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3 Rev. Bras. Farm., 90(1): 03-09, 2009 Avaliação da permeação in vitro de gel fitoterápico contendo extrato seco por nebulização de Shymphytum officinale L. Stable Symphytum officinale L. dry extract incorporation on a semisolid non ionic preparation (gel) José Otávio Carréra Silva Júnior 1 & Newton Lindolfo Pereira 2 Recebido em 14/8/2008 1 Doutor em Ciências Farmacêuticas, Laboratório de P & D Farmacotécnico, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Pará 2 PhD of Formulation Sciences, Laboratório de P & D Farmacotécnico, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto-USP SUMMARY The purpose of this work was the obtainment and evaluation of a non ionic semisolid formulation containing Symphytum officinale L. dry extract as a therapeutic agent. Belonging to the Boraginaceae family, this plant, popularly known as comfrey is used as scarring agent in folk medicine. The accomplished studies consisted in the formulation obtainment and evaluation concerning to the preliminary stability (pH, centrifuga- tion and rheology ) and allantoin release profiles present in the phytoterapic through the vehicle (gel) in synthetic (cellulose acetate) and biological (snakeskin) membranes. The obtained formulation remained stable when dry extract was incorporated. A viscoelastic component was observed during the evaluation of the rheological prep- aration obtained. The allantoin diffusion showed that the release process follows a crescent relation between the amount of allantoin that absorbs in the UV and the time square root. It was observed that there was an allantoin and others present substances diffusion through the biological membrane. KEYWORDS Symphytum officinale L., Phytoterapic gel, in vitro release, allantoin. RESUMO O trabalho teve por finalidade a obtenção e avaliação de uma formulação semi-sólida não iônica (gel) contendo como agente terapêutico, extrato seco por nebulização de Symphytum officinale L. Pertencente à famí- lia Boraginaceae, Symphytum officinale L. é conhecido popularmente como confrei que é usado como cicatrizan- te pela medicina tradicional. Os estudos realizados consistiram na obtenção e avaliação da formulação quanto à estabilidade preliminar da formulação (pH, centrifugação e reologia); perfis de liberação da alantoína presente no fitoterápico através do veículo (gel) em membranas sintética (acetato de celulose) e biológica (estrato córneo de serpente). A formulação obtida permaneceu estável quando o extrato seco foi incorporado. Na avaliação dos perfis reológicos obtidos da formulação, foi observado a presença de um componente viscoelástico. A difusão da alan- toína do fitoterápico revelou que o processo de liberação segue uma relação crescente entre a quantidade de alantoina que absorve no ultravioleta em função da raiz quadrada do tempo. Foi observado que houve difusão de alantoína e de outras substâncias presentes na droga vegetal, através da membrana biológica. PALAVRAS-CHAVE Symphytum officinale L., Gel fitoterápico, Permeação in vitro, alantoína. INTRODUÇÃO O uso de plantas medicinais pela população mun- dial tem sido muito significativo. Dados da Organiza- ção Mundial de Saúde (OMS) mostram que mais da meta- de dos habitantes do planeta, especialmente aqueles de paí- ses pobres e em desenvolvimento, fazem uso de algum tipo de erva na busca de alívio de sintomatologia dolorosa ou desagradável, e que desse total, pelo menos 30%, dão- se por indicação médica (ESTRELA, 1995). No mercado brasileiro de medicamentos e cosméticos, 25% dos produ- tos fabricados contêm princípios ativos naturais. O uso de plantas medicinais ou de seus derivados ocu- pa um grande espaço na industria farmacêutica. É citado que o mercado mundial de fitoterápicos gira em torno de US$ 40 bilhões (SILVEIRA, 2003), enquanto que no Brasil 186/496 Tecnologia farmacêutica – Pesquisa (Obtenção e avaliação da estabilidade de uma formulação na forma de gel) se calcula que o faturamento esteja em torno de US$ 1 bilhão (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INDÚSTRIAS DE FITOTERÁPICOS, 2003). Embora haja dados con- troversos a respeito do faturamento com fitoterápicos, é consenso em várias fontes que o mercado é crescente tan- to no mundo quanto no Brasil. Matérias-primas vegetais como plantas, farmacóge- nos ou derivados (extratos, tinturas, óleos essenciais ou produtos secos) têm sido largamente empregadas em far- mácias com manipulação e estabelecimentos de produção industrial. O que mais preocupa a comunidade científica é o uso de novas espécies vegetais como medicamentos e que não apresentam dados comprovados de ação biológi- ca, toxidade (avaliada na espécie humana), efeitos colate- rais, segurança, eficácia e outros. Apesar dos fitoterápi- cos possuírem constituintes ativos naturais, devem ser

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3Rev. Bras. Farm., 90(1): 03-09, 2009

Avaliação da permeação in vitrode gel fitoterápico contendo extrato seco

por nebulização de Shymphytum officinale L.Stable Symphytum officinale L. dry extract incorporation

on a semisolid non ionic preparation (gel)

José Otávio Carréra Silva Júnior1& Newton Lindolfo Pereira2

Recebido em 14/8/20081Doutor em Ciências Farmacêuticas, Laboratório de P & D Farmacotécnico, Faculdade de Farmácia, Universidade Federal do Pará

2PhD of Formulation Sciences, Laboratório de P & D Farmacotécnico, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto-USP

SUMMARY – The purpose of this work was the obtainment and evaluation of a non ionic semisolid formulationcontaining Symphytum officinale L. dry extract as a therapeutic agent. Belonging to the Boraginaceae family,this plant, popularly known as comfrey is used as scarring agent in folk medicine. The accomplished studiesconsisted in the formulation obtainment and evaluation concerning to the preliminary stability (pH, centrifuga-tion and rheology ) and allantoin release profiles present in the phytoterapic through the vehicle (gel) in synthetic(cellulose acetate) and biological (snakeskin) membranes. The obtained formulation remained stable when dryextract was incorporated. A viscoelastic component was observed during the evaluation of the rheological prep-aration obtained. The allantoin diffusion showed that the release process follows a crescent relation between theamount of allantoin that absorbs in the UV and the time square root. It was observed that there was an allantoinand others present substances diffusion through the biological membrane.KEYWORDS – Symphytum officinale L., Phytoterapic gel, in vitro release, allantoin.

RESUMO – O trabalho teve por finalidade a obtenção e avaliação de uma formulação semi-sólida não iônica (gel)contendo como agente terapêutico, extrato seco por nebulização de Symphytum officinale L. Pertencente à famí-lia Boraginaceae, Symphytum officinale L. é conhecido popularmente como confrei que é usado como cicatrizan-te pela medicina tradicional. Os estudos realizados consistiram na obtenção e avaliação da formulação quanto àestabilidade preliminar da formulação (pH, centrifugação e reologia); perfis de liberação da alantoína presente nofitoterápico através do veículo (gel) em membranas sintética (acetato de celulose) e biológica (estrato córneo deserpente). A formulação obtida permaneceu estável quando o extrato seco foi incorporado. Na avaliação dos perfisreológicos obtidos da formulação, foi observado a presença de um componente viscoelástico. A difusão da alan-toína do fitoterápico revelou que o processo de liberação segue uma relação crescente entre a quantidade dealantoina que absorve no ultravioleta em função da raiz quadrada do tempo. Foi observado que houve difusão dealantoína e de outras substâncias presentes na droga vegetal, através da membrana biológica.PALAVRAS-CHAVE – Symphytum officinale L., Gel fitoterápico, Permeação in vitro, alantoína.

INTRODUÇÃO

O uso de plantas medicinais pela população mun- dial tem sido muito significativo. Dados da Organiza-

ção Mundial de Saúde (OMS) mostram que mais da meta-de dos habitantes do planeta, especialmente aqueles de paí-ses pobres e em desenvolvimento, fazem uso de algumtipo de erva na busca de alívio de sintomatologia dolorosaou desagradável, e que desse total, pelo menos 30%, dão-se por indicação médica (ESTRELA, 1995). No mercadobrasileiro de medicamentos e cosméticos, 25% dos produ-tos fabricados contêm princípios ativos naturais.

O uso de plantas medicinais ou de seus derivados ocu-pa um grande espaço na industria farmacêutica. É citadoque o mercado mundial de fitoterápicos gira em torno deUS$ 40 bilhões (SILVEIRA, 2003), enquanto que no Brasil

186/496 Tecnologia farmacêutica – Pesquisa (Obtenção e avaliação da estabilidade de uma formulação na forma de gel)

se calcula que o faturamento esteja em torno de US$ 1bilhão (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INDÚSTRIASDE FITOTERÁPICOS, 2003). Embora haja dados con-troversos a respeito do faturamento com fitoterápicos, éconsenso em várias fontes que o mercado é crescente tan-to no mundo quanto no Brasil.

Matérias-primas vegetais como plantas, farmacóge-nos ou derivados (extratos, tinturas, óleos essenciais ouprodutos secos) têm sido largamente empregadas em far-mácias com manipulação e estabelecimentos de produçãoindustrial. O que mais preocupa a comunidade científicaé o uso de novas espécies vegetais como medicamentos eque não apresentam dados comprovados de ação biológi-ca, toxidade (avaliada na espécie humana), efeitos colate-rais, segurança, eficácia e outros. Apesar dos fitoterápi-cos possuírem constituintes ativos naturais, devem ser

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avaliados como medicamentos e, portanto, submetidos arígidos controles que devem ser empregados desde dasua idealização, avaliação e obtenção (SILVA JÚNIOR,2006).

O problema de padronização de material derivado deplantas representa um grande desafio, especialmente parareprodução de efeitos biológicos. Derivados botânicos,quando usados com o propósito terapêutico, são maiscomplicados nos requisitos de composição, constância,estabilidade, contagem microbiológica, etc. (YUNES &et al., 2001). Segundo LAPA & et al., 1999, as metodo-logias analíticas para esse tipo de produtos deixam muitoa desejar, principalmente, aqueles que avaliam o perfil deliberação de constituintes ativos.

Os extratos secos são preparações sólidas obtidas naforma de pó ou granulado após a eliminação do solventede extração, o qual pode ser obtido na presença ou não deadjuvantes farmacêuticos (FARMACOPÉIA BRASILEI-RA, 1988). Devem apresentar uma umidade residual má-xima de 5% (DEUTSCHES, 1992). A declaração dos ex-tratos secos deve conter, além da denominação da droga,a mistura extrativa que deu origem ao produto, a relaçãoponderal da droga para uma parte de extrato, a concen-tração da substância marcadora e os adjuvantes presentes(MOUETTE, 1988).

Extratos vegetais secos por nebulização têm sido utili-zados como produtos finais e intermediários na obtençãode diferentes formas farmacêuticas (VASCONCELOS &et al., 2005; SILVA JÚNIOR & et al., 2006).

O confrei (Symphytum officinale L.) pertence à famí-lia Boraginaceae, sendo uma planta de clima temperado.Foi introduzido no Brasil, onde se adaptou facilmente, emregiões de clima tropical, ocorrendo nos estados do Para-ná, Amazonas e, principalmente, São Paulo (ALZUGA-RAY & ALZUGARAY, 1988), onde é encontrada apenasna forma cultivada (MATOS, 1994).

A planta toda, mas, principalmente, às raízes e rizo-mas, são atribuídas diversas propriedades terapêuticas,tais como atividade hemostática e antiinflamatória, devidoà taninos e mucilagens e alta atividade cicatrizante, atri-buída à substância alantoína, que atua como regenerado-ra, estimulando o crescimento de tecidos novos e sadios(DUARTE, 1984). Outras propriedades terapêuticas des-critas para essa espécie são anticoagulante (CHIRYAT’EV& RUSAKOVA, 1994) e bactericida, antifúngica e anti-hipertensiva (SENER & ATTA-UR, 1994).

A toxidade do confrei foi detectada sob a forma dechás, devido à presença de alcalóides pirrolizidínicos he-patotóxicos, como a lasiocarpina, a qual provocou cân-cer em fígado de rato na dose de 50mg/L (FARNSWOR-TH, 1978). Estudos têm revelado que 0,5% das folhas deconfrei utilizadas em dieta alimentar para ratos são sufici-entes para induzir câncer no baço e fígado. MATTOCKS(1980) detectou a presença de 8 alcalóides pirrolizidíni-cos com propriedades tóxicas no confrei e verificou quea sinfidina isolada comportou-se como indutora de cân-cer em ratos. Segundo este autor, tanto as folhas como asraízes mostraram-se carcinogênicas.

Devido à toxidade do confrei, que ocorre pela presen-ça desses alcalóides pirrolizidínicos, vários autores reco-mendam apenas seu uso externo, sendo que a permeaçãodérmica das substâncias tóxicas parece não ser significa-tiva (MARTINS & et al., 1994).

Vários são os métodos utilizados atualmente na deter-minação e quantificação de alantoína. Entre eles destaca-se a técnica de cromatografia líquida de alta eficiência(CLAE) (EITEMAN & et al., 1994; TERZUOLI & etal., 1994; TERZUOLI & et al., 1995). Além deste méto-do, outros, como a cromatografia de camada delgada emétodos espectrométricos são também utilizados (SAI-TO & OLIVEIRA, 1986). O objetivo deste trabalho foiavaliar a liberação in vitro da alantoína de uma formula-ção fitoterápica na forma de gel de hidroxietilcelulose con-tendo extrato seco por nebulização de Shymphytum offi-cinale L.

MATERIAL E MÉTODOS

Matéria-prima vegetalA planta em estudo foi adquirida no mercado brasilei-

ro através da empresa YOD Comércio de Produtos Natu-rais Ltda., na condição de planta seca e pulverizada, apre-sentando os seguintes dados técnicos e científicos, con-forme laudo emitido: nome científico: Symphytum offici-nale L.; parte usada: folhas; família botânica: Boragina-ceae; constituintes químicos e físicos: taninos, vitami-nas, óleo essencial, alcalóides; umidade: 9,0%; cinzas:7,4%; método de secagem: estufa; odor: característico;sabor: característico; granulometria: 0,30mm; país deorigem: Brasil; aspecto macroscópico: folhas ovaladas elanceoladas, grandes na base e afuniladas nas extremida-des, apresentando cor esverdeada. Pó de coloração es-verdeada; Lote: 108501 E.

Obtenção do extrato fluido de Shymphytum officinale L.A extração de ativos da espécie vegetal em questão foi

realizada de acordo com o método preconizado pela FAR-MACOPÉIA BRASILEIRA, II edição, 1959 (processo ge-ral A para a obtenção de extrato fluido).Obtenção do extrato seco por nebulização deShymphytum officinale L.

A secagem por nebulização do extrato fluido de Shym-phytum officinale L. foi realizado segundo o descritopor SILVA JÚNIOR, 2006; SILVA JÚNIOR & et al.,2006.

Obtenção da formulaçãoA formulação teve como base o gel de hidroxietilce-

lulose (HEC) a 1,5%, sendo substituído o HEC pelo ex-trato seco por nebulização de Shymphytum officinaleL., o qual foi utilizado o próprio HEC como adjuvantede secagem. Um outro fator levado em consideração,foi a estabilidade proporcionada pela formulação quan-do na incorporação do extrato seco fitoterápico e au-sências de evidências de interações na mistura física(SILVA JÚNIOR, 2006).

O gel foi preparado por dispersão do extrato seco(que utilizou hidroxietilcelulose como adjuvante de se-cagem) em água e sob aquecimento. Após obtenção dogel, foram adicionados, um conservante e um umectan-te.Avaliação do perfil reológico da formulação

Após 48h de sua preparação, a formulação obtida foiavaliada quanto ao comportamento reológico em reôme-tro marca Rheotet, modelo 2 (tipo cilindro), utilizando odispositivo AIICS 1. As leituras mensuradas foram reali-

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zadas à velocidade crescente e decrescente para obten-ção das curvas ascendentes e descendentes. A partir dosdados experimentais, as curvas de escoamento foram ava-liadas graficamente pela velocidade versus tensão de ci-salhamento e pela viscosidade aparente versus velocidadede cisalhamento.

Análise quantitativa da alantoína liberada pelo extratoseco e gel fitoterápico após difusão em membranasintética e biológica (estrato córneo de serpente)por medida espectrofotométrica na região do UV

l Quantificação do extrato seco de Shymphytum officinale L. por análise espectrofotométrica (UV)

Diferentes massas de extrato seco de Shymphytum offi-cinale L. foram pesadas e solubilizadas em tampão fosfato0,2M, pH 7,4 para a obtenção de soluções contendo asseguintes concentrações: 5,10,15,20,25,50 e 100µg/mL.As absorbâncias destas soluções foram lidas em 218nmempregando espectrofotômetro Hitachi modelo U-2001. Acurva padrão para o comprimento de onda (absorvânciaversus concentração do extrato seco em µg/mL) foi cons-truída e os dados analisados matematicamente para a ob-tenção das equações das retas e coeficientes de correlaçãolinear (r2).l Demonstração e identificação do sistema de difusão

(Araújo, J., 2003; Alves, J.S., 2004; Nunes, R.S., 2005)O sistema é formado por dois compartimentos 1 e 2

(Figs. 1 e 2) onde o compartimento 1 é denominado de

câmara doadora (CD) e o 2, de câmara receptora (CR). Amostra em estudo é acondicionada em CD e a solução re-ceptora em CR. Entre as duas câmaras a membrana é inse-rida e fixada por uma borracha, acessório 4, da Fig. 1. Amembrana fica de um lado em contato com a amostra emestudo e, do outro, com a solução receptora. Desta forma,todo material liberado pelo veículo é permeado pela mem-brana é quantificado na fase receptora.l Experimentos realizados em membrana sintética

(Araújo, J., 2003; Alves, J.S., 2004; Nunes, R.S., 2005)Foram utilizados cortes de membrana hidrofílica (ace-

tato de celulose) previamente fervidos durante 5min. Con-forme esquema do processo de difusão, a amostra em es-tudo [gel fitoterápico (3g)] foi colocada em contato com asuperfície da membrana pelo compartimento doador. Nacâmara receptora, utilizou-se tampão fosfato 0,2M pH 7,4,mantido a 37ÚC por água circulante e sob agitação de200rpm com auxílio de barras magnéticas. A área de expo-sição da membrana foi de 19,625cm2, o volume no com-partimento receptor foi de 180mL. O experimento foi re-petido 4 vezes para cada amostra. Durante o experimento,5mL da solução receptora foram removidos (nos tempos;15’/30’/60’/120’/240’/360’/420’ e 480’) com auxílio deuma pipeta volumétrica e reposto imediatamente com solu-ção limpa. A alantoína do gel fitoterápico foi quantificadapor medida de absorvância da solução receptora no com-primento de onda 218nm. Foram realizados experimentoscom a formulação desprovida do extrato seco com a fina-lidade de controle. As absorbâncias lidas foram substituí-das nas respectivas equações da reta como descrito no item“Quantificação do extrato seco de Shymphytum officinaleL. por análise espectrofotométrica”. Os valores determina-dos para a massa permeada foram plotados em função dotempo. O perfil de difusão foi plotado graficamente con-forme a expressão:

E1: M / A versus √√√√√ t Equação (1)

Onde:M = massa liberada (µg); A = área (cm2); t = tempo (h)

A análise de variância foi o teste aplicado para determi-nar o nível de significância quanto ao material liberado (M),slope (S) e intercepto no eixo x (√√√√√ lag time).

l Experimentos realizados em membrana biológica(Araújo, J., 2003; Alves, J.S., 2004; Nunes, R.S., 2005)O material foi adquirido no Instituto Butantan-SP, Bra-

sil. Foram utilizados como membrana de difusão, cortesda porção ventral do extrato córneo de serpente, obtido dediferentes indivíduos. Utilizou-se material da jibóia (Boaconstrictor). Antes de iniciar os experimentos, os corteseram hidratados por 12h.

O mesmo esquema montado para difusão em membra-na sintética foi aplicado para membrana biológica. Amostraem estudo do gel fitoterápico (3g) de Shymphytum offici-nale L. foi colocada em contato com a superfície da mem-brana no compartimento doador. Na câmara receptora, foiutilizado tampão fosfato 0,2M pH 7,4 mantido a 37ÚC porágua circulante e sob agitação de 200rpm com auxílio debarras magnéticas. A área de exposição da membrana foide 19,625cm2, o volume no compartimento receptor foi de

(a)(a)(a)(a)(a) (b)(b)(b)(b)(b)

FIG. 1 - (a) Modelo da célula de difusão. a) célula fechada, onde há orifícios de entrada(inferior) e saída (lateral) da solução receptora; b) célula aberta, 1- parte superior dacélula, onde foram colocadas as amostras, 2 – parte inferior da célula, que continha parteda solução receptora, 3 – pinos de vedação da célula e 4 – borracha de vedação da mem-brana (Araujo, 2004).

FIG. 2 - Diagrama esquemático do modelo da célula de difusão com suas respectivasmedidas.

5cm

1,7cm

1,5cm

0,3cm

5.6cm

7cm

5cm

reservatório

membrana

Sentido do fluxo

Sentido do fluxo

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180mL e o experimento foi repetido 4 vezes para cadaamostra. Durante o experimento, 5 mL da solução recepto-ra foram removidos (nos tempos; 15’/30’/60’/120’/240’/360’/420’ e 480’) com auxílio de uma pipeta volumétrica ereposto imediatamente com solução limpa. O material de-tectado na solução receptora foi analisado em 218nm doespectro UV/visível no final de cada experimento. Os re-sultados foram comparados com os obtidos na difusão pormembrana sintética.

RESULTADOS E DISCUSÃO

Com a obtenção do gel fitoterápico contento extratoseco por nebulização de Shymphytum officinale L. foi ava-liado seu comportamento reológico. A Fig. 3 mostra que aformulação apresenta perfil de material fluidificante. Ocomportamento de deformação da formulação obtida podeser observado na Fig. 4. O gel apresentou uma pequenaárea de histerese, entretanto, ocorrendo uma sobreposi-ção das curvas ascendentes e descendentes do processo.A análise reológica vem sendo muito aplicada na área far-macêutica com particular interesse em preparações semi-sólidas, as quais sofrem fortes influências quanto ao es-palhamento e a aderência na pele, extrusão das embala-gens e liberação de princípios ativos. O interesse em usaresse parâmetro analítico, foi o de se avaliar o comporta-mento reológico da formulação e sua correlação com osdados de liberação da alantoína do gel fitoterápico. A Fig.3 mostra que a formulação apresenta perfil de corpos flui-dificantes devido a uma redução de resistência do materi-al ao escoamento quando a velocidade é aumentada. Hárelatos de que materiais com este perfil quando em re-pouso, apresentam estruturas reticulares que podem serconstituídas por aglomerados de moléculas que se atra-em ou por uma rede de cadeias poliméricas emaranhadas(ALMEIDA & BAHIA, 2003).

As curvas ascendentes e descendentes do gel se so-brepõem, apresentando uma pequena área de histerese;entretanto, a recuperação da viscosidade inicial é maisrápida, o que sugere a presença de um componente vis-coelástico na formulação. A literatura classifica o hidro-xietilcelulose como agente doador de viscosidade em for-mulações semi-sólidas, com comportamento viscoelásti-co (MINER, 1993).

Com a construção da curva padrão espectrofotomé-trica (UV) da alantoína em tampão fosfato 0,2M, pH 7,4

foi possível observar que os resultados mostraram queexiste uma relação linear entre a concentração da alantoí-na e a absorvância na região em 218nm do espectro doUV.

Considerando a natureza longitudinal das observaçõesdos níveis de permeação, a ferramenta para análise dosdados foi uma análise univariada (ANOVA), consideran-do testes de hipóteses dentro de cada um dos diferentestempos. Os resultados dessa análise são mostrados naTabela I.

FIG. 4 - Perfil reológico da formulação contendo extrato seco por nebulização deShymphytum officinale L.

TABELA IQuantidade liberada/permeada em função do tempo,

do gel contendo Shymphytum officinale L.

Tempo Membrana Sintética Membrana Biológica P valor (a)

(min) (mg/mL) (mg/mL)

15 141,8 59,84 >0.05

30 244,7 86,28 >0.05

60 533 181,5 >0.05

120 812,2 324,5 <0.05

240 1251 979,2 >0.05

360 1565 1359 >0.05

420 1632 1571 >0.05

480 1813 1685 >0.05(a) p valores fornecidos por análise de variância (ANOVA)

A Tabela I mostra p valores associados a testes de hipó-teses (obtidos via ANOVA) cujas hipóteses nulas são relati-vas à ausência do efeito da formulação em cada instante detempo. Rejeitou-se a hipótese nula (ou seja, o teste mos-trou evidências de que existe tal efeito).

Os perfis de difusão obtido da alantoína presente no gelfitoterápico, por análise em ultravioleta, seguem uma rela-ção linear entre a massa cumulativa permeada e a raiz qua-drada do tempo, Fig. 5. Por outro lado, a linearidade assu-mida não permite extrapolar os resultados para tempos in-finitos, devido a instabilidade das curvas.

A quantidade de alantoina presente no gel fitoterápico,difundida através da membrana biológica, foi menor quan-do comparada aos dados da membrana sintética, ou seja,difusibilidade menor. Os resultados podem ser observadosna Tabela II.

Resultados de prospecção química, demonstraram a pre-sença de vários metabólitos secundários no extrato fluido

FIG. 3 - Características da viscosidade da formulação contendo extrato seco pornebulização de Shymphytum officinale L.

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obtido. E conforme também evidenciado na obtenção doperfil cromatográfico do mesmo extrato (SILVA JÚNIOR& et al., 2006), foi verificado a presença de grandes picosem tempos de retenção diferentes nos perfis cromatográfi-cos. Por esses motivos avaliamos o aumento da absorbân-cia em diferentes comprimentos de ondas nas mesmas

para a obtenção de novos veículos e tecnologias que pro-movam efeito desejado, seguro e controlado de fármacopela via cutânea.

As preparações hidroalcoólicas artesanais de Shym-phytum officinale L. apresentam teor de etanol elevado emtorno 60 a 70% (v/v) chegando a formar um excelentesistema de conservação microbiológico. Pesquisas com-provam que o etanol concentrado é um potente promotorde permeação e que, apesar de seu mecanismo, não estáperfeitamente elucidado; este pode alterar a estrutura cór-nea de modo a aumentar a difusibilidade de solutos atravésda pele, porém, a quantidade permeada é pequena. As solu-ções etanólicas diluídas parecem, inicialmente, aumentar asolubilidade de fármacos na epiderme, seguido de sucessi-vos particionamentos favorecendo o transporte de molé-culas neutras e ionizáveis (YUM & et al., 1994).

Por outro lado, à administração tópica de fármacos emsolução, geralmente, não produz bons resultados quanto àquantidade permeada, porque os solventes (principalmen-te, voláteis), na maioria das vezes, não facilitam o trans-porte de moléculas para camadas mais afastadas do estratocórneo. A proposta de formulações semi-sólidas para vei-cular extrato seco por nebulização de Shymphytum offici-nale L. surgiu também da necessidade de melhorar a atua-ção da alantoína na pele, uma vez que esses polímeros fa-vorecem a formação de um filme, proporcionando um maiortempo de contato entre os ativos e a pele, além de manter ahidratação no local da aplicação.

TABELA IIQuantidade cumulativa de alantoína difundida do gel

contendo Shymphytum officinale L.

Ö Tempo (min) Membrana sintética Estrato córneo de cobra

3,87 27,96mg/cm2 11,80mg/cm2

5,48 67,94mg/cm2 24,09mg/cm2

7,74 196,01mg/cm2 71,58mg/cm2

10,95 430,19mg/cm2 276,13mg/cm2

15,50 998,92mg/cm2 773,38mg/cm2

18,97 1513,25mg/cm2 1313,16mg/cm2

20,50 1704,66mg/cm2 1641,04mg/cm2

21,90 2023,50mg/cm2 1880,665mg/cm2

FIG. 5 - Perfis de permeação da alantoína presente no gel contendo extrato seco pornebulização de Shymphytum officinale L. Detecção em 218nm do espectro UV.(——-)Membrana sintética, (——-) Membrana biológica.

amostras onde foram analisadas a alantoína nos mesmostempos durante os ensaios de liberação. Os resultados ob-tidos estão apresentados nas Figs. 6 e 7. Para inferir umaprovável quantidade de massa, foram feitas diluições demassa conhecida de extrato fluido liofilizado e sua absor-bância relacionada. Com isto nas Figs. 6 e 7 temos a quan-tidade cumulativa de massa de extrato fluido no tempo.

O desenvolvimento de formulações para aplicação napele é uma estratégia interessante para veicular fármacosistêmico ou até mesmo aqueles cujo alvo é a própria pele,mas, por outro lado obter esses sistemas não é tão fácil. Apele funciona como uma barreira de prevenção contra per-da de substâncias fisiológicas e, ao mesmo tempo, impedeque substâncias potencialmente tóxicas oriundas do meioambiente venham a se difundirem. Essa barreira protetoraé permeável a apenas pequenas moléculas lipofílicas, con-seqüentemente, aquelas maiores e de alta polaridade en-contram dificuldades de penetração (POTTS & GUY, 1997).Com o intuito de vencer esta barreira surge a necessidade

FIG. 6 - Perfis de liberação, em membrana sintética, do gel contendo extrato de Shymphytumofficinale L. Detecção em 250, 300, 350 e 400nm do espectro UV.

FIG. 7 - Perfis de permeação, em membrana biológica, de metabólitos secundários presen-tes no gel contendo extrato de Shymphytum officinale L. Detecção em 250, 300, 350 e400nm do espectro UV.

0 100 200 300 400 500 6000

500

1000

1500

2000

membrana sintetica

membrana biologica

Tempo (min)

Qu

an

tid

ad

e p

erm

ead

a (

ug

/mL

)

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A eficiência de penetração de fármacos na pele é avalia-da por dois dados distintos: difusão através do veículo epermeabilidade pela membrana. Vários modelos de testesin vitro e in vivo são estudados objetivando uma maioraproximação das condições fisiológicas da pele. O uso demembranas artificiais não simula uma biológica, mas, a in-tenção é estabelecer uma relação compatível com a polari-dade do extrato seco e avaliar o perfil de liberação da alan-toína em função do veículo. O perfil de difusão da alantoí-na do gel contendo extrato seco de Shymphytum officinaleL. detectada por ultravioleta mostra uma relação crescenteentre a massa cumulativa permeada e a raiz quadrada dotempo, que vai diminuindo com o aumento do tempo (Ta-bela II).

Há mais de 40 anos, HIGUCHI, (1960; 1962), fez umaprimeira abordagem a respeito da liberação de fármacosem pomadas. Inicialmente, considerou que quando o fár-maco está em suspensão na formulação, isto é, C0 >> Cs ,sendo C0 a concentração original de fármaco na formula-ção e Cs a concentração máxima solúvel, o tempo requeri-do para que toda a massa de fármaco possa se dissolver(Mfd) é proporcional à razão de solubilidade Cs / C0, con-forme a expressão abaixo.

Mfd / M0 = 1 – R / 2,onde: M0 = massa orginal na preparação

R = Razão entre Cs / C0

Portanto, se Cs do fármaco é relativamente pequeno aC0, o fármaco será liberado gradativamente em função dotempo. Por outro lado se Cs >> C0, uma pequena fração defármaco será liberado, inicialmente, durante o período emque o fármaco em suspensão for dissolvido. HIGUCHI(1961), também propõe que, quando o fármaco não estáem suspensão, ou seja, C0 < Cs, a massa cumulativa per-meada é dependente da raiz quadrada do tempo e indepen-dente de C0 e Cs, conforme abaixo

MI / M0 = 2 (DT)2 / (π/L)2

Onde: MI é a massa liberada e detectada nacâmara receptora

D é o coeficiente de difusão do fármacoatravés do veículo

L é a espessura da camada de formulação aplicada

O perfil de difusão da alantoína do gel contendo extratoseco de Shymphytum officinale L., absorvível no espectroUV é mostrado graficamente na Fig. 5.

O perfil de difusão da formulação através da membranasintética e biológica fornece resultado suficiente para efe-tuar comparações entre essas membranas. Neste modelo,os resultados descritos na Tabela I mostram que a massapermeada através da membrana biológica é menor em rela-ção à membrana sintética.

Com os resultados apresentados nas Figs. 6 e 7 foi de-monstrado que em diferentes comprimentos de ondas (250,300, 350 e 400nm) houve difusão através da membranabiológica, podendo-se atribuí-los à presença de metabóli-tos secundários, o que também foi evidenciado por SILVAJÚNIOR & et al., 2006.

Esses dados provavelmente demonstram que, junto coma alantoína - marcador químico, através das membranas,estão sendo permeados grupos de substâncias que poderi-

am ser atribuídos aos que foram obtidos no ensaio de pros-pecção química (SILVA JÚNIOR & et al., 2006). Sendoque, em alguns casos, pode-se observar um aumento damassa permeada na membrana biológica em relação à mem-brana sintética.

Com a evidência da passagem de outros grupos de subs-tâncias, além do marcador químico pela membrana bioló-gica, pode-se induzir a duvidas e questionamentos em rela-ção à possibilidade dessas substâncias produzirem reaçõesalérgicas e/ou imunológicas. Estes resultados apontam paraa necessidade de realização de testes histopatológicos e/outoxicológicos para obtenção de registro de formas farma-cêuticas tópicas, como cremes e/ou géis, por exemplo,contendo matéria-prima de origem vegetal.

CONCLUSÕES

Os ensaios de reologia da formulação apresentam umperfil de corpos fluidificantes com a presença de um com-ponente viscoelástico.

Os resultados de difusão por membranas (sintética ebiológica) mostraram que o perfil de liberação da alantoínada formulação fitoterápica foi menor na membrana biológi-ca.

Portanto, este trabalho revelou novos e importantesdados que poderão contribuir para estudos futuros, contri-buindo para obtenção de forma racional de medicamentosfitoterápicos.

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Endereço para correspondênciaJosé Otávio Carréra Silva Jú[email protected] - [email protected] Federal do Pará-UFPA (Faculdade de Farmácia)Rua Augusto Corrêa n.1, Campus Universitário do Guamá, Belém-PA66.075-110