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1.Controle Jurisdicional de Legalidade das Investigações Criminais. 1.1.O magistrado deve controlar a legalidade de investigação criminal. No julgamento do inquérito 2.963, do Estado de Roraima, o STF entendeu que o inquérito policial instaurado para investigar fatos praticados, em tese, por membros do congresso nacional deverá ser supervisionado pelo próprio STF e, inclusive, ter tramitação judicial e não obedecer ao processamento dos ordinário inquéritos policiais conforme disciplinado no Código de Processo Penal. Ainda segundo o Min. Gilmar Mendes, não há que confundir o inquérito originário que tramita no STF com o inquérito tipicamente policial do CPP. O ponto fulcral de inquéritos originários no STF diz respeito à instauração de investigação criminal contra autoridades detentoras de foro por prerrogativa de função. Ante o exposto, calha indagações como, por exemplo, qual o papel do Judiciário na fase investigatória? Cabe ao judiciário autorizar o início de uma investigação e, igualmente, o controle sobre o que é mais conveniente para uma investigação?. Como sabido por todos nós, o fato de uma investigação criminal instaurada para apurar a autoria e materialidade de um fato, em tese, ilícito e culpável, consubstanciando-se em uma infração penal, pode trazer efeitos negativos sobre a pessoa a qual recai, bem como privá-lo de direitos e garantias constitucionalmente asseguradas. Também é preciso frisar que, a Constituição Federal de 1988 reconheceu um novo modelo de processo criminal, inspirado em tratados e convenções internacionais de Direitos Humanos, com a indisfarçável preocupação em preservar e resguardar os papéis de investigação e acusação a outros órgão (polícia e Ministério Público, respectivamente) que não o poder Judiciário, de modo que, este último tenha sua imparcialidade e independência resguardada. Com efeito, estas elucubrações preliminares nos conduz ao entendimento de que se reveste de inconstitucionalidade caso em que o juiz se envolva

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Estudos Sobre o controle de legalidade nas investigações criminais

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1.Controle Jurisdicional de Legalidade das Investigações Criminais.1.1.O magistrado deve controlar a legalidade de investigação criminal.

No julgamento do inquérito 2.963, do Estado de Roraima, o STF entendeu que o inquérito policial instaurado para investigar fatos praticados, em tese, por membros do congresso nacional deverá ser supervisionado pelo próprio STF e, inclusive, ter tramitação judicial e não obedecer ao processamento dos ordinário inquéritos policiais conforme disciplinado no Código de Processo Penal. Ainda segundo o Min. Gilmar Mendes, não há que confundir o inquérito originário que tramita no STF com o inquérito tipicamente policial do CPP.

O ponto fulcral de inquéritos originários no STF diz respeito à instauração de investigação criminal contra autoridades detentoras de foro por prerrogativa de função.Ante o exposto, calha indagações como, por exemplo, qual o papel do Judiciário na fase investigatória? Cabe ao judiciário autorizar o início de uma investigação e, igualmente, o controle sobre o que é mais conveniente para uma investigação?.

Como sabido por todos nós, o fato de uma investigação criminal instaurada para apurar a autoria e materialidade de um fato, em tese, ilícito e culpável, consubstanciando-se em uma infração penal, pode trazer efeitos negativos sobre a pessoa a qual recai, bem como privá-lo de direitos e garantias constitucionalmente asseguradas. Também é preciso frisar que, a Constituição Federal de 1988 reconheceu um novo modelo de processo criminal, inspirado em tratados e convenções internacionais de Direitos Humanos, com a indisfarçável preocupação em preservar e resguardar os papéis de investigação e acusação a outros órgão (polícia e Ministério Público, respectivamente) que não o poder Judiciário, de modo que, este último tenha sua imparcialidade e independência resguardada. Com efeito, estas elucubrações preliminares nos conduz ao entendimento de que se reveste de inconstitucionalidade caso em que o juiz se envolva pessoalmente na realização de diligências e formação de provas na fase pré-processual.

Sob uma ótica constitucional da questão, reputamos imprescindível esse controle feito pelo magistrado. Portanto, toda e qualquer investigação seja levada a efeito pela polícia, seja levada a efeito pelo MP, deve sim se submeter ao controle jurisdicional de legalidade do magistrado como forma de evitar abusos e flexibilização de Direitos Humanos Fundamentais, obtidos a tão duras penas pelo ser humano ao longo da história.No entanto, a maneira como esse controle é exercido quando da necessidade de autorização para deflagração de investigação criminal contra