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l EDITORIAL

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Propriedade:Federação do Setor FinanceiroNIF 508618029

Correio eletrónico:[email protected]

Diretor:Delmiro Carreira – SBSI

Diretores Adjuntos:Carlos Marques – STASCarlos Silva – SBCHorácio Oliveira – SBSIPereira Gomes – SBN

Conselho editorial:Constança Sancho – SBSIFirmino Marques – SBNPatrícia Caixinha – STASSequeira Mendes – SBC

Editor:Elsa Andrade

Redação e Produção:Rua de S. José, 1311169-046 LisboaTels.: 213 216 062/090Fax: 213 216 180

Revisão:António Costa

Grafismo:Ricardo Nogueira

Execução Gráfica:Xis e Érre, [email protected] José Afonso, 1 – 2.º Dto.2810-237 Laranjeiro

Tiragem: 68.000 exemplares(sendo 3.500 enviados porcorreio eletrónico)Periodicidade: MensalDepósito legal: 307762/10Registado na ERC: 125 852

Ficha Técnica

l STAS ActividadeSeguradora

2825l Bancários Norte

22l Bancários Centro

l Bancários Sul e Ilhas

Um túnel sem fundo à vista

Tudo tem servido para,à boleia da crise, colocar em causa

compromissos firmados de boa-fé, veja-seo caso do salário mínimo, ou até colocar emcausa a carta magna do País, como se fosse

esta a culpada dos erros, omissõese negligências de quem governa

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Estamos perante uma crise económica e financeirasem par na nossa História. É uma evidência que todossentimos na pele e que tem justificado os maiores

disparates políticos de que há memória na democracia.Tudo tem servido para, à boleia da crise, colocar em causa

compromissos firmados de boa-fé, veja-se o caso do saláriomínimo, ou até colocar em causa a carta magna do País, comose fosse esta a culpada dos erros, omissões e negligências dequem governa. O recente episódio de um secretário de Estadovir pressionar o Tribunal Constitucional para que a decisão, queeste vai ter de tomar sobre o OE para 2013, não coloque em causaa sua integral aplicação, é a cereja no cimo do bolo, dando assimrazão à ministra da Justiça, quando esta afirmou que tudo iamudar na justiça após a sua, e a da nova PGR, entrada em cena.Ou se quisermos subir o degrau da responsabilidade, temos ocaso do Pedro e da Laura, que enquanto cidadãos me merecemtodo o respeito, mas que deviam ter o bom senso de estaremcaladinhos no que respeita à partilha dos sacrifícios a que umaboa parte da população portuguesa se encontra obrigada, semesquecer que o Pedro primeiro-ministro é aquele que todos osanos e até em alguns meses promete a luz ao fim do túnel, paradaí a momentos constatarmos que afinal estamos, isso sim, numtúnel sem fim à vista.

Primeiro-ministro que confunde o trigo e o joio quando numdiscurso para jovens do seu partido falava das pensões, seja qualfor o montante, recebidas pelos pensionistas como se estasfossem um luxo ou uma regalia, esquecendo-se de dizer, porquenão lhe convinha, que à exceção daquelas recebidas pelospolíticos todas as outras são a contrapartida legalmente assu-mida pelo sistema de Segurança Social, que ao longo da vidaprofissional dos trabalhadores recebeu destes a contribuiçãoestabelecida e que agora unilateralmente coloca em causa.

É de facto ridícula, se não fosse perigosa, a deriva que agovernação deste País tem vindo a sofrer, à qual acresce umPresidente da República sem rumo e sem um objetivo para quemnele votou – em sede de declaração de interesses, fica desde já

a minha afirmação de que não votei nele –, incapaz de definirpolíticas que caminhem em defesa dos portugueses, ao encontrodas promessas que eleitoralmente fez, ou tão-somente emdefesa dos que nele votaram. Nos seus discursos redondos, jáouvimos a primazia dos mercados e o seu contrário; já ouvimosque os portugueses não aguentam mais a situação, quando esta,numa escala de 10 ainda se encontrava nos 6, e depois umsilêncio ensurdecedor, quando começou a trepar na escala,agora ultrapassada; já o vimos e ouvimos afirmar que tem sériasdúvidas sobre a constitucionalidade de um diploma com aimportância que tem o Orçamento do Estado, mas depoisempurrar com a barriga a sua promulgação e esperar que outrostomem as decisões que ele não quis ou não foi capaz de tomar.

E tudo isto de um PR que em tempos, ainda se devem recordardo episódio da autonomia açoriana, não se importou de fazer umdiscurso à nação porque lhe estavam a querer tirar poderes. Écaso para perguntar: de que lhe serve afinal o poder que tem?

É preocupante a situação, e muito mais preocupante quandose assiste a um vazio de lideranças políticas fortes e coerentes,com respostas fazíveis aos problemas com que o país se depara,com um discurso suficientemente mobilizador capaz de trans-mitir aos portugueses a tranquilidade que estes precisam paradobrar este cabo das tormentas em que se encontram.

Este é o terreno pantanoso propício ao surgimento de algumcharlatão bem vestido e bem-falante, legitimado pela falta decredibilidade em que a classe política se encontra, alicerçadopelas sucessivas golpadas a que temos assistido ao edifício doEstado social, ao desrespeito por compromissos passados e atéao discurso, já ensaiado, de suspender a Constituição porquantoesta é uma força de bloqueio.

Na democracia há temas com que não se pode brincar, e noentanto, muitos dos que no momento da sua tomada de possejuram cumprir e fazer cumprir a Constituição, estão a brincar comela. Resta-nos, se eles não forem capazes de arrepiar caminho,exigirmos e obrigarmos nós ao cumprimento da Constituição doPaís.

TEXTO: CARLOS MARQUES

Rui Santos, editor da Revista Febase desde o seu primeironúmero, publicado em 16 de março de 2010, pediu a demissãodessas funções alegando descontentamento com algumafalta de empenho de membros da equipa da revista e dificul-dades de articulação com o Pelouro da Informação.

A Febase deve bastante a Rui Santos pela forma compe-tente, profissional e, acima de tudo, pela atitude sindicalque sempre assumiu no desempenho da importante funçãode editor de uma revista ímpar no movimento sindicalportuguês.

Em nome do Secretariado, da Direção da Revista Febase e do meupróprio, agradeço sinceramente o privilégio de termos trabalhadoem conjunto nestes quase três anos em que se produziram 28números, rigorosamente publicados nas datas programadas.

Elsa Andrade, jornalista da revista, assume as funções atéagora desempenhadas por Rui Santos, o que é uma garantiade que o bom trabalho até agora levado a cabo continuará.

Delmiro CarreiraDiretor da Revista Febase

NOTA DO DIRETOR

RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 15 de janeiro 2013 ––––– 3

ENTREVISTA l Rui Riso“Febase é antecâmara para um sindicato único” 4

“O ano de 2012 foi profundamente negativo para os bancários" 6

“Queremos negociar com a APB cláusulas de regulação” 7

SINDICAL l AtualidadeConselho Geral aprova Plano de Atividades e Orçamento 8

Negociação coletiva no topo das prioridades 9

Novo mecanismo de supervisão bancáriamarca reunião do diálogo social do BCE 10

OE 2013: Presidente fica aquém do desejado pela Febase 11

Questões l JurídicasOrçamento inconstitucional 12

Respeito pela Constituição 13

CONTRATAÇÃO l BancaFebase propõe manutenção do pagamento por inteiro dos subsídios 14

Federação quer saber destino dos subsídios de férias 15

Despedimento coletivo no BIC/BPN 15

CONTRATAÇÃO l SegurosNão desistiremos de lutar contra toda e qualquer adversidade 16

UGT l Concertação SocialUGT exige recuo do Governo 17

TEMPOS LIVRES l NacionalCaminhadas voltam em força 18

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l Rui Risoentrevista

P - Fala-se muito em refundação. Ossindicatos também precisam de passar porum processo dessa natureza?

R - Os sindicatos e as suas direções, aocontrário daquilo que alguns dizem, sãoeleitos democraticamente. Às vezes pro-cura-se colocar em causa a legitimidadedas direções tendo em conta o número devotantes, mas em Portugal, de uma ma-neira geral, a abstenção tem vindo aaumentar.

Uma análise sumária e distanciadafaz-nos pensar que as pessoas partici-pam menos por dois motivos: acham quealguns vão votar e resolvem o problema,não tendo eles essa incomodidade; ou-tros pensam que as instituições da demo-cracia, neste caso os sindicatos, têm nestemomento um papel menos importantedo que no passado. Não pode haver maiorerro neste tipo de pensamento, porquan-to a democracia exige participação doscidadãos. Ainda assim, as direções dossindicatos são eleitas democraticamen-te pelas pessoas que querem votar e daíresulta a sua legitimidade.

Mas naturalmente há evoluções nassociedades que obrigam as instituições aadaptarem-se, seria uma visão perfeita-mente anacrónica dizer que o sindicalis-mo de hoje é igual ao de 1974/75. Isso estáa acontecer com os sindicatos, mas o seupapel continua e continuará sempre a sera defesa dos seus representados, em qual-quer circunstância e perante qualquer ad-versidade. É verdade que nem sempre é

induz o critério da concorrência desleal,porque há entidades a fazerem concorrên-cia a outras pois os seus trabalhadorestêm menos direitos. Quando os sindicatospediram a publicação da Portaria de Exten-são, a reclamação veio de uma série deInstituições que, apesar de associadas daAPB, estão à margem da negociação cole-tiva. Isto não pode continuar a acontecer.Se houve publicação de portarias de exten-são para outros setores, faz todo o sentidoque a do setor financeiro também o seja.

Ataque aos sindicatos

P - Disse que neste momento é maisfácil negociar com a banca do que com oGoverno. Algumas vozes críticas acusamos sindicatos de defenderem os interes-ses do patronato. Como é que a Febaseencara essas acusações?

R - Nunca os sindicatos fizeram o papeldos patrões. Os sindicatos dos bancáriosprecisam de ter bancos fortes, porquequanto maior for a sua saúde financeiramais possíveis e fáceis se tornam osprocessos reivindicativos. Em Portugal eum pouco por toda a Europa verifica-seque a negociação é a única via possívelpara obter resultados.

Os sindicatos da Febase assentaramsempre a sua postura na negociação e éesse percurso que querem continuar apercorrer, pois assim conseguem-se di-reitos que por outra via não se alcan-çam, como se tem visto nos últimosanos. E precisamos sobretudo de tirar ostrabalhadores bancários do "olho do fu-racão" da crise. Isso, ainda assim, temvindo a ser conseguido, com muita difi-culdade e contra ventos e marés. Porvezes até contra ventos e marés inter-nos, porque parece haver pessoas quenão aceitam muito bem as regras demo-cráticas. Pessoas a quem não se reco-nhece qualquer tipo de atividade sindi-cal ou de defesa dos direitos dos traba-lhadores – além de uma atividade pan-fletária – acusam permanentemente asdireções e os sindicatos de nada faze-rem. Os sindicatos fazem e mantêm. Acrítica pela crítica não conduz a ladonenhum, é preciso as pessoas unirem-senestes momentos difíceis, para levar-mos a bom porto o barco que dirigimos.

De uma vez por todas, há que saberviver em democracia e não se pode nem

deve utilizar a liberdade de expressão, sópossível em democracia, para a pôr emcausa. O mesmo acontece com os sindi-catos, as minorias devem ter a capacida-de de fazer oposição obedecendo às re-gras democráticas. A oposição responsá-vel é útil à democracia, mas a irrespon-sável contribui para o seu descrédito. Ébom que os trabalhadores do setor finan-ceiro saibam que na última revisão esta-tutária da Febase o Secretariado Nacio-nal acolheu alterações propostas por umgrupo de conselheiros que votaram con-tra as suas próprias propostas, só paraque constasse. Decididamente, esta éuma oposição irresponsável.

P - Outra crítica recorrente é que ossindicatos são divisionistas…

R - Não acolho essa crítica. Os sindica-tos da Febase, quando entenderam fun-dar a Federação, pretenderam criar umaorganização que ultrapassasse as difi-culdades existente pelo facto de havertrês sindicatos verticais do setor bancá-rio e dois do segurador. Ou seja, o obje-tivo foi não funcionar como divisionista,mas exatamente o contrário.

Entretanto foram aparecendo outrossindicatos na área da banca, alguns an-tes ainda da fundação da Febase – aquem não se reconhece atividade sindi-cal –, bem como um sindicato de empre-sa, cuja génese está na saída de algunselementos dos sindicatos verticais. Por-tanto, não são os sindicatos verticaisque têm contribuído para esse divisio-nismo, são mais os outros, porque todos

Secretário-geral da Federação

“Febase é antecâmara para um sindicato único”A Febase poderá dar origem

a um sindicato nacionaldo setor financeiro. A ideia

está a ser consolidada, como objetivo de ter uma

organização mais fortee representativa, revela

o secretário-geralda Federação. Rui Riso critica

ainda as constantes críticasao trabalho dos sindicatos,

num momento tãocomplicado para

os trabalhadores comoo que se vive atualmente

R - Tem sido. Há mais abertura da APB doque do Governo. O Acordo Tripartido cele-brado com a UGT – agora posto em causapelo Governo – tem uma cláusula que serefere concretamente à valorização da con-tratação coletiva, mas não basta dizer quequeremos valorizá-la com os parceiros nãopúblicos. O Governo, quando é parceiro nacontratação coletiva, também tem de terabertura para essas negociações. E temsido difícil negociar com o Governo.

P - Os sindicatos também reclamam apublicação de portarias de extensão, sus-pensas há algum tempo…

R - As portarias de extensão são tam-bém valorizadas no Acordo Tripartido daconcertação social, ainda que o Governo,em determinada altura, tenha posto emcausa os critérios de representatividadedas associações para as solicitarem. É detoda a justiça que no setor existam asmesmas normas e regras. Não podemospermitir que trabalhadores desempenhan-do as mesmas funções tenham situaçõesdiferentes, ou seja, se estão em institui-ções financeiras que negoceiam com ossindicatos têm um determinado tipo deproteção e os outros, porque não abrangi-dos pela convenção coletiva, têm menosproteção ou nenhuma. E também aqui se

dada aos sindicatos a visibilidade quedeveriam ter no quadro da democraciaportuguesa, porquanto se encontramosespaço para discutir matéria sindical e dedireitos laborais com as entidades patro-nais temos por vezes algumas dificulda-des em discutir com outras instituições dademocracia, nomeadamente com o Go-verno, quando existem problemas comoos que são conhecidos relativamente ainstituições públicas – CGD, IFAP, BPN,Parvalorem. Não tem havido por parte doGoverno abertura para aprofundar as ne-gociações que têm de ser levadas a caboneste contexto. E isto pode levar a umasituação permanente de processos emtribunal, o que não é bom para o Governo,para os sindicatos e para os trabalhadoresdo setor. As instituições democráticas têmque se respeitar mutuamente e nem sem-pre sentimos que haja esse respeito paracom os sindicatos. Quer se queira quernão, o espaço dos sindicatos sempre foi eserá o mesmo: a defesa intransigente dosdireitos, por via da negociação.

Valorizar a negociação coletiva

P - É mais fácil negociar com os banquei-ros do que com o Governo?

eles derivam dos sindicatos verticais. Sealguém tem de ser acusado de divisio-nista não é seguramente a Febase nemos seus sindicatos, até porque estessindicatos têm uma matriz que não aco-lhe o conflito pelo conflito, valorizandoantes o diálogo e a negociação.

Caminhar paraum sindicato único

P - A existência da Febase pode ser umentrave a uma refundação sindical nes-te setor?

R - A fundação da Febase teve em vistaultrapassar o facto de não ter sido possívelna altura caminhar-se para um sindicatoúnico. Hoje pensamos, tal como antes, quea Febase pode ser a antecâmera de umsindicato único do setor financeiro, deâmbito nacional. Tudo leva a crer que essaserá uma das opções futuras e é tambémum anseio da classe bancária e dos traba-lhadores dos seguros.

P - É para aí que se caminha?R - Têm sido dados passos nesse sen-

tido, vamos ver se é possível caminharde formar mais consistente. Mas sabe-mos que estes processos nunca são fá-ceis nem rápidos, têm de ser consolida-dos. Os sindicatos verticais da banca edos seguros estão integrados na socie-dade sob esta forma, e por vezes asinstituições com muitos anos têm algu-ma dificuldade em adaptar-se a estasnovas realidades.

P - Qual é a mais-valia para os traba-lhadores de um sindicato único em vezda manutenção dos atuais sindicatosintegrados numa federação?

R - Terem um sindicato mais forte, por-que mais representativo. Há sinergias queacabam por não ser aproveitadas exata-mente por haver cinco sindicatos. Em ter-mos de contratação coletiva esse deside-rato já foi alcançado, porque o Pelouro daContratação, quer da banca quer dos segu-ros, tem tido resultados assinaláveis,mesmo contra todas as tempestades.Convém lembrar que o setor seguradoresteve sem convenção coletiva durantealguns anos e há quase dois, numa alturafrancamente crítica, conseguiu fechar umCCT, que está em vigor. Isso é tambémfruto da existência da Febase, porque for-taleceu os sindicatos que a compõem. Mashá alguns setores da nossa atividade sin-dical que podem ser melhorados e alavan-cados, e sê-lo-ão com certeza com a cria-ção de um sindicato único. E dada a impor-tância do setor financeiro no sindicalismoem Portugal, o seu fortalecimento condu-zirá também ao fortalecimento da ativi-dade sindical portuguesa.

TEXTO: ELSA ANDRADE

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A oposição responsávelé útil à democracia,mas a irresponsável contribuipara o seu descrédito

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l Rui Risoentrevista

P - O ano de 2012 foi muito complicadopara os bancários. Que balanço é possívelfazer?

R - Um balanço francamente negativo.A uma acentuada diminuição da atividadeeconómica em Portugal correspondeu umaforte redução da atividade financeira, queacabou por se refletir nos bancários, no-meadamente na redução de postos detrabalho num setor onde tal não aconteciadesde 1939, e com uma mediatização tãogrande. Por outro lado, as alterações nafiscalidade de produtos como os PPR, maistarde ou mais cedo, poderão vir a afetarmuitos postos de trabalho na atividadeseguradora.

P - Os reformados também foram atin-gidos, apesar da salvaguarda dos subsí-dios face à transferência dos fundos depensões para o Estado…

R - É verdade. Os sindicatos conseguirama manutenção dos 13.º e 14.º meses dosreformados e pensionistas através do Acor-do Tripartido, e os restantes casos estão emtribunal. Mas mantém-se o problema dopeso excessivo dos impostos, que está a

“O ano de 2012 foi profundamentenegativo para os bancários”

tirar poder de comprar aos portugueses.Segundo a KMG, a carga fiscal em Portugalestá entre as mais altas da Europa e osreformados têm uma taxa ainda mais ele-vada. Ora com a entrada cada vez maistardia dos jovens no mercado de trabalho,com níveis de desemprego como os quetemos, quantos pais e avós asseguram oapoio aos seus, quer para os estudos querpara pagar o empréstimo da casa ou atépara a alimentação? E quantos pais veemos filhos regressar a casa, umas vezesacompanhados pelos cônjuges e filhos,outras depois de desfeitos casamentos,também por dificuldades económicas? Nofundo, pais e avós substituem-se ao Estadonum tipo de apoio social que acaba pordesequilibrar os seus próprios orçamentos.As sociedades desenvolvem-se numa ex-pectativa de ascensão social e espera-seque as gerações vindouras tenham melho-res condições de vida do que as antecesso-ras. Quando esses percursos ascensionaisse interrompem, as consequências podemser difíceis no presente e serão devastado-ras no futuro.

P - As perspetivas para 2013 são de umano ainda mais difícil.

R - A diminuição de rendimentos dostrabalhadores por via do OE para 2013preocupa-nos sobremaneira e suscitare-mos, nas instâncias próprias, a inconstitu-cionalidade dos artigos que afetam osrendimentos dos trabalhadores no ativo edos reformados.

Na prática, essa redução diminuiráabruptamente o poder de consumo e ape-nas parte das consequências estão à vista,muitas só aparecerão no futuro. Nos últi-mos 30 anos evoluímos de forma sólidanos indicadores de desenvolvimento social,mas atente-se no aumento da mortalida-de infantil, segundo foi recentemente di-vulgado. Passar de 2,5 para 3,1 transpor-ta-nos para níveis de há dez anos – e deentre os muitos fatores que possam tercontribuído para essa regressão um seráincontornável: a crise económica, donderesultam dificuldades de acesso a níveisde bem-estar que estavam a consolidar-se na sociedade portuguesa. A continuarassim, dentro de poucos anos diminuirátambém a longevidade, porquanto a dimi-nuição de rendimentos cerceia o acesso àsaúde e diminui a qualidade dos alimen-tos, por exemplo.

P - O OE traz também a novidade de umanorma dirigida concretamente aos traba-

lhadores do Banco de Portugal. Como en-cara essa questão?

R - O não pagamento dos subsídios deférias aos trabalhadores do Banco de Por-tugal é um caso ainda mais complexo. Àinconstitucionalidade, em nosso enten-der, acresce o facto de os bancos centraisnão poderem financiar os Estados, de acor-do com o BCE. A ser assim, os montantesdos subsídios retidos não poderão serentregues ao Estado português e ficarãono banco, tornando a medida absoluta-mente inócua. Esta é a posição que apre-sentaremos ao Governador quando ocor-rer a reunião que solicitámos.

Críticas na comunicação social

P - Estas tomadas de posição da Febasetêm suscitado reações negativas na opi-nião pública…

R - A comunicação social tem vindo alevantar questões sobre a atividade sindi-cal em geral e sobre a dos bancários emparticular, porquanto os sindicatos verti-cais têm, ainda assim, conseguido asse-gurar um conjunto de direitos que resultade décadas de negociação coletiva. O factode termos assegurado esses direitos –nomeadamente dos reformados, atravésdo Acordo Tripartido –, tem sido alvo decomentários menos favoráveis.

Assentando a sua postura na negocia-ção, estes sindicatos têm conduzido àmanutenção de um conjunto de direitosque outros não têm conseguido – e issoparece estar a incomodar mais a comuni-cação social do que a sociedade e colocaos bancários no "olho do furacão": porquea crise foi apontada como sendo do setorbancário e causada por este, e porque ossindicatos têm conseguido assegurar osdireitos dos seus representados.

P - As famílias foram confrontadas comum forte endividamento e sem capacida-de para assegurar os seus compromis-sos…

R - Ao longo dos anos, e um pouco aocontrário do que a opinião pública diz, oendividamento das famílias em Portugalresultou de haver no mercado grandesquantidades de recursos económicos. Osportugueses aproveitaram os instrumen-tos que a banca pôs ao seu dispor paramelhorarem as suas condições de vida, eos bancários, como bons profissionais,trabalharam bem esses produtos. Nuncaninguém disse que aqueles recursos iam

acabar de um momento para o outro e quea expetativa de crescimento contínuo iriaacabar numa recessão como a que esta-mos a viver desde 2008. Portanto, eraexpetável que as famílias conseguissemultrapassar todo esse endividamento.

P - Mas a salvação dos bancos trouxeproblemas à população, como a naciona-lização do BPN e o apoio à recapitalizaçãode algumas instituições…

R - Em Portugal tivemos o problema doBPN, mas é bom lembrar que em quasetodos os países houve casos semelhantes.Basta ver Espanha, com a questão doBankia e da Novagalicia Banco. Existemdeterminações claras para haver uma for-te redução do número de trabalhadoresnesses dois grupos bancários, que podeatingir oito mil.

Sempre considerámos que o novo BPN(por integração no BIC) não poderia traba-lhar com menos de 1200 trabalhadores efoi sensivelmente esse número que ficou.Estamos naturalmente muito preocupa-dos com os 99 trabalhadores que recebe-ram cartas de despedimento e a trabalharpara os defender da melhor maneira legalque se encontrar. Como estamos tambéma trabalhar na defesa dos trabalhadores daParvalorem e de todos os outros.

Trabalhadores qualificados

P - Refere-se aos processos de rescisõesde contrato?

R - Sim. É bom não esquecermos que osbancos, para poderem recorrer aos fundosde recapitalização, tinham de apresentarplanos de reestruturação. Mas nós nãoqueremos que a banca continue a perderprofissionais. Os bancos e os sindicatosapostam muito na formação dos bancários,uma formação que demora anos a conso-lidar. Esta redução drástica do número detrabalhadores poderá pôr em causa, maistarde, o desenvolvimento da atividadeeconómica em Portugal, por falta de efe-tivos qualificados. Os bancários não con-tam só dinheiro, muita da atividade ban-cária não é feita por máquinas mas porpessoas qualificadas, por profissionais quelevaram a banca portuguesa a ser uma dasbancas mais produtivas da Europa e até domundo. Esta matéria é de tal maneira

importante que nas reuniões do diálogosocial entre a UNI e a Comissão Europeiaexiste uma viva discussão sobre as com-petências que os trabalhadores bancáriosdevem possuir para desempenhar estaatividade.

P - A retoma portuguesa dependerámuito da política europeia…

R - Sem dúvida. Quando a Grécia teve umproblema, o problema era grego; quandoa Irlanda teve um problema, era irlandês;quando Portugal teve um problema, esteé português mas já começa a ser tambémda Europa. E a seguir há um problema emEspanha, surgem dúvidas sobre a solidezdo sistema financeiro italiano e o francêstambém não está muito bem: a crisetorna-se muito mais europeia do que até

então. Enquanto foram os países do Sul daEuropa, excetuando a Irlanda – que temsido quase excluída dos países em criseem todos os discursos oficiais, quer dosresponsáveis europeus ou até dos de Por-tugal, Espanha ou da Grécia – a Europa nãotomou medidas atempadas para evitarque a crise se propagasse. E o Chipretambém já foi intervencionado.

Sempre defendi – nas nossas publica-ções e no Congresso da UNI – que quandoa crise atingisse os países grandes encon-trar-se-iam soluções, e dá ideia que aEuropa ficou à espera que a crise chegasseà Itália, à França e à Alemanha (tambémjá se fala nisso) para tomar medidas.Parece que agora há vontade de resolveras coisas.

P - Os sindicatos sentem que a população em geral considera os bancários responsáveis pelosriscos do crédito, confundido o papel dos bancos com o dos bancários?

R - Existe muito essa confusão, com fortes contributos da comunicação social. Quando umbancário vende um produto financeiro com algum risco, que seguramente é explicado, e o clientevê em causa o seu património porque não contou com o risco, vira-se contra o trabalhador, nãocontra o banco ou o sistema financeiro. Isso está a acontecer novamente. Como as taxas de jurodos produtos tradicionais são baixas, as pessoas apostam nos produtos bancários de elevadorisco, que continuam a existir.

Temos receio que a breve trecho possam ocorrer outros desvarios como os cometidos nopassado relativamente a estes produtos. Daí os sindicatos entenderem, nomeadamente atravésda UNI, que tem de haver muito mais regulação para estes produtos.

P - Em alguns países, como a Inglaterra, os sindicatos conseguiram negociar com a banca umestatuto de vendas responsáveis. Os sindicatos da Febase vão seguir o exemplo?

R - Continuamos nessa senda e pensamos que irá ser possível. A discussão deve fazer-se noquadro da negociação coletiva que está a ser desenvolvida na APB. Temos de introduzir algumascláusulas de salvaguarda sobre vendas responsáveis, não há mais condições no mercado paracontinuarmos a apostar em produtos de elevadíssimo risco. E isso não pode ser feito apenas numquadro de boas intenções, tem de estar formalizado.

A venda responsável é uma obrigação moral dos mercados financeiros: porem ao dispor dosseus clientes produtos dessa natureza, mas tendo obrigatoriamente toda a informação eavisando-os sobre os riscos. Já ficou provado no passado que os mercados não se autorregulam.

Esta matéria que tem sido muito discutida entre a UNI e a Comissão Europeia, ao nível daregulação e da Direção-Geral de Mercados Financeiros. Tem sido dito à CE, através da UNI, queos sindicatos não são apenas espetadores, têm de fazer parte deste processo de clarificação dosmercados. Este é um trabalho dos sindicatos, porque assim defendem os trabalhadores dapressão dos clientes e na sua estrutura moral, ao não serem obrigados a vender produtos deelevado risco como se não o tivessem.

P - Há abertura da banca para uma negociação desse nível?R - Pensamos que sim. Na revisão global do ACT – denunciado pelas Instituições de Crédito –

ainda não se começou a discutir essa matéria, que necessariamente tem de ser incluída nacontratação coletiva. Aliás, existe essa abertura um pouco por toda a Europa – já aconteceu naDinamarca, na Inglaterra, na Alemanha… Portanto pensamos que chegará também a Portugala necessidade de essa matéria ser regulada, mormente pela negociação coletiva.

No âmbito da contratação coletiva

“Queremos negociar com a APBcláusulas de regulação”

TEXTO: ELSA ANDRADE

RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 15 de janeiro 2013 ––––– 76 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 15 de janeiro 2013

A diminuição de rendimentosdos trabalhadores por viado OE para 2013 preocupa-nossobremaneira e suscitaremos,nas instâncias próprias,a inconstitucionalidadedos artigos que afetamos rendimentos dostrabalhadores no ativoe dos reformados

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RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 15 de janeiro 2013 ––––– 98 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 15 de janeiro 2013

SINDICAL l Atualidade Atualidade l SINDICAL

OPorto foi a cidade escolhida paraa reunião do Conselho Geral daFebase, no dia 13 de dezembro,

tendo em vista o debate e votação doPlano de Atividades e do Orçamento daFederação para 2013, que foi aprovadopor maioria, com 83 votos a favor equatro contra. Em cima da mesa esteveainda a deliberação de uma moção con-tra as principais políticas do Governoassentes no Orçamento do Estado.

Ainda antes do debate sobre a mo-ção, o presidente da Mesa da Assem-bleia Geral, José Alfredo Lopes Val-Fi-gueira, fez questão de lembrar que a

Conselho Geral aprovaPlano de Atividades e OrçamentoO Conselho Geral da Febase reuniu-se, em sessão ordinária,para votar o Plano de Atividades e o Orçamentoda Federação para 2013. Reunião marcada ainda pelaaprovação de uma moção contra as políticas do Governo

Febase completou cinco anos de ativida-de no dia 6 de dezembro, convidando oatual secretário-geral a proferir algu-mas palavras sobre a efeméride.

Rui Riso começou por congratular to-dos aqueles que contribuíram para aconstituição e desenvolvimento da Fe-deração, relembrando um processo lon-go e difícil mas ainda por terminar.Relativamente à moção, explicou que amesma fala por si, refletindo todas aspreocupações do setor financeiro numano que será muito penalizador. O secre-tário-geral terminou a sua intervençãogarantindo que a Febase quer ter umapalavra a dizer sobre este assunto.

Já Carlos Silva, em nome do Sindicatodos Bancários do Centro, revelou ser"com grande honra e gosto regionalistaque, em boa hora, se aderiu a esta ideia".O presidente do SBC afirmou que, nestescinco anos, a Federação ainda não seencontra consolidada mas que as basespara um debate construtivo sobre a cons-tituição de um sindicato único – desejoque vem sendo manifestado há algunsanos – estão lançadas. O candidato a secretário-geral da

UGT defendeu que a central sindicaltem um papel bastante relevante naconcertação social e os sindicatos daFebase "sempre têm sido um exem-plo de democraticidade interna, decapacidade organizativa, de defesaintransigente dos trabalhadores e dacontratação coletiva". Carlos Silvafinalizou lembrando que estes mes-mos sindicatos conseguiram umaimportante vitória com a assinatura,em 2011, do Acordo Tripartido, e quenão compreende como exista, no seiodos bancários, quem ponha em causaeste acordo.

Defesa do Estado social

Num ano que se prevê vir a ser muitodifícil, a defesa do Estado social torna-seassim numa das principais preocupa-ções da Febase, não deixando esta de

Aposta na comunicaçãoO Orçamento para 2013, apresentado por Helena

Carvalheiro, responsável pelo pelouro administra-tivo, fica marcado pela redução de 16.000€ noscustos totais em relação ao orçamento do anotransato. O total dos gastos será suportado, emigual valor, pelas receitas obtidas.

A aposta numa comunicação mais forte marca oorçamento para este ano, representando 339.900€

dos 519.610€ totais. O novo sítio, que estará onlinenos primeiros meses do ano, será mais um veículoimportante na aproximação aos associados.

Uma das principais áreas da estrutura da Federa-ção, a "Revista Febase", mantém a sua produção emdez números, mas os gastos descem, em partedevido à possibilidade de os assinantes receberemas edições via correio eletrónico.

A principal fonte de receita continuará a serproveniente das quotizações, com um acréscimo de8.700€, fixando-se nos 309.900€, a que se somamcerca de 30.000€ provenientes da publicidade, ouseja, 65% dos proveitos totais.

A parte restante – 179.710€ – será suportada porcada sindicato na mesma proporção do ano ante-rior: SBSI, 60%; SBN, 25%; SBC, 7,5%; STAS, 5,5% eSISEP, 2%.

Negociação coletivano topo das prioridades

Para a Febase é urgente a necessidade de anteci-par o pagamento de metade do 13.º e do 14.º mês,que deverão ser pagos mensalmente a partir dejaneiro deste ano, salvo em todos os casos em quejá existe antecipação mais favorável para os traba-lhadores, como é o caso do setor financeiro.

É ainda imperativo que tal medida seja extensívela todos os reformados e pensionistas do setor. Ovalor restante dos subsídios deverá ser pago igual-mente a todos os pensionistas que sofram um agra-vamento da carga fiscal.

É objetivo da Federação continuar a sua política dedefesa da negociação coletiva, elemento fulcral nadefesa do Estado democrático. Com base neste pres-suposto, é exigida a rápida publicação da Portaria deExtensão apresentada pelos sindicatos da Febase,nos prazos fixados na Resolução do Conselho deMinistros de outubro de 2012, bem como o diálogosocial na administração pública e no setor empresa-rial do Estado.

Salvaguarda de direitos

A salvaguarda dos direitos dos trabalhadores eminstituições como o IFAP, a Parvalorem, o Grupo CGDou a Real Vida Seguros é urgente e obrigatória.

A Febase não deixará de continuar a dedicarespecial atenção à situação vivida no Millennium//BCP, no Banco BIC, no Banif, no Barclays Bank, noMontepio Geral, no BES e em todas as IC em fase dereestruturação que desrespeitem a dignidade dostrabalhadores.

Banca e seguros, outrora tidos como motores daeconomia e do investimento, são agora vistos comoprincipais causadores da recessão económica e doretrocesso do Estado social. Desde o início da crisena Argentina, passando por EUA, Islândia, Grécia,Irlanda, Portugal e Espanha, que o setor financeiroestá constantemente debaixo de fogo.

No entanto, a Febase lembrou que os trabalhado-res não foram os responsáveis pelas políticas segui-das pelas empresas, pelos mercados e pelos países.Se os bancos e seguradoras portuguesas crescerame se revelaram como os mais modernos e rentáveisda Europa, muito contribuiu a missão bem-sucedidalevada a cabo por todos os trabalhadores do setor.

Foi esta proteção por parte da Febase que atraiusobre si a atenção da comunicação social, apostadaem lançar constantes ataques ferozes a quem sem-pre se dedicou a salvaguardar os interesses e direi-tos dos trabalhadores.

A Febase relembrou, por fim, que a banca produ-ziu, ao longo dos anos, "resultados operacionais quese traduziram em milhões de euros de lucros, distri-buídos de forma discricionária pelos seus acionistas,administrações e direções" e que, neste momento,são os trabalhadores a pagar a fatura da má gestãodos banqueiros.

estar atenta a tudo o que possa colocarem causa os direitos adquiridos.

O corte de quatro mil milhões de eurosna despesa mereceu reprovação doConselho Geral, tendo este referido quetal medida irá "pôr em causa o Estadosocial". Os conselheiros relembram que

o ensino obrigatório é universal e gra-tuito nos termos da Constituição e quea saúde é "um bem inalienável e ine-gociável para todos os cidadãos".

A Febase mostrou ainda a defesa in-transigente do Estado social como garan-tia de acesso à saúde, educação e Segu-rança Social, fazendo ver aos diferentesagentes políticos que o debate sobre omesmo não poderá nunca basear-se em"cortes cegos e iníquos", mas sim na"melhoria do funcionamento da adminis-tração pública, na garantia da qualidadena prestação dos serviços públicos, nasustentabilidade financeira do regimecontributivo da Segurança Social e namelhor utilização dos recursos financei-ros do Orçamento do Estado".

Moção aprovada

Na habitual sessão anual esteve emanálise uma moção contra as políticas

do Governo, tendo sido aprovada pormaioria, com 83 votos a favor e trêscontra.

O Orçamento do Estado – cuja fortecarga fiscal penalizará trabalhadores,pensionistas e cidadãos em geral –mereceu especial atenção por parte

dos conselheiros, tendo estes apeladoà sua fiscalização preventiva. Na suahabitual mensagem de Ano Novo, oPresidente da República anunciou queenviará o documento para o TribunalConstitucional por existirem dúvidas na"justiça na repartição dos sacrifícios".Em causa estão as normas referentes àsuspensão do subsídio de férias emgeral, do subsídio dos reformados e acontribuição extraordinária de solidarie-dade.

Uma parte significativa da atuaçãoda Febase irá desenvolver-se atravésde projetos autossustentáveis, quenascerão à medida que os assuntossejam propostos e aprovados não ten-do, naturalmente, uma calendarizaçãopré-definida.

Iniciativas de sucesso como o concur-so de fotografias FotoFebase e as Cami-nhadas Febase estarão presentes emforça neste novo ano.

TEXTO: PEDRO GABRIEL

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Atualidade l SINDICALSINDICAL l Atualidade

Asede do Banco Central Europeu,em Frankfurt, foi o palco da 25.ªreunião do diálogo social do Sis-

tema Europeu dos Bancos Centrais Eu-ropeus (SEBC), nos dias 28 e 29 denovembro, e que contou com represen-tantes sindicais de 21 países, bem comodos dirigentes das confederações re-presentativas dos trabalhadores dosbancos centrais do SEBC (UNI EuropaFinance, SCECBU e EPSU). O Banco dePortugal esteve representado por Eli-zabeth Barreiros (SBSI) e Henrique Rego(SBN).

Vários membros do BCE estiverampresentes, numa sessão que contoucom a presença do presidente MarioDraghi.

Na abertura oficial, o presidente doBCE começou por mostrar-se satisfeitocom a existência de um fórum destaenvergadura, que permite aos parcei-ros sociais debater as matérias maisrelevantes a nível das políticas segui-das pelo SEBC. Draghi não esqueceu umdos pontos mais importantes destareunião, o novo mecanismo europeu desupervisão bancária, que irá conferirnovas competências ao BCE, não dei-xando de referir a difícil conjuntura emque a Europa se encontra.

O italiano fez questão de sublinhar aimportância dos trabalhadores dos ban-cos centrais e do BCE para a resoluçãoda crise e a reconquista da confiançados cidadãos na moeda europeia e ape-lou a uma união de esforços tendo emvista o entendimento comum.

Por fim, Mario Draghi terminou a suabreve declaração focando a questão daflexibilidade e mobilidade laborais comofatores essenciais à criação de emprego.

Parceiros sociais reunidos em Frankfurt

Novo mecanismo de supervisão bancáriamarca reunião do diálogo social do BCE

Na 25.ª reunião do diálogo socialdo SEBC, o novo mecanismo

de supervisão bancária esteveno centro da polémica. Apesar

dos elogios de Mario Draghi, a novamedida deixa os vários representantes

sindicais apreensivos. A crisee a relação entre BCE e bancos centrais

nacionais também foram debatidas

Já o presidente do Standing Commit-tee, Thierry Desanois, começou a suaintervenção por saudar a presença, hámuito aguardada, do representante sin-dical do Banco Central da Roménia mos-trando-se visivelmente orgulhoso peloapoio incondicional do Standing Commit-tee neste desfecho. Em sentido contrário,Desanois lamentou a ausência de estru-turas representativas dos trabalhadoresda Bulgária, Estónia e Letónia, uma provada falta de democracia ainda latente emalguns países europeus.

Mecanismo de supervisãopreocupa sindicatos

O impacto da crise nos bancos centraisdos países onde se verificaram reduçõessalariais, como Portugal, Espanha, Irlan-da e Itália, foi tema de análise nas váriasintervenções que se seguiram. Entre asvárias preocupações dos sindicatos pre-sentes estiveram as pesadas consequên-

cias a nível social nestes países, bemcomo a defesa da independência dosbancos centrais nacionais e das respeti-vas missões.

Tendo um painel especialmente afetoa esta matéria, o novo mecanismo desupervisão bancária, elogiado por MarioDraghi no discurso de abertura, acaboupor ser um dos assuntos mais polémicosda reunião. Recorde-se que, em caso deaprovação desta medida, o BCE ficarácom a responsabilidade final relativa-mente a funções de supervisão específi-cas relacionadas com a estabilidade fi-nanceira de todos os bancos da zona euro.

Os representantes sindicais presentesmostraram-se apreensivos por conside-rarem que, nesta área, reina o caos e ototal desrespeito pelo princípio de subsi-diariedade. Terá de existir a devida coor-denação entre BCE e bancos centraisnacionais, caso contrário as repercus-sões poderão ser bastante graves, aler-taram.

Os vários sindicatos frisaram que asautoridades nacionais devem ser as res-ponsáveis pela respetiva supervisão ban-cária, deixando ainda uma pergunta no arcaso o novo mecanismo seja aprovado:quem será responsabilizado? A respostafoi dada pelos representantes do próprioBCE, que garantiram às unidades nacio-nais de supervisão um importante papela desempenhar na supervisão quotidia-na e na preparação e execução das deci-sões do BCE.

Além do presidente Mario Draghi,marcaram presença na reunião, em re-presentação do BCE, Peter Praet, mem-bro da Comissão Executiva, Steven Keu-ning, diretor-geral de Recursos Huma-nos, Orçamento e Organização, ManfredKoch, chefe da Divisão de Recursos Huma-nos e Relações com o Pessoal e SalvatriceNicosia, técnico de Recursos Humanos.

Novas notas a partir de maioA introdução da segunda série de notas de euro, denominada de "Europa", foi

igualmente esclarecida na reunião do diálogo social do Sistema Europeu dosBancos Centrais Europeus (SEBC).

As novas notas entrarão em circulação de forma gradual ao longo de vários anos,a começar pela nota de 5€, introduzida já a partir de maio deste ano.

De referir que os sindicatos têm vindo a alertar o BCE para possíveis situaçõesde monopólio no fornecimento das notas, com as óbvias consequências a níveldesta atividade nos bancos centrais nacionais.

TEXTO: PEDRO GABRIEL Após anunciar, na sua mensagem deAno Novo, que enviaria o Orça-mento do Estado (OE 2013) para o

Tribunal Constitucional por existiremdúvidas na "justiça na repartição dossacrifícios", o Presidente da Repúblicadivulgou no dia seguinte quais as trêsnormas em causa.

Cavaco Silva aprovou o OE, que entrouem vigor a 1 de janeiro, mas suscitou afiscalização dos artigos que preveem asuspensão do pagamento do subsídio deférias aos funcionários públicos e de ins-titutos e empresas do Estado (29.º), asuspensão de 90% do subsídio de fériasou equivalente aos pensionistas (77.º) ea introdução de uma contribuição extra-ordinária de solidariedade, a pagar pelospensionistas com reformas acima dos1.350 euros (78.º). Embora o Presidentenão tenha feito acompanhar a solicitaçãode fiscalização sucessiva destas normasdo OE de um pedido de prioridade, o Tribu-nal Constitucional adiantou, em nota di-vulgada, que "tal não impede" o órgão de"fazer uma ponderação autónoma quantoao grau de celeridade na apreciação edecisão do processo", sem, no entanto, secomprometer com qualquer data.

A Febase esperava mais de CavacoSilva, pois considera que há mais nor-mas do OE feridas de inconstitucionali-dade. "A decisão do Presidente da Repú-blica ficou aquém das expetativas. Espe-rávamos que fosse mais longe", afirmaPaulo Alexandre, coordenador do Pelou-ro da Contratação.

Para a Federação, há pelo menos cinconormas suscetíveis de inconstitucionali-dade, como defendeu na declaração envia-da ao Parlamento aquando da discussãopública do OE: a criação de uma sobretaxade IRS, a redução do número de escalõesde IRS, a violação da liberdade de contra-tação coletiva, a suspensão de subsídios e

Fiscalização sucessiva do Orçamento

Presidente fica aquémdo desejado pela Febase

O Presidente da Repúblicaenviou ao Tribunal

Constitucional parafiscalização três normas doOrçamento do Estado para

2013. A Febase queria mais

outros benefícios laborais e a restriçãosalarial (ver "Questões Jurídicas").

Outra questão, adianta Paulo Alexan-dre, prende-se com a repartição dossubsídios em duodécimos, prevista noartigo 30.º: "Também aqui não é respei-tado o direito à contratação coletiva e odireito dos trabalhadores pois não res-peita o princípio estipulado nos IRCT e aprática das IC, que é mais favorável paraos trabalhadores do que o agora preco-nizado."

Importante para os bancários

Embora desejasse que Cavaco Silvativesse ido mais longe, a Febase nãodeixa de considerar importante a fiscali-zação da constitucionalidade destas trêsnormas, cujo eventual "chumbo" do Cons-titucional tem implicações diretas na vidados bancários.

"De uma forma ou de outra, todas elasdizem respeito aos bancários, no ativo oureformados", refere o coordenador doPelouro da Contratação.

O artigo 29.º abrange os trabalhadoresdas empresas e institutos do setor públi-co ou empresarial do Estado, como os doGrupo CGD, IFAP, Parvalorem, Real VidaSeguros e Banco de Portugal. Já o artigo77.º não se aplica aos bancários que naaltura da passagem à reforma estavaminscritos na Cafeb, pois a esses o III AcordoTripartido salvaguarda os 13.º e 14.º meses.Mas os reformados que estavam inscri-tos no regime geral da Segurança Social ouna CGA, cuja pensão é suportada maiori-tariamente por estes organismos sãoabrangidos por esta disposição, tendodireito somente ao complemento pagopelas IC – matéria que aguarda decisão doTribunal.

A contribuição extraordinária de soli-dariedade (78.º) é outra das questões queagrava ainda mais as injustiças, pois criamais um "imposto" para os reformadoscom pensões acima de 1.350 euros.

"Àqueles que dizem só ser abrangidospor estas medidas porque os fundos depensões foram transferidos para o Esta-do, esclarecemos que, da leitura daqueleartigo constata-se que todas as pensõessão taxadas em 3,5%, independentemen-te de quem paga a pensão", frisa PauloAlexandre.

Mais pedidos de fiscalização

A Febase deposita agora a sua espe-rança no Tribunal Constitucional.

Entretanto, mais três pedidos de fisca-lização sucessiva do OE 2013 deram entra-da no Tribunal Constitucional. Os deputa-dos do Partido Socialista têm as mesmasdúvidas que Cavaco Silva, pelo que reque-reram a fiscalização dos artigos 29.º, 77.ºe 78.º, enquanto o Provedor de Justiça o fezapenas para os artigos 77.º e 78.º.

Já os deputados do PCP, BE e Os Verdespretendem ver analisados os artigos 27.º(redução remuneratória), 29.º, 31.º (con-tratos de docência e de investigação),45.º (pagamento do trabalho extraordi-nário), 77.º, 78.º, 117.º (contribuição so-bre prestações de doença e de desempre-go), 186.º (alterações ao Código do IRS,nomeadamente o artigo que modifica astaxas gerais, 68.º, e a taxa adicional desolidariedade, 68.º-A) e o artigo 187.º(sobretaxa em sede de IRS).

As dúvidas de CavacoO Presidente da República requereu ao Tribunal

Constitucional a fiscalização da constitucionalidadedas seguintes normas da Lei do Orçamento do Estadopara 2013:

- Artigo 29.º - suspensão do pagamento do subsí-dio de férias ou equivalente;

- Artigo 77.º - suspensão do pagamento do subsí-dio de férias ou equivalentes de aposentados ereformados;

- Artigo 78.º - contribuição extraordinária de so-lidariedade.

TEXTO: INÊS F. NETO

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Questões l Jurídicas Questões l JURÍDICAS

Uma visão minimalista impõe umaexplicação sumária: o Orçamento é odocumento legislativo que impõe, du-rante um ano, o equilíbrio entre o quese cobra e o que se gasta, entre, enfim,o deve e o haver.

Mas esta visão, de tão simples, tãominimalista, é absolutamente reduto-

Orçamento inconstitucional…

Considerando aaprovação, promulgação

e publicaçãodo Orçamento do Estado

para 2013, que apesardos diversos pedidos

de fiscalização sucessivada constitucionalidade

entrou em vigor, na suatotalidade, no dia

1 de janeiro, convémestabelecer o que

defendemos quantoa uma série de questõesque têm sido colocadas

e debatidas na praçapública

Desde logo, as alterações em sedede IRS (sobretaxa única e reduçãodos escalões) que, ao imporem

um sacrifício adicional aos contribuin-tes, na medida em que aumentam,universalmente, a taxa aplicável ereduzem a progressividade da taxainicial, são, a nosso ver, materialmen-te inconstitucionais por violarem prin-cípios ínsitos na Constituição fiscal ma-terial, consagrados nos artigos 101.º a107.º da Constituição da República Por-tuguesa (CRP), o princípio da Igualdadee o princípio da construção do Estado deDireito Democrático reconhecidos, res-petivamente, nos artigos 2.º e 13.º daCRP.

O Orçamento é, ainda, materialmen-te inconstitucional por violar o artigo105.º da Constituição, na medida emque a elaboração e execução do Orça-mento obedecem aos princípios consti-tucionais, nomeadamente ao respeitopelos direitos sociais e obrigações as-sumidas pelo Estado, seja por via de Leiou contrato, o que no presente, comoaliás nos anteriores, não sucede.

Consideramos, igualmente, que oOrçamento é inconstitucional porqueviola o princípio da liberdade de contra-tação coletiva – artigo 56.º da CRP –,uma vez que reduz o alcance de futurascontratações e limita as disposiçõesobtidas pelas anteriores. Nesta medi-

da, a inconstitucionalidade não advémapenas da interpretação conjunta doartigo 56.º e do 105.º, mas, sobretudo,da necessidade de considerar a contra-tação coletiva como um Direito Social,principalmente na correção das desi-gualdades.

Por outro lado, as reduções remune-ratórias, sejam consideradas como tal,como contribuições extraordinárias desolidariedade (pensionistas e reforma-dos) ou como suspensão de subsídios,são materialmente inconstitucionais,pois, além de violarem, da mesma for-ma, os artigos referidos, violam, tam-bém, o princípio do não retrocesso so-cial, na medida em que a redução sala-rial imposta impede, isso sim, o pro-gresso social e a redução das desigual-dades, princípio e fim do Estado deDireito Democrático na defesa e salva-guarda dos direitos sociais.

Nesta senda, a manutenção da impo-sição de restrições salariais, acompa-nhadas de reduções remuneratórias ede outros direitos salariais, acompa-nhadas de uma política que não apeleao desenvolvimento social, como im-põe o princípio do Estado de Direito,contraria a interpretação de não in-constitucionalidade desta limitaçãocom base na transitoriedade das limi-tações e restrições. Isto é, a interpreta-ção que o Tribunal Constitucional tem

feito destas restrições é simples: con-trariam princípios constitucionais, masdada a situação de emergência e detransitoriedade (salienta-se, sem con-ceder, que a transitoriedade advém,em si mesma, da urgência na resoluçãodos problemas orçamentais), com cur-ta aplicação no tempo, são admitidas.Sucede que, a manterem-se no presen-te Orçamento, sem que se antecipe acurta duração das mesmas, a inconsti-tucionalidade, no âmbito desta inter-pretação, saliente-se, que é a do Tribu-nal Constitucional, deve ser suscitada eaferida.

Nos dois últimos anos o Tribunal Cons-titucional aferiu a constitucionalidadedos orçamentos tendo como pressu-posto inicial a transitoriedade e neces-sidade das restrições, para as conside-rar constitucionais, e a desigualdade narepartição dos sacrifícios, como seja asuspensão do pagamento dos subsídios,para a consideração da inconstitucio-nalidade – no último aresto, Ac. TC 353//2012, o Tribunal pronunciou-se pelainconstitucionalidade do corte de sub-sídios, como se sabe, mantendo, noentanto, os efeitos da medida durantea vigência do Orçamento, decisão essaque não poderá renovar, caso não quei-ra manter a suspensão da Constituiçãopor mais um ano, porque é, no fundo,disso que se trata.

… e respeito pela ConstituiçãoDentro das novas realidades a

que o povo português foisubmetido, a questão

orçamental tem centradoquase todas as discussões.

Convém que se saiba porquê equal a importância desta

questão para o nosso dia a dia

ra e colide com a visão que o legisladorconstituinte tem do Orçamento.

Desde logo porque, a bem da verda-de, o artigo 105.º da Constituição não éum vazio axiológico: impõe que o Orça-mento seja o verdadeiro instrumentode política económica e financeira doEstado, correspondendo, no seu todo,às grandes opções do plano, que nãopoderão estar desligadas da visão po-lítica que cada Executivo (e maioriaparlamentar, acrescente-se) tem darealidade, do quotidiano, nem poderá,sobretudo, estar afastada de uma ideiapolítica plurianual.

Nesta senda, a linguagem constitucio-nal que, de quando em quando, não saida hermenêutica jurídica, surge agoraadaptada à vida de cada um de nós:aquilo que consta naquele documentolegislativo afeta-nos em todos os mo-mentos de cada ano e assim sucessiva-mente.

Esta realidade trouxe à discussão umaspeto positivo: nenhum de nós pode,em consciência, abandonar a discussãoda questão orçamental, sob pena de seafastar da verdadeira gestão da "respublica", fim último da política, se emdemocracia quisermos viver.

Perante as dificuldades que surgiramdesde 2008, a crise da dívida soberanaentrou no léxico político, passando ossucessivos governos a utilizar a dialé-tica orçamental como arma de comba-te ao endividamento – ponto assente.Cabe, então, saber se esta situação de

Teremos em 2013 mais do mesmo,perpetuando, por mais um ano estasituação que, no mínimo, suspende onosso modelo de democracia represen-tativa, legitimado na Constituição (édisto que se trata)?

Analisando o Orçamento, recentemen-te aprovado, promulgado e publicado,parece que sim, que teremos mais umano de Orçamento inconstitucional, a nãoser que o Tribunal Constitucional decidasobre os diversos pedidos de fiscalizaçãosucessiva com brevidade.

Desde logo porque o Governo e aAssembleia da República fizeram tábuarasa da decisão de inconstitucionalida-de relativa ao Orçamento de 2012, queevidenciou, e bem, a inconstitucionali-dade da suspensão dos subsídios – écerto que a suspensão, para 2013, érelativa a um só subsídio, mas man-tém-se a natureza da norma.

Depois porque, como na devida horaos contenciosos da Febase salienta-ram, há, pelo menos, cinco outras me-didas que são estruturalmente incons-titucionais e sobre as quais o TribunalConstitucional, mais cedo ou mais tar-de, se irá pronunciar: a criação de umasobretaxa de IRS e a redução do númerode escalões de IRS, a violação da liber-dade de contratação coletiva, a sus-pensão de subsídios e outros benefícioslaborais e a restrição salarial.

No fundo e em jeito de conclusão, háum princípio sacrossanto de DireitosFundamentais, reconhecido quer na

urgência permite o estado de exceçãoà Constituição, que é, na verdade, o quemuitos apregoam.

Um Orçamento desconforme à Cons-tituição não é só um mau Orçamento; é,para sempre, um Orçamento marcadopelo pior dos males, pelo pior dos víciosjurídicos: a inconstitucionalidade!

Por isso mesmo, podemos dizer queno ano de 2012 vivemos um tempodiferente e que muitos desconheciam, otempo da suspensão da Constituição,considerando, no fundo, que o TribunalConstitucional admitiu que normas in-constitucionais sobreviessem a umadecisão de inconstitucionalidade – o Tri-bunal não se limitou a considerar osefeitos da decisão até à sua efetivação,decidindo, surpreendentemente, quenormas inconstitucionais fossem apli-cadas durante a vigência do Orçamento.

nossa Constituição, quer nas diversasDeclarações Universais, que os suces-sivos orçamentos, acompanhados, ou,se preferirmos, como braço legislativode uma ideia política de abandono doprogresso, têm, à luz de todas as insti-tuições, de todos nós, vindo a violar: aproibição do retrocesso social.

A derrogação deste princípio, subja-cente a toda a esfera constitucional ebasilar da construção do Estado Socialde Direito, atual Estado de Direitos Fun-damentais, não se limitará, como écerto, a trazer-nos o empobrecimento:levar-nos-á a um novo paradigma deEstado, a um novo modelo de socieda-de, a uma nova era Constitucional, to-talmente afastada da ideia dos funda-dores da nossa Democracia.

*Advogado do SBSI

TEXTOS: JOSÉ PEREIRA DA COSTA*

Na devida horaos contenciososda Febase salientaramque há, pelo menos,cinco outras medidasque são estruturalmenteinconstitucionais e sobreas quais o TribunalConstitucional, mais cedoou mais tarde, se irápronunciar: a criaçãode uma sobretaxa de IRSe a redução do númerode escalões de IRS,a violação da liberdadede contratação coletiva,a suspensão de subsídiose outros benefícioslaborais e a restriçãosalarial

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RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 15 de janeiro 2013 ––––– 1514 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 15 de janeiro 2013

CONTRATAÇÃO l Banca

Solicitada reunião às Instituições de Crédito

Febase propõe manutençãodo pagamento por inteiro dos subsídios

A Federação solicitou uma reuniãoàs várias Instituições de Crédito

(IC) para debater as implicaçõesda proposta de lei sobre

o pagamento em duodécimosdos 13.º e 14.º meses. A Febase

defende que seja mantidoo regime constante nos IRCTe a prática seguida, ou seja,

o seu pagamento na totalidade

TEXTO: INÊS F. NETO

Face à proposta de lei sobre o paga-mento dos 13.º e 14.º meses emduodécimos (n.º 110/XII/2a), apro-

vada na generalidade pelo Parlamento eem discussão na especialidade à hora defecho desta edição, a Febase propôs àsInstituições de Crédito uma reunião parachegar a um acordo escrito sobre a questão.

Em causa está o facto de a proposta delei dispor, no artigo 8.º, que após a suaentrada em vigor, o regime previsto nosartigos 4.º e 5.º (pagamento dos 13.º e14.º meses) pode ser alterado por acordoescrito. A Federação reclama que as con-venções coletivas e as práticas seguidaspelas Instituições deverão manter-se emvigor, caso sejam mais favoráveis paraos trabalhadores e reformados – como éo caso do setor bancário.

"O não pagamento dos subsídios deférias aos trabalhadores do Banco dePortugal é um caso complexo. À incons-titucionalidade, em nosso entender,acresce o facto de os bancos centraisnão poderem financiar os Estados, deacordo com o BCE", afirma o secretário--geral da Febase, adiantando: "A serassim, os montantes dos subsídios re-tidos não poderão ser entregues aoEstado português e ficarão no banco,tornando a medida absolutamente inó-cua. Esta é a posição que apresentare-mos ao governador quando ocorrer areunião que solicitámos".

"Não sendo para abater à despesapública, a que se destinam as verbasque, pelos vistos, não serão entreguesao Estado e à CGA (decorrente da sus-pensão do subsídio de férias aos refor-mados)? Trata-se de uma espécie deTSU para o BdP, em que aumenta osencargos com os trabalhadores e reduza despesa da empresa?", questiona RuiRiso.

Recorde-se que os trabalhadores doBanco de Portugal (BdP) foram sextafeira, dia 4, surpreendidos com umacarta do governador da instituição, ondeeste anuncia a suspensão em 2013 dosubsídio de férias aos ativos e a manu-tenção do corte aos reformados e pen-sionistas, processo que está em tribu-nal por iniciativa da Febase.

Carlos Costa justifica esta medidacom "o entendimento de que o Banconão deve dissociar-se do esforço quea sociedade portuguesa está a fazerpara superar as dificuldades econó-micas e financeiras que o nosso Paísatravessa".

"É suspenso o pagamento dos subsídiosde férias e essas verbas não são entreguesao Estado", revelou ao "Diário Económico"fonte oficial do BdP, medida que constitui

Nesse sentido, a Febase propõe às ICque se proceda ao acordo escrito exigidona proposta de lei, contemplando a ma-nutenção de tais disposições.

O objetivo da Federação é que os 13.º e14.º meses sejam pagos aos trabalhadoresno ativo e aos reformados integralmente ede uma só vez. A questão coloca-se combastante acuidade, sobretudo porque éprática nas IC o pagamento do subsídio deférias ocorrer em janeiro ou abril.

Parecer no Parlamento

A Febase fez chegar à Comissão Parla-mentar de Orçamento e Finanças da As-sembleia da República uma apreciaçãomuito crítica do projeto de lei.

No seu parecer, datado de 14 de dezem-bro, a Federação considera o documento"uma iniciativa legislativa apressada, cir-cunstancial, imatura, excessiva e porven-tura inconstitucional". Isto porque assiste--se "ainda e mais uma vez, à derrogação

imposta pelo Executivo, e a aprovar pelaAssembleia da República, da contrataçãocoletiva e dos princípios que, com dignida-de constitucional, a enformam", critica aFebase, recordando que "compete ao Esta-do reconhecer e fomentar a contrataçãocoletiva, o que ressalta, aliás, de imposi-ção constitucional, razão pela qual qual-quer limitação que incida sobre matériaassente nessa contratação é, manifesta-mente, inconstitucional".

No parecer, a Febase considera que "aoimpor a fratura das relações contratuaislivremente acordadas entre trabalhadorese entidades patronais, o Estado demite-sede assegurar a estabilidade dos contratosda contratação coletiva, o que viola, realce--se, o princípio da confiança, como se demi-te de promover as obrigações constitucio-nais a que se encontra obrigado".

Para a Federação, esta imposição uni-lateral "constitui mais uma violação inad-missível do princípio da confiança, ínsitono princípio do Estado de direito, tal comovem consagrado no art.º 2.º da Constitui-ção da República Portuguesa (CRP), afe-tando a confiança dos cidadãos nos funda-mentos constitucionais do Estado".

Permitir escolha

Por outro lado, adianta, lesa de mododireto e ostensivo o direito à contrataçãocoletiva vertido no art.º 56.º e os direitosdos trabalhadores consagrados no art.º59.º, ambos da CRP.

Referindo-se concretamente ao setor fi-nanceiro, a Febase recorda que "sendopacífico a aplicação das regras dos Instru-mentos de Regulamentação Coletiva, seriaporventura mais útil e porventura maisadequado constitucionalmente que a leipermitisse que fossem os trabalhadoresinteressados que tivessem a possibilidadede exigir das suas entidades patronais queas referidas prestações fossem pagas nostermos propostos".

Por fim, a Federação frisa que no setor "háusos instituídos na maioria das empresas,no sentido de o pagamento da totalidade dosubsídio de férias ocorrer em janeiro ouabril (para os trabalhadores do ativo e paraos reformados) o que, desde já, permite opagamento antecipado da totalidade, oque deve ser salvaguardado".

A propostade lei sobre

o pagamentodos subsídios

em duodécimosfoi aprovada

na generalidadepelo Parlamento

Reunião do Pelouro da Contratação

Banca l CONTRATAÇÃO

Banco de Portugal

Federação quer saber destinodos subsídios de férias

A Febase contesta o corte do subsídio de fériasaos trabalhadores e reformados do Banco de Portugal

anunciado pelo governador e pediu já uma reuniãoa Carlos Costa. A Federação quer saber

qual o destino daquelas verbas

TEXTOS: INÊS F. NETO

uma redução de custos com pessoal. Se-gundo o jornal, estão em causa cerca de4,5 milhões de euros que não serão pagosaos cerca de 1.600 funcionários.

Aquando da entrega do Orçamentodo Estado ao Parlamento, a Febase ti-nha já considerado que as normas que"visam especificamente os trabalhado-res desta instituição" podiam pôr emcausa a independência do BdP, ao con-figurar uma forma de financiamentomonetário vedada pelo BCE.

Foi com extrema preocupação que a Febase tomou conhecimento do processo de despedimentocoletivo de 99 trabalhadores no BIC/BPN. Os sindicatos da Federação estão a analisar afundamentação invocada pelo banco, por forma a melhor defenderem os interesses dos seus

associados.Os sindicatos dos bancários da Febase (SBC, SBN e SBSI) tiveram conhecimento, dia 14 de dezembro,

que já estava em curso um procedimento de despedimento coletivo no BIC/BPN, envolvendo 99trabalhadores de diversas agências bancárias que vão ser encerradas, conforme consta da motivação dodespedimento.

Os sindicatos estão a acompanhar o procedimento, os fundamentos invocados, os critérios de seleçãoabrangidos, o método de cálculo da compensação a pagar aos trabalhadores e a relevância dafundamentação invocada pelo banco.

De acordo com as conclusões dessa análise, poderão os trabalhadores abrangidos impugnar judicial-mente o despedimento de que estão a ser alvo. Alertam-se porém os trabalhadores de que não deverãoreceber a compensação monetária que o banco lhes queira atribuir, sob pena de, se a aceitarem, já nãopoderem impugnar o seu despedimento.

Esclarece-se ainda que tais impugnações são sempre um ato individual, e como tal devem ser tratadas.Em caso de impugnação do despedimento coletivo, haverá lugar a uma análise aos fundamentos

invocados pelo banco, por parte de peritos a indicar pelo Tribunal e pelas partes.Conscientes da situação constrangedora criada aos trabalhadores e das dificuldades acrescidas com que

vão confrontar-se, os sindicatos da Febase puseram os seus serviços jurídicos à disposição da Comissãode Trabalhadores, de forma a prestarem todo o apoio necessário na defesa dos trabalhadores.

Do mesmo modo, os respetivos Contenciosos ou Gabinetes Jurídicos dos sindicatos da Febase estão àdisposição dos sócios para esclarecimento de qualquer dúvida e/ou análise da sua situação individual,devendo, para o efeito, ser previamente agendada uma entrevista.

Os sindicatos da Febase vão continuar a acompanhar o processo e tudo farão tendo em vista a defesados reais interesses dos associados.

A Febase solicitou já uma reunião ao governadordo Banco de Portugal

Despedimento coletivo no BIC/BPN

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Concertação Social l UGTCONTRATAÇÃO l Seguros

Aação contra a Império Bonançateve uma decisão que não acei-tamos e de que recorremos.

O juiz, embora considerasse válidosos argumentos que o tinham levado adecidir favoravelmente uma anterioração (CTT), não decidiu a nosso favor.

E não o fez por discordar dos nossosargumentos, mas porque se afirmouconvicto de que a decisão a favor dainconstitucionalidade seria posta emcausa e revogada pelo Tribunal Consti-tucional, como este fez no caso da suaanterior sentença.

Quanto à ação contra a FidelidadeMundial, julgada noutro Juízo, mais re-centemente, foi julgada improcedente.

Neste caso, ficou entendido pelo Tribu-nal que não existindo a pretendida incons-titucionalidade, as medidas tomadas pelaFM ao abrigo da Lei n.º 55-A/2010, de31 de dezembro, são válidas e lícitas.Também aqui agiremos contra esta de-cisão.

Reconhecemos os tempos difíceis quevivemos, marcados pelos ataques aosdireitos dos trabalhadores e, infeliz-mente, parece não podermos contarcom o Tribunal Constitucional para adefesa da Constituição da República edo Estado de Direito Democrático.

Nada disto nos intimida e as novasações (OE 2012) sobre as reduções sala-riais, tendo em conta estes bloqueios,reafirmarão que os cortes salariais, paraalém da violação da Constituição daRepública, violam também a Carta dosDireitos Fundamentais da União Euro-peia e da Convenção Europeia dos Direi-

Não desistiremos de lutarcontra toda e qualquer adversidade

Enquanto sindicato compete-nosintervir em todos os problemas que

afetem os trabalhadores, e nestesentido interpusemos ações no

Tribunal do Trabalho de Lisboa contraos cortes salariais – invocando a

aplicação do Orçamento do Estadopara 2011 – impostos aos

trabalhadores do Grupo Caixa Seguros(Império Bonança e Fidelidade

Mundial)

tos do Homem e na Europa a defesa dosdireitos dos trabalhadores não acabano Tribunal Constitucional.

Entretanto mais uma luta se avizi-nha, embora em moldes diferentes!

No Hospital Cuf Infante Santo (HCIS) epara trabalhadores administrativos,nossos associados, tem existido umAcordo de Empresa, o último publicadono BTE n.º 4, de 29 de janeiro de 2006,que se mantém em vigor.

Este AE foi denunciado pelo HCIS nodia 2 de novembro de 2007, com apre-sentação de uma proposta. O sindicatocontrapropôs na data de 3 de dezembrodo mesmo ano.

Iniciadas as reuniões de negociaçãono mês de fevereiro de 2008 e volvidosmais de quatro anos, não se obtevenenhum resultado. Acrescente-se quechegaram a estar marcadas reuniões,mas em cima da hora as mesmas eramsucessivamente adiadas.

Agora, e para nossa absoluta surpre-sa, o HCIS resolve comunicar-nos unila-

teralmente que o processo de negocia-ção terminou sem acordo, pelo que oAE/2006 "caducará" no termo do prazode 60 dias a partir da data de receção dacomunicação (6/12/12).

No presente momento aguardamos aemissão do parecer pelo técnico doMinistério do Trabalho, indo o STAS fun-damentar a sua posição junto do mes-mo.

E mesmo que aconteça o pior cenário:caducidade do AE, este só deixará devigorar a partir do dia 6 de fevereiro de2013, havendo matérias que não po-dem ser retiradas imperativamentepela empresa, nomeadamente: cate-gorias profissionais e respetivas defini-ções; retribuição; duração do tempo detrabalho e regimes de proteção socialcom benefícios substitutivos dos daSegurança Social.

Apesar destas adversidades, o STASnão baixará os braços e continuará adefender os trabalhadores seus associa-dos, seja qual for o contexto.

TEXTO: JOSÉ LUÍS PAIS

Indemnizações por despedimento

UGT exige recuo do Governo

Ao arrepio dos parceirossociais, o Conselho

de Ministros aprovoua redução das compensações

por despedimento e envioua proposta ao Parlamento.

A UGT acusa o Governode rasgar o acordo

de concertação social.A discussão prossegue

na Assembleia

TEXTO: INÊS F. NETO

OConselho de Ministros de 27 dedezembro aprovou a redução dascompensações por despedimento

para 12 dias, mas omitiu a decisão nocomunicado final da reunião. A proposta delei chegou ao Parlamento dia 2, causandouma forte contestação por parte da UGT.

Em conferência de Imprensa, João Pro-ença revelou a "surpresa" da central sin-dical ao tomar conhecimento da resolu-ção e acusou o Governo de "violaçãototal" do acordo de concertação social.

"O ministro da Economia conduziu ne-gociações longas com vários parceiros(…). Teve oportunidade de apresentaroutras propostas, discutir outras propos-tas, quer relativamente ao fundo de com-pensações, quer relativamente ao valorda compensação".

Segundo o secretário-geral da UGT,durante o período de negociações ÁlvaroSantos Pereira avançou com um númerode dias superior para as compensações.

A proposta de lei previa a entrada emvigor um mês após a data de aprovação,o que o líder da UGT classifica como "umafraude redobrada".

João Proença acusa ainda o Governo deter "ignorado" o fundo de garantia, acor-dado no passado e que "ainda não estácriado".

A UGT "não aceita" esta proposta de lei,exigindo: "O Governo tem de honrar osseus compromissos. Foram compromis-sos reiteradamente repetidos pelo mi-nistro da Economia. Foram compromis-sos violados com esta proposta de lei.UGT não aceita a esta situação", acres-centou o secretário-geral.

Para a UGT, "nesta matéria há umaviolação total" do acordo, pelo que quemestá a denunciar o acordo tripartido é opróprio Governo.

Ministro da Economiavolta às negociações…

Face ao risco de rutura com os parcei-ros sociais, o Governo desdobrou-se emdeclarações sobre a sua vontade de ne-gociar. Primeiro foi o secretário de Esta-do da Presidência do Conselho de Minis-tros, que no final da reunião de dia 3garantiu que o Governo quer "o maiorconsenso possível" em relação a estamatéria, "quer com a troika quer inter-namente".

Marques Guedes explicou que por nãoter havido concertação social, o Executi-vo teve de aprovar o corte das compen-sações para respeitar o compromissocom a troika.

Seguiu-se Álvaro Santos Pereira: "Oque temos falado com os parceirossociais e terá de ser falado com a troikaé haver um período de transição, em que

durante a fase inicial o valor das indem-nizações num contrato de trabalho sejamais elevado e depois possa baixar paraos 12 dias".

O ministro adiantou que o assunto"será debatido com os parceiros sociaise com os partidos no Parlamento".

"Vamos continuar a falar com os par-ceiros. Havia uma solução em cima damesa e tenciono que essa solução sejadebatida com os partidos. Tenciono tam-bém que o fundo de compensações entreem vigor no mesmo dia em que estasalterações às indemnizações vão serfeitas", frisou.

… e troika rejeita nova proposta

Entretanto, os parceiros sociais volta-ram a reunir-se com o ministro da Econo-mia, numa reunião considerada incon-clusiva.

A UGT foi também recebida pelos par-tidos da maioria e pelo PS.

No final das reuniões, João Proençarevelou que o Governo já recebeu um"não" da troika quanto à possibilidade deestabelecer um período transitório, emque atribuiria 18 dias de compensaçãopor despedimento, ao invés dos 12 dias."Sabemos que a troika recusou [a maiselevada], defendendo a média de 12 dias",sublinhou.

O líder da central sindical transmitiuaos partidos a discordância da UGT àproposta de redução das indemnizaçõespor despedimento para 12 dias. "É total-mente inaceitável que o Governo tenhafixado 12 dias, porque o compromisso doGoverno é tender para a média da UniãoEuropeia. Ora, a média comunitária apon-ta para valores superiores a 12 dias".

João Proença adiantou ainda que ospartidos da maioria "não apresentaramnenhuma proposta alternativa aos 12 dias"e que a UGT admite os dias, mas apenas"como média ao fim de muitos anos".

O secretário-geral exigiu ainda a cria-ção do fundo de garantia de compensa-ções. "Espero que em breve o Governopossa aprovar uma proposta de lei. OFundo vai demorar alguns meses a serconstituído, porque além da lei tem dehaver depois portarias complementares".

A discussão prossegue no Parlamento.A decisão final está nas mãos dos depu-tados…

"O Governo tem de honrar os seuscompromissos", exige João Proença

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Notícias l Bancários CentroBancários Centro

RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 15 de janeiro 2013 ––––– 19

A arte e os seus autores

Bancários destacam-se na escritaNa ficção ou na investigação

histórica e etnográfica,bancários no ativo

ou reformados têm mostradoos seus dotes de escrita.

Destacam-se algumas obrasrecentemente publicadas

TEXTO: A. CASTELO BRANCO

Temos ultimamente vindo a regis-tar um número apreciável de obrasescritas e publicadas por bancários,

uns no ativo e outros já na reforma, osquais, na maioria dos casos, tomam ainiciativa de os dar a conhecer ao nossosindicato.

É por demais interessante reconhe-cer que essa mais valia cabe quer naárea ficcionista do conto, do romanceou da poesia, quer na que tem pordetrás levantamentos, recolhas e aná-lises no campo da etnologia e, portan-to, virados para a cultura popular, mastambém em muitas outras situaçõesfruto de investigação histórica no seusentido mais lato.

Também no domínio da arte nos têmchegado trabalhos e notícias interven-cionadas por outros colegas. Muitossão os que igualmente têm desempe-nhado papéis relevantes junto da co-munidade. Talvez por isso, disse emtempos o presidente do SBC, CarlosSilva, que ser bancário não é só sabercontar dinheiro. Retivemos essa ex-pressão que mantemos como umamáxima de mais-valia da nossa classee que de novo se volta a aplicar comtoda a propriedade, perante os resulta-dos que aqui são testemunhados umavez mais. É evidente que não nos cabeo papel de críticos seja do que for, nemesse é o nosso propósito. Limitar-nos--emos tão só à apresentação dos traba-lhos e às referências bio e bibliográficasdos mesmos, se tal se justificar.

Através do barro consegue criar assuas famosas figuras típicas de Coim-bra que o hão de projetar para exposi-ções além-fronteiras. Colaborador ati-vo em vários jornais e revistas, aomesmo tempo que escreve vai ilus-

obraram a indústria do vidro. Para alémdas fontes escritas de que dispôs para aelaboração desta obra, o autor socorreu--se de levantamentos que levou a efeitojunto dos trabalhadores, com o objetivode dar ao leitor uma visão mais realista

Memóriasde Coimbra

Apaixonado desdesempre pelas artes epelas letras, Pedro Ma-deira além de bancário

na reforma do ex-BNU, foi também profes-sor de História no ensino secundário.

trando as suas crónicas e artigos comdesenhos sui generis de crítica social.

Recentemente reuniu alguns destesseus trabalhos na obra que intitulou"Memórias de Antanho", numa alusão àvida académica da sua cidade.

História do vidro

Com edição do Ca-sino da Figueira daFoz, foi apresentadonaquela cidade nopassado dia 21 de

setembro um trabalho da autoria de Joa-quim Afonso, ex-funcionário do BPI, inti-tulada "Vidreira da Fontela - Histórias deUma Vida". Tal aconteceu no decorrer deum sarau cultural que reuniu entidadesligadas à cultura figueirense e muito par-ticularmente um elevado número de ope-rários e operárias que durante anos ali

do que ali aconteceu no período em aná-lise. Bancário na reforma, Joaquim Afon-so é ainda autor da monografia sobre os75 anos do SBC.

Notas da República

Editada pela CaldasEditora, a obra de LuísManuel Tudella trataexclusivamente dasNotas da República,

enquanto papel-moeda. É um trabalho decompilação e pesquisa de um ex-funcioná-rio dos extintos Bancos do Alentejo eFonsecas & Burnay e também do BPI.

Surgiu por altura das comemorações doCentenário da República, tendo entretan-to sido publicados alguns extratos emedições desta revista. "As figuras que em-prestaram a sua imagem às respetivasnotas" são recordadas na sua época, ha-vendo inclusive referência aos factos his-tóricos ocorridos por essas alturas.

Bonecos em barro: as tradicionaisfiguras do ardina e de St.º António

TEMPOS LIVRES l Nacional

AFebase sempre procurou incenti-var os seus associados a praticarhábitos de vida mais saudáveis,

nomeadamente atividades ao ar livre,permitindo, desta forma, cultivar o seubem-estar físico e emocional. As Cami-nhadas Febase são prova disso mesmotendo-se tornado, ao longo do tempo,iniciativas de grande sucesso.

Para além dos benefícios físicos, estetipo de atividades fomenta a união e ca-maradagem entre os sócios servindo, si-multaneamente, como veículo de conhe-cimento para os locais mais interessantesque o nosso País tem para oferecer.

Sendo praticada na Natureza, a cami-nhada proporciona uma observação maiscuidada de tudo o que diz respeito a estemeio, levando a um maior conhecimentoda fauna, da flora e da geologia.

No ano que agora terminou, a Febasepromoveu diversos passeios interessan-tes, como a visita aos principais becos emiradouros de Lisboa, a descoberta doPlanalto das Cezaredas ou ainda a cami-nhada Algés/Cascais, percursos que tive-ram grande adesão junto dos associados.

Rota da biodiversidade

Para 2013, esta iniciativa volta a seraposta da Federação, que preparou um

Caminhadas voltam em forçaDepois da grande adesão alcançada

em 2012, as Caminhadas Febasevoltam a marcar o calendário

de atividades da Federação.As duas primeiras acontecem

já no mês de fevereiro

calendário de caminhadas diversificadasque, por certo, irá agradar aos caminhan-tes. A primeira está já marcada para o dia2 de fevereiro. Todos aqueles que quise-rem desfrutar de um bom passeio terão aoportunidade de fazer a Rota da Biodiver-sidade, em Lisboa.

A Rota da Biodiversidade é um circuitoque consegue aliar a beleza natural deLisboa ao rico património cultural e his-tórico da cidade. Para além disso, o per-curso liga duas unidades ambientais muitoimportantes: a zona ribeirinha e a Matade Monsanto que, pela sua posição edimensão, são determinantes na regula-ção do clima, na qualidade do ar e nadiversidade de habitats. Ao longo de 14quilómetros, os caminhantes terão apossibilidade de observarem a capital deuma forma diferente, num passeio circularpela cidade e que inclui ainda a presençade um guia.

A vegetação dos ecossistemas medi-terrânicos e atlânticos presentes em ma-

tas, bosques e prados mas também emquintas, olivais, hortas e pomares urba-nos, passando pelas espécies exóticas eornamentais de interesse científico e va-lor histórico que se podem encontrar nosjardins botânicos tornam este cenário numpercurso fascinante.

O ponto de partida está marcado para oJardim Vasco da Gama, em Belém, e osparticipantes terão a oportunidade de vi-sitar 18 pontos selecionados de acordocom a sua localização e valores intrínse-cos, dos quais se destacam a Capela doAlto de Santo Amaro, o Jardim AvelarBrotero, o Palácio Nacional da Ajuda ou aCapela de São Jerónimo, entre outros.Dada a extensão do percurso, esta cami-nhada não é aconselhável a menores deoito anos.

Para mais informações acerca da Rotada Biodiversidade visite o sítio http://www.cm-lisboa.pt/viver/ambiente/bio-diversidade

Boas caminhadas!

Inscrições até final do mêsCaso pretenda inscrever-se nesta caminhada deve-

rá enviar um e-mail para [email protected] os seguintes elementos:

Nome completo, n.º sócio, sindicato, data denascimento, nome e data de nascimento de todos osacompanhantes e comprovativo de pagamento.

O preço é de 5€ por pessoa (crianças até aos dozeanos não pagam) e inclui água, fruta, seguro eacompanhamento informativo do percurso. O paga-mento deverá ser feito através no NIB: 0035 051700052143130 22 (CGD). As inscrições e respetivospagamentos deverão ser feitos até 31 de janeiro.

TEXTO: PEDRO GABRIEL

Mês Caminhada

2 fevereiro Rota da Biodiversidade (Lisboa), 14 km

23 fevereiro Rota Castro Zambujal (Torres Vedras), 13 km

23 março Serra de Sintra (Capuchos, Peninha e Trilhos das Pontes), 20 km

20 abril Aqueduto Águas Livres

25 maio Cabo Espichel, 16 km

29 junho Rota Litoral Guincho, 11 km

27 julho Magoito/Samarra, 14 km

21 setembro Formosinho (Arrábida), 17 km

26 outubro Abano - Cabo da Roca, 19 km

23 novembro Rota Vinho Colares, 11 km

Um ano inteiro a caminharFique a conhecer todas as caminhadas já agendadas para 2013:

O Palácio Nacional da Ajuda é um dos pontos de passagem da primeira Caminhada de 2013

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Muita animação para miúdos e graúdos

Festa de Natal foi um sucesso

Aquela manhã de sábado, 17, acor-dou húmida porque o dia anterior,para nos fazer sofrer e aumentar

a ansiedade, zangou o S. Pedro e esteespremeu sobre o Carqueijo todas asnuvens que tinha, prenhes de água.

Porém, misturando o profano com osagrado, o deus Baco, que já haviaestado do nosso lado aquando dos en-saios do nosso grupo musical "Os Cozi-do à Portuguesa" e demais démarchesda organização para pôr em ordem arealização da nossa festa, teve umaconversa acesa com o S. Pedro e estecondescendeu em dar-nos uma tréguana chuva e mau tempo.

O SBC promoveua tradicional festa de Natal,

que contou com umaexpressiva participação

de associados e seusfamiliares. Num ambienteacolhedor e fraterno, mais

pequenos e maiores tiveramum dia repleto de boa

disposição e divertimento

A ansiedade e o nervosismo de todosos elementos da organização era enor-me, sentindo o peso da responsabilida-de em criar um bom ambiente, acolhe-dor, fraterno, de boa disposição e diver-timento, não só para os mais pequenoscomo para os maiores.

Pelas 11h30 começaram a chegar osnossos colegas e familiares, bem como osmembros dos Corpos Gerentes do SBC,recebidos à entrada por duas meninas que,trajadas com fatos multicolores e em cimade andas, faziam malabarismos e entrega-vam a todas as crianças uma lembrança.

… e chega o Pai Natal

Finda a loucura que se gerou nasala, motivada pela caça aos autó-grafos, os mais pequenos puseramordem na sala e com os ânimos jámais frescos – o espumante estavadelicioso –, os "putos", sedentos depresentes, gritaram a uma só voz:"Pai Natal, Pai Natal".

Fez-se silêncio, pois vindo do maisdistante país regelado (leia-se por de-trás do balcão do bar junto ao frigorí-fico) apareceu o Pai Natal, que se diri-giu para o local onde guardara as pren-

buído por um membro do "staff", que iarefreando a euforia dos matulões.

No final da entrega das prendas, pe-quenos e grandes, vindos de longe oude perto, pois já eram cerca de 18h00 eporque pretendiam deleitar-se no acon-chego dos seus lares, fizeram uma de-bandada quase geral, deixando incon-solados os elementos do conjunto mu-sical "Apolo 3" que queriam ainda mos-trar o seu valor.

E pronto, foi assim a nossa Festa deNatal. Nós gostámos muito, espera-mos que também tenham gostado eque para o ano haja mais.

Pelas 13h00 teve início o almoço,com entradas de frios e, recorrendo àrima, passamos a descrever o "menu":uma sopa Juliana, para servir de cama.Um bacalhau com farinheira, que esta-va à maneira. Da Bairrada, o saborosoleitão, que se comeu à mão. No fim,para os gulosos, que não perdoam umbom doce, Lambarices comeram fogo-sos, limparam a mesa e mais que fosse.Tudo bem regado com vinhos tintos,brancos, rosé e espumante natural, cafée digestivos no final.

Para que o repasto corresse a precei-to e para embalar tais iguarias, o con-junto musical "Apolo 3"presenteou-noscom uma atuação suave e melodiosa.

"Momentos partilhados"

Eis que chega a loucura dos maispequenos – "são os palhaços, são ospalhaços!" Durante cerca de uma hora,estes deliciaram os pimpolhos e fize-ram rir os mais crescidos.

Finda a sua atuação, pudemos assis-tir à projeção de imagens intituladas"Momentos Partilhados", relativas aanteriores festas de Natal de todas asdelegações do SBC. Pensamos, semquerermos ser convencidos, mas commuita "cagança", como soe dizer-se,que foi um momento mesmo muitopartilhado e de grande alcance da nos-sa festa.

Seguiu-se um dos momentos maisaltos, não só pela qualidade musical dogrupo de amigos e trabalhadores doSBC, "Os Cozido à Portuguesa", que le-varam até aos convivas canções tradi-

cionais portuguesas, conseguidas apóslongos, bem comidos e regados, bemcomo difíceis ensaios, mas tambémporque tal grupo se encontrava numpalco mais elevado que aqueles.

das, seguido em apoteose pelos miú-dos, procedendo, então, à entrega dospresentes tão sonhados e esperados.

Mas atenção, pois também os maio-res tiveram direito a presente, distri-

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Notícias l STAS - Actividade SeguradoraST

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Mais um inverno que chega. Maisum ano que finda. Mais umNatal que ilumina os sonhos

de quem vive esta época mágica.Pelos olhos de uma criança o mundo

é cheio de cor e divertido. É tudo bemmais simples e fácil! E se, só por hoje,escolher ser criança e olhar para oNatal com a magia e a beleza de palmoe meio?

Concurso de desenho

O Natal com o STAS

O Sindicato decidiu estendera magia do Natal por maisalgum tempo e promoveu

um concurso de desenhodestinado aos filhos

dos associados. Alémde receberem prémios,

os vencedores verão os seusdesenhos utilizados no postal

do próximo Natal STAS

TEXTO: PATRÍCIA CAIXINHA

No dia 7 de dezembro, em PontaDelgada, realizou-se um jantar,com a presença do presidente e do

2.º vice-presidente da Direção nacional,Carlos Marques e Mário Rúbio, respeti-vamente.

Uma semana depois, concretamente nodia 15, houve a oportunidade para ossócios da Ilha Terceira se juntarem tam-bém num jantar que contou com a presen-ça do 1.º vice-presidente, José Luís Pais.

Imagine que hoje tem a possibilida-de de fazer uma história. A sua história!Que personagens gostaria de ver nela equal o final que lhe daria? Sonhou porum segundo? Parabéns! A magia davida e do Natal é isso mesmo: Sonhar!"

Começava assim a nossa mensagemde sonho para este Natal.

Como já é habitual na altura natalí-cia, o STAS presenteia os filhos dos seusassociados até aos doze anos de idadecom um cheque brinde.

No Natal de 2012 foram entregues685 cheques de Natal, abrangendo 937crianças.

Juntamente com a mensagem de es-perança que endereçámos e que deixá-mos no sapatinho de cada sócio, colo-cámos também um desafio para ascrianças.

Neste Natal, apelando à criatividadee imaginação da pequenada lançámoso concurso "Melhor Desenho de NatalSTAS".

A ideia era utilizarem o conto deNatal do Vasco Pacheco, vencedor doconcurso do Natal anterior e fazeremum desenho que contasse a históriacriada pelo jovem. O conto imaginário

Nos Açores a tradição ainda é o que eraCumpriu-se a tradição e uma

vez mais a Direçãodos Açores promoveu

convívios natalícios comos sócios açorianos do STAS

TEXTO: JOSÉ LUÍS PAIS

No dia seguinte foi a vez dos sóciosdas Ilhas do Faial e do Pico se reuniremà volta de uma mesa, à hora do almoço,na cidade da Horta, contando igualmen-te com o 1.º vice-presidente.

Destaque-se o empenho dos colegasda direção açoriana, que proporciona-ram estes convívios: José Maria Barbo-sa, António Travassos, Carlos Ferreira e

Joseph Nazaré. Refira-se ainda que, emqualquer dos locais, foram prestadasinformações e esclarecimentos a pro-pósito da atualidade sindical e políticaque vivemos.

Pena foi que nem todos os sóciostenham correspondido ao convite, peseembora os vários impedimentos a quealguns estiveram sujeitos.

As celebrações natalíciasdo STAS incluíram ainda

um espetáculo de teatro,apresentado nas

instalações do sindicatoexclusivamente para sócios

e seus familiares

TEXTO: MÓNICA CORREIA

No dia 16 de dezembro de 2012, oSindicato dos Trabalhadores da Ati-vidade Seguradora presenteou os

seus associados e os seus familiares coma peça "O Poema", interpretada pela com-panhia de Teatro SOU, com encenação deCláudio Hochman.

Uma oportunidade única que deu a co-nhecer a poesia do nosso País, através da

do Vasco continha bacalhau, bolo-rei,rabanadas e azevias, renas, enfeites,presentes e um grande segredo.

Foram permitidos todos os materiaisque os pequenos artistas mais gostas-sem. Afinal a magia e arte não temlimites para os artistas de palmo emeio.

O prazo do concurso ainda decorriaaquando do fecho da revista, pelo quesó no próximo número poderemos darmais informações sobre esta iniciativa.

A magia do Natal chega também aospresentes do concurso. Os melhorestrês desenhos recebem um presenteno valor de 100 euros em jogos eacessórios para consolas.

Irão ser considerados três escalõesetários: o 1.º até aos 5 anos de idade;o 2.º, dos 6 aos 9 anos; e o 3.º, dos 10aos 12 anos.

Os desenhos vencedores serão ain-da utilizados no postal do próximoNatal STAS.

Porque afinal, o Natal é sobre magia,sonhos e contos!

excelente interpretação dos atores inter-venientes. Um espetáculo infantil que reu-niu as famílias na época natalícia.

"O Poema" brindou todos os presentescom textos de poetas portugueses desdeo século XIII ao século XXI, através daexposição de desenhos e dos mistérios daescrita, onde a música e as cantigas deembalar foram suavizando e facilitando a

compreensão de cada estrofe. Uma peça,servida na forma de segredos, beijos eesconderijos, que se transformaram numaviagem plena de ritmos e sons.

A todos aqueles que não puderam estarpresentes, deliciamos-vos com um poe-ma de Miguel Torga, inserido e interpreta-do na peça.

Segredo

Sei um ninho.E o ninho tem um ovo.E o ovo, redondinho,Tem lá dentro um passarinhoNovo.

Mas escusam de me atentarNem o tiro, nem o ensino.Quero ser um bom meninoE guardar

Este segredo comigo.É depois ter um amigoQue faça o pinoA voar…

Miguel Torga

Peça "O Poema"

Sindicato pôs teatro no “sapatinho” dos sócios

Sócios e os seusfilhos assistiram àinterpretação de

"O Poema" nasede do STAS

Entrega de emblemas em Ponta Delgada

Ilha Terceira

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Notícias l STAS - Actividade SeguradoraST

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Notícias l Bancários Sul e IlhasBancários Sul e Ilhas

TEXTOS: INÊS F. NETO

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De há muitos anos a esta parte quevinha sendo discutida a separa-ção da função financiadora da

função prestadora do SAMS do Sul e Ilhas,o que está completamente alinhado nãosó com os estudos das consultoras Pricee Deloitte, mas também com a intençãoclara por parte do Conselho de Gerênciadeste e de mandatos anteriores de con-cretizar essa separação.

A Direção cumpre assim o compromis-so eleitoral de profissionalização da ges-tão do SAMS prestador de serviços, en-quadrado pela alínea h) do artigo 36.º dosEstatutos.

É a seguinte a deliberação da Direção:"O SAMS é um serviço de assistência na

saúde de caráter privado no âmbito dosetor bancário, possuindo unidades pres-tadoras de saúde: hospital, centro clínicoe postos;

Como é público e notório, verifica-seatualmente uma forte concorrência naárea da saúde privada com oferta diver-sificada, o que não se verificava à data dacriação do SAMS;

SAMS

Direção separa função financiadorada função prestadora de saúde

A Direção tomou umadeliberação, na sua reunião

de dia 7, que marcaráde forma indelével a história

do SAMS do SBSI

Não pode, pois, o SAMS ficar indiferentea essa concorrência, antes tem de lhe fazerface oferecendo aos seus beneficiários,utentes e público em geral que recorra aosseus serviços cada vez melhores cuidadosde saúde nas suas diversas vertentes e acustos competitivos;

A prossecução deste objetivo pressupõee impõe uma gestão profissional do SAMSque o possa habilitar a essa concorrência,muitas vezes desleal, designadamente como recurso à gestão por profissionais da área

Todos os beneficiários registados no sítio do SBSI/SAMS poderão este ano obtera sua declaração do IRS através de uma opção que vai ser disponibilizada.

Para tal é necessário solicitar a atribuição do "pin", caso não o tenha, que seráde imediato enviado para a sua residência, após o que poderá utilizar asfuncionalidades disponíveis, entre as quais a que possibilita a marcação deconsultas médicas e o acesso às declarações de IRS.

A informação publicada no sítio em 18 de dezembro, na parte referente ao enviodas declarações para a morada dos beneficiários titulares fica assim prejudicada.

Registe-se. Colabore no seu interesse e no de todos, utilizando estas novasfuncionalidades.

Declarações de IRSno sítio do SBSI

Registe-se e aceda

da saúde e da gestão hospitalar e tendo emvista uma política de diminuição de custose de aumento de receitas na procura cons-tante da otimização de serviços e resulta-dos".

Na reunião foi ainda decidido incumbiro presidente e o vice-presidente da Dire-ção de contratarem a equipa que compo-rá a comissão executiva, proposta pelaPrice como peça indispensável da conso-lidação do SAMS, e que brevemente serátornada pública.

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Cumpriu-se a tradição. Através dassuas vozes os cinco grupos corais debancários proporcionaram um mo-

mento de beleza e harmonia nestes tem-pos conturbados, durante o Concerto deReis que se realizou no final da tarde de dia

Cinco grupos corais de bancáriosproporcionaram hora e meia

de puro êxtase às muitas pessoasque acorreram à Igreja

de S. Domingos para mais umConcerto de Reis organizado pelo

Pelouro dos Tempos Livresdo SBSI. A qualidade das vozes

e a cuidada seleçãodo reportório, obviamente

dedicado à quadra, encantaram

7, organizado pelo Pelouro dos TemposLivres do SBSI, uma iniciativa que vai já nanona edição.

Perante uma Igreja bem composta degente (incluindo as muitas pessoas queassistiram no transepto), apesar do frioque se fez sentir de forma persistente, oscoralistas das Instituições Millennium BCP,CGD, Banco de Portugal, Santander Totta eBPI soltaram as vozes e preencheram oespaço com cânticos natalícios que ape-lam à paz e à concórdia entre os homens.

O espetáculo iniciou-se pontualmenteàs 19h00. Ao longo de cerca de hora emeia, atuaram o Coro do Clube MillenniumBCP, dirigido pelo maestro António Leitão;o Coro do GDC do BPI, que atuou sob abatuta de José Eugénio Vieira; o Coro doGDC do Banco de Portugal, dirigido pelomaestro Sérgio Fontão; o Coral SantanderTotta, pela primeira vez dirigido por DiogoPombo; e o Grupo Coral dos Serviços Sociaisda CGD, cujo maestro é João Pereira. Aoespírito de uma assistência heterogénea

na idade mas homogénea no interesseecoaram algumas das mais belas compo-sições desta quadra festiva, dos clássicosde Mozart e Johannes Brahms aos cânticosde louvor e às tradicionais canções popu-lares.

Ao longo do concerto, o público foi sedu-zido pela mescla de sensações que o con-fronto entre as composições selecionadastão bem provocava. Como é já uma carac-terística, mais uma vez o reportório apre-sentado centrou-se nos cânticos religio-sos tradicionais alusivos à época natalícia,e a escolha dos temas foi magistral, resul-tando num programa diversificado tantoao nível da época como de raiz e autor.Destaque para "Adeste Fideles", interpre-tada por três dos cinco coros, mas semprecom arranjos e harmonizações diferentes,o que proporcionou uma interessante va-riação sobre o mesmo tema.

Os espectadores puderam ouvir temascontemporâneos e clássicos, canções tra-dicionais de diversas regiões de Portugal– do Algarve ao Douro Litoral, do Alentejoà Beira Alta – mas também de regiõesmais longínquas, como Upsala ou Langue-doc. No total foram interpretados 25 te-mas, cinco por cada grupo. O Coro do BCPfez o pleno, pois os seus cinco temastinham adaptação do maestro AntónioLeitão.

O público não se fez rogado nas manifes-tações de incentivo e apreço aos coralis-tas, e os seus aplausos ecoaram insisten-temente pela Igreja de S. Domingos – queencanta pela beleza despida de relíquias,pela solenidade de um templo que, poropção estética, mantém bem marcadasna sua estrutura as feridas do incêndio.

Quadra natalícia despede-se em belezaCoros bancários em Concerto de Reis

TEXTO: INÊS F. NETO

OSBSI, em parceria com a Associa-ção Portuguesa de Franchise(APF), promove um evento sobre

"franchising" no dia 14 de fevereiro, das9h30 às 17h00, no Palacete Leitão, darua Marquês de Fronteira.

Atento aos problemas por que tempassado o setor, o Sindicato destinaesta ação preferencialmente aos traba-lhadores alvo de processos de resci-sões de contrato, embora esteja abertaà participação de todos os sócios inte-

Ao longo de 2012 um conjunto deInstituições de Crédito procedeua reestruturações, nomeadamen-

te ao nível dos recursos humanos, so-correndo-se das chamadas "rescisõesamigáveis" de contrato.

A Direção do SBSI, consciente de quea muitos dos trabalhadores que seviram envolvidos nestes processos aperda do Serviço de Assistência Médi-co-Social causa um grande constrangi-

Para quem foi alvo de rescisão de contrato

mento, decidiu, no interesse destes,manter-lhes o acesso aos serviços in-ternos do SAMS.

É o seguinte o teor da deliberação:"A Direção do Sindicato dos Bancári-

os do Sul e Ilhas decidiu manter oacesso aos serviços clínicos internosdo SAMS, de ex-sócios do Sindicato efamiliares, por abandono do setor porrescisões de contrato ou despedimen-to coletivo, ambas em resultado de

Sindicato não vira as costasa atingidos por reestruturações

reestruturação das Instituições ou ex-tinção das mesmas, na qualidade deutentes, usufruindo da tabela de pre-ços que é aplicada aos utentes famili-ares de sócios, desde que o requeiramexpressamente."

Para desencadear o processo, os tra-balhadores interessados devem dirigir--se à Secção de Inscrição de Sócios eBeneficiários (telefone: 217917400 ouemail: [email protected])

ressados, nomeadamente os que pos-sam ter familiares desempregados.

O objetivo do evento é procurar solu-ções para minimizar a ausência de perspe-tivas dos ex-sócios que nos últimos tem-pos têm saído da banca, apresentandoalternativas de negócio em "franchising".

A sessão de abertura contará com aparticipação da Direção do SBSI e dospresidente e vice-presidente da APF.Durante o evento estarão presentesdiversos especialistas na área e juris-

tas, que explicarão este modelo denegócio, os direitos dos franchisados eresponderão a dúvidas da assistência,sobretudo no sentido de evitar conse-quências menos agradáveis de umadecisão precipitada. As marcas convi-dadas farão uma pequena exposição (aagenda pode ser consultada no sítio doSBSI).

Os interessados deverão inscrever-seaté dia 8 de fevereiro, através do [email protected]

SBSI mantém acesso a ex-sóciosaos serviços internos do SAMS

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Notícias l Bancários NorteBancários N

orteNotícias l Bancários Norte

José Cerqueira

TEXTOS: FRANCISCO JOSÉ OLIVEIRA

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Reunido dia 27 de dezembronas instalações do sindicato,

o Conselho Geral do SBNaprovou, por maioria,com nove abstenções,

as Bases Gerais, o Programade Ação e o Orçamento

para 2013, propostospela Direção

Na ordem de trabalhos constava aeleição dos delegados ao 12.ºCongresso da UGT, onde foram

apresentadas a sufrágio três listas comos seguintes resultados: lista A (TSD),58 votos: lista B (TSS), 50 votos; lista C(TIDC), 18 votos.

Por último, o Conselho Geral aprovoutambém, com um voto contra e umaabstenção, uma moção apresentada pelaTendência Movimento Bancários doNorte, manifestando oposição ao Orça-mento do Estado para o ano de 2013.

A Direção sublinha que o Orçamentoe o programa de Ação são condiciona-dos não só pelo ato eleitoral previstopara o mês de abril, bem como pelosefeitos das severas dificuldades econó-micas e financeiras que assolam o País.

Mas pretende uma maior ação, dina-mização e intervenção sindical, emconjunto com toda a estrutura sindical.

Assim sendo, privilegiará o contatopessoal e direto com os trabalhadoresbancários, para uma maior proximida-de, relacionamento e confiança entreas partes e consequentemente a capta-ção de novos associados e a eleição dedelegados sindicais.

Na dinamização sindical são incluí-das também as reuniões gerais de as-sociados (RGA), na região da sede e nasdelegações, a efetuar com os trabalha-dores no ativo e na reforma.

Para além da atividade normal de-corrente da ação, da dinamização e daintervenção sindical, serão tambémrealizados workshops, ações de forma-ção e seminários destinados a novosquadros e aos membros da estruturasindical, sobre temas ligados ao movi-mento sindical e ao mundo laboral –contratação, contencioso, SAMS, comu-nicação…

Negociação coletivae contencioso laboral

No que ao Contencioso diz respeito,foi melhorado, num passado recente, oatendimento aos associados, respon-dendo de forma mais célere às solicita-ções, mas o agravar da conflitualidadeno setor, perante as situações de resci-

sões de contratos que têm estado averificar-se em toda a banca, vai obri-gar a introduzir novas alterações nestaárea, nomeadamente no reforço doatendimento aos associados, bem comono eventual recurso – no total respeitopelas limitações legais existentes – agabinetes técnicos externos ao Sindica-to dos Bancários do Norte.

Na sequência da transferência paraa Federação do Setor Financeiro (Feba-se) das negociações das diversas con-venções coletivas de trabalho, de queo Sindicato dos Bancários do Norte erasubscritor – transferência essa efetua-da no respeito pelas normas estatutá-rias que regem o SBN –, no ano de 2013continuarão a ser acompanhados osprocessos negociais em curso, salien-tando-se, pela importância de que sereveste, o referente ao Acordo Coleti-vo de Trabalho (ACT) do setor bancário.

De facto, em meados de 2012 o gru-po negociador das instituições de cré-dito fez a denúncia do ACT do setorbancário, pretendendo alterar o teorde forma significativa, nomeadamen-te nas cláusulas referentes às promo-ções por antiguidade e mérito, diutur-nidades e prémios de antiguidade, bemcomo as categorias e carreiras profis-sionais, mobilidade geográfica, exer-cício da atividade sindical e SAMS, oque levou os sindicatos da Febase aapresentar uma contraproposta, su-

fragada na Comissão Permanente doConselho Geral do SBN e no ConselhoGeral da Federação, procurando res-ponder a este ataque aos direitos dostrabalhadores bancários nossos asso-ciados.

Assim, e durante 2013, continuarãoa ter lugar as negociações no sentidode ser possível obter um acordo quesalvaguarde os direitos dos trabalha-dores abrangidos por esta convenção.

No setor bancário, nos últimos doisanos não houve atualizações salariais,pelo que será defendida, nos locaispróprios, a obtenção de uma atualiza-ção salarial que minimize os efeitos daausência prolongada de aumentos sa-lariais dos trabalhadores no ativo, dosreformados e dos pensionistas.

Estrutura e dinamização sindical,negociação coletiva e contencioso la-boral – são estes os três pilares fun-damentais do SBN, princípios quedeveriam estar presentes em todo oconjunto do movimento sindical.

Programa de Açãodo Regime Geral

Como seria expectável, 2012 consti-tuiu um ano de grandes constrangi-mentos e de enorme exigência para aeconomia mundial e para Portugal, afe-tando particularmente o setor financei-ro e, consequentemente, os SAMS.

De facto e confirmando o pior dos cená-rios, registou-se uma acentuada deprecia-ção do valor das contribuições para osSAMS, resultado da convergência de fato-res adversos, cuja realidade lhes é impos-ta e não é suscetível de alteração só pelavontade e pela determinação dos sindi-catos e dos seus SAMS, pela inexistênciade mecanismos ao seu alcance capazesde provocar a inversão desta dinâmicanegativa, consubstanciada na progressi-va diminuição da população bancária ena reiterada dificuldade em promoveratualizações salariais, situação que severifica desde 2010, ano da última alte-ração da respetiva tabela.

Foi, pois, neste contexto de continua-da retração, que foi elaborado o orça-mento e estabelecidas as Bases Geraise o Programa de Ação.

Outras propostas

Durante o ano, a Direção irá continuara apoiar e a dinamizar os diversos agru-pamentos do pelouro da Ação Recreati-va e Cultural e manterá a aposta napromoção dos serviços destinados àocupação dos tempos livres e de lazerdos bancários.

Uma vez que o desporto é uma dasatividades com maior impacto e rele-vância no conjunto dos serviços presta-dos pelo SBN, o sindicato continuará arealizar diversas iniciativas.

Conselho Geral aprova Bases Gerais, Programa de Ação e OrçamentoNo plano interno, desenvolverá todos

os esforços, juntamente com empresasda especialidade vocacionadas para oefeito, para suprir eventuais lacunasnos conhecimentos dos trabalhadoresdo SBN e continuará a adquirir novasferramentas informáticas, no convenci-mento de que desta forma estarão a sercriadas as condições atinentes à melho-ria da produtividade dos trabalhadores.

Tratando-se de uma área vital e degrande importância para todas as ativi-dades do SBN, quer em termos da difu-são informativa de conteúdos resultan-tes da sua função essencial – negociaçãoe defesa dos trabalhadores bancários –,quer em funções complementares derecreio e de lazer, continuará a darespecial enfoque à Informação.

Quanto aos recursos humanos, as nego-ciações para um Acordo de Empresa acelebrar com a Fetese encontram-se nafase final.

A Direção tem dado especial atençãoaos ativos patrimoniais e, nesse senti-do, tem vindo a promover diversas açõesatinentes à correta rendibilização dosedifícios, designadamente dos existen-tes na Rua de Cândido dos Reis.

O SBN prosseguirá com a execuçãodos compromissos resultantes da parti-cipação nas organizações em que estáfiliado.

Fundo Sindical de Assistência

O Fundo Sindical de Assistência integraum conjunto de benefícios de acesso cir-cunscrito aos associados do SBN e respe-tivos elementos do agregado familiar.

Nessa medida, os bancários que seencontrem devidamente inscritos comoassociados têm acesso a vários benefí-cios de natureza médico-social, taiscomo subsídio materno-infantil, educa-ção especial, apoio a deficientes, apoiona invalidez, internamento em laresseniores, apoio domiciliário, pagamen-to diferido de despesas dos SAMS, con-cessão de empréstimos e comparticipa-ção em deslocações, em alojamento eno termalismo, e em tratamentos dedesintoxicação.

Loja de ótica

Por fim, a valorização da qualidadedos serviços prestados nas lojas daNovÓpticaSBN continuará a ser um ob-jetivo a atingir.

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José Cerqueira

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No dia 23 do corrente mês de janeiroo Núcleo de Fotografia do SBNencerra o projeto "À Moda do Por-

to", que decorreu durante quinze mesessob a orientação do coordenador do gru-po, Jorge Viana Vasto, com a realização deexposições na galeria do sindicato, naRua Conde de Vizela, de autoria de AiresAraújo Pereira, António Costa, AntónioMorais, Eduardo Nogueira, Fernando Cas-tro, Joaquim Silva, Jorge Viana Basto, JoséCerqueira, José Godinho, Júlio Pereira,Manuel Manarte, Manuel Pereira Cardo-so, Manuel Santos Vale, Manuel Pina Ca-bral e Rui Manuel Costa.

No seguimento do que tem vindo anortear a sua intervenção sociocultu-ral, a partir de março deste ano e até

Núcleo de Fotografia

Um ciclo se encerra, um ciclo se iniciaTermina este mês o projeto

"À Moda do Porto",mas o sindicato tem já

uma nova proposta paraos amantes da arte fotográfica:

chama-se "Treze Meses, TrezeTemas" e arranca em março

junho de 2014 levará a efeito um outroevento, também com exposições men-sais, com a designação "Treze Meses,Treze Temas", sob a orientação do novocoordenador, Manuel Santos Vale, queterá a colaboração de dois outros mem-bros – José Cerqueira e Fernando MárioCastro.

É a seguinte a calendarização dasexposições temáticas: março, "Flores e

Plantas"; abril, "Noturnos"; maio, "Pai-sagem"; junho, "Abstrato"; julho, "Espe-táculos/Cenas de Rua"; agosto, "ValorHumano"; setembro, "Desporto/Movi-mento"; outubro, "Reportagem"; no-vembro, "Viagem"; dezembro, "TemaSobre o Natal"; janeiro, "Água"; feverei-ro, "Arquitetura/Monumentos"; mar-ço, "Animais"; abril, "Natureza Morta";maio, "Todos" e encerramento.

Natal celebrado na sede e delegaçõesMirandela Braga

Foto: Aires Araújo Pereira

TEXTOS: FRANCISCO JOSÉ OLIVEIRA

O SBN comemora o Natal, quer na região da sede quer nas delegações,com diversos eventos para os filhos dos associados. Assim, para osfilhos dos bancários da região da sede, a iniciativa realizou-se no dia 15

de dezembro, de manhã, com um espetáculo do Circo Cardinali, no Queimódro-mo, antiga Feira Popular.

Aveiro, Guimarães, Penafiel, S. João da Madeira e Viana do Castelo juntaram-se ao espetáculo do Circo Cardinali no mesmo dia 15, mas da parte da tarde.

Chaves, Valença, Vila Real e Régua fizeram festas por sua própria iniciativa,mas, até à hora de encerrarmos a presente edição, não nos chegaram fotos dastrês primeiras delegações.

Bragança

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