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MONTEPIO Departamento de Estudos // junho 2015 HOLANDA Previsões económicas e indicadores sociais e demográficos Unidade: taxa de crescimento % 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 PIB 2.1 -3.3 1.1 1.7 -1.6 -0.7 0.9 1.6 1.6 1.7 1.7 1.8 1.8 PIB Nominal 4.4 -2.9 2.2 1.8 -0.4 0.3 1.4 1.6 2.5 2.8 3.1 3.1 3.1 PIB Nominal (10^9) 635.8 617.7 631.5 642.9 640.6 642.9 651.8 662.0 678.5 697.3 718.6 740.8 763.7 PIB Nominal (10^9 $) 935.7 860.3 837.9 894.6 823.6 853.8 866.4 749.4 768.9 798.0 832.1 868.4 911.2 Deflator do PIB 2.3 0.5 1.2 0.1 1.3 1.1 0.5 0.0 0.9 1.1 1.3 1.2 1.2 Inflação (IPC) 2.2 1.0 0.9 2.5 2.8 2.6 0.3 -0.1 0.9 1.1 1.4 1.5 1.6 Investimento (% PIB) 22.3 20.7 20.4 20.5 19.4 18.3 18.7 19.0 19.3 19.7 20.0 20.3 20.7 Poupança Nacional Bruta (% PIB) 26.3 25.5 27.3 29.0 28.3 28.5 29.0 29.4 29.5 29.8 30.0 29.9 29.8 Dívida Pública (% PIB) 54.7 56.4 59.0 61.3 66.5 68.6 68.3 67.5 65.6 64.0 62.4 60.8 59.2 Receitas Públicas (%) 7.0 -5.7 3.3 0.7 1.6 2.7 0.4 -1.1 3.2 2.4 3.1 3.1 3.1 Despesas Públicas (%) 7.0 6.9 2.3 -0.7 0.6 -1.1 0.4 -2.8 1.1 1.9 3.1 3.0 3.0 Receitas Públicas (% PIB) 44.0 42.7 43.2 42.7 43.5 44.5 44.1 42.9 43.2 43.0 43.0 43.0 43.0 Despesas Públicas (% PIB) 43.8 48.2 48.2 47.0 47.5 46.8 46.3 44.3 43.7 43.3 43.3 43.3 43.3 Saldo Orçamental (% PIB) 0.2 -5.5 -5.0 -4.3 -4.0 -2.3 -2.3 -1.4 -0.5 -0.3 -0.3 -0.3 -0.2 Saldo Orçamental Estrutural (% PIB) -0.8 -4.4 -3.9 -3.6 -2.1 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6 Saldo Primário (% PIB) 1.7 -4.0 -3.8 -3.1 -2.8 -1.3 -1.3 -0.7 0.2 0.4 0.3 0.4 0.4 Balança Corrente (10^9 $) 38.0 41.6 57.8 75.4 73.6 87.1 89.7 78.1 77.8 80.7 83.5 82.9 83.3 Balança Corrente (% PIB) 4.1 4.8 6.9 8.4 8.9 10.2 10.3 10.4 10.1 10.1 10.0 9.5 9.1 População (10^6) 16.4 16.5 16.6 16.7 16.8 16.8 16.9 16.9 17.0 17.0 17.1 17.1 17.1 População (%) 0.4 0.5 0.5 0.5 0.4 0.3 0.4 0.4 0.4 0.2 0.2 0.2 0.0 População 15-64 anos (% total) 67.4 67.3 67.1 66.7 66.3 65.9 - - - - - - - Taxa de Desemprego 3.7 4.4 5.0 5.0 5.8 7.3 7.4 7.2 7.0 6.9 6.5 6.1 5.6 Emprego 2.3 0.0 -1.0 0.0 0.6 -0.8 -0.6 1.2 1.1 - - - - PIB PPP (10^9 $) 747.4 728.2 745.0 773.0 774.4 780.3 798.6 818.2 843.5 875.4 909.8 944.9 981.2 PIB per capita PPP $ 45 448 44 055 44 839 46 309 46 221 46 435 47 355 48 317 49 586 51 356 53 259 55 200 57 310 PIB per capita $ 56 896 52 042 50 433 53 590 49 155 50 810 51 373 44 249 45 202 46 812 48 710 50 727 53 224 Exportações (%) 0.3 -9.1 11.7 5.2 3.5 1.8 7.7 4.2 4.0 3.8 4.0 4.0 4.0 Bens (%) -0.2 -8.5 13.2 4.6 3.0 1.0 3.1 3.5 3.6 3.7 3.8 3.8 3.8 Importações (%) 0.9 -7.6 10.8 3.9 3.8 -0.5 7.3 4.4 4.0 3.8 3.9 3.9 3.9 Bens (%) 0.9 -8.3 12.3 3.5 2.9 -0.3 -3.7 3.0 3.4 3.8 3.9 3.9 3.9 Agricultura (% PIB) 1.8 1.7 1.9 1.7 1.8 2.0 - - - - - - - Indústria (% PIB) 23.8 22.4 22.1 22.4 22.3 22.2 - - - - - - - Serviços (% PIB) 74.4 75.9 76.0 75.9 75.9 75.9 - - - - - - - Esperança Vida à nascença (anos) 80.3 80.5 80.7 81.2 81.1 81.1 - - - - - - - Fonte : FMI (World Economic Outlook - abril de 2015); Banco Mundial (restantes dados históricos sem previsões). Superfície 41 543 Km 2 Densidade Populacional 404 Hab/Km 2 Reservas Externas 9,8 10^9 $

2 Bens (%) -0.2 -8.5 13.2 4.6 3.0 1.0 3.1 3.5 3.6 3.7 3.8 ... · PIB per capita PPP $ 45 448 44 055 44 839 46 309 46 221 46 435 47 355 48 317 49 586 51 356 53 259 55 ... Código Descrição

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Page 1: 2 Bens (%) -0.2 -8.5 13.2 4.6 3.0 1.0 3.1 3.5 3.6 3.7 3.8 ... · PIB per capita PPP $ 45 448 44 055 44 839 46 309 46 221 46 435 47 355 48 317 49 586 51 356 53 259 55 ... Código Descrição

MONTEPIO

Departamento de Estudos / / junho 2015

HOLANDA Previsões económicas e indicadores sociais e demográficos

Unidade: taxa de crescimento % 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

PIB 2.1 -3.3 1.1 1.7 -1.6 -0.7 0.9 1.6 1.6 1.7 1.7 1.8 1.8

PIB Nominal 4.4 -2.9 2.2 1.8 -0.4 0.3 1.4 1.6 2.5 2.8 3.1 3.1 3.1

PIB Nominal (10^9) 635.8 617.7 631.5 642.9 640.6 642.9 651.8 662.0 678.5 697.3 718.6 740.8 763.7

PIB Nominal (10^9 $) 935.7 860.3 837.9 894.6 823.6 853.8 866.4 749.4 768.9 798.0 832.1 868.4 911.2

Deflator do PIB 2.3 0.5 1.2 0.1 1.3 1.1 0.5 0.0 0.9 1.1 1.3 1.2 1.2

Inflação (IPC) 2.2 1.0 0.9 2.5 2.8 2.6 0.3 -0.1 0.9 1.1 1.4 1.5 1.6

Investimento (% PIB) 22.3 20.7 20.4 20.5 19.4 18.3 18.7 19.0 19.3 19.7 20.0 20.3 20.7

Poupança Nacional Bruta (% PIB) 26.3 25.5 27.3 29.0 28.3 28.5 29.0 29.4 29.5 29.8 30.0 29.9 29.8

Dívida Pública (% PIB) 54.7 56.4 59.0 61.3 66.5 68.6 68.3 67.5 65.6 64.0 62.4 60.8 59.2

Receitas Públicas (%) 7.0 -5.7 3.3 0.7 1.6 2.7 0.4 -1.1 3.2 2.4 3.1 3.1 3.1

Despesas Públicas (%) 7.0 6.9 2.3 -0.7 0.6 -1.1 0.4 -2.8 1.1 1.9 3.1 3.0 3.0

Receitas Públicas (% PIB) 44.0 42.7 43.2 42.7 43.5 44.5 44.1 42.9 43.2 43.0 43.0 43.0 43.0

Despesas Públicas (% PIB) 43.8 48.2 48.2 47.0 47.5 46.8 46.3 44.3 43.7 43.3 43.3 43.3 43.3

Saldo Orçamental (% PIB) 0.2 -5.5 -5.0 -4.3 -4.0 -2.3 -2.3 -1.4 -0.5 -0.3 -0.3 -0.3 -0.2

Saldo Orçamental Estrutural (% PIB) -0.8 -4.4 -3.9 -3.6 -2.1 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6

Saldo Primário (% PIB) 1.7 -4.0 -3.8 -3.1 -2.8 -1.3 -1.3 -0.7 0.2 0.4 0.3 0.4 0.4

Balança Corrente (10^9 $) 38.0 41.6 57.8 75.4 73.6 87.1 89.7 78.1 77.8 80.7 83.5 82.9 83.3

Balança Corrente (% PIB) 4.1 4.8 6.9 8.4 8.9 10.2 10.3 10.4 10.1 10.1 10.0 9.5 9.1

População (10^6) 16.4 16.5 16.6 16.7 16.8 16.8 16.9 16.9 17.0 17.0 17.1 17.1 17.1

População (%) 0.4 0.5 0.5 0.5 0.4 0.3 0.4 0.4 0.4 0.2 0.2 0.2 0.0

População 15-64 anos (% total) 67.4 67.3 67.1 66.7 66.3 65.9 - - - - - - -

Taxa de Desemprego 3.7 4.4 5.0 5.0 5.8 7.3 7.4 7.2 7.0 6.9 6.5 6.1 5.6

Emprego 2.3 0.0 -1.0 0.0 0.6 -0.8 -0.6 1.2 1.1 - - - -

PIB PPP (10^9 $) 747.4 728.2 745.0 773.0 774.4 780.3 798.6 818.2 843.5 875.4 909.8 944.9 981.2

PIB per capita PPP $ 45 448 44 055 44 839 46 309 46 221 46 435 47 355 48 317 49 586 51 356 53 259 55 200 57 310

PIB per capita $ 56 896 52 042 50 433 53 590 49 155 50 810 51 373 44 249 45 202 46 812 48 710 50 727 53 224

Exportações (%) 0.3 -9.1 11.7 5.2 3.5 1.8 7.7 4.2 4.0 3.8 4.0 4.0 4.0

Bens (%) -0.2 -8.5 13.2 4.6 3.0 1.0 3.1 3.5 3.6 3.7 3.8 3.8 3.8

Importações (%) 0.9 -7.6 10.8 3.9 3.8 -0.5 7.3 4.4 4.0 3.8 3.9 3.9 3.9

Bens (%) 0.9 -8.3 12.3 3.5 2.9 -0.3 -3.7 3.0 3.4 3.8 3.9 3.9 3.9

Agricultura (% PIB) 1.8 1.7 1.9 1.7 1.8 2.0 - - - - - - -

Indústria (% PIB) 23.8 22.4 22.1 22.4 22.3 22.2 - - - - - - -

Serviços (% PIB) 74.4 75.9 76.0 75.9 75.9 75.9 - - - - - - -

Esperança Vida à nascença (anos) 80.3 80.5 80.7 81.2 81.1 81.1 - - - - - - -

F o nte : FMI (Wo rld Eco no mic Outlo o k - abril de 2015); Banco Mundia l (res tantes dado s his tó rico s s em previs õ es ).

Superfície

41 543 Km2

Densidade Populacional

404 Hab/Km2

Reserv as Ex ternas

9,8 10^9 $

Page 2: 2 Bens (%) -0.2 -8.5 13.2 4.6 3.0 1.0 3.1 3.5 3.6 3.7 3.8 ... · PIB per capita PPP $ 45 448 44 055 44 839 46 309 46 221 46 435 47 355 48 317 49 586 51 356 53 259 55 ... Código Descrição

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Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015

Código Descrição Valor (mM$) Peso (%)

27 Combustíveis minerais, óleos, produtos de destilação 113,2 19,8

84 Máquinas, reatores nucleares e caldeiras 75,9 13,3

85 Equipamento elétrico e eletrónico 45,6 8,0

29 Produtos químicos orgânicos 25,5 4,5

39 Plásticos e suas componentes 25,1 4,4

Outros produtos 285,8 50,0Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas

Principais Exportações de Bens (2013)

Código Descrição Valor Peso

27 Combustíveis minerais, óleos, produtos de destilação 125,6 24,8

84 Máquinas, reatores nucleares e caldeiras 63,4 12,5

85 Equipamento elétrico e eletrónico 48,7 9,6

87 Veículos elétricos e ferroviários 23,8 4,7

90 Material de fotografia, equipamento técnico, equipamento ótico 20,5 4,1

Outros produtos 224,2 44,3Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas

Principais Importações de Bens (2013)

País Valor (mM$) Peso (%) País Valor (mM$) Peso (%)

Alemanha 84,0 16,6 Alemanha 141,3 24,7Bélgica 49,4 9,8 Bélgica 63,2 11,1

China 42,1 8,3 Reino Unido 48,3 8,5

Reino Unido 36,3 7,2 França 47,5 8,3

EUA 34,6 6,8 Itália 26,1 4,6Outros países 259,8 51,3 Outros países 244,7 42,8

Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas

Principais Parceiros Comerciais de Exportações (2013)Principais Parceiros Comerciais de Importações (2013)

Tipo de Produto Valor (€)Share

(%)

TCMA09-14

(%)Tipo de Produto Valor (€)

Share

(%)

TCMA09-14

(%)Produtos químicos 572 649 816 19,1 10,1 Produtos químicos 437 422 304 22,8 24,8Produtos informáticos, electrónicos e

ópticos 472 823 366 15,8 -1,8 Couro e produtos afins 257 912 328 13,5 8,8

Produtos alimentares 355 446 882 11,9 4,1 Coque e produtos petrolíferos refinados 239 497 455 12,5 12,0

Máquinas e equipamentos, n.e. 202 814 896 6,8 2,7 Papel e cartão e seus artigos 132 632 604 6,9 39,9Produtos farmacêuticos e preparações

farmacêuticas de base 179 150 436 6,0 0,2 Artigos de vestuário 101 917 348 5,3 5,5

Coque e produtos petrolíferos refinados 129 162 755 4,3 -2,7Produtos da agricultura, da produção

animal, da caça e dos serviços relacionados 98 244 093 5,1 17,7

Equipamento eléctrico 107 477 309 3,6 -1,6 Artigos de borracha e de matérias plásticas 65 705 632 3,4 9,5

Produtos diversos das industrias

transformadoras104 952 932 3,5 4,5 Produtos alimentares 54 984 155 2,9 1,4

Metais de base 97 158 599 3,2 6,1Produtos informáticos, electrónicos e

ópticos 51 677 424 2,7 3,3

Produtos da agricultura, da produção

animal, da caça e dos serviços relacionados 95 587 988 3,2 -0,1Veículos automóveis, reboques e semi-

reboques51 384 930 2,7 14,3

Fonte: INE. Fonte: INE.

TOP 10 DAS IMPORTAÇÕES DE PORTUGAL dos PAÍSES BAIXOS (2014) TOP 10 DAS EXPORTAÇÕES DE PORTUGAL PARA os PAÍSES BAIXOS (2014)

2012 2013 2014 2012 2013 2014

Importações de Portugal deste país (milhares €) 2 698 187,2 2 852 663,8 2 998 349,6 Exportações de Portugal deste país (milhares €) 1 872 651,3 1 889 387,4 1 915 108,6

Importações totais de Portugal (milhares €) 56 374 083 56 906 067 58 745 986 Exportações totais de Portugal (milhares €) 45 213 016 47 266 500 48 180 643

Peso das importações do país (%) 4,79 5,0 5,1 Peso das exportações do país (%) 4,14 4,0 4,0

Fonte: INE. Fonte: INE.

PESO dos PAÍSES BAIXOS NAS IMPORTAÇÕES DE PORTUGAL (2012/14) PESO dos PAÍSES BAIXOS NAS EXPORTAÇÕES DE PORTUGAL (2012/14)

Page 3: 2 Bens (%) -0.2 -8.5 13.2 4.6 3.0 1.0 3.1 3.5 3.6 3.7 3.8 ... · PIB per capita PPP $ 45 448 44 055 44 839 46 309 46 221 46 435 47 355 48 317 49 586 51 356 53 259 55 ... Código Descrição

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Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015

MARK RUTTE

Primeiro-ministro da

Holanda

CONJUNTURA Economia deverá apresentar uma tendência

de gradual aceleração, após ter saído da

recessão em 2014

POLÍTICA INTERNA

A “grande coligação” governamental do Partido Popular

para a Liberdade e Democracia (VVD), de centro-direita,

e do Partido Trabalhista, de centro-esquerda (PvdA),

acabou por ser menos estável e eficaz do que muitos

eleitores tinham antecipado. Tem-se observado uma

perda gradual de apoio público, principalmente em

resultado de políticas de austeridade impopulares ligadas

às reformas do sistema de saúde (um problema em

curso), bem como à política de imigração. Desde o final

de 2014, os desacordos sobre estes temas quase que

colocaram termo à coligação. Apesar disso, espera-se

que a coligação se mantenha até 2017. Os partidos de

oposição dominaram as eleições para o Parlamento

Europeu em maio de 2014, com o Apelo Democrata-

Cristão (CDA), de centro-direita, a conseguir mais

assentos do que qualquer outro partido, seguido pelos

sociais-democratas do Partido Político Democratas 66 e

pelo Partido para a Liberdade (PVV), de direita. O

principal objetivo do programa político do Governo é a

diminuição gradual do défice orçamental, o que irá

implicar um maior comprometimento entre os dois

principais partidos, equilibrando, dessa forma, as

medidas mais orientadas para as empresas (promovidas

pelo VVD) e as medidas mais orientadas para os

trabalhadores (defendidas pelo PvdA). Estes

compromissos incluem o acordo do VVD para uma

constante redução do alívio da carga fiscal entre 2014 e

2042 e a aceitação por parte do PvdA de uma

flexibilização das regras de despedimento e cortes no

subsídio de desemprego (a duração máxima de subsídios

foi reduzida de três para dois anos).

A coligação deverá manter-se

até 2017

POLÍTICA EXTERNA

O Governo deverá manter-se comprometido com a

integração europeia, mas dada a ainda frágil situação da

economia da Zona Euro e as debilidades persistentes

entre alguns membros, o crescente euroceticismo fará da

Holanda um difícil participante nos mecanismos de

resgate financeiro da Zona Euro. O cenário político

fragmentado na Holanda fará pouco para acalmar o

descontentamento dos eleitores com a economia política

da Zona Euro, limitados pela incompatibilidade

desestabilizadora entre a União Monetária e a

fragmentação orçamental e política. Pese embora os

passos significativos no sentido de uma união bancária

completa e o lançamento do programa de compras de

títulos por parte do BCE, os políticos da região ainda têm

de resolver os problemas estruturais fundamentais do

bloco. O Governo holandês continua a ser amplamente

HOLANDA/ PREVISÕES ECONÓMICAS DO DEPARTAMENTO DE ESTUDOS DO MONTEPIO

2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

PIB 2,0 -3,3 1,0 1,7 -1,6 -0,7 0,9 1,7 1,7 1,8 1,9 2,0 2,0

Inflação 2,2 1,0 0,9 2,5 2,8 2,6 0,3 0,6 1,3 1,5 1,8 1,9 2,0

Taxa de Desemprego 3,7 4,4 5,0 5,0 5,8 7,3 7,4 7,0 6,8 6,7 6,3 5,9 5,5

Balança Corrente (% PIB) 4,5 5,6 7,5 7,1 8,8 8,5 9,9 9,6 9,5 9,5 9,4 8,9 8,5

Saldo Orçamental (% PIB) 0,2 -5,5 -5,0 -4,3 -4,0 -2,3 -2,3 -1,7 -1,2 -0,7 -0,5 -0,3 -0,2

No tas : To do s o s dado s his tó rico s s eguem a meto do lo gia da Co mis s ão Euro peia .

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favorável à posição da Alemanha, que defende que uma

maior disciplina orçamental é necessário para preservar a

estabilidade económica e financeira.

O sentimento em relação à União Europeia (UE) também

se deteriorou após o pedido da Comissão Europeia (CE)

para a Holanda fazer uma contribuição extra de 643

milhões de euros para o orçamento da UE.

Originalmente essa quantia era para ser paga em

prestações (a última seria a 01/09/2015), mas na verdade

todo esse valor (643 milhões euros) foi reembolsado no

final de 2014 – refletindo o pagamento antecipado pelo

ING Bank de uma última prestação de 1,03 mil milhões

de euros que recebeu do Estado holandês como ajuda,

no auge da crise financeira global, em 2008.

ATIVIDADE

O PIB no 4.º trimestre de 2014 registou um crescimento

em cadeia de 0,8% e em aceleração face aos 0,3%

observados no 3.º trimestre de 2014, tendo a economia

crescido 0,9% em 2014. Este resultado ditou o regresso

do país aos crescimentos em termos médios anuais, após

dois anos de contração (-0,7% em 2013 e -1,6% em

2012). No entanto, refira-se que apesar de a economia

ter crescido em 2014, não conseguiu chegar aos níveis

de 2011.

Economia regressou aos

crescimentos anuais em 2014,

depois de dois anos em

contração

Relativamente ao 1.º trimestre de 2015, a estimativa

preliminar apontou para um crescimento em cadeia de

0,4% e de 2,2% em termos homólogos. Trata-se da 4.ª

subida consecutiva. As condições económicas têm-se

fortalecido gradualmente ao longo do último ano, em

resultado dos estímulos provenientes do petróleo barato,

de uma taxa de câmbio do euro inferior, de uma

modesta recuperação no ciclo do crédito (em parte

suportado pela flexibilização da política monetária por

parte do BCE) e de um crescimento das exportações, que

ajudaram a sustentar o sentimento empresarial e

apoiaram uma expansão progressiva do emprego, o que,

por sua vez, tem impulsionado a tão esperada

recuperação dos gastos das famílias. O PIB no 1.º

trimestre foi impulsionado por um aumento em cadeia

de 1,9% do investimento em capital fixo, embora o

ritmo de crescimento tenha abrandado face ao final de

2014, quando se assistiu a um forte crescimento do

investimento em habitação em resultado de incentivos

fiscais. O consumo das famílias subiu pelo 4.º trimestre

consecutivo, embora tendo abrandado de 0,7% para

0,3%. As exportações de bens e serviços estagnaram

face ao 4.º trimestre, mas uma queda modesta das

importações resultou num contributo positivo das

exportações líquidas para o crescimento do PIB. A

Holanda permanece com um papel proeminente

enquanto país reexportador de bens (produtos

importados que, após processamento ou transformação,

são posteriormente exportados).

Depois de ter regressado aos crescimentos em termos

médios anuais em 2014 (+0,9%), a economia holandesa

deverá ver o seu crescimento acelerar em 2015, para

1,7%. As perspetivas de curto prazo permanecem ainda

algo incertas dadas as perspetivas de procura globais

também algo incertas, particularmente na Zona Euro.

Alguns dados de caráter qualitativo e mais prospetivos,

como os surveys realizados às empresas (pela Markit e/ou

CE), estão a mostrar sinais encorajadores,

designadamente em resultado dos recentes estímulos

monetários por parte do BCE, sendo de salientar que em

maio o indicador de sentimento económico da CE

atingiu um máximo desde abril de 2011. No entanto, a

crise da Ucrânia (e o declínio associado às perspetivas

económicas da Rússia) continua a representar uma

ameaça para as exportações da Holanda. O menor

ímpeto subjacente à procura agregada da Zona Euro

continua a representar um risco para as perspetivas de

crescimento de médio prazo da Holanda. Os riscos ao

nível dos fundamentos de recuperação da atividade

económica interna, como as condições no mercado de

trabalho, reduziram-se desde o final do ano passado,

dado que, depois de entre o final de 2014 e o início

deste ano a taxa de desemprego ter interrompido a

tendência descendente que vinha a apresentar, essa

tendência foi retomada em fevereiro, caindo a taxa de

desemprego em abril para um mínimo de dois anos.

Procura interna será o principal

driver da recuperação

económica em 2015 e 2016

A procura interna deverá tornar-se o principal motor de

crescimento em 2015 e 2016, com a aceleração do

crescimento dos salários e a permanência de uma

inflação baixa. A recuperação gradual dos preços das

casas deve também dar um impulso ao sentimento

económico, ao mesmo tempo que as pressões de

desalavancagem da economia holandesa vão limitar o

potencial para uma recuperação mais rápida do

consumo, sendo provável que compensem o impulso

proveniente dos preços mais baixos do petróleo. Espera-

se que tanto a produção industrial como o investimento

aumentem de forma constante e em linha com a gradual

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retoma do crescimento económico. Em grande parte

impulsionado pelo término da redução temporária de

impostos, o investimento em construção subiu nos

últimos meses de 2014, levando a um forte crescimento

anual de 5,6%. Ao longo de 2015 e 2016, o

investimento em construção deverá manter a maior parte

do ímpeto e crescer cerca de 4% ao ano. O investimento

em máquinas e equipamentos terá registado um mínimo

em 2014 e deverá começar a recuperar, prevendo-se

uma taxa de crescimento superior a 5% em 2015 e

2016, suportado pelo aumento das margens de lucro e

pelas melhores perspetivas de crescimento. Apesar

destas expectativas, o investimento total deverá manter-

se substancialmente abaixo dos níveis pré-crise ao longo

deste ano e do próximo, dado que a taxa de utilização da

capacidade instalada também está baixa em comparação

com a sua média de longo prazo e o mercado imobiliário

comercial ainda permanece deprimido. Em 2015, as

exportações líquidas deverão ser responsáveis por apenas

0,3 p.p. do crescimento total do PIB, enquanto os outros

1,3 p.p. serão provenientes da procura interna.

Relativamente a 2016, espera-se que o crescimento

económico advenha quase exclusivamente da procura

interna, sendo a contribuição do setor externo limitada

(+0,1 p.p.).

Depois do crescimento do PIB de 1,7% previsto para este

ano de 2015, a economia deverá voltar a crescer

também 1,7% em 2016, devendo manter uma

tendência de ligeira aceleração ao longo do horizonte de

previsão, com o crescimento médio anual a dever

ascender a cerca de 2,0% em 2020, apresentando um

crescimento médio de 1,8% no período 2015/20.

Identificam-se alguns riscos para as perspetivas de

crescimento económico da Holanda nos próximos dois

anos. Os maiores riscos descendentes advêm da

componente externa, nomeadamente a possibilidade de

os desenvolvimentos globais adversos se alastrarem para

o setor exportador da Holanda. Um desses poderia ser o

recrudescimento da volatilidade nos mercados

financeiros relativamente à possibilidade de uma saída da

Grécia da Zona Euro. Internamente, o endividamento das

famílias pode pesar mais do que o que se supõe no

crescimento do país. Já os preços baixos da energia

implicam riscos ascendentes, que podem resultar num

aumento do comércio mundial e do rendimento

disponível superior ao que se prevê, embora também

existam alguns sinais de que esses estímulos estejam a

desvanecer-se com alguma recuperação dos preços da

energia. Acresce a este fator a recente política altamente

expansionista que tem vindo a ser adotada pelo BCE –

que foi bastante intensificada no 1.º trimestre de 2015,

com a autoridade a anunciar (22 de janeiro) e a iniciar a

implementação (9 de março) de uma política de

quantitative easing (QE), consubstanciado num

programa de compra alargada de títulos de dívida, o

qual incluirá tanto dívida privada, como pública. Esta

postura cada vez mais expansionista do BCE, a par das

maiores fragilidades da economia da Zona Euro quando

comparado, por exemplo, com os EUA e o Reino Unido,

levaram a moeda única da União Económica e Monetária

(UEM) a apresentar uma tendência descendente e a

aproximar-se da paridade face ao dólar norte-americano,

constituindo esta depreciação do euro também um risco

ascendente para os países exportadores da Zona Euro, ao

tornar os seus produtos mais competitivos.

Riscos para o crescimento estão

agora mais balanceados

OPORTUNIDADES

Ao longo do período da previsão (2015/20) a Holanda vai

continuar a oferecer as oportunidades de mercado de

um país rico e desenvolvido, apresentando um mercado

maduro para bens de consumo tradicionais, num

contexto de um menor crescimento populacional. Com

uma população de 17 milhões e com um PIB que

corresponde a cerca de 1% do PIB mundial a taxas de

câmbio de mercado, existem obviamente oportunidades

neste país globalizado. Na maior parte do período de

previsão, as oportunidades de mercado serão

condicionadas por um menor crescimento do consumo

privado, aliado a um menor crescimento do poder de

compra. Incertezas relativas ao mercado de trabalho, à

menor disponibilidade de crédito ao consumo, ao menor

crescimento dos salários reais e ao maior aperto

orçamental tornaram os consumidores cautelosos sobre

as decisões de consumo. Tais constrangimentos irão

afetar o PIB per capita em paridade do poder de compra,

que, depois de ter crescido apenas ligeiramente em 2013

e acelerado em 2014, deverá voltar a acelerar em 2015

(ainda que, quando medido em dólares, possa mesmo

cair, ao qual não é alheia a esperada depreciação do euro

face ao dólar, mas devendo recuperar lentamente a

partir de 2016). A Holanda, dentro do escalão da Europa,

constitui o 9.º maior mercado de consumo (a seguir à

Polónia), numa lista liderada pela Alemanha e secundada

pela Rússia. O mercado holandês tem apresentado uma

fraca recuperação, em resultado da crise económica e

financeira global, com o consumo privado a conseguir

regressar aos crescimentos em 2014, mas crescendo

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somente 0,1% e depois de fortes quedas nos dois anos

anteriores (-1,5% em 2013 e em 2012). O elevado nível

do PIB per capita da Holanda acaba por exacerbar a

dimensão do mercado interno da Holanda, uma vez que

o peso do consumo privado no PIB é inferior aos demais

países da Zona Euro. O peso do consumo privado

holandês foi de cerca de 43% do PIB em 2014, em

comparação com uma média de 55% do PIB na Zona

Euro. Isto é em parte explicado pelo maior peso das

exportações líquidas e do consumo público

comparativamente aos restantes países da Zona Euro, o

que reflete, por um lado, a vasta prestação de serviços

por parte do Governo e o elevado excedente externo da

Holanda no comércio de bens e serviços com o resto do

mundo.

Os efeitos da recessão double-dip que se fizeram sentir

em 2008/09 e 2012/13 irão moldar consideravelmente as

oportunidades de mercado a médio e longo prazo. A

aquisição de bens de consumo duradouro, que se

baseavam numa economia dinâmica e alavancada que,

de certa forma, empolava o crescimento das vendas, irá

continuar o seu processo de ajustamento ao longo do

período de previsão, num contexto em que as famílias

tentam reduzir os seus níveis de endividamento, com as

condições de crédito ainda restritivas a levarem os

consumidores a serem mais cautelosos relativamente à

compra deste tipo de bens. Estes fatores deverão ser

parcialmente mitigados pelo crescimento robusto das

famílias unipessoais (constituídas por um único

indivíduo). As projeções do Centraal Bureau voor de

Statistiek (CBS) apontam para que o crescimento do

número de famílias unipessoais suba rapidamente até

2045 antes de estabilizar a partir desse período. Ao

mesmo tempo, a proporção de pessoas idosas (com 65

anos ou mais) entre os domicílios unipessoais passará dos

atuais cerca de um terço para sensivelmente metade.

Esta tendência irá ter efeitos positivos sobre a procura

por algumas categorias de bens de consumo, tais como

produtos de marca branca, eletrodomésticos, móveis e

outros bens de consumo.

Oportunidades de mercado

serão condicionadas pelo menor

crescimento do poder de

compra.

INFLAÇÃO

Impulsionada por um aumento do IVA no final de 2012,

a inflação média anual – medida pelo Índice

Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) – foi de

2,6% em 2013. Mas as pressões sobre os preços

aliviaram marcadamente desde então, refletindo tanto a

dissipação do efeito de base associado ao referido

agravamento do IVA, como a queda acentuada dos

preços do petróleo no final de 2014, levando a inflação

média anual a ficar em apenas 0,3% em 2014. As

pressões inflacionistas deverão permanecer baixas,

designadamente devido à já referida recente queda dos

preços do petróleo, aos preços das importações mais

baixos e ao ritmo de crescimento ainda relativamente

lento da procura interna. Depois de a inflação homóloga

ter iniciado este ano com uma nova descida em janeiro,

dos -0,1% observados em dezembro de 2014 (o

primeiro registo negativo da inflação desde agosto de

2009) para -0,7% (que representou um nível mínimo

desde 1987), esta apresentou um alívio nos meses

seguintes, ficando em abril em 0,0% e acelerando em

maio para 0,7%. Assim, prevê-se que a inflação suba

para um valor médio anual de 0,6% em 2015, devendo

posteriormente aumentar para 1,3% em 2016. Em

particular, a inflação dos preços da energia deverá ter um

contributo negativo para a inflação medida pelo IHPC. As

pressões positivas sobre a inflação deverão advir

essencialmente da evolução dos preços do setor dos

serviços e de um crescimento robusto dos salários.

Inflação homóloga fez mínimos

desde 1987 no início deste ano

POLÍTICA MONETÁRIA

BCE deu início ao programa de

Quantitative Easing

O BCE adotou ao longo de 2014 várias medidas

expansionistas, começando por cortar a taxa de

referência em 0,5 p.p. no 1.º trimestre de 2014 para os

0,25%, voltando em junho de 2014 a lançar mais

estímulos, cortando novamente a refi rate de 0,25%

para 0,15% e colocando a taxa de depósitos num valor

negativo (-0,10%), anunciando ainda um conjunto de

medidas não convencionais, com destaque para as

targeted longer-term refinancing operations – TLTRO.

Depois destas medidas adotadas não terem sido

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suficientes para ir ao encontro dos objetivos do BCE, este

anunciou mais medidas em setembro de 2014, cortando

novamente a refi rate de 0,15% para 0,05%, colocando

a taxa de depósitos num valor ainda mais negativo (-

0,20%) e anunciando mais medidas não convencionais,

tendo em outubro e novembro de 2014 arrancado,

respetivamente, um novo programa de compra de

covered bond (CBPP3), essencialmente de dívida

hipotecária, e um programa de compra de dívida

titularizada (asset-backed securities - ABS).

Na reunião de 22 de janeiro, o BCE tornou a sua política monetária ainda mais acomodatícia, anunciando um programa de compra alargada de títulos de dívida, o qual incluirá tanto dívida privada, como pública, dando assim aquele passo que faltava ser dado e anunciando o tão aguardado quantitative easing (QE). Na sua última reunião (3 de junho), o Conselho de Governadores do BCE não anunciou nenhuma alteração adicional ao stance da sua política monetária. O programa de QE começou a ser implementado no dia 9 de março, e consistirá em compras mensais combinadas de títulos de

dívida pública e privada, que serão feitas a um ritmo de 60 mM€ e estando previsto vigorar até setembro de 2016, mas com o BCE a reiterar que se manterá em vigor até que a inflação da Zona Euro se revele consistente com o objetivo de médio prazo de manter a inflação abaixo, mas próxima, dos 2%. Depois deste tipo de política de QE existirá pouco mais que a autoridade monetária possa fazer, a não ser aumentar a dimensão dos programas de compras de dívida (privada e pública). Como cenário central, julgamos que a política de QE contribuirá para trazer a inflação para o objetivo de 2% de médio prazo, sendo que, no que ao PIB diz respeito, para além deste apoio da política monetária, será importante que as autoridades europeias (CE e governos nacionais) acompanhem essas iniciativas com uma politica orçamental menos restritiva (ou mesmo expansionistas nos países que tenham margem para tal, como a Alemanha) e que as necessárias reformas estruturais ao nível do mercado de trabalho e do mercado do produto possam ser lançadas, como clama mensalmente o BCE nos seus comunicados de política monetária.

POLÍTICA CAMBIAL

A promessa do BCE em agosto de 2012 de realizar

qualquer ação para proteger a Zona Euro contribuiu para

apoiar e aumentar a tolerância ao risco nos mercados

globais. Este apoio permitiu um fortalecimento do euro

em relação ao dólar até ao início de maio de 2014, sendo

que, desde então, tem perdido valor. Em 31/12/2014, o

euro cotava a cerca de 1,21 USD/EUR, depois de ter

chegado a quase aos 1,40 USD/EUR a 04/05/2014.

Atendendo ao facto de nos EUA a Fed ter iniciado a

remoção de estímulos (terminando o 3.º programa de

compra quantitative easing na reunião de outubro de

2014) e de o BCE, na reunião de 22 de janeiro, ter

anunciado um programa de compra alargada de títulos

de dívida (entretanto iniciado em 9 de março) e incluindo

tanto dívida privada, como pública, dando assim aquele

passo que faltava ser dado e anunciando o tão

aguardado quantitative easing (QE), a tendência será de

perda de valor do Euro face ao Dólar (refletindo também

os diferenciais de crescimento entre as duas economias),

prevendo-se uma média anual entre 1,08 e 1,12

USD/EUR em 2015, devendo manter-se sensivelmente

neste nível médio em 2016.

A partir de 2017, no quadro de um início do aperto

monetário na Zona Euro, o euro deverá começar a

recuperar.

Euro deverá cair face ao dólar

em 2015 em termos médios

anuais

POLÍTICA ORÇAMENTAL

Em 2014, o défice orçamental das administrações

públicas terá sido de 2,3% do PIB, representando o

mesmo défice de 2013, mas sendo um valor bem inferior

ao observado, em média, entre 2009 e 2012 (-4,7% do

PIB). Note-se, ademais, que o défice em 2014 foi

influenciado por alguns fatores excecionais, tais como os

ajustamentos das contribuições da UE na sequência da

adoção das novas regras contabilísticas europeias (SEC

2010). Para 2015 e 2016, o défice orçamental das

administrações públicas deverá diminuir para 1,7% e

1,2%, respetivamente, devido principalmente à melhoria

das condições macroeconómicas, mas também devido a

medidas de consolidação tomadas nos últimos anos. O

forte aumento na procura interna vai levar a uma

recuperação também da arrecadação de receita fiscal. O

Governo também limitou a dedutibilidade fiscal das

contribuições para o segundo pilar das pensões,

aumentando as receitas do imposto sobre o rendimento

de pessoas singulares e, dessa forma, melhorar o saldo

orçamental. As poupanças orçamentais importantes

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deverão vir da diminuição das despesas com cuidados de

saúde (mais de 0,3% do PIB). A descentralização das

partes de cuidados de saúde de longa duração para os

municípios e os cortes na despesa pública nesta área

deverão resultar numa melhoria das finanças públicas.

Finalmente, o menor preço do gás natural e a redução

dos limites máximos de produção têm um impacto

negativo sobre as finanças públicas. O efeito da redução

dos limites máximos de produção sobre o saldo

orçamental são limitados (menos de 0,05% do PIB em

2015 e 2016), enquanto o efeito da queda no preço do

gás é mais substancial (cerca de 0,2% do PIB).

Défice manteve-se em 2014, mas

deverá descer em 2015 e 2016

O défice estrutural deverá situar-se abaixo dos 0,5%

do PIB em 2015 e 2016. O rácio da dívida pública

bruta está previsto atingir um máximo de 69,9% do PIB

em 2015 (68,8% em 2014), dendo começar a cair em

2016 (68,9%).

Os riscos para a previsão orçamental advêm em grande

parte das incertezas macroeconómicas, embora a

volatilidade das receitas provenientes da produção de gás

natural possam criar incertezas adicionais. Com regras

mais rigorosas sobre as finanças públicas das autarquias

locais já em prática, os cortes orçamentais

implementados como parte da descentralização das

despesas de alguns cuidados de longo prazo parecem ser

alcançáveis. Finalmente, uma possível reprivatização de

parte do ABN Amro não está incluída na previsão, mas

poderia ter efeitos positivos sobre o rácio de dívida

pública.

CONTAS EXTERNAS

No final de 2014, as perspetivas de curto prazo para o

crescimento do comércio internacional tinham piorado,

como consequência da deterioração económica da

atividade da Zona Euro e do conflito entre a Rússia e a

Ucrânia. Entretanto, tem-se assistido a algum

desanuviamento, continuando a ser perspetivados

elevados excedentes médios anuais da balança corrente.

Depois da redução do excedente da balança corrente em

2013, de 8,8% para 8,5% do PIB, este subiu para 9,9%

em 2014. Prevê-se para este ano uma ligeira redução

para um excedente de 9,3%, devendo o excedente

médio anual situar-se em 9,3% do PIB no período de

2015/20.

Este valor reflete excedentes estruturais nas balanças de

bens e serviços (onde os valores das exportações

ultrapassam facilmente o valor das importações) e da

balança de rendimentos primários, que compensam um

défice moderado da balança de transferências.

Excedente da balança corrente

deverá reduzir-se este ano, mas

mantendo-se num nível elevado

POPULAÇÃO

De acordo com o FMI, a população da Holanda totalizava

16,9 milhões em 2014, acima dos 16,4 milhões em

2008, esperando o Fundo que aumente para 17,1

milhões até o final do período de previsão em 2020. O

crescimento da população diminuiu nos anos antes da

crise financeira e económica, em resultado de maiores

restrições à imigração e das políticas sociais encetadas

pelo anterior Governo de centro-direita, bem como pelo

clima cada vez mais hostil para as minorias na Holanda.

Esta tendência é provável que tenha continuado: em

2009/14 a taxa de crescimento anual da população terá

sido de 0,4% ao ano, estando previsto que desacelere

para 0,3% no período 2015/20. A taxa de natalidade (a

proporção de nados vivos no total da população)

manteve-se relativamente estável ao longo dos últimos

10 anos, mas a imigração líquida tem oscilado muito

mais fortemente, levando, assim, a mudanças na taxa de

crescimento da população. De acordo com os dados

oficiais do CBS, em 2008, a imigração líquida passou a

ser positiva pela primeira vez depois de cinco anos em

que existiu mais emigração do que imigração. No período

2009/13 a imigração líquida estabilizou, contribuindo

para taxas de crescimento mais elevadas da população.

Este desenvolvimento também pode ter sido motivado

pela maior atratividade do robusto mercado de trabalho

holandês, apesar da crise financeira global em 2008/09 e

da crise na Zona Euro desde 2010, quando o

desemprego se manteve relativamente baixo (embora

tenha aumentado entre meados de 2011 e inícios de

2013). Em 2012, a imigração líquida caiu para o nível

mais baixo desde 2008, talvez indicando que o mercado

de trabalho holandês e a abertura para trabalhadores

estrangeiros tornara-se menos atraente do que

anteriormente, mas voltou a aumentar novamente em

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Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015

2013. O maior grupo de imigrantes em 2013 era

proveniente da Polónia, com a imigração líquida a atingir

quase 10 000 pessoas naquele ano. A imigração de

países do sul da Europa, como Itália e Espanha,

continuou, apesar de um abrandamento da crise da Zona

do Euro desde meados de 2012.

Imigração líquida deverá dar um

impulso ao moderado

crescimento populacional

A imigração da Polónia, bem como de outros membros

da UE, tem sido uma característica proeminente dos

padrões de imigração para os Países Baixos desde que

novos países aderiram à UE em 2004. A Turquia,

Indonésia, Marrocos e Suriname são os principais países

terceiros de origem dos estrangeiros nos Países Baixos.

Espera-se que a Holanda continue a registar pequenos

níveis de imigração líquidos positivos no período

2015/20, aumentando ainda mais o crescimento da

população para além da taxa de crescimento natural.

Ao longo do período de previsão (2015/20), a população

dos Países Baixos deverá aumentar a uma taxa média

anual de 0,3%, em desaceleração face aos anteriores

0,4% no período histórico (2009/14), com o declínio

gradual na taxa de crescimento natural a ser, em parte,

compensado pela imigração líquida positiva. A população

dos Países Baixos deverá, por conseguinte, deverá

aumentar a partir de 16,9 milhões em 2014 para 17,1

milhões em 2020. O número de imigrantes líquidos fora

da UE deverá manter-se relativamente moderado no

período de previsão, como resultado de restrições mais

exigentes de imigração sobre não trabalhadores da UE. A

imigração de novos Estados-Membros da UE constituirá a

maior parte da imigração. A taxa de crescimento natural

tenderá a ficar ligeiramente abaixo da taxa global de

crescimento da população de cerca de 0,3%, podendo

cair ainda mais. Como em outros países desenvolvidos a

população holandesa deverá continuar a envelhecer, com

a taxa de fecundidade a permanecer baixa, esperando-se

que a esperança de vida à nascença aumente

ligeiramente até 2020 (em 2013 já estava em 81,1 anos).

O envelhecimento da população colocará um maior

encargo sobre a população em idade ativa. O aumento

do rácio de dependência dos idosos será acompanhado

por uma estabilização do rácio de dependência de

jovens. Como o número de pessoas em idade ativa

deverá diminuir ao longo dos próximos cinco anos,

existirão mais reformados por cada elemento da

população ativa, o que criará um aumento da carga

fiscal. Uma grande parte dos direitos de reforma da

Holanda é baseado num regime de capitalização, o que

pode ajudar a mitigar os efeitos adversos sobre a

despesa pública de uma população em envelhecimento.

No entanto, um aumento gradual da idade da reforma

dos atuais 65 para os 66 anos em 2018 e 67 anos em

2021 ajudará a reduzir o atual gap ao longo do período

de previsão.

População vai crescer em torno

de 0,3% ao ano e a taxa de

natalidade deverá cair

MERCADO LABORAL

Ao longo de 2014, as condições do mercado de trabalho

melhoraram em ambos os lados do mercado, isto é, mais

trabalhadores inseridos no mercado de trabalho

(emprego a crescer) e com uma diminuição substancial

da taxa de desemprego. Depois de, segundo os dados do

Eurostat em fevereiro de 2014 a taxa de desemprego ter

atingido o pico de 7,9%, diminuiu substancialmente

durante o ano tendo-se situado em 7,2% em dezembro

de 2014. É esperado que esta dinâmica continue, mas a

um ritmo mais lento.

O emprego deverá crescer gradualmente, enquanto a

taxa de desemprego deverá cair para um valor médio

anual de 7,0% em 2015, abaixo dos 7,4% observados

em 2014, que representou o valor médio anual mais

elevado desde o observado em 1996 (7,7%). Em abril a

taxa de desemprego estabilizou em 7,0%, devendo

manter-se sensivelmente neste nível até final do ano.

Prevê-se uma nova redução da taxa de desemprego em

2016, para 6,8%, devendo esta tendência de melhoria

manter-se ao longo do período de previsão, prevendo-se

uma taxa de desemprego média de 6,1% para o período

2017/20.

Taxa de desemprego enceta

tendência descendente após

pico atingido no início de 2014

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10

Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015

PERSPETIVAS DE MÉDIO LONGO PRAZO

A economia holandesa tem diversos fundamentos

económicos que irão contribuir para o seu crescimento a

médio e longo (horizonte 2015/2030), com uma

população ativa altamente qualificada, um bom

ambiente e enquadramento político, uma posição

geográfica que tem ajudado o país a desenvolver fortes

laços comerciais e um setor de transportes eficiente.

População em idade ativa vai

continuar a diminuir no período

de previsão

A par destas dimensões, tem uma das infraestruturas de

comunicações eletrónicas mais avançadas da Europa

Ocidental. A situação das finanças públicas a longo prazo

é relativamente benigna comparativamente a outros

países da OCDE, sendo que as restrições ao investimento

direto estrangeiro e ao desenvolvimento de negócios são,

de um modo geral, inexistentes. O ambiente fiscal é

bastante competitivo promovendo a atração de

investimento de empresas multinacionais. Entre as

condições menos encorajadoras está o menor

crescimento das despesas de consumo e as menores

oportunidades de financiamento, mas espera-se que a

longo prazo, estas limitações desempenhem um papel

menos importante.

Segundo as previsões das Nações Unidas, a população

em idade ativa começou a reduzir-se em 2010 e espera-

se que continue a diminuir gradualmente nos anos

subsequentes. O ritmo de queda deverá manter-se até

por volta de 2020 e será seguido de uma queda mais

acentuada no período 2021/30. Ao longo destas três

décadas, a proporção da população em idade ativa em

relação à população total cairá, em resultado de uma

menor imigração comparativamente aos anteriores 20

anos, uma redução na taxa de natalidade e um aumento

da esperança média de vida à nascença. O impacto da

diminuição da população em idade ativa na população

ativa deverá ser parcialmente compensado por uma

tendência de aumento da taxa de participação,

incentivado por uma série de mudanças políticas, como o

aumento da idade de reforma dos 65 para os 67 anos e

uma maior participação no mercado de trabalho dos

indivíduos que pertencem ao grupo dos 55-65 anos,

fazendo com que a reforma antecipada seja

financeiramente menos atraente.

Ao longo do período de previsão 2015/30, poderá existir

uma pressão acrescida sobre o aumento do número de

horas de trabalho semanais como alternativa a um

incentivo de aumentar a taxa de participação da

população ativa, o que poderá levar mais rapidamente a

uma produtividade marginal decrescente. Um menor

número de horas trabalhadas é responsável pelo maior

diferencial de produtividade entre os EUA e a UE. A

produção por hora de trabalho entre os EUA e os países

mais prósperos da UE é diretamente comparável, mas a

produção por trabalhador é inferior. A tendência de

aumento das horas de trabalho por semana poderia ter

um impacto mais benéfico na produtividade do trabalho.

No entanto, prevê-se que qualquer aumento que se

verifique nas horas de trabalho seja sempre modesto.

A Holanda é uma economia altamente dependente do

comércio, refletindo o seu papel como um importante

centro de transportes para a movimentação de

mercadorias entre países terceiros e outras economias

europeias. Além disso, a atividade numa série de setores

de serviços importantes é voltada para o comércio e

atividades correlacionadas. Como resultado, o país irá

beneficiar de uma maior liberalização do comércio da UE

com outras partes do mundo. Contudo, as perspetivas

para o fortalecimento da Organização Mundial do

Comércio (OMC), através da conclusão das negociações

da Ronda de Doha, não são muito animadoras. É mais

provável que a maior liberalização do comércio surja

através de acordos bilaterais, nomeadamente entre os

EUA e a UE e outros blocos comerciais de relevo, tenham

um impacto positivo para a economia holandesa. Tais

desenvolvimentos ajudariam a impulsionar a procura por

serviços holandeses, como as tecnologias da informação

e comunicação (TIC), a logística e a engenharia.

Crise económica e financeira

global atinge o crescimento

potencial de longo prazo

As crises económicas e financeiras em 2008/09 e

2011/13 são suscetíveis de ter reduzido o crescimento

potencial da economia a longo prazo. As mudanças ao

nível da regulação destinadas a reduzir o risco de uma

nova crise financeira podem limitar a capacidade de

concessão de empréstimos por parte das instituições

financeiras, o que significa que um período de

crescimento impulsionado pelo crédito, como em

2004/07, será menos provável em 2015/30. O setor

financeiro holandês, que foi um motor do crescimento

económico antes da crise, não deverá ser tão dinâmico

nos próximos anos, devido às mudanças regulatórias em

curso, que irão desincentivar medidas expansionistas que

impliquem uma maior tomada de risco. A nível global e

entre outros países desenvolvidos membros da OCDE a

tendência será idêntica, o que restringirá, de certa forma,

as taxas de crescimento, bem como o crescimento do

comércio mundial. O maior ímpeto dos mercados

emergentes ao longo do período de previsão deverá ter

efeitos quer benéficos, quer restritivos sobre a economia

holandesa. Por um lado, uma economia orientada para a

exportação como a da Holanda pode lucrar com a maior

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11

Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015

procura por bens de investimento e serviços profissionais.

Por outro lado, o rápido crescimento destas economias

vai aumentar a procura global por commodities, o que

colocará uma pressão ascendente nos preços das

commodities e levando, desta forma, a uma

transferência de rendimento da Holanda para os

produtores de commodities.

Esperamos que o processo de alargamento da UE,

embora em desaceleração, não tenha chegado ainda ao

fim. Uma desvantagem para a economia holandesa é

que o desempenho do crescimento dos seus principais

mercados no ceio da UE continuará a ser modesto por

algum tempo. O crescimento poderá voltar a taxas mais

elevadas nos países da periferia da UE, incluindo os

novos Estados-Membros do leste, mas as economias de

muitos países da Europa Ocidental serão constrangidas

por alguns anos devido às maiores debilidades e

restrições do setor bancário num contexto de maiores

restrições orçamentais. A crise da dívida soberana na

Zona Euro diminuiu desde meados de 2012, mas

continua a representar um risco potencial para a

Holanda, uma vez que ainda permanece concebível,

embora muito menos expectável, uma rutura parcial ou

total da Zona Euro no longo prazo. Isso seria muito

perturbador para a economia holandesa, para o sistema

financeiro e para o cenário político.

A Holanda tem uma longa história como país estável e

livre de ditaduras, com fundamentos bem assentes num

Estado de Direito, imposto por um poder judicial

independente e apoiado por uma economia de mercado

bem estabelecida (na verdade, a Holanda afirma ser o

primeiro país a ter introduzido as sociedades por ações).

Os fundamentos institucionais responsáveis por

promover a concorrência são um mecanismo de grande

importância e que confere uma maior profundidade a

uma economia maioritariamente orientada nas forças de

mercado. Estes fundamentos são apoiados por uma

autoridade de concorrência ativa e na implementação de

medidas oriundas da UE para liberalizar os mercados em

setores como as telecomunicações, eletricidade, gás e,

cada vez mais, os serviços postais. O papel dos sindicatos

permanece muito mais importante do que na maioria

das economias, com uma tradição liberal de mercado,

embora a filiação sindical esteja em declínio. Foi, por

exemplo, com o acordo dos sindicatos que grandes

reformas no mercado de trabalho foram introduzidas na

década de 1980, levando a uma enorme expansão do

emprego na década de 1990. Foi concluído um novo

acordo, depois de alguma tensão, no final de 2004. O

desempenho dos alunos do ensino secundário

holandeses em ciência e leitura compara favoravelmente

com outros países membros OCDE. O aumento da carga

fiscal a longo prazo e a redução dos serviços públicos

deverão continuar na agenda política nos próximos

tempos, com o intuito de financiar a segurança social e o

sistema de saúde e manter a sustentabilidade das

finanças públicas.

Fundamentos sólidos devem

sustentar um desempenho

razoável do PIB

As nossas projeções de longo prazo para a Holanda são

razoavelmente positivas, mas as previsões para o

crescimento real do PIB per capita para o horizonte

2015/30 dificilmente serão animadoras, com a taxa de

crescimento média anual a dever rondar os 1,6%. No

entanto, existem razões para um maior otimismo em

relação aos fundamentos económicos sólidos, às

condições competitivas, à posição avançada do país em

investimento e utilização das TIC, aos elevados níveis de

escolaridade da população ativa, que esperamos que seja

uma tendência que os próximos governos continuem a

promover, às sólidas instituições académicas (apesar de

algumas preocupações sobre a qualidade do ensino

superior), num contexto de apoio por parte do Governo

e de proliferação de negócios. Todos estes fatores devem

estimular o crescimento da produtividade do trabalho,

enquanto as políticas já em vigor devem aumentar a taxa

de participação da população ativa, em especial de

trabalhadores mais velhos, embora haja um risco de que

o potencial de melhoria nesta área possa ser limitado. A

aceleração prevista no declínio da população em idade

ativa durante a segunda metade do período de previsão

irá, a longo prazo, conter o crescimento da

produtividade do trabalho. O crescimento potencial da

economia será afetado a médio prazo pelas

consequências da crise económica e financeira,

esperando-se um recrudescimento a longo prazo se o

Governo adotar medidas estruturais que permitam

combater a tendência de envelhecimento populacional e

de cortes nas despesas públicas.

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12

Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015

ÍNDICE DE LIBERDADE ECONÓMICA - The Heritage Foundation

Holanda é a 17.ª economia mais

livre dos países que compõem o

índice em 2015

A pontuação da Holanda ao nível da liberdade

económica é de 73,7 pontos, correspondendo à 17.ª

economia mais livre dos países que compõem o índice

em 2015. Trata-se de um resultado que fica 0,5 pontos

abaixo do observado no ano anterior, refletindo

deteriorações em quatro das suas 10 componentes,

incluindo na liberdade de negócios e na liberdade de

corrupção, que foram suficientes para compensar os

ganhos significativos na liberdade laboral. A Holanda

está em 8.º lugar entre os 43 países da Europa e a sua

pontuação excede as médias regional e mundial.

A Holanda tem uma longa história de abertura ao

comércio externo e à liberdade económica. O porto de

Roterdão é um dos mais movimentados a nível mundial e

corresponde ao principal ponto de entrada de bens na

Europa. Contudo, nos últimos cinco anos, o

compromisso do país para com um modelo de economia

de mercado tem estado sob pressão. A liberdade

económica diminuiu desde 2011, caindo um ponto

desde então, em resultado de uma despesa pública

excessiva e de um aumento na perceção de corrupção.

Apesar desta tendência negativa, a economia holandesa

continua a ter pilares sólidos no que diz respeito à

liberdade económica. Os direitos de propriedade e o

regime de investimento correspondem aos segundos

mais livres do mundo. As regulações ao nível empresarial

são mais eficientes do que os restantes países europeus,

conferindo uma vantagem comparativa a este país.

Contudo, a política orçamental continua a ser uma

preocupação. Os impostos são elevados, mas a despesa

pública é ainda mais elevada, o que coloca uma pressão

ascendente sobre a dívida pública.

Enquadramento

A coligação de centro-direita liderada pelo Primeiro-

ministro Mark Rutte colapsou em abril de 2012, quando

o partido para a liberdade Geert Wilders recusou apoiar

um pacote de austeridade. O Partido de Mark Rutte e o

seu principal aliado de coligação de centro-esquerda, o

partido trabalhista, alcançaram um apoio redobrado para

se manterem no poder durante as eleições que tiveram

lugar em setembro de 2012. A Holanda foi um dos

países fundadores da atual União Europeia e sob a

liderança de Mark Rutte tem sido um dos principais

apoiantes da ideia de que os Estados Membros devem

ter mais poder no seio da União. A Holanda é também

um dos principias centros do comércio internacional.

Estado de Direito Eficácia da Regulação Apesar de se terem registado deteriorações na liberdade

de corrupção, de um modo geral a Holanda é um país com

poucos problemas a esse nível. Medidas de anticorrupção

efetivas asseguram a integridade do Governo. Entrou em

vigor uma nova lei de financiamento das campanhas

eleitorais. O enquadramento legal permite assegurar uma

robusta proteção dos direitos de propriedade privada, bem

como o cumprimento dos contratos. O sistema judicial é

completamente independente do poder político, sendo

respeitado e tomando decisões de forma justa entre os

diferentes litígios que possam existir.

O ambiente empresarial global é bastante eficiente,

sendo necessários apenas 4 passos e 4 dias para abrir

uma empresa, não existindo requisitos mínimos de

capital. No entanto, o processo de atribuição de licenças

é ainda um pouco moroso. Os custos não salariais de

empregar um trabalhador são ainda elevados, embora o

pagamento de indeminizações não seja excessivamente

elevado. A estabilidade monetária tem sido bem

conseguida. Mais recentemente o Governo cortou os

subsídios que atribuía aos projetos de produção elétrica

através de energia eólica offshore.

Intervenção do Governo Abertura Económica A taxa máxima de IRS é de 52% e a de IRC de 25%.

Outros impostos incluem o IVA, o imposto sobre mais-

valias e um imposto sobre sucessões. A carga fiscal global

corresponde a 38,6% do PIB, a despesa pública a 50,4% e

a dívida pública a 75%.

Os membros da UE têm uma tarifa alfandegária média

baixa de apenas 1% e, em geral, têm poucas barreiras

não tarifárias ao comércio. De um modo geral, a

Holanda trata de forma igual os investidores

estrangeiros e nacionais. O competitivo setor financeiro

oferece um vasto leque de instrumentos financeiros,

tendo o Governo nos últimos anos nacionalizado um

conjunto de bancos [na sequência da crise financeira

internacional], planeando também vender algumas

dessas posições no futuro.

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13

Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015

INDICADORES DE RISCO

COUNTRY’S SCORE OVER TIME COUNTRY COMPARISONS

R a t i n g d a s A gê n c i as

SCORE % 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Overall Score 72.9 75.4 75.5 77.4 77.0 75.0 74.7 73.3 73.5 74.2 73.7

Property Rights 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0

Freedom from Corruption 89.0 87.0 86.0 87.0 90.0 89.0 89.0 88.0 89.0 88.0 83.0

Government spending 28.0 29.1 34.9 38.2 36.2 38.4 36.8 20.9 24.7 25.6 23.8

Fiscal Freedom 45.7 48.0 48.8 51.6 50.9 52.0 50.6 51.2 52.1 51.7 51.8

Business Freedom 70.0 87.5 88.4 88.0 86.5 82.6 81.9 81.9 83.0 89.7 84.3

Labor Freedom 61.5 62.9 62.7 65.8 63.3 59.1 58.3 60.0 58.6 59.6 66.3

Monetary Freedom 84.8 86.6 87.2 86.9 87.0 81.0 82.7 83.6 81.1 79.9 79.8

Trade Freedom 80.2 82.4 86.6 86.0 85.8 87.5 87.6 87.1 86.8 87.8 88.0

Investment Freedom 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0 90.0

Financial Freedom 90.0 90.0 80.0 90.0 90.0 80.0 80.0 80.0 80.0 80.0 80.0

F o nte : The Heritage Fo undatio n.

Rating Heritage Foundation

SCORE % 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2013 2014

Country Risk - - 20.0 20.0 17.0 24.0 26.0 26.0 30.0 27.0 26.0 A A

Sovereign* - - 20.0 14.0 11.0 21.0 20.0 24.0 28.0 25.0 23.0 A A

Currency* - - 23.0 21.0 17.0 23.0 25.0 25.0 29.0 27.0 26.0 A A

Economic - - 15.0 10.0 10.0 18.0 20.0 20.0 20.0 20.0 23.0 A A

Political - - 19.0 18.0 13.0 13.0 14.0 17.0 18.0 14.0 14.0 AA AA

Banking* - - 19.0 26.0 22.0 29.0 32.0 28.0 32.0 30.0 30.0 BBB BBB

F o nte : EIU. No ta (*): Utilizado na co ntrução do "Co untry Ris k".

Rating EIU (The Economist Inteligence Unit)

Rating

S&P AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AA+ AA+ AA+

Moody's - - - - - - - - - - - - - - AAA - AAA AAA AAA

Fitch - - AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA

Compósito AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA

N o ta : O rating co mpó s ito res ulta da média das 3 agências .

20062005 2010200920082007 20152014201320122011

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14

Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015

CHART BOOK

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

5

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

GDP Growth (%)

The Netherlands - GDP Grow th%

Source: IMF (April 2015)

40,000

42,000

44,000

46,000

48,000

50,000

52,000

54,000

56,000

58,000

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

Per Capita GDP

The Netherlands – Per Capita GDP$

Source: IMF (April 2015)

18.0

18.5

19.0

19.5

20.0

20.5

21.0

21.5

22.0

22.5

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

% GDP

The Netherlands – Investment (% GDP)%

Source: IMF (April 2015)

25

26

27

28

29

30

31

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

% GDP

The Netherlands – Gross National Saving (% GDP)%

Source: IMF (April 2015)

4

5

6

7

8

9

10

11

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

% GDP

The Netherlands – Current Account (% GDP)%

Source: IMF (April 2015)

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

2.5

3.0

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

Inflation Rate

The Netherlands – Inflation Rate%

Source: IMF (April 2015)

3.5

4.0

4.5

5.0

5.5

6.0

6.5

7.0

7.5

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

Unemployment Rate

The Netherlands – Unemployment Rate%

Source: IMF (April 2015)

40

44

48

52

56

60

64

68

72

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

% GDP

The Netherlands – Public Debt (% GDP)%

Source: IMF (April 2015)

-6

-5

-4

-3

-2

-1

0

1

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

% GDP

The Netherlands – Budget Balance (% GDP)%

Source: IMF (April 2015)

16.3

16.4

16.5

16.6

16.7

16.8

16.9

17.0

17.1

17.2

.0

.1

.2

.3

.4

.5

.6

.7

.8

.9

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

Population Growth Rate (%)

The Netherlands - Population10^6 %

Source: IMF (April 2015)

-12

-8

-4

0

4

8

12

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

Exports Growth (%)

The Netherlands - Exports Grow th%

Source: IMF (April 2015)

-8

-6

-4

-2

0

2

4

6

8

10

12

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

Imports Growth (%)

The Netherlands - Imports Grow th%

Source: IMF (April 2015)

Page 15: 2 Bens (%) -0.2 -8.5 13.2 4.6 3.0 1.0 3.1 3.5 3.6 3.7 3.8 ... · PIB per capita PPP $ 45 448 44 055 44 839 46 309 46 221 46 435 47 355 48 317 49 586 51 356 53 259 55 ... Código Descrição

15

Departamento de Estudos // Canadá //maio 2015

Departamento de Estudos // Holanda //junho 2015

DEPARTAMENTO DE ESTUDOS

Rui Bernardes Serra Chief Economist

[email protected]

José Miguel Moreira Senior Economist

[email protected]

Margarida Filipe Junior Economist

[email protected]

Artur Patrício Junior Economist

[email protected]

APOIO À INTERNACIONALIZAÇÃO DAS EMPRESAS Florbela Cunha Head of Unit

[email protected]

Rita Marques Trade Finance

[email protected]

Luis Carvalho Africa Business

[email protected]

Carla Marques Mendes International Business Advisor

[email protected]

Alexandra Neves International Business Advisor [email protected]

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para fins exclusivamente informativos.

Todos os dados, análises e considerações nele contidas estão simplesmente baseadas no que estimamos ser as melhores

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podendo ser livremente modificadas a todo o tempo e sem aviso prévio.

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