2 A IMPORTÂNCIA DA GEOGRAFIA NOS TEMPOS MODERNOS para fazer os slydes

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2 A IMPORTNCIA DA GEOGRAFIA NOS TEMPOS MODERNOS (SCULOS XVXVIII)

Os sculos XV e XVI presenciaram as intensificaes das grandes navegaes com o descobrimento do caminho martimo para as ndias, o descobrimento e a conquista da Amrica e o incio da navegao no Oceano Pacfico, que seria intensamente explorado no sculo XVIII (ANDRADE, 1987, p. 38). Na verdade, um dos pressupostos fundamentais da Geografia Moderna era o conhecimento efetivo da Terra e medida que, os europeus eram os grandes empreendedores da poca, travavam entre si do poder por meio da aquisio de riquezas com suas exploraes martimas. Com essas novas descobertas iniciou-se um processo de constituio do espao mundial que, gradativamente, abarcaria toda a superfcie da Terra. Assim sendo, [...] a descoberta e incorporao de novas terras, as primeiras viagens de circunavegao e as expedies exploradoras vo propiciar o estabelecimento de uma representao realstica do planeta j em meados do sculo XVII. [...] A expanso martima, os descobrimentos, a posterior apropriao de novas reas do globo, inscrevem-se como parte da ativa do processo de transio do Feudalismo para o Capitalismo e manifestam um momento de alargamento do horizonte espacial (e comercial, sobretudo) europeu (ANDRADE, 1987, p. 38). Essas expedies, trariam um acmulo de informaes que iriam nortear e estabelecer um sistema de dominao poltica e econmica sobre os povos, alm do acmulo de conhecimentos que iria respaldar o sistema mercantil vigente.

Entre os sculos XV e XVIII fundamentaram-se novos conhecimentos, tais como as descries das viagens, a contribuio da cartografia (de grande importncia para a navegao), o conhecimento de outros povos e as novas relaes de produo que comearam a emergir no espao geogrfico. Esses novos conhecimentos foram favorveis para os europeus, pois, obtiveram um maior domnio sobre o espao geogrfico.

geogrfico (MORAES, 1985; ANDRADE, 1987). Sendo assim, at o final do sculo XVIII no temos uma unidade temtica nas reflexes em torno da referida cincia, pois, de fato, esse conhecimento se resumia em relatos, descries, dados estatsticos, mitos, entre outros pensamentos ligados ao senso comum. Na reflexo de Moraes, (1985, p. 34), [...] designam-se como geografia: relatos de viagem, escritos em tom literrio; compndios de curiosidades sobre lugares exticos; ridos relatrios estatsticos de rgos de administrao; obras sintticas, agrupando os conhecimentos existentes a respeito dos fenmenos naturais; catlogos sistemticos, sobre os continentes e os pases do globo, etc. Na verdade, tratase de um perodo de disperses do conhecimento geogrfico, onde impossvel falar dessa disciplina como um todo sistematizado e particularizado . O sculo XVII contempla uma srie de conhecimentos geogrficos, embora esparsos e interligados s vrias outras reas do conhecimento como, por exemplo, a astronomia, com a reformulao da concepo do sistema planetrio e a geologia, com a estrutura da terra, entre outros. Contudo, para que a Geografia Moderna se consolidasse cientificamente havia, ainda, a necessidade do aprimoramento das idias que s viriam a ser referendadas pelo pensamento filosfico e cientfico (MORAES, 1985). Com a superao das instituies feudais pelo modo de produo capitalista, travou-se uma luta ideolgica em meio a transio destes dois modos de produo, desencadeando, assim, uma srie de pensamentos, nos quais se sustentou o pensamento filosfico da poca. Surge, ento, uma reao crtica ao pensamento burgus, contrapondo-se ao feudalismo e, tambm, frente s interpretaes que as sustentavam (MORAES, 2002). Assim sendo, podemos destacar que este movimento ideolgico da poca [...] residiu na afirmao de uma concepo racionalista do mundo, em que a essncia dos fenmenos era vista como incogniscvel, pois, repousava a teologia divina. Contrapondo-se a essa ordem, o pensamento burgus vai valorizar as possibilidades da razo humana. Tal postura j aparece no cerne das formulaes mais progressistas dos filsofos da Renascena. Estes aceitavam a existncia de uma ordem na manifestao dos fenmenos, passvel de ser apreendida pelo entendimento humano e de ser enunciada de forma sistemtica (MORAES, 2002, p. 21).

O discurso acerca dos pensamentos da poca gerou um campo de idias que norteou a relevncia da valorizao da natureza, ao mesmo tempo em que foi encaminhada uma sistematizao do pensamento geogrfico, pois, nos sculos XVII e XVIII, j havia um desenvolvimento no que concerne s cincias nascentes, nas quais se buscava compreender a natureza, para a partir desta, compreender a natureza humana e a Histria natural, buscando bases tericas na filosofia e na anatomia. Desse modo, inscrevem-se entre estas tentativas, s quais perfilar-se prpria geografia (MORAES, 2002, p. 22) Tanto as cincias naturais sistemticas, quanto as cincias sintticas, impulsionaram o processo de sistematizao da geografia, uma vez que o prprio pensamento iluminista preocupou-se com a relao entre o homem e o territrio em suas formulaes, como foi o caso de Montesquieu, relacionando as formas de relevo com a ndole dos povos (MORAES, 2002, p. 23). As teorias evolucionistas, por meio de Lamarck, Haeckel e Darvin, contriburam no caminho para a sistematizao da geografia, dando destaque s questes que contribuiriam com o temrio geogrfico (MORAES, 2002). A geografia consegue reiterar-se dos trabalhos das cosmografias remanescentes Renascena, bem como com os relatos de viagens, os quais foram renovados a partir das expedies que ocorreram nos sculos XVIII e XIX. Desse modo, a anlise do todo foi alvo de reflexes no temrio das cosmografias.