CULTURA BRASILERA 2 AulaFOLCLOREIntroduoTodo e qualquer ser humano tem cultura. A cultura vai se formando nas relaes eexperincias que mantemos com o mundo desde que nascemos.Alguns fatores que agem diretamente ou indiretamente na construo da culturaindividualso:famlia, grupos sociais a que pertencemos, o conhecimentoque adquirimos da cultura cientfca, tecnolgica, artstica, liter!ria, etc,religio, meio am"iente, lem"ranas do passado, tra"alho, estudo, osistema poltico, conte#to econ$mico, al%m de outros&Ofatoqueessesfatoresnuncaagemisoladamente. lesdependemunsdosoutros! convivemeformamumaredederelaesnaqual somosinseridos. Aomesmo tempo que rece"emos a herana cultural! agimos e produ#imos cultura deforma que nos tornamos co$participantes dessa rede. %essa teia de relaesextra&mos os 'alores em que acreditamos!como solidariedade! afeto! respeito!violncia. ssecon'untodevalores transmitidos por nossogrupo social suaidentidade.O(rasil apresentagrandedi'ersidadenocampocultural&(uaculturaefolcloresoriqu&ssimos. )essecontextoentram! entreoutros! m*sica! literatura!artespl+sticas! asfestasreligiosas! oartesanatoeamedicinapopular! danas!canes e os ,causos,contados pelo -rasil afora. O -rasil no s. o pa&s do fute"ol e do carnaval. /sso seria restringir demais nossacapacidade de enxergar e expressar o mundo em que vivemos.C)L*)R+ ,O,)L+RA expresso cultura popular a"range os o"'etos! conhecimentos! valores ecele"raes que fa#em parte do modo de vida do povo! categoria social complexa ede de0nio imprecisa.1uitas das manifestaes geralmente associadas 2 cultura popular so comuns atodos os povos: hist.rias transmitidas deformaoral 3contos defadas! lendas!mitos4! danas! "i'uterias e enfeites! m*sica de v+rios tipos! utens&lios de co#inha.A cultura popular freq5entemente entendida como folclore ou at como cultura demassa! porque os trs so expresses de umprocesso cont&nuo de m*tuasin6uncias e transformaes!no qualchegam a se confundir.7olclore de0nido!ha"itualmente! como a cultura popular transformada emnorma pela tradio.8ultura de massa a cultura produ#ida pela chamada ind*stria cultural 9 setor daproduo especiali#ado na comunicao e no entretenimento veiculados por 'ornais!revistas! programas de r+dio! televiso! discos! 0lmes! livros.1O artesanato!a literaturapopular!as festas religiosas populares!os folguedos!o8arnaval! osrodeiosevaque'adassoalgunsdosaspectosdoque! emgeral!considerado representativo da cultura popular "rasileira.FOLCLOREO Folcloreumadasformasderepresentar eexpressar aidentidadedeumacomunidade e atravs da interao com esse tipo de conhecimento ampliamos eenriquecemos mais o nosso pr.prio. 7oi :illian ;ohn Thoms! um arque.logo ingls! o criador do termo! da palavra 7ol>deagostofoi institucionali#adocomodiadofolclore! no mundo.)o-rasil! o%ia)acional do 7olclore foi decretado em?FBG! peloEresidenteHum"erto 8astelo -ranco! visando ,assegurar a mais ampla proteo 2smanifestaes da criao popular no s. estimulando sua investigao e estudo!comoaindadefendendoaso"revivnciados seus folguedos eartes! comoelovalioso da continuidade tradicional "rasileira,7olclore a cincia que estuda a cultura espontInea do grupo social! que estudatodas as manifestaes espontIneas do povo que tem escrita 3povo gr+0co4! tantodo ponto de vista material! quanto espiritual. 8omo o pr.prio nome sinteti#a! acincia do povo! so as tradies! os costumes! as crenas populares! o con'unto decanes! as manifestaes art&sticas! en0m! tudooquenasceudopovoefoitransmitido atravs das geraes.%entro do vasto campo do folclore! encontram$se as lendas! passadas de geraoem gerao e que precisam ser cultivadas para que no se percam. (o hist.riasrepresentativas do imagin+rio de comunidades diversas. ntrar no campo daslendas via'ar pelahist.riahumana tomando outrotipo deconduo. Jsairdenosso mundo e conhecer o do outro! entend$lo e ampliar hori#ontes anteriormenteno imaginados. J poder sentar e contar uma hist.ria que tem um pouco de cadaum que '+ a tenha contado. J poder levar a criana e ao 'ovem a possi"ilidade decrescer com uma atividade culturalmente enriquecedora. F+*O FOLCL-RICO(egundoaCartadoFolcloreBrasileiro! aprovadapelo/ 8ongreso-rasileirode7olclore em ?FG?! ,constituem fato folcl.rico as maneiras de pensar! sentir e agir deum povo! preservadas pelatradiopopular!oupela imitao! equenose'amdiretamente in6uenciadas pelos c&rculos eruditos e intituies que se dedicam ou 2renovao do patrimDnio cient&0co e art&stico humano ou 2 0xao de umaorientao religiosa e 0los.0ca,. 7ato folcl.rico de0ne $ se como parcela do conhecimento humano que se transmitenotempoenoespao! degeraoagerao! decamadacultural acamadacultural! sem ensino formal 3em escolas ou livros4. lemento dinImico da cultura!modi0ca$se e transforma$se de regio para regio de acordo com o meio f&sico e2social. (o os modos de pensar! sentir e agir de um povo! preservados pela tradiopopular pela imitao! sem in6uncia de c&rculos eruditos. J o o"'eto de estudo do7olclore.%esta forma! temos 7olclore 3su"stantivo pr.prio4 e folclore 3su"stantivo comum4.Ke'a: 7olclore! su"stantivo pr.prio! a cincia que estuda o sa"er popular! que sevale do folclore = fato folcl.rico 3su"stantivo comum4 que a manifestao cultural!popular! espontInea do povo gr+0co! ou se'a! do povo que conhece a escrita! ouse'a! folclore o fato folcl.rico! que o o"'eto de estudo da cincia 7olclore.Eara se sa"er se um fato apresentado pelo povo folcl.rico ou no! "asta o"servarse tem as suas principais caracter&sticas! que so: ?. Anonimato 9 )o tem autor conhecido. )aturalmente tudo tem um ator! mas nofolclore o seu nome se perdeu atravs dos tempos! despersonali#ando$se. ste fatofoi aceito e modi0cado pela coletividade! passando a ser o"ra do povo. le sofreualteraes no tempo e no espao apresentando grande n*mero de variantes. >. Aceitao coletiva 9 O povo! aceitao o fato! toma$o para si como se fosse seue o modi0ca e transforma! dando origem a in*meras variantes. O pr.prio poo di#Lquem conta um conto aumenta um pontoM. O mesmo acontece com a m*sica ecom as danas! que tomam feies diferentes em cada lugar! tanto pela coreogra0acomopelaindument+ria! massempreconservamumaestruturaquedeterminaaquela dana ou aquela m*sica e as modi0caes no invalidam o modelo. N.Transmisso oral9 A transmisso do fato folcl.rico se fa# de "oca em "oca!pois os antigos e mesmo as populaes mais atrasadas do interior no possuemoutromeiodecomunicao. )esteslugaresmaisafastadosdacivili#aos.seaprende por ouvir di#er ou! quando se refere 2 tcnica de artesanato! se aprendetam"m por imitao. )a transmisso oral vive toda a hist.ria daquele grupo e aaquisio do conhecimento d+ a cada um a possi"ilidade de difundi$lo! ca"endo aosmais "em dotados a responsa"ilidade maior na sua propaganda. A.Tradicionalidade9 )o no sentido de tradicionalista aca"ado!isto ! de umacoisa do passado! mas como o modo vivo e atual pelo qual os conhecimentos foramtransmitidos! ex.: avD! pai! 0lho! neto. )o tendo outros meios de aprender! comoprofessores! escolas! imprensa! r+dio! etc.! as pessoas recorrem2s lies dopassado para resolverem pro"lemas do presente. Eossuem mais sa"edoriaconstitu&da do que a inventiva. ssa fora age no sentido de garantir a permannciadeumacultura! massofrepressodeoutrasculturasvindasdefora! da& asuamodi0cao. G.Funcionalidade9Tudoquantoopovofa#temumara#o! umdestino! umafuno. O povo nada reali#a sem motivo! geralmente ligado ao comportamento dogrupo ou a uma norma psico$religiosa$social! que se perde na noite dos tempos. Eorque o povo cantaO 8anta para re#ar! para danar! para tra"alhar! para adormecercrianas! paraenterrar seus mortos! etc.! mas nod+concertos! recitais nemaudies. (uas danas tm datas marcadas e s. naquelas ocasies ele as executa3por exemplo: as congadas e caiap.s de Eoos de 8aldas s. aparecem na festa de(. -enedito4.Ofatofolcl.rico! comoexpressodaexperinciapopular! sempreatual! poisencontra$se em constante renovao. O folclore no est+tico! mas essencialmentedinImico. Apesar de transmitido de pai para 0lho! dentro do mesmo agrupamentosocial! ele se modi0ca de acordo com as necessidades externas! mas conserva$se3essencialmente o mesmo 3exemplo: pano da 8osta das "aianas! 6ores de pl+sticodos congos! etc.4. Ofato folcl.rico! como expresso da vida peculiar de uma coletividade! noacompanha a moda! mas muitas ve#es se contrape a ela! assim como 2s artes etcnicaseruditasmodernas! aindaqueestaspossamlhedar origem3exemplo:cerImicas! "ordados! etc.4. Apesar de tradicional! ele pode ser origin+rio de umaforma erudita de cultura! que se despersonali#ou e foi aceita coletivamente3exemplo: valsa das LpastorinhasM4. (omente o que popular folcl.rico e o folclore o retrato vivo dos sentimentospopulares e das reaes do povo ante as transformaes sociais. 4