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1 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS NA ATIVIDADE DE PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA Ana Maria Taddei Cardoso de Barros 1 1 Acadêmico do Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho do Centro Universitário de Lins - Unilins, Lins-SP, Brasil [email protected] 2 Prof. Msc. Celso Atienza (orientador), 3 Prof. Msc. Bianca Di Luccia (orientadora), Esp. 4 Ana Elisa Alencar (orientadora) 2,3,4 Docentes do Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho do Centro Universitário de Lins - Unilins, Lins-SP, Brasil. [email protected]; [email protected]; [email protected] Resumo Este artigo visa apresentar, por meio da aplicação de uma técnica de análise de risco, um levantamento dos eventos perigosos, das causas e das consequências dos riscos que os trabalhadores de obras em rodovias estão expostos, bem como apresentar medidas de controle cabíveis para o estudo de caso apresentado. Foi realizado um levantamento fotográfico de uma obra de recuperação de um trecho da Rodovia Marechal Rondon, Km 462, próximo ao município de Cafelândia. Utilizou-se a técnica de Análise Preliminar de Riscos (APR) para realizar o estudo qualitativo e exploratório de cada função inserida no processo de execução das obras, a fim de diagnosticar riscos e encontrar melhorias nas condições de trabalho em cada posto, visando o bem estar e a proteção à vida do trabalhador. Palavras chaves Análise preliminar de risco; Pavimentação asfáltica; Segurança do trabalho; Obras em rodovias. Abstract This paper presents, through the application of a technique of risk analysis, a survey of hazardous events, the causes and consequences of hazards that workers are exposed on highways works and present measures of control applicable to the study if displayed. A photographic survey of the work of recovering a portion of the Marechal Rondon highway, Km 462, near the city of Cafelândia was performed. We used the technique of Preliminary Hazard Analysis (PHA) to conduct qualitative and exploratory study of each function inserted in the execution of the work process in order to diagnose risks and find improvements in working conditions at each station, for the well being and the protection of the worker's life. Keywords Preliminary risk analysis; Asphalt paving; Safety; Works on highways. 1 Introdução A Segurança do Trabalho é de grande relevância nos setores da construção civil, principalmente em obras rodoviárias devido ao trânsito da via, tornando a pista um espaço disputado entre os maquinários que são necessários para o reparo, os utilitários e caminhões em alta velocidade, o deslocamento dos materiais e de infraestrutura mínima para a obra, além de homens para executar o trabalho no trecho. Nesses casos, o recurso mais forte da segurança do trabalho é a sinalização, que se bem elaborada, contribui para o conforto e segurança tanto dos usuários da rodovia quanto dos trabalhadores de trechos (Manual de Sinalização Rodoviária, 2006). Em geral, o maior problema do setor da construção civil é a baixa qualificação da mão de obra e a elevada rotatividade dos trabalhadores, que somado ao reduzido

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ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS NA ATIVIDADE DE

PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA

Ana Maria Taddei Cardoso de Barros1 1Acadêmico do Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho do Centro Universitário de

Lins - Unilins, Lins-SP, Brasil

[email protected]

2Prof. Msc. Celso Atienza (orientador), 3Prof. Msc. Bianca Di Luccia (orientadora),

Esp. 4Ana Elisa Alencar (orientadora) 2,3,4 Docentes do Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho do Centro Universitário de

Lins - Unilins, Lins-SP, Brasil.

[email protected]; [email protected]; [email protected]

Resumo

Este artigo visa apresentar, por meio da

aplicação de uma técnica de análise de

risco, um levantamento dos eventos

perigosos, das causas e das consequências

dos riscos que os trabalhadores de obras

em rodovias estão expostos, bem como

apresentar medidas de controle cabíveis

para o estudo de caso apresentado. Foi

realizado um levantamento fotográfico de

uma obra de recuperação de um trecho da

Rodovia Marechal Rondon, Km 462,

próximo ao município de Cafelândia.

Utilizou-se a técnica de Análise

Preliminar de Riscos (APR) para realizar

o estudo qualitativo e exploratório de cada

função inserida no processo de execução

das obras, a fim de diagnosticar riscos e

encontrar melhorias nas condições de

trabalho em cada posto, visando o bem

estar e a proteção à vida do trabalhador.

Palavras chaves – Análise preliminar de

risco; Pavimentação asfáltica; Segurança

do trabalho; Obras em rodovias.

Abstract

This paper presents, through the

application of a technique of risk analysis,

a survey of hazardous events, the causes

and consequences of hazards that workers

are exposed on highways works and

present measures of control applicable to

the study if displayed. A photographic

survey of the work of recovering a portion

of the Marechal Rondon highway, Km 462,

near the city of Cafelândia was performed.

We used the technique of Preliminary

Hazard Analysis (PHA) to conduct

qualitative and exploratory study of each

function inserted in the execution of the

work process in order to diagnose risks

and find improvements in working

conditions at each station, for the well

being and the protection of the worker's

life.

Keywords – Preliminary risk analysis;

Asphalt paving; Safety; Works on

highways.

1 Introdução

A Segurança do Trabalho é de grande

relevância nos setores da construção civil,

principalmente em obras rodoviárias

devido ao trânsito da via, tornando a pista

um espaço disputado entre os maquinários

que são necessários para o reparo, os

utilitários e caminhões em alta velocidade,

o deslocamento dos materiais e de

infraestrutura mínima para a obra, além de

homens para executar o trabalho no trecho.

Nesses casos, o recurso mais forte da

segurança do trabalho é a sinalização, que

se bem elaborada, contribui para o

conforto e segurança tanto dos usuários da

rodovia quanto dos trabalhadores de

trechos (Manual de Sinalização

Rodoviária, 2006).

Em geral, o maior problema do setor da

construção civil é a baixa qualificação da

mão de obra e a elevada rotatividade dos

trabalhadores, que somado ao reduzido

2

investimento por parte das empresas em

treinamento e desenvolvimento, tornam-se

os desencadeadores de problemas com

segurança no trabalho.

No setor rodoviário, a segurança do

trabalho tornou-se importante passando a

ser um fator prioritário, quer seja por

legislações, quer seja por obrigações

trabalhistas, mas principalmente pelo bem

estar e a proteção à vida do trabalhador

(BASTOS, 2009).

Medidas como instituir a cultura de

segurança e a comunicação do risco são

maneiras de inserir o trabalhador no

processo de trabalho. Muitos acidentes

originam-se da inobservância dos aspectos

que antecipam a falha do sistema, ou seja,

os riscos.

Segundo dados do Ministério da

Previdência (2012), cerca de 700 mil

casos de acidentes de trabalho são

registrados em média no Brasil todos os

anos, não sendo contabilizados os casos

não notificados oficialmente, resultando

em um gasto anual aproximado de R$ 70

bilhões.

Assim, nota-se que é de suma importância

o conhecimento sobre os riscos presentes

dentro de um sistema para que seja

possível a identificação e a correção dos

desvios antes que ocorra a sua falha,

reduzindo a probabilidade de erro humano.

Trata-se da responsabilidade mais

importante designada ao gerente de riscos,

pois através dela são identificadas perdas

potencias, ou seja, relacionadas às pessoas,

à propriedade e a grandes

responsabilidades da empresa.

Para tanto existem normas

regulamentadoras (NR) que norteiam os

profissionais no que diz respeito à

prevenção de riscos. A NR 9 estabelece a

obrigatoriedade da elaboração e da

implementação do Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)

por parte dos empregadores e das

instituições que admitam trabalhadores

como empregados, visando com tal

iniciativa a preservação da saúde e da

integridade dos trabalhadores. Segundo

consta no item 9.1.5, da referida NR,

“consideram-se riscos ambientais os

agentes físicos, químicos e biológicos

existentes nos ambientes de trabalho que,

em função de sua natureza, concentração

ou intensidade e tempo de exposição, são

capazes de causar danos à saúde do

trabalhador”.

Por isso, em qualquer atividade é

necessário avaliar os riscos que os

trabalhadores estão expostos através da

análise da probabilidade e da

consequência. Essa análise pode ser

realizada através da aplicação de diversas

técnicas, específicas para cada situação e

que podem ser complementadas com

outras para obter maior eficiência.

Uma das técnicas mais utilizadas chama-

se Análise Preliminar de Riscos (APR)

que tem como finalidade a identificação

de perigo e a análises de riscos que

consiste em apontar eventos perigosos,

causas e consequências, além de fundar

medidas de controle. Geralmente, a

técnica é efetuada nas etapas preliminares

do projeto, mas que pode ser aplicada em

unidades já em operação, permitindo

nesse caso a realização de uma revisão

dos aspectos de segurança existentes

(OLIVEIRA, 2008).

O presente artigo tem como objetivo

aplicar a técnica de APR em cada função

do processo de execução das obras de

manutenção de um trecho da rodovia

Marechal Rondon, Km 462, a fim de

diagnosticar riscos e propor melhorias nas

condições de trabalho em cada posto,

atendendo à legislação e propondo

adequações para a segurança e o conforto

do trabalhador.

2 Referencial Teórico

2.1 Rodovias e a Segurança do

Trabalho

As vias rodoviárias são as mais utilizadas

no Brasil, alcançando 62,7% da

preferência nacional (ILOS, 2010).

Devido ao intenso fluxo, elas estão

sempre necessitadas de manutenções e

3

ampliações que são normalmente

realizadas por trechos.

Segundo Bernucci et al.(2010), os

pavimentos utilizados nas rodovias são

estruturas de múltiplas camadas que

precisam ser resistentes ao intemperismo

e às cargas dos veículos circulantes,

apresentar impermeabilidade,

flexibilidade, estabilidade, resistência ao

fogo, à derrapagem e a fissura térmica.

Para tal, existem normas

regulamentadoras para construção e

reforma, tanto no que diz respeito às

etapas da pavimentação quanto à

sinalização.

No estado de São Paulo, o Departamento

Nacional de Infraestrutura de Transporte

(DNIT) disponibiliza normas e manuais

para as obras em rodovias, assim como o

Departamento de Estradas de Rodagem

(DER) disponibiliza aos técnicos da área o

Manual de Sinalização Rodoviária, que

consta informações, conceitos e

descrições de técnicas para nortear a

elaboração da sinalização de forma

correta para cada caso, a fim de evitar

acidentes. Ambos se apresentam em

forma de legislações, fazendo parte

inclusive do CTB – Código de Trânsito

Brasileiro, instituído em forma de Lei nº

9.503, de 23 de Setembro de 1997.

Bastos (2009) elaborou um estudo de caso

a partir do levantamento dos aspectos

gerais da sinalização das obras em uma

rodovia de Uberlândia-MG, se baseando

nas exigências das NR e do CTB.

Analisando a segurança do trabalho, pode

concluir que, quando empregada, é

exposta de maneira tímida, deficiente e

incompleta. Outros estudos semelhantes

apontaram a fraca participação da gestão

de riscos, indicando que esse setor está

deficiente e necessitado de maior atenção

na área da construção civil.

2.2 Importância da identificação dos

riscos

Quando se fala em identificação de riscos

há três palavras que são fundamentais

para se garantir sucesso na implantação de

qualquer técnica: reconhecer, avaliar e

controlar.

Baccarini (2001) define a identificação de

risco de forma simples e direta como “o

processo de determinar o que pode

acontecer, porque e como”.

Sabe-se a importância do conhecimento

sobre os riscos presentes dentro de um

sistema, seja ele qual for, para que seja

possível a identificação e a correção dos

desvios antes que ocorra a sua falha,

reduzindo a probabilidade de erro humano

(MARTINS, 2006).

A partir do conceito de gestão de riscos,

Oliveira (2008) sintetizou na Figura 1 as

etapas necessárias à sua aplicação, bem

como a inserção da fase de controle de

riscos, que é a mais demorada e necessita

de frequente acompanhamento do

profissional.

Figura 1: Síntese das etapas da gestão de

riscos.

Fonte: MORANO, 2006.

4

De acordo com Kerzner (1998), a

primeira etapa para a identificação dos

riscos é a detecção das áreas potenciais de

risco, sendo que através da eficácia desta

identificação se obtém a eficiência na

gestão. A falha no gerenciamento de risco

ou a não aplicação das técnicas de gestão

resultam em acidentes, que afetam

diretamente o sistema, seja através de

danos à máquina e/ou ao trabalhador, ou

em prejuízos financeiros.

De uma forma geral, observa-se na

literatura que os autores consideram que

em qualquer atividade é necessário avaliar

os riscos que os trabalhadores estão

expostos através da análise da

probabilidade e da consequência. Essa

análise pode ser realizada através da

aplicação de diversas técnicas, como por

exemplo, HAZOP, check list, árvores de

causas, análise preliminar de riscos (APR),

que são específicas para cada situação e

que podem ser complementadas com

outras para obter maior eficiência.

2.3 Técnica de Análise Preliminar de

Risco

Oliveira (2008) define a Análise

Preliminar de Risco (APR) como uma

técnica de identificação de perigo e

análise de riscos que consiste em apontar

eventos perigosos, causas e consequências,

além de fundar medidas de controle.

Geralmente essa técnica é efetuada nas

etapas preliminares do projeto, mas que

pode ser aplicada em unidades já em

operação, permitindo nesse caso, a

realização de uma revisão dos aspectos de

segurança existentes (OLIVEIRA, 2008).

A APR é uma técnica bastante utilizada

devido ao seu baixo custo, mas é

importante ressaltar que sua eficiência

aumenta se for complementada com outra

técnica de análise mais detalhada como,

por exemplo, a Análise de Árvore de

Falha – FTA ou Análise de Modos de

Falhas e Efeitos – FMEA.

Para aplicar a técnica escolhida foram

elaboradas uma lista de verificação, um

levantamento fotográfico das condições

de trabalho de cada trabalhador, a

identificação das funções e posteriormente

dos respectivos perigos, um levantamento

dos equipamentos de proteção utilizados,

além da elaboração das possíveis medidas

de prevenção e melhorias do conforto e

bem estar do trabalhador.

3 Estudo de caso

3.1 A Empresa

O estudo foi realizado em uma empresa

do ramo da pavimentação asfáltica, que é

contratada para dar manutenção na

Rodovia Marechal Rondon, no trecho de

concessão de uma determinada empresa.

A obra acompanhada tratou-se da

execução de uma reforma no trecho

próximo ao município de Cafelândia-SP,

onde foi realizado a remoção do asfalto

danificado e todo o processo da formação

das camadas da nova cobertura asfáltica.

Os registros fotográficos foram realizados

no mês de fevereiro de 2014, com a obra

já na fase de aplicação da massa asfáltica.

3.2 Os trabalhadores e a jornada de

trabalho

Os trabalhadores são do sexo masculino,

com idade média de 33 anos e cumprem

uma jornada de trabalho de 8 horas diárias,

sendo realizado rodízio das funções, já

que cada equipe entra em ação em uma

determinada etapa das camadas, sendo as

funções específicas, com exceção dos

serventes.

3.3 Metodologia

Os riscos encontrados em cada função

foram colocados em quadros presentes no

Anexo A, apresentando os identificados,

o(s) agente(s) causador (es), a(s) fonte(s)

geradora(s), o(s) meio(s) de propagação,

tempo de exposição, a(s) consequência(s),

a frequência de ocorrência, os

equipamentos de proteção individual e

coletivo necessários para redução dos

riscos e as medidas necessárias para

5

melhorar as condições de trabalho em

cada posto.

Elaborados os quadros de APR de cada

função, fez-se a avaliação qualitativa dos

riscos com base nos resultados de

frequência e consequência da exposição

de acordo com a proposta de Cadella

(1999), conforme Quadros 6 e 7

disponíveis no Anexo B.

Os riscos encontrados foram classificados

em categorias conforme a sua gravidade,

variando de 0 (zero) para o risco

extremamente baixo; a 9 (nove) para o

extremamente elevado, segundo sugestão

de Cadella (1999), no Quadro 7

disponível no Anexo C. Os riscos que

alcançaram classificação igual ou superior

a 5 (cinco), foram entendidos como não

toleráveis, ou seja, há necessidade de

intervenção e da aplicação de medidas

de prevenção urgentes.

3.4 Apresentação e discussão dos

resultados

No levantamento realizado “in loco”

encontraram-se as seguintes atividades

realizadas por trabalhadores no trecho da

rodovia estudado: operador de rolo pneu

compactador, auxiliar do rolo pneu

compactador, operador de caminhão

espargidor de liga asfáltica, auxiliar de

caminhão espargidor de liga asfáltica e

serventes.

3.4.1 Operador de rolo pneu

compactador

O operador de rolo pneu compactador é

responsável pela compactação dos

materiais utilizados no subleito, sub-base,

base e agregados utilizados na

capa asfáltica. O ambiente de trabalho

desta função é a cabine do equipamento,

composta de assento, direção e uma

alavanca, possuindo, dependendo do

equipamento, uma cobertura. A Figura 2

ilustra este ambiente. O equipamento

produz 87,7 dB, expondo o trabalhador a

risco físico, por exemplo.

Figura 2 - Rolo pneu compactador.

Fonte: Registro da autora.

O Quadro 1 do Anexo A expõe os riscos

identificados na função de operador de

rolo pneu compactador, bem como sua a

categoria de risco. Dentre eles se destaca

o risco de vibração, proveniente, muitas

vezes, pelo desbalanceamento da

máquina. Segundo Estupinãn (2011), as

vibrações geradas por estas máquinas são

de baixa amplitude e o nível de pressão

sonora em muito dos casos pode ser o

suficiente para não ser capaz de identificar

as vibrações geradas pela presença de

defeitos, sendo necessário manutenções

preventivas e se necessário, corretivas.

O alto nível de decibéls emitido pelo

equipamento fez com que o nível de

pressão sonora se classifique como risco

elevado, pois poderá chegar a causar, com

o tempo, surdez ao operador. O

equipamento possui cobertura para

diminuir a exposição à radiação solar, que

se faz presente na maior parte da

execução do serviço. O operador usa

roupas de mangas compridas e chapéu

para minimizar a exposição, sendo o risco

classificado como médio, pois na ausência

dos EPI poderá causar doenças e pele

graves, como por exemplo, o câncer de

pele. A vibração provocada pelo

equipamento atinge o corpo do operador

por completo, podendo causar problemas

na coluna vertebral, sendo um risco

elevado

6

3.4.2 Auxiliar do rolo pneu

compactador

A função do auxiliar é manter os pneus

limpos, já que a massa asfáltica tende a

aderir à borracha do pneu, diminuindo sua

eficiência de compactação, além de poder

danifica-lo se não for removida enquanto

estiver quente. O auxiliar trabalha na

aplicação de óleo vegetal com a bomba

costal durante a operação do rolo

compactador, conforme ilustrado na

Figura 3. O Quadro 2 do Anexo A expõe

os riscos identificados na função avaliada.

Figura 3: Auxiliar executando sua tarefa.

Fonte: Registro da autora.

3.4.3 Operador do caminhão

espargidor

O caminhão espargidor é aquecido através

do queimador atomizado, com capacidade

de geração de calor de, aproximadamente,

200.000kcal/h. O sistema é alimentado

por um reservatório de óleo diesel, com

tanque de armazenagem de betume com

capacidade de 6.000 litros. O operador é

responsável pela aplicação do material

betuminoso utilizado na imprimação da

capa asfáltica, conforme Figura 4. O

equipamento produz 87,5 dB (informado

pelo fabricante) apresentando risco físico.

O Quadro 3 do Anexo A exibe os demais

riscos levantados para esta função.

Figura 3: Operador do caminhão

espargidor em operação.

Fonte: Registro da autora.

Nota-se na Figura 5 a quantidade de

vapores e de partículas suspensas devido à

elevada temperatura do material aplicado.

Figura 4: Operador trabalhando em cima

da máquina.

Fonte: Registro da autora.

O Quadro 4 (Anexo A) ilustra os riscos

observados para nesta função. Foi

levantado o risco químico de intoxicação

devido à inalação do vapor do ligante

betuminoso CM 30, que pode causar

náuseas e dor de cabeça.

7

Figura 5 - Calor proveniente da liga asfáltica.

Fonte: Registro da autora.

3.4.4 Operador de vibro acabadora

A mesa vibro acabadora tem a função

receber a carga de massa asfáltica do

caminhão de abastecimento e espalhar o

material através da mesa vibratória,

produzindo uma superfície lisa e

homogênea. O operador tem a função de

manter as chamas acessas para garantir a

temperatura ideal de aplicação da massa

asfáltica.

Figura 6 – Operador de vibro acabadora.

Fonte: Registro da autora.

Dentre os riscos levantados no Quadro 5

(Anexo A), o nível de pressão sonora

produzido pela máquina é de 84,7 dB,

valor informado pelo fabricante. Este

equipamento em particular possui o risco

de esmagamento devido a presença de

peças móveis e rotativas que podem

atingir o trabalhador se estas não forem

protegidas.

3.4.5 Serventes

O servente é o cargo que possui maior

número de trabalhadores. Eles têm como

função auxiliar no nivelamento do greide

da pista, limpar o local antes da aplicação

de material betuminoso, descarregar o

agregado do caminhão com o uso de pás e

fazer a correção manual do agregado

despejado. Como a função não possui

máquina, o servente não tem ambiente de

trabalho específico, ou seja, ele

permanece na pista durante a execução de

todos os serviços, auxiliando os

operadores e permanecendo exposto a

níveis de pressão sonora de 87,7 dB. A

jornada de trabalho é de 44 horas

semanais e os equipamentos manuseados

são: rastelos, vassouras, pás e carriolas.

Figura 7: Os serventes distribuindo e

nivelando os agregados.

Fonte: Registro da autora.

Observou-se que esta função está exposta

a riscos consideráveis preocupantes, pois

como o de atropelamento, visto que o

trabalhador permanece na pista em várias

etapas da obra, expostos ao tráfego dos

caminhões e carros; e ao risco químico

devido o contato com o produto

betuminoso, conforme Figura 9.

8

Figura 8: Caminhão trafegando ao lado

dos serventes que estão trabalhando no

trecho.

Fonte: Registro da autora.

4 Proposta de Intervenção

As propostas de intervenção estão

apontadas e descritas conforme

identificação dos riscos e são referentes a

mudanças de comportamento, medidas

administrativas como implantação de OS,

ficha de retirada de EPI e implantação de

treinamentos, visando eliminar os riscos e

proporcionar condições superiores de

trabalho em cada posto.

4.1 Sistema de Proteção Coletiva e

Equipamentos de Proteção Individual

É fundamental a implantação do trabalho

de conscientização e de treinamentos

quanto à importância do uso adequado dos

Equipamentos de Proteção Individual

(EPI), tanto para os engenheiros e

encarregados, quanto para os

trabalhadores em geral. O principal

exemplo de uso de EPI deve ser dado

pelos altos cargos, tendo assim autoridade

para realizar a cobrança nos demais

trabalhadores. A Figura 10 aponta este

tipo de falha na obra estudada. Se os

supervisores não tiverem consciência da

importância do uso não se lembrarão de

cobrar o mesmo dos trabalhadores.

Figura 9: Ausência do EPI por parte dos

carregados, como o colete sinalizador e

botina.

Fonte: Registro da autora.

O EPI se faz presente, mas muitas vezes

está sendo utilizado de forma incorreta,

como ilustrado na Figura 11, onde a

máscara não está na forma correta, ou seja,

com as tiras separadas pela orelha.

Figura 10: Máscara utilizada de forma

errada.

Fonte: Registro da autora.

A melhor opção como medida de

segurança que precisa ser inserida na

filosofia da empresa, treinada, adotada

pelos trabalhadores e fiscalizada é o uso

de Sistemas de Proteção Coletiva, pois ela

ajuda a garantir e salvaguardar a

integridade física dos trabalhadores das

obras. Segundo esse pressuposto, uma

sinalização para obras em rodovias deverá

9

advertir, com necessária antecedência, a

existência de obras ou situações de

emergência adiante, canalizar e ordenar o

fluxo de veículos junto à obra de modo a

evitar movimentos conflitantes, fornecer

informações corretas, claras e

padronizadas aos usuários da via através

de placas de sinalização. Essa medida foi

observada no trecho estudado, como

mostra a Figura 12 e 13.

Figura 12: Sinalização de velocidade

máxima permitida.

Fonte: Registro da autora.

Figura 13: Canalização do fluxo de

veículos utilizando Cones com iluminação

noturna.

Fonte: Registro da autora.

A avaliação mostrou que esse tipo de

atividade deixa o trabalhador exposto a

riscos físicos que necessitam de

minimização à exposição através do uso

de protetor auricular, óculos de proteção

contra raios ultravioletas, máscaras com

filtro para produtos químicos e poeiras,

luvas, botas, calça e camisa de manga

comprida, colete refletivo ou camisa com

refletivo.

4.2 Implantação de ficha de retirada de

Equipamento de Proteção Individual

(EPI)

Cabe ao empregador orientar e treinar o

trabalhador quanto ao uso adequado dos

Equipamentos de Proteção Individual,

além de ficar atento quanto à necessidade

de substituição do mesmo quando

danificado ou extraviado, bem como seu

prazo de validade, de acordo com a NR 6.

No presente estudo há necessidade de

intensificar essa verificação, pois há

registros do uso de equipamentos

danificados, conforme Figura 14.

Figura 11: EPI em péssimo estado de

conservação.

Fonte: Registro da autora.

Faz-se necessário implantar um Modelo

de Ficha de Retirada de EPI, conforme

previsto na NR 6, em seu item 6.6.1 que

regulamenta o sistema de registro de

entrega de EPI.

“6.6.1 Cabe ao empregador

quanto ao EPI:

h) registrar o seu fornecimento ao

trabalhador, podendo ser

adotados livros, fichas ou sistema

eletrônico.”

Na ficha ficará registrado a data da

retirada para poder controlar a

periodicidade de substituição dos

equipamentos, através de um estudo de

10

vida útil de cada um, evitando assim o uso

de materiais desgastados. No Anexo D

está disponibilizado o modelo da Ficha.

Todos os equipamentos adquiridos

deverão possui o Certificado de

Aprovação (CA), conforme descrito na

norma.

4.3 Organização

É fundamental implantar uma organização

no canteiro de trabalho, pois atualmente

os equipamentos que por hora não estão

sendo utilizados permanecem jogados na

beirada da pista, muitas vezes contendo

produtos químicos, conforme Figura 15.

Figura 12: Equipamentos dispostos em

local inapropriado

Fonte: Registro da autora.

O regime de trabalho é em forma de

rodízio, ou seja, cada profissional atua em

uma determinada etapa do processo de

pavimentação. Exceto os serventes, todos

os trabalhadores possuem função

especifica, havendo a necessidade de

disponibilizar uma área de vivencia, com

cobertura e acentos, bem como local

apropriado para dispor os equipamentos

enquanto aguardam o momento de atuar,

deixando o ambiente mais organizado,

conforme Figuras 18.

Figura18: Exemplo de área de vivência ideal para

essa obra em trecho. Fonte: IBIMAC, 2012.

Nesta mesma área de descanso devem

permanecer alguns itens de EPI reservas e

kits de primeiros socorros.

A Figura 19 ilustra a situação atual do

local de descanso, onde os trabalhadores

ficam expostos ao sol intenso (risco físico)

e à picada de animais (risco ergonômico).

Figura 19: Trabalhadores em abrigo improvisado.

Fonte: Registro da autora.

Além da área de vivência com acesso ao

sanitário, é importante que a empresa

disponibilize refeitório móvel para seus

trabalhadores, proporcionando condições

de conforto, conforme Figura 20.

11

Figura 13: Exemplo de refeitório.

Fonte: AGISA Containers, 2013.

4.4 Treinamento para manuseio de

produtos químicos

Todos os trabalhadores envolvidos em

atividades que utilizam produtos químicos

deverão receber um curso sobre o uso de

Produtos Químicos, que aborde conteúdos

e práticas relativos às operações e aos

procedimentos referentes a produtos

químicos, o que inclui recebimento,

contato, armazenamento, transferência,

manuseio e descarte, com foco no

desenvolvimento da identificação, análise

e classificação dos riscos e práticas de

segurança, bem como inspeção e

utilização de equipamentos de proteção

individual (EPIs) e equipamentos de

proteção coletiva (EPCs), de acordo com

a NR 16.

A substância química utilizada na obra é o

asfalto diluído CM-30. O ligante

betuminoso é um líquido inflamável,

insolúvel na água e nocivo, que pode

causar dor de cabeça e náuseas por

inalação.

O caminhão que o armazena possui

identificação correta, conforme Figura 21.

Figura 21: Placa de identificação de substancia

perigosa para o meio ambiente. Fonte: Registro da

autora.

Outra medida é a verificação do estado de

conservação dessas placas, uma vez que

estas permanecem expostas ao sol e

podem desbotar. O Anexo E disponibiliza a Ficha de

Emergência, prevista na NR 23, para o

risco correspondente ao número da placa

da Figura 21.

4.5 Bateria de extintores e identificação

dos mesmos

Foi identificado o risco de incêndio na

função de , devido à ausência de proteção

do botijão de GLP contra a exposição

solar, conforme Figura 22, visto que na

presença de calor o gás se expande,

aumentando a pressão interna, fazendo

com que o botijão se rompa, causando

vazamento do gás. A proximidade com o

fogo é fator agravante do risco de

incêndio. Há necessidade de adequação

quanto às exigências da Norma

Regulamentadora n°23, que dispõe sobre

Proteção, Prevenção e Segurança contra

incêndio,

Figura 22: Perigos identificados no equipamento.

Fonte: Registro da autora.

É importante que haja verificação

sistemática quanto à data de validade da

mangueira e da certificação quanto a

inscrição NBR 8613. O botijão não deve

ser exposto à temperaturas superiores a

50°C, devendo ser colocado em local

12

arejado e coberto, longe do calor, para que

não fique exposto ao sol e a chuva.

A Figura 23 ilustra a presença de um

extintor, mas pode-se observar a ausência

de identificação do mesmo, com a classe

de fogo específica que combate.

Figura 23: Único extintor presente na obra.

Fonte: Registro da autora.

O extintor deverá ter 1 (uma) Ficha de

controle de inspeção (Anexo E), ser

inspecionado visualmente a cada mês,

examinando o seu aspecto externo, os

lacres, os manômetros quando o extintor

for do tipo pressurizado, verificando se o

bico e válvulas de alívio não estão

entupidos.

Em cumprimento à NR 23, é necessário

instalar placas de sinalização em cada

extintor, conforme os exemplos da Figura

24.

Figura 24: Sinalização de extintores e hidrantes.

4.6 Rotulação

Os recipientes para condicionamento de

produtos químicos estão inadequados

(garrafa PET) e sem rotulagem, segundo

Figura 25.

É necessário adequação e identificação do

produto para que qualquer pessoa que se

aproximar saiba do que se trata e quais

cuidados tomar, além da apresentação da

Ficha de Identificação de Segurança de

Produtos Químicos (FISPQ), dependendo

do produto. O Anexo D possui um

exemplo de FISPQ.

Figura 14: Perigos identificados na vibro

acabadora. Fonte: Registro da autora.

4.7 Inspeções anuais

Deverão ser efetuadas, sempre que

necessárias, inspeções em todos os postos

de trabalho, visando o controle da

exposição dos trabalhadores aos riscos e à

introdução ou modificação das medidas

para seu controle. Anualmente deverá ser

realizada uma avaliação da exposição dos

trabalhadores aos riscos ambientais.

4.8 Registros e divulgação de dados

Deverá ser mantido um histórico técnico e

administrativo do desenvolvimento do

PPRA, e este deverá permanecer

disponível para consulta dos trabalhadores.

13

4.9 Ordem de serviço (OS)

Introduzir OS nas funções de operador de

maquinas e equipamentos e nos serventes.

A NR 1 estabelece a obrigatoriedade ao

empregador de elaborar ordens de serviço

sobre segurança e saúde do Trabalho,

dando ciência sobre os riscos e os

procedimentos e equipamentos

necessários para sua prevenção e

segurança. No Anexo H e I encontram-se

os modelos de OS das funções de

operador de máquinas e serventes,

respectivamente.

5 Conclusão

O levantamento apresentou maiores

incidências nos riscos físicos,

principalmente na função de operador de

vibro acabadora, conforme Gráfico no

Anexo J.

Há necessidade de incluir a política de

prevenção de acidentes, treinando os

trabalhadores para o reconhecimento de

situações potencialmente perigosas antes

dos acidentes ou quase acidentes

ocorrerem, e efetuar o registros de ambos.

Todos os trabalhadores devem ter o

treinamento, habilidades e ferramentas

necessárias para executar corretamente as

funções, principalmente os postos que

trabalham com equipamentos de grande

porte, como as máquinas analisadas.

A empresa deverá investir em refeitórios

móveis e áreas de vivencia com sanitário

para proporcionar, além do conforto, a

segurança dos trabalhadores, evitando que

fiquem expostos à riscos no horário de

almoço e durante as pausas.

Outra importante medida é a verificação

das condições dos EPI e a implantação

das fichas de controle desses

equipamentos.

O risco de atropelamento foi observado

em todas as funções, sendo importante a

sinalização adequada para homens na

pista, obras e velocidade máxima

permitida nesses trechos.

6 Referências Bibliográficas

AGISA CONTAINERS. Refeitório para

canteiros móveis. Disponível em : <

http://www.agisacontainers.com.br/portfol

io/> . Acesso em 07 de Jun de 2014.

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Project Management Institute Annual

Seminars & Symposium; 2001 Nov 1-10;

Nashville, Tennessee, USA.

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Prevenção de Acidentes. São Paulo:

Editora Atlas S.A. 1999.

DATAPREV. Empresa de Tecnologia e

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Brasília DF. Disponível em: <

http://www3.dataprev.gov.br/sislex/imagen

s/paginas/05/23006.jpg>. Acesso em 23 de

mai de 2014.

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Ficha de inspeção de extintores. São Paulo.

2012. Disponível em: < http://www.deltase

gurancadotrabalho.com/2012/03/modelo-

de-ficha-de-inspecao-de.html> Acesso em

02 de jun de 2014.

ESTUPINÃN, E.A., SAAVEDRA, P.N.

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máquinas rotativas de baixa velocidade.

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www. mundomecanico.com.br/.../Análise-

de-vibração-aplicada-em-máquinas>.

Acesso em: 27 de mar de 2014.

MELO, L.H.C. et al. Análise Preliminar

de Risco na Pavimentação asfáltica tipo

TSD. Faculdade de arquitetura,

Engenharia e tecnologia. FAET, 2006.

Disponível em: <http://www.scribd.com/

doc/9559475/Analise-preliminar-de-risco-

na-pavimentacao-asfaltica-tipo-TSD>

Acesso em 18 mai de 2014.

IBIMAQ, Soluções agrícolas. Áreas de

vivencia. Disponível em:< www.ibimaq.

com.br> . Acesso em 07 de jun de 2014.

14

ILOS - Instituto de Logística e Supply

Chain. Disponível em: <http://www.ilos.

com.br/web/index.php?option=com_conte

nt&id=1807&Itemid=74&lang=br.>

Acesso em 15 de fev. de 2014.

MANUAL DE SINALIZAÇÃO

RODOVIÁRIA. São Paulo: Departamento

de Estradas de Rodagem do Estado de São

Paulo, 2006.

MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA. 2012.

Disponível em:< http://www.previdencia.

gov.br/estatsticas/>. Acessado em:

14/06/2012.

MORANO, C. A. R. et al. Aplicação das

técnicas de identificação de risco em

empreendimentos de E & P.

ENGEVISTA, v. 8, n. 2, p. 120-133,

dezembro 2006.

NORMA REGULAMENTADORA -

NR9 - Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais. Disponível em: <http://www.

guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr9.ht

m>. Acesso em 15 fev de 2014.

NORMA REGULAMENTADORA –

NR6 –Equipamento de Proteção

Individual. Disponível em:

<http://www.guiatrabalhista.com.br/legisl

acao/nr/nr6.htm>. Acesso em 19 fev de

2014.

NORMA REGULAMENTADORA –

NR16 –Atividade e Operações perigosas.

Disponível em: <http://www.guiatraba

lhista.com.br/legislacao/nr/nr16.htm>.

Acesso em 18 fev de 2014.

PETROBRAS. Ficha de Informação de

Segurança de Produto Químico. FISPQ.

2013. Disponível em: <http://www.br.com.

br/wps/wcm/connect/215f330043a7b1ef9

1839fecc2d0136c/fispq-asf-cm30.pdf >.

Acesso em 02 de Jun de 2014.

PETROBRAS. Ficha de Emergência

CM30. 2012. Disponível em: <

http://www.br.com.br/wps/wcm/connect/b

46e7d8043a7b19b90bf9fecc2d0136c/fe-

prodasf-paf-adp-cm-30.pdf> . Acesso em

02 de Jun de 2014.

SECONCI. Medicina e Segurança do

Trabalho. Rio de Janeiro, 2012. Disponível

em: < http://www.seconci-rio.com.br/new

/secoes/pagina/188/Ordens-de-Servico>.

Acesso em 03 de jun de 2014.

SEGURANÇA DO TRABAHO NWN.

Modelo de ficha de EPI.2012. Disponível

em:<http://segurancadotrabalhonwn.com/

modelo-de-ficha-de-epi/>. Acessa em 10

jun de 2014.

15

9. Anexos :

Anexo A – Quadros com as avaliações das funções através da técnica de APR. Em

destaque as categorias acima de 5 (cinco), ou seja, há necessidade de intervenção e da

aplicação de medidas de prevenção. Todas as funções foram enquadradas levando e

conta as horas de exposição ao risco e a categoria.

Quadro 1: Avaliação da função de operador de rolo pneu compactador.

N° de trabalhadores: 1

Risco Agente Fonte

geradora

Meio de

propagaç

ão

Tempo de

exposição

Consequê

cia

Frequênci

a

Categori

a do

risco

Físico

nível de

pressão sonora máquinas

execução

do serviço intermitente 5 4 6

vibração máquina ondas intermitente 7 3 6

temperatura sol raios

solares intermitente 6 4 7

Biológico Doenças e

exposição à

animais

insetos /

animais

peçonhentos

picada /

contato intermitente 7 1 3

Acidentado atropelamento veículo

distração/p

roblemas

mecânicos

intermitente 7 2 5

Ergonômico

movimentos

repetitivos

comando da

máquina

execução

do serviço intermitente 4 3 5

ergonomia direção da

máquina

execução

do serviço intermitente 3 2 3

16

Quadro 2: Análise Preliminar de Risco para a função de auxiliar de pneu rolo

compactador. Em destaque as categorias acima de 5 (cinco), ou seja, há necessidade de

intervenção e da aplicação de medidas de prevenção.

Fonte: Elaborado pela autora.

Quadro 2: Análise Preliminar de Risco para operador de caminhão espargidor de liga

asfáltica.

N° de trabalhadores: 2

Risco Agente Fonte

geradora

Meio de

propagação

Tempo de

exposição

Conse-

quêcia

Frequên

-cia

Categoria

do risco

Físico

nível de

pressão

sonora

máquinas execução do

serviço intermitente 5 4 6

temperatura sol raios solares intermitente 6 4 7

Biológico doenças e

exposição à

animais

insetos /

animais

peçonhento

s

picada /

contato intermitente 7 1 3

Acidentado atropelame

nto veículo

distração/probl

emas

mecânicos

intermitente 7 2 5

Ergonômico

movimento

s repetitivos

comando da

máquina

execução do

serviço intermitente 4 3 5

ergonomia direção da

máquina

execução do

serviço intermitente 3 2 3

N° de trabalhadores: 1

Risco Agente Fonte

geradora

Meio de

propagação

Tempo de

exposição

Consequên

cia

Frequên

cia

Categoria

do risco

Físico

nível de

pressão

sonora

motor do

espargidor

ondas

senoidal intermitente 5 4 6

queimadura fogo maçarico eventual 4 2 3

temperatura sol raios solares intermitente 7 3 7

Químico ligante

betuminoso CM -030 contato/ar eventual 6 4 7

Biológico contaminaç

ão de

doenças

insetos picada/contato intermitente 7 1 3

Acidentado

atropelame

nto veículo

distração/prob

lemas

mecânicos

intermitente 7 2 5

queda do

veículo veículo

execução do

serviço intermitente 4 2 3

17

Quadro 3: Análise Preliminar de Risco para operador da vibro acabadora.

Fonte: Elaborado pela autora.

Quadro 4: Análise Preliminar de Risco para os serventes

N° de trabalhadores: 10

Risco Agente Fonte

geradora

Meio de

propagação

Tempo de

exposição

Consequ

ência

Frequênci

a

Categori

a do

risco

Físico

nível de

pressão

sonora

máquinas onda senoidal contínuo 5 4 6

temperatur

a sol raios solares intermitente 7 3 7

Químico

produto

betuminos

o

CM -030/

RR-2C contato/ar eventual 6 4 7

aerodisper

sóides poeira ar intermitente 5 3 5

Biológico doenças e

exposição

à animais

insetos picada/contato intermitente 7 1 3

Acidentado Atropelam

ento veículos

distração/proble

mas mecanicos intermitente 7 2 5

N° de funcionários: 1

Risco Agente Fonte

geradora

Meio de

propagaçã

o

Tempo de

exposição

Consequên

cia

Frequênc

ia

Categoria

do risco

Físico

nível de

pressão

sonora

motor da

máquina

ondas

senoidal intermitente 5 4 6

queimadura fogo chama eventual 4 2 3

temperatur

a

sol raios solares intermitente 7 3 7

esmagamen

to máquina

Peças

móveis/

rotativas

intermitente 7 2 5

Químico

Exposição

a vapores

de

hidrocarbo

netos

Emulsão

asfálica ar eventual 6 4 7

GLP Botijão ar intermitente 7 2 5

Acidentado atropelame

nto veículo

distração/

problemas

mecânicos

intermitente 7 2 5

18

Anexo B - Categorias de consequência dos riscos.

Quadro 5: As categorias de consequência.

CATEGORIA DE

CONSEQUÊNCIA

QUALITATIVA

CARACTERÍSTICA

0 Desprezível Incômodos passageiros.

1 Muito leve Lesões de recuperação muito rápida.

2 Leve

Lesões que provocam sofrimentos

passageiros e não levam a incapacidade

para o trabalho ou atividades normais do

cotidiano.

3 Média baixa

Lesões que não resultam em danos

permanentes, mas provocam sofrimentos e

incapacidade temporária por perigoso

menor que uma semana.

4 Média

Lesões que não resultam em danos

permanentes, mas provocam sofrimentos

consideráveis e incapacidade temporária

por período maior que uma semana.

5 Média alta

Lesões que resultam em perdas

permanentes de funções, mas não afetam

de forma acentuada as funções essenciais a

uma vida normal.

6 Grave Lesões que incapacitam para o trabalho ou

outras atividades.

7 Muito grave Uma morte.

8 Extremamente

grave Algumas mortes.

9 Catastrófica Grande número de mortes.

Fonte: CADELLA, 1999.

19

Quadro 6: As categorias de frequência dos riscos.

CATEGORIA

DE

FREQUÊNCIA

QUALITATIVA CARACTERIZAÇÃO

0 Extremamente

baixa

Possível teoricamente, mas altamente improvável.

Não se espera que venha a ocorrer em qualquer

situação.

1 Muito Baixa

Não se espera que venha a ocorrer. Pode ocorrer

em situações muito especiais. Ações de redução

tornariam inviável a atividade.

2 Baixa Espera-se que possa ocorrer raramente no

exercício da atividade ou na vida útil da instalação.

3 Média Espera-se que venha a ocorrer com relativa

facilidade no exercício normal da atividade.

4 Alta Espera-se que venha a ocorrer com muita

facilidade no exercício normal da atividade.

Fonte: CADELLA, 1999.

Anexo C – Classificação das categorias dos riscos.

Quadro 7: Riscos resultantes de frequências e consequências.

CATEGORIAS

DE

FREQUÊNCIA

CATEGORIAS DE CONSEQUÊNCIA

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

CATEGORIAS DE RISCO

0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1

1 0 0 1 1 2 2 2 3 3 3

2 2 2 2 3 3 4 4 5 5 5

3 2 3 4 5 5 5 6 7 8 8

4 3 4 4 5 6 6 7 8 9 9

Fonte: CADELLA, 1999.

20

Anexo D - Modelo da ficha de controle de EPI.

Fonte : DELTA Segurança do Trabalho, 2012.

21

Fonte: Segurança do Trabalho NWN , 2012.

22

Anexo E- Ficha de emergência para risco 90.

Fonte: Petrobras, 2012.

23

Anexo F - Modelo de FISPQ com exemplo da substancia CM 30, utilizada no estudo.

Fonte : Petrobras, 2013.

24

Anexo G – Modelo de Ficha de inspeção de extintores.

Fonte: DATAPREV, 2011.

25

Anexo H: Ordem de Serviço para função de operador de máquinas e equipamentos.

Data de Emissão:

___/___/____

ORDEM DE SERVIÇO

SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO

Responsável pela apresentação da Ordem de Serviço: Ana Maria Taddei Cardoso de Barros

Função: Engenheira de Segurança do Trabalho Pela presente Ordem de serviço, objetivamos informar os trabalhadores que executam suas atividades laborais nesse setor, conforme estabelece a NR-1, item 1.7, sobre as condições de segurança e saúde às quais estão expostos, como medida preventiva e ,tendo como parâmetro os agentes físicos, químicos, e biológicos citados na NR-9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (Lei n.º 6514 de 22/12/1977,Portaria n.º 3214 de 08/06/1978), bem como os procedimentos de aplicação da NR-6 - Equipamento de Proteção Individual – EPI , NR-17 – Ergonomia , de forma a padronizar comportamentos para prevenir acidentes e/ou doenças ocupacionais.

Nome: Código: Setor: Função: Operador de Máquinas e

Equipamentos

Atividades Operação de máquinas e equipamentos para suspender, mover, posicionar, transportar e descarregar materiais.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Necessários e/ou Utilizados

Colete refletivo tipo X; Bota de segurança; Uniforme Completo; Protetor Auricular tipo concha quando estiver em ambientes ruidosos; Óculos de Segurança;

Medidas Preventivas para os Riscos

Não transite pela obra sem colete e calçado de segurança; Use seus EPIs apenas para a finalidade a que se destinam e mantenha-os sob sua guarda e

conservação; Observe atentamente o meio ambiente do trabalho ao circular na obra, e corrija as condições,

inseguras encontradas, imediatamente; Não ultrapasse a barreira (cancela) de segurança na pista; Treinamento para execução das tarefas; Não execute nenhum tipo de tarefa ou exerça atividade para a qual não foi treinado,

autorizado e não está habilitado.

Inserir logo

da empresa

26

Orientações de Segurança do Trabalho

Não permita que outras pessoas operem a máquina para a qual foi designado; Vistorie a máquina ou equipamento, diariamente, antes de iniciar seu trabalho; Realize a manutenção preventiva recomendada pelo fabricante e a registre no Livro de

Inspeção; Até o término da jornada de trabalho: limpe sua máquina ou equipamento; desligue a máquina

ou equipamento e entregue a chave à Administração da Obra; Não fume quando operar a máquina ou equipamento; Paralise o serviço ao constatar qualquer irregularidade; Não ultrapasse os limites de peso e altura para o transporte de cargas e empilhamento das

mesmas; Obedeça as normas estabelecidas pela empresa, entre elas as placas de sinalização;

Recebi treinamento de segurança e saúde no trabalho, bem com todos os equipamentos de proteção individual para neutralizar a ação dos agentes nocivos presentes no meu ambiente de trabalho. Serei cobrado, pelo não cumprimento ao disposto nesta ordem de serviço, estando sujeito às penas de lei, que vão desde a advertência e suspensão até demissão por justa causa.

Lins , ____ de _______________ de ______

____________________________

Assinatura do Empregado

Fonte: SECONCI, 2012.

Anexo I: Ordem de serviço para a função de servente.

Data de

Emissão:

___/___/____

ORDEM DE SERVIÇO

SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO

Responsável pela apresentação da Ordem de Serviço: Ana Maria Taddei Cardoso de Barros

Função: Engenheira de Segurança do Trabalho

Pela presente Ordem de serviço, objetivamos informar os trabalhadores que executam suas atividades laborais nesse setor, conforme estabelece a NR-1, item 1.7, sobre as condições de segurança e saúde às quais estão expostos, como medida preventiva e ,tendo como parâmetro os agentes físicos, químicos, e biológicos citados na NR-9 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (Lei n.º 6514 de 22/12/1977,Portaria n.º 3214 de 08/06/1978), bem como os procedimentos de aplicação da NR-6 - Equipamento de Proteção Individual – EPI , NR-17 – Ergonomia , de forma a padronizar comportamentos para prevenir acidentes e/ou doenças ocupacionais. Nome: Código:

Setor: Função: Servente

Inserir logo da

Empresa

27

Atividades

Executar tarefas auxiliares no canteiro de obras:transportar e / ou misturar materiais, arrumar, limpar obras, montar e desmontar armações, observando as ordens de serviço, para auxiliar nas tarefas de descarregamento de massa asfáltica e distribuição de agregado na pista. Pode auxiliar os operadores das máquinas pneu compactadora, caminhão espargidor e operador de mesa vibro acabadora. Manter as instalações do treicho limpas. Transporte manual de materiais.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Necessários e/ou Utilizados

Bota de segurança; Bota de segurança de PVC em locais alagadiços ou execução de concretagem Uniforme Completo Protetor Auricular em ambientes ruidosos Luvas de Borracha ou PVC (contato com cimento ); Luvas de Vaqueta, raspa ou malha pigmentada (apicoamento, superfícies ásperas,

transporte e manuseio de materiais) Óculos de Segurança Respirador purificador de ar contra poeiras;

Medidas Preventivas para os Riscos

Não transite pela obra sem colete refletivo tipo X e calçado de segurança; Use seus EPIs apenas para a finalidade a que se destinam e mantenha-os sob sua

guarda e conservação; Observe atentamente o meio ambiente do trabalho ao circular na obra, e corrija as

condições, inseguras encontradas, imediatamente; Não ultrapasse a barreira (cancela) de segurança sem o elevador esteja no seu

pavimento; Treinamento para execução das tarefas; Corpo de proteção nas periferias das lajes e nos vãos das lajes e escadas; Não execute nenhum tipo de tarefa ou exerça atividade para a qual não foi

treinado, autorizado e não está habilitado.

Orientações de Segurança do Trabalho

Use corretamente o cinto de segurança o cinto de segurança ligado a um cabo de segurança, para trabalhos realizados em andaimes suspensos mecânicos, para trabalhos em altura superior a 2,00 metros ou na periferia da obra;

Use roupa completa (calça e camisa), bota de borracha, luvas de borracha e óculos de segurança, nos trabalhos de lançamento e vibração do concreto quando for o caso;

Verifique as condições gerais das ferramentas manuais e elétricas antes de usá-las; Não improvise extensões elétricas, e nem conserte equipamentos elétricos defeituosos.

Chame o eletricista; Não “fabrique” andaimes de madeira e masseiras e nem trabalhe em andaimes sem

guarda- corpo, rodapé e estrado com no mínimo 0,60 centímetros de largura. Avise o carpinteiro ou mestre de obras;

Use corretamente o cinto de segurança, ligado a um cabo de segurança, para os trabalhos realizados em altura superior a 2,00 m ou na periferia da obra;

Use óculos de segurança contra impactos e respingos para trabalhos em esmeril,

28

apicoamento, lixamento, pintura, fabricação e lançamentos de concreto; De acordo com a CLT artigo 198 é terminantemente proibido o transporte manual de

cargas acima de 60 Kg; Use protetor auricular, quando estiver auxiliando o carpinteiro nos trabalhos de serra

circular ou em outros trabalhos que exijam(martelete, compressor etc) ; Use luvas de raspa de couro para transporte de madeira, cimento, tubos e materiais

abrasivos; Use máscara contra poeiras em trabalhos que provoquem seu desprendimento.

Recebi treinamento de segurança e saúde no trabalho, bem com todos os equipamentos de proteção individual para neutralizar a ação dos agentes nocivos presentes no meu ambiente de trabalho. Serei cobrado, pelo não cumprimento ao disposto nesta ordem de serviço, estando sujeito às penas de lei, que vão desde a advertência e suspensão até demissão por justa causa.

Lins , ____ de _______________ de ______

____________________________

Assinatura do Empregado

Fonte: SECONCI, 2012.

Anexo J : Relação Risco X Função do levantamento realizado.

Fonte: Elaborado pela autora.

0

5

10

15

20

25

Auxiliar de rolopneu-

compactador

Operador decaminhaoEspargidor

Operador de rolopneu-

compactador

Operador deVibro-Acabador

Servente

Acidente

Biológico

Ergonômico

Físico

Químico