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MONTEPIO
Departamento de Estudos / / junho 2015
HOLANDA Previsões económicas e indicadores sociais e demográficos
Unidade: taxa de crescimento % 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
PIB 2.1 -3.3 1.1 1.7 -1.6 -0.7 0.9 1.6 1.6 1.7 1.7 1.8 1.8
PIB Nominal 4.4 -2.9 2.2 1.8 -0.4 0.3 1.4 1.6 2.5 2.8 3.1 3.1 3.1
PIB Nominal (10^9) 635.8 617.7 631.5 642.9 640.6 642.9 651.8 662.0 678.5 697.3 718.6 740.8 763.7
PIB Nominal (10^9 $) 935.7 860.3 837.9 894.6 823.6 853.8 866.4 749.4 768.9 798.0 832.1 868.4 911.2
Deflator do PIB 2.3 0.5 1.2 0.1 1.3 1.1 0.5 0.0 0.9 1.1 1.3 1.2 1.2
Inflação (IPC) 2.2 1.0 0.9 2.5 2.8 2.6 0.3 -0.1 0.9 1.1 1.4 1.5 1.6
Investimento (% PIB) 22.3 20.7 20.4 20.5 19.4 18.3 18.7 19.0 19.3 19.7 20.0 20.3 20.7
Poupança Nacional Bruta (% PIB) 26.3 25.5 27.3 29.0 28.3 28.5 29.0 29.4 29.5 29.8 30.0 29.9 29.8
Dívida Pública (% PIB) 54.7 56.4 59.0 61.3 66.5 68.6 68.3 67.5 65.6 64.0 62.4 60.8 59.2
Receitas Públicas (%) 7.0 -5.7 3.3 0.7 1.6 2.7 0.4 -1.1 3.2 2.4 3.1 3.1 3.1
Despesas Públicas (%) 7.0 6.9 2.3 -0.7 0.6 -1.1 0.4 -2.8 1.1 1.9 3.1 3.0 3.0
Receitas Públicas (% PIB) 44.0 42.7 43.2 42.7 43.5 44.5 44.1 42.9 43.2 43.0 43.0 43.0 43.0
Despesas Públicas (% PIB) 43.8 48.2 48.2 47.0 47.5 46.8 46.3 44.3 43.7 43.3 43.3 43.3 43.3
Saldo Orçamental (% PIB) 0.2 -5.5 -5.0 -4.3 -4.0 -2.3 -2.3 -1.4 -0.5 -0.3 -0.3 -0.3 -0.2
Saldo Orçamental Estrutural (% PIB) -0.8 -4.4 -3.9 -3.6 -2.1 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6
Saldo Primário (% PIB) 1.7 -4.0 -3.8 -3.1 -2.8 -1.3 -1.3 -0.7 0.2 0.4 0.3 0.4 0.4
Balança Corrente (10^9 $) 38.0 41.6 57.8 75.4 73.6 87.1 89.7 78.1 77.8 80.7 83.5 82.9 83.3
Balança Corrente (% PIB) 4.1 4.8 6.9 8.4 8.9 10.2 10.3 10.4 10.1 10.1 10.0 9.5 9.1
População (10^6) 16.4 16.5 16.6 16.7 16.8 16.8 16.9 16.9 17.0 17.0 17.1 17.1 17.1
População (%) 0.4 0.5 0.5 0.5 0.4 0.3 0.4 0.4 0.4 0.2 0.2 0.2 0.0
População 15-64 anos (% total) 67.4 67.3 67.1 66.7 66.3 65.9 - - - - - - -
Taxa de Desemprego 3.7 4.4 5.0 5.0 5.8 7.3 7.4 7.2 7.0 6.9 6.5 6.1 5.6
Emprego 2.3 0.0 -1.0 0.0 0.6 -0.8 -0.6 1.2 1.1 - - - -
PIB PPP (10^9 $) 747.4 728.2 745.0 773.0 774.4 780.3 798.6 818.2 843.5 875.4 909.8 944.9 981.2
PIB per capita PPP $ 45 448 44 055 44 839 46 309 46 221 46 435 47 355 48 317 49 586 51 356 53 259 55 200 57 310
PIB per capita $ 56 896 52 042 50 433 53 590 49 155 50 810 51 373 44 249 45 202 46 812 48 710 50 727 53 224
Exportações (%) 0.3 -9.1 11.7 5.2 3.5 1.8 7.7 4.2 4.0 3.8 4.0 4.0 4.0
Bens (%) -0.2 -8.5 13.2 4.6 3.0 1.0 3.1 3.5 3.6 3.7 3.8 3.8 3.8
Importações (%) 0.9 -7.6 10.8 3.9 3.8 -0.5 7.3 4.4 4.0 3.8 3.9 3.9 3.9
Bens (%) 0.9 -8.3 12.3 3.5 2.9 -0.3 -3.7 3.0 3.4 3.8 3.9 3.9 3.9
Agricultura (% PIB) 1.8 1.7 1.9 1.7 1.8 2.0 - - - - - - -
Indústria (% PIB) 23.8 22.4 22.1 22.4 22.3 22.2 - - - - - - -
Serviços (% PIB) 74.4 75.9 76.0 75.9 75.9 75.9 - - - - - - -
Esperança Vida à nascença (anos) 80.3 80.5 80.7 81.2 81.1 81.1 - - - - - - -
F o nte : FMI (Wo rld Eco no mic Outlo o k - abril de 2015); Banco Mundia l (res tantes dado s his tó rico s s em previs õ es ).
Superfície
41 543 Km2
Densidade Populacional
404 Hab/Km2
Reserv as Ex ternas
9,8 10^9 $
2
Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015
Código Descrição Valor (mM$) Peso (%)
27 Combustíveis minerais, óleos, produtos de destilação 113,2 19,8
84 Máquinas, reatores nucleares e caldeiras 75,9 13,3
85 Equipamento elétrico e eletrónico 45,6 8,0
29 Produtos químicos orgânicos 25,5 4,5
39 Plásticos e suas componentes 25,1 4,4
Outros produtos 285,8 50,0Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas
Principais Exportações de Bens (2013)
Código Descrição Valor Peso
27 Combustíveis minerais, óleos, produtos de destilação 125,6 24,8
84 Máquinas, reatores nucleares e caldeiras 63,4 12,5
85 Equipamento elétrico e eletrónico 48,7 9,6
87 Veículos elétricos e ferroviários 23,8 4,7
90 Material de fotografia, equipamento técnico, equipamento ótico 20,5 4,1
Outros produtos 224,2 44,3Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas
Principais Importações de Bens (2013)
País Valor (mM$) Peso (%) País Valor (mM$) Peso (%)
Alemanha 84,0 16,6 Alemanha 141,3 24,7Bélgica 49,4 9,8 Bélgica 63,2 11,1
China 42,1 8,3 Reino Unido 48,3 8,5
Reino Unido 36,3 7,2 França 47,5 8,3
EUA 34,6 6,8 Itália 26,1 4,6Outros países 259,8 51,3 Outros países 244,7 42,8
Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas
Principais Parceiros Comerciais de Exportações (2013)Principais Parceiros Comerciais de Importações (2013)
Tipo de Produto Valor (€)Share
(%)
TCMA09-14
(%)Tipo de Produto Valor (€)
Share
(%)
TCMA09-14
(%)Produtos químicos 572 649 816 19,1 10,1 Produtos químicos 437 422 304 22,8 24,8Produtos informáticos, electrónicos e
ópticos 472 823 366 15,8 -1,8 Couro e produtos afins 257 912 328 13,5 8,8
Produtos alimentares 355 446 882 11,9 4,1 Coque e produtos petrolíferos refinados 239 497 455 12,5 12,0
Máquinas e equipamentos, n.e. 202 814 896 6,8 2,7 Papel e cartão e seus artigos 132 632 604 6,9 39,9Produtos farmacêuticos e preparações
farmacêuticas de base 179 150 436 6,0 0,2 Artigos de vestuário 101 917 348 5,3 5,5
Coque e produtos petrolíferos refinados 129 162 755 4,3 -2,7Produtos da agricultura, da produção
animal, da caça e dos serviços relacionados 98 244 093 5,1 17,7
Equipamento eléctrico 107 477 309 3,6 -1,6 Artigos de borracha e de matérias plásticas 65 705 632 3,4 9,5
Produtos diversos das industrias
transformadoras104 952 932 3,5 4,5 Produtos alimentares 54 984 155 2,9 1,4
Metais de base 97 158 599 3,2 6,1Produtos informáticos, electrónicos e
ópticos 51 677 424 2,7 3,3
Produtos da agricultura, da produção
animal, da caça e dos serviços relacionados 95 587 988 3,2 -0,1Veículos automóveis, reboques e semi-
reboques51 384 930 2,7 14,3
Fonte: INE. Fonte: INE.
TOP 10 DAS IMPORTAÇÕES DE PORTUGAL dos PAÍSES BAIXOS (2014) TOP 10 DAS EXPORTAÇÕES DE PORTUGAL PARA os PAÍSES BAIXOS (2014)
2012 2013 2014 2012 2013 2014
Importações de Portugal deste país (milhares €) 2 698 187,2 2 852 663,8 2 998 349,6 Exportações de Portugal deste país (milhares €) 1 872 651,3 1 889 387,4 1 915 108,6
Importações totais de Portugal (milhares €) 56 374 083 56 906 067 58 745 986 Exportações totais de Portugal (milhares €) 45 213 016 47 266 500 48 180 643
Peso das importações do país (%) 4,79 5,0 5,1 Peso das exportações do país (%) 4,14 4,0 4,0
Fonte: INE. Fonte: INE.
PESO dos PAÍSES BAIXOS NAS IMPORTAÇÕES DE PORTUGAL (2012/14) PESO dos PAÍSES BAIXOS NAS EXPORTAÇÕES DE PORTUGAL (2012/14)
3
Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015
MARK RUTTE
Primeiro-ministro da
Holanda
CONJUNTURA Economia deverá apresentar uma tendência
de gradual aceleração, após ter saído da
recessão em 2014
POLÍTICA INTERNA
A “grande coligação” governamental do Partido Popular
para a Liberdade e Democracia (VVD), de centro-direita,
e do Partido Trabalhista, de centro-esquerda (PvdA),
acabou por ser menos estável e eficaz do que muitos
eleitores tinham antecipado. Tem-se observado uma
perda gradual de apoio público, principalmente em
resultado de políticas de austeridade impopulares ligadas
às reformas do sistema de saúde (um problema em
curso), bem como à política de imigração. Desde o final
de 2014, os desacordos sobre estes temas quase que
colocaram termo à coligação. Apesar disso, espera-se
que a coligação se mantenha até 2017. Os partidos de
oposição dominaram as eleições para o Parlamento
Europeu em maio de 2014, com o Apelo Democrata-
Cristão (CDA), de centro-direita, a conseguir mais
assentos do que qualquer outro partido, seguido pelos
sociais-democratas do Partido Político Democratas 66 e
pelo Partido para a Liberdade (PVV), de direita. O
principal objetivo do programa político do Governo é a
diminuição gradual do défice orçamental, o que irá
implicar um maior comprometimento entre os dois
principais partidos, equilibrando, dessa forma, as
medidas mais orientadas para as empresas (promovidas
pelo VVD) e as medidas mais orientadas para os
trabalhadores (defendidas pelo PvdA). Estes
compromissos incluem o acordo do VVD para uma
constante redução do alívio da carga fiscal entre 2014 e
2042 e a aceitação por parte do PvdA de uma
flexibilização das regras de despedimento e cortes no
subsídio de desemprego (a duração máxima de subsídios
foi reduzida de três para dois anos).
A coligação deverá manter-se
até 2017
POLÍTICA EXTERNA
O Governo deverá manter-se comprometido com a
integração europeia, mas dada a ainda frágil situação da
economia da Zona Euro e as debilidades persistentes
entre alguns membros, o crescente euroceticismo fará da
Holanda um difícil participante nos mecanismos de
resgate financeiro da Zona Euro. O cenário político
fragmentado na Holanda fará pouco para acalmar o
descontentamento dos eleitores com a economia política
da Zona Euro, limitados pela incompatibilidade
desestabilizadora entre a União Monetária e a
fragmentação orçamental e política. Pese embora os
passos significativos no sentido de uma união bancária
completa e o lançamento do programa de compras de
títulos por parte do BCE, os políticos da região ainda têm
de resolver os problemas estruturais fundamentais do
bloco. O Governo holandês continua a ser amplamente
HOLANDA/ PREVISÕES ECONÓMICAS DO DEPARTAMENTO DE ESTUDOS DO MONTEPIO
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
PIB 2,0 -3,3 1,0 1,7 -1,6 -0,7 0,9 1,7 1,7 1,8 1,9 2,0 2,0
Inflação 2,2 1,0 0,9 2,5 2,8 2,6 0,3 0,6 1,3 1,5 1,8 1,9 2,0
Taxa de Desemprego 3,7 4,4 5,0 5,0 5,8 7,3 7,4 7,0 6,8 6,7 6,3 5,9 5,5
Balança Corrente (% PIB) 4,5 5,6 7,5 7,1 8,8 8,5 9,9 9,6 9,5 9,5 9,4 8,9 8,5
Saldo Orçamental (% PIB) 0,2 -5,5 -5,0 -4,3 -4,0 -2,3 -2,3 -1,7 -1,2 -0,7 -0,5 -0,3 -0,2
No tas : To do s o s dado s his tó rico s s eguem a meto do lo gia da Co mis s ão Euro peia .
4
Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015
favorável à posição da Alemanha, que defende que uma
maior disciplina orçamental é necessário para preservar a
estabilidade económica e financeira.
O sentimento em relação à União Europeia (UE) também
se deteriorou após o pedido da Comissão Europeia (CE)
para a Holanda fazer uma contribuição extra de 643
milhões de euros para o orçamento da UE.
Originalmente essa quantia era para ser paga em
prestações (a última seria a 01/09/2015), mas na verdade
todo esse valor (643 milhões euros) foi reembolsado no
final de 2014 – refletindo o pagamento antecipado pelo
ING Bank de uma última prestação de 1,03 mil milhões
de euros que recebeu do Estado holandês como ajuda,
no auge da crise financeira global, em 2008.
ATIVIDADE
O PIB no 4.º trimestre de 2014 registou um crescimento
em cadeia de 0,8% e em aceleração face aos 0,3%
observados no 3.º trimestre de 2014, tendo a economia
crescido 0,9% em 2014. Este resultado ditou o regresso
do país aos crescimentos em termos médios anuais, após
dois anos de contração (-0,7% em 2013 e -1,6% em
2012). No entanto, refira-se que apesar de a economia
ter crescido em 2014, não conseguiu chegar aos níveis
de 2011.
Economia regressou aos
crescimentos anuais em 2014,
depois de dois anos em
contração
Relativamente ao 1.º trimestre de 2015, a estimativa
preliminar apontou para um crescimento em cadeia de
0,4% e de 2,2% em termos homólogos. Trata-se da 4.ª
subida consecutiva. As condições económicas têm-se
fortalecido gradualmente ao longo do último ano, em
resultado dos estímulos provenientes do petróleo barato,
de uma taxa de câmbio do euro inferior, de uma
modesta recuperação no ciclo do crédito (em parte
suportado pela flexibilização da política monetária por
parte do BCE) e de um crescimento das exportações, que
ajudaram a sustentar o sentimento empresarial e
apoiaram uma expansão progressiva do emprego, o que,
por sua vez, tem impulsionado a tão esperada
recuperação dos gastos das famílias. O PIB no 1.º
trimestre foi impulsionado por um aumento em cadeia
de 1,9% do investimento em capital fixo, embora o
ritmo de crescimento tenha abrandado face ao final de
2014, quando se assistiu a um forte crescimento do
investimento em habitação em resultado de incentivos
fiscais. O consumo das famílias subiu pelo 4.º trimestre
consecutivo, embora tendo abrandado de 0,7% para
0,3%. As exportações de bens e serviços estagnaram
face ao 4.º trimestre, mas uma queda modesta das
importações resultou num contributo positivo das
exportações líquidas para o crescimento do PIB. A
Holanda permanece com um papel proeminente
enquanto país reexportador de bens (produtos
importados que, após processamento ou transformação,
são posteriormente exportados).
Depois de ter regressado aos crescimentos em termos
médios anuais em 2014 (+0,9%), a economia holandesa
deverá ver o seu crescimento acelerar em 2015, para
1,7%. As perspetivas de curto prazo permanecem ainda
algo incertas dadas as perspetivas de procura globais
também algo incertas, particularmente na Zona Euro.
Alguns dados de caráter qualitativo e mais prospetivos,
como os surveys realizados às empresas (pela Markit e/ou
CE), estão a mostrar sinais encorajadores,
designadamente em resultado dos recentes estímulos
monetários por parte do BCE, sendo de salientar que em
maio o indicador de sentimento económico da CE
atingiu um máximo desde abril de 2011. No entanto, a
crise da Ucrânia (e o declínio associado às perspetivas
económicas da Rússia) continua a representar uma
ameaça para as exportações da Holanda. O menor
ímpeto subjacente à procura agregada da Zona Euro
continua a representar um risco para as perspetivas de
crescimento de médio prazo da Holanda. Os riscos ao
nível dos fundamentos de recuperação da atividade
económica interna, como as condições no mercado de
trabalho, reduziram-se desde o final do ano passado,
dado que, depois de entre o final de 2014 e o início
deste ano a taxa de desemprego ter interrompido a
tendência descendente que vinha a apresentar, essa
tendência foi retomada em fevereiro, caindo a taxa de
desemprego em abril para um mínimo de dois anos.
Procura interna será o principal
driver da recuperação
económica em 2015 e 2016
A procura interna deverá tornar-se o principal motor de
crescimento em 2015 e 2016, com a aceleração do
crescimento dos salários e a permanência de uma
inflação baixa. A recuperação gradual dos preços das
casas deve também dar um impulso ao sentimento
económico, ao mesmo tempo que as pressões de
desalavancagem da economia holandesa vão limitar o
potencial para uma recuperação mais rápida do
consumo, sendo provável que compensem o impulso
proveniente dos preços mais baixos do petróleo. Espera-
se que tanto a produção industrial como o investimento
aumentem de forma constante e em linha com a gradual
5
Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015
retoma do crescimento económico. Em grande parte
impulsionado pelo término da redução temporária de
impostos, o investimento em construção subiu nos
últimos meses de 2014, levando a um forte crescimento
anual de 5,6%. Ao longo de 2015 e 2016, o
investimento em construção deverá manter a maior parte
do ímpeto e crescer cerca de 4% ao ano. O investimento
em máquinas e equipamentos terá registado um mínimo
em 2014 e deverá começar a recuperar, prevendo-se
uma taxa de crescimento superior a 5% em 2015 e
2016, suportado pelo aumento das margens de lucro e
pelas melhores perspetivas de crescimento. Apesar
destas expectativas, o investimento total deverá manter-
se substancialmente abaixo dos níveis pré-crise ao longo
deste ano e do próximo, dado que a taxa de utilização da
capacidade instalada também está baixa em comparação
com a sua média de longo prazo e o mercado imobiliário
comercial ainda permanece deprimido. Em 2015, as
exportações líquidas deverão ser responsáveis por apenas
0,3 p.p. do crescimento total do PIB, enquanto os outros
1,3 p.p. serão provenientes da procura interna.
Relativamente a 2016, espera-se que o crescimento
económico advenha quase exclusivamente da procura
interna, sendo a contribuição do setor externo limitada
(+0,1 p.p.).
Depois do crescimento do PIB de 1,7% previsto para este
ano de 2015, a economia deverá voltar a crescer
também 1,7% em 2016, devendo manter uma
tendência de ligeira aceleração ao longo do horizonte de
previsão, com o crescimento médio anual a dever
ascender a cerca de 2,0% em 2020, apresentando um
crescimento médio de 1,8% no período 2015/20.
Identificam-se alguns riscos para as perspetivas de
crescimento económico da Holanda nos próximos dois
anos. Os maiores riscos descendentes advêm da
componente externa, nomeadamente a possibilidade de
os desenvolvimentos globais adversos se alastrarem para
o setor exportador da Holanda. Um desses poderia ser o
recrudescimento da volatilidade nos mercados
financeiros relativamente à possibilidade de uma saída da
Grécia da Zona Euro. Internamente, o endividamento das
famílias pode pesar mais do que o que se supõe no
crescimento do país. Já os preços baixos da energia
implicam riscos ascendentes, que podem resultar num
aumento do comércio mundial e do rendimento
disponível superior ao que se prevê, embora também
existam alguns sinais de que esses estímulos estejam a
desvanecer-se com alguma recuperação dos preços da
energia. Acresce a este fator a recente política altamente
expansionista que tem vindo a ser adotada pelo BCE –
que foi bastante intensificada no 1.º trimestre de 2015,
com a autoridade a anunciar (22 de janeiro) e a iniciar a
implementação (9 de março) de uma política de
quantitative easing (QE), consubstanciado num
programa de compra alargada de títulos de dívida, o
qual incluirá tanto dívida privada, como pública. Esta
postura cada vez mais expansionista do BCE, a par das
maiores fragilidades da economia da Zona Euro quando
comparado, por exemplo, com os EUA e o Reino Unido,
levaram a moeda única da União Económica e Monetária
(UEM) a apresentar uma tendência descendente e a
aproximar-se da paridade face ao dólar norte-americano,
constituindo esta depreciação do euro também um risco
ascendente para os países exportadores da Zona Euro, ao
tornar os seus produtos mais competitivos.
Riscos para o crescimento estão
agora mais balanceados
OPORTUNIDADES
Ao longo do período da previsão (2015/20) a Holanda vai
continuar a oferecer as oportunidades de mercado de
um país rico e desenvolvido, apresentando um mercado
maduro para bens de consumo tradicionais, num
contexto de um menor crescimento populacional. Com
uma população de 17 milhões e com um PIB que
corresponde a cerca de 1% do PIB mundial a taxas de
câmbio de mercado, existem obviamente oportunidades
neste país globalizado. Na maior parte do período de
previsão, as oportunidades de mercado serão
condicionadas por um menor crescimento do consumo
privado, aliado a um menor crescimento do poder de
compra. Incertezas relativas ao mercado de trabalho, à
menor disponibilidade de crédito ao consumo, ao menor
crescimento dos salários reais e ao maior aperto
orçamental tornaram os consumidores cautelosos sobre
as decisões de consumo. Tais constrangimentos irão
afetar o PIB per capita em paridade do poder de compra,
que, depois de ter crescido apenas ligeiramente em 2013
e acelerado em 2014, deverá voltar a acelerar em 2015
(ainda que, quando medido em dólares, possa mesmo
cair, ao qual não é alheia a esperada depreciação do euro
face ao dólar, mas devendo recuperar lentamente a
partir de 2016). A Holanda, dentro do escalão da Europa,
constitui o 9.º maior mercado de consumo (a seguir à
Polónia), numa lista liderada pela Alemanha e secundada
pela Rússia. O mercado holandês tem apresentado uma
fraca recuperação, em resultado da crise económica e
financeira global, com o consumo privado a conseguir
regressar aos crescimentos em 2014, mas crescendo
6
Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015
somente 0,1% e depois de fortes quedas nos dois anos
anteriores (-1,5% em 2013 e em 2012). O elevado nível
do PIB per capita da Holanda acaba por exacerbar a
dimensão do mercado interno da Holanda, uma vez que
o peso do consumo privado no PIB é inferior aos demais
países da Zona Euro. O peso do consumo privado
holandês foi de cerca de 43% do PIB em 2014, em
comparação com uma média de 55% do PIB na Zona
Euro. Isto é em parte explicado pelo maior peso das
exportações líquidas e do consumo público
comparativamente aos restantes países da Zona Euro, o
que reflete, por um lado, a vasta prestação de serviços
por parte do Governo e o elevado excedente externo da
Holanda no comércio de bens e serviços com o resto do
mundo.
Os efeitos da recessão double-dip que se fizeram sentir
em 2008/09 e 2012/13 irão moldar consideravelmente as
oportunidades de mercado a médio e longo prazo. A
aquisição de bens de consumo duradouro, que se
baseavam numa economia dinâmica e alavancada que,
de certa forma, empolava o crescimento das vendas, irá
continuar o seu processo de ajustamento ao longo do
período de previsão, num contexto em que as famílias
tentam reduzir os seus níveis de endividamento, com as
condições de crédito ainda restritivas a levarem os
consumidores a serem mais cautelosos relativamente à
compra deste tipo de bens. Estes fatores deverão ser
parcialmente mitigados pelo crescimento robusto das
famílias unipessoais (constituídas por um único
indivíduo). As projeções do Centraal Bureau voor de
Statistiek (CBS) apontam para que o crescimento do
número de famílias unipessoais suba rapidamente até
2045 antes de estabilizar a partir desse período. Ao
mesmo tempo, a proporção de pessoas idosas (com 65
anos ou mais) entre os domicílios unipessoais passará dos
atuais cerca de um terço para sensivelmente metade.
Esta tendência irá ter efeitos positivos sobre a procura
por algumas categorias de bens de consumo, tais como
produtos de marca branca, eletrodomésticos, móveis e
outros bens de consumo.
Oportunidades de mercado
serão condicionadas pelo menor
crescimento do poder de
compra.
INFLAÇÃO
Impulsionada por um aumento do IVA no final de 2012,
a inflação média anual – medida pelo Índice
Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) – foi de
2,6% em 2013. Mas as pressões sobre os preços
aliviaram marcadamente desde então, refletindo tanto a
dissipação do efeito de base associado ao referido
agravamento do IVA, como a queda acentuada dos
preços do petróleo no final de 2014, levando a inflação
média anual a ficar em apenas 0,3% em 2014. As
pressões inflacionistas deverão permanecer baixas,
designadamente devido à já referida recente queda dos
preços do petróleo, aos preços das importações mais
baixos e ao ritmo de crescimento ainda relativamente
lento da procura interna. Depois de a inflação homóloga
ter iniciado este ano com uma nova descida em janeiro,
dos -0,1% observados em dezembro de 2014 (o
primeiro registo negativo da inflação desde agosto de
2009) para -0,7% (que representou um nível mínimo
desde 1987), esta apresentou um alívio nos meses
seguintes, ficando em abril em 0,0% e acelerando em
maio para 0,7%. Assim, prevê-se que a inflação suba
para um valor médio anual de 0,6% em 2015, devendo
posteriormente aumentar para 1,3% em 2016. Em
particular, a inflação dos preços da energia deverá ter um
contributo negativo para a inflação medida pelo IHPC. As
pressões positivas sobre a inflação deverão advir
essencialmente da evolução dos preços do setor dos
serviços e de um crescimento robusto dos salários.
Inflação homóloga fez mínimos
desde 1987 no início deste ano
POLÍTICA MONETÁRIA
BCE deu início ao programa de
Quantitative Easing
O BCE adotou ao longo de 2014 várias medidas
expansionistas, começando por cortar a taxa de
referência em 0,5 p.p. no 1.º trimestre de 2014 para os
0,25%, voltando em junho de 2014 a lançar mais
estímulos, cortando novamente a refi rate de 0,25%
para 0,15% e colocando a taxa de depósitos num valor
negativo (-0,10%), anunciando ainda um conjunto de
medidas não convencionais, com destaque para as
targeted longer-term refinancing operations – TLTRO.
Depois destas medidas adotadas não terem sido
7
Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015
suficientes para ir ao encontro dos objetivos do BCE, este
anunciou mais medidas em setembro de 2014, cortando
novamente a refi rate de 0,15% para 0,05%, colocando
a taxa de depósitos num valor ainda mais negativo (-
0,20%) e anunciando mais medidas não convencionais,
tendo em outubro e novembro de 2014 arrancado,
respetivamente, um novo programa de compra de
covered bond (CBPP3), essencialmente de dívida
hipotecária, e um programa de compra de dívida
titularizada (asset-backed securities - ABS).
Na reunião de 22 de janeiro, o BCE tornou a sua política monetária ainda mais acomodatícia, anunciando um programa de compra alargada de títulos de dívida, o qual incluirá tanto dívida privada, como pública, dando assim aquele passo que faltava ser dado e anunciando o tão aguardado quantitative easing (QE). Na sua última reunião (3 de junho), o Conselho de Governadores do BCE não anunciou nenhuma alteração adicional ao stance da sua política monetária. O programa de QE começou a ser implementado no dia 9 de março, e consistirá em compras mensais combinadas de títulos de
dívida pública e privada, que serão feitas a um ritmo de 60 mM€ e estando previsto vigorar até setembro de 2016, mas com o BCE a reiterar que se manterá em vigor até que a inflação da Zona Euro se revele consistente com o objetivo de médio prazo de manter a inflação abaixo, mas próxima, dos 2%. Depois deste tipo de política de QE existirá pouco mais que a autoridade monetária possa fazer, a não ser aumentar a dimensão dos programas de compras de dívida (privada e pública). Como cenário central, julgamos que a política de QE contribuirá para trazer a inflação para o objetivo de 2% de médio prazo, sendo que, no que ao PIB diz respeito, para além deste apoio da política monetária, será importante que as autoridades europeias (CE e governos nacionais) acompanhem essas iniciativas com uma politica orçamental menos restritiva (ou mesmo expansionistas nos países que tenham margem para tal, como a Alemanha) e que as necessárias reformas estruturais ao nível do mercado de trabalho e do mercado do produto possam ser lançadas, como clama mensalmente o BCE nos seus comunicados de política monetária.
POLÍTICA CAMBIAL
A promessa do BCE em agosto de 2012 de realizar
qualquer ação para proteger a Zona Euro contribuiu para
apoiar e aumentar a tolerância ao risco nos mercados
globais. Este apoio permitiu um fortalecimento do euro
em relação ao dólar até ao início de maio de 2014, sendo
que, desde então, tem perdido valor. Em 31/12/2014, o
euro cotava a cerca de 1,21 USD/EUR, depois de ter
chegado a quase aos 1,40 USD/EUR a 04/05/2014.
Atendendo ao facto de nos EUA a Fed ter iniciado a
remoção de estímulos (terminando o 3.º programa de
compra quantitative easing na reunião de outubro de
2014) e de o BCE, na reunião de 22 de janeiro, ter
anunciado um programa de compra alargada de títulos
de dívida (entretanto iniciado em 9 de março) e incluindo
tanto dívida privada, como pública, dando assim aquele
passo que faltava ser dado e anunciando o tão
aguardado quantitative easing (QE), a tendência será de
perda de valor do Euro face ao Dólar (refletindo também
os diferenciais de crescimento entre as duas economias),
prevendo-se uma média anual entre 1,08 e 1,12
USD/EUR em 2015, devendo manter-se sensivelmente
neste nível médio em 2016.
A partir de 2017, no quadro de um início do aperto
monetário na Zona Euro, o euro deverá começar a
recuperar.
Euro deverá cair face ao dólar
em 2015 em termos médios
anuais
POLÍTICA ORÇAMENTAL
Em 2014, o défice orçamental das administrações
públicas terá sido de 2,3% do PIB, representando o
mesmo défice de 2013, mas sendo um valor bem inferior
ao observado, em média, entre 2009 e 2012 (-4,7% do
PIB). Note-se, ademais, que o défice em 2014 foi
influenciado por alguns fatores excecionais, tais como os
ajustamentos das contribuições da UE na sequência da
adoção das novas regras contabilísticas europeias (SEC
2010). Para 2015 e 2016, o défice orçamental das
administrações públicas deverá diminuir para 1,7% e
1,2%, respetivamente, devido principalmente à melhoria
das condições macroeconómicas, mas também devido a
medidas de consolidação tomadas nos últimos anos. O
forte aumento na procura interna vai levar a uma
recuperação também da arrecadação de receita fiscal. O
Governo também limitou a dedutibilidade fiscal das
contribuições para o segundo pilar das pensões,
aumentando as receitas do imposto sobre o rendimento
de pessoas singulares e, dessa forma, melhorar o saldo
orçamental. As poupanças orçamentais importantes
8
Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015
deverão vir da diminuição das despesas com cuidados de
saúde (mais de 0,3% do PIB). A descentralização das
partes de cuidados de saúde de longa duração para os
municípios e os cortes na despesa pública nesta área
deverão resultar numa melhoria das finanças públicas.
Finalmente, o menor preço do gás natural e a redução
dos limites máximos de produção têm um impacto
negativo sobre as finanças públicas. O efeito da redução
dos limites máximos de produção sobre o saldo
orçamental são limitados (menos de 0,05% do PIB em
2015 e 2016), enquanto o efeito da queda no preço do
gás é mais substancial (cerca de 0,2% do PIB).
Défice manteve-se em 2014, mas
deverá descer em 2015 e 2016
O défice estrutural deverá situar-se abaixo dos 0,5%
do PIB em 2015 e 2016. O rácio da dívida pública
bruta está previsto atingir um máximo de 69,9% do PIB
em 2015 (68,8% em 2014), dendo começar a cair em
2016 (68,9%).
Os riscos para a previsão orçamental advêm em grande
parte das incertezas macroeconómicas, embora a
volatilidade das receitas provenientes da produção de gás
natural possam criar incertezas adicionais. Com regras
mais rigorosas sobre as finanças públicas das autarquias
locais já em prática, os cortes orçamentais
implementados como parte da descentralização das
despesas de alguns cuidados de longo prazo parecem ser
alcançáveis. Finalmente, uma possível reprivatização de
parte do ABN Amro não está incluída na previsão, mas
poderia ter efeitos positivos sobre o rácio de dívida
pública.
CONTAS EXTERNAS
No final de 2014, as perspetivas de curto prazo para o
crescimento do comércio internacional tinham piorado,
como consequência da deterioração económica da
atividade da Zona Euro e do conflito entre a Rússia e a
Ucrânia. Entretanto, tem-se assistido a algum
desanuviamento, continuando a ser perspetivados
elevados excedentes médios anuais da balança corrente.
Depois da redução do excedente da balança corrente em
2013, de 8,8% para 8,5% do PIB, este subiu para 9,9%
em 2014. Prevê-se para este ano uma ligeira redução
para um excedente de 9,3%, devendo o excedente
médio anual situar-se em 9,3% do PIB no período de
2015/20.
Este valor reflete excedentes estruturais nas balanças de
bens e serviços (onde os valores das exportações
ultrapassam facilmente o valor das importações) e da
balança de rendimentos primários, que compensam um
défice moderado da balança de transferências.
Excedente da balança corrente
deverá reduzir-se este ano, mas
mantendo-se num nível elevado
POPULAÇÃO
De acordo com o FMI, a população da Holanda totalizava
16,9 milhões em 2014, acima dos 16,4 milhões em
2008, esperando o Fundo que aumente para 17,1
milhões até o final do período de previsão em 2020. O
crescimento da população diminuiu nos anos antes da
crise financeira e económica, em resultado de maiores
restrições à imigração e das políticas sociais encetadas
pelo anterior Governo de centro-direita, bem como pelo
clima cada vez mais hostil para as minorias na Holanda.
Esta tendência é provável que tenha continuado: em
2009/14 a taxa de crescimento anual da população terá
sido de 0,4% ao ano, estando previsto que desacelere
para 0,3% no período 2015/20. A taxa de natalidade (a
proporção de nados vivos no total da população)
manteve-se relativamente estável ao longo dos últimos
10 anos, mas a imigração líquida tem oscilado muito
mais fortemente, levando, assim, a mudanças na taxa de
crescimento da população. De acordo com os dados
oficiais do CBS, em 2008, a imigração líquida passou a
ser positiva pela primeira vez depois de cinco anos em
que existiu mais emigração do que imigração. No período
2009/13 a imigração líquida estabilizou, contribuindo
para taxas de crescimento mais elevadas da população.
Este desenvolvimento também pode ter sido motivado
pela maior atratividade do robusto mercado de trabalho
holandês, apesar da crise financeira global em 2008/09 e
da crise na Zona Euro desde 2010, quando o
desemprego se manteve relativamente baixo (embora
tenha aumentado entre meados de 2011 e inícios de
2013). Em 2012, a imigração líquida caiu para o nível
mais baixo desde 2008, talvez indicando que o mercado
de trabalho holandês e a abertura para trabalhadores
estrangeiros tornara-se menos atraente do que
anteriormente, mas voltou a aumentar novamente em
9
Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015
2013. O maior grupo de imigrantes em 2013 era
proveniente da Polónia, com a imigração líquida a atingir
quase 10 000 pessoas naquele ano. A imigração de
países do sul da Europa, como Itália e Espanha,
continuou, apesar de um abrandamento da crise da Zona
do Euro desde meados de 2012.
Imigração líquida deverá dar um
impulso ao moderado
crescimento populacional
A imigração da Polónia, bem como de outros membros
da UE, tem sido uma característica proeminente dos
padrões de imigração para os Países Baixos desde que
novos países aderiram à UE em 2004. A Turquia,
Indonésia, Marrocos e Suriname são os principais países
terceiros de origem dos estrangeiros nos Países Baixos.
Espera-se que a Holanda continue a registar pequenos
níveis de imigração líquidos positivos no período
2015/20, aumentando ainda mais o crescimento da
população para além da taxa de crescimento natural.
Ao longo do período de previsão (2015/20), a população
dos Países Baixos deverá aumentar a uma taxa média
anual de 0,3%, em desaceleração face aos anteriores
0,4% no período histórico (2009/14), com o declínio
gradual na taxa de crescimento natural a ser, em parte,
compensado pela imigração líquida positiva. A população
dos Países Baixos deverá, por conseguinte, deverá
aumentar a partir de 16,9 milhões em 2014 para 17,1
milhões em 2020. O número de imigrantes líquidos fora
da UE deverá manter-se relativamente moderado no
período de previsão, como resultado de restrições mais
exigentes de imigração sobre não trabalhadores da UE. A
imigração de novos Estados-Membros da UE constituirá a
maior parte da imigração. A taxa de crescimento natural
tenderá a ficar ligeiramente abaixo da taxa global de
crescimento da população de cerca de 0,3%, podendo
cair ainda mais. Como em outros países desenvolvidos a
população holandesa deverá continuar a envelhecer, com
a taxa de fecundidade a permanecer baixa, esperando-se
que a esperança de vida à nascença aumente
ligeiramente até 2020 (em 2013 já estava em 81,1 anos).
O envelhecimento da população colocará um maior
encargo sobre a população em idade ativa. O aumento
do rácio de dependência dos idosos será acompanhado
por uma estabilização do rácio de dependência de
jovens. Como o número de pessoas em idade ativa
deverá diminuir ao longo dos próximos cinco anos,
existirão mais reformados por cada elemento da
população ativa, o que criará um aumento da carga
fiscal. Uma grande parte dos direitos de reforma da
Holanda é baseado num regime de capitalização, o que
pode ajudar a mitigar os efeitos adversos sobre a
despesa pública de uma população em envelhecimento.
No entanto, um aumento gradual da idade da reforma
dos atuais 65 para os 66 anos em 2018 e 67 anos em
2021 ajudará a reduzir o atual gap ao longo do período
de previsão.
População vai crescer em torno
de 0,3% ao ano e a taxa de
natalidade deverá cair
MERCADO LABORAL
Ao longo de 2014, as condições do mercado de trabalho
melhoraram em ambos os lados do mercado, isto é, mais
trabalhadores inseridos no mercado de trabalho
(emprego a crescer) e com uma diminuição substancial
da taxa de desemprego. Depois de, segundo os dados do
Eurostat em fevereiro de 2014 a taxa de desemprego ter
atingido o pico de 7,9%, diminuiu substancialmente
durante o ano tendo-se situado em 7,2% em dezembro
de 2014. É esperado que esta dinâmica continue, mas a
um ritmo mais lento.
O emprego deverá crescer gradualmente, enquanto a
taxa de desemprego deverá cair para um valor médio
anual de 7,0% em 2015, abaixo dos 7,4% observados
em 2014, que representou o valor médio anual mais
elevado desde o observado em 1996 (7,7%). Em abril a
taxa de desemprego estabilizou em 7,0%, devendo
manter-se sensivelmente neste nível até final do ano.
Prevê-se uma nova redução da taxa de desemprego em
2016, para 6,8%, devendo esta tendência de melhoria
manter-se ao longo do período de previsão, prevendo-se
uma taxa de desemprego média de 6,1% para o período
2017/20.
Taxa de desemprego enceta
tendência descendente após
pico atingido no início de 2014
10
Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015
PERSPETIVAS DE MÉDIO LONGO PRAZO
A economia holandesa tem diversos fundamentos
económicos que irão contribuir para o seu crescimento a
médio e longo (horizonte 2015/2030), com uma
população ativa altamente qualificada, um bom
ambiente e enquadramento político, uma posição
geográfica que tem ajudado o país a desenvolver fortes
laços comerciais e um setor de transportes eficiente.
População em idade ativa vai
continuar a diminuir no período
de previsão
A par destas dimensões, tem uma das infraestruturas de
comunicações eletrónicas mais avançadas da Europa
Ocidental. A situação das finanças públicas a longo prazo
é relativamente benigna comparativamente a outros
países da OCDE, sendo que as restrições ao investimento
direto estrangeiro e ao desenvolvimento de negócios são,
de um modo geral, inexistentes. O ambiente fiscal é
bastante competitivo promovendo a atração de
investimento de empresas multinacionais. Entre as
condições menos encorajadoras está o menor
crescimento das despesas de consumo e as menores
oportunidades de financiamento, mas espera-se que a
longo prazo, estas limitações desempenhem um papel
menos importante.
Segundo as previsões das Nações Unidas, a população
em idade ativa começou a reduzir-se em 2010 e espera-
se que continue a diminuir gradualmente nos anos
subsequentes. O ritmo de queda deverá manter-se até
por volta de 2020 e será seguido de uma queda mais
acentuada no período 2021/30. Ao longo destas três
décadas, a proporção da população em idade ativa em
relação à população total cairá, em resultado de uma
menor imigração comparativamente aos anteriores 20
anos, uma redução na taxa de natalidade e um aumento
da esperança média de vida à nascença. O impacto da
diminuição da população em idade ativa na população
ativa deverá ser parcialmente compensado por uma
tendência de aumento da taxa de participação,
incentivado por uma série de mudanças políticas, como o
aumento da idade de reforma dos 65 para os 67 anos e
uma maior participação no mercado de trabalho dos
indivíduos que pertencem ao grupo dos 55-65 anos,
fazendo com que a reforma antecipada seja
financeiramente menos atraente.
Ao longo do período de previsão 2015/30, poderá existir
uma pressão acrescida sobre o aumento do número de
horas de trabalho semanais como alternativa a um
incentivo de aumentar a taxa de participação da
população ativa, o que poderá levar mais rapidamente a
uma produtividade marginal decrescente. Um menor
número de horas trabalhadas é responsável pelo maior
diferencial de produtividade entre os EUA e a UE. A
produção por hora de trabalho entre os EUA e os países
mais prósperos da UE é diretamente comparável, mas a
produção por trabalhador é inferior. A tendência de
aumento das horas de trabalho por semana poderia ter
um impacto mais benéfico na produtividade do trabalho.
No entanto, prevê-se que qualquer aumento que se
verifique nas horas de trabalho seja sempre modesto.
A Holanda é uma economia altamente dependente do
comércio, refletindo o seu papel como um importante
centro de transportes para a movimentação de
mercadorias entre países terceiros e outras economias
europeias. Além disso, a atividade numa série de setores
de serviços importantes é voltada para o comércio e
atividades correlacionadas. Como resultado, o país irá
beneficiar de uma maior liberalização do comércio da UE
com outras partes do mundo. Contudo, as perspetivas
para o fortalecimento da Organização Mundial do
Comércio (OMC), através da conclusão das negociações
da Ronda de Doha, não são muito animadoras. É mais
provável que a maior liberalização do comércio surja
através de acordos bilaterais, nomeadamente entre os
EUA e a UE e outros blocos comerciais de relevo, tenham
um impacto positivo para a economia holandesa. Tais
desenvolvimentos ajudariam a impulsionar a procura por
serviços holandeses, como as tecnologias da informação
e comunicação (TIC), a logística e a engenharia.
Crise económica e financeira
global atinge o crescimento
potencial de longo prazo
As crises económicas e financeiras em 2008/09 e
2011/13 são suscetíveis de ter reduzido o crescimento
potencial da economia a longo prazo. As mudanças ao
nível da regulação destinadas a reduzir o risco de uma
nova crise financeira podem limitar a capacidade de
concessão de empréstimos por parte das instituições
financeiras, o que significa que um período de
crescimento impulsionado pelo crédito, como em
2004/07, será menos provável em 2015/30. O setor
financeiro holandês, que foi um motor do crescimento
económico antes da crise, não deverá ser tão dinâmico
nos próximos anos, devido às mudanças regulatórias em
curso, que irão desincentivar medidas expansionistas que
impliquem uma maior tomada de risco. A nível global e
entre outros países desenvolvidos membros da OCDE a
tendência será idêntica, o que restringirá, de certa forma,
as taxas de crescimento, bem como o crescimento do
comércio mundial. O maior ímpeto dos mercados
emergentes ao longo do período de previsão deverá ter
efeitos quer benéficos, quer restritivos sobre a economia
holandesa. Por um lado, uma economia orientada para a
exportação como a da Holanda pode lucrar com a maior
11
Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015
procura por bens de investimento e serviços profissionais.
Por outro lado, o rápido crescimento destas economias
vai aumentar a procura global por commodities, o que
colocará uma pressão ascendente nos preços das
commodities e levando, desta forma, a uma
transferência de rendimento da Holanda para os
produtores de commodities.
Esperamos que o processo de alargamento da UE,
embora em desaceleração, não tenha chegado ainda ao
fim. Uma desvantagem para a economia holandesa é
que o desempenho do crescimento dos seus principais
mercados no ceio da UE continuará a ser modesto por
algum tempo. O crescimento poderá voltar a taxas mais
elevadas nos países da periferia da UE, incluindo os
novos Estados-Membros do leste, mas as economias de
muitos países da Europa Ocidental serão constrangidas
por alguns anos devido às maiores debilidades e
restrições do setor bancário num contexto de maiores
restrições orçamentais. A crise da dívida soberana na
Zona Euro diminuiu desde meados de 2012, mas
continua a representar um risco potencial para a
Holanda, uma vez que ainda permanece concebível,
embora muito menos expectável, uma rutura parcial ou
total da Zona Euro no longo prazo. Isso seria muito
perturbador para a economia holandesa, para o sistema
financeiro e para o cenário político.
A Holanda tem uma longa história como país estável e
livre de ditaduras, com fundamentos bem assentes num
Estado de Direito, imposto por um poder judicial
independente e apoiado por uma economia de mercado
bem estabelecida (na verdade, a Holanda afirma ser o
primeiro país a ter introduzido as sociedades por ações).
Os fundamentos institucionais responsáveis por
promover a concorrência são um mecanismo de grande
importância e que confere uma maior profundidade a
uma economia maioritariamente orientada nas forças de
mercado. Estes fundamentos são apoiados por uma
autoridade de concorrência ativa e na implementação de
medidas oriundas da UE para liberalizar os mercados em
setores como as telecomunicações, eletricidade, gás e,
cada vez mais, os serviços postais. O papel dos sindicatos
permanece muito mais importante do que na maioria
das economias, com uma tradição liberal de mercado,
embora a filiação sindical esteja em declínio. Foi, por
exemplo, com o acordo dos sindicatos que grandes
reformas no mercado de trabalho foram introduzidas na
década de 1980, levando a uma enorme expansão do
emprego na década de 1990. Foi concluído um novo
acordo, depois de alguma tensão, no final de 2004. O
desempenho dos alunos do ensino secundário
holandeses em ciência e leitura compara favoravelmente
com outros países membros OCDE. O aumento da carga
fiscal a longo prazo e a redução dos serviços públicos
deverão continuar na agenda política nos próximos
tempos, com o intuito de financiar a segurança social e o
sistema de saúde e manter a sustentabilidade das
finanças públicas.
Fundamentos sólidos devem
sustentar um desempenho
razoável do PIB
As nossas projeções de longo prazo para a Holanda são
razoavelmente positivas, mas as previsões para o
crescimento real do PIB per capita para o horizonte
2015/30 dificilmente serão animadoras, com a taxa de
crescimento média anual a dever rondar os 1,6%. No
entanto, existem razões para um maior otimismo em
relação aos fundamentos económicos sólidos, às
condições competitivas, à posição avançada do país em
investimento e utilização das TIC, aos elevados níveis de
escolaridade da população ativa, que esperamos que seja
uma tendência que os próximos governos continuem a
promover, às sólidas instituições académicas (apesar de
algumas preocupações sobre a qualidade do ensino
superior), num contexto de apoio por parte do Governo
e de proliferação de negócios. Todos estes fatores devem
estimular o crescimento da produtividade do trabalho,
enquanto as políticas já em vigor devem aumentar a taxa
de participação da população ativa, em especial de
trabalhadores mais velhos, embora haja um risco de que
o potencial de melhoria nesta área possa ser limitado. A
aceleração prevista no declínio da população em idade
ativa durante a segunda metade do período de previsão
irá, a longo prazo, conter o crescimento da
produtividade do trabalho. O crescimento potencial da
economia será afetado a médio prazo pelas
consequências da crise económica e financeira,
esperando-se um recrudescimento a longo prazo se o
Governo adotar medidas estruturais que permitam
combater a tendência de envelhecimento populacional e
de cortes nas despesas públicas.
12
Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015
ÍNDICE DE LIBERDADE ECONÓMICA - The Heritage Foundation
Holanda é a 17.ª economia mais
livre dos países que compõem o
índice em 2015
A pontuação da Holanda ao nível da liberdade
económica é de 73,7 pontos, correspondendo à 17.ª
economia mais livre dos países que compõem o índice
em 2015. Trata-se de um resultado que fica 0,5 pontos
abaixo do observado no ano anterior, refletindo
deteriorações em quatro das suas 10 componentes,
incluindo na liberdade de negócios e na liberdade de
corrupção, que foram suficientes para compensar os
ganhos significativos na liberdade laboral. A Holanda
está em 8.º lugar entre os 43 países da Europa e a sua
pontuação excede as médias regional e mundial.
A Holanda tem uma longa história de abertura ao
comércio externo e à liberdade económica. O porto de
Roterdão é um dos mais movimentados a nível mundial e
corresponde ao principal ponto de entrada de bens na
Europa. Contudo, nos últimos cinco anos, o
compromisso do país para com um modelo de economia
de mercado tem estado sob pressão. A liberdade
económica diminuiu desde 2011, caindo um ponto
desde então, em resultado de uma despesa pública
excessiva e de um aumento na perceção de corrupção.
Apesar desta tendência negativa, a economia holandesa
continua a ter pilares sólidos no que diz respeito à
liberdade económica. Os direitos de propriedade e o
regime de investimento correspondem aos segundos
mais livres do mundo. As regulações ao nível empresarial
são mais eficientes do que os restantes países europeus,
conferindo uma vantagem comparativa a este país.
Contudo, a política orçamental continua a ser uma
preocupação. Os impostos são elevados, mas a despesa
pública é ainda mais elevada, o que coloca uma pressão
ascendente sobre a dívida pública.
Enquadramento
A coligação de centro-direita liderada pelo Primeiro-
ministro Mark Rutte colapsou em abril de 2012, quando
o partido para a liberdade Geert Wilders recusou apoiar
um pacote de austeridade. O Partido de Mark Rutte e o
seu principal aliado de coligação de centro-esquerda, o
partido trabalhista, alcançaram um apoio redobrado para
se manterem no poder durante as eleições que tiveram
lugar em setembro de 2012. A Holanda foi um dos
países fundadores da atual União Europeia e sob a
liderança de Mark Rutte tem sido um dos principais
apoiantes da ideia de que os Estados Membros devem
ter mais poder no seio da União. A Holanda é também
um dos principias centros do comércio internacional.
Estado de Direito Eficácia da Regulação Apesar de se terem registado deteriorações na liberdade
de corrupção, de um modo geral a Holanda é um país com
poucos problemas a esse nível. Medidas de anticorrupção
efetivas asseguram a integridade do Governo. Entrou em
vigor uma nova lei de financiamento das campanhas
eleitorais. O enquadramento legal permite assegurar uma
robusta proteção dos direitos de propriedade privada, bem
como o cumprimento dos contratos. O sistema judicial é
completamente independente do poder político, sendo
respeitado e tomando decisões de forma justa entre os
diferentes litígios que possam existir.
O ambiente empresarial global é bastante eficiente,
sendo necessários apenas 4 passos e 4 dias para abrir
uma empresa, não existindo requisitos mínimos de
capital. No entanto, o processo de atribuição de licenças
é ainda um pouco moroso. Os custos não salariais de
empregar um trabalhador são ainda elevados, embora o
pagamento de indeminizações não seja excessivamente
elevado. A estabilidade monetária tem sido bem
conseguida. Mais recentemente o Governo cortou os
subsídios que atribuía aos projetos de produção elétrica
através de energia eólica offshore.
Intervenção do Governo Abertura Económica A taxa máxima de IRS é de 52% e a de IRC de 25%.
Outros impostos incluem o IVA, o imposto sobre mais-
valias e um imposto sobre sucessões. A carga fiscal global
corresponde a 38,6% do PIB, a despesa pública a 50,4% e
a dívida pública a 75%.
Os membros da UE têm uma tarifa alfandegária média
baixa de apenas 1% e, em geral, têm poucas barreiras
não tarifárias ao comércio. De um modo geral, a
Holanda trata de forma igual os investidores
estrangeiros e nacionais. O competitivo setor financeiro
oferece um vasto leque de instrumentos financeiros,
tendo o Governo nos últimos anos nacionalizado um
conjunto de bancos [na sequência da crise financeira
internacional], planeando também vender algumas
dessas posições no futuro.
13
Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015
INDICADORES DE RISCO
COUNTRY’S SCORE OVER TIME COUNTRY COMPARISONS
R a t i n g d a s A gê n c i as
SCORE % 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Overall Score 72.9 75.4 75.5 77.4 77.0 75.0 74.7 73.3 73.5 74.2 73.7
Property Rights 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0
Freedom from Corruption 89.0 87.0 86.0 87.0 90.0 89.0 89.0 88.0 89.0 88.0 83.0
Government spending 28.0 29.1 34.9 38.2 36.2 38.4 36.8 20.9 24.7 25.6 23.8
Fiscal Freedom 45.7 48.0 48.8 51.6 50.9 52.0 50.6 51.2 52.1 51.7 51.8
Business Freedom 70.0 87.5 88.4 88.0 86.5 82.6 81.9 81.9 83.0 89.7 84.3
Labor Freedom 61.5 62.9 62.7 65.8 63.3 59.1 58.3 60.0 58.6 59.6 66.3
Monetary Freedom 84.8 86.6 87.2 86.9 87.0 81.0 82.7 83.6 81.1 79.9 79.8
Trade Freedom 80.2 82.4 86.6 86.0 85.8 87.5 87.6 87.1 86.8 87.8 88.0
Investment Freedom 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0
Financial Freedom 90.0 90.0 80.0 90.0 90.0 80.0 80.0 80.0 80.0 80.0 80.0
F o nte : The Heritage Fo undatio n.
Rating Heritage Foundation
SCORE % 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2013 2014
Country Risk - - 20.0 20.0 17.0 24.0 26.0 26.0 30.0 27.0 26.0 A A
Sovereign* - - 20.0 14.0 11.0 21.0 20.0 24.0 28.0 25.0 23.0 A A
Currency* - - 23.0 21.0 17.0 23.0 25.0 25.0 29.0 27.0 26.0 A A
Economic - - 15.0 10.0 10.0 18.0 20.0 20.0 20.0 20.0 23.0 A A
Political - - 19.0 18.0 13.0 13.0 14.0 17.0 18.0 14.0 14.0 AA AA
Banking* - - 19.0 26.0 22.0 29.0 32.0 28.0 32.0 30.0 30.0 BBB BBB
F o nte : EIU. No ta (*): Utilizado na co ntrução do "Co untry Ris k".
Rating EIU (The Economist Inteligence Unit)
Rating
S&P AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AA+ AA+ AA+
Moody's - - - - - - - - - - - - - - AAA - AAA AAA AAA
Fitch - - AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA
Compósito AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA
N o ta : O rating co mpó s ito res ulta da média das 3 agências .
20062005 2010200920082007 20152014201320122011
14
Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015
CHART BOOK
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
4
5
2005
2006
2007
2008
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2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
GDP Growth (%)
The Netherlands - GDP Grow th%
Source: IMF (April 2015)
40,000
42,000
44,000
46,000
48,000
50,000
52,000
54,000
56,000
58,000
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Per Capita GDP
The Netherlands – Per Capita GDP$
Source: IMF (April 2015)
18.0
18.5
19.0
19.5
20.0
20.5
21.0
21.5
22.0
22.5
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
% GDP
The Netherlands – Investment (% GDP)%
Source: IMF (April 2015)
25
26
27
28
29
30
31
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
% GDP
The Netherlands – Gross National Saving (% GDP)%
Source: IMF (April 2015)
4
5
6
7
8
9
10
11
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
% GDP
The Netherlands – Current Account (% GDP)%
Source: IMF (April 2015)
-0.5
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Inflation Rate
The Netherlands – Inflation Rate%
Source: IMF (April 2015)
3.5
4.0
4.5
5.0
5.5
6.0
6.5
7.0
7.5
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Unemployment Rate
The Netherlands – Unemployment Rate%
Source: IMF (April 2015)
40
44
48
52
56
60
64
68
72
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
% GDP
The Netherlands – Public Debt (% GDP)%
Source: IMF (April 2015)
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
% GDP
The Netherlands – Budget Balance (% GDP)%
Source: IMF (April 2015)
16.3
16.4
16.5
16.6
16.7
16.8
16.9
17.0
17.1
17.2
.0
.1
.2
.3
.4
.5
.6
.7
.8
.9
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Population Growth Rate (%)
The Netherlands - Population10^6 %
Source: IMF (April 2015)
-12
-8
-4
0
4
8
12
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Exports Growth (%)
The Netherlands - Exports Grow th%
Source: IMF (April 2015)
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
12
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Imports Growth (%)
The Netherlands - Imports Grow th%
Source: IMF (April 2015)
15
Departamento de Estudos // Canadá //maio 2015
Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015
DEPARTAMENTO DE ESTUDOS
Rui Bernardes Serra Chief Economist
José Miguel Moreira Senior Economist
Margarida Filipe Junior Economist
Artur Patrício Junior Economist
APOIO À INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS Florbela Cunha Head of Unit
Rita Marques Trade Finance
Luis Carvalho Africa Business
Carla Marques Mendes International Business Advisor
Alexandra Neves International Business Advisor [email protected]
AD VERTÊNCIA Este documento foi elaborado pelo Departamento de Estudos da Caixa Económica Montepio Geral e é disponibilizado com intuito e
para fins exclusivamente informativos.
Todos os dados, análises e considerações nele contidas estão simplesmente baseadas no que estimamos ser as melhores
informações disponíveis, recolhidas a partir de fontes oficiais e outras consideradas credíveis, não assumindo, todavia, qualquer
responsabilidade por erros, omissões ou inexatidões das mesmas.
As opiniões e previsões expressas refletem somente a perspetiva e os pontos de vista dos autores na data da sua elaboração,
podendo ser livremente modificadas a todo o tempo e sem aviso prévio.
Neste contexto, o presente documento não pode, em circunstância alguma, ser entendido como convite ao investimento, seja de
que natureza for, nem como proposta ou oferta de negócio de qualquer tipo.
Qualquer decisão de investimento deve ser devidamente ponderada, fundamentada na análise crítica, pelo investidor, de toda a
informação publicamente disponível sobre os ativos a que respeita, suas características e adequação ao perfil de risco assumido, e
devem ter em conta todos os documentos emitidos ao abrigo da regulamentação das entidades de supervisão, nomeadamente da
Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
Nem o Montepio, na qualidade de emitente do documento, nem nenhuma entidade sua dominante ou dominada ou qualquer
outra integrante do Grupo Montepio em que se insere, pode, consequentemente, ser responsabilizada por eventuais perdas ou
prejuízos decorrentes de decisões de investimento que, quem quer que seja, tenha tomado, mesmo que por levar em conta
elementos constantes deste documento.
Por outro lado, uma vez que este documento não contempla qualquer tipo de informação privilegiada ou reservada, nem constitui
nenhum conselho ou convite ao investimento, as empresas do Grupo Montepio mantêm o direito de, nos limites da lei, transacionar
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O relatório pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte.