOrgânica do Tribunal de Contas estadual.Enfatizou-se que apenas a própria Cortede Contas teria a prerrogativa de fazerinstaurar processo legislativo concernenteà alteração desse diploma normativo, sob

pena de se neutralizar sua atuaçãoindependente.Consignou-se, por fim, que a lei emquestão, além de acarretar conflitosinstitucionais entre o Tribunal de Contas ea Assembléia Legislativa, subtrairiadaquele competências fiscalizatórias einterferiria em sua autonomiaadministrativa e financeira. Vencido o Min.Marco Aurélio que deferia a medidacautelar com eficácia ex nunc porconsiderar que a natureza dopronunciamento do Supremo seriaacautelador e não reparador. ADI 4418MC/TO,rel. Min. Dias Toffoli, 6.10.2010.7. “A iniciativa de lei que disponha sobre oregime jurídico dos servidores públicos éreservada ao Chefe do Poder Executivolocal por força do artigo 61, § 1º, II, c, daConstituição Federal.” (ADI  4154,Relator(a): Min. RICARDOLEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgadoem 26/05/2010)

8. “Lei estadual que concede "anistia"administrativa a servidores públicosestaduais que interromperam suasatividades - paralisação da prestação deserviços públicos. A jurisprudência destaCorte é firme no sentido de que cabe aoChefe do Poder Executivo deflagrar oprocesso legislativo referente a lei decriação de cargos, funções ou empregospúblicos na administração direta eautárquica ou aumento de suaremuneração, bem assim disponha sobre

regime jurídico e provimento de cargosdos servidores públicos.

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Aplica-se aos Estados-membros odisposto no artigo 61, § 1º, inciso II, daConstituição do Brasil. Precedentes.

Inviável o projeto de lei de iniciativa doPoder Legislativo que disponha apropósito servidores públicos - "anistia"administrativa, nesta hipótese - implicandoaumento de despesas para o PoderExecutivo.” ( ADI 341, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 14-4-2010, Plenário, DJE de11-6-2010).9. “Incorre em vício deinconstitucionalidade formal (CF, arts. 61,§ 1º, II, a  e c  e 63,  I) a norma jurídicadecorrente de emenda parlamentar em

projeto de lei de iniciativa reservada aochefe do Poder Executivo, de que resulteaumento de despesa. Parâmetro deobservância cogente pelos Estados daFederação, à luz do princípio da simetria.”(ADI 2.079,  Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 29-4-2004, Plenário,DJ  de18-6-2004.) No mesmo sentido: ADI 2.113, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 4-3-2009, Plenário, DJE  de 21-8-2009.10. “A reserva de lei de iniciativa do Chefedo Executivo, prevista no art. 61, § 1º, II, b,da Constituição somente se aplica aosTerritórios federais.” (ADI 2.447, Rel. Min.Joaquim Barbosa, julgamento em 4-3-2009,Plenário, DJE de 4-12-2009).11. "Por tratar-se de evidente matéria deorganização administrativa, a iniciativa doprocesso legislativo está reservada aochefe do Poder Executivo local. OsEstados-membros e o Distrito Federaldevem obediência às regras de iniciativalegislativa reservada, fixadas

constitucionalmente, sob pena de violaçãodo modelo de harmônica tripartição depoderes, consagrado pelo constituinteoriginário." (ADI 1.182, Rel. Min.Eros Grau, julgamento em 24-11-2005, Plenário,DJ  de10-3-2006.) No mesmo sentido: RE508.827-AgR,  rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 25-9-2012, SegundaTurma, DJE  de 19-10-2012.12."Lei estadual que dispõe sobre asituação funcional de servidores públicos:iniciativa do chefe do Poder Executivo (art.

61, § 1º, II, a  e c , CR/1988). Princípio dasimetria." (ADI 2.029,  Rel. Min. Ricardo

Lewandowski, julgamento em 4-6-2007,Plenário, DJ de 24-8-2007.)13. "Processo legislativo. Iniciativa

privativa do Poder Executivo. Emenda peloPoder Legislativo. Aumento de despesa.Norma municipal que confere aosservidores inativos o recebimento deproventos integrais correspondente aovencimento de seu cargo. Lei posteriorque condiciona o recebimento destebenefício, pelos ocupantes de cargo emcomissão, ao exercício do serviço públicopor, no mínimo, doze anos. Norma querege o regime jurídico de servidor público.Iniciativa privativa do chefe do Executivo.

Alegação de inconstitucionalidade destaregra, ante a emenda da Câmara deVereadores, que reduziu o tempo mínimode exercício de quinze para doze anos.Entendimento consolidado desta Corte nosentido de ser permitido a parlamentaresapresentar emendas a projeto de iniciativaprivativa do Executivo, desde que nãocausem aumento de despesas (art. 61, §1º, a  e c  c/c art. 63, I, todos da CF/1988).Inaplicabilidade ao caso concreto." (RE274.383, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamentoem 29-3-2005, Segunda Turma, DJ de 22-4-2005.)14. "À luz do princípio da simetria, é deiniciativa privativa do chefe do PoderExecutivo estadual as leis que disciplinemo regime jurídico dos militares (art. 61, §1º, II, f , da CF/1988). Matéria restrita àiniciativa do Poder Executivo não pode serregulada por emenda constitucional deorigem parlamentar." (ADI 2.966,  Rel.Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 6-4-

2005, Plenário, DJ  de 6-5-2005.) No mesmosentido:ADI 858,  Rel. Min. RicardoLewandowski, julgamento em 13-2-2008,Plenário, DJE de 28-3-2008. Vide: ADI 2.102, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em15-4-2009, Plenário, DJE de 21-8-2009.15. É inconstitucional a Lei 4.525/2005 doEstado do Rio de Janeiro, a qual tornaobrigatória a gratuidade do serviço deteleatendimento realizado por entidadespúblicas e privadas ao consumidor noâmbito da respectiva unidade federativa e

dá outras providências. Com base nesseentendimento, a 1ª Turma, por maioria,após converter embargos de declaração

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em agravo regimental e desprovê-lo,manteve decisão monocrática do Min. DiasToffoli, que negara seguimento a agravo

de instrumento, do qual relator, aoassentar vício de iniciativa do diplomanormativo adversado.Na espécie, a decisão singular entenderaque, nos termos de jurisprudência daCorte, padeceria de inconstitucionalidadeformal a lei resultante de iniciativaparlamentar que dispusesse sobreatribuições de órgãos públicos, matériaafeta ao Chefe do Poder Executivo.Vencido o Min. Marco Aurélio, queapontava a necessidade de submissão da

questão ao Plenário, tendo em vista quesomente este órgão poderia examinarprocessos que tratassem de conflito de leicom a Constituição. AI 643926 ED/RJ, rel.Min. Dias Toffoli, 13.3.2012. (AI-643926) 16. ADI e aumento de despesaO Plenário julgou procedente pedidoformulado em ação direta, ajuizada peloGovernador do Estado do Espírito Santo,para declarar a inconstitucionalidade dosartigos 22 e 25 da Lei Complementarcapixaba 176/2000, resultantes de emendaparlamentar.A norma refutada, ao reorganizar aestrutura da Secretaria de Estado daEducação, criou 2 cargos de procuradorpara atuarem junto ao referido órgão, bemcomo mais outros 2 cargos em comissãode assessor técnico. Asseverou-se que amencionada emenda, além de não terpertinência com o projeto do Executivo,implicaria, ainda, aumento de despesa (CF,art. 63, I). ADI 2305/ES, rel. Min. Cezar

Peluso, 30.6.2011. (ADI-2305) Processo Legislativo – SançãoA sanção é ato exclusivo do Chefe doPoder Executivo, podendo ser expressa outácita. Importante destacar que a sançãodo Chefe do Poder Executivo não é capazde convalidar vício de iniciativa, estando aSúmula n° 5 do STF superada pela jurisprudência da própria Corte.17. “A sanção do Governador do Estado àproposição legislativa não afasta o víciode inconstitucionalidade formal. Ação

direta de inconstitucionalidade julgadaprocedente.” (ADI 2113, Relator(a):  Min.

CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgadoem 04/03/2009)18. “MATÉRIA SUJEITA À RESERVA DE

INICIATIVA DO CHEFE DO PODEREXECUTIVO. PROCESSO LEGISLATIVO.INSTAURAÇÃO DEPENDENTE DEINICIATIVA CONSTITUCIONALMENTERESERVADA AO CHEFE DO PODEREXECUTIVO. DIPLOMA LEGISLATIVOMUNICIPAL QUE RESULTOU DEINICIATIVA PARLAMENTAR. USURPAÇÃODO PODER DE INICIATIVA. SANÇÃO DOPROJETO DE LEI. IRRELEVÂNCIA.INSUBSISTÊNCIA DA SÚMULA Nº 5/STF.INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL.” (AI

348800, Relator(a): Min. CELSO DEMELLO, julgado em 05/10/2009, publicadoem DJe-197 DIVULG 19/10/2009 PUBLIC20/10/2009).16. "A sanção do projeto de lei nãoconvalida o vício de inconstitucionalidaderesultante da usurpação do poder deiniciativa. A ulterior aquiescência do chefedo Poder Executivo, mediante sanção doprojeto de lei, ainda quando dele seja aprerrogativa usurpada, não tem o condãode sanar o vício radical dainconstitucionalidade. Insubsistência daSúmula 5/STF. Doutrina. Precedentes."(ADI 2.867,  Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 3-12-2003, Plenário,DJ  de9-2-2007.)

Processo legislativo: VetoAssim como a sanção, o veto também éato exclusivo do Chefe do PoderExecutivo, devendo ser sempre expresso.17. “Se para a apreciação do veto é exigido

o voto da maioria absoluta (CF, art. 66, §4º) e o seu exame ocorreu na vigência daatual ordem constitucional, não poderia aAssembleia Legislativa valer-se daquelefixado na anterior Carta estadual paradeterminá-lo como sendo o de dois terços.O modelo federal é de observânciacogente pelos Estados-membros desde adata da promulgação da Carta de 1988.”(Rcl 1.206,  Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 22-8-2002, Plenário,DJ  de18-10-2002.)

18. “No caso, o que se pretende, naimpetração, é provimento que iniba oCongresso Nacional de apreciar o Veto

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Parcial n.º 38/2012, aposto pela Presidenteda República ao Projeto de Lei n.º2.565/2011, antes da votação de todos os

demais vetos anteriormente apresentados(mais de 3.000  –  três mil), alguns comprazo vencido há mais de 13  –  treze  – anos.A medida liminar, que tem naturezaantecipatória, não pode ir além nem deferirprovidência diversa da que deriva dasentença definitiva. Assim, no entendermajoritário da Corte, não há como mantera determinação liminar ordenando aoCongresso Nacional que se abstenha dedeliberar acerca do Veto Parcial nº 38/2012

antes que proceda à análise de todos osvetos pendentes com prazo de análiseexpirado até a presente data, em ordemcronológica de recebimento da respectivacomunicação”. (MS 31816 MC-AgR,Relator(a): Min. LUIZ FUX, Relator(a) p/Acórdão: Min. TEORI ZAVASCKI, TribunalPleno, julgado em 27/02/2013)

PODER JUDICIÁRIO

REFORMA DO PODER JUDICIÁRIO  – ALGUMAS ALTERAÇÕESEMENDA CONSTITUCIONAL 45/2004a todos, no âmbito judicial eadministrativo, são assegurados arazoável duração processo e os meios quegarantam a celeridade de sua tramitação(art. 5º, LXXVIII);a possibilidade de se criarem varasespecializadas para a solução dasquestões agrárias. (art. 126);a “constitucionalização” dos tratados e

convenções internacionais sobre direitoshumanos desde que aprovados peloquórum qualificado das emendasconstitucionais (art. 5º, § 3º);a submissão do Brasil à jurisdição doTribunal Penal Internacional a cuja criaçãotenha manifestado adesão (art. 5º, § 4º);a federalização de crimes contra direitoshumanos, objetivando o deslocamento decompetência para a Justiça Federal (art.109, V-A e § 5º);previsão do controle da Magistratura por

meio do Conselho Nacional de Justiça (art.92 , I-A § 1º);

previsão do controle externo do MinistérioPúblico por meio do Conselho Nacional doMinistério Público (art. 130 –A);

ampliação de algumas regras mínimas aserem observadas na Elaboração doEstatuto da Magistratura, todas no sentidode se dar maior produtividade etransparência à prestação jurisdicional, nabusca da efetividade do processo (art. 93);ampliação da garantia de imparcialidadedos órgãos jurisdicionais (art. 95, §parágrafo único, IV e V);a extinção dos Tribunais de Alçada,passando os seus membros a integrar osTJ´s dos respectivos Estados e

uniformizando assim a nossa Justiça (art.4º da EC 45/2004);transferência de competência do STF parao STJ no tocante à homologação desentenças estrangeiras e a concessão doexequator  às cartas rogatórias (art. 102, I,“h”(revogada); 105, I, “i”); criação da Súmula Vinculante do STF (art.103-A);a aprovação da nomeação de Ministro doSTJ pelo quórum de maioria absoluta dosmembros do Senado Federal (art. 104,parágrafo único);ampliação da garantia de imparcialidadedos membros do MP (art. 128)