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1's Textos Dispersos_ O Combate Com o Demônio, Stefan Zweig (Trecho)
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16/06/2015 1's Textos Dispersos: O Combate com o Demnio, Stefan Zweig (trecho)
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1's Textos Dispersos
quarta-feira, 4 de abril de 2012
O Combate com o Demnio, Stefan Zweig (trecho)
(...) Algo de inumano age neles [Hlderlin, Kleist, Nietzsche], uma vilolncia acima da sua
prpria v iolncia, uma fora qual se sentem integralmente submetidos; no obedecem
prpria vontade (so eles os primeiros a reconhec-lo, aterrados, nos escassos instantes de
viglia do seu eu), antes so escravos, possudos (no duplo sentido da palavra) por um poder
superior, o poder do demonaco.
O demonaco. O termo, desde os tempos primitivos da intuio mtico-religiosa at aos
nossos dias, passou por tantas variaes, por tantas interpretaes, que me sinto obrigado a
especificar o sentido em que uso. Chamo demonaca quela inquietao originria e
essencial com que cada indivduo nasce e que arranca para fora de si mesmo, para l de si
mesmo em direco ao infinito, aos elementos primordiais, como se a natureza por assim
dizer tivesse deixado em cada alma individual uma parte que com impacincia e paixo
quisesse regressar a essa elementaridade sobre-humana, supra-sensvel. O demnio, o
[i]daimon[/i], corporiza em ns a substncia levedante, o fermento inquieto, torturante, em
permanente tenso, que impele o ser para fora da sua quietude habitual em direco a tudo
o que h de perigoso, em direco demesura, ao xtase, renncia e aniquilamento de si
mesmo; na maior parte dos homens, nos indivduos medianos, essa parte da alma, a um
tempo preciosa e perigosa, depressa sugada e dissipada; s durante raros segundos, nas
crises da puberdade, nos instantes em que por amor ou por mpeto criativo o cosmos
interior entra em efervescncia, este mpeto de libertao do corpo, esta exaltao que ao
mesmo tempo auto-expresso, exerce o seu domnio sobre a banalidade da existncia
burguesa. Mas, fora isso, as pessoas equilibradas abafam o impulso fustico que haja dentro
de si, cloroformizam-no com a moral, anestesiam-no com o trabalho, contm-no com o
dique da ordem: o burgus sempre arqui-inimigo do catico, no apenas no mundo, na
sociedade, mas tambm dentro de si prprio. Porm, no homem superior, sobretudo no
homem produtivo, a inquietude, a insatisfao com a repetio das tarefas quotidianas,
continua a exercer um poder criativo, dando-lhe aquele corao superior que a si mesmo
se tortura (Dostoievski), aquele esprito interrogativo que muito para l de si prprio
estende a sua nostalgia em direco ao cosmos. sempre parte demonaca de cada um de
ns que se fica a dever tudo o que nos projeta para l do ente individual que somos, para l
dos nossos interesses pessoais, tudo o que nos confere a sagacidade e o desejo de aventura
com que nos lanamos na interrogao e nos perigos que ela comporta. Mas este demnio
s uma fora amiga, favorvel, enquanto a conseguimos dominar, enquanto estiver ao
servio da tenso que nos anima, ao servio de um desejo de intensificao, de elevao; o
verdadeiro perigo comea quando essa tenso salutar se transforma num excesso de tenso,
quando a alma sucumbe ao impulso subversivo, ao vulcanismo do demonaco.
(...) Porm, o verdadeiro antagonista do escritor a quem o demnio concede as asas no de
modo algum o escritor no-demonaco: no h arte digna desse nome sem demonismo, sem
a palavra segredada pela mais originria msica do mundo. Ningum demonstrou com mais
propriedade do que Goethe precisamente o grande inimigo de todo demonismo, que
tambm em vida se contaps duramente a Kleist e a Hlderlin (...) No papel de verdadeiro
antagonista do poeta exaltativo, do escritor arrebatado a si mesmo pela sua exaltao, do
criador divinamente desmesurado, vejo o homem que senhor da prpria medida, o poeta
que com a sua vontade terrena consegue controlar o poder demonaco que lhe foi
concedido e orient-lo para uma finalidade consciente. Porque o demonaco, que a fora
mais magnfica e a me primordial de toda criao, totalmente destitudo de direo: o
demonaco v isa somente o infinito, v isa o regresso ao caos do qual nasceu. E uma arte
elevada decerto no menor do que a dos demonacos aquela que surge quando um
artista com meios humanos controla esse poder originrio, quando lhe confere a medida
terrena e direcionamento segundo a sua vontade, quando, no sentido de Goethe,
comanda a poesia e a metamorfoseia o incomensurvel em esprito dotado de
configurao. Quando o poeta se torna senhor do demnio em vez de seu servo.
Alexandre Reis
Estudante de Letras na
Univ ersidade Federal de
So Carlos. Formado em
Portugus pela Univ ersidade de Coimbra.
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helenatrek 1 9 de julho de 201 2 1 4:58
quero muito uma v erso em portugues deste liv ro!!!!!!!!!!!se alguem tiv er por fav or entre
em contato com Helena_trek@y ahoo.com um liv ro magnfico mas s consegui uma
v erso em espanhol na net imprimi e li mas procuro o liv ro a uns 5 anos. v ale muito a
pena ler e um tesouro para se ter.
Responder
helenatrek 1 9 de julho de 201 2 1 5:00
quero muito uma v erso em portugues deste liv ro!!!!!!!!!!!se alguem tiv er por fav or entre
em contato com Helena_trek@y ahoo.com um liv ro magnfico mas s consegui uma
v erso em espanhol na net imprimi e li mas procuro o liv ro a uns 5 anos. v ale muito a
pena ler e um tesouro para se ter.
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