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CORREIO FRATERNO O ESPIRITISMO EM LINGUAGEM MODERNA Publicação da Editora Espírita Correio Fraterno • e-mail: [email protected] • Ano 42 • Nº 430 • N ove mbro - Dezembro 2009 O idealizador e coordenador geral da I Mostra Mundo Maior de Cinema fala sobre o lançamento de O Filme dos Espíritos. Pág. 4 42 ANOS DE CORREIO FRATERNO www.correiofraterno.com.br Visite o nosso site: uando chega o final do ano, é comum a reflexão sobre sonhos de paz, união, alegria. Como se a virada de página dos calen- dários pudesse provocar mudanças, transformar pessoas, selar compromissos. Tem muita gente, porém, que faz em todos os dias um objetivo maior de vida. Sensibilidade é a grande questão e trabalho persistente o grande desafio. É ter um olhar realmente fraternal que impulsione à ação de estender a mão, agir e compartilhar. A motivação de fazer o bem pelo bem é pura satisfação. Leia mais nas páginas 8 e 9. O BEM sem fronteiras Raízes culturais: a história viva do Espiritismo Herculano Pires esclarece tudo sobre a Bíblia Q Enquanto Kardec realizava o trabalho de codi- ficação das cinco obras básicas, a partir de 1855, núcleos de estudos espíritas se consolidavam em todo o mundo. De olho nessas informa- ções, o pesquisador Washington Fernandes, de São Paulo, vem realizando um um criterioso levantamento de quem são esses pioneiros do Espiritismo, incluindo imagens reconstituídas e a descrição de suas antigas ocupações. Pág 6 J. Herculano Pires analisou e desmitificou a Bíblia, chamando atenção para o valor de seu conteúdo histórico abominando conceitos errôneos por inter- pretação inadequada pela ignorância espiritual dos homens. “Devemos concluir que a Bíblia é um erro? Não; mas que os homens se enganaram na sua inter- pretação”, alerta logo o autor, no primeiro capítulo do seu livroVisão Espírita da Bíblia, recém-editado pela Correio Fraterno. Pág. 16 ISSN 2176-2104 Com o pé na estrada Entrevista com André Marouço

Correio Fraterno 430

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Correio Fraterno, um dos mais conceituados veículos de informação espírita do Brasil.

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CORREIOFRATERNO

O ESPIRITISMO EM LINGUAGEM MODERNA

P u b l i c a ç ã o d a E d i t o r a E s p í r i t a C o r r e i o F r a t e r n o • e - m a i l : c o r r e i o f r a t e r n o @ c o r r e i o f r a t e r n o . c o m . b r • A n o 4 2 • N º 4 3 0 • N o v e m b r o - D e z e m b r o 2 0 0 9

O idealizador e coordenador geral da I Mostra Mundo Maior de Cinema fala sobre o lançamento de O Filme dos Espíritos. Pág. 4

42 ANOS DE CORREIO FRATERNO

www.correiofraterno.com.br

Visite o nosso site:

uando chega o final do ano, é comum a reflexão sobre sonhos de paz, união, alegria. Como se a virada de página dos calen-dários pudesse provocar mudanças, transformar pessoas, selar

compromissos. Tem muita gente, porém, que faz em todos os dias um objetivo maior de vida. Sensibilidade é a grande questão e trabalho persistente o grande desafio. É ter um olhar realmente fraternal que impulsione à ação de estender a mão, agir e compartilhar.

A motivação de fazer o bem pelo bem é pura satisfação. Leia mais nas páginas 8 e 9.

O BEMsem fronteiras

Raízes culturais: a história viva do Espiritismo

Herculano Pires esclarece tudo sobre a Bíblia

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Enquanto Kardec realizava o trabalho de codi-ficação das cinco obras básicas, a partir de 1855, núcleos de estudos espíritas se consolidavam em todo o mundo. De olho nessas informa-ções, o pesquisador Washington Fernandes, de São Paulo, vem realizando um um criterioso levantamento de quem são esses pioneiros do Espiritismo, incluindo imagens reconstituídas e a descrição de suas antigas ocupações. Pág 6

J. Herculano Pires analisou e desmitificou a Bíblia, chamando atenção para o valor de seu conteúdo histórico abominando conceitos errôneos por inter-pretação inadequada pela ignorância espiritual dos homens. “Devemos concluir que a Bíblia é um erro? Não; mas que os homens se enganaram na sua inter-pretação”, alerta logo o autor, no primeiro capítulo do seu livroVisão Espírita da Bíblia, recém-editado pela Correio Fraterno. Pág. 16

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Com o pé na estrada

Entrevista com André Marouço

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hegamos à ultima edição des-te ano. E com ela vão nossos agradecimentos e nossos vo-

tos para que continuemos a fortalecer cada vez mais essa interação de todos que fazem do Correio Fraterno um jor-nal aberto e atual, fiel às ideias de Kar-dec . A proposta de levar o Espiritismo contextualizado e de forma simples já é uma realidade.

Somos editores, articulistas, cola-boradores, leitores, assinantes e sim-patizantes que formam uma equipe bastante interessada em divulgar e in-centivar o bem, esteja ele onde estiver. Foi assim que surgiu a nossa matéria

de capa desta edição. E partilhamos também um segredo, que não surpre-ende os que já conhecem o valor da fé e do trabalho. Quando terminamos a edição é que notamos como ela está coesa e encadeada. Isso só é percebido – acreditem – no fechamento da edi-ção. A esses parceiros espirituais, nosso maior apreço.

Pensemos juntos, então, sobre te-mas como o consumo, a necessidade de superar-se e o valor da esperança. Enfim, aqui se resume toda a nossa vontade de que o mundo caminhe para dias melhores. É o que mostra, também, a entrevista com André Ma-

rouço, da Mundo Maior Filmes, da Fundação Espírita André Luiz, que se prepara para lançar nas telas, em 2010, O Filme dos Espíritos - mais uma atitu-de de gente de fé, que faz a sua parte, divulgando o pensamento renovador do Espiritismo.

Que tenhamos sempre essa fé ra-ciocinada e fortalecida através do nos-so trabalho, afinal ela não pode ser estática. Porque se movimenta, atua e prossegue sempre aos nossos amigos leitores e todos os que caminharam conosco por mais um ano. Feliz Natal. Boa leitura!

Equipe Correio Fraterno

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CORREIO DO CORREIO

A força do CorreioCreio que a última edição seja um bom referencial para se observar a força do jornal, que conseguiu, por exemplo, uma bela entrevista com o jornalista André Trigueiro, que até mesmo está assinando um artigo, o que mostra o quanto ele se envolveu com o projeto. Sem contar a arte do jornal, que valoriza cada um dos te-mas. Parabéns a todos.

Ricardo Alves – Natal (RN)

Como colaborarCom o intuito de contribuir com o Correio Fraterno, gostaria de saber como fazê-lo, enviando artigos. Pertenço aos quadros da Federação Pernambucana e sou, também, acolhido junto ao Grupo Espírita Amor ao Próximo - GEAP - de Recife. Muito me alegra saber que posso estar contribuindo com a Doutrina na-quilo que posso. Desejo muita paz a toda equipe do jornal.

J. Saldanha Neto – Recife (PE)

Envio de artigosEncaminhar para e-mail: [email protected] Os artigos deverão ser inéditos e na dimensão máxima de 4.500 caracteres, constando referência bibliográfica e pequena apresentação do autor.

CORREIOFRATERNO

JORNAL CORREIO FRATERNOFundado em 3 de outubro de 1967. Registrado no Registro de Pessoas Jurídicas em São Bernardo do

Campo, sob o n.o 17889. Vinculado ao Lar da Criança Emmanuel - www.laremmanuel.org.br

Diretor: Raymundo Rodrigues EspelhoEditora responsável: Izabel Regina R. Vitusso

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desde que citada a fonte.As colaborações assinadas não representam necessariamente

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Editora Espírita Correio Fraterno

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Vice-presidente: Belmiro Tonetto

Tesoureiro: Adão Ribeiro da Cruz

Secretário: Vladimir Gutierrez Lopes

Uma ética para a imprensa escrita

Em dois artigos, escritos por Allan Kar-dec e publicados na Revista Espírita, em 1858, estão encerradas as diretrizes que o Correio Fraterno adota como norte para o trabalho de divulgação:

•Aapreciaçãorazoáveldosfatos,edesuas conseqüências.

•Acolhimentodetodasobservaçõesanós endereçadas, levantando dúvidas e esclarecendo pontos obscuros.

•Discussão,porémnãodisputa.Asin-conveniências de linguagem jamais tiveramboasrazõesaosolhosdepes-soas sensatas.

•Ahistóriadadoutrinaespírita,deal-gumaforma,éadoespíritohumano.Oestudodessasfontesnosfornecerá uma mina inesgotável de observa-ções,sobrefatosgeraispoucoconhe-cidos.

•Osprincípiosdadoutrinasãoosde-correntes do próprio ensinamento dos Espíritos. Não será, então, umateoria pessoal que exporemos.

•Não responderemosaosataquesdi-rigidos contra o Espiritismo, contra seuspartidáriosemesmocontranós.Aliás,nosabsteremosdaspolêmicasque podem degenerar em persona-lismo.Discutiremososprincípiosqueprofessamos.

•Confessaremos nossa insuficiênciasobre todos os pontos aos quais não nosforpossívelresponder.Longederepelir as objeções e as perguntas,nós as solicitamos. Serão um meio de esclarecimento.

•Se emitirmos nosso ponto de vista,isso não é senão uma opinião indivi-dual que não pretenderemos impor a ninguém. Nós a entregaremos à dis-cussão e estaremos prontos para re-nunciá-la,senossoerrofordemons-trado.

Esta publicação tem como finalidadeoferecer um meio de comunicação a todos que se interessam por essas questões.Eligar,porumlaçocomum,osquecompreendemadoutrinaespí-rita sob seu verdadeiro ponto de vista moral:apráticadobemeacaridadedoevangelho para com todos.

Envie seus comentários para [email protected]

A sintonia do bem

Parabenizamos pelo trabalho e agradecemos seu inte-resse. Um dos objetivos do Correio Fraterno é fazer essa interação entre os espíritas das várias regiões do Brasil e do mundo. Estaremos sempre abertos para receber histórias e notícias interessantes, as quais tere-mos o maior prazer de publicar, demonstrando que há muita gente trabalhando pelo bem e pelo Espiri-tismo nas mais diversas áreas de ação e pesquisa. Os textos devem ser encaminhados para o email [email protected] Os artigos deverão ser inéditos, ter no máximo 4.500 caracteres, referên-cia bibliográfica e uma pequena apresentação do au-tor. Visite o nosso site www.correiofraterno.com.br

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m 1862, quando Allan Kardec realizou uma série de viagens pela França para divulgação das ideias

espíritas, deixou claro que o Espiritismo poderia realizar “milagres de reforma moral”,mas imaginar que essa transfor-mação pudesse ser súbita e universal, seria desconhecer a Humanidade.

Está claro que ainda há muito a fa-zer. Como o Espiritismo não se limita a apenas provar o mundo invisível, seu leque de abrangência tem sido bastante ampliado. Percebe-se um movimento diferenciado de grupos específicos, nem sempre tão numerosos, com pessoas preocupadas em levar a mensagem con-soladora do Espiritismo não somente pelo aspecto religioso, mas por meio de estímulos, fazendo-as refletir cientifica e filosoficamente, aprendendo-se a reunir os três aspectos do Espiritismo – Ciên-cia, Filosofia e Religião.

São eventos direcionados, com pa-lestras, cursos e simpósios que têm por objetivo levar ao público, não só espíri-ta, as ideias principais que permeiam o Espiritismo: a imortalidade da alma, a reencarnação, a vida e a lei do progresso a acompanhar e impulsionar a humani-dade terrena.

Em setembro, o IEEF –Instituto Espírita de Estudos Filosóficos reuniu no Centro Espírita Nosso Lar – Casas André Luiz, em São Paulo, mais de 300 participantes interessados na Filo-sofia Espírita. Em novembro, foi a vez do NUSE – Núcleo Universitário de Saúde e Espiritualidade da UNIFESP – realizar com sucesso o seu terceiro simpósio, reunindo 400 participantes, que buscavam informações sobre o va-lor da espiritualidade no tratamento junto aos pacientes.

No Simpósio de Fi-losofia, além de pales-trantes espíritas, houve também a participação do professor livre-do-cente da Universidade de São Paulo, Franklin Leopoldo Silva, que com expressivo domí-nio, e para encanto dos presentes, discorreu so-bre A Função da Filo-sofia Pós-Moderna.

No NUSE, que abrange todas as re-ligiões, uma das pa-lestrantes, Dra. Alice Teixeira Ferreira, ca-tólica, membro do Movimento Brasil sem Aborto, comentou, por exemplo, so-bre a importância da aliança da ciência com a espiritualidade, posicionando-se radicalmente contra qualquer tentativa de exterminação da vida. “O profissio-nal de saúde está sob o juramento de Hipócrates, desde a antiguidade grega que diz – Manterei o mais alto respeito pela vida humana, desde sua concepção. Mesmo sob ameaça, não usarei meu co-nhecimento médico em princípios con-trários às leis da natureza” – destacou ao defender a valorização da vida. “Os direitos reprodutivos da mulher garan-tem a morte de 5.600 bebês por dia, só nos Estados Unidos”, enfatizou.

Para Astrid Sayegh, fundadora do IEEF – Instituto Espírita de Estudos Filosóficos, eventos que desenvolvem disciplinas específicas são importan-tes porque, além de reunir palestrantes com formação adequada, de refletirem conceituações precisas, permitem uma

abordagem mais profunda de cada área do conheci-mento. A especi-ficidade não deve, porém, comparti-mentar o conheci-mento, mas antes oferecer condições de se estabelecer relações para uma visão integral do Espiritismo. Daí a importância tam-bém dessas instituições específicas da-rem abertura para abordagens outras que venham a enfocar sob outros ângu-los a sua temática habitual. Ela lembra que a universidade não pode dispensar nenhum saber e que é da natureza do espírito a busca do conhecimento, prin-cipalmente porque deseja e precisa saber para ser feliz. “É um resgate importante

Da REDAÇÃO

Filosofia Espírita, Medicina e Espiritualidade

lotam simpósios em São Paulo

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e relevante que em hipótese alguma deve ser tolhido, daí a necessidade de eventos que aprofundem cada vez mais a temáti-ca espírita, de modo a exaltar sua autori-dade científica e moral.”

Para saber mais:Filosofia: www.ieef.com.brSaúde e Espiritualidade: www.nuse.cjb.net

Simpósio de Filosofia: a busca pelo

aprofundamento

NUSE – Espiritualidade no trato dos pacientes

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André, a produção cinematográ-fica espírita é algo novo. Que projeto é esse?André Marouço: O Projeto Mundo Maior de Cinema nasceu de uma expe-riência, fazendo a adaptação em quatro minutos de um dos capítulos do livro Nosso Lar, de André Luiz, “Nas zonas inferiores”, com o ator Enio Gonçalves. Foi um sucesso, dirigido pelo primeiro diretor da novela A Viagem, que traba-lhou aqui conosco, o Edson Braga. Ele desencarnou no início de 2008 e até hoje nos acompanha da espiritualidade. Por ser um homem de teatro e novela durante muito tempo na TV Tupi, ele insistia que precisávamos ter uma linha de dramaturgia. Só não sabíamos que ele mesmo seria seu idealizador na Espi-ritualidade. Também a vinda do Eduar-do Dubal, do sul do país, já no início do programa Boa Nova na TV, contribuiu bastante. Vários fatores demonstram que já estava tudo pronto para que esse projeto acontecesse. O Eduardo estava fazendo curso na Academia Internacio-nal de Cinema e trouxe a proposta do

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projeto, que lançamos no final de outu-bro de 2008, criando uma nova unidade de negócios. Para iniciar o projeto dos curtas, colocamos no site os capítulos de O Livro dos Espíritos e convidamos jovens de cursos universitários – cinema, jornalismo – para conhecerem a propos-ta da obra e apresentarem seus roteiros. Você fala do antigo programa Boa Nova na TV?André Marouço: Sim. A TV Mundo Maior é uma herança do trabalho feito pelos profissionais da Rede Boa Nova de Rádio, já com mais 40 anos de funda-ção. A partir de 2002, as atividades da Boa Nova foram também para a TV, transmitidas para todo o Brasil através da parabólica. Com sinal digital via Sa-télite C2, e pela web tvmundomaior.com.br, já estamos com cerca de 25 programas semanais inéditos e outros tantos programas de arquivo, com con-texto e linguagem voltados a públicos de variadas faixas etárias. São 24 horas de transmissão no ar, com a participação de profissionais que possibilitam levar

Mostra de cinema seleciona os melhores para O Filme dos Espíritos

PorELIANAHADDAD

a mensagem do espiritismo. Atuamos também na divulgação dos trabalhos re-alizados pelas Casas André Luiz, levando informações sobre terapias e tratamen-tos à deficiência intelectual e física.

Voltando aos filmes, como você, espírita e profissional da área, está vendo a realização desse projeto? André Marouço: Está sendo uma gran-de alegria para todos nós, porque TV não se faz sozinho. E cinema menos ainda. Temos dois parceiros e é interes-sante que se diga sobre eles. Quando nasceu a ideia, formalizamos um projeto e precisávamos de um primeiro aporte de recursos para aquisição de equipa-mentos. Tão logo terminamos o proje-to, um querido amigo, o Adão Nonato, entrou na nossa sala e disse: olha tenho uma amiga que tem 80 mil reais para in-vestir em um projeto. Vocês conhecem alguém? Na hora apresentamos o proje-to que já estava pronto. Foi assim que adquirimos os primeiros equipamentos e começamos a implantação. Outros

da mesma forma estão conosco e vêm nos auxiliando, como o presidente da Simonnagio Advogados, que custeou os oito curtas-metragens. Uma obra básica do Espiritismo no cinema. Isso é inédito?André Marouço: Que eu saiba,sim e há algo curioso. Quando Kardec mon-tou O Livro dos Espíritos, entrevistou médiuns, da França e de outros locais, sobre questões existenciais e filosóficas. O Filme dos Espíritos será feito da mes-ma maneira, através da reunião de “mé-diuns” – representados por esses diversos roteiristas – pensando individualmente cada um daqueles textos básicos. Grande parte deles não é espí-rita. Eles tiveram contato com a obra de Kardec, lendo trechos no site e deram conta de fazer um roteiro. Essa receita deu certo?André Marouço: Achamos no início que seria mais complicado, e que te-ríamos problemas com transgressões doutrinárias. Mas foi tranquilo. Temos

Maisdecemroteirosforamenviadosporestudantesdaáreadejornalismo,TVecinemaaMundoMaiorFilmes,produtoraligadaàFundaçãoEspíritaAndréLuiz,quedeualargadapararealizarnoanoquevemumlonga-me-tragemcomtemáticaespírita.Duranteoano,oitocurtas-metragensforamselecionados e apresentados no dia 28 de novembro, no Cine Bombril, em São Paulo, quando foi realizada a cerimônia de premiação dos melhores em cadacategoria,comapresençadeumjuriformadoporprofissionaisres-peitadospelacinematografiabrasileiracomoaDiretoradeArte,VeraHam-burger,eoDiretordeFotografiaThomasFarkasentreoutrose,comatorescomoNiceteBruno,AnaRosaeOthonBastos.Osfilmesexibidostrazemnoelenco Ênio Gonçalves, Etty Fraser e a vencedora do prêmio de melhor atriz, emCannes2008,SandraCorveloni.Oconcursotevecomotemaquestõessociais relevantes sob a ótica espiritualista, baseada em trechos de O Livro dos Espíritos.OsselecionadoscontaramcomsuporteprofissionaletécnicodaMundoMaiorFilmes,alémdeumaverbadeR$7.500,00parafilmagem.Em entrevista ao jornal Correio Fraterno, o jornalista e radialista André Ma-rouço, idealizador e coordenador geral do trabalho e da I Mostra Mundo Maior de Cinema, revela os detalhes desse projeto e fala também sobre a modernizaçãonacomunicaçãoespírita.Marouço é paulistano, tem mais de 20 anos de experiência, muitos deles passados nas TVs Cultura, Globo e SBT.

André Marouço: temos que pegar

pela emoção

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uma equipe de suporte, que tem conhe-cimento da Doutrina Espírita, além do plano espiritual a nos acompanhar de perto. E os fundamentos espíritas estão dentro de nós, porque isso é da Lei. Bas-ta que se deixe o material para o pessoal estudar e recordar. Os curtas abordam a essência, a mensagem principal. Sua ênfase à presença da equipe espiritual no projeto é marcante. André Marouço: Há espíritos ligados a esse ramo de atividade trabalhando fir-memente conosco, dentre os quais meu pai (Luis de Souza Marouço ex-profissio-nal da TV Tupi, Globo, SBT, que traba-lhou mais de 30 anos no meio). Outro que nos ajuda é o Vanucci [Augusto Cé-sar Vanucci, ex-diretor da Globo, que já era espírita ao desencarnar em 1992]. O jornalista desencarnado Assis Chateau-briand é quem acompanha as atividades da Fundação Espírita André Luiz. Não dá para levar adiante um trabalho desse nível de responsabilidade sem apoio su-perior. E não se faz cinema ou TV com amadores. É preciso ter conhecimento técnico e artístico para não se desperdiçar tempo, equipamento e recursos. Em sua opinião, quem é o espí-rita hoje? André Marouço: Para mim é espírita todo aquele que tem boas obras e se es-força para domar suas más tendências. Muitos deles talvez nem saibam que o sejam. E isso nos faz lembrar Kardec. Ele não desejava que o espiritismo fosse a religião do futuro, mas o futuro das re-ligiões. Por isso já temos judeus espíritas, católicos espíritas, protestantes espíritas. É a doutrina espírita reformando cora-ções e mentes. Não importa a fé que se processe. É a ideia que vale. Vivemos um momento de transição dentro do Espiri-tismo. Já fincamos a bandeira extraordi-nária da assistência social, da evangeliza-ção, da educação de mentes, mas ainda não conseguimos romper os limites das casas espíritas, levando o Espiritismo de fato como um consolador prometido. A comunicação rápida e acessí-vel a todos na era tecnológica exige que também modifique-mos a nossa linguagem?André Marouço: Sim. Precisamos aprender a usar o avanço tecnológico. Quantos de nós recebemos um e-mail,

um vídeo de 30 segundos divertidíssimo que a gente sai mandando aos nossos amigos. Ora, à medida que tivermos pe-ças audiovisuais de 2, 3 minutos muito divertidas e que tragam informações das ideias espíritas, estaremos fazendo um eficiente e bom contágio no chamado marketing viral. Você está falando bastante em agilidade, alegria, em bom hu-mor. Será que aí estaria a fórmu-la para deixar a comunicação dos assuntos espíritas mais atrativa?André Marouço: Não há dúvida. É pre-ciso emocionar, contextualizar. Fazer rir, cantar ou chorar de verdade, porque a concorrência é desleal, com uma mídia que usa e abusa da sensualidade, da ri-queza. Temos que pegar pela emoção. É

preciso ter humor, simplicidade, entre-tenimento, diversão. Sentir que fazemos parte de algo muito maior, que é belo, que não pune, que não enfia o dedo na cara e não cobra nada. E que seja real-mente um prazer buscar a verdade para se libertar. O assunto espiritualidade está sem-pre na mídia, dá mesmo IBOPE?André Marouço: Claro. Haja vista que a Globo Filmes lança no próximo ano um filme sobre o Chico Xavier. A gente, na verdade, está com tudo a favor. Só preci-samos de profissionalismo para compre-ender e aproveitar bem esse momento, inserindo-nos nesta comunicação de uma maneira geral. Nós temos que re-ciclar. A técnica, e não o conteúdo, que é maravilhoso e extremamente moder-

no. Precisamos modernizar a exibição, a apresentação, a linguagem, o diálogo, a distribuição, a gestão. E sobre a velha afirmação de que a Espiritualidade sempre vai dar um jeito...?André Marouço: Olha, a espirituali-dade sempre vai dar conta, através de outras pessoas que virão, mas talvez a gente atrase os planos da espiritualida-de. Nós somos os protagonistas desse tempo e precisamos fazer o nosso papel para não perder o bonde do crescimen-to. Agora é nossa vez, com a ajuda de parceiros, investidores e amigos que nos fortalecerão, possibilitando a exe-cução da tarefa.

Para saber mais www.mundomaiorfilmes.com.br

* Veja a premiação no site www.correiofraterno.com.br

Os curtas selecionados

O Filme dos EspíritosO Filme dos Espíritos, com es-treia prevista para o 2º. semestre de2010,terácomopersona-gem central um homem de clas-se média que perde elementos importantes em sua vida. Desa-nimado com sua perspectiva de futuro, ele decide suicidar-se. No entanto,quandoestáprestesa

realizar o ato depara-se com um livro que tem a seguinte dedicatória: “estaobrasalvou-meavida.Leia-acomatençãoetenhabomprovei-to–assinadoA.Laurent”.Apartirdaíopersonagempassaaterumoutro olhar sobre a vida.

Curta 1: Perguntas ao Autor / Capítulo I (parte primeira): Deus

Curta 2: Peixes do Ar / Capítulo III (parte segunda): Formação dos Mundos

Curta 3: O Elo / Capítulo I: Dos Espíritos

Curta 4: Além da Janela / Capítulo III: Retorno da Vida Corporal para a Vida Espiritual

Curta 5 : Um, Dois, Três / Capítulo IV: Plura-lidade das Existências

Curta 6: Meus Cinco Minutos / Capítulo I (parte terceira): A Lei Divina ou Natural

Curta 7: Por um Pouco mais de Liberdade / Capítulo VII: Lei de Sociedade

Curta 8: Mamãe, Café e Água / Capí-tulos I e II (parte quarta): Esperanças e Consolações

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Pesquisa revela os pioneiros do Espiritismo

nquanto Kardec realizava o tra-balho de codificação das cinco obras básicas, a partir de 1855,

núcleos espíritas se consolidavam em todo o mundo. Em menos de 30 anos o Espiritismo estava difundido pelos continentes e até congressos espíritas internacionais começaram a ser rea-lizados, esboçando-se a formação do movimento espírita organizado e ins-titucionalizado. Também foram cria-dos inúmeros periódicos espíritas.

E é de olho em informações como essas que o pesquisador Washington Fernandes, de São Paulo, vem realizan-do levantamento desde 1990, com ideia de recuperação da memória espírita.

Para o pesquisador, muitos pio-neiros são pouco conhecidos, embora tenham sido idealistas em tempos di-fíceis, de muito preconceito e incom-preensão das ideias espíritas. “São os espíritas da primeira hora, que atua-ram como médiuns, pesquisadores ou trabalhadores”. Países da Europa, África e América do Norte se envolve-ram neste período em vários conflitos políticos, civis, guerras e movimentos totalitários e por isso o movimento es-pírita organizado não pôde prosperar. Isso, porém, não ocorreu no Brasil, na Argentina e no México, onde muitos dos primeiros núcleos espíritas funda-dos até o ano de 1908 continuam ain-da em funcionamento – 55 no Brasil, sete na Argentina e um no México – conclui o organizador.

A pesquisa apresenta também a lista da escolaridade desses pioneiros, conforme a diversidade de profissões e ocupações que desempenharam. Alguns possuíam nível superior – mé-dicos, advogados, dentistas – outros nível médio e técnico –contadores, fotógrafos, enfermeiros, etc – e muitos

Da REDAÇÃO

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O BAÚ DE MEMÓRIAS PODE SER FEITO POR VOCÊ!Envie para nós um fato marcante sobre o Espiritismo em sua cidade. Ele pode ser publicado aqui nesta seção.

E-mail: [email protected].

Eles foram os primeiros presidentes, diretores ou trabalhadores de centros espíritas centenários no Brasil

nível elementar, como um zelador de cemitério e um porteiro de escola, sen-do a maioria comerciantes e médiuns, variando-se a escolaridade. Algumas pessoas doaram a própria casa para a formação dos centros espíritas.

Ainda há muito a ser pesquisado

sobre pessoas deste período acerca das quais não existem referências, como também com relação aos períodos que vieram. “Esse trabalho é apenas o co-meço. O futuro não nos perdoará se nós, vivendo a era digital, nada fizer-mos para resgatar e preservar a memó-

ria espírita” – conclui Fernandes.Os nomes, as profissões e ocupa-

ções dos pioneiros do Espiritismo do século XIX, cujas instituições ainda estão em funcionamento, podem ser conferidos no site do Correio Fraterno, www.correiofraterno.com.br.

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Abandonar o barco,jamais!

stou cansado da vida. Melhor se-ria que Deus me chamasse logo para o outro lado.

Quantas vezes ouvimos esta frase por aí? Quem sabe até nós mesmos já a tenhamos pronunciado num momento de fragilidade, quando abalados por pro-blemas familiares de difícil solução, pela saúde física comprometida, pela perda de forças por causa da idade que avança, pela morte de alguém que amamos.

Mas será que pedir transferência para o outro lado é a melhor solução? Certa-mente que não.

Como mostra a Doutrina Espírita, tanto a vida na Terra como a vida no Mundo Maior são etapas necessárias ao nosso programa de crescimento es-piritual. Por isso, estagiamos ora numa realidade, ora na outra. Assim, solicitar o carimbo no passaporte para a outra es-fera por achar que ficaremos lá pela eter-nidade desfrutando de sombra e água fresca, isentos de preocupações e respon-sabilidades, pode ser um grande engano.

Trabalho é lei da vida e as situações que geralmente consideramos difíceis poderão por muito ainda nos visitar, não para nosso desespero ou contrariedade, mas pelo simples fato de serem algo na-tural à caminhada, algo com o que pre-cisamos aprender a lidar. E é assim que vamos, pouco a pouco, desenvolvendo o equilíbrio e aprendendo a manter a emoção voltada para o Bem, tornando-nos mais fortes.

Quando formos visitados pelo de-sânimo, analisemos a razão da nossa desmotivação com relação à própria vida. Não estaremos sendo os próprios causadores deste estado de vazio e insa-tisfação? Será que não poderíamos mu-dar esse quadro colaborando um pouco mais com o bem comum, ainda que nos

faltem os recursos, as oportunidades, as forças que julgamos necessárias? Será que o mundo onde vivemos não precisa de nós a ponto de termos que requerer transferência para o lado de lá, abando-nando o barco, como se diz por aí?!

Estamos onde devemos estar. E se é aqui na Terra, devemos cooperar com ela. Esta é também a nossa forma de auxiliar o Mundo Espiritual, que certa-mente não dispensa o nosso suor aqui.

Um dia, não há dúvidas, seremos chamados à morte física e, quando isso

ocorrer, que possamos estar tranquilos, em paz com a nossa consciência, cientes de que, se não fizemos tudo o que que-ríamos, por amor ao Bem, pelo menos fizemos o que sentimos estar ao nosso al-cance. E da melhor forma que pudemos.

Preenchamos o tempo sempre com o Bem, pois, assim, não importa se aqui ou lá, estaremos sempre aproveitando a opor-tunidade a nós concedida, de amar e auxi-liar, em favor da nossa própria felicidade.

Integrante da equipe de redação do Boletim SEI, RJ.

PorFLÁVIOOLIVE

E

Comercializar a caridadeA riqueza é um recurso abençoa-do quando usada com generosida-de e desprendimento. Há prodí-gios que o dinheiro pode realizar em favor dos carentes de todos os matizes.A grande dificuldade é que o ho-mem rico tende a enveredar pelos caminhos da ambição, perdendo o contato com os valores espiri-tuais da existência. Por isso racio-cina sempre em termos de lucro, mesmo quando se disponha a abrir seus cofres para atender o se-melhante, como se fosse possível comercializar a caridade.

DelinquentesMuitos delinquentes são forma-dos na dura escola da miséria, da necessidade mais premente, como opção de sobrevivência, por falta de orientação adequada de um amparo efetivo....Há milhões de pessoas neste imenso Brasil que precisam ur-gentemente de um pouco de ca-lor humano. Que alguém se inte-resse por sua sorte, que alguém as atenda em suas necessidades.

DoençaA doença é sempre um espelho da alma, mostrando-nos que algo não vai bem em nossas concep-ções de vida, em nossa maneira de viver. O aprendizado espírita faculta-nos esse entendimento.

EspíritaNão posso proclamar-me espírita, porquanto tenho muitas mazelas...Companheiros assim esperam pela virtude para serem espíritas, igno-ram deliberadamente que o espíri-ta não é, necessariamente, um vir-tuoso. Apenas alguém disposto a assumir compromisso com a virtude.

Leia mais no livro O pensamento de Richard Simonetti, editora Correio Fraterno.

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8 CORREIO FRATERNO NOVEMBRO - DEZEMBRO 2009

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Um Natal para todos os dias

ESPE

CIA

L

ais um ano se vai e, junto, os desejos e as conquistas de cada um, experiências úni-

cas que não se perdem em calendários, porque fazem parte da individualidade, do progresso de cada criatura imortal. E aí está o Natal com todos os seus sonhos e cores, consumos e ares de aconchego da humanidade. Tempos de calor humano que falam mais alto, numa psicosfera especial da Terra, como se Jesus se aproximasse ainda mais do nosso planeta.

Léon Denis, em O Grande Enig-ma, comenta que haverá de surgir uma mocidade mais feliz, livre de qualquer educação convencional, que ouve a voz interior. Muitos já compreende-ram essa verdade e seguem fazendo suas lições, no livro da vida. E no ano-nimato. Não precisam de data especial para exemplificar o sentimento da fra-ternidade universal. Fazem o bem pelo bem, auxiliando da forma que podem.

Foi esse olhar de admiração e sur-presa que fez com que a leitora Leo-cádia de Castro escrevesse ao Correio Fraterno dando notícias sobre o que

encontrou. “Estou chegando de minha terra

natal, onde muito perto há um peque-no povoado no Vale do Jequitinho-nha, norte de Minas Gerais. Quando lá estava, tive notícias de uma família espírita de São Paulo que sempre pas-sa distribuindo remédios e pomadas à base de plantas, e alimentos. A carên-cia lá é muito grande; o lugar também é conhecido como “vale da miséria”. Fui atrás e encontrei a ação de pessoas simples, anônimas para nós, porém bastante conhecidas e ansiosamente esperadas pelos que moram pelos lu-garejos do Vale.”

Com a curiosidade aguçada, nós, do Correio Fraterno, procuramos in-vestigar, mas qual a nossa surpresa. Tivemos logo a resposta: nada de di-vulgação.

É assim mesmo que acontece: aquele que faz o bem nem sempre deseja que ele seja divulgado. Quan-tos anônimos não o fazem durante o ano todo e não somente na época de Natal. É o bem rompendo fron-teiras. Alimentando e vestindo o corpo, mas – muito mais – susten-

PorIZABELVITUSSOeELIANAHADDAD

M

Aquecedor Solar de Água Soletrol

A Pedra AzulAlfredo PardiniPelo Espírito Marco

Uma trama surpreendente. Um verdadeiro aprendizado.

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NOVEMBRO - DEZEMBRO 2009 CORREIO FRATERNO 9

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Devassando a mediunidadeEstudo da obra de Yvone Pereirade Pedro Camilo,160 páginasformato 14x21 cm

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Nosso Lar - Com base no livro de autoria de André LuizNarrativa com ilus-trações e animações gráficas,duração: 45 min

Ante os problemas humanosde Therezinha Oliveira, 160 páginasformato 14x21 cm

ESPECIA

L

tando almas através do abraço, da pre-sença fraterna. Gente que ganha a es-trada da vida para ajudar o próximo. Porque sente que isso é simples dever. E faz muito bem. Dá alegria, lustra o coração, deixa todos com sentimentos positivos de ter feito a sua parte. Não importa como. Do jeito que der.

Segundo definição das Nações Uni-das, “o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a di-versas formas de atividades de bem-estar social, ou outros campos...” Mas estu-dos recentes definem o voluntário como um agente social, de transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da comunidade, doando seu tempo e conhecimentos, realizando um trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto às necessidades do próximo ou aos impe-rativos de uma causa, como às suas pró-

prias motivações pessoais, sejam estas de caráter religioso, cultural, filosófico ou emocional.

Hoje ser voluntário significa ser engajado, participante e consciente, comprometido com o Bem - ações mais permanentes, pontuais ou espo-rádicas, que são mobilizadoras de um sentimento de caridade, que vai se re-finando a cada dia, onde já nem sem-pre interessa a solução de apenas dar o peixe, mas de ensinar a pescar.

Allan Kardec, em Obras Póstumas destaca: “Risquem-se das leis e das ins-tituições, das religiões e da educação, os últimos restos da barbárie e os privilé-gios; destruam-se por completo todas as causas que dão vida e desenvolvimento aos obstáculos do verdadeiro progresso e que, por assim, dizer, aspiramos por to-dos os povos na atmosfera social, e então os homens compreenderão os deveres e benefícios da fraternidade; e a liberdade e a igualdade se estabelecerão por si mes-

mas de qualquer forma. Altruísmo e solidariedade são va-

lores morais, que variam de indivíduo para indivíduo, de sociedade para so-ciedade, mas que todos já os temos em potencialidade para serem desenvol-vidos. Porque já trazemos o Bem – a marca do Autor em nós.

A caridade é potencial transforma-dor, representado pelas atitudes mais di-versas que se ampliam, conforme o cres-cimento interior do próprio indivíduo.

Assistir é participar, é colocar-se no lugar, é perceber a troca, é ser res-ponsável pela ação presente com olhos de futuro. E, por incrível que pareça – também receber. Em alegria, em bem-estar, em experiência.

Muitos agora já devem estar na es-trada, arrumando as cestas, fechando sacolas, coletando roupas, brinquedos e distribuindo alegria. Uma vivência de caridade, de indiscutível satisfação.

Feliz Natal, agora e sempre.

Família assistida no Vale do Jequitinhonha:

o bem pelo bem

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10 CORREIO FRATERNO NOVEMBRO - DEZEMBRO 2009

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PAR

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A filaPor TATIANA BENITES

NasaladeauladocentroespíritaLaurinhapergunta: – Professora, eu estava assistindo à te-levisão e um homem disse que “uma pessoamorreuantesdahora”.Éverda-de que tem gente que volta antes para o plano espiritual?–Sim,Laurinha,éverdade....Mas antes que ela pudesse terminar a frase, os alunos freneticamente se en-tusiasmaram com o assunto.– Mas como nós sabemos que é antes da hora? – diz Pedro.– Pedro, somente Deus sabe a hora que devemos retornar ao plano espiri-tual– responde a professora.ELaurinhaimpacienteencheaprofessorade perguntas:– Então quem vai antes da hora? Como vamossaberseestánahoracerta?Al-guém vem nos avisar?– Não, Laurinha, ninguém vemnos avisar,mas somos amparadospelos nossos amigos do plano espiritual.– Não entendi, professora. A senhora poderia nos dar um exemplo? –comentaLilian.– Sim,Lilian.Alguémsaberiamedarumexemplodequemmorreantes da hora?Guilherme levanta a mão e logo fala: – Aquele que se mata vai antes da hora.–Edaí,oqueacontececomele?–indagaLaurinha.–Dependedocaso.Paracadaespíritoéumcasodiferente...Guilherme,comosempre,esperto,diz:–Jásei,jásei.Alguémparaoespíritonaportaefala“Nãopodeentrarporqueaindanãoésuahora”.–Bem,Guilherme,nãopodemosafirmarqueseja igualparatodos.Masmuitosqueretornamantesdahoraficamemlugaresdiferentesno plano espiritual, e esses anos todos que faltavam para completar a sua vida aqui na Terra de alguma forma pesam para ele.– Então é como se ele tivesse que esperar num lugar passar os anos todos que faltavam ser vividos até poder entrar na sua colônia espiri-tual de verdade? – fala Pedro. – Sim, vamos dizer que essa pode ser uma boa ideia para vocês en-tenderem melhor.Laurinha,comtodasuaespontaneidadecomenta:–Credo!Imaginasó.Sejáéchatoesperarcincominutosnafiladacantina,imaginaumafilaquetemqueesperaratéchegarsuahora...vaiquesuahoraésódaquihá50anos!!!Professora,pelomenosdápra sentar numa cadeirinha?

ão é de hoje que o homem con-vive com um tipo de fenômeno que se apresenta das formas mais

variadas: é uma decisão repentina de não viajar ou se atrasar, tempo em que ocor-re o acidente do qual se “escapa”; é um pensamento vago que o induz a mudar de caminho, evitando-se acidente logo à frente; é o familiar que morre em local distante e se tem sua morte pressentida; é a antecipação de um desastre natural que se confirma.

A TV Globo, recentemente, na no-vela Viver a Vida, enfocou o fenômeno do pressentimento, quando a perso-nagem Tereza (Lilia Cabral) sentiu de forma vaga “algo estranho no ar”, no momento em que sua filha, Luciana (Alinne Moraes), sofria um acidente grave em lugar distante.

Pressentimentos e prognósticos de acontecimentos futuros – também cha-mados de presciência – são dois fenôme-nos naturais bem distintos e sua razão de ser está na condição de seres espirituais que somos, ideia apresentada desde Des-cartes, considerando o homem como corpo e espírito, aspectos distintos, po-rém interligados.

As ciências não têm instrumentos para analisar e compreender tais fenô-menos. É a ciência do Espírito, a que estuda as leis espirituais, que pode e tem condições de trazer luz ao entendimen-to, que nos diz que estes fenômenos são de duas ordens: mediúnicos e anímicos.

O pressentimento é fenômeno me-diúnico, quando há um conselho ínti-mo e oculto de um Espírito amigo que deseja o nosso bem. É anímico, quando a intuição de experiências e escolhas do passado vem à tona na vida encarnada – e se nos apresenta como a voz do ins-tinto. Podemos entender que o pressen-

Quem já não teve um

pressentimentotimento é sempre uma advertência. Mas qual é o mecanismo e como ele se dá?

O Espiritismo deu ampla cobertu-ra ao estudo da mediunidade e dos fe-nômenos anímicos. Está tratado em O livro dos Médiuns – intercâmbio com o mundo invisível – e em O Livros dos Es-píritos, sob o título emancipação da alma – para os fenômenos anímicos.

No fenômeno mediúnico, os Espí-ritos exercem influência sobre os nossos pensamentos com uma ação direta, ins-pirando-nos. No fenômeno anímico, o Espírito desencarnado, antes de vir para a nova vida, tem conhecimento do gêne-ro de provas a que irá se ligar. Quando as provas têm um caráter marcante, ele conserva uma espécie de impressão em seu foro íntimo, e essa impressão, que é a voz do instinto, desperta quando chega o momento, tornando-se pressentimento.

O pressentir algo em relação à outra pessoa, porém, como nos foi apresenta-do na novela Viver a Vida, diz respeito ao fenômeno de emancipação da alma, cujo elemento-chave é o fluido do seu perispírito. Some-se a este fato a afinida-de existente de mãe e filha – como enfo-cado na novela.

Como o Espírito não está encerra-do no corpo, a alma irradia livremente, existindo também a possibilidade de ocorrer não apenas o pressentimento, mas a presciência, ou seja, o conheci-mento de acontecimentos futuros. Tudo está, portanto, na razão direta das condi-ções morais e físicas de cada um.

Embora sejam fenômenos ainda in-compreensíveis para muitos, considera-dos como sobrenaturais, diante das leis do Espírito nada mais são que naturais.

Expositora do IEEF- Instituto Espírita de Estudos Filosóficos .

PorZELMACINCOTTO

N

COISAS DE LAURINHA

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ENSA

IO

BULLYING:o lado negro de cada um

m menino afável e tão inteli-gente que surpreende os adultos que chegam em sua miserável

cidade-natal. Por reconhecer nele uma inteligência superior, a mãe concorda que tais adultos levem seu filho para um lugar mais evoluído, onde ele terá suas capacidades desenvolvidas e melhor aproveitadas.

Mas algo dá errado, e o garoto, já um jovem, se desorienta e se entrega aos sen-timentos mais negativos, tornando-se o maior vilão da história... do cinema.

Apesar de entregar minha idade, sou fã confesso da saga Guerra nas Estrelas. O seu vilão, Darth Vader é o outro lado do dualismo que habita a todos nós, mora-dores desta esfera chamada Terra e que aqui estamos para, justamente, trabalhar este lado negro que nos leva a atitudes nada louváveis - desde agredir alguém só por que ele não torce por nosso time, até ignorar o porteiro do prédio, por achá-lo de categoria “inferior” à nossa.

Diante de um mundo onde o mal parece sair vitorioso a cada esquina, onde as pessoas desonradas parecem (reparem, eu uso “parecem”) se dar muito bem, en-quanto as íntegras só se prejudicam, fica fácil dar ouvidos ao “lado negro” e extra-vasar nossa violência de forma direta ou indireta. Um exemplo muito atual disso é conhecido como bullying, termo inglês utilizado para descrever atos de violên-cia física (direta) ou psicológica (indire-ta), intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (bully ou valentão) ou grupo de indivíduos (bullies) para intimidar ou agredir um grupo/pessoa incapaz de se defender. Apesar de acon-tecer com mais freqüência em escolas, o bullying pode se manifestar em qualquer contexto onde humanos interajam: tra-balho, política, religião, vizinhança e até mesmo em família.

Por mais estapafúrdio que possa pa-

UPor GEORGE DE MARCO

recer, alguns incautos (ou espertinhos) viram neste comportamento agressivo um “novo conceito de sobrevivência”, e apresentaram a absurda teoria das ‘crianças índigo’. Para validar tamanha insensatez, alguns desavisados (ou mais espertinhos) se basearam no item 27, ca-pítulo XVIII, d’A Gênese de Allan Kar-dec, intitulado “A geração nova”, onde o Codificador fala do período de tran-sição da Terra cujos habitantes irão mo-dificar suas disposições morais. Ou seja, uma geração com o sentimento inato do bem, capaz de resolver conflitos, ao in-vés de incitá-los. Uma geração movida pela paciência, tolerância e solidarieda-

de. E não pela violência, agressividade ou prepotência. Espíritos que praticam o mal pelo mal, “serão excluídos por-que, senão, lhe ocasionariam de novo perturbação e confusão e constituiriam obstáculo ao progresso. Irão expiar o endurecimento de seus corações, uns em mundos inferiores, outros em ra-ças terrestres ainda atrasadas (...). Irão substitui-los Espíritos melhores, que fa-rão reinar em seu seio a justiça, a paz e a fraternidade”.

Para Kardec, estamos assistindo à partida desta geração “perdida” e a chega-da da nova, tornando-se fácil distinguir-mos uma da outra, pela “natureza das

disposições morais, porém, sobretudo das disposições intuitivas e inatas”. Em nenhum momento, portanto, o Espiri-tismo valida o comportamento tempera-mental explosivo, seja de um índigo, seja de um bully, seja do Darth Vader.

“Entretanto”, diz Kardec no capítulo III, “o mal existe e tem uma causa”. E fulmina no item 6: “os males mais nu-merosos são os que o homem cria pelos seus vícios, os que provêm do seu orgu-lho, do seu egoísmo, da sua ambição, da sua cupidez, de seus excessos em tudo. Aí a causa das guerras e das calamidades, das dissensões, das injustiças, da opres-são do fraco pelo forte, da maior parte, afinal, das enfermidades”.

Um dos maiores especialistas mun-diais no estudo da civilidade, o italia-no Piero Massimo Forni, professor da Universidade Johns Hopkins, afirmou recentemente em seu livro Escolhendo Civilidade: 25 regras de conduta atencio-sa, que “se melhorarmos a capacidade de nos relacionar, teremos menos brigas, menos estresse e, conseqüentemente, menos pessoas doentes”. Bingo!

Sempre contemporâneo, apesar de seus mais de 150 anos de vida e de ser constantemente exposto a conceitos ab-surdos por ‘bullies falsos profetas’, o Espi-ritismo continua sendo um ótimo guia de boa convivência, por seguir sem afetação os ensinamentos Daquele que, um dia, afirmou que os brandos são bem-aventu-rados, pois possuirão a Terra. Ou seja, a justiça será feita, o fraco e o pacífico já não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, a Terra se tornar mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus.

George De Marco é jornalista, publicitário e radia-lista. Realiza atividades como expositor e educador de mocidade Espírita.

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12 CORREIO FRATERNO NOVEMBRO - DEZEMBRO 2009

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AG

END

A

54º CONCAFRASDe 13 a 16 de fevereiro, será

realizado em Castro-PR e em Guarulhos-SP, o 54º. Concrafas-PSE - Con-fraternização das Cam-

panhas de Fraternidade Auta de Souza e Promoção Social Espírita. O Encontro anual de trabalhadores espíri-tas foi criado com a finalidade de di-namizar as Campanhas de Fraternidade Auta de Souza, uma caravana de amor e fraternidade, que se constitui num mo-vimento de voluntários e não de uma entidade institucional.

Mostra social A União Espírita de Marília

participará, no dia 12 de de-zembro, da mostra social promovida pelo Senac com seus artesanatos, do-

ces e salgados. Das 14:00h às 22:00h, no Espaço Cultural de Marília. Av. Sampaio Vidal próximo ao Correio.

SOLUÇÕES

Acesse a Agenda Eletrônica Correio Fraterno e fique atualizado com o que acontece no meio espírita. Participe.

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DEZ

12

FEV

13

Resposta do Enigma: Foi o astrônomo

Cammile Flammarion, em 31 de março de

1869, por ocasião de um longo discurso que proferiu no enterro de Allan Kardec, junto ao

seu túmulo.

*Saiba mais, acessando www.correiofraterno.

com.br

ENIGMAQuem chamou Kardec de O bom senso encarnado?

CRUZADA DO CORREIOElaboradoporTatianaBeniteseHamiltonDertonio,especialmenteparaoCorreioFraterno

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EVOCARSOPROTERAPIA

XENOGLOSSIA

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Chamar

Poeria

Sílaba demoda

Oposto de “fechar”

Letra que simboliza o infinitivo

Soprocurador

20ª letra do alfabeto

Sílaba de“beta”

Máquina de tecer

Pedra preciosa

Sentiramor

Número indetermi-

nado

Casa,moradia

Vitamina da laranja

50em

algarismos romanos

Conjunto de ramos de uma planta

Primeira vogal

“Ouvido”em inglês

Consoantes de “roda”

Papai _ _ _ _personagem

do NatalOposto de “acerto”

Esvoaçar,voejar

Vogais de gato

Conjunção aditiva

Oposto de ondulada

Sílaba deostra

ARCOem inglês

Bonita

Parte imaterial do

homem

Implemento agrícola

para revirar o solo

Aquele que crêem Jesus Cristo

Filhode

Deus

Unhade

animal

Praia da cidade do Rio

de Janeiro

Fazer uma prece

Digno de respeito religioso

2 em algaris-mos romanos

Apalpar

Pequenas quedas d’água

CARROem inglês

Faculdade mediúnica que permite ao indivíduo falar em outro idioma mesmo

sem conhecê-lo

Pé de amora

Regiãobrasileira

Agourento,ameaçador,assustador

Vestígio deixado no

solo

Muitogorda

MonarcaDivisão da peça de teatro

LAR EMMANUEL REALIZA COM SUCESSO CHÁ BENEFICENTE

Voluntários, amigos e diretores do Lar da Criança Emmanuel , em São Ber-nardo do Campo-SP, realizaram no dia 15 de novembro o tradicional Chá Be-neficente e Bazar de Natal, com a parti-cipação de 400 pessoas. O evento, que acontece há mais de 20 anos é um dos recursos para a manutenção da Casa, que assiste atualmente 300 crianças e fa-mílias carentes da região, com educação, lazer, alimentação, saúde e integração social. (www.laremmanuel.org.br)

Avarento

Capa

Bagunça

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NOVEMBRO - DEZEMBRO 2009 CORREIO FRATERNO 13

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AC

ON

TECEU

ealizada em Natal-RN, entre os dias 9 e 11 de outubro, a 2ª Mostra Abrarte do Nordeste

reuniu mais de 60 pessoas em oficinas e centros de interesse na Sociedade Es-pírita de Cultura e Assistência – SECA, vindas da Bahia, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. A ABRARTE - Associação Brasileira de Artistas Espíritas, fundada em 2007, na Bahia, agrega artistas espíritas de diversos estados brasileiros e tem como principal finalidade a organização e a divulgação de atividades artísticas do movimento espírita em todo o país.

O evento foi marcado pelo encanta-mento e valorizado, juntamente com a Abrarte, pela importância que representa na difusão do Espiritismo, de acordo com a observação do presidente da Federação Espírita do Rio Grande do Norte – Eden Lemos, presente na abertura da Mostra.

O diretor cultural da SECA, Marce-lo de Aquino Martins, sócio-fundador e membro do atual Conselho Fiscal da Abrarte, lembrou que a arte espírita não pode ser entendida apenas como ativi-dade recreativa para a infância e a juven-tude, confraternização ou complemen-tação das atividades oficiais dos centros espíritas. Na Abrarte, os associados par-ticipam ativamente do movimento espí-rita e realizam trabalho de divulgação da Doutrina dentro e fora do movimento.

PorRICARDOALVESDASILVA

R

Mostra de arte espírita agita o Nordeste

“São artistas profissionais ou não, cujos trabalhos apre-sentam excelente qualida-de estética. Há também associados que, embora não desempenhem ativi-dade artística com o objeti-vo da divulgação, em grupo de teatro, música ou de arte plásti-ca, desenvolvem ações educacio-nais, onde a arte aparece como importante instrumental meto-dológico”- disse.

Um dos pontos importantes do evento foi a integração das ativi-dades artísticas com as atividades assis-tenciais da SECA. A casa, que existe há 50 anos, desenvolve há tempos um ex-pressivo trabalho com idosos, gestantes e crianças socialmente carentes dos bairros circunvizinhos.

Para ele o Espiritismo abre à arte um campo novo por proporcionar imensas possibilidades de esclarecimentos e en-grandecimentos do ser. Lembrou que muitas das nossas ações são, na verdade, inspirações oferecidas por irmãos desen-carnados, como ensina O Livro dos Espí-ritos, fazendo-nos perceber que muito do que acreditamos ser obras de nosso gênio são, na verdade, inspirações do invisível. “O artista espírita tem consciência de sua responsabilidade não somente com a arte e com seus espectadores aqui encar-

nados, mas também com os desencarnados que dele se aproximam nos traba-

lhos artísticos, atraídos por diversas razões”. Daí a grande

importância de se manter dentro das atividades artísticas espíritas

uma boa sintonia com ideais superiores. Há grande oportunidade de elevação e aprimoramento que a arte oferece, pois a expressão artística permite a percepção do Espiritismo pelos canais da intuição, dos sentimentos, da emoção.

Outro ponto importante é a diver-sidade, que acaba por enriquecer o uni-verso da arte espírita. No Brasil, há várias formas de expressão, não só em forma de sotaques, mas também de abordagens e linguagens culturais distintas. E o objeti-vo maior sempre é o amor. A proposta da arte espírita é fundamentada sempre nos postulados da Doutrina Espírita, pro-pondo ao homem uma nova compreen-

são de si e do mundo, levando em consi-deração os princípios morais do Cristo e a realidade espiritual que o envolve.

A temática espírita tem atraído o interesse do público de uma maneira geral. “A intenção é que sempre possa-mos atingir públicos diversos, levando a mensagem espírita através da arte para todos os locais onde nos sejam ofereci-dos espaços e oportunidades”, conclui.

Contador, articulista e voluntário do Movimento Espírita de Natal (RN)

“A arte pura é a mais elevada contemplação espiritual por parte das criaturas. Ela significa a mais profunda exteriorização do ideal, a divina manifestação desse “mais além” que polariza as

esperanças da alma”Emmanuel

Artistas: participação ativa no movimento espírita. Josy Souza (esquerda) do Grupo LEMA (CE), Grupo Persona de Teatro Espírita

(acima) e Carlos e Anderson (direita), Grupo Canto da Paz (RN)

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FOI A

SSIM

… Umavoz não me deixava dormir

PorIZABELZINHABASTOSPesquisa revela ranking de superioridade espiritual

m 1986, eu era católica prati-cante, encontrista, cursilhista e catequista, mas tinha certo

problema que me consumia. Mal adormecia e um homem me atacava, apertando minha garganta com tan-to ódio que eu acordava arfando. Era de aspecto tão grotesco que eu tinha medo de adormecer e passava parte das noites rezando o terço, mas, em meio a orações, eu ouvia dentro da minha cabeça uma voz rouquenha di-zendo impropérios.

Emagreci muito. Rezei muito tam-bém. Já cansada, certo dia deitei-me no sofá e o fato aconteceu com tan-ta fúria que achei estar morrendo. Orei, pedi a Jesus que me ajudasse. Lembrei-me da passagem em que Ele curou a mulher que sofria de um fluxo de sangue e implorei que, assim como curou a mulher somente com o toque em suas vestes, pudesse me olhar e, as-sim, eu estaria também liberta. Nesse instante, vi como se fosse entre nuvens os olhos mais belos... Tudo passou e até hoje não mais se repetiu.

Agradeci muito. Um dia uma ami-ga querida quis buscar mensagem do

esposo já falecido num centro espírita. Eu fui contra, mas como ela teimou, resolvi acompanhá-la para protegê-la do que eu considerava coisa do demô-nio. No centro espírita, logo na entra-da, havia uma livraria e, quando olhei os livros, vi um que fez meu coração bater tão forte que pensei estar tendo uma alucinação. Pedi o livro para ter certeza de que estava vendo algo real. A capa era exatamente o que eu vira no dia em que implorara o olhar de Jesus sobre mim. O livro se chama: Assim vencerás, psicografia de Chico Xavier, pelo espírito Emmanuel.

A partir daí procurei entender me-lhor o que se passara comigo e tornei-me espírita. Tive a alegria de um dia ouvir aquela entidade que me atacava e saber porque o fazia. Pedi perdão e sei que fui perdoada por ela. Hoje tra-balho no Centro Espírita Jesus Redi-vivo, a que me referi, onde estudo a doutrina com muito amor e fé.

Essa história aconteceu com a Iza-belzinha Bastos. Conte sua história também. Escreva para [email protected]

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UmapesquisaparadissertaçãodemestradoemPsicologiaSocial,naUniversidadedoEstadodoRiode Janeiro, realizadapelos pesquisadores Tiago Paz e Albuquerque e Ricardo Vieiralves de Castro revelou o ranking do que chamaram Representação Social de Perfeição en-treEspíritas.Osresultadosmostramquemsãoaspersonalidadesmaispre-sentesnamemóriaespírita,comrelaçãoàcategoriadeEspíritos Superiores.

IntituladaPersonificaçãodaSuperioridadeEspiritual,apesquisaapontounãoapenasexpoentesespíritas,mastambémoutrosvultosdaHistóriadaHumanidade.Sãoosdezprimeiros: 1º - Chico Xavier 2º - Jesus 3º - Allan Kardec 4º - Emmanuel 5º - Bezerra de Menezes 6º -MadreTeresadeCalcutá 7º - Joanna de Ângelis 8º - Gandhi 9º -AndréLuiz 10º - Francisco de Assis

Segundo os pesquisadores, a ideia foi conhecer quais as personalidades maisrecordadas,analisando-se,posteriormente,osconteúdosatribuídosaelaspelosespíritas.

O estudo descritivo foi desenvolvido em duas etapas, com 75 pessoas auto-declaradasespíritas.Noprimeiromomento,participaram38pessoas,utilizando-se um questionário que caracterizava os participantes e traziaquestãodelivreevocaçãoparaotermo“espíritossuperiores”.Cadaumaforneceuatécinconomesdepessoas,queresultaramnuminventáriodaspersonalidades mais lembradas.

Numasegundaetapa,37pessoasforamentrevistadassobrequestõesque evidenciavam as virtudes, lembranças e hierarquia de perfeição. Entre os participantes, 60% eram do sexo feminino e 40% do sexo masculino, com médiadeidadede37,3anosede16anoscomoespíritas,nasuamaioria,educados no catolicismo (61,3%) e espiritismo (29,3%), sendo que mais da metade dos participantes (65,3%) estava envolvida em alguma atividade no centroespírita.

Foramlembrados57nomesdistintos,entreartistas,filósofosereligio-sos, principalmente referidos pelas virtudes: amor, trabalho, conhecimento e caridade. Entre as personalidades mais citadas, como representação da superioridade espiritual destacaram-se Chico Xavier, Jesus, Allan Kardec, Emmanuel e Bezerra de Menezes – juntos somaram 51,5%. Allan Kardec foiapontadocomoaprincipalpersonificaçãodo“conhecimento”eJesuscomopersonificaçãomaiordo“amor”.

Para saber mais acesse www.correiofraterno.com.br e veja a pesquisa completa.

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ão é possível viver sem consumir. Tudo o que consumimos é retirado sis-

tematicamente da Natureza como matéria-prima e energia. É isso que torna possível os atos mais banais do dia-a-dia como comer, vestir-se, morar, trabalhar etc. O consumo favo-rece a vida e deve ser entendido assim. Já o consumismo remete ao excesso, ao exagero, ao desperdício dos recursos. Toda vez que excedemos o consumo do que nos é necessário – e à medida que isso se torna algo cultural, incorporado à rotina, sem nenhuma noção dos im-pactos causados – geramos algum tipo de desequilíbrio de ordem material ou moral. Os problemas causados pelo consumismo em escala planetária fo-ram denunciados num dos mais impor-tantes e prestigiados relatórios sobre o meio ambiente, o “Estado do Mundo”, produzido por técnicos da organização não-governamental Worldwatch Insti-tute: “Altos níveis de obesidade e dívi-das pessoais, menos tempo livre e meio ambiente danificado são sinais de que o consumo excessivo está diminuindo a qualidade de vida das pessoas”, informa o relatório no ano de 2004. Essas dis-torções refletem um problema de ori-gem moral: como é possível ostentar a abundância onde ainda haja tanta escas-sez? Como aceitar um modelo de desen-volvimento que produz tamanhas desi-gualdades? São questões aparentemente insignificantes na chamada sociedade de consumo, onde a figura do “consu-midor” é aquela que detém o poder de realizar desejos, “sonhos de consumo” tão efêmeros e descartáveis quanto uma bolha de sabão. A publicidade não in-ventou o desejo de consumir muito além do necessário, mas sofisticou expo-nencialmente os meios de se despertar novos e vorazes apetites de consumo. Ecologistas e espíritas denunciam, cada qual à sua maneira, as mazelas causadas

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Consumindo a vidaPorANDRÉTRIGUEIRO

pelo consumismo tanto para a humani-dade quanto para o planeta. Enquanto os ecologistas usam ferramentas cada vez mais sofisticadas para medir os impactos do consumo sobre os recursos naturais, os espíritas denunciam os problemas éticos decorrentes do consumismo. O assunto aparece bem fundamentado no Capítulo V de O Livro dos Espíritos, que versa sobre a “Lei de Conservação”. Na questão 705, por exemplo, a Espirituali-dade Maior assevera que

“A Terra produziria sempre o necessário, se com o necessário soubesse o homem contentar-se. Se o que ela produz não lhe basta a todas as necessidades, é que ele emprega no supérfluo o que poderia ser aplicado no necessário.”

Algumas religiões ou doutrinas filo-sóficas denunciam com muita clareza o risco do deslumbramento com o mun-

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do material. Defendem a consagração de parte do nosso tempo e energia ao cultivo de valores espirituais, conside-rados imperecíveis e essenciais, que nos acompanham, após o fim da vida cor-poral, por toda a eternidade. Um dos grandes desafios da existência na Terra é calibrar com sabedoria as demandas da matéria – de que também somos feitos – sem se deixar levar pelas vicissitudes do mundo material.

Em linhas gerais, ecologistas e espí-ritas apregoam valores que soam bas-tante ameaçadores a quem se acostu-mou a enxergar a natureza como um

gigantesco supermercado onde bas-ta retirar o que se deseja das pra-teleiras sem nenhuma preocupa-

ção com os limites do estoque. Invariavelmente, o resultado desse processo não é sustentá-vel, esgota-se o modelo e todos

pagam a conta.

Texto compilado pelo próprio autor para o Correio Fraterno, de sua obra Espiritismo e Ecologia (FEB)

André Trigueiro é jornalista em Gestão Ambiental. www.mundosustentavel.com.br

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om linguagem objetiva, pro-veniente de seus conceitos doutrinários sólidos e claros,

J. Herculano Pires foi – e continua-rá sendo – um divulgador da Doutrina Espírita por excelência, sendo indiscu-tível a importância do seu papel de es-tudioso e divulgador incansável, que se debruçou sobre a obra de Allan Kardec, trazida pelos Espíritos, dela extraindo a essência da sua filosofia.

Escritor, poeta, filósofo, educador, um dos mais felizes intérpretes do pen-samento espírita, sua obra ainda muito terá de ser estudada não somente pelos espíritas, mas por todos aqueles que bus-cam respostas sobre a vida, o destino, a origem das coisas, a felicidade do ser.

Tudo o que se possa imaginar so-bre a temática espírita Herculano Pires

HerculanoPiresesclarecetudo sobre a Bíblia

Da REDAÇÃO

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LIV

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analisou e divulgou. Por muitos anos, inclusive, manteve uma coluna no ex-tinto jornal Diário de S. Paulo. Pu-blicava crônicas através das quais

informava e formava leitores assíduos sobre os mais variados temas do cotidiano, sob a ótica das ideias espíritas.

Alguns de seus livros, editados pela Correio Fraterno, são coletâneas desses artigos, os quais ele assinava como Ir-mão Saulo, e que demonstram a impor-tância da universalidade da informação espírita, com seus conceitos atemporais, firmados através da lógica e da razão.

Por várias vezes, Herculano falou sobre a Bíblia, um dos assuntos que mais dúvidas e polêmicas causam nos meios religiosos em todos os tempos.

Em grego Bíblia significa livros. Traduzida para mais de 1.500 línguas e dialetos, suas 773.693 palavras, 1.189 capítulos e 31.102 versículos com-põem 66 livros, divididos em Antigo Testamento (39), escrito em hebraico, e Novo Testamento (27), escrito em

grego. É o livro mais vendido do mun-do, cerca de 11 milhões de exemplares na versão integral, 12 milhões de No-vos Testamentos e ainda 400 milhões de brochuras com extratos dos textos originais. Primeira obra impressa por Gutenberg, foi escrita e reproduzida em diversos materiais, de acordo com a época e cultura regional, utilizando-se tábuas de barro, peles, papiro e até mesmo cacos de cerâmica. A primeira Bíblia em português foi impressa so-mente em 1748, uma tradução feita a partir da Vulgata Latina, de São Jerôni-mo, no século V.

J. Herculano Pires analisou e des-mitificou a Bíblia, chamando atenção para o valor de seu conteúdo histórico ao mesmo tempo que abominou con-ceitos errôneos, apegados à letra, ocor-ridos muito mais por interpretação inadequada pela ignorância espiritual dos homens. “Devemos concluir que a Bíblia é um erro? Não; mas que os homens se enganaram na sua interpre-tação”, alerta logo o autor, no primeiro capítulo do seu livro Visão Espírita da Bíblia, recém-editado pela Correio Fra-terno, lembrando as palavras de Kardec, em O Livro dos Espíritos, e esclarecendo

Afinal, o que representa aBíblia para os espíritas?

sem rodeios a posição espírita sobre o assunto. Resume assim Herculano:

– Devemos reconhecer na Bíblia a sua natureza profética, ou seja, mediú-nica, encerrando a Primeira Revelação, no ciclo histórico das revelações cristãs. Esse ciclo começa com Moisés, define-se com Jesus e encerra-se com o Espiritis-mo. A Bíblia, considerada a Palavra de Deus, reveste-se de um poder mágico. Claro que o Espiritismo não aceita nem prega essa velha crendice, mas não a condena. A cada um, segundo suas con-vicções, desde que haja boa intenção.

Nos 33 capítulos do livro Visão Es-pírita da Bíblia, o autor esclarece de for-ma ágil assuntos relacionados à história, mediunidade, Adão e Eva, profetas, es-pírito santo, demônios e dilúvios, entre outros. Repaginada, num projeto gráfico totalmente novo, mas fiel ao conteúdo, a obra continua atual como sempre será, constituindo-se em leitura imperdível, que resume em 104 páginas a ideia cen-tral de que “a palavra de Deus não está na Bíblia, mas na natureza, traduzida em suas leis”.

Para saber mais, acesse www.correiofra-terno.com.br

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