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IMPORTÂNCIA DO ARQUITETO NA INCEPÇÃO: O CASO BRASILEIRO Arnaldo de Magalhães LYRIO FILHO M.Sc., Arq., Rua Passos da Pátria, 156 Bl. D Sl. 541. Universidade Federal Fluminense, CEP 24220240 - São Domingos, Niterói (RJ) Brasil - Correio eletrônico: [email protected] Patrícia Fraga Rocha RABELO D.Sc., Arq., Rua Passos da Pátria, 156 Bl. D Sl. 541. Universidade Federal Fluminense, CEP 24220240 - São Domingos, Niterói (RJ) Brasil - Correio eletrônico: [email protected] Sergio Roberto Leusin de AMORIM D.Sc., Arq., Rua Passos da Pátria, 156 Bl. D Sl. 541. Universidade Federal Fluminense, CEP 24220240 - São Domingos, Niterói (RJ) Brasil - Correio eletrônico: [email protected] RESUMO Um empreendimento imobiliário começa a existir quando surge a necessidade ou o desejo de que ele se materialize. O papel do empreendedor é descobrir e analisar essas necessidades. No entanto, o profissional que desempenha esse papel não está bem definido e pode não ser condizente com a realidade que a atividade exige. O presente artigo discute as relações de importância entre o arquiteto e o empreendedor na atividade de incorporação imobiliária brasileira, tendo como referência a fase de incepção do ciclo de vida de empreendimentos residenciais, analisando paralelamente uma ontologia da incepção, para melhor perceber os elementos relacionados à essa fase. Baseado nas conclusões de pesquisa realizada junto ao mercado imobiliário da cidade do Rio de Janeiro, o estudo pretende contribuir para a discussão de uma ontologia para o setor de Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC), bem como para uma análise sobre o desequilíbrio entre a técnica e o negócio na formatação do produto imobiliário, atentando-se para o espaço importante que o arquiteto pode ocupar na fase de incepção. Conclui- se que, com a equiparação de papéis entre a técnica e o negócio, entre o arquiteto e o empreendedor, ganha o mercado da construção civil e conseqüentemente o usuário final. Palavras-chaves: incepção, ontologia, empreendimento imobiliário. 1. EMPREENDEDOR IMOBILIÁRIO Um empreendedor é um agente que procura tornar uma oportunidade de negócio em um empreendimento concreto, atraindo para si os riscos inerentes à assunção das várias responsabilidades que assume. Verifica-se que no setor imobiliário esse papel é desempenhado pelo promotor imobiliário, também chamado incorporador, por conta da Lei a que se subordinam suas atividades. Kotler (1996), ao descrever o “estágio de surgimento” do ciclo de vida de um produto, afirma que antes que um mercado se materialize ele já existe como mercado latente e compreende pessoas que compartilham uma necessidade ou desejo similar por algo que ainda não existe. Para o autor o problema do empreendedor é identificar esse desejo latente e desenvolver um produto ótimo para esse mercado. No caso dos empreendimentos imobiliários residenciais brasileiros, o empreendedor, no papel de incorporador, acumula às vezes o papel de construtor, vendedor ou gerenciador de empreendimentos.

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  • IMPORTNCIA DO ARQUITETO NA INCEPO: O CASO BRASILEIRO

    Arnaldo de Magalhes LYRIO FILHO M.Sc., Arq., Rua Passos da Ptria, 156 Bl. D Sl. 541. Universidade Federal Fluminense, CEP 24220240 -

    So Domingos, Niteri (RJ) Brasil - Correio eletrnico: [email protected]

    Patrcia Fraga Rocha RABELO D.Sc., Arq., Rua Passos da Ptria, 156 Bl. D Sl. 541. Universidade Federal Fluminense, CEP 24220240 -

    So Domingos, Niteri (RJ) Brasil - Correio eletrnico: [email protected]

    Sergio Roberto Leusin de AMORIM D.Sc., Arq., Rua Passos da Ptria, 156 Bl. D Sl. 541. Universidade Federal Fluminense, CEP 24220240 -

    So Domingos, Niteri (RJ) Brasil - Correio eletrnico: [email protected]

    RESUMO Um empreendimento imobilirio comea a existir quando surge a necessidade ou o desejo de que ele se materialize. O papel do empreendedor descobrir e analisar essas necessidades. No entanto, o profissional que desempenha esse papel no est bem definido e pode no ser condizente com a realidade que a atividade exige. O presente artigo discute as relaes de importncia entre o arquiteto e o empreendedor na atividade de incorporao imobiliria brasileira, tendo como referncia a fase de incepo do ciclo de vida de empreendimentos residenciais, analisando paralelamente uma ontologia da incepo, para melhor perceber os elementos relacionados essa fase. Baseado nas concluses de pesquisa realizada junto ao mercado imobilirio da cidade do Rio de Janeiro, o estudo pretende contribuir para a discusso de uma ontologia para o setor de Arquitetura, Engenharia e Construo (AEC), bem como para uma anlise sobre o desequilbrio entre a tcnica e o negcio na formatao do produto imobilirio, atentando-se para o espao importante que o arquiteto pode ocupar na fase de incepo. Conclui-se que, com a equiparao de papis entre a tcnica e o negcio, entre o arquiteto e o empreendedor, ganha o mercado da construo civil e conseqentemente o usurio final.

    Palavras-chaves: incepo, ontologia, empreendimento imobilirio.

    1. EMPREENDEDOR IMOBILIRIO Um empreendedor um agente que procura tornar uma oportunidade de negcio em um empreendimento concreto, atraindo para si os riscos inerentes assuno das vrias responsabilidades que assume. Verifica-se que no setor imobilirio esse papel desempenhado pelo promotor imobilirio, tambm chamado incorporador, por conta da Lei a que se subordinam suas atividades.

    Kotler (1996), ao descrever o estgio de surgimento do ciclo de vida de um produto, afirma que antes que um mercado se materialize ele j existe como mercado latente e compreende pessoas que compartilham uma necessidade ou desejo similar por algo que ainda no existe. Para o autor o problema do empreendedor identificar esse desejo latente e desenvolver um produto timo para esse mercado. No caso dos empreendimentos imobilirios residenciais brasileiros, o empreendedor, no papel de incorporador, acumula s vezes o papel de construtor, vendedor ou gerenciador de empreendimentos.

  • A figura do incorporador no Pas s veio a tomar forma na dcada de 1960, com a promulgao da Lei 4.591/ 1964.i Antes disso, desde a dcada de 1930, quando a demanda por imveis nos grandes centros urbanos se intensificou, as pessoas que se dedicavam construo e venda de edificaes realizavam seus negcios sem controles, haja vista a inexistncia de regras legais a respeito da venda de unidades em construo. No havia garantias para o adquirente, que era quem acabava herdando as conseqncias das aes nem sempre bem intencionadas dos promotores daqueles tempos. Segundo CHALOUB (2005), os dispositivos vigentes na poca regulavam apenas a venda das unidades de edificaes j construdas. A atividade de incorporao possui uma caracterstica que a destaca no processo de produo de habitaes, qual seja a de permitir a comercializao, antes do incio efetivo da obra, das unidades autnomas que comporo a edificao. Ou seja, o nico elemento tangvel com que o adquirente da unidade habitacional faz contato com o terreno onde se construir o empreendimento. Isso torna o incorporador o agente detentor da responsabilidade pela gesto do empreendimento, conferindo-lhe a prerrogativa de escolher o construtor, de planejar a comercializao e amealhar os recursos necessrios para a realizao do projeto e da obra. Essa nica caracterstica o coloca no centro do processo de produo e estabelece relaes que so importantes e precisam ser consideradas principalmente para a compreenso do processo de incepo. Em resumo, a atividade de incorporao, portanto, uma atividade empresarial, cuja gesto deve estar subordinada a um indivduo com capacidade empreendedora e administrativa. Ao mesmo tempo, como est atrelada construo fsica do empreendimento, a incorporao necessita cercar-se de competncia tcnica para concepo e concretizao do projeto e da obra do empreendimento. Essa dualidade entre os aspectos gerenciais e tcnicos pode constituir-se num conflito srio de comunicao e comprometer o resultado final do empreendimento. Observou-se que, na Frana, por exemplo, a realidade no muito distinta. Segundo Melhado (1994), as principais responsabilidades pela realizao dos empreendimentos imobilirios na Frana so atribudas aos empreendedores, e o instituto que eles representam a Matrise dOuvrage, que semelhante incorporao brasileira. Essas responsabilidades so definidas por uma lei de 1985, modificada em 1988 e regulamentada por decreto em 1993, chamada a Lei MOP (Matrise DOuvrage Publiqueii). As misses do empreendedor francs concentram-se na garantia do aporte de recursos financeiros necessrios, no estabelecimento do programa de necessidades a ser atendido pelo projeto, na contratao do projeto e da obra e na administrao geral do empreendimento. Em alguns casos, ele assume tambm a gesto na fase de uso, operao e manuteno, como nos conjuntos habitacionais de interesse social. E para algumas dessas misses cerca-se em geral de assessores especializados, como para a elaborao do programa de necessidades, por exemplo. A coordenao e controle do desenvolvimento do projeto, assim como o acompanhamento da execuo da obra at a sua entrega, so confiados ao matre doeuvre, que pode ser pessoa fsica ou jurdica. A matrise doeuvre refere-se ao conjunto de todos os projetistas, incluindo-se aqui os engenheiros, sendo a coordenao normalmente assumida por arquitetos (matres doeuvre).

    2. INCEPO E INCORPORAO Lyrio Filho (2006) descreve a incepo, no segmento residencial de padro mdio-alto, como um conjunto de atividades cuja funo principal transformar oportunidades imobilirias em empreendimentos residenciais, iniciando-se na prospeco dessas oportunidades e terminando no momento em que os riscos e incertezas inerentes ao negcio assumem um patamar aceitvel pelo promotor ou incorporador, como pode ser visualizado na Figura 1. Articulando-se com o planejamento estratgico do promotor, ela guarda caractersticas mais ligadas gesto de informaes e de comunicao.

  • Figura 1. Incepo: primeira fase do ciclo de vida do empreendimento imobilirio.

    Fonte : LYRIO FILHO (2006)

    Com o objetivo de alcanar uma maior produtividade, atravs de melhor integrao e interoperabilidade no setor de Arquitetura, Engenharia e Construo (AEC), alguns estudos tm sido realizados na busca de padronizao de terminologias e na elaborao de uma ontologia especfica para o setor (Rabelo, Amorim & Lyrio Filho, 2006; Pacheco e Kern, 2001; Chen, 1994; entre outros). Entretanto, apesar de se verificar, principalmente nesse estudo de incepo, por exemplo, que esse conhecimento de fundamental importncia, Rabelo & Amorim (2007) frisam que o desenvolvimento destas ontologias tem sido uma difcil tarefa no setor de AEC, mas que vem sendo pesquisada e discutida entre estudiosos do tema.

    Traando-se uma ontologia da fase de incepo, baseado em Rabelo, Amorim & Lyrio Filho (2006), que buscaram fragment-la, decompondo suas partes constituintes, simples e complexas, seguindo as propostas de Ranganathan, Tristo (2005) e do PMI (PMBOK, 2004), encontram-se detalhados os elementos que constituem essa primeira fase do ciclo de vida de um empreendimento (ver Figura 2). Analisando as duas figuras apresentadas, percebe-se que a fase aqui discutida Incepo tem uma linha flexvel, que permeia a concepo do projeto e termina quando as anlises prvias foram satisfatrias no sentido de diminuir os riscos e as incertezas do projeto pretendido. Percebe-se ainda que muitas so as informaes, os processos e os agentes que esto ligados diretamente essa fase, gerando como produto o escopo do projeto. Entre as informaes, por exemplo, encontram-se as caractersticas do terreno, os dados do mercado, capital, estudos de viabilidade, etc. Como processo, na figura 2, encontra-se a prpria gesto do empreendimento. Tem-se ainda, destacado, como agentes dessa fase, o cliente, os engenheiros, investidores, promotor e o arquiteto.

    Por ainda estar em processo de desenvolvimento, adaptaes e ajustes so necessrios para que se chegue a um consenso para a aceitao desta ontologia da Incepo, seus conceitos e relaes, como em muitas outras da rea da AEC.

  • Figura 2: Ontologia da fase de incepo.

    Fonte: Rabelo, Amorim & Lyrio Filho, 2006

    Na realidade da Construo Civil, observa-se, entretanto, com certa freqncia, uma espcie de distanciamento do arquiteto no que se refere aos processos que antecedem o momento em que ele convocado para conceber um empreendimento, por mais crtico que isto seja para a definio do programa de projeto. As causas desse distanciamento podem ter origem nos conflitos entre a viso tcnica e a viso gerencial, ou nas diferenas entre os objetivos do projetista e do promotor com relao ao empreendimento. De uma ou de outra forma, a ausncia de um compromissamento entre os agentes responsveis pela realizao o empreendimento resultar sempre em alguma perda de consistncia no desenvolvimento do produto.

    Alm do afastamento entre mercado e projetista, o distanciamento entre canteiro de obras e projeto foi um dos tpicos estudados por Lyrio Filho (2006), no estudo operacional com enfoque na fase da incepo voltada a empreendimentos imobilirios. A partir da anlise destes dois itens, pode-se deduzir que o afastamento das prticas do canteiro, do lado tcnico, e dos movimentos do mercado da construo, do ponto de vista comercial, possibilita o surgimento de uma lacuna, de um espao cujas caractersticas convocam o profissional de arquitetura a ocup-lo. Na busca de melhor refletir sobre o papel do arquiteto no Produto Edificao, a presente discusso pretende colaborar com o entendimento da conceituao e da ontologia, alm de estimular a reflexo sobre a fase da incepo, considerada essencial e indispensvel em um empreendimento imobilirio residencial. Espera-se contribuir com a percepo da importncia da insero deste profissional (e de outros, inclusive) no contexto das discusses, negociaes e decises relativas ao projeto-produto, que esto prsentes na gesto de processo de projeto de edifcios e nas experincias desenvolvidas no mercado.

    3. CONCLUSES

  • Na produo de algo to complexo como um empreendimento imobilirio, as atividades empresariais do incorporador devem se harmonizar com a excelncia no desempenho tcnico para que o resultado final tenha qualidade. Conforme foi visto, o empreendedor do ramo imobilirio o grande idealizador do empreendimento e aquele que concebe a idia ou o conceito que vai se materializar no empreendimento. Para atuar com eficcia necessrio conhecimento multidisciplinar, alm de experincia no ramo. Mas projetar e construir um empreendimento possui significados ligados realizao de uma aquisio no mnimo histrica para a vida de muitos. O produto tangvel a unidade habitacional, e o produto intangvel a moradia, o abrigo, a segurana. O produto tangvel propicia lucro para o promotor e o produto intangvel propiciar sensaes para o usurio final. Atender ao mercado de modo eficiente significa entender e harmonizar os dois lados dessa demanda.

    Ao mesmo tempo, a projetao na rea imobiliria no segue a mesma metodologia que o designer de outros produtos industriais pratica. E isso talvez se explique pela natureza peculiar do produto habitao, ou talvez pela ausncia, em sua formao profissional, de disciplinas que contemplem o lado mercadolgico do seu trabalho. Por fim, o incorporador ou promotor quem desempenha o papel de desenvolvedor do produto imobilirio, mantendo contato estreito com o mercado consumidor e demandando os servios do arquiteto, que passa a ser, na maior parte das vezes, o coadjuvante tcnico do processo de produo de edificaes residenciais. A formao humanista do arquiteto permite que ele perceba ambos os lados desse servio, e o torna apto a atuar mais prximo da demanda do mercado imobilirio.

    Este espao situa-se a montante no ciclo de vida do empreendimento imobilirio. Na verdade o preenchimento desse espao pelo arquiteto pode ser positivo para o mercado como um todo. Nele o arquiteto poderia agregar criao de empreendimentos imobilirios a sua capacidade de pensar na escala humana, de projetar, praticar, debater e influenciar no sistema de produo de habitaes atual, de modo que a sua competncia contribusse para equilibrar a balana entre a qualidade tcnica e a eficincia comercial na produo de habitao. A incepo seria, assim, desempenhada num patamar em que ambos os aspectos, tcnico e comercial, se regulariam em igualdade de condies, com vantagens para o usurio final. Contudo, para se alcanar esse desenvolvimento, imprescindvel que a conceituao e as ontologias no setor da AEC sejam definidas e aceitas para possibilitar melhor integrao e interoperabilidade contribuindo na excelncia da qualidade da gesto dos processos de projeto de edifcios.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS CHALOUB, M. N.. Da incorporao imobiliria. 2.ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2005

    CHEN, H. The vocabulary problem in collaboration. IEEE Computer: Special Issue on CSCW, New York, v.27, n.5, p.2-10, 1994b.

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    TRISTO, A.M.D. Sistema de classificao facetada: instrumento para organizao das informaes. Disponvel em; http://www.informacaoesociedade.ufpb.br/pdf/ISI420405.pdf, Consultado em: 12/12/2005.

    Notas: i Dispe sobre o Condomnio em Edificaes e as Incorporaes.

    ii Loi 85-704 du 12 Juillet 1985. Loi relative la matrise d'ouvrage publique et ses rapports avec la matrise d'oeuvre

    prive. Disponvel em Acesso em 06fev2006