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2 Editorial...2 Editorial DIRETORIA Mariza Monte iro Borges Presid ente Rogério de Oliveira Silva Vice-presidente Maria da Graça Corrêa Jacques Secretária Sergio Luis B raghini

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Page 1: 2 Editorial...2 Editorial DIRETORIA Mariza Monte iro Borges Presid ente Rogério de Oliveira Silva Vice-presidente Maria da Graça Corrêa Jacques Secretária Sergio Luis B raghini
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2 Editorial

DIRETORIA

Mariza Monteiro Borges Presidente

Rogério de Oliveira Silva Vice-presidente

Maria da Graça Corrêa JacquesSecretária

Sergio Luis Braghini Tesoureiro

CONSELHEIROS EFETIVOSDorotéa Albuquerque de CristoSecretária Região Norte

Inara Barbosa LeãoSecretária Região Centro-Oeste

João Baptista Fortes de OliveiraSecretário Região Sul

Meire Nunes VianaSecretária Região Nordeste

Lurdes Perez ObergSecretária Região Sudeste

PSICÓLOGOS CONVIDADOSNádia Maria Dourado RochaRosano Freire Carvalho

CONSELHEIROS SUPLENTESEliandro Rômulo Cruz Araújo

Jacqueline de Oliveira Moreira

Silvana Carneiro Maciel

Viviane Moura de Azevedo Ribeiro

João Carlos Alchieri

Suplente Região Nordeste

Madge Porto Cruz

Suplente Região Norte

Roberto Moraes Cruz

Suplente Região Sul

Sandra Luzia de Souza Alencar

Suplente Região Sudeste

Vera Lucia Morcelli

Suplente Região Centro-Oeste

PSICÓLOGOS CONVIDADOS SUPLENTESMaria Augusta Rondas SpellerJefferson de Souza Bernardes

COLETIVO AMPLIADOAna Maria Jacó-VilelaMemória da Psicologia

Bárbara de Souza ContePsicoterapia

Carla Andréa RibeiroAssistência Social

Loiva de BoniÁlcool e Drogas

Luciana Ferreira ÂngeloPsicologia do Esporte e da Atividade Física

Marco Aurélio Máximo PradoDireitos Humanos

Raquel GuzzoEducação e Assistência Social

Rodrigo Torres OliveiraPsicologia Jurídica

Silvia KollerRelações com a BVS-PSI

Tânia GrigoloSaúde Mental

Vera PaivaDireitos Humanos

COORDENADOR GERALJosé Carlos de Paula

GERENTE DE COMUNICAÇÃO SOCIALMaria Goes de Mello

JORNALISTA RESPONSÁVELMaria Goes de Mello - MTB 9088

REPORTAGEMAndré Martins de AlmeidaMaria Goes de MelloRaquel de Lima Marques Alves

APOIO TÉCNICOAna Clara de Medeiros Araújo Marcos Cavalcante NobrePablo Emílio de Mattos

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃOMark Florest

Conselho Federal de Psicologia Jornal do Federal - novembro 2014

Bem-vindo (a)!

Olá, psicólogo(a)!

O Jornal do Federal alcança sua 109ªedição com uma nova proposta editoriale gráfica. As inovações em sua forma econteúdo se baseiam em uma pesquisaquantitativa que apontou que parte ex-pressiva da categoria vinha se desinte-ressando por este veículo de comuni-cação. Os motivos eram variados, masfundamentalmente, porque o caráterdinâmico da Internet transformou o tipode demanda por notícias impressas,apontando para a necessidade de apre-sentarmos um meio que se destine aaprofundar de forma mais analítica seuconteúdo noticioso - além de propor-cionar maior interação com a categoriae apresentar materiais formativos sobrea Psicologia como ciência e profissão.

Por isso, esta edição do Jornal chegaaté você com muitas novidades.

A seção “Fala, psicólog@!” inovaao abrir espaço para que o (a) profis-

sional possa contar, à sua própria ma-neira, sobre sua rotina de trabalho, seufazer profissional cotidiano, suas pers-pectivas e críticas relativas à Psicologiaa partir de seu local de atuação. A ideiaé que, a cada edição do Jornal do Fe-deral, um(a) profissional de cada regiãodo Brasil seja sorteado(a) para falarsobre sua realidade - como aconteceucom a psicóloga Thahyana Lima, queatua no Serviço de Convivência e For-talecimento de Vínculos no Centro deReferência da Assistência Social do mu-nicípio de Jaguaruana (Ceará).

Em “Memórias da Psicologia”, a his-tória do nosso campo como ciência eprofissão será contada por capítulos, acada edição, desde seus primórdios atéos dias de hoje. O primeiro relata a Psi-cologia desde o final do século XIX atémeados dos anos 1940, ainda antes doperíodo de industrialização do Brasil.

Em ano de realização da Copa doMundo (e a um ano dos Jogos Olímpi-

cos no Brasil), a psicóloga LucianaAngelo explica, em uma entrevista,a trajetória, as atribuições e os benefí-cios da Psicologia do Esporte para asociedade.

Apresentamos, também, as açõesque o Conselho vem desempenhandono sentido de contribuir com o fortale-cimento institucional da categoria: aluta pelas 30 horas semanais no Con-gresso Nacional, a atualização da Tabelade Honorários e o impedimento doandamento do projeto conhecido comoNovo Ato Médico são alguns dos temasprioritários de atuação em defesa daPsicologia no Brasil.

O compromisso com a transparênciase materializa na seção que apresentamedidas administrativas importantes,tomadas recentemente com vistas àracionalização dos gastos e o controleaustero das despesas, como sinal derespeito às psicólogas e psicólogos bra-sileiros que se esforçam para manter

em dia o pagamento das anuidadesem seus Conselhos Regionais.

“CFP em Ação” traz um panoramada representatividade do Conselhoem mais de 80 instâncias, internas eexternas, em áreas como direitos hu-manos, saúde, segurança pública, for-mação, ética, exercício profissional edefesa da categoria. A cada númerodo Jornal do Federal, serão apresentadasas iniciativas relacionadas aos muitosconselhos, fóruns e comissões dosquais o CFP participa e constrói coti-dianamente.

Queremos que você seja o principalcolaborador do Jornal do Federal. Assim,uma enquete no site do Conselho jáestá no ar para que possamos receber,de todos (as) os (as) psicólogos (as),as contribuições para seguirmos apri-morando este importante instrumentode comunicação de nossa categoria.

Boa leitura!

Ano XXV, nº 109 - Novembro 2014

SAF SUL, Quadra 2, Lote 2, Bloco B, Ed. Via Office, Térreo, sala 104CEP: 70.070-600 - Brasília/DF BrasilFone: (61) 2109-0100 - FAX: (61) 2109-0150www.cfp.org.br

F /conselhofederaldepsicologiaT @cfp_psicologia

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3CFP em ação

Conselho Federal de Psicologia Jornal do Federal - novembro 2014

Um Conselho, muitas lutas

A formação, o exercício profissional,o respeito à pluralidade da Psicologiae a defesa incondicional dos DireitosHumanos têm sido a tônica da atuaçãodo Conselho Federal de Psicologia(CFP). Para isso, o XVI Plenário doCFP vem priorizando ações para a me-lhoria das condições de trabalho, or-ganização, formação e valorização dacategoria, sempre pautado pelo diálogopermanente com a sociedade.

A agenda de atividades da autarquiacontém, ainda, um conjunto de temasrelativos a questões da sociedade bra-sileira, como saúde, assistência social,segurança, justiça e promoção de di-reitos, direitos humanos e cidadania,educação, diversidade, trabalho e or-ganizações. As atividades contemplama participação e o posicionamento doCFP construídos coletivamente pormeio de deliberações em plenárias eencontros da Assembleia de Políticasda Administração e das Finanças (APAF)nos temas da vida brasileira.

Exercício profissional e a defesa da categoria

A agenda sobre o exercício profis-sional do CFP agrupa um conjunto detemas voltados ao desenvolvimentodos aspectos ligados desde a formaçãodo (a) psicólogo (a) até as reais condi-ções de trabalho, com seus impactosno compromisso ético, na defesa in-condicional dos direitos humanos e napluralidade da Psicologia.

Pela melhoria das condições de tra-balho, a autarquia tem aprimorado asrelações junto aos sindicatos e entidadesrepresentativas da categoria e de outrasprofissões, além de articulação juntoao Congresso Nacional, aos gestorespúblicos e ao Sistema Conselhos. Nesteano, abriu, em parceria a FederaçãoNacional dos Psicólogos (Fenapsi), aconsulta pública sobre a Tabela de Ho-norários (documento de referência na-cional de valores de honorários cobra-dos por serviços da categoria) e acom-panha na Casa Legislativa os projetosde lei relacionados ao piso salarial.

Dentre as ações desenvolvidas pelaautarquia estão também a gestão deprojetos por meio de editais, a capaci-tação dos CRPs, a reestruturação ad-ministrativa da autarquia, o aprimora-mento da qualidade dos dados do Ca-dastro Nacional de Psicólogos (as) e odiálogo com os profissionais de todasas áreas da Psicologia. “Quando nósformamos esta gestão, a nossa preo-cupação principal foi dar voz à diversi-dade da psicologia brasileira. Essa preo-cupação se efetivou na formação dadiretoria e do Plenário, para que pu-déssemos ouvir a todas as psicologiasque temos no Brasil”, explica a Secre-tária da gestão 2013/2016 do CFP, Mariada Graça Jacques.

De acordo com a conselheira, oCFP quer aprimorar o diálogo tambémpor meio da busca da transparênciadas ações da entidade. Pela primeiravez, a autarquia realizará editais para odirecionamento de seus recursos. “Es-tamos buscando a transparência e aparticipação. Vamos criar editais e abrirpara todas as entidades que tivereminteresse em participar, o que irá permitirque todas as entidades tenham clarezapara saber quais os critérios do CFPpara seus apoios”.

Para ouvir melhor as demandas, oCFP tem como meta desenvolver umCentro de Orientação do Trabalho emPsicologia. Trata-se de uma plataformadigital que possibilitará a consulta e

orientação aos profissionais. Ela dispo-nibilizará documentos de referênciascomo resoluções, orientações técnicas,manuais, textos, vídeos, palestras e cur-sos. Poderão ser acessados também es-clarecimentos e espaços para sanar asdúvidas mais frequentes da categoriasobre documentos emitidos por psicó-logos. Além disso, contará com espaçosinterativos onde os (as) psicólogos (as)poderão participar de fóruns, enquetes,pesquisas e outros canais diretos com oCFP. “Será um espaço de diálogo diretocom a categoria onde, por exemplo,poderemos realizar levantamentos sobreas condições de trabalho dos profissionaisem diferentes espaços de atuação”, ex-plica Mariza Borges, presidente do CFP.

Conheça os grupos de trabalho, frentes e comissões em que o XVI Plenário do CFP atua

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4 CFP em ação

Conselho Federal de Psicologia Jornal do Federal - novembro 2014

FormaçãoA formação científica e profissional

da Psicologia é também prioridade doCFP, que tem trabalhado para a revisãodos processos e requisitos necessáriospara a obtenção do título de especialista,bem como para a avaliação de cursosde graduação em Psicologia junto aoMinistério da Educação.

O CFP iniciou, ainda, uma parceriajunto ao MEC para a avaliação dos cur-sos de formação e graduação, e iráparticipar da avaliação, autorização, re-conhecimentos e renovações de cur-sos. “Isso para nós é muito importante,mas o Conselho não pode fazer issosozinho. Precisa dos CRPs, da ABEP edos cursos de graduação para isso”,explica o conselheiro Jefferson Bernar-des. Segundo ele, o CFP tem buscadoum reposicionamento para promovero diálogo sobre a formação em Psico-logia com toda a sociedade brasileirae, especificamente, junto aos cursosque demandam as formações. A pro-posta é realizar encontros e debatespara o diálogo e parcerias com os CFPse a ABEP e com cursos de graduaçãoe pós-graduação.

“No Conselho Nacional de Educaçãohá um projeto do Conselho de tentarregular as especializações no país. Dessamaneira, o CFP busca soluções conjuntaspara qualificar ao máximo a especiali-zação em psicologia para uma melhorformação para o(a) psicólogo(a). Equando falamos em formação estamosfalando em uma formação crítica, his-tórica, contextualizada, que leve emconta compromissos sociais para coma sociedade brasileira e que fale e quetrabalhe de forma direcionada para asnecessidades das diversas populaçõesque compõem esse país”, explica.

Orientação e éticaA Secretaria de Orientação e Ética

promove a revisão das normativas deorientação e fiscalização e instrumen-taliza os conselheiros e fiscais para suaatuação. “Temos um papel de dialogar

tanto com os regionais quanto com ospsicólogos no Brasil para o fortaleci-mento da profissão junto à sociedade.Para tanto, trabalhamos em conjuntocom a CDH”, explica a conselheira doCFP Dorotéa Albuquerque de Cristo.Nesta gestão, teve início a implementa-ção do procedimento de conciliaçãono Sistema Conselhos de Psicologia: “Aideia é que o número de representaçõesque chegam aos Regionais não sejamtodas transformadas em processos, paraevitar o excesso de processos”, explica.

CongressoNo Congresso Nacional, em Brasília,

a equipe do CFP acompanha as pautasde interesse da categoria, como o PLdas 30 horas (PL 3338/08), que alteraa carga horária dos profissionais psi-cólogos para 30 horas; o PL 5440/2009,que dispõe sobre o piso salarial dosprofissionais de psicologia; o PL3688/2000, que dispõe sobre a intro-dução de assistente social e psicólogo

no quadro de profissionais de educaçãonas escolas e o PL7200/2010, que tratada ampliação da participação dos pro-fissionais da saúde na perícia da previ-dência social, entre outros temas.

SaúdeDentre as ações na área de saúde,

destacam-se a luta contra a privatizaçãoda saúde e a defesa do Sistema Únicode Saúde (SUS), dos princípios da Re-forma Psiquiátrica e da Política de Aten-

ção Integral ao Usuário de Álcool eOutras Drogas, com garantia da hu-manização do cuidado. Para isso, aautarquia tem representatividade eacompanha o Conselho Nacional deSaúde do Ministério da Saúde, a FrenteNacional Contra a Privatização da Saúde(FNCPS), além de realizar atividadesem conjunto com os Conselhos Re-gionais de Psicologia (CRPs) para odebate e o compartilhamento de in-formações. Além disso, o CFP acom-panha as atividades do Conselho Na-cional de Políticas sobre Drogas - CO-NAD/Ministério da Justiça, bem comosuas comissões e grupos de trabalho.

A equipe do CFP tem buscado umaaproximação com os profissionais daPsicologia inseridos na rede pública desaúde, em especial os que trabalhamnas Comunidades Terapêuticas e naLuta Antimanicomial - com a aproxi-mação com diferentes interlocutoresque atuam no campo. Segundo LoivaMaria De Boni Santos, membro do Co-letivo Ampliado do CFP, a proposta éque seja ampliado o número de inter-locutores e parceiros na sociedade nopróximo período.

A entidade entende que devem serconstruídas alternativas para o modelomanicomial, estimulando a prevençãoe a promoção da saúde e da cidadaniaa partir de novos dispositivos de atenção,inclusive aos usuários de saúde mentalem conflito com a lei. “A Comissão deSaúde está se reunindo para fazer, den-tro da agenda de 2015, uma discussãoda saúde mental em defesa da ReformaPsiquiátrica. Além disso, outra novidadeé que o tema de álcool e outras drogasestá sendo construído em agenda con-junta com a Comissão dos Direitos Hu-manos (CDH) do CFP”, explica Santos.

Em relação ao tema Saúde Suple-mentar, ela explica ainda que a autar-quia considera que a Saúde Suplemen-tar obtenha o mesmo tipo de atençãooferecida pelo Sistema Único de Saúde(SUS): “Necessitamos de um olhar in-tegral, um trabalho interdisciplinar e asuperação da lógica de que profissõespodem ser superiores umas às outras.

“...estamos falando em uma formação crítica,

histórica, contextualizada, que leve em conta

compromissos sociais para com a sociedade

brasileira”

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Conselho Federal de Psicologia Jornal do Federal - novembro 2014

Quando trabalhamos na lógica do for-talecimento do Estado na política pú-blica de saúde, buscamos a não pre-carização da saúde e a garantia dos di-reitos à saúde dos usuários”.

Direitos HumanosA Comissão de Direitos Humanos

atua em conjunto com os Grupos deTrabalho relacionados às políticas deSaúde e de Segurança, Justiça e Pro-moção de Direitos: “Nós tivemos váriasreuniões da Comissão para debater asituação das políticas do enfrentamentodo uso e abuso de drogas e considera-mos uma possibilidade futura de dili-gência em manicômios como partedas ações. Mas para o próximo tema aser enfrentado, das comunidades tera-pêuticas, temos que preparar os con-sensos nas áreas que envolvam denovo um debate com as diversas pers-pectivas, e também convocar os CRPSpara debater”, diz Vera Paiva, coorde-nadora da CDH da autarquia.

Baseado na luta pela garantia dosdireitos humanos e por uma sociedademais inclusiva, o CFP encampa questõescom interface na Psicologia em relaçãoà segurança pública, justiça e à pro-moção de direitos. Para isso, tem pro-posto debates, discussões, articulaçõese ações em torno dos eixos sistemapenal, criança e adolescente, família ejuizados especiais e saúde mental.

“A autarquia intenciona problema-tizar o instituto da medida de segurançae o mito da periculosidade enquantoideologia que impulsiona e mantémpráticas punitivas e segregatórias, ob-jetivando evidenciar as condições parao cumprimento da medida de segurançae a manutenção, indeterminada, dapericulosidade dos sujeitos portadoresde sofrimento mental em conflito coma lei”, explica Rodrigo Torres Oliveira,membro do Coletivo Ampliado. O CFPtem dialogado com a Ordem dos Ad-vogados do Brasil (OAB) e o MinistérioPúblico (MP) para articular ações deinspeção, avaliação aos manicômios,hospitais de custódia.

A defesa da infância e da juventudetambém é prioridade da autarquia, queatua pela aplicabilidade integral do Es-tatuto da Criança e do Adolescente –ECA. “Em 2015 o ECA faz 25 anos,uma oportunidade para que a categoriae a sociedade promovam ações e debatessobre o Estatuto, a proteção integral, asmedidas e o atendimento socioeducativo- crianças e adolescentes enquanto su-jeitos de direitos”, aponta Oliveira.

Na Comissão Nacional dos Direitosda Criança e do Adolescente (Co-nanda), o CFP faz parte da comissãoorganizadora da X Conferência Nacio-nal dos Direitos da Criança e do Ado-lescente (CNDCA), que será realizadaem 2015, em Brasília. “Uma particula-ridade deste processo é que represen-tantes de adolescentes de todo o Brasilestão na organização da 10ª CNDCA.Antes eles apenas participavam dasConferências, mas não estavam na Co-missão Organizadora. Agora estão”, ex-plica Esther Arantes, representante daautarquia no Conselho.

O CFP tem dado prioridade, ainda,à garantia dos direitos nos diferentesprocessos judiciais, através da ampliaçãodo debate sobre a escuta de crianças eadolescentes, evitando sua vitimização,

e participou no Conanda da aprovaçãode minuta de resolução acerca da pro-teção dos mesmos nos processos deescuta no Sistema de Garantia de Di-reitos. A atuação do CFP no Conandatambém faz frente à redução da maio-ridade penal.

Mulheres

O CFP trabalha para a garantia dosdireitos fundamentais da população fe-minina, defendendo os direitos sexuaisreprodutivos das mulheres, e bus-cando a promoção de debates sobresua inserção no mundo do trabalho,na educação, nos espaços de poder.“O Conselho tem grande responsabi-lidade sobre a questão dos direitos dasmulheres, principalmente quando te-mos uma maioria majoritariamente fe-minina (89% dos profissionais da Psi-cologia são mulheres). Por seremcuidadoras, as mulheres estão à frenteda procura pelo atendimento psicoló-gico e pelos serviços de saúde”,explica Madge Porto, que representao CFP no Conselho Nacional dos Di-reitos da Mulher (CNDM), onde a au-tarquia tem cargo de suplência. Ela

lembra que o CFP discute também ascondições da tripla jornada de trabalhodas mulheres, inclusive das própriaspsicólogas.

TransversalidadeA ampliação do debate sobre o es-

porte como valor social e como um di-reito fundamental de todos e pelosdireitos das pessoas com deficiência,além de ações voltadas para a igual-dade racial, defesa da Universalizaçãodo Acesso à Educação e a democrati-zação das comunicações, por exem-plo, são temas em que o CFP tem tidoo acompanhamento transversal da Co-missão de Direitos Humanos. O arca-bouço de ações envolve ainda oenfrentamento à tortura e violência, àhomofobia e defesa da laicidade, aten-ção a populações específicas e comu-nidades tradicionais. A autarquia temrepresentatividade na Comissão Nacio-nal de Direitos Humanos (CNDH) daPresidência da República (foto), desen-volvendo atividades de incentivo à re-flexão sobre os direitos humanosinerentes à formação, à prática profis-sional e à pesquisa em Psicologia.

Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) da Presidência da República, recém-eleita

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6 Fortalecendo a profissão

Conselho Federal de Psicologia Jornal do Federal - novembro 2014

Conselho se mobiliza no Congresso Nacional

Os (as) profissionais psicólogos(as) comemoraram, em julho, maisum passo histórico de uma conquistaesperada há anos: a redução da jor-nada de trabalho para 30 horas, semredução salarial. O Projeto de Lei nº3338, de 2008, foi aprovado no dia 15daquele mês pela Comissão de Consti-tuição e Justiça e Cidadania da Câmarados Deputados (CCJC), e agoraaguarda o prazo regulamentar da CasaLegislativa de cinco sessões plenáriaspara que seja sancionado pela presi-denta Dilma Rousseff (veja abaixo).

A aprovação é fruto de intensa arti-culação do o Conselho Federal de Psi-cologia (CFP), da Federação Nacionaldos Psicólogos (Fenapsi), dos ConselhosRegionais e sindicatos junto ao Con-gresso Nacional. Além do trabalho juntoaos parlamentares, as entidades lança-ram campanhas de mobilização pelaaprovação do projeto em todo o país.

A categoria considera que a redu-ção da jornada de trabalho é coerentecom as demandas dos profissionais dosetor da saúde, tendo sido uma dasresoluções da 14ª Conferência Nacio-nal de Saúde e sendo uma dasdemandas da Frente Nacional Contra aPrivatização da Saúde. Para o CFP,a redução da carga horária aumentaráa qualificação dos serviços à comuni-dade e trará mais qualidade de vidaaos profissionais. “A aprovação é umreconhecimento da importância dacontribuição do (a) psicólogo (a) parao campo da saúde. Além de tudo,é uma questão de isonomia e coerên-cia, visto que os serviços de saúde sãomultidisciplinares, integrais e contamcom a presença do (a) psicólogo (a)”,destaca a presidente do CFP, MarizaBorges. Na área da saúde, várias cate-gorias já conquistaram a reduçãoda jornada: os médicos trabalham nomáximo 20 horas semanais, osterapeutas ocupacionais e fisioterapeu-tas, 30 horas, e os radiologistas, 24horas semanais.

Atualmente, a jornada dos (as) psi-cólogos (as) se remete à Consolidaçãodas Leis de Trabalho (CLT), que dispõe

de 44 horas semanais, e para os traba-lhadores públicos não celetistas, 40horas. A longa jornada é consideradainadequada pela categoria, frente àsdemandas específicas que um profis-sional da psicologia enfrenta. Em seudia a dia lida, lidam com uma amplavariedade de questões emocionais –como diferentes ordens de estresse,ansiedades, luto, morte, depressão,agressividade, compulsões, transtor-nos, dificuldades de aprendizagem eoutros conteúdos considerados subs-tancialmente difíceis.

Segundo Borges, a qualidade doatendimento aos pacientes passa ne-cessariamente pela carga de trabalho àqual está submetido o (a) profissionalpsicólogo (a), que se estende para alémdas habituais 40 horas. “Fora do con-

sultório, ou ambiente de trabalho, épreciso pensar e estudar os casos aten-didos, pensar em projetos de intervenção,realizar supervisão profissional sempreque necessário, fazer gestão e atualizaçãodos registros, sem contar os desafiosda constante atualização e desenvolvi-mento profissional. Essas atividades rea-lizam-se no período extra-jornada, oque gera desgaste físico e emocionalao psicólogo (a)”, explica.

Andamento do ProjetoO PL 3338/2008 foi aprovado na

CCJC e deve aguardar o prazo mínimode cinco sessões da plenária da CasaLegislativa para eventuais manifesta-ções de parlamentares. Após esse

período, se não forem apresentadosrequerimentos, o PL segue para a san-ção presidencial. Até o fechamentodesta edição, três sessões já haviamacontecido sem nenhuma manifesta-ção contrária.

Outras pautas do Congresso

Além do projeto que estabelece aredução da jornada de trabalho para30 horas, o CFP monitora e atua noCongresso para fazer avançar proposi-ções como a que dispõe sobre o pisosalarial dos profissionais de Psicologia(PL 5440/2009), a que equipara o salárioprofissional e a jornada de trabalho dopsicólogo ao do cirurgião-dentista e

Pressão e articulação nas casas legislativas visam fortalecimento da categoria

Representantes do CFP na sessão da Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça da Câmara, em julho.

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Conselho Federal de Psicologia Jornal do Federal - novembro 2014

do médico (PL 1858/1991) - ambas daCâmara -, e a que dispõe sobre a intro-dução sobre assistente social e psicólogono quadro de profissionais de educaçãoem cada escola (PLC 60/2007), quetramita no Senado.

Tabela de honorários: atualizar para avançar

Em conjunto com a Federação Na-cional dos Psicólogos (Fenapsi), o CFPlançou, em setembro, uma consultapública sobre a atualização da Tabelade Referência Nacional de Honoráriosdos Psicólogos. A Tabela é um docu-mento de referência nacional de valo-res, em reais, não estabelece piso nemteto de preços para os honorários co-brados, cabendo, portanto, a cada pro-fissional psicólogo definir, em comumacordo com a pessoa (física ou jurí-dica) que solicita seus serviços, os va-lores a serem cobrados.

Com o intuito de ampliar políticasrelativas ao fortalecimento da categoria,a pesquisa pretende produzir um refe-rencial que atenda aos anseios dos psi-cólogos, contemplando procedimentosque são atualmente realizados masainda não contemplados na Tabela.

A consulta – que poderá ser respon-dida por meio de formulário online dis-ponível nos sites do CFP e da Fenapsi –contém questões relativas ao perfil doparticipante e perguntas sobre a funcio-nalidade da Tabela de Honorários, alémda avaliação de nomenclaturas das ca-tegorias elencadas atualmente: diagnós-tico psicológico, orientação e seleçãoprofissional, orientação psicopedagógica,solução de problemas psicológicos,acompanhamento e orientação psico-lógica e assessoria em psicologia.

A consulta pública é voltada a todosos conselhos regionais de Psicologia,sindicatos de psicólogos, entidadescientíficas e profissionais em geral. Fin-dada a consulta, será lançado editalpara que instituições de pesquisa inte-ressadas possam se inscrever para arealização do trabalho.

Inclusão no Super Simples

A Lei Complementar 147/2014 (PLC60/14), que estabelece o Simples Na-cional, mais conhecido como SuperSimples – sistema de tributação dife-

““A aprovação é um reconhecimento da

importância da contribuição do(a) psicólogo(a) para ocampo da saúde”

ASCOM/CFP

Tendência mundial A redução da jornada de tra-

balho é um assunto ampla-mente discutido pela sociedadebrasileira e, segundo a Organi-zação Internacional do Trabalho(OIT), é uma tendência mundial.Em duas publicações, “Duraçãodo trabalho em todo o mundo:tendências de jornadas de tra-balho, legislação e políticasnuma perspectiva global com-parada” (2009) e “O tempo detrabalho no século 21” (lançadoem 2011), a organização de-monstra que a redução da jor-nada de trabalho está aconte-cendo em todo o mundo eaponta que a diminuição não re-duz a produtividade profissional.

As pesquisas mostram quea redução depende da resoluçãoentre os atores sociais – Estado,trabalhadores e empregado-res– e que a legislação é o prin-cipal instrumento para a garantiados direitos dos trabalhadores.As longas jornadas, de acordocom as pesquisas, reduzem aprodutividade e tem efeitoscomo desatenção e cansaço, oque pode levar a erros e aci-dentes, riscos de saúde e pro-blemas na vida pessoal.  Deacordo com o coordenador dapublicação de 2009, Jon C.Mes-senger, menos da metade dospaíses do mundo adotam cargahorária superior a 40 horas. OBrasil está nesse grupo.

Muitos países já têm jornadaentre 40 e 35 horas. É o caso deEspanha (39,2), Portugal (39),Áustria (38,6), Itália (38,3), França(38), Finlândia (37,6), Nova Ze-lândia (37,6), Reino Unido (37),Luxemburgo, (37), Bélgica (36,7),Austrália (36,6), Suécia (36,3), Ir-landa (36), Alemanha (35,5), Di-namarca (35,2) e Suíça (35,1), deacordo com a Organização paraCooperação e DesenvolvimentoEconômico (OCDE).

renciado para as micro e pequenas em-presas que unifica oito impostos emum único boleto e reduz a carga tributária– foi sancionada em agosto deste anopela presidente Dilma Rousseff.

O Supersimples permite o ingressode 140 atividades da área de serviços,incluindo a Psicologia, em um novoregime de tributação. Um(a) micro-empreendedor(a) psicólogo(a), porexemplo, que possua uma receita brutaanual de até R$ 180 mil, terá alíquotamensal equivalente a 16,93%.

Para a presidente CFP, Mariza Borges,a categoria deve comemorar, pois éuma lei que facilitará as condições detrabalho do (a) psicólogo (a). Marizaressalta que, apesar de muitos dos (as)profissionais atuarem como emprega-dos (setores público e privado), a tra-dição do (a) psicólogo (a) em ter seupróprio consultório, clínica ou mesmocentro de formação de profissionaisainda se mantém. “Toda essa porçãoda categoria vai ser beneficiada comessa legislação, que inicialmente nãoiria incluir os psicólogos, mas nos acor-dos acabou também englobando todasas profissões regulamentadas. Isso éque a gente tem de comemorar, poisvai facilitar as condições de trabalhodo profissional”, destaca.

O(a) psicólogo(a) profissionalautônomo que teminteresse emconhecer a LeiComplementar e,principalmente, aderirao Super Simples,pode consultar o sitedo Sebrae para obtertodas as informaçõesnecessárias.

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8 Fala, Psicólog@!

"Gosto de ser um agente de mudança"

O CFP inaugura, nesta edição,a seção “Fala, Psicólog@”: um es-paço destinado à apresentação deprofissionais da Psicologia de todasas áreas de atuação e de todas asregiões do país. A cada número,um(a) profissional contará sua ro-tina de trabalho, perspectivas e de-safios para a atuação na Psicologia.

Para participar, envie um e-mailpara [email protected]. Dápara optar por uma entrevista ping-pong, como a da Thahyana Lima,ou enviar um texto de sua autoria,com no máximo 4.616 caracteres.A Assessoria de Comunicação doCFP ficará responsável pela ava-liação e edição dos textos recebidos.Não se esqueça de encaminhar umafoto sua ou do seu ambiente detrabalho.

Thahyana Mara Valente Lima énatural de Fortaleza/CE, e hojemora e trabalha em Jaguaruana,no mesmo estado. Psicóloga há

oito anos, ela coordena atualmenteo Serviço de Convivência e For-talecimento de Vínculos no Centrode Referência da Assistência Socialdo município cearense.

Qual é sua área de atuação dentroda Psicologia?

Minha abordagem terapêutica éa AC (Análise do Comportamento),com atuação em Psicologia Social.Trabalho no CRAS (Centro de Re-ferência da Assistência Social),coordenando o Serviço de Convi-vência e Fortalecimento de Víncu-los (SCFV), lidando diretamentecom 20 grupos de crianças, ado-lescentes e idosos. Neste trabalho,procuro desenvolver práticas cul-turais de responsabilidade social ecomunitária e a valorização da cul-tura local e do ambiente social.

Como é sua rotina de trabalho?Sou concursada no município

há oito anos, com carga horária

de 30h. Portanto, trabalho de se-gunda à quinta-feira na coorde-nação do SCFV.

A parte burocrática se divideentre a organização do banco dedados com informações de todosos participantes dos serviços deconvivência e seleção do públicoprioritário para acompanhamento,evolução do prontuário do indivíduoe encaminhamento ao PAIF e/oudemais políticas. Já a parte orga-nizacional envolve Capacitação deOrientadores e Facilitadores Sociaise planejamento e desenvolvimentode estratégias e manutenção docontato com as contingências na-turais e sociais que modelam ocomportamento humano.

Estamos sempre refletindo e re-pensando quais práticas sociocul-turais precisamos selecionar paraeducar os novos participantes dosSCFVs para a reprodução das prá-ticas positivas obtidas e mantidaspor quem já passou pelo nosso ser-

viço. Compreendo que as pessoasagem para melhorar a comunidadeem que vivem quando são induzidasa fazê-lo pelas mudanças e satis-fação pessoal que obtiveram aodesenvolver um novo olhar para sie para a comunidade que habitam.

Através da peculiaridade decada grupo, podemos adaptar oseixos estruturantes (ConvivênciaSocial, Participação Cidadã e Mun-do do Trabalho) propostos peloMDS (Ministério do Desenvolvi-mento Social e Combate à Fome)às 7 Dimensões Metodológicas(Dialógica, Reflexiva, Cognitiva, Afe-tiva, Ética, Estética e Lúdica) quecompõem a metodologia do nossotrabalho no campo social. .

O que você considera mais positivoem relação ao seu cotidiano detrabalho?

Gosto da oportunidade de agirnum município de pouco mais de32 mil habitantes, fugindo dos gran-

Thahyana Lima conta sua rotina profissional em Jaguaruana (CE)

Conselho Federal de Psicologia Jornal do Federal - novembro 2014

Evento organizado pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do CRAS de Jaguaruana (CE)

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Conselho Federal de Psicologia Jornal do Federal - novembro 2014

des centros urbanos, onde a vidase tornou mecânica, para agir numlugar onde as pessoas ainda seconhecem pelo nome.

Gosto mesmo é da forma comoessa mudança social só é possívelcom a sensibilização do indivíduo,do reconhecimento da sua própriaresponsabilidade pessoal para sie para com o outro. Gosto de serum agente de mudança em proldo fortalecimento de vínculos so-ciais e comunitários.

Tem acontecido uma mudançasocial interessante nos últimos oitoanos por aqui. Quando cheguei noCRAS em 2006, o trabalho comidosos era inexistente. Oito anosdepois, nosso Serviço de Convi-vência para a Pessoa Idosa viroua “menina dos olhos” do municípioe foco de projetos de pesquisa emonografia de universitários dasmais diversas áreas (fisioterapia,serviço social, enfermagem, edu-cação física etc).

E como foi que essa mudançaaconteceu?

Atribuo essa mudança de pa-radigma ao constante desenvol-vimento do planejamento e estra-tégias de mudanças sociais posi-tivas que os nossos idosos têmreproduzido nas suas famílias ecomunidades, tornando-se sujeitosde direito, conhecedores de seuimportante papel social.

Pretendo, a partir do próximoano, mudar a intensidade do meufoco para o serviço de convivênciapara crianças de 0 a 6 anos eseus pais, para que no futuro pos-samos começar a desfrutar de re-lações mais afetuosas e menosprejudiciais.

Quais as limitações que você en-contra no seu cotidiano de tra-balho?

Limitações que creio existiremem todo serviço público: a rotati-vidade de profissionais (orientado-res e facilitadores, principalmente),a demora na liberação da verbafederal e o preconceito ainda exis-tente com a função do psicólogo.Muitos ainda acreditam que psi-cólogo é “médico de doido”. Mas aprincipal limitação ainda é o pú-blico em risco e a vulnerabilidadesocial. Muitas vezes temos de darum passo para trás e repensartoda uma estratégia que vínhamosdesenvolvendo... nesse trabalhoaprendi que nem sempre o que

você acredita ser o melhor é o quea família deseja, por exemplo. Issosim é o mais doloroso: saber quedeterminadas escolhas e omis-sões das famílias/indivíduosacompanhados levarão a possí-

Gosto da oportunidadede agir num município

de pouco mais de 32 mil habitantes,

fugindo dos grandes centros urbanos"

veis sofrimentos e privações, masmesmo assim respeitar, sem inter-ferir muito... afinal, só podemosajudar quem realmente quer serajudado. Mas estaremos semprelá, apesar dos pesares.

Thahyana Mara

Thahyana também atua no serviço de convivência para crianças

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Evento organizado pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos do CRAS de Jaguaruana (CE)

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10 Psicologia do esporte

Conselho Federal de Psicologia Jornal do Federal - novembro 2014

A psicologia esportiva está além das quatro linhas

A realização da Copa doMundo no Brasil neste ano fezemergir na sociedade o debate so-bre o papel do(a) psicólogo(a) doesporte. Mas o que exatamente elefaz? Onde ele atua e com quaispropósitos? Em entrevista ao CFP,a psicóloga Luciana Angelo, espe-cialista em psicologia do esporte,mestre em educação e coordena-dora do curso de especializaçãoem psicologia do esporte do Ins-tituto Sedes Sapientiae (SP), ex-plica a trajetória, as atribuições eos benefícios deste campo profis-sional para a sociedade, discute arealidade dos clubes e aspectosda realização dos megaeventosesportivos no Brasil.

Leia ao lado a íntegra daentrevista.

O que é a psicologia do esporte?É uma área que compõe as

Ciências do Esporte, e estuda osfatores psicológicos associados àparticipação do indivíduo em vá-rios contextos relacionados àspráticas esportivas, exercícios eoutras atividades físicas.

Quais os conhecimentos neces-sários para os psicólogos do es-porte? Com que outros atores elese relaciona?

São importantes os conheci-mentos gerados nas teorias dapersonalidade e nos estudos dediferenças pessoais, os estudosrelacionados a psicopatologias, osestudos na área do movimentohumano que dão especial atençãoao comportamento motor, o co-

nhecimento gerado pela psicologiasocial ao estudar o esporte comofenômeno sócio-cultural e os es-tudos de psicofisiologia, entre ou-tros. Além da Psicologia Social, asespecialidades com as quais a gen-te tem tido bastante aproximaçãosão a Psicologia Organizacional edo Trabalho, Psicologia relacionadaà Saúde, áreas das teorias maisclínicas (por que temos alguns pa-cientes que têm transtornos quea atividade e o exercício físico sãofundamentais para tratamento);com a área da reabilitação, comcasos de praticantes amadoresque têm anorexia, bulimia ou vigo-rexia. No alto rendimento tambémhá casos de depressão, transtor-nos, que a gente precisa cuidar,então a saúde mental também é

importante. E agora começamosa olhar um pouco também para aPsicologia da Educação, mais li-gada à ideia de que criança e ado-lescente necessitam desse apoio,formação e perspectiva de vivênciacom o(a) psicólogo(a) do esportemuito mais constantes do que agente tem hoje.

E quais os campos de atuação?Em esporte de alto rendimento

(nas seleções, confederações, co-mitês olímpicos e em clubes); prá-ticas no tempo livre; na rea bili -tação e na área da iniciação es-portiva, com crianças e adoles-centes. Em projetos sociais, o tra-balho tem o objetivo de incentivara criança a vivenciar habilidadese competências através da ativi-

Especialista em Psicologia do Esporte explica as atribuições deste campo profissional

Valter Campanato/Agência Brasil

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dade esportiva. Uma outra é aperspectiva na área da educaçãofísica escolar, junto aos professoresde educação física, viabilizando aaprendizagem do movimento, atra-vés e sobre o movimento.

No alto rendimento, qual é aforma de trabalho?

No alto rendimento o trabalhodo psicólogo é planejado juntocom os demais integrantes da co-missão técnica. Existem as perio-dizações física, técnica e tática, eo psicólogo também deve comporeste trabalho desenvolvendo suaperiodização considerando otempo e os objetivos do trabalho.O ideal é que o psicólogo não tra-balhe quando a competição já co-meçou. É importante fazer parteda tomada de decisão e comporefetivamente a comissão técnica.O(a) psicólogo(a) sempre está

nível de organização. Modalidadescomo futebol, atletismo, vôlei,judô, tiro com arco, handebol,vôlei, basquete, karatê, natação,tênis, entre outros, possuem equi-pes de psicologia do esporte nãosomente em categorias adultas,mas principalmente, nas catego-rias de base em todo territórionacional. Os esportes paralímpi-cos também têm contratadoprofissionais da área e desenvol-vido trabalhos muitointeressantes.

É importante lembrar que apsicologia do esporte no Brasilteve seu início na década de 1950,com o psicólogo João Carva-lhaes, que atuava no São Paulo ena seleção brasileira. Atualmente,já temos produção acadêmicanacional que nos dá condição defalar da psicologia do esporte noBrasil. Infelizmente, contudo, amídia ainda reporta poucas expe-riências importantes como as dojudô, tiro com arco e handebol.

“Foram anos de muito trabalho, muitas

conquistas para a nossa Psicologia e paraos servic� os oferecidos

a� sociedade.”

dentro dessa periodização juntocom o técnico, com o preparadorfísico, com o fisioterapeuta, com omédico, sempre constituindo essacomissão.

Esse alto grau de organizaçãoexiste hoje nos clubes? Como apsicologia do esporte é vista nes-ses espaços?

Alguns clubes possuem profis-sionais que trabalham com esse

Mesmo os trabalhos realizadospor psicólogos nas categorias dasmais distintas modalidades emdiversos estados são ainda poucodivulgados.

Uma questão importante a serdiscutida é que uma única moda-lidade, o futebol, tem servido debase para as discussões sobre osistema esportivo nacional. Issotem criado insatisfações e porisso, grupos como o “Atletas peloBrasil”, entre outros, têm realizadopropostas para que possamosampliar as discussões conside-rando as especificidades de cadamodalidade. Vivemos em um paísdemocrático e o psicólogo precisaentender essas relações políticas,esportivas, que o jogo não está sóentre quatro linhas, está alémdelas.

Como deve ser a relação de tra-balho entre as instituições e o psi-cólogo?

É fundamental que, quando opsicólogo receba uma propostade trabalho, ele saiba exatamentepara quem e onde ele vai traba-lhar, e também entenda a questão“empregado e empregador”. É ne-cessário saber e identificar a polí-tica institucional para que oprofissional possa refletir sobre asua prática, os preceitos éticos efaça a sua escolha. Esta avaliaçãoé fundamental para que, principal-mente em ambientes onde a per-formance é valorizada, a questãoemocional não seja a justificativapra um bom ou mau desempenho.O famoso “bode expiatório” exi-mindo outras tantas questões (po-líticas, técnicas etc) de seremavaliadas e alteradas para ummelhor desempenho futuro.

E qual a importância da psico-logia do esporte para a infância eadolescência?

É fundamental. Se eles não têmexperiência do trabalho feito/rea-

lizado com/pelo(a) psicólogo(a) doesporte, dificilmente vão conse-guir entender qual o papel dopsicólogo depois. Como adultos,eles levam os ensinamentos, asexperiências. Além disso, existemdenúncias no Ministério Público decrianças e adolescentes quesofrem abusos, no sentido deserem retirados das suas famíliaspor pessoas que prometem a pro-fissionalização e aí, quandochegam aos seus clubes, isso nãoacontece.

Qual a visão do psicólogo do es-porte dos processos relacionadosaos grandes eventos esportivos?

Com a Copa do Mundo e comos Jogos Olímpicos, a participa-ção da psicologia do esporte nasdiscussões sobre a realização dosmegaeventos tem ocorrido em di-ferentes fóruns e versando sobrediferentes temas, como a preocu-pação em relação às condiçõesdesumanas em que foram realiza-das, as remoções de famílias e co-munidades que viviam em tornoou nos terrenos das construçõesdo equipamento esportivo, a de-socupação e ocupação dos espa-ços públicos onde as arenas/es-tádios foram construídas, asquestões relativas à saúde dosatletas que participaram e parti-ciparão das competições, as con-dições de trabalho do corpo devoluntários, entre outros.

O que o CFP tem promovido paradesenvolver a Psicologia do Es-porte?

O CFP, nesta nova gestão, for-taleceu a presença da especiali-dade incluindo um grupo deprofissionais especialistas que re-presentados no coletivo ampliado,viabilizaram um Grupo de TrabalhoNacional (GT de psicologia do es-porte) e estão em vias de conclu-são do plano de ação que viabilizeo desenvolvimento da área.

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12 Saúde

Conselho Federal de Psicologia Jornal do Federal - novembro 2014

CFP se mobiliza pela rejeição do PL 6.126/13

Em consonância com as diretrizesrelativas à valorização do profissionalde Psicologia e à busca do reconheci-mento da profissão, contidas em seuPlanejamento Estratégico Plurianualpara o triênio 2014-2016, o ConselhoFederal de Psicologia (CFP) intensificouneste ano a luta contra o Projeto deLei (6.126/13), conhecido como novoAto Médico. E logrou êxito: diante damobilização da Autarquia e de outrosconselhos profissionais ligados à Saúde,o deputado Eleuzes Paiva (PSD-SP) so-licitou a rejeição à proposição, em au-diência pública realizada no dia 9 deabril passado, na Comissão de Seguri-dade Social e Família (CSSF). Desdeaquela data até o fechamento destaedição do Jornal do Federal, a propostaainda aguarda definição de novo relatornaquele colegiado.

Para a presidente do CFP, MarizaBorges, os representantes dos ConselhosFederais da área de Saúde têm discutidoo projeto e as estratégias para lidarcom ele há alguns meses. Segundoela, desde sua submissão à Câmara,aqueles Conselhos (incluindo o CFP)de forma independente e articulada,visitaram diversos parlamentares mem-bros das comissões nas quais a matériaestava sendo analisada.

Borges ressalta que a proposta atualpersiste em criar uma hierarquia entreas profissões de saúde, submetendo-as ao julgo da Medicina e, assim, res-tringindo as prerrogativas legais doexercício de uma profissão regulamen-tada. O PL 6.126/13 estabelece comoprivativa de médicos a formulação dodiagnóstico nosológico e a prescriçãoterapêutica, com o acréscimo da frase“exceto nos protocolos do SistemaÚnico de Saúde”.

Histórico

Apresentado no dia 20 de agostode 2013 ao Plenário da Câmara, o pro-jeto foi apreciado pela Mesa Diretorada Casa. Em 5 de setembro, passoupela Coordenação de Comissões Per-manentes, sendo encaminhada no dia

9 do mesmo mês para a Comissão deSeguridade Social e Família (CSSF),onde recebeu, no dia 28 de novembrode 2013, parecer favorável do relator.

Em dezembro de 2013, o ConselhoFederal de Psicologia (CFP) emitiu umparecer sobre o Projeto de Lei. Segundoa Autarquia, “na nova proposta apre-sentada, se estabelece, mais uma vez,como privativa de médicos, a formula-ção do diagnóstico nosológico e a pres-crição terapêutica”. O artigo foi am-plamente rejeitado pelo conjunto dascategorias profissionais da saúde, porinterferir no trabalho multiprofissionale invadir as demais áreas, após umamobilização que durou onze anos demuito debate e esclarecimentos sobreos problemas que causaria à saúdebrasileira, caso fosse aprovado.

No parecer, há um consenso entreas diversas categorias de profissionaisda Saúde que a proposição pode geraros mais diversos prejuízos as profissões.Psicólogos (as) perderão possibilidadede diagnosticar sobre saúde mental efazer prescrição terapêutica. Não pode-rão, por exemplo, diagnosticar depressão

nem indicar terapias. Em outros casos,somente médicos poderão emitir ates-tados, realizar perícia e trabalhar na di-reção e chefia dos serviços de saúde.

No documento, o Sistema Conse-lhos, junto aos demais integrantes daFrente dos Conselhos de Profissões daÁrea da Saúde (FCPAS), novamentedefende posicionamento contrário àaprovação do PL 6.126, por entenderque a matéria mantém uma série deelementos desfavoráveis à autonomiadas demais categorias de saúde, namedida em que não contempla os prin-cípios de integralidade e descentraliza-ção previstos no Sistema Único de

Saúde (SUS), os quais, por sua vez,instituem a corresponsabilidade dossaberes presentes nas profissões. Asentidades destacam que as consequên-cias, caso a aprovação do projeto ocorra,poderão ser desastrosas para os usuáriosdos serviços de saúde, pois conduzirãoa uma maior burocratização das rotinas.Além disso, os usuários dos serviçosde saúde teriam seu direito de escolhaextinto, já que o médico centralizariaa avaliação de suas necessidades deassistência à saúde.

Se não for apreciado até o fim desteano, quando terminam os mandatosda atual legislatura, a matéria seráarquivada.

Mariza Borges afirma que o CFP semanterá atento à pauta no próximoperíodo. “Confiamos que o parecerpela rejeição seja apresentado e apro-vado pela Comissão de Seguridade So-cial. Estaremos vigilantes”.

Conheça o parecer do CFPsobre o Projeto 6.123/13 no site:http://bit.ly/10Yprae

Categoria está atenta e vigilante, caso matéria seja reapresentada na próxima legislatura

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13Direitos Humanos

Conselho Federal de Psicologia Jornal do Federal - novembro 2014

Direitos Humanos, base da PsicologiaReflexão sobre o tema envolve formação, prática e pesquisa em Psicologia

Fortalecer a atuação do (a) psicó-logo (a) na perspectiva dos direitoshumanos é uma das metas políticas doConselho Federal de Psicologia (CFP).Fundamentam a ética do trabalho dos(as) psicólogos (as), em qualquersetor social, os princípios de organiza-ção social e convivência entre aspessoas e os povos consagrados naCarta dos Direitos Humanos, promul-gada e assinada por todos os paísesmembros da Organização das NaçõesUnidas em 1948, ampliada e especifi-cada nas últimas décadas.

“A carreira e profissão os psicólogos(as) dependem de que suas práticassejam informadas pelo acúmulo aca-dêmico-cientifico, que derivam práticasno campo da psicologia, desde que in-formadas pelos princípios da Carta e àluz dos direitos fundamentais dos ho-mens e das mulheres”, explica VeraPaiva, presidente da Comissão de Di-reitos Humanos do CFP.

Contribuir para fortalecer a promo-ção e proteção dos direitos humanosde todos os brasileiros à autonomia, àdignidade e à liberdade tem sido parteda histórica contribuição do CFP paraa vida dos brasileiros. Para isso, mantémrepresentatividade em comissões, co-mitês e grupos de trabalho de instânciasinstitucionais diversas do governo federale da sociedade organizada nesse campo.“Participamos de iniciativas da promo-ção dos Direitos Humanos e publica-mente nos manifestamos em situaçõesem que se identificam violações (ounegligência) dos direitos, em especialas que produzem sofrimento mental:a violação do direito a não discrimina-ção, a uma vida livre da violência, àsaúde integral, ao trabalho digno, àeducação”, aponta Paiva.

Desde agosto de 2014, a autarquiatem assento na Comissão Nacional deDireitos Humanos (CNDH) da Presi-dência da República. “Podemos nossomar com outras entidades que estãolá presentes, em várias frentes, ligadasa populações mais fortemente afetadaspela violação ou pela falta de direitos –que sabemos ser geradores de doenças,

exclusão e tudo aquilo que o psicólogotem como obrigação ética proteger ecombater”, explica. O CFP ocuparáuma das onze vagas destinadas à so-ciedade civil no Conselho para o man-dato 2014/2016 da instância.

A Comissão de Direitos Humanosdo CFP definiu quatro eixos fundamen-tais de políticas que serão prioridadeno próximo período. No primeiro, peloEnfrentamento do Racismo, uma açãoinicial foi a promoção da capacitaçãodos funcionários da casa, em Brasília,no tema “Enfrentamento do RacismoInstitucional”, ação integrada à formaçãosobre “Direitos Humanos” (foto acima).

No eixo “Tortura e todas as formasde violência de Estado”, Vera Paivadestaca a atuação dos profissionais depsicologia junto às Clínicas do Teste-munho, projeto criado pela Comissãode Anistia do Ministério da Justiça queoferece atendimento a vítimas de torturae violência. “As clínicas têm mostrado,indicado a produtividade da intervençãodos psicólogos no acolhimento e nocuidado das pessoas afetadas pela vio-lência de Estado desde a Ditatura atéas violências que permanecem ocor-rendo, especialmente, entre os maispobres”. A CNDH está começando aesboçar um seminário no tema e oCFP tem assento no Comitê Nacionalde Combate à Tortura e à ViolênciaInstitucional - CNPCT/SDH-PR

Além disso, a representante da CDHdestaca a atuação no terceiro eixo -

enfrentamento ao uso e abuso dedrogas e ações no cuidado de usuáriose suas famílias. Este eixo se articulacom a luta antimanicomial e a partici-pação do CFP no Conselho Nacionalde Saúde: “Mesmo como suplente, oCFP tem sido convocado devido aomodo como estamos tratando a saúde,implicada no quadro dos Direitos Hu-manos”, conta.

Com relação à homofobia e à vio-lência de gênero, quarto eixo, o CFPtem apoiado ações em torno da reafir-mação da laicidade do Estado e daspráticas em psicologia. A autarquiaatua ainda em instâncias como o Con-selho Nacional de Combate à Discri-minação e Proteção dos Direitos deLGBT - CNCD/SDH-PR; o Conselho Na-cional dos Direitos da Criança e do

Adolescente (Conanda), o ConselhoNacional dos Direitos da Mulher -CNDM/SPM, e o Conselho Nacional deAIDS do Ministério da Saúde, dentrevários outros.

Formação e prática profissional

Neste ano, o CFP tem orientadoaos Conselhos Regionais de Psicologiapara que capacitem seus quadros téc-nicos em Direitos Humanos. O seuquadro interno de funcionários estásendo capacitado acerca das temáticas“Enfrentamento da Violência de Estadoe da tortura”; “Direitos e enfrentamentoàs violências de gênero e sexuais” e“Direitos e Assistência aos usuários dedrogas e suas famílias”. “Esse trabalhode capacitação dos quadros técnicos éimportante para que aprofundem aqualidade da contribuição que podemdar aos conselheiros e no dia a dia doConselho”, explica Paiva.

“A nossa representação significaque há uma consulta permanente aoConselho Ampliado e ao Coletivo Am-pliado do CFP. A Comissão de DireitosHumanos, que não neces sariamentefaz parte do Conselho Ampliado, é ou-vida assim como pessoas especialistasnos diversos temas, com histórias im-portantes, mesmo que não sejam dogrupo eleito para o Conselho Federal.Este é um princípio de ação”, conclui.

Capacitação pelo Enfrentamento ao Racismo na sede do CFP

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14 Comunicação

Conselho Federal de Psicologia Jornal do Federal - novembro 2014

CFP prioriza luta por liberdade de expressão

A democratização da comunica-ção, considerada um dos pressupostospara a efetivação da democracia emqualquer país do mundo, também étema central para o Conselho Federalde Psicologia (CFP) desde a sua ori-gem. Nesta gestão, o Conselho segueintegrando a coordenação executivado Fórum Nacional pela Democratiza-ção da Comunicação (FNDC), princi-pal entidade da sociedade civil comatuação na área.

Temas como comunicação pública,publicidade infantil e de álcool, repre-sentação da mulher e minorias nosmeios de comunicação, Marco Civil daInternet, banda larga e a histórica rei-vindicação pela regulamentação dosdispositivos constitucionais relaciona-dos à radiodifusão no país, entre ou-tros, compõem o vasto arcabouço deações que o CFP vem acompanhandode perto no último período.

Na XVIII Plenária Nacional doFNDC, realizada em abril deste ano, oCFP foi aclamado integrante da Coor-denação Executiva da entidade, ocu-pando desde então a Coordenação deFinanças. Naquele encontro, além deeleger sua Coordenação e os Conse-lhos Deliberativo e Fiscal, o Fórum re-ferendou a manutenção do Projetode Lei da Mídia Democrática comoestratégia política central.

Lei da mídia democráticaElaborada a partir das resoluções

da 1ª Conferência Nacional de Comu-nicação (Confecom), o projeto apre-senta, em 33 artigos, um conjunto demedidas que visam promover a diver-sidade e a pluralidade nos meios decomunicação de massa (TVs e rádios),além de restringir a concentração depropriedade no setor.

Por seu caráter de iniciativa popular,o projeto precisa do apoio de 1,4 milhãode pessoas para que seja encaminhadoao Congresso Nacional. Dessa forma,os representantes de entidades da so-ciedade civil, movimentos sociais e sin-dicais de todas as regiões do Brasil

presentes à Plenária decidiram pela in-tensificação da coleta de assinaturasdo projeto, aliada à pressão constantesobre o Executivo para a elaboraçãode um novo marco regulatório para ascomunicações.

A coordenadora geral do FNDC, Ro-sane Bertotti, explica que, além de setransformar em proposição legal, oProjeto de Lei da Mídia Democráticadeve ser um instrumento de debate,conscientização e formação na socie-dade. “O projeto deixa claro que regu-lação democrática nada tem a ver comcensura. A invocação desse fantasmasó interessa àqueles que querem im-pedir a discussão pública. Afinal, contrafantasmas não há espaço para argu-mentos. Está na hora de o Brasil debatero tema, sem censura, e aprovar umalei que garanta a liberdade de expres-são”, afirma.

O diálogo com candidaturas ao Exe-cutivo e Legislativo para as eleições

deste ano em torno da aprovação deum novo marco regulatório, com baseno projeto da Lei da Mídia Democrática,também foi deliberado na Plenária. Atéo fechamento desta edição, quatro can-didatos à presidência e diversas candi-daturas estaduais haviam recebido aplataforma da sociedade civil. Entre ospontos abordados no documento, estãoa implantação de conselhos de comu-nicação, o fortalecimento da comuni-cação pública e a criação dos Canaisda Cidadania – previsto no decreto queinstitui o sistema de TV digital brasileiro,os canais veicularão programação pro-duzida pelos poderes público estaduale municipal e produções da sociedade.

Marco Civil da InternetA plenária deste ano também co-

memorou a sanção do Marco Civilda Internet, aprovado em abril peloSenado Federal, e apontou a necessi-

dade de novas articulações e mobiliza-ções no sentido de assegurar que a re-gulamentação do texto, a cargo doExecutivo federal, mantenha princípiosimportantes contidos na lei, como aneutralidade de rede.

A universalização do acesso à Internetno país, com a retomada do Plano Na-cional de Banda Larga, e a luta por ser-viços de telecomunicações de qualidade,acessíveis e a preços baixos, tambémforam incluídas na pauta de atuaçãodo Fórum para o próximo período.

Psicologia e democratizaçãoda comunicação

Para Rogério Oliveira, representantedo CFP na Coordenação Executiva doFórum, o envolvimento do Conselhonos temas relativos à comunicaçãopassa por fortalecer os debates sobreo papel da mídia na sociedade, com-preendendo a atuação do(a) psicólo-go(a) neste processo, e assumir parasi as pautas definidas pelo conjuntodas entidades que compõem o FNDC.“Por lidar com questões relacionadasà subjetividade, coletividade, identidadee representação, a mídia é um lugarde observação e de atuação funda-mental para a Psicologia. Nossa cate-goria também quer um jornalismo bra-sileiro de qualidade, com profissiona-lismo, ética e responsabilidade, quegaranta a pluralidade de ideias expressano maior número possível de veículosplataformas”, ressalta.

No último Congresso Nacional daPsicologia (CNP), realizado em maio de2013, as políticas públicas para a novagestão do Sistema Conselhos destacarama ampliação das ações interdisciplinaressobre a democratização da comunicaçãoe o apoio à implementação do marcoregulatório, proposto pela ConferênciaNacional de Comunicação, realizada em2009, em Brasília.

Conheça o projeto de Lei da Mídia De-mocrática em http://www.paraepressaraliberdade.org.br/

Envolvimento da categoria com o tema passa por fortalecer debates e assumir pautas

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15Artigo

Conselho Federal de Psicologia Jornal do Federal - novembro 2014

Em 27 de agosto comemora-se noBrasil o Dia do (a) Psicólogo (a). Nestedia, em 1962, a profissão foi regula-mentada por meio da Lei 4.119, quereconhece e celebra a atuação do (a)profissional no país, além de disporsobre os cursos superiores de Psicologia- estabelecendo as condições mínimaspara o seu exercício.

Cerca de 250 mil profissionais atuamhoje em todo o Brasil. A cada dia, o(a) psicólogo (a) brasileiro (a) temampliado sua inserção em diferentesáreas de atuação, respondendo a de-mandas sociais em todos os campos,nos setores público e privado. O aten-dimento individual em consultório, em-bora muito significativo, vai cedendoespaço para o trabalho em instituiçõese em equipes multiprofissionais, diver-sificando e ampliando os campos deaplicação da Psicologia.

Outra mudança que se observa nocampo profissional é a sua expansãoterritorial: embora a maior concentraçãoainda esteja nas regiões Sudeste e Sul,constata-se a ampliação do númerode profissionais em todo o territóriobrasileiro, nas capitais e no interior.Pesquisas apontam que, entre 1987 e2009, o aumento foi de 6,7% para 9,9%nas regiões Norte e Centro-Oeste, e de8,8% para 9,6% no Nordeste.

Além disso, nossa profissão é ma-joritariamente feminina. A proporçãoda presença das mulheres na Psicologiaé, atualmente, de cerca de 83,3%. Tam-bém somos jovens, com idade médiade 36,7 anos, a despeito de um notávelaumento do número de profissionaismais maduros (as) e em estágios decarreira mais consolidados.

A Psicologia trata de entender o serhumano no contexto em que vive. Suadiversidade e pluralidade, como ciênciae como profissão, tem origem nos inú-meros recortes feitos pelas diferentesabordagens psicológicas para com-preender o ser humano na complexarede de interações entre ele e seu con-texto de vida. Essa diversidade habilitaos (as) profissionais para o exercícioda profissão nos diversos contextos so-

Psicologia, 52 anos de regulamentaçãoUma sociedade mais consciente e mais justa cresce junto com a valorização da profissão

ciais, e isso talvez explique grandeparte da expansão do campo de traba-lho profissional.

Para a nossa categoria, 2014 já éum ano marcado por conquistas his-tóricas: a aprovação, no Congresso Na-cional, do Projeto de Lei que institui acarga horária de 30 horas semanais

para psicólogos (as), a rejeição do AtoMédico e a inclusão do (a) psicólogo(a) no Super Simples, que unifica oitoimpostos em um único boleto e reduza carga tributária, entre outros avanços,apontam que estamos trilhando o ca-minho do fortalecimento do nossofazer científico e profissional.

O compromisso da Psicologia coma construção de uma sociedade maisconsciente e mais justa cresce juntocom a valorização da profissão no Brasil.Os desafios colocados em nosso hori-zonte não são poucos, mas, ao olharpelo retrovisor, é possível afirmar, comtoda a segurança, que muito avançamosnesses 52 anos de regulamentação.

Mariza Monteiro Borges é presidentedo Conselho Federal de Psicologia(CFP), mestre em Psicologia e profes-sora aposentada da Universidade deBrasília (UnB).

“O compromisso da Psicologia com a

construção de uma sociedade mais

consciente e mais justacresce junto com a

valorização da profissão no Brasil.”

por Mariza Monteiro Borges

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16 Prestação de contas

Conselho Federal de Psicologia Jornal do Federal - novembro 2014

Balanço orçamentário

O balanço orçamentário de 2013(quadro abaixo) mostra que o CFPobteve uma arrecadação de R$21.765.517,45, que corresponde ao por-centual de 99,70% em relação aovalor previsto.

A Cota Parte do Conselho Federal éde 25% da receita arrecada pelos Conse-lhos Regionais. Assim, a receita do CFPfoi composta em 92,68% da Cota Parte

que cabe ao Conselho Federal nas anui-dades pagas pelos profissionais inscritosnos CRPs, e o restante da receita (7,32%)é composto de outras receitas diversas.

No ano passado, durante a outragestão, a despesa alcançou o montantede R$ 23.175.002,50, que correspondeao porcentual de 106,47% do valor arre-cadado. Ou seja, a despesa apresentadafoi maior que o valor arrecadado em6,47% e corresponde ao montante deR$ 1.409.485,05.

“No ano passado, houve uma dimi-nuição do Patrimônio Líquido acumu-lado do Conselho Federal de Psicologia.Foi, no mínimo, um descuido muitogrande, comprometendo significativa-mente nossa Autarquia. Estamos rever-tendo esse quadro, apontando nadireção do saneamento das nossas fi-nanças com vistas a equilibrar o patri-mônio, em respeito à categoria que seesforça para pagar sua anuidade emdia”, finaliza Braghini.

Fortalecendo a transparência CFP tem auditoria interna para aprimorar governança

RECEITASRECEITA CORRENTECOTA PARTE DO CFPTRANSFERÊNCIAS DOS CONSELHOS REGIONAIS

RECEITA PATRIMONIALDIVIDENDOS

RECEITA DE SERVIÇOSEXPEDIÇÃO DE CARTEIRAS PROFISSIONAIS

FINANCEIRASJUROS E ENCARGOS DE EMPRÉSTIMOS CONCEDIDOSREMUNERAÇÃO DE APLICAÇÕES FINANCEIRAS

OUTRAS RECEITAS CORRENTESINDENIZAÇÕES E RESTITUIÇÕESRECEITAS NÃO IDENTIFICADAS

RECEITA DE CAPITALALIENAÇÃO DE BENSALIENAÇÃO DE BENS MÓVEIS

AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOOUTRAS AMORTIZAÇÕES DE EMP. A ENTIDADES

OUTRAS RECEITAS DE CAPITALSuperávit Financeiro

T O T A L

PREVISÃO DE ARRECADAÇÃO20.884.662,34 20.324.162,34 20.324.162,34

500,00 500,00

10.000,00 10.000,00 450.000,00

-00 450.000,00 100.000,00 100.000,00

-00 2.644.968,13

-00 -00

944.968,13 944.968,13

1.700.000,00 1.700.000,00 23.529.630,47

VALOR ARRECADADO20.926.471,49 20.172.648,11 20.172.648,11

617,34 617,34

108.006,32 108.006,32 247.896,9621.861,87 226.035,09 397.302,76 396.652,76

650,00 839.045,96 6.961,50 6.961,50

832.084,46 832.084,46

-00 -00

21.765.517,45

SALDO- 41.809,15

151.514,23 151.514,23

- 117,34 - 117,34 - 98.006,32 - 98.006,32

202.103,04- 21.861,87

223.964,91 - 297.302,76- 296.652,76 - 650,00

1.805.922,17- 6.961,50 - 6.961,50

112.883,67112.883,67

1.700.000,001.700.000,00 1.764.113,02

DESPESASCRÉDITO DISPONÍVEL DA DESPESA CORRENTEPESSOAL E ENCARGOS SOCIAISREMUNERAÇÃO DE PESSOALENCARGOS PATRONAIS

OUTRAS DESPESAS CORRENTESBENEFÍCIOS DE PESSOALBENEFÍCIOS ASSISTENCIAISUSO DE BENS E SERVIÇOSSERVIÇOS DE TERCEIROS (PESSOA JURÍDICA)TRIBUTÁRIAS E CONTRIBUTIVASDEMAIS DESPESAS CORRENTESSERVIÇOS BANCÁRIOSTRANSFERÊNCIAS CORRENTES

CRÉDITO DISPONÍVEL DA DESPESA DE CAPITALINVESTIMENTOSEQUIPAMENTOS E MATERIAIS PERMANENTESINTANGÍVEL

INVERSÕES FINANCEIRASEMPRÉSTIMOS CONCEDIDOS

T O T A L

FIXAÇÃO DAS DESPESAS (PREVISÃO)23.238.630,47 7.080.900,00 5.305.700,00 1.775.200,00 16.157.730,47 1.356.500,00

70.000,00 3.452.936,01 7.678.310,00

47.000,00 158.500,00 382.500,00

3.011.984,46 291.000,00 44.000,00 40.000,00 4.000,00

247.000,00 247.000,00

23.529.630,47

VALOR REALIZADO22.896.168,31 7.065.110,89 5.297.597,90 1.767.512,99 15.831.057,42 1.346.341,47

58.427,39 3.347.354,15 7.561.792,15

44.322,19 132.150,30 382.104,25

2.958.565,52 278.834,19 31.984,19 28.187,60 3.796,59

246.850,00 246.850,00

23.175.002,50

SALDO342.462,16 15.789,11 8.102,10 7.687,01

326.673,05 10.158,53 11.572,61 105.581,86 116.517,85 2.677,81 26.349,70

395,75 53.418,94 12.165,81 12.015,81 11.812,40

203,41 150,00 150,00

354.627,97

BALANÇO ORÇAMENTÁRIO DO CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA - EXERCÍCIO DE 2013

BALANÇO ORÇAMENTÁRIO DO CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA - EXERCÍCIO DE 2013

RESULTADO FINANCEIRO DO EXERCÍCIO DE 2013

RECEITA ARRECADADA NO EXERCÍCIO DE 2013 21.765.517,45 ( - ) DESPESAS EXECUTADAS NO EXERCÍCIO DE 2013 23.175.002,50 ( = ) RESULTADO (RECEITAS - DESPESAS) - 1.409.485,05

O compromisso com a transparência,com a austeridade e com o rigor nasdecisões financeiras é um dos pilaresda condução administrativa do XVI Ple-nário do CFP. Já nos primeiros mesesdeste ano, foram desenvolvidas açõescom vistas ao corte de desperdícios,como a revisão e a renegociação decontratos e a racionalização do quadrode funcionários, além da contratação,em caráter inédito, de uma auditoria in-terna para avaliar e aprimorar os pro-cessos de gerenciamento de riscos, con-trole e governança.

“A racionalização dos gastos e umcontrole austero das despesas é um res-peito às psicólogas e psicólogos brasi-leiros que se esforçam para manter emdia o pagamento das anuidades em seusConselhos Regionais. Como é uma taxaobrigatória, é nosso dever ético fazerretornar a eles, em ações e políticas, ofortalecimento de nossa profissão e oreconhecimento de nossa ciência”, co-menta Sergio Braghini, Conselheiro Te-soureiro do CFP.

Auditoria internaO CFP contratou, em agosto, uma

auditora contábil e uma assistente téc-nica, que estão desenvolvendo traba-lhos iniciais de assessoria, orientação eauditorias.

A auditoria interna é uma atividadeindependente e objetiva de avaliação econsultoria, que atua para comprovar alegalidade e avaliar os resultados, quantoà eficácia da gestão orçamentária, fi-nanceira e patrimonial, além de aferir ocumprimento das metas estabelecidaspelo CFP.

“A proposta é transformar o caráterde fiscalização promovida pelo Conselho:em vez de corretiva, por ser realizadaapós o fechamento do balanço, a audi-toria preventiva prevê o acompanha-mento sistemático do andamento dasações, a análise dos controles internos,informações contábeis e a realizaçãode auditorias dentro do exercício finan-ceiro – possibilitando a correção de pro-cessos indevidamente conduzidos”, ex-plica o tesoureiro.

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17Memórias da Psicologia

Conselho Federal de Psicologia Jornal do Federal - novembro 2014

A prática antes da regulamentação

No dia 27 de agosto de 1962, a pro-fissão de psicólogo (a) foi regulamen-tada por meio da Lei 4.119/62, que re-conheceu a atuação do (a) profissionalno País. A norma também dispõe sobreos cursos superiores de Psicologia, es-tabelecendo as condições para quequalquer pessoa possa exercer a pro-fissão: ter concluído o curso superiorde Psicologia com duração de cincoanos (que atenda à legislação perti-nente) e ser registrado no ConselhoRegional de Psicologia (CRP) da regiãogeográfica em que vive.

Antes de a profissão ser regulamen-tada, contudo, o Brasil já detinha, desdeo início do século XX, atividades de prá-ticas psicológicas e de estudos da área.A série “Memórias da Psicologia” con-tará, a cada edição do Jornal do Federal,com matéria que tratará desses temas.

A primeira relata a Psicologia desdeo final do século XIX até meados dosanos 1940, ainda antes do período deindustrialização do Brasil.

Século XIX: as teses das Faculdades de Medicina

A Psicologia, como disciplina cientí-fica, começou a se constituir na Europa– em países como Alemanha, França,Inglaterra, Itália – e nos Estados Unidosno século XIX. Ainda naquele século,suas teorias e práticas começaram aser recebidas no Brasil e difundidas pormeio do ensino e da produção de tesesnas Faculdades de Medicina do Rio deJaneiro e de Salvador (Bahia). Utiliza-vam-se de Wilhelm Wundt (1832-1920),Francis Galton (1822-1911), ThéoduleRibot (1839-1916), Jean-Martin Charcot(1825-1893), Pierre Janet (1859-1947),Alfred Binet (1857-1911), Cesare Lom-broso (1835-1909), Willian James (1842-1910), em uma miscelânea que faziaparte do modo brasileiro de recepçãodas produções estrangeiras à época.

Estas teses foram obrigatórias paraa obtenção do título de doutor em Me-dicina entre 1832 e 1930 e constituemum rico acervo para o estudo da re-cepção de teorias psicológicas no Brasil.

Higiene Mental, Testes e Educação

Com o desenvolvimento de propostaspara a reforma da Educação no Brasil,em 1906 foi criado no Pedagogium, mu-seu pedagógico similar aos existentesnos países europeus, o primeiro labora-tório de Psicologia Experimental no País,

Do século XIX aos anos 1940 do século XX

dirigido por Manoel Bomfim (1868-1932).Em 1923, criou-se a Liga Brasileira deHigiene Mental, responsável pelo inícioda padronização dos testes psicológicos,difundidos nos “Archivos Brasileiros deHigiene Mental”.

Com as propostas de homogeneiza-ção das classes escolares, trazidas pelomovimento da Escola Nova, os testes

começaram a ser utilizados massiva-mente no campo da Educação, comoexemplifica o título do livro de IsaiasAlves (1898-1968), publicado em 1930:Os Testes e a Reorganização Escolar.

Com o decorrer dos anos, e o usocrescente da Psicologia, também seampliou sua produção. Entre 1927 a1941, são publicados 36 títulos pela Bi-blioteca de Educação da Editora Me-lhoramentos, dirigida por Lourenço Fi-lho (1897-1070), muitos dos quais sãode Psicologia. Outras editoras começama publicar obras da Psicologia, geral-mente inseridas em coleções destinadasà Educação. Nas faculdades de Filosofia,Educação Física, Economia e outras,surgem as cátedras de Psicologia, am-pliando o mercado editorial, antes res-trito às Escolas Normais.

Estavam abertos, ali, os caminhospara a consolidação do que viria a setornar a profissão.

Fonte: Biblioteca da Faculdade de Medicina da UFBA

Fonte: Biblioteca da Faculdade de Medicina da UFBA

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Orientação e ética18

PROCESSO ÉTICO-PROFISSIONAL CFP N.º 556/14– ORIGEM: CRP-011;Advertência

EMENTA – Processo Ético Profissional. Recursocontra decisão do Conselho Regional de Psicologiada 11ª região, que decidiu pela aplicação da penade Multa e Advertência. Decisão Reformada.

DECISÃO CRP: Multa e Advertência;

DECISÃO CFP: Por unanimidade, o Plenário doConselho Federal de Psicologia decidiu dar parcialprovimento ao recurso interposto, de modo a re-formar a decisão do CRP-11, determinando a apli-cação somente da pena de Advertência;

DATA DO JULGAMENTO: 17/10/2014

PRESIDENTE DA SESSÃO: Mariza Monteiro Borges;

RELATOR: João Baptista Fortes de Oliveira;

PROCESSO ÉTICO-PROFISSIONAL CFP N.º 673/14– ORIGEM: CRP-08; Arquivamento

EMENTA – Processo Ético Profissional. Recursocontra decisão do Conselho Regional de Psicologiada 08ª região, que decidiu pela exclusão liminar darepresentação e consequente arquivamento. Deci-são Mantida.

DECISÃO CRP: Arquivamento;

DECISÃO CFP: Por unanimidade, o Plenário doConselho Federal de Psicologia decidiu negar pro-vimento ao recurso interposto, de modo a mantera decisão do CRP-08, determinando o arquiva-mento do Processo Disciplinar Ético;

DATA DO JULGAMENTO: 17/10/2014

PRESIDENTE DA SESSÃO: Mariza Monteiro Borges;

RELATOR: Eliandro Rômulo Cruz Araújo;

PROCESSO ÉTICO-PROFISSIONAL CFP N.º 715/14– ORIGEM: CRP-06; EMENTA – Processo Ético Profissional. Recursocontra decisão do Conselho Regional de Psicologiada 06ª região, que decidiu pela aplicação da penade Advertência. Decisão Reformada.

DECISÃO CRP: Advertência;

DECISÃO CFP: Por unanimidade, o Plenário doConselho Federal de Psicologia decidiu dar provi-mento ao recurso interposto, de modo a reformara decisão do CRP-06, determinando o arquiva-mento do Processo Disciplinar Ético;

DATA DO JULGAMENTO: 17/10/2014

PRESIDENTE DA SESSÃO: Mariza MonteiroBorges;

RELATOR: Sergio Luis Braghini;

PROCESSO ÉTICO-PROFISSIONAL CFP N.º 1067/14– ORIGEM: CRP-03;Advertência

EMENTA – Processo Ético Profissional. Recursocontra decisão do Conselho Regional de Psicologiada 03ª região, que decidiu pela aplicação da penade Advertência. Decisão Mantida.

DECISÃO CRP: Advertência;

DECISÃO CFP: Por unanimidade, o Plenário doConselho Federal de Psicologia decidiu negar pro-vimento aos recursos interpostos pelos Denun-ciante e Denunciado, de modo a manter a decisãodo CRP-03, pela procedência da denúncia, com aaplicação da penalidade de Advertência;

DATA DO JULGAMENTO: 17/10/2014

PRESIDENTE DA SESSÃO: Mariza Monteiro Borges;

RELATOR: Dorotéa Albuquerque de Cristo;

PROCESSO ÉTICO-PROFISSIONAL CFP N.º 1079/14– ORIGEM: CRP-02; Arquivamento

EMENTA – Processo Ético Profissional. Recursocontra decisão do Conselho Regional de Psicologiada 02ª região, que decidiu pela aplicação da penade Multa e Censura Pública. Decisão Reformada.

DECISÃO CRP: Multa e Censura Pública;

DECISÃO CFP: Por unanimidade, o Plenário doConselho Federal de Psicologia decidiu dar provi-mento ao recurso interposto, de modo a reformara decisão do CRP-02, pela improcedência do Pro-cesso Ético em análise, determinando seu arquiva-mento;

DATA DO JULGAMENTO: 17/10/2014

PRESIDENTE DA SESSÃO: Mariza Monteiro Borges;

RELATOR: Inara Barbosa Leão;

PROCESSO ÉTICO-PROFISSIONAL CFP N.º 1144/14 – ORIGEM: CRP-08; Advertência

EMENTA – Processo Ético Profissional. Recursocontra decisão do Conselho Regional de Psicologiada 08ª região, que decidiu pela exclusão liminar darepresentação e consequente arquivamento. Deci-são Reformada.

DECISÃO CRP: Arquivamento;

DECISÃO CFP: Por unanimidade, o Plenário doConselho Federal de Psicologia decidiu dar provi-mento ao recurso interposto, de modo a reformar adecisão do CRP-08, aplicando a pena de Advertência;

DATA DO JULGAMENTO: 17/10/2014

PRESIDENTE DA SESSÃO: Mariza Monteiro Borges;

RELATOR: Meire Nunes Viana;

PROCESSO ÉTICO-PROFISSIONAL CFP N.º 3255/14– ORIGEM: CRP-06; Arquivamento

EMENTA – Processo Ético Profissional. Recursocontra decisão do Conselho Regional de Psicologiada 06ª região, que decidiu pela exclusão liminar darepresentação e consequente arquivamento. Deci-são Mantida.

DECISÃO CRP: Arquivamento;

DECISÃO CFP: Por unanimidade, o Plenário doConselho Federal de Psicologia decidiu negar provi-mento ao recurso interposto pelo Denunciante, demodo a manter a decisão do CRP-06, determinandoo arquivamento do Processo Disciplinar Ético;

DATA DO JULGAMENTO: 17/10/2014

PRESIDENTE DA SESSÃO: Mariza Monteiro Borges;

RELATOR: João Carlos Alchieri;

Psicólogo (a), atualize

seus dadosno Cadastro Nacional!

Processos éticos

http://cadastro.cfp.org.br

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Conselho Federal de Psicologia Jornal do Federal - novembro 2014

II Encontro Evolutivode Psicoterapia

20 a 22/11/2014Local: UniCEUB - SEPN 707/907Campus do UniCEUB, Asa Norte,Brasília/DF, CEP: 70.790-075Telefone: (61) 9693-4814

[email protected]

Treinamento em Psicoterapia Infantil:modelo Oaklandercom Felicia Carroll

26 a 29/11/2014Local: Associação Médica de Caxias do Sul - AMECS Caxias do SulTelefone: (54) 3223-4270

[email protected]://www.recriar.net.br/cursos.php?curso=22#cr22

II Fórum Interdisciplinar sobre o DesenvolvimentoHumano - Transtornos do Espectro Autístico

27 a 29/11/2014Local: Sociedade Brasileira de Psicanálise de São PauloAv. Dr. Cardoso de Melo, 1.450Vila Olímpia - São Paulo/SP

[email protected]://www.sbpsp.org.br/atividades/eventos-sbpsp

Capacitação em Psicologia Organizacional e do Trabalho

26/11/2014 a 29/05/2015Local: Av. Dom Hélder Câmara, 5.027Piso do estacionamentoRio de Janeiro/RJTelefone: (21) 3594-2397

[email protected]://www.ccnscursos.com.br/site/content/capacita%C3%A7%C3%A3o-em-psicologia-organizacional-e-do-trabalho

Agenda

IV Encontro Nacio-nal de Residênciasem Saúde

02 a 06/12/2014Local: Universidade Federal de Pernambuco - UFPE - Recife

[email protected]://enars.pernambuco.com

Curso de Verão de Psicologia Hospitalar

26 a 30/01/2015Local: Av. Cristovao Colombo, Savassi - Belo Horizonte/MGTelefone: (31) 9818-1779

[email protected]://psicologiahospitalar.net.br

Atuação do Psicólogo em Centros de TerapiaIntensiva

08 e 09/12/2014Local: Unidade PaulistaAv. Paulista, 37 - 15º andar Bela Vista - São Paulo/SPTelefone: (11) 2151-1001

cursosdeatualizaçã[email protected]://www.einstein.br/Ensino/cur-sos-de-atualizacao/Paginas/curso-de-atualizacao-em-atuacao-do-psi-cologo-em-centros-de-terapia-intensiva.aspx

I Seminário Internacional de Psicologia Forense

28 a 29/11/2014Local: Pelotas/RSTelefone: (53) 3307-3000

[email protected]://www.ipafrs.com.br/

Especialização emNeuropsicologia

06/02/2015 a 16/12/2016

Local: Rua Veríssimo Gloria, 149Adamantina/SPTelefone: (11) 3064-3186

[email protected]://www.cepsic.org.br/

Especialização em Psicologia Escolar

14/03/2015 à 30/09/2016

Local: Sede do CAPE Av. Mostardeiro, 265Porto Alegre/RSTelefone: (51) 3516-5681

[email protected]://www.capepsi.com.br/

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