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JV – Quando você decidiu seguir carreira em Engenharia Química? Pedro – Toda a minha família sempre foi voltada para Exatas, tirando meu irmão, que é advogado. Meu pai, minha mãe e minha irmã são engenheiros. Meu pai fez Engenharia da Computação, minha mãe fez Metalurgia, minha irmã é engenheira civil. Eu sempre gostei de Química, sempre gostei de laboratórios, de fazer experiências. Além da Fuvest, você prestou outros vestibulares? Prestei também Unicamp, UFSCar e Unifesp, todos para Engenharia Química. E o Enem, que era a 1ª fase da Unifesp e da UFSCar. Foi aprovado em quais? Em todos. Minha nota no Enem foi a melhor da Federal no ano passado e uma das 300 melhores do Brasil. Como você resolveu fazer seu 3º ano do Ensino Médio junto com o Etapa? Bastante gente da Federal vem estudar no Etapa. Vim com recomendação de gente que fez o cursinho em anos anteriores. Você estava confiante em relação às suas possibilidades no vestibular? No começo eu estava meio assim. Era a primeira vez que eu ia prestar. Se precisasse fazer mais um ano eu faria. Mas acabou dando certo. Fazendo o colegial e o cursinho juntos, como era sua rotina no ano passado? Eu saía de casa às 5h45min, 6 horas. Eu moro na zona sul, a Federal fica na zona norte, uma viagem longa. A aula da Federal ia das 7 horas da manhã até 11h45min. Almoçava por lá mesmo e vinha para o cursinho. Ficava aqui até 18h35min. Chegava em casa às 19h30min, 20 horas. Quando dava tempo, fazia alguns exercícios da matéria do dia. Sobrava pouco tempo à noite para estudar. Uma hora e meia, duas horas no máximo. No fim de semana você estudava? Eu fazia reforço no sábado, o RPE. Minha rotina, lá por setembro, outubro, era: de segunda a sexta-feira tinha aula de manhã na Federal e à tarde no cursinho; no sábado, aqui no Etapa, de manhã tinha reforço e à tarde tinha reposição das aulas suspensas no período da gripe suína – foram uns seis fins de semana seguidos com aula no sábado à tarde; no domingo fazia simulado. O que eu não estudava em casa estudava aqui mesmo. No segundo semestre você estava mais confiante em relação ao vestibular? Eu estava indo bem nos simulados e fui ficando confiante, sim. Em quais matérias você tinha mais dificuldade e teve de dar uma atenção especial? A área de Humanas não era meu forte. Mais dificuldade, com certeza, em História e Geografia. Em Português também não era muito bom. Tive de correr bastante atrás dessas três matérias. Qual foi o resultado desse esforço? Elas ajudaram bastante. No geral, fui bem em Exatas na Fuvest e acabei indo acima das expectativas em Humanas. Tinha alguma matéria de que você não gostava e passou a gostar no cursinho? Eu nunca tinha gostado muito de História e Geografia. Mas as aulas que os professores do Etapa dão são muito boas mesmo. Além de aprender o conteúdo, você aprende a gostar da matéria também. Como você resolvia as dúvidas durante o estudo? No fim do ano, depois da 1ª fase, eu ficava o dia inteiro na Sala de Estudos. Em dezembro, quando já tinha acabado a Federal e já tinha feito a primeira fase dos vestibulares, eu chegava no cursinho às 9 da manhã e ficava o dia inteiro aqui. Saía às 8, 9 horas da noite. Ficava na Sala de Estudos com amigos, fazia exercícios, quando surgia alguma dúvida que ninguém sabia resolver a gente consultava os monitores.

19h30min, 20 horas. Quando dava tempo, - etapa.com.br manha, o macete para resolver. Você fez muitos simulados? Nunca faltei nos simulados. Qual era seu desempenho neles? No começo

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Page 1: 19h30min, 20 horas. Quando dava tempo, - etapa.com.br manha, o macete para resolver. Você fez muitos simulados? Nunca faltei nos simulados. Qual era seu desempenho neles? No começo

JV – Quando você decidiu seguir carreira

em Engenharia Química?

Pedro – Toda a minha família sempre foivoltada para Exatas, tirando meu irmão, que éadvogado. Meu pai, minha mãe e minha irmãsão engenheiros. Meu pai fez Engenharia daComputação, minha mãe fez Metalurgia,minha irmã é engenheira civil. Eu sempregostei de Química, sempre gostei delaboratórios, de fazer experiências.

Além da Fuvest, você prestou outros

vestibulares?

Prestei também Unicamp, UFSCar e Unifesp,todos para Engenharia Química. E o Enem, queera a 1ª fase da Unifesp e da UFSCar.

Foi aprovado em quais?

Em todos. Minha nota no Enem foi a melhorda Federal no ano passado e uma das 300melhores do Brasil.

Como você resolveu fazer seu 3º ano do

Ensino Médio junto com o Etapa?

Bastante gente da Federal vem estudar noEtapa. Vim com recomendação de gente quefez o cursinho em anos anteriores.

Você estava confiante em relação às suas

possibilidades no vestibular?

No começo eu estava meio assim. Era aprimeira vez que eu ia prestar. Se precisassefazer mais um ano eu faria. Mas acabou dandocerto.

Fazendo o colegial e o cursinho juntos,

como era sua rotina no ano passado?

Eu saía de casa às 5h45min, 6 horas. Eu morona zona sul, a Federal fica na zona norte, umaviagem longa. A aula da Federal ia das 7 horasda manhã até 11h45min. Almoçava por lámesmo e vinha para o cursinho. Ficava aquiaté 18h35min. Chegava em casa às

19h30min, 20 horas. Quando dava tempo,fazia alguns exercícios da matéria do dia.Sobrava pouco tempo à noite para estudar.Uma hora e meia, duas horas no máximo.

No fim de semana você estudava?

Eu fazia reforço no sábado, o RPE. Minharotina, lá por setembro, outubro, era: desegunda a sexta-feira tinha aula de manhã naFederal e à tarde no cursinho; no sábado, aquino Etapa, de manhã tinha reforço e à tardetinha reposição das aulas suspensas no períododa gripe suína – foram uns seis fins de semanaseguidos com aula no sábado à tarde; nodomingo fazia simulado. O que eu nãoestudava em casa estudava aqui mesmo.

No segundo semestre você estava mais

confiante em relação ao vestibular?

Eu estava indo bem nos simulados e fui ficandoconfiante, sim.

Em quais matérias você tinha mais

dificuldade e teve de dar uma atenção

especial?

A área de Humanas não era meu forte. Maisdificuldade, com certeza, em História eGeografia. Em Português também não eramuito bom. Tive de correr bastante atrás dessastrês matérias.

Qual foi o resultado desse esforço?

Elas ajudaram bastante. No geral, fui bem emExatas na Fuvest e acabei indo acima dasexpectativas em Humanas.

Tinha alguma matéria de que você não

gostava e passou a gostar no cursinho?

Eu nunca tinha gostado muito de História eGeografia. Mas as aulas que os professores doEtapa dão são muito boas mesmo. Além deaprender o conteúdo, você aprende a gostar damatéria também.

Como você resolvia as dúvidas durante o

estudo?

No fim do ano, depois da 1ª fase, eu ficava odia inteiro na Sala de Estudos. Em dezembro,quando já tinha acabado a Federal e já tinhafeito a primeira fase dos vestibulares, euchegava no cursinho às 9 da manhã e ficava odia inteiro aqui. Saía às 8, 9 horas da noite.Ficava na Sala de Estudos com amigos, faziaexercícios, quando surgia alguma dúvida queninguém sabia resolver a gente consultava osmonitores.

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As dúvidas surgiam mais em quais matérias?

Principalmente nas matérias de Exatas. Emalgumas questões você precisa ter aquelamanha, o macete para resolver.

Você fez muitos simulados?

Nunca faltei nos simulados.

Qual era seu desempenho neles?

No começo era sempre C mais, C menos. Àsvezes vinha um B, às vezes um D – poucasvezes, duas ou três. Também veio A, umasduas vezes só.

Nos simulados do RPE, como você ficava?

Sempre na mesma faixa.

Como você avaliava esses resultados, para o

vestibular?

C mais não é uma má nota, você está acima damédia. Quer dizer que você está indo bem nosestudos. Só que dá para melhorar. Você tem deestudar, tentar aumentar essa nota. Quandovinha um B, um A, era bastante satisfatório:“Estou no caminho certo, se continuar assimvai dar certo no final.”

Como os simulados foram importantes para

sua preparação?

Com o simulado, você aprende a controlar seutempo, aprende qual é o seu método deresolução da prova. Se você prefere fazer aprova em linha reta, todos os exercícios naordem em que eles aparecem, ou se prefereresolver primeiro os mais fáceis, depois os maisdifíceis. Só fazendo simulado você sabe qual éo melhor jeito para você.

Como você treinava Redação?

Eu fazia as dos simulados.

E como você ia nas redações?

Sempre C mais, às vezes um B.

Você fez o RPE. Qual a diferença da aula do

reforço para uma aula normal?

Na aula normal o professor passa o conteúdo,ensina a matéria. Já no RPE ele ensina comousar o conteúdo para resolver os exercícios. Émais uma aula aplicada. Você aplica nosexercícios o que aprendeu.

Você leu as obras indicadas pela Fuvest e

Unicamp? Assistiu às palestras sobre os

livros?

Devo ter lido uns seis livros, por aí. Não li aAntologia poética, O cortiço e Iracema. Mas lio livro de resumos e fui a todas as palestras. Apalestra é bem importante porque o professoresmiúça o livro para você e passa todos osdetalhes que, só lendo por cima, você nãoconsegue pegar. As palestras realmenteajudam bastante, elas ensinam o que a obraquer dizer, qual a intenção do autor ao escreveraquele livro.

Para fazer Ensino Médio e cursinho juntos,

de que atividades você teve de abrir mão?

Tive de parar várias atividades. Fazia curso dealemão, jogava futsal na Federal e treinavamuay thai, que é um estilo de luta. Parei tudo.Eu sabia que se me dedicasse totalmente aocursinho e passasse no vestibular ia valer apena depois.

Você retomou essas atividades?

Retomei o estudo de alemão e estou treinandofutsal na Poli.

Para relaxar, você tinha alguma atividade?

Jogava futebol na Federal quando tinhaintervalo. E procurava sair no fim de semana,viajava para a praia, quando possível.Procurava relaxar o máximo possível para nasegunda-feira retomar o ritmo. Parar um tempopara relaxar é tão importante quanto ficarestudando. Faz parte do processo de estudo.

Como você foi na 1ª fase da Fuvest?

Com o bônus de escola pública, minhapontuação foi 77. O corte na Engenharia foi63. Fiquei 14 pontos acima. Vi que estava bempreparado.

Sua pontuação foi de acordo com o que

você esperava pelos simulados?

Minha pontuação ficou até um pouco acimado que eu fazia nos simulados. Nos da Fuvest,eu sempre ficava com 65 pontos, por aí.

Quais foram suas notas na 2ª fase?

O primeiro dia, com Português e Redação, erao dia em que eu menos esperava ir bem.Acabei tirando 53,13. A média foi 48, fiqueium pouco acima.

No segundo dia, com 20 questões de

7 matérias, qual foi sua nota?

Acabei fazendo uma ótima prova, foi meumelhor dia. Tirei 78,13 em 100. Fiquei 37pontos acima da média, que foi 41,8. Foi essedia que me pôs dentro da Poli.

E no terceiro dia, das matérias prioritárias?

No terceiro dia eu fiz as provas inteiras deQuímica e de Física, e fui mais ou menos emMatemática. Eram quatro questões deMatemática, eu fiz duas e deixei as outras duasmeio que pela metade. Ao sair da prova,comentei com amigos que tinha errado váriascoisas bobas, errinhos de fórmula. Mas fiz65,63 pontos em 100, acabei ficando bemacima da média, que foi 37.

Como foi o resultado geral na Fuvest?

Fiz um total de 714,2 pontos e fiquei em 312ºdentre os 2 600 convocados para a 2ª fase.

Nos outros vestibulares que prestou, quais

foram os resultados?

Na Unicamp, 33º lugar na EngenhariaQuímica. Na Unifesp, 22º. E na UFSCarconsegui meu melhor desempenho, fiqueiem 6º lugar, nota final 83,4, em100 pontos possíveis.

Você já conhecia a Poli?

Eu tinha ido visitar uma vez. Só que foi umavisita muito por cima, até porque a Poli é muitogrande, tem vários prédios. Passei por lá.

O trote no dia da matrícula foi tranquilo?

Muito tranquilo, os veteranos perguntam sevocê quer fazer. Cortei cabelo, levei ovada, mepintaram, tudo porque eu quis. Aquela era ahora da brincadeira, depois de todos os mesesde estudo, de dedicação.

Que matérias você tem neste segundo

semestre?

Cálculo 2, Álgebra Linear 2, Física 2,Laboratório de Física 2, Geometria Descritiva,que é desenho, Introdução a CiênciasMateriais, que é a matéria mais voltada aQuímica. Tem Mecânica, que é meio que umaparte da Física. E Cálculo Numérico, que é

mais uma aplicação do cálculo emcomputadores.

Neste semestre, qual matéria é a mais

puxada?

Cálculo Numérico é uma matéria puxada, asprovas são pesadas. Física também tem umconteúdo difícil de compreender, mas dá paralevar.

Do que você gostou mais até agora na Poli,

na USP?

As pessoas na Poli são fantásticas. Todos osveteranos que estavam no dia da matrícula nosacolheram, fomos bem recepcionados, elesestão sempre dispostos a ajudar quando vocêprecisa. E na Poli tem a atlética, o grêmio,festas universitárias todo fim de semana. Foraisso, tem também na Cidade Universitária oCepê, onde a gente pode praticar esporte.

Você está satisfeito com sua escolha de

carreira?

Engenharia Química é o que eu gosto mesmo.Não me vejo fazendo outra coisa.

Que dicas você daria a quem vai ler esta

entrevista, para aproveitar melhor os

estudos nesta fase?

Você tem de saber que é capaz de passar novestibular. A única pessoa que vai te colocardentro da faculdade é você mesmo. Você temde se dedicar, tem de se esforçar, porque semesforço não vai adiantar nada. E tem de teraquele tempo de relaxamento. Tem de saberachar o equilíbrio.

Como ficou marcado para você o ano

passado?

Foi um ano de dedicação, de luta, de muitoesforço. Mas eu sabia, toda vez que vinha paracá, que entrava aqui no Etapa, que no final euia estar dentro da faculdade.

Nesse tempo no cursinho, o que foi

marcante para você?

Realmente, as horas de esforço, de estudo. Maseu sempre pensava que no final tudo ia valer apena. E valeu tudo o que fiz. Faria tudo denovo, quantas vezes fosse necessário.

Você acha que hoje está diferente de

quando começou o cursinho?

Estou bem mais focado no que eu quero.Quando quero alguma coisa eu sei que possoconseguir. Mas só vou conseguir o que querose correr atrás, se lutar, se me esforçar. Semesforço não se chega a lugar nenhum. Não hásucesso antes de trabalho.