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O conjunto de elementos que temos à nossa volta, tais como as edificaçıes, os equipamentos, os móveis, as condiçıes de temperatura, de pressªo, a umidade do ar, a iluminaçªo, a ordem, a limpeza e as próprias pessoas, constituem o nosso ambiente. Nos locais de trabalho, a combinaçªo de alguns desses elementos gera produtos e serviços. A todo esse conjunto de elementos e açıes denominamos condiçıes ambientais. É possível imaginar que, num futuro próximo, os trabalhadores fiquem livres de desenvolver atividades em ambientes que coloquem em risco sua integridade física e saœde. JÆ estamos chegando quase lÆ. Hoje, existem robôs que, manipulados por controle remoto, descem ao fundo das crateras vulcânicas para colher amostras de solo e registrar informaçıes que permitirªo prever a ocorrŒncia de futuras erupçıes. Os cientistas fazem a sua parte em locais mais seguros. Entretanto, apesar de todo o avanço científico e tecnológico, ainda hÆ situaçıes em que o homem Ø obrigado a enfrentar condiçıes desfavorÆveis em seu ambiente de trabalho, expondo-se ao risco de contrair doenças ou sofrer lesıes. E o que Ø pior: hÆ casos em que o homem desenvolve seu trabalho em condiçıes ambientais aparentemente inofensivas, sem ter consciŒncia dos riscos invisíveis que estÆ enfrentando. Nesta aula, estudaremos as condiçıes ambientais e o impacto que elas provocam no homem, em seu trabalho. Estaremos preocupados em identificar as condiçıes ambientais que representam riscos à saœde do trabalhador. Essas atividades sªo tambØm chamadas de Higiene do trabalho, que Ø a ciŒncia que se dedica à prevençªo e ao controle das causas das doenças profissionais e do trabalho. DÆ para avaliar a importância desse assunto, tomando como base o fato de que o homem passa, em mØdia, pelo menos um terço de sua vida adulta no trabalho. Portanto, nªo se descuide! O inimigo invisível Qualquer um de nós jÆ se submeteu a um exame de raio X por indicaçªo mØdica. Nada sentimos ou vemos sair do aparelho de raio X ao fazermos esse exame. O ambiente Ø tudo Introduçªo Nossa aula A U L A 2 Acesse: http://fuvestibular.com.br/ P/ as outras apostilas de Hig. e Seg. no Trabalho, Acesse: http://fuvestibular.com.br/telecurso-2000/apostilas/metal-mecanica/higiene-seguranca-no-trabalho/

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  • 2A U L A

    O conjunto de elementos que temos nossavolta, tais como as edificaes, os equipamentos, os mveis, as condies detemperatura, de presso, a umidade do ar, a iluminao, a ordem, a limpeza e asprprias pessoas, constituem o nosso ambiente. Nos locais de trabalho, acombinao de alguns desses elementos gera produtos e servios. A todo esseconjunto de elementos e aes denominamos condies ambientais.

    possvel imaginar que, num futuro prximo, os trabalhadores fiquemlivres de desenvolver atividades em ambientes que coloquem em risco suaintegridade fsica e sade.

    J estamos chegando quase l. Hoje, existem robs que, manipulados porcontrole remoto, descem ao fundo das crateras vulcnicas para colher amostrasde solo e registrar informaes que permitiro prever a ocorrncia de futuraserupes. Os cientistas fazem a sua parte em locais mais seguros.

    Entretanto, apesar de todo o avano cientfico e tecnolgico, ainda h situaesem que o homem obrigado a enfrentar condies desfavorveis em seu ambientede trabalho, expondo-se ao risco de contrair doenas ou sofrer leses.

    E o que pior: h casos em que o homem desenvolve seu trabalho emcondies ambientais aparentemente inofensivas, sem ter conscincia dos riscosinvisveis que est enfrentando.

    Nesta aula, estudaremos as condies ambientais e o impacto que elasprovocam no homem, em seu trabalho. Estaremos preocupados em identificaras condies ambientais que representam riscos sade do trabalhador. Essasatividades so tambm chamadas de Higiene do trabalho, que a cincia que sededica preveno e ao controle das causas das doenas profissionais e dotrabalho. D para avaliar a importncia desse assunto, tomando como base o fatode que o homem passa, em mdia, pelo menos um tero de sua vida adulta notrabalho. Portanto, no se descuide!

    O inimigo invisvel

    Qualquer um de ns j se submeteu a um exame de raio X por indicaomdica. Nada sentimos ou vemos sair do aparelho de raio X ao fazermos esseexame.

    O ambiente tudo

    Introduo

    Nossa aula

    A U L A

    2Acesse: http://fuvestibular.com.br/

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  • 2A U L A Porm, para executar a radiografia, o equipamento libera uma grande

    carga de energia eletromagntica no percebida por ns. Essa radiao, emdosagens elevadas, prejudicial ao organismo humano, pois provoca altera-es no sistema de reproduo das clulas, ocasionando doenas e, em algunscasos, a morte.

    Essa uma das razes pelas quais consideramos certos riscos ambientaiscomo inimigos invisveis: alguns deles no so captados pelos rgos dossentidos (audio, viso, olfato, paladar e tato), fazendo com que o trabalhadorno se sinta ameaado. Inconsciente do perigo, a tendncia ele no darimportncia preveno.

    Relatrios mdicos falam de pessoas que adquiriram doena pulmonardepois de trabalhar anos a fio, sem nenhuma proteo, com algum tipo deproduto qumico. Esse tipo de doena avana vagarosamente, tornando difcilseu diagnstico no incio. Quando a pessoa se d conta, a doena j est em faseadiantada e a cura fica difcil, ou o dano irreversvel. Essa outra razo quetorna os riscos ambientais traioeiros.

    Em resumo, o desconhecimento de como os fatores ambientais geram riscos sade um dos mais srios problemas enfrentados pelo trabalhador.

    Os riscos que nos rodeiam

    H vrios fatores de risco que afetam o trabalhador no desenvolvimento desuas tarefas dirias. Alguns atingem grupos especficos de profissionais. ocaso, por exemplo, dos mergulhadores, que trabalham submetidos a altaspresses e a baixas temperaturas. Por isso, so obrigados a usar roupas especiais,para conservar a temperatura do corpo, e passam por cabines de compresso edescompresso, cada vez que mergulham ou sobem superfcie.

    Outros fatores de risco no escolhem profisso: agridem trabalhadores dediferentes reas e nveis ocupacionais, de maneira sutil, praticamente impercep-tvel. Esses ltimos so os mais perigosos, porque so os mais ignorados.

    Nesta aula, voc ficar conhecendo os principais tipos de riscos ambientaisque afetam os trabalhadores de um modo geral: os agentes fsicos, qumicos ebiolgicos, sobre os quais fala a Norma Regulamentadora - NR 9, do Ministriodo Trabalho, e as conseqncias para o organismo humano quando h umaexposio exagerada a um ou mais desses elementos. Ficar sabendo tambm, oque so riscos ergonmicos e quais os principais fatores de riscos ocupacionais,previstos no Anexo IV da Norma Regulamentadora - NR 5.

    Sero abordados apenas os riscos mais comuns, que podem estar presentesem qualquer tipo de ambiente de trabalho ou, predominantemente, na rea daMecnica. Se voc quiser se aprofundar neste assunto, conhecendo outrosfatores de risco, consulte as normas regulamentadoras citadas e as obras indica-das na bibliografia deste mdulo.

    Comeando pelos riscos fsicos

    Todos ns, ao desenvolvermos nossos trabalhos, gastamos uma certa quan-tidade de energia para produzir um determinado resultado.

    Quando as condies fsicas do ambiente, como, por exemplo, o nvel derudo e a temperatura, so agradveis, produzimos mais com menor esforo.Mas, quando essas condies fogem muito dos limites de tolerncia, vem ocansao, a queda de produo, a falta de motivao para o trabalho, as doenasprofissionais e os acidentes do trabalho.

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  • 2A U L AEm outras palavras, os fatores fsicos do ambiente de trabalho interferem

    diretamente no desempenho do trabalhador e na produo e, por isso, merecemser analisados com o maior cuidado.

    Ao estudar cada um dos fatores apresentados a seguir, pense em seuprprio local de trabalho. Identifique os problemas, comunique-os aos setoresou pessoas responsveis, procure as solues e coloque em prtica, semdemora, as medidas que estiverem ao seu alcance.

    Muito barulho por nada

    Quando voc se encontra em um ambiente de trabalho e no consegue ouvirperfeitamente a fala das pessoas, isso uma indicao de que o local barulhentoou ruidoso.

    Os especialistas no assunto definem o rudo como todo som que causasensao desagradvel ao homem.

    Mede-se o rudo utilizando um instrumento denominado medidor de pres-so sonora, conhecido por decibelmetro. A unidade usada como medida odecibel ou abreviadamente dB.

    Voc sabia?

    Para 8 horas dirias de trabalho, o limite mximo de rudo estabelecidopela norma regulamentadora do Ministrio do Trabalho de 85 decibis.O rudo emitido por uma britadeira equivalente a 100 decibis. Pelamesma norma, o limite mximo de exposio contnua do trabalhadora esse rudo, sem protetor auditivo, de 1 hora.

    O som e o rudo, penetrando pelos ouvidos, atingem o crebro. Se medidasde controle no forem tomadas, graves conseqncias podem ocorrer. Agindono aparelho auditivo, o rudo pode causar surdez profissional cuja cura impossvel, deixando o trabalhador com dificuldades para ouvir rdio, televisoe para manter um bom papo com os amigos.

    Entre o forno e o freezer

    Frio ou calor em excesso, ou a brusca mudana de um ambiente quente paraum ambiente frio ou vice-versa, tambm so prejudiciais sade.

    Nos ambientes onde h a necessidade do uso de fornos, maaricos etc., oupelo tipo de material utilizado e caractersticas das construes (insuficincia dejanelas, portas ou outras aberturas necessrias a uma boa ventilao), toda essacombinao pode gerar alta temperatura prejudicial sade do trabalhador.

    Paraconhecer outrasconseqnciasda exposioconstante a rudosexcessivos,consulte o Quadrode riscos epossveisconseqncias,includo no finaldesta aula.

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  • 2A U L A A sensao de calor que sentimos proveniente da temperatura resultante

    existente no local e do esforo fsico que fazemos para executar um trabalho. Atemperatura resultante funo dos seguintes fatores: umidade relativa do ar,velocidade e temperatura do ar e calor radiante, isto , produzido por fontes decalor do ambiente, como fornos e maaricos.

    A unidade de medida da temperatura adotada no Brasil o grau Celsius,abreviadamente C. De modo geral, a temperatura ideal situa-se entre 21C e26 C; a umidade relativa do ar deve estar entre 55% a 65%, e a velocidade doar deve ser adequada, em torno de 0,12 m/s.

    Para saber mais!

    Consulte o anexo 3 da Norma Regulamentadora 15 do Ministrio doTrabalho, que trata das tabelas de temperaturas mximas paradiferentes tipos de trabalho.

    J nos ambientes destinados a armazenagem de peixes, sorvetes e matadou-ros, chamados de cmaras frigorficas, a temperatura pode chegar a algunsgraus abaixo de zero (graus negativos).

    Radiaes perigosas

    Por que ser que o rdio e a televiso, quando anunciam a ocorrncia de umeclipse total do Sol, orientam para observ-lo atravs de lentes escuras especiais?Por que no podemos ver o eclipse com os olhos desprotegidos?

    A explicao no to simples, mas nesta aula estudaremos algumas noessobre radiao e seus efeitos sobre o homem.

    As radiaes so uma forma de energia que se transmite da fonte ao receptoratravs do espao, em ondas eletromagnticas.

    As radiaes se movimentam no espao em forma de ondas. dessa forma,em ondas, que o som chega at o seu radinho de pilhas.

    Um dos elementos da onda o seu comprimento, identificado pela letragrega l (lambda). O comprimento de onda l tem grandes variaes, de acordocom o tipo de energia.

    Existem diferentes tipos de radiaes que se propagam no espao emdiferentes comprimentos de onda. As radiaes so tanto mais perigosas quantomenor for o comprimento de onda l.

    Veja, a seguir, quais os tipos de radiao que mais atingem o trabalhador.

    Veja, noQuadro de riscos

    e possveisconseqncias,includo no final

    desta aula, osefeitos associados

    a exposioconstante stemperaturas

    excessivas.

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  • 2A U L ARaios infravermelhos

    Trabalhos com solda eltrica, com solda oxiacetilnica, trabalhos com metaise vidros incandescentes, isto , que ficam da cor laranja e emitem luz quandosuperaquecidos, e tambm nos fornos, fornalhas e processos de secagem de tintae material mido so atividades que produzem raios infravermelhos. Emtrabalhos a cu aberto, o trabalhador fica exposto ao Sol, que uma fonte naturalemissora de raios infravermelhos.

    Em doses bem controladas, os raios infravermelhos so usados para finsmedicinais. Mas, quando a intensidade dessa radiao ultrapassa os limites detolerncia, atingindo o trabalhador sem nenhuma proteo adequada, os raiosinfravermelhos podem causar srios danos sade.

    Raios ultravioleta

    Atividades com solda eltrica, processos de foto-reproduo, esterilizaodo ar e da gua, produo de luz fluorescente, trabalhos com arco-voltaico,dispositivos usados pelos dentistas, processos de aluminotermia (atividadequmica com o emprego de alumnio em p), lmpadas especiais e o Sol emitemraios ultravioleta.

    Em pequenas doses (mais ou menos 15 minutos dirios de exposio ao Sol),o ultravioleta necessrio ao homem porque o responsvel pela produo davitamina D no organismo humano. Mas, em quantidades excessivas, podecausar graves prejuzos sade.

    Tanto os raios infravermelhos como os ultravioleta normalmente no somedidos nos ambientes de trabalho, mas quando ocorrem atividades queemitam esses raios, como as citadas nesta aula, medidas de proteo devem sertomadas para garantir a sade dos trabalhadores.

    Microondas

    As microondas so encontradas em formas domsticas ou industriais:fornos de microondas, aparelhos de radar em aeroportos, aparelhos deradiocomunicao, equipamentos de diatermia para obter calor e processos deaquecimento em produo de plsticos e cermica. A medio ou avaliao dasmicroondas pode ser por sistema eltrico ou trmico, mas no costumeira e noexistem limites nacionais de tolerncia definidos.

    Laser

    Esta sigla, em ingls, vem de Light Amplification by Stimulated Emissionof Radiation, que em Portugus pode ser traduzido por: amplificao da luz poremisso estimulada de radiao.

    O laser um feixe de luz direcional convergente, isto , que se concentra emum s ponto. muito utilizado em indstrias metalrgicas para cortar metais,para soldar e tambm em equipamentos para medies a grandes distncias.Tem tambm aplicaes em medicina, para modernos processos cirrgicos.

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  • 2A U L A Os perigos que podem representar os raios laser tm sido motivo de estudos

    e experincias, at agora no conclusivos. Da as recomendaes se limitaremmais aos aspectos preventivos. O seu maior efeito no homem sobre os olhos,podendo causar grandes estragos na retina, que a membrana sensvel do olho,em alguns casos irreversveis, podendo provocar cegueira.

    Todas essas radiaes estudadas: o infravermelho, o ultravioleta, a microon-da e o laser so classificadas como radiaes no ionizantes. Porm, as maisperigosas so as ionizantes, cuja energia to grande que, atingindo o corpohumano, produzem alteraes das clulas, provocando o cncer.

    Radiaes ionizantes

    Do ponto de vista do estudo das condies ambientais, as radiaesionizantes de maior interesse de uso industrial so os raios X, gama e beta, ede uso no industrial so os raios alfa e nutrons, cada uma com uma faixa decomprimento de onda l.

    Essas radiaes podem ser encontradas de forma natural nos elementosradioativos, tais como Urnio 238, Potssio 40 etc., alm das radiaes csmicasvindas do espao celeste.

    Artificialmente, so originadas pela tecnologia moderna, como o raio X,usado em metalurgia para detectar falhas em estruturas metlicas e verificar seh soldas defeituosas. Outros tipos de radiaes so usados para determinarespessuras de lminas metlicas, de vidro ou plsticos, bem como para indicarnveis de lquidos em reservatrios.

    Os raios gama servem para analisar soldagem em tubos metlicos, cujoprocesso chama-se gamagrafia.

    As radiaes so ainda usadas em tintas luminosas, nas usinas de produode energia eltrica (como a usina atmica de Angra dos Reis) e nos processos deverificao de desgaste de cera para piso, desgaste de ferramentas de tornos ede anis de motores de automveis. So tambm usadas em laboratrios depesquisa e na medicina, no combate ao cncer e em muitas outras aplicaes.

    A absoro de radiao no organismo humano indiretamente avaliadapela unidade chamada REM, em ingls: Relative Efect Man que em portu-gus quer dizer: efeito relativo no homem. A deteco das radiaes ionizantes feita por vrios tipos de aparelhos, como detectores pessoais e de cintilao,dosmetros etc.

    Os limites mximos de exposio so indicados pela Comisso Nacional deEnergia Nuclear e por norma do Ministrio do Trabalho.

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  • 2A U L ACuidado! Este smbolo indica material radioativo. No se

    aproxime, no mexa. Vendo este smbolo em materiais aban-donados ou mal acondicionados, informe aos rgosespecializados.

    Um pouco sobre os agentes qumicos

    Certas substncias qumicas, utilizadas nos processos de produo industri-al, so lanadas no ambiente de trabalho, intencional ou acidentalmente. Essassubstncias podem apresentar-se nos estados slido, lquido e gasoso.

    No estado slido, temos poeiras de origem animal, mineral e vegetal, comoa poeira mineral de slica encontrada nas areias para moldes de fundio. Noestado gasoso, como exemplo, temos o GLP (gs liquefeito de petrleo), usadocomo combustvel nos foges residenciais. No estado lquido, temos os cidos,os solventes, as tintas e os inseticidas domsticos.

    Esses agentes qumicos ficam em suspenso no ar e podem penetrar noorganismo do trabalhador por:

    Via respiratria essa a principal porta de entrada dos agentes qumicos,porque respiramos continuadamente, e tudo o que est no ar vai direto aosnossos pulmes. Se o produto qumico estiver sob forma slida ou lquida,normalmente fica retido nos pulmes e provoca, a curto ou longo prazo,srias doenas chamadas pneumoconioses, como o edema pulmonar e ocncer dos pulmes. Se estiver no ar sob forma gasosa, causa maioresproblemas de sade, pois a substncia atravessa os pulmes, entra nacorrente sangnea e vai alojar-se em diferentes partes do corpo humano,como no sangue, fgado, rins, medula ssea, crebro etc., causando anemias,leucemias, alergias, irritao das vias respiratrias, asfixia, anestesia, con-vulses, paralisias, dores de cabea, dores abdominais e sonolncia.

    Via digestiva se o trabalhador comer ou beber algo com as mos sujas, ouque ficaram muito tempo expostas a produtos qumicos, parte das substn-cias qumicas ser ingerida junto com o alimento, atingindo o estmagoe provocando srios riscos sade.

    Epiderme essa via de penetrao a mais difcil, mas se o trabalhadorestiver desprotegido e tiver contato com substncias qumicas, havendodeposio no corpo, sero absorvidas pela pele. A maneira mais comum dapenetrao pela pele o manuseio e o contato direto com os produtosperigosos, como arsnico, lcool, cimento, derivados de petrleo etc. quecausam cncer e doenas de pele conhecidas como dermatoses.

    Para sabermais sobre asconseqncias dasradiaes sobre oorganismo humano,analise o Quadrode riscos epossveisconseqncias,includo no finaldesta aula.

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  • 2A U L A

    Via ocular alguns produtos qumicos que permanecem no ar causamirritao nos olhos e conjuntivite, o que mostra que a penetrao dos agentesqumicos pode se dar tambm pela vista.

    importante tomar cuidado com os diferentes produtos qumicos emprega-dos nas indstrias e at em casa. Faa um levantamento dos produtos qumicosque voc utiliza, leia os rtulos das embalagens e informe-se sobre os efeitos quepodem provocar no organismo humano.

    Falso remdio!

    Quando voc respira um ar cheio de produtos qumicos, ele vai para ospulmes. Quando voc bebe um copo de leite, ele vai para o estmago.Da a pergunta: o que o leite tem a ver como desintoxicante pulmonarpor substncias nocivas?Resposta: Nada! O leite pode ser considerado alimento, nunca umpreventivo de intoxicao. Sua utilizao at prejudicial, uma vez queacreditando no seu valor, as medidas de higiene industrial e os cuidadoshiginicos ficam em segundo plano.

    As medidas ou avaliaes dos agentes qumicos em suspenso no ar sofeitas por meio de aparelhos especiais que medem a concentrao, ou seja, aporcentagem existente em relao ao ar atmosfrico. Os limites mximos deconcentrao de alguns produtos e outras informaes esto estabelecidos naNR 15, anexos 11, 12 e 13 do Ministrio do Trabalho.

    A vez dos agentes biolgicos

    So microrganismos, ou seja, reduzidssimos seres vivos no vistos a olhonu, presentes em alguns ambientes de trabalho, como hospitais, laboratrios deanlises clnicas, coleta de lixo, indstria do couro, fossas etc. Nessa categoriaincluem-se os vrus, as bactrias, os protozorios, os fungos, os parasitas e osbacilos. Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratria,olhos e pele, so responsveis por algumas doenas profissionais.

    Como esses microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais emambientes sujos, as medidas preventivas a tomar so: rigorosa higiene dos locaisde trabalho, do corpo e das roupas; destruio por processos de elevao datemperatura (esterilizao) ou uso de cloro; uso de equipamentos individuaispara evitar contato direto com os microrganismos; ventilao permanente eadequada; controle mdico constante, e vacinao, sempre que possvel.

    A verificao da presena de agentes biolgicos em ambientes de trabalho feita por meio de retirada de amostras de ar e de gua, que sero analisadas emlaboratrios especializados. Em virtude das grandes dificuldades para a realiza-o dessas anlises, no existem limites de tolerncia definidos.

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  • 2A U L AOs riscos ergonmicos

    Ergonomia a cincia que busca alcanar o ajustamento mtuo ideal entreo homem e o seu ambiente de trabalho. Entretanto, se no existir esse ajuste,teremos a presena de agentes ergonmicos que causam doenas e leses notrabalhador. A Norma Regulamentadora - NR 17, do Ministrio do Trabalho,trata desse assunto.

    Voc j viu como funciona uma guilhotina manual que serve para cortarchapas de ao? A haste de movimentao da guilhotina, que tem contato com asmos do trabalhador, deve ter uma forma adequada, de modo a permitir quetodos os dedos nela se apoiem, conforme mostra a ilustrao abaixo. Essa formarespeita a anatomia das mos, proporcionando conforto ao trabalhador.

    Os agentes ergonmicos presentes nos ambientes de trabalho esto relacio-nados a: exigncia de esforo fsico intenso, levantamento e transporte manualde peso, postura inadequada no exerccio das atividades, exigncias rigorosas deprodutividade, jornadas de trabalho prolongadas ou em turnos, atividadesmontonas ou repetitivas etc.

    Movimentos repetitivos dos dedos, das mos, dos ps, da cabea e dotronco produzem monotonia muscular e levam ao desenvolvimento de doen-as inflamatrias, curveis em estgios iniciais, mas complicadas quando notratadas a tempo, chamadas genericamente de leses por esforos repetitivos----- ler (l-se lr, com e aberto).

    As doenas que se enquadram nesse grupo caracterizam-se por causarfadiga muscular, que gera fortes dores e dificuldade de movimentar os msculosatingidos.

    So exemplos de doenas causadas por esforos repetitivos: bursite (infla-mao da bursa, que uma cpsula contendo lquido lubrificante em seu interior,que reveste algumas articulaes); miosite (inflamao de msculo); tendinite( inflamao dos tendes, que so fibras que unem os msculos) e tenossinovite(inflamao dos tendes e das articulaes).

    H registros de que essas doenas j atacavam os escribas e notrios, hsculos. Hoje afetam diversas categorias de profissionais: bancrios, metalrgicos,costureiros, pianistas, telefonistas, digitadores, empacotadores, enfim, todos osprofissionais que realizam movimentos automticos e repetitivos.

    Contra os males provocados pelos agentes ergonmicos, a melhor arma,como sempre, a preveno: rodzios e descansos constantes; exerccios com-pensatrios freqentes para trabalhos repetitivos; exames mdicos peridicos;evitar esforos superiores a 25 kg para homens e 12 kg para mulheres; posturacorreta sentado, em p, ou carregando e levantando peso, como mostra ailustrao a seguir.

    Para sabermais sobre asconseqncias dosriscos ergonmicossobre o organismohumano, analise oQuadro de riscose posveisconseqnciasincludo no finaldesta aula.

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  • 2A U L A

    50kg

    Riscos de acidentes

    Outros fatores de risco que podem ser encontrados e devem ser eliminadosdos ambientes de trabalho so decorrentes de: falhas de projeto de mquinas,equipamentos, ferramentas, veculos e prdios; deficincias de leiaute; ilumina-o excessiva ou deficiente; uso inadequado de cores; probabilidade de incndioou exploso; armazenamento inadequado de produtos, presena de animaispeonhentos etc.

    Voc acabou de ter uma viso geral dos principais fatores de risco encontra-dos nos ambientes de trabalho, de um modo geral. Agora importante vocaplicar o que aprendeu, comeando por analisar seu prprio ambiente detrabalho. Resolver os exerccios a seguir vai ajud-lo nessa tarefa.

    Exerccio 1Pequise, em seu ambiente de trabalho, se j houve afastamento de algumfuncionrio decorrente de doena profissional ou leso causada por riscoambiental.

    Exerccio 2Analise seu ambiente de trabalho e faa uma lista dos fatores de riscoexistentes. Depois, classifique-os de acordo com o quadro abaixo.

    Exerccio 3Faa uma lista das conseqncias associadas aos riscos que voc identificouna questo anterior.

    Exerccio 4Pesquise quais as medidas preventivas aplicveis a cada um dos fatores derisco que voc identificou.

    RISCOS

    BIOLGICOS

    RISCOS

    DE ACIDENTESRISCOS

    ERGONMICOSRISCOS QUMICOSRISCOS FSICOS

    Exerccios

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  • 2A U L A

    QUADRO DE RISCOS E POSSVEIS CONSEQNCIASTIPO CONSEQNCIAS POSSVEIS

    diminuio da viso noturna; ansiedade; fadiga nervo-sa; irritabilidade; dificuldade para perceber distncias erelevos; reduo do apetite sexual; perda de memria;alteraes das funes cardacas, circulatrias e digesti-vas; dificuldade para distinguir cores.aumento do dimetro dos vasos sangneos; queimadu-ras; erupes na pele; prostrao trmica, podendo levarao desmaio; cibras de calor, principalmente nos finaisde expediente; fadiga fsica extrema; envelhecimentoprecoce; reduo do tempo de vida.diminuio da mobilidade para o trabalho, causada peloexcesso de roupas, provocando acidentes e queda daprodutividade; reduo da sensibilidade dos dedos, damovimentao, das juntas e da preciso dos movimen-tos; congelamento das mos e ps, que ocasiona necrose,isto , apodrecimento dos tecidos; doena chamada deps de imerso que provoca fortes dores e paralisaodos ps e pernas, agravada se houver umidade no local;ulcerao do frio, que causa feridas, rachaduras e atnecrose superficial da pele; queimaduras pelo frio.rugas prematuras e engrossamento da pele; manchasavermelhadas e escurecimento da pele; queimaduras napele; cncer da pele; aquecimento do corpo; agresso crnea; conjuntivite; catarata, doena que deixa o crista-lino do olho opaco; cegueira; cansao visual; dores decabea; danos no sangue e nos rgos reprodutores.nuseas, diarria, febre, fraqueza, inflamao da boca egarganta; perda de cabelo; catarata, anemia, ou seja,reduo do nmero de glbulos vermelhos do sangue;leucemia, isto , cncer do sangue; alteraes nas clulasreprodutoras; morte.problemas de coluna; fadiga muscular; fadiga visual,fadiga subjetiva, isto , falta de disposio para executaruma tarefa, mesmo sem estar presente a fadiga muscu-lar; fadiga mental; leses por esforos repetitivos.

    Rudoexcessivo

    Altastemperaturas

    Baixastemperaturas

    Radiaesionizantes

    Radiaesno ionizantes

    RISCOS ERGONMICOS

    RISCOS

    FSICOS

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