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ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRASACADEMIA REAL MILITAR (1810)
Samuel José Araujo Cardoso
GESTÃO AMBIENTAL: MEDIDAS TOMADAS PELO 2º BATALHÃO DE ENGENHARIA DE CONSTRUÇÃO NA OBRA DA BR-135/PI,
TRECHO DIV. PI/MA (GUADALUPE) – DIV. PI/BA.
Resende
2018
Samuel José Araujo Cardoso
GESTÃO AMBIENTAL: MEDIDAS TOMADAS PELO 2º BATALHÃO DE ENGENHARIA DE CONSTRUÇÃO NA OBRA DA BR-135/PI,
TRECHO DIV. PI/MA (GUADALUPE) – DIV. PI/BA.
Orientador: 1º Ten Eng Tiago Luís da Silva
Resende
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Academia Militar das Agulhas Negras como parte dos requisitos para a Conclusão do Curso de Bacharel em Ciências Militares.
2018
Samuel José Araujo Cardoso
GESTÃO AMBIENTAL: MEDIDAS TOMADAS PELO 2º BATALHÃO DE ENGENHARIA DE CONSTRUÇÃO NA OBRA DA BR-135/PI, TRECHO DIV. PI/MA
(GUADALUPE) – DIV. PI/BA.
COMISSÃO AVALIADORA
____________________________
Tiago Luis da Silva, 1º Ten Eng – Orientador
__________________________
_________________________
Resende
2018
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Academia Militar das Agulhas Negras como parte dos requisitos para a Conclusão do Curso de Bacharel em Ciências Militares, sob a orientação do 1º Ten Eng Tiago Luís da Silva.
Dedico o presente trabalho a minha família que muito contribuiu para persistir em busca de
todos os meus objetivos.
AGRADECIMENTOS
Ao 1º Ten Eng Luís Silva, pelo tempo disponibilizado e ensinamentos passados.
Ao Maj Fábio Barros, por ter me fornecido dos documentos necessários para a confecção
deste TCC.
A minha família pelo apoio prestado.
Aos meus companheiros de caserna pela sã camaradagem.
RESUMO
CARDOSO, Samuel José Araujo. Gestão Ambiental: Medidas tomadas pelo 2º Batalhão de Engenharia de Construção na obra da BR-135/PI, trecho div. PI/MA (Guadalupe) – Div. PI/BA. Resende: AMAN, 2018. Monografia.
A presente pesquisa tem por objetivo elencar as medidas adotadas pelo 2º BEC para a Gestão
Ambiental na obra de Pavimentação da BR-135/PI e relacioná-las com as medidas que são
previstas pelo Manual de Gestão Ambiental Escolar.
Para isso fora mostrado o Sistema de Engenharia do Exército Brasileiro, bem como a sua
participação no desenvolvimento nacional por meio de obras de construção, destacando-se a
participação em obras rodoviárias, os impactos gerados por tais ações e a necessidade de gerir
o meio ambiente de forma adequada, fazendo o seu uso sustentável, também foi destacada a
Diretoria de Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente (DPIMA), que é responsável pela
Gestão Ambiental no âmbito da força. Nessa perspectiva, apresentou-se a constituição da
malha rodoviária brasileira e elencou-se tópicos para verificar o processo histórico que levou
a relevância hoje dada a preservação ambiental, no âmbito mundial e brasileiro.
Por fim, realizou-se uma verificação das medidas adotadas na obra da BR-135/PI, elencando
as medidas de acordo com o mostrado no Manual de Gestão Ambiental Escolar e concluímos
que a Força Terrestre tem atuado alinhada com os documentos ambientais supracitados, e
buscado tomar o máximo de ações que tenha como finalidade a manutenção do meio
ambiente, em suas obras de rodovia.
Palavras-chave: Medidas. Gestão Ambiental. 2º BEC. Desenvolvimento Nacional. Verificar.
ABSTRACT
CARDOSO. Samuel José Araujo. Environmental Management: Measures taken by the 2nd
Battalion of Construction Engineering in the work of BR-135/PI, excerpt div. PI/MA
(Guadalupe) – div. PI/BA. Resende: AMAN, 2018.
The research aims to list the measures adopted by the 2nd BEC for the Environmental
Management of the Pavement Work of BR-135/PI and relate them to the measures that are
foreseen in the School Environmental Management Manual.
As well as its participation in the national development of the construction environment,
highlighting the participation in road works, the impacts generated by these actions and the
need to complete, In this perspective, a list of the federal mesh and topical layers was
presented for the verification of the historical process that led to a notification given today by
environmental preservation, in the world and Brazilian scope.
Through a verification of the measures adopted in the work of BR-135/PI, listing the measure
according to the environmental management manual of students and students concluded that
the Territorial Force is in line with the environmental documents mentioned above, and
sought to take the maximum number of actions that have the purpose of maintaining the
environment in their highway works.
Key words: Measures. Environmental management. 2nd BEC. National Development. Check.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Organograma do DEC.....................................................................................17FIGURA 2 – Organograma da DOC....................................................................................18FIGURA 3 – Organograma da DPIMA................................................................................25FIGURA 4 – Rio Gurguéia.....................................................................................................28FIGURA 5 – Perfil do sistema de tratamento com fluxo sub-superficial..........................30FIGURA 6 – Edificações no local de implantação do destacamento e usina.....................30FIGURA 7 – Corte e aterro....................................................................................................31FIGURA 8 – Corte e aterro....................................................................................................32FIGURA 9 – Exploração de jazidas e medidas adotadas....................................................34FIGURA 10 - Jazida...............................................................................................................34FIGURA 11 – Bacia de dissipação em solo reforçado........................................................ 36FIGURA 12 – Ponte sobre o rio Gurguéia............................................................................36FIGURA 13 - Bueiro...............................................................................................................37
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – Aspectos ambientais das obras de Engenharia.............................................26
LISTA DE ABREVIATURAS E SILGAS
AMAN Academia Militar das Agulhas Negras
PBA Plano Básico Ambiental
PCA Plano de Controle Ambiental
2º BEC 2º Batalhão de Engenharia de Construção
DOM Diretoria de Obras Militares
DOC Diretoria de Obras de Cooperação
DPIMA Diretoria de Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente
DPE Diretoria de Projetos de Engenharia
PAC Programa de Aceleração do Crescimento
LSB Logistic Support Bridge
ONU Organização das Nações Unidas
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
SIGAEB Sistema de Gestão Ambiental do Exército Brasileiro
DNIT Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
LI Licença Instalação
LO Licença Operação
CPRH Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
SISNAMA Sistema Nacional de Meio Ambiente
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11
1.1 OBJETIVOS......................................................................................................................12
1.1.1 Objetivo Geral................................................................................................................. 12
1.1.2 Objetivo Específico..........................................................................................................12
2 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO...................................................... 13
2.1 Revisão da literatura e antecedentes do problema.......................................................113
2.2 Referencial metodológico e procedimentos.................................................................. 15
2.2.1 Problema.......................................................................................................................... 15
2.2.2 Hipóteses...........................................................................................................................15
2.2.3 Procedimentos de Pesquisa.............................................................................................15
3 SISTEMA DE ENGENHARIA DO EXÉRCITO BRASILEIRO.............................. 16
4 TRANSPORTE RODOVIÁRIO BRASILEIRO..........................................................20
5 GESTÃO AMBIENTAL.................................................................................................20
5.1 Gestão Ambiental no Mundo..........................................................................................20
5.2 Gestão ambiental no Brasil.............................................................................................22
5.3 Gestão ambiental no Exército Brasileiro.......................................................................24
6 MEDIDAS ADOTADAS PELO 2º BEC NA OBRA DA BR-135 PARA FINS DE
GESTÃO AMBIENTAL.................................................................................................
25
6.1 Obra de Pavimentação da BR-135/PI e seus aspectos ambientais............................. 25
6.2 Medidas de manejo ambiental em obras rodoviárias.................................................. 26
6.3 Medidas para a Gestão Ambiental adotadas pelo 2º BEC na obra da
BR-135/PI.........................................................................................................................
.......
27
6.3.1 Providências Iniciais........................................................................................................27
6.3.1.1 Licença de Instalação e Licenças e/ou Autorizações para áreas de apoio.......................27
6.3.1.2 Cuidados ambientais relativos às áreas de apoio e frentes de trabalho...........................28
6.3.1.3 Sítios históricos, arqueológicos e espeleológicos............................................................. 28
6.3.1.4 Identificação dos corpos hídricos da área de influência ................................................. 28
6.3.2 Serviços Preliminares......................................................................................................29
6.3.2.1 Desmatamento e limpeza...................................................................................................29
6.3.2.2 Desvios de tráfego e caminhos de serviços.......................................................................29
6.3.2.3 Desapropriação e reassentamentos.................................................................................. 30
6.3.3 Terraplanagem................................................................................................................ 31
6.3.3.1 Cortes e Aterros.................................................................................................................31
6.3.3.2 Empréstimos e Bota-foras................................................................................................. 32
6.3.3.3 Desmonte de rochas para a execução de plataforma estradal......................................... 32
6.3.4 Exploração de Materiais de Construção....................................................................... 33
6.3.4.1 Jazidas em geral de solos, cascalhos, pedreiras e areais.................................................33
6.3.5 Pavimentação................................................................................................................... 35
6.3.6 Drenagem e Obras-de-arte............................................................................................. 35
6.3.6.1 Drenagem.......................................................................................................................... 35
6.3.6.2 Obras-de-arte.................................................................................................................... 36
6.3.7 Providências Finais......................................................................................................... 37
6.3.7.1 Recuperação de áreas de uso do canteiro de obras..........................................................37
6.3.7.2 Sinalização e controle de acessos e medidas compensatórias..........................................37
7 CONCLUSÃO................................................................................................................. 38
8 REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 40
11
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, o tema Gestão Ambiental, tem adquirido importância, pois, o planeta
tem sofrido todos os impactos ambientais gerados principalmente pelo crescimento
populacional e pelo crescimento econômico baseado no uso de recursos naturais. Nesse
sentido, a exploração desenfreada dos recursos naturais potencializa o aquecimento global,
que se não for tratado com a devida importância, poderá prejudicar o futuro da humanidade.
Seu estudo é relevante para o meio militar, uma vez que praticamente todas as
atividades militares fazem uso do terreno, quer seja nos próprios exercícios de adestramento
de tropa, quer seja em obras realizadas em apoio ao crescimento nacional.
A presente pesquisa busca tratar do tema sob a perspectiva do Sistema Engenharia do
Exército Brasileiro, tendo em vista que seus trabalhos geram grandes alterações no terreno
onde é realizado, por esse motivo devem ser observados as medidas a serem adotadas no
aspecto da Gestão Ambiental.
Delimitamos o nosso foco de pesquisa na verificação das medidas adotadas no
âmbito da Gestão Ambiental em uma obra de estradas, realizada pelo Exército Brasileiro,
observando a obra de Pavimentação da rodovia BR-135/PI.
Faz-se necessário definirmos alguns conceitos que entendemos como fundamentais
para o desenvolvimento do assunto. O primeiro deles é o conceito de Meio Ambiente, que
hoje é entendido como o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física,
química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas a suas formas (Lei. 6.938 de
31.08.91), tendo como componentes os meios físicos (clima, relevo, etc), meio biológico
(fauna, flora) e o meio socioeconômico. O Manual Escolar de Gestão Ambiental do Curso de
Engenharia da Academia Militar das Agulhas Negras, 1ª Edição, 2009, também detalha
alguns conceitos importantes a serem abordados no presente trabalho. Sendo eles, o de
Impacto Ambiental, que é definido como “Qualquer alteração das propriedades físicas,
químicas e/ou biológicas do meio ambiente, provocada direta ou indiretamente por atividades
humanas podendo afetar a saúde, a segurança e/ou a qualidade dos recursos naturais”
(BRASIL, 2009, p. 04). Além desse conceito, podemos verificar o conceito de Medidas
Mitigadoras, que constitui “Qualquer ação prevista para diminuir os efeitos dos impactos
negativos.” (BRASIL 2009, p. 04).
Por fim temos o conceito de Poluição Ambiental, que consiste na:
12
Presença, lançamento ou a liberação, nas águas, ar e solo, de toda e qualquer matéria ou energia, com intensidade, qualidade, concentração ou com características em desacordo com os padrões de emissão e padrões de qualidade ou possam tornar as águas, o ar ou solo:(1) Impróprios, nocivos ou ofensivos à saúde;(2) Inconvenientes ao bem-estar público;(3) Nocivos aos materiais, à fauna e à flora; e(4) Prejudiciais à Seg, ao gozo da propriedade e as Atv normais da comunidade. (BRASIL, 2009, p. 04)
Nessa perspectiva, esta pesquisa justifica-se pelo fato de atualmente e, com uma
perspectiva constante, da participação do Exército Brasileiro, por meio de seus Batalhões de
Engenharia de Construção ter participado de obras de cooperação para o desenvolvimento
nacional, aqui destacando as obras de rodovias. Assim, é importante ressaltar a importância da
Gestão Ambiental, pois tal atividade gera grandes transformações no terreno, fazendo-se
necessária a realização de medidas mitigadoras a fim de minimizar os impactos ao meio
ambiente. Nesse sentido, a presente pesquisa destina-se a apresentar as medidas adotadas pelo
2º Batalhão de Engenharia de Construção na obra de Pavimentação da BR-135/PI a fim de
constatar a adequação da força terrestre ao que é previsto no Manual Escolar de Gestão
Ambiental da AMAN.
1.1 Objetivos
Os objetivos da investigação a ser realizada podem ser assim descritos:
1.1.2 Objetivo geral
Nosso objetivo geral foi verificar as medidas a serem executadas em uma obra de
rodovia, com base na obra da BR-135/PI, executada pelo 2º BEC (2º Batalhão de Engenharia
de Construção).
1.1.2 Objetivos específicos
Visamos especificamente, identificar todas as medidas tomadas pelo 2º BEC, tanto
na execução da obra quanto para atender as exigências legais identificadas no PCA, PBA e
Projeto Executivo da obra.
A presente monografia está assim estruturada:
13
No primeiro capítulo, procuramos apresentar os meios e métodos utilizados para a
presente pesquisa científica, mostrar os antecedentes do problema e por fim destacar as
principais fontes utilizadas para a realização da pesquisa. Para a elaboração deste capítulo
utilizamos como fontes principais a Constituição Federal de 1988, o Manual Escolar de
Gestão Ambiental, 1º Edição, 2009, e a Lei Nº 6.938, de 31 de Agosto de 1981, que fala sobre
a Política Nacional do Meio Ambiente.
O segundo capítulo traz informações relacionadas ao Sistema de Engenharia do
Exército Brasileiro, detalhando como esse sistema funciona, suas diretorias, dentre outras
informações, além disso, mostra-se a participação da Engenharia do Exército Brasileiro na
cooperação para o desenvolvimento nacional com obras rodoviárias.
No terceiro capítulo, é apresentada a estrutura do Sistema Rodoviário Brasileiro,
mostrando o processo de adoção do modelo rodoviário pelo Brasil, bem como sua
importância no cenário nacional.
No quarto capítulo apresentamos aspectos relacionados a Gestão Ambiental,
mostrando como ocorre no mundo, no Brasil, e dentro da força terrestre.
No quinto e último capítulo, busca-se apresentar as medidas adotadas pelo 2º
Batalhão de Engenharia de Construção na obra de Pavimentação da BR-135/PI, relacionando
tais medidas com as medidas previstas no Manual Escolar de Gestão Ambiental da AMAN, e
por fim verificando a adequação da Engenharia da força terrestre aos quesitos previstos em
lei, e pelo manual supracitado.
2 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO
2.1 Revisão da literatura e antecedentes do problema
Buscando identificar o que de mais relevante e atualizado tem sido produzido sobre o
tema, verifica-se que “Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem
de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e
à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
(BRASIL. Constituição, 1988). Através de nossa constituição fica evidente a necessidade de
preservar o meio ambiente. Além disso, existem os órgãos competentes pela fiscalização das
atividades que possam gerar impactos ambientais, destacando-se no âmbito Federal, o
IBAMA, em que uma de suas missões,
14
“Consiste no dever que o Poder Público tem de fiscalizar as condutas daqueles que se apresentem como potenciais ou efetivos poluidores e utilizadores dos recursos naturais, de forma a garantir a preservação do meio ambiente para a coletividade” (IBAMA, 2018).
Nesse sentido, segundo o IBAMA, 2018, tem realizado cada vez mais ações para o
controle do meio ambiente nos seguintes aspectos: Fiscalização Ambiental de atividades
poluentes e contaminantes, Fiscalização ambiental de empreendimentos e atividades
licenciadas, Fiscalização ambiental de fauna e flora, Fiscalização ambiental de organismos
geneticamente modificados, Fiscalização ambiental de patrimônio genético e por fim,
Fiscalização ambiental da pesca. Estas ações são compartilhadas com os Estados, Municípios
e o Distrito Federal, por meio do SISNAMA, com isso pode-se verificar a amplitude de
exercício do órgão supracitado. Assim consegue-se observar a necessidade de adequação do
Exército Brasileiro, as exigências impostas pelo órgão supracitado, a fim de cooperar para a
manutenção do meio ambiente e para que não sofra sanções aplicadas pelos órgãos de
fiscalização ambiental.
Com a finalidade de balizar as medidas a serem adotadas para a gestão ambiental,
criou-se a Política Nacional de Meio Ambiente, que tem por objetivo “A preservação,
melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País,
condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à
proteção da dignidade da vida humana […] planejamento e fiscalização dos recursos
ambientais, proteção dos ecossistemas, com a preservação das áreas representativas,
recuperação das áreas degradadas […]”, (BRASIL, Lei Nº 6.938, de 31 de Agosto de 1981).
Além disso, no âmbito da caserna, Manual de Gestão Ambiental, do Curso de
Engenharia da Academia Militar das Agulhas Negras, 1ª Edição, 2009, diz que:
Desde os primeiros dias de caserna, o militar aprende a preservar e respeitá-la como aliada do combate na atividade-fim. A vegetação e os recursos naturais são imprescindíveis para as operações militares. Além disso, consciente dos riscos de uma catástrofe ambiental e humana sem precedentes de que pode ser vítima o planeta Terra, o Exército tem procurado colaborar com os esforços nacional e mundial no resgate de melhores condições ambientais.Com a evolução da Política Ambiental Brasileira, o Comandante do Exército baixou a Diretriz Estratégica da Gestão Ambiental, com a finalidade de adotar medidas impeditivas ou atenuadoras do impacto ambiental que possam representar para o meio ambiente as atividades e empreendimentos militares.Nesse sentido, é de particular interesse para os Oficiais da Arma de Engenharia, além das medidas a serem tomadas quando em operações estritamente militares, aquelas também relacionadas com obras de engenharia, que são executadas pelos Batalhões de Engenharia de Construção. (BRASIL, 2009, p. 4)
15
A teoria que ampara nossa pesquisa pode ser assim resumida: atualmente o mundo
preocupa-se com a questão ambiental, percebendo que medidas mitigadoras devem ser
executadas em todas as atividades que possam gerar impacto ambiental. Nesse sentido, o
Exército Brasileiro, por meio do Sistema de Engenharia, vem cada vez mais, realizando obras
de grande vulto, o que gera a necessidade da preocupação com a Gestão Ambiental.
Por conseguinte, faz-se necessário que o Exército Brasileiro, atente-se às normas
ambientais brasileiras, para que as atenda, e gere o mínimo possível de impactos ao meio
ambiente.
Diante do que encontramos na literatura acerca do tema, podemos identificar
algumas questões que nos parecem problemáticas – como realizar obras de Engenharia,
gerando o menor impacto ambiental possível? Ou, colocado de outra forma, como realizar
ações mitigadoras de forma a não gerar grandes impactos ambientais nas obras de estradas?
2.2 Referencial metodológico e procedimentos
2.2.1 Problema
Visando a pôr a prova o que o Manual de Gestão Ambiental prescreve, comparando-
o com o que é realizado pelo Exército Brasileiro nas obras de construção/manutenção de
rodovias, formulamos o seguinte problema de pesquisa: Quais foram as medidas e condutas
tomadas pelo 2º Batalhão de Engenharia de Construção, para a execução de obra de
pavimentação da BR-135/PI, sem gerar grandes impactos ambientais na região da obra?
2.2.2 Hipóteses
Partimos da hipótese de constatar quais foram as medidas para a gestão ambiental
feitas pelo 2º BEC para a execução da obra da BR-135/PI, e se foram consonantes com o
previsto no Manual Escolar de Gestão Ambiental, a fim de a partir disso concluir se o
Exército Brasileiro tem tido preocupação e realizado ações mitigadoras para diminuir os
impactos ambientais e buscado cumprir a legislação vigente.
2.2.3 Procedimentos de pesquisa
16
Pelo fato de o Exército Brasileiro, ocasionar em muitas de suas missões
transformações no terreno e consequentemente impactos ambientais, faz-se necessário que a
força terrestre se adeque as legislações ambientais e busque maximizar as medidas
mitigadoras, aqui destacando as providências a serem tomadas em obras de Engenharia. Por
esses motivos, pretendemos realizar uma pesquisa exploratória.
Para melhor compreender o fenômeno, utilizaremos da pesquisa bibliográfica para a
obtenção dos principais dados de estudo. O Plano de Controle Ambiental (PCA), o Plano
Básico Ambiental (PBA) e o Projeto Executivo da obra de pavimentação da BR-135/PI serão
instrumentos de coleta de dados. No decorrer da pesquisa realizaremos os seguintes
procedimentos: apresentação da pesquisa bibliográfica relacionada à temática, em que se
insere o Sistema de Engenharia do Exército Brasileiro, comentários acerca da malha
rodoviária brasileira e a sua importância na atual conjuntura nacional, o processo histórico da
Gestão Ambiental no mundo, no Brasil e na Força Terrestre, além de documentação do 2º
Batalhão de Engenharia de Construção que explicita como atuou para a gestão ambiental da
obra tratada neste trabalho. Identificamos, inicialmente, o Manual Escolar de Gestão
Ambiental, 1º Edição, 2009, a ser utilizado para fins de pesquisa das atividades que foram
executadas na obra da BR-135/PI.
3 O SISTEMA DE ENGENHARIA DO EXÉRCITO BRASILEIRO
O Sistema Engenharia do Exército Brasileiro visa proporcionar às tropas: Apoio à
mobilidade, apoio à contra mobilidade, apoio a proteção e o apoio geral de engenharia.
Observando sob o ponto de vista do apoio geral de engenharia, de acordo com o Manual de
Emprego da Engenharia C5-1, 3ª Edição de 1999, diz que: O apoio geral de Engenharia engloba todas as tarefas que, contribuindo ou não para a mobilidade, a contra mobilidade e a proteção dos elementos de manobra, proporcionam a infraestrutura necessária para as operações militares, particularmente quanto ao apoio logístico, ao apoio de fogo e ao sistema de comado e controle. Em tempo de paz, inclui também os trabalhos em apoio às ações subsidiárias ou de interesse socioeconômico para a Nação. Algumas dessas tarefas podem ser realizadas em combinação com a Engenharia de outras forças ou com empresas civis especializadas. São exemplos, entre outros, o estudo do terreno, a navegação em vias interiores, a produção de cartas e de água tratada e a construção, reparação, melhoramento e conservação de hidrovias, rodovias e ferrovias, de instalações logísticas ou de comando, de campos de pouso e de sistemas de abastecimento de serviços essenciais.
17
Nesse sentido, aplica-se a uma das finalidades do Sistema Engenharia, a construção,
reparação e melhoramento em rodovias, como Ação Subsidiária (Lei Complementar nº 97,
Art. 17-A, II), ajudando no desenvolvimento e na integração nacional.
Para isso, o Exército Brasileiro, utiliza-se do Departamento de Engenharia e
Construção, que tem por missão, “Assegurar o efetivo e regular emprego da Engenharia
Militar, em benefício do Exército e do Estado Brasileiro, realizando a gestão de Obras,
Patrimônio, Meio Ambiente, Material e Operações de Engenharia.” (DEPARTAMENTO DE
ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, 2017) e é constituído pelas seguintes diretorias:
Diretoria de Obras Militares (DOM), Diretoria de Obras de Cooperação (DOC), Diretoria de
Patrimônio Imobiliário e Meio Ambiente (DPIMA), Diretoria de Projetos de Engenharia
(DPE).
Fonte: www.dec.eb.mil.br
FIGURA 1 - ORGANOGRAMA DO DEC
18
A coordenação das obras em rodovias se dá através da Diretoria de Obras de
Cooperação, que tem a incumbência de: “Gerenciar as atividades relativas às obras de
engenharia atribuídas ao Sistema de Obras de Cooperação, visando ao adestramento da tropa
e ao desenvolvimento nacional.” (DEPARTAMENTO DE OBRAS DE COOPERAÇÃO,
2018), e é executado pelos Grupamentos de Engenharia, como mostra o organograma abaixo:
Fonte: http://www.doc.eb.mil.br/home.php?pg=estrutura_organizacional
Amparando-nos em Hammerschmidt, 2017, para os estudos das finalidades das
atividades realizadas pelo Sistema de Engenharia verifica-se que, possui como objetivos em
tempos de paz, no âmbito militar, realizar o adestramento da tropa da força terrestre e
melhorar as tecnologias da força no âmbito da Engenharia; já no aspecto de ações
subsidiárias, contribui para o desenvolvimento nacional por meio da construção/reparação de
aeroportos, perfuração de poços, construções verticais em geral e coopera para que haja a
promoção da integração nacional, por meio das estradas, dentre outras atividades exercidas.
No âmbito do adestramento da tropa, é de fundamental importância que estas
atividades continuem a ser realizadas, pois em tempos de paz, configura-se como uma
excepcional maneira de se qualificar os recursos humanos do Exército Brasileiro, para que
possam sempre aprimorar e aprender novos métodos e procedimentos para a atividade de
FIGURA 2 - ORGANOGRAMA DA DOC
19
Engenharia, como por exemplo na execução e controle de obras públicas, em que são
executadas atividades parecidas com as que seriam executadas em tempos de guerra. Além
disso, têm-se a formação de mão de obra especializada, como cita a Construtora ENGEFROM
ENGENHARIA,A Engenharia do Exército emprega nos seus batalhões profissionais especializados, tais como laboratoristas, topógrafos, mecânicos, operadores de equipamentos, dentre outros, os quais, após o cumprimento do tempo de serviço militar, são integrados no mercado de trabalho, contribuindo para a qualificação da mão de obra no setor de infraestrutura do País. Para tanto, o Exército conta com a tradicional parceria do Sistema S, melhorando ainda mais a capacitação dos militares em áreas bastante carentes do Brasil. (abordar sobre o sistema S e sobra tema).
Como consequência da utilização dos recursos humanos da força terrestre em obras,
vê-se a necessidade de melhorar cada vez mais os equipamentos utilizados, para atuar com
presteza para o atendimento dos prazos estipulados e perfeição nas obras em que a Engenharia
do Exército Brasileiro estiver envolvida, como cita a Construtora ENGEFROM
ENGENHARIA,A participação da Engenharia do Exército em cooperação com o desenvolvimento nacional permite renovar o acervo material em uso nos Batalhões de Engenharia, bem como incorporar novas tecnologias, algumas de aplicação dual, com ganhos para a sociedade como um todo. Exemplo dessa inovação é o emprego de EPS (isopor) para construção de aterros em região de solo mole e de placas de concreto nos trabalhos de duplicação da BR 101/NE; outro exemplo, o uso da simulação para o planejamento de serviços em obra de construção pesada, tal como ocorreu na obra de terraplenagem do Terminal de Passageiros, do Aeroporto Internacional de Guarulhos, obtendo-se significativa economia de custo e prazo neste empreendimento.
Quanto ao aspecto de ações subsidiárias, participa ativamente do Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal, provendo a integração nacional por
meio das estradas, além disso, contribui para a melhora na vida da população brasileira, como
por exemplo os vários poços perfurados na região nordeste brasileira que sofre anualmente
com as secas; reestabelecimento de tráfego em rodovias de forma emergencial, com o
lançamento de pontes, como por exemplo a LSB (Logistic Support Bridge), dentre outras
ações que exerce.
Além do que já foi citado, o Exército Brasileiro, vem realizando obras em locais cujo
acesso é remoto, e que muitas empreiteiras não aceitam o trabalho pelas condições da
localidade, além disso, tem atuado com total transparência e atendimento as exigências legais
quanto aos gastos realizados nas diversas obras. A força terrestre, também tem cumprido com
excelência os prazos estipulados para término e entrega de metas, e em muitas vezes termina
as obras antes do que era previsto inicialmente. Com isso, vê-se a necessidade do Sistema
20
Engenharia do Exército Brasileiro, tanto para a própria força terrestre, como para o auxílio a
população brasileira.
4 TRANSPORTE RODOVIÁRIO BRASILEIRO
O Brasil, é um país que utiliza-se em toda a sua extensão o modal rodoviário, tendo
optado por esse no decorrer de sua história, iniciando-se em meados do século XX, e tendo
como auge de investimentos o governo de Juscelino Kubitscheck e o período do Regime
Militar, em que foi dado continuidade a investimentos nessa área, com o Programa de
Integração Nacional, que buscava ocupar a região Centro-Oeste e a região Amazônica.
Hoje, a maior parcela do transporte brasileiro, é concentrado no rodoviarismo, como
cita, o site Wikpédia,O transporte rodoviário no Brasil é o principal sistema logístico do país e conta com uma rede de 1.610.076 quilômetros de estradas e rodovias nacionais (a quarta maior do mundo), por onde passam 56% de todas as cargas movimentadas no território brasileiro. Esse sistema de rodovias é o principal meio de transporte de cargas e passageiros no tráfego do país. A importância desse tipo de transporte se dá desde o início da república, quando os governos começaram a priorizar o transporte rodoviário, em detrimento ao transporte ferroviário e fluvial.
Além do já citado, o sistema rodoviário, é utilizado no escoamento de toda a
produção brasileira, como por exemplo produtos agrícolas, o que possibilita a movimentação
da economia brasileira. Ademais, também é utilizado para transporte de pessoas e, do mesmo
modo, possui grande relevância. Portanto, vê-se a necessidade de manter as rodovias e
estradas em boas condições a fim de que essas atividades possam ocorrer da melhor maneira
possível.
5 GESTÃO AMBIENTAL
Atualmente o tema Gestão Ambiental tem tomado grandes proporções quer seja no
âmbito mundial, quer seja no âmbito do Brasil.
Nesse sentido, o Exército Brasileiro deve atentar para as medidas a serem tomadas
para a Gestão Ambiental, pois muitas das atividades exercidas pela força terrestre geram
impactos ambientais, como por exemplo, tiros de artilharia, atividades de adestramento em
geral, utilização de explosivos, e principalmente nas obras de construção realizadas pela
Engenharia do Exército Brasileiro, que terão enfoque especial no presente trabalho.
21
5.1 Gestão Ambiental no mundo
“O mundo atualmente possui altos índices de poluição atmosférica e ruído, o que
prejudica sensivelmente a qualidade do meio ambiente. Existe ainda, grande dependência de
sistemas de transporte e combustíveis fósseis, que colaboram para a diminuição da qualidade
do ar e aumento do efeito estufa, entre outros aspectos” (BRASIL, 2009, p. 04). A questão
ambiental no mundo entrou em maior evidência a partir das Revoluções Industriais, tendo, por
conseguinte tomado grandes proporções, pois:Durante séculos o homem achou que os recursos naturais eram inesgotáveis. O desenvolvimento econômico provocado pela Revolução Industrial impediu que os problemas ambientais fossem considerados. A poluição e os impactos ambientais do desenvolvimento desordenado eram visíveis, entretanto os benefícios proporcionados pelo progresso os justificavam como um “mal necessário”, algo que se devia aceitar. Assim, até a década de 50 e 60, a única preocupação era com o desenvolvimento e industrialização. (BRASIL, 2009, p. 07).
Hoje tem-se tido a preocupação com o futuro da humanidade devido as possíveis
mudanças climáticas. Nos últimos anos foram realizadas reuniões com vários países de todo o
mundo, a fim de debater sobre o tema da preservação do meio ambiente, inicialmente
realizou-se com maior vulto, a Conferência de Estocolmo, que tinha por objetivo “Encorajar a
ação governamental e dos organismos internacionais para promover a proteção e o
aprimoramento do meio ambiente humano”. (BRASIL, 2009, p. 07).
Nesse sentido, anos após a Conferência de Estocolmo e com grande visibilidade,
aconteceu a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento,
também denominada de Rio 92 e a partir de então os países adeptos da causa, passaram a se
reunir para discutir a questão ambiental, como por exemplo na Rio +10 (Cúpula Mundial
sobre o Desenvolvimento Sustentável) , Rio +20 (Conferência da ONU sobre o
Desenvolvimento Sustentável), tendo esta última, como cita Rodolfo F. Alves Pena no site
Mundo Educação:
Reuniu um total de 193 representantes de países e uma das maiores coberturas jornalísticas mundiais de toda a história, sendo acompanhada dia a dia em todo o planeta. O resultado foi a avaliação das políticas ambientais então adotadas e a produção de um documento final intitulado O futuro que queremos, onde foi reafirmada uma série de compromissos. No entanto, novamente as críticas apareceram, sendo essas principalmente direcionadas à falta de clareza, objetividade e ao não estabelecimento de metas concretas para que os países reduzam a emissão de poluentes e preservem ou reconstituam suas áreas naturais.
22
“Fruto dessas reuniões e medidas, foram desenvolvidos mecanismos para garantir a proteção
do meio ambiente: políticas ambientais, medidas de melhoramento ambiental, auditorias
ambientais, sistemas de gestão ambiental, levantamentos de passivos ambientais [...]”.
(BRASIL, 2009, p. 08). Portanto, apesar o reconhecimento tardio da importância da questão
ambiental, hoje já é levada em consideração e está em foco em todo o mundo.
5.2 Gestão Ambiental no Brasil
De acordo com o Manual Escolar de Gestão Ambiental da AMAN (2009), o Brasil
acompanhando o que ocorreu no mundo, buscou adaptar-se e desenvolver políticas ambientais
nos últimos anos, como resultado de pressões advindas de Conferências, como por exemplo a
Conferência Mundial das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992.
Nesse sentido, o Brasil passou a ter em sua legislação, normas que definem políticas para o
meio ambiente, assim podemos citar o Capitulo VI da Constituição Federal de 1988, que trata
acerca do meio ambiente, além disso, criou-se a Política Nacional do Meio Ambiente (Lei Nr
6938, de 31 de Agosto de 1981), que tem como objetivo, “A preservação, melhoria e
recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao
desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e proteção da
dignidade da vida humana [...]” (BRASIL, 1981).
A lei da Política Nacional do Meio Ambiente ainda criou o Conselho Nacional do
Meio Ambiente (CONAMA), que tem por objetivo: “assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida”. (BRASIL, 1981).
Além do já citado, o CONAMA, é um órgão consultivo e deliberativo do Sistema
Nacional de Meio Ambiente, e dentre suas competências destacaremos as que tem maior
influência sobre a atuação da Força Terrestre:
Estabelecer, mediante proposta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis-IBAMA, dos demais órgãos integrantes do SISNAMA e de Conselheiros do CONAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e Municípios e supervisionado pelo referido Instituto;
23
Determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis consequências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem como às entidades privadas, informações, notadamente as indispensáveis à apreciação de Estudos Prévios de Impacto Ambiental e respectivos Relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, em especial nas áreas consideradas patrimônio nacional;
Determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;
Estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição causada por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes;
Estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente, com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos;
Estabelecer os critérios técnicos para a declaração de áreas críticas, saturadas ou em vias de saturação;
Estabelecer sistemática de monitoramento, avaliação e cumprimento das normas ambientais;
Deliberar, sob a forma de resoluções, proposições, recomendações e moções, visando o cumprimento dos objetivos da Política Nacional de Meio Ambiente;Elaborar o seu regimento interno. (BRASIL, 2009, p. 16, 17).
Nesse sentido, o CONAMA, age por meio de seus atos:
Resoluções, quando se tratar de deliberação vinculada a diretrizes e normas técnicas, critérios e padrões relativos à proteção ambiental e ao uso sustentável dos recursos ambientais;
Moções, quando se tratar de manifestação, de qualquer natureza, relacionada com a temática ambiental;
Recomendações, quando se tratar de manifestação acerca da implementação de políticas, programas públicos e normas com repercussão na área ambiental, inclusive sobre os termos de parceria de que trata a Lei no 9.790, de 23 de março de 1999;
Proposições, quando se tratar de matéria ambiental a ser encaminhada ao Conselho de Governo ou às Comissões do Senado Federal e da Câmara dos Deputados;
Decisões, quando se tratar de multas e outras penalidades impostas pelo IBAMA, em última instância administrativa e grau de recurso, por meio de deliberação da Câmara Especial Recursal - CER. (BRASIL, 2009, p. 17, 18).
Por fim, além do CONAMA, criou-se o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que tem por finalidade fazer executar, como
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órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente.
(BRASIL, 2009, p. 13).
Portanto, o Brasil, tem tido grande preocupação, tal como o restante do mundo, com
as medidas ambientais a serem tomadas a fim de diminuir ao máximo os impactos ambientais
gerados pelo país.
5.3 Gestão Ambiental no Exército Brasileiro
Nos últimos anos o Exército Brasileiro tem tido especial atenção com as questões
ambientais, tendo em vista que a realização da maioria de suas ações, há a necessidade de
utilização do terreno, e por vezes a sua modificação, aparecendo então a preocupação com a
questão ambiental.
Nesse sentido, a força terrestre criou o SIGAEB (Sistema de Gestão Ambiental do
Exército Brasileiro), que tinha a finalidade de colocar em consonância as atividades da força
com a Política Nacional do Meio Ambiente. A partir disso, criou-se a Instrução Geral para o
Sistema de Gestão Ambiental no Âmbito do Exército (IG 20-10), que busca:
Art. 1º Estas Instruções Gerais (IG) se destinam a orientar as ações da Política Militar Terrestre para o gerenciamento ambiental efetivo, de modo que assegure a adequação à legislação pertinente e continue a promover a histórica convivência harmônica do Exército Brasileiro com o ecossistema. Art. 2º O aprimoramento do Sistema de Gestão Ambiental do Exército Brasileiro (SIGAEB), definido na Diretriz Estratégica correspondente, traz como consequência maior respeito e fortalecimento das ligações com órgãos ambientais, nas diferentes esferas governamentais, e com o público interno. Art. 3º O comprometimento da Força Terrestre com o meio ambiente em nada modifica o cumprimento da missão constitucional do Exército, tanto no preparo, quanto no emprego da tropa.
Assim, a IG 20-10, delegou ao DEC a incumbência de realizar as providências
ambientais, para isso criou-se a DPIMA (Diretoria de Patrimônio Imobiliário e Meio
Ambiente), que tem como missão, “Normatizar, superintender, orientar e coordenar as
atividades e ações de gestão patrimonial e meio ambiente no âmbito do Exército Brasileiro”
(DEPARTAMENTO DE PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO E MEIO AMBIENTE, 2016), e
possui a seguinte estrutura:
25
FIGURA 3 - ORGANOGRAMA DA DPIMA
Fonte: http://www.dpima.eb.mil.br/index.php/estrutura-organizacional
Além do já citado, a educação ambiental, prevista na Constituição Federal, em seu
Art. 225, parágrafo 1º, VI, constitui importante fator dentro das medidas para o controle
ambiental dentro da Força Terrestre. Assim, a DPIMA, possui a função de prover as diretrizes
para a educação ambiental dentro do Exército Brasileiro, nesse sentido busca incutir nos
militares uma consciência crítica sobre as questões ambientais, para com isso mudar o
comportamento do homem em relação aos cuidados que são necessários com a natureza
(BRASIL, 2009).
6 MEDIDAS ADOTADAS PELO 2º BEC NA OBRA DA BR-135 PARA
FINS DE GESTÃO AMBIENTAL
6.1 Obra de Pavimentação da BR-135/PI e seus aspectos ambientais
A presente obra, realizada pelo 2º Batalhão de Engenharia de Construção, tem em
seu Projeto Executivo, previsão de medidas ambientais, como cita:
26
O componente ambiental do projeto foi desenvolvido com o objetivo de levantar os principais impactos a serem causados pelas obras junto ao meio ambiente, assim como o passivo ambiental existente, de forma a definir atividades e ações mitigadoras desses impactos, quantificando-se ao final os serviços de proteção ao meio ambiente. (PROJETO EXECUTIVO, 2009, p. 66)
Além disso, fazem parte da composição do projeto da obra, o Plano Básico
Ambiental que,“Na execução de um empreendimento rodoviário é entendida como o estabelecimento de ações/atividades a serem desenvolvidas, com vistas à prevenção ou mitigação dos impactos negativos e à maximização dos impactos positivos esperados com sua implantação de operação, cujo conjunto estabelece a amplitude das responsabilidades técnicas frente às atividades ambientais durante o desenvolvimento da obra.” (PLANO BÁSICO AMBIENTAL, 2009, p. 07)
e o Plano de Controle Ambiental, que “contempla a caracterização geral do empreendimento
bem como as medidas de controle ambiental a serem adotadas durante a execução dos
serviços.” (PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL, 2009, p. 07)
6.2 Medidas de manejo ambiental em obras rodoviárias
O Manual Escolar de Gestão Ambiental da AMAN, prevê as medidas a serem
adotadas em obras rodoviárias no aspecto ambiental, tendo em vista a grande interferência
que a atividade supracitada tem na natureza.
O Manual Escolar de Gestão Ambiental com base no Manual para Atividades
Ambientais Rodoviárias do DNIT, possui uma tabela que apresenta as principais atividades e
os aspectos ambientais a serem observados em cada fase da obra:
TABELA 1 - ASPECTOS AMBIENTAIS DAS OBRAS DE ENGENHARIA
Principais Atividades Aspectos Ambientais
Providências Iniciais
- Licença de Instalação (LI).
- Licenças e/ou Autorizações para as áreas de apoio.
- Cuidados ambientais relativos às áreas de apoio e
frentes de trabalho.
- Identificação de sítios históricos, arqueológicos e
espeleológicos.
- Identificação de corpos hídricos da área de
influência.
Serviços Preliminares
- Desmatamento e limpeza.
- Desvios de tráfego.
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- Caminhos de serviço.
- Desapropriações e reassentamentos.
Terraplanagem
- Execução de cortes.
- Execução de aterros.
- Execução de empréstimos.
- Execução de bota-foras.
- Desmonte de rochas para a execução da plataforma
estradal.
Exploração de Materiais de Construção - Jazidas em geral de solos e cascalhos.
- Pedreiras e areais.
Pavimentação
- Obtenção, estocagem e preparação de materiais.
- Transporte de materiais.
- Execução de camadas do pavimento.
Drenagem e Obras-de-arte
- Drenagem superficial de proteção e da plataforma.- Bueiros (OAC).
- Corta-rios.
- Pontes e viadutos (OAE).
Providências Finais
- Sinalização e controle de acessos.
- Recuperação de áreas de uso do canteiro de obras.
- Medidas compensatórias.
Fonte: Manual Escolar de Gestão Ambiental, 2009.
Nessa perspectiva, abordaremos nos tópicos a seguir, de acordo com a tabela acima
mostrada, as medidas que foram adotadas pelo 2º BEC, na obra de Pavimentação da BR-
135/PI.
6.3 Medidas para a Gestão Ambiental adotadas pelo 2º BEC na obra da BR-135/PI
6.3.1 Providências Iniciais
As providências inicias fazem referência as medidas adotadas quanto a Licença de
Instalação (LI), Licenças e/ou Autorizações para as áreas de apoio, cuidados ambientais
relativos às áreas de apoio e frentes de trabalho, identificação de sítios históricos,
arqueológicos e espeleológicos e identificação dos corpos hídricos da área de influência, nesse
sentido, dividiremos a verificação das medidas nessa fase por tópicos.
6.3.1.1 Licença de Instalação e Licenças e/ou Autorizações para áreas de apoio
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“O objetivo principal do PBA é pleitear as licenças de instalação e operação (LI e
LO) junto à Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – CPRH, para que o
desenvolvimento socioeconômico e ambiental seja garantido.” (PLANO BÁSICO
AMBIENTAL, 2009, p.11). Portanto, nesses aspectos há a previsão de execução das medidas
mostradas no PBA da obra.
6.3.1.2 Cuidados ambientais relativos às áreas de apoio e frentes de trabalho
Existem medidas previstas nesse sentido, porém fazem referência a atividades a
serem realizadas por término da obra, que serão mostradas no tópico, Recuperação de áreas de
uso do canteiro de obras.
6.3.1.3 Sítios históricos, arqueológicos e espeleológicos
Quanto a identificação de sítios históricos, arqueológicos e espeleológicos, não
foram identificados no projeto da obra.
6.3.1.4 Identificação dos corpos hídricos da área de influência
Por fim, há presença de aspectos para esse fator:O Rio Gurguéia, maior afluente do Rio Parnaíba pelo lado direito, nasce no município de Corrente, entre as serras de Alagoinhas e de Santa Maria. No segmento inicial o rio é intermitente e se torna perene a partir do seu KM 82. Sua extensão total é de cerca de 532 km e apresenta declividade média de aproximadamente 0,21%. Os efeitos da antropização já se fazem sentir nessa bacia, que já está requerendo medidas urgentes para conter a sua degradação, necessitando de projetos de revitalização. (PROJETO EXECUTIVO, 2009, p. 45)
FIGURA 4 - RIO GURGUÉIA
Fonte: Plano Básico Ambiental, BR-135/PI
Verifica-se que neste aspecto a obra também está de acordo.
29
6.3.2 Serviços Preliminares
Os serviços preliminares são compostos por desmatamento e limpeza, desvios de
tráfego, caminhos de serviço, desapropriações e reassentamentos.
6.3.2.1 Desmatamento e limpeza
Indubitavelmente as atividades de implantação do canteiro de obras, caminhos de
serviço, frentes de trabalho, jazidas, bota-foras, corte, aterro, enfim, as atividades atinentes a
obra, causarão impactos, principalmente quanto ao desmatamento. Dessa forma, o Plano
Básico Ambiental, prevê a execução de atividades de revegetação, e limpeza das áreas
utilizadas e impactadas pela obra, como por exemplo: Plantio de gramíneas por enleivamento.
6.3.2.2 Desvios de tráfego e Caminhos de serviço
Quanto aos desvios de tráfego/caminhos de serviço é previsto no Plano Executivo da
obra:As outras áreas passíveis de movimentação, tais como: áreas de canteiros de obras e caminhos de serviços, deverão receber os seguintes tratamentos após utilização: - Fechamento de fossas e outras depressões através de reaterro;- Eliminação de área sujeitas a estagnação de águas, através de drenagem feita com sistema de valetas; - Implantação de revestimento vegetal. (PROJETO EXECUTIVO, 2009, p. 68)
Além disso, o Plano de Controle Ambiental, aborda:O canteiro de obras será instalado no município de Manoel Emídio na propriedade do Sr. Pedro Borges, junto a BR-135, aproveitando as instalações de uma edificação existente. Medidas de segurança contra derramamento de óleo combustível e lubrificantes e disposição adequada do lixo e de esgoto sanitário serão adotadas pela administração do canteiro de acordo com o Anexo D da Ordem de Operações (anexo). (PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL, 2009, p. 18)
A imagem a seguir, trata de um Sistema de Fitodepuração para tratamento de efluentes domésticos:
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FIGURA 5 - PERFIL DO SISTEMA DE TRATAMENTO COM FLUXO SUB-SUPERFICIAL
Fonte: Plano Básico Ambiental, 2009.
FIGURA 6 - EDIFICAÇÕES NO LOCAL DE IMPLANTAÇÃO DO DESTACAMENTO E USINA
Fonte: Plano Básico Ambiental, 2009.
6.3.2.3 Desapropriação e reassentamentos
Quanto, a desapropriação e reassentamentos, nesse aspecto o Projeto Executivo da
obra, prevê “O Projeto de Desapropriação indicou as áreas e benfeitorias a serem
desapropriadas, bem como seus respectivos valores” (PROJETO EXECUTIVO, 2009, p. 85),
31
de acordo com o Volume Anexo 3E, porém não cita nada a respeito dos aspectos ambientais
relacionados a essas medidas.
6.3.3 Terraplanagem
Na atividade de terraplanagem, devem ser observados os seguintes aspectos:
execução de cortes, execução de aterros, execução de empréstimos, execução de bota-foras,
desmonte de rochas para execução da plataforma estradal.
6.3.3.1 Cortes e Aterros
Na execução de cortes e aterros, o Volume Executivo da Obra, cita:Para as áreas a serem desmatadas ao longo do trecho, quer para a implantação de cortes como de aterros, foram previstos revestimentos vegetais, conforme quantitativos apresentados no projeto. Para o revestimento vegetal foi escolhida grama comum compatível com a vegetação da região (campos e cerrados), que apresenta compatibilidade com o tipo de solo local e possui boa capacidade de retenção no solo. Aliados ao revestimento foram projetados dispositivos de drenagem superficial, com dissipadores de energia hidráulica nos deságues, para redução da possibilidade de erosões. (PROJETO EXECUTIVO, 2009, p. 67)
FIGURA 7 - CORTE E ATERRO
Fonte: Plano Básico Ambiental, BR-135/PI
32
FIGURA 8 - CORTE E ATERRO
Fonte: Plano Básico Ambiental, BR-135/PI
6.3.3.2 Empréstimos e Bota-foras
Quanto a execução de empréstimos e bota-foras:Preparo de Áreas da Jazida 1 e Jazida 2, Canteiro de Obras, Jazidas e bota-foras para Reabilitação Ambiental Consiste nas atividades a serem desenvolvidas quando da desmobilização de áreas de canteiros de obras, jazidas, caixas de empréstimo e bota-foras, além de áreas de instalações industriais, caminhos de serviço, etc. O preparo definitivo dessas áreas deverá ser realizado através das seguintes atividades: - Remoção de todos os prédios, pisos e bases de concreto; - Vedação satisfatória ou enchimento de fossas e sumidouros; - Remoção de cercas; - Erradicação de áreas propícias ao acúmulo de águas pluviais; - Remoção de quaisquer barramentos ou obstáculos decorrentes das obras; - Desobstrução da rede de drenagem natural; - Implantação de um sistema de drenagem superficial. A conformação final destas áreas será executada de acordo com os parâmetros e atividades considerados para as demais áreas a reabilitar. (PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL, 2009, p. 39)
Além do supracitado, o Volume Executivo da obra, cita como um dos serviços de
preservação ambiental, a conformação de caixas de empréstimos e jazidas e a conformação,
proteção de locais de bota-fora e a reposição de camada vegetal em caixas de empréstimo,
jazidas e bota-fora.
6.3.3.3 Desmonte de rochas para a execução de plataforma estradal
33
No aspecto, de desmonte de rochas para a execução de plataforma estradal, não
foram observadas medidas nesse sentido, tendo em visa que não houve a necessidade de
desmonte de rochas, pois trata-se de uma obra de pavimentação.
6.3.4 Exploração de Materiais de Construção
6.3.4.1 Jazidas em geral de solos, cascalhos, pedreiras e areais
As medidas ambientais a serem observadas são na utilização de jazidas em geral de
solos e cascalhos e pedreiras e areais.
Para a realização das medidas supracitadas, foram tomadas as seguintes ações,A mineração, por definição, é uma atividade de potencial ação degradadora do meio ambiente, por ser uma atividade de efeitos modificadores de toda a ordem, os quais ocorrem nas etapas da exploração. Para controlar, monitorar e mitigar esses efeitos da mineração, cuidados devem ser tomados no início da implantação do empreendimento, desde a retirada da vegetação (camada fértil do solo) até a execução de retirada de material (solo específico) objeto da exploração. Para isso, afirma-se a importância de um plano que possa tender a neutralizar os impactos de toda a ordem, levando a uma extração produtiva e conciliada com o meio ambiente. Visa, sobretudo, dar eficiência e eficácia às atividades com soluções baseadas nas análises de acompanhamento e correção de rumo, para obtenção de resultados satisfatórios. As medidas sempre deverão ter no seu conceito essencial a prevenção, evitando os impactos no ecossistema local, preparando a área para um destino com outra finalidade. As áreas de jazidas a serem exploradas, serão recompostas conforme descrito: Etapa 1 - Delimitação e preparo da área a ser minerada Etapa 2- Remoção camada fértil/estoque Etapa 3 -Exploração Etapa 4- Suavização dos taludes; Etapa 5 -Espalhamento de descarte; eEtapa 6 -Recomposição topográfica e paisagística. (PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL, 2009, p. 16)
34
FIGURA 9 - EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS E MEDIDAS ADOTADAS
Fonte: Plano de Controle Ambiental, obra BR-135/PI
Além disso, o Projeto Executivo cita:- Cuidados a serem tomados na exploração de jazidas de solo:- Estocagem prévia da camada vegetal existente, para posterior reaproveitamento; - Conformação dos taludes e do fundo das áreas exploradas, incluindo a execução de valetas de drenagem direcionadas para os cursos d’água mais próximos e de eventuais barragens de contenção, para evitar-se o surgimento de erosão; - Reposição de camada vegetal estocada, no fundo e nos taludes das jazidas; e- Utilização de terra vegetal e grama para revestimento dos locais em que o material estocado for insuficiente. (PROJETO EXECUTIVO, 2009, p. 67)
FIGURA 10 - JAZIDA
Fonte: Plano Básico Ambiental, BR-135/PI
35
As medidas para a gestão ambiental, relacionadas as pedreiras e areais estão contidas
no Volume Anexo B – Estudos Geotécnicos do Relatório Final do Projeto Executivo de
Engenharia, que trata das informações obtidas em campo e laboratório, inerentes ao subleito,
empréstimos, jazidas e solos, areais e pedreiras (Projeto Executivo, 2009).
6.3.5 Pavimentação
Na pavimentação não foram citadas muitas medidas a serem tomadas no decorrer nos
documentos estudados, entretanto, no Projeto Executivo, comenta-se sobre a Usina de
Asfalto, “A usina de asfalto, bem como os depósitos de materiais betuminosos, para maior
segurança ambiental e funcionalidade, tanto de abastecimento como de utilização, deverão ser
localizadas numa área a parte do Canteiro.” (PROJETO EXECUTIVO, 2009, p. 221)
6.3.6 Drenagem e Obras-de-arte
6.3.6.1 Drenagem
Nessa fase da obra, deve-se executar os dispositivos de drenagem buscando sempre a
preservação ambiental, para isso, o Plano de Controle Ambiental cita:Proceder à recuperação geral de áreas ocupadas provisoriamente, com remoção de pisos e áreas concretadas, em caso de não haver mais necessidade das estruturas, além de remoção de entulhos em geral, regularização da topografia e drenagem superficial; eProceder à limpeza geral de todos os componentes do sistema de drenagem superficial, inclusive remoção dos componentes de drenagem provisórios. (PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL, 2009, p. 42, 43)
Além disso, no Projeto Executivo da obra:Aliados ao revestimento foram projetados dispositivos de drenagem superficial, com dissipadores de energia hidráulica nos deságues, para redução da possibilidade de erosões. (PROJETO EXECUTIVO, 2009, p. 67)
36
FIGURA 11 – BACIA DE DISSIPAÇÃO EM SOLO REFORÇADO
Fonte: Plano Básico Ambiental, 2009.
6.3.6.2 Obras-de-arte
Quanto as obras de arte, o Plano Básico Ambiental, faz referência a estruturas de
bueiros e pontes, mostrando os aspectos a serem realizados na construção destes, atendendo
os aspectos ambientais.
FIGURA 12 - PONTE SOBRE O RIO GURGUÉIA
Fonte: Plano Básico Ambiental BR-135/PI
37
FIGURA 13 - BUEIRO
Fonte: Plano Básico Ambiental BR-135/PI
6.3.7 Providências Finais
Por fim, e não menos importantes, temos a sinalização e controle de acessos,
recuperação de áreas de uso do canteiro de obras e medidas compensatórias, que também
devem ser observadas as ações ambientais a serem tomadas.
6.3.7.1 Recuperação de áreas de uso do canteiro de obras
Quanto, ao uso do canteiro de obras, como já fora citado o Projeto Executivo prevê:As outras áreas passíveis de movimentação, tais como: áreas de canteiros de obras e caminhos de serviços, deverão receber os seguintes tratamentos após utilização: - Fechamento de fossas e outras depressões através de reaterro; - Eliminação de área sujeitas a estagnação de águas, através de drenagem feita com sistema de valetas; e- Implantação de revestimento vegetal. (PROJETO EXECUTIVO, 2009, p. 68)
6.3.7.2 Sinalização e controle de acessos e medidas compensatórias
Nesse aspecto, não foram citados planos ambientais que fizessem alusão a
sinalização e controle de acessos e as medidas compensatórias.
38
7 CONCLUSÃO
Nossa pesquisa teve como objetivo identificar as medidas adotadas para fins de
Gestão Ambiental pelo 2º BEC na obra de Pavimentação da BR-135/PI, buscando
correlacionar as ações tomadas pelo batalhão supracitado e as medidas previstas no Manual
Escolar de Gestão Ambiental.
Nessa perspectiva, conseguimos observar por meio da obra realizada pelo 2º BEC, no
âmbito de sua Engenharia nas obras rodoviárias, a importância dada pelo Exército Brasileiro
aos aspectos ambientais. Destaca-se o fato de possuir documentos específicos para a Gestão
Ambiental, tais como o Plano Básico Ambiental, Plano de Controle Ambiental, Plano de
Recuperação de Áreas Degradadas, além destes documentos há no Projeto Executivo
capítulos específicos destinados a ações ambientais.
Por conseguinte, destacou-se a importância das obras rodoviárias no auxílio ao
desenvolvimento nacional, que são desenvolvidas pela Força Terrestre por intermédio dos
seus Grupamentos de Engenharia, com isso vê-se a necessidade da análise de providências a
serem adotadas para a manutenção do meio ambiente, tendo em vista que ações com essas
características geram grandes impactos ambientais.
Nesse sentido, conseguimos verificar que a Engenharia do Exército Brasileiro, tem
tomado diligências para Gestão Ambiental, assim conseguimos verificar que foram realizadas
ações na maioria das fases da obra, porém não foram observadas medidas ambientais nas
seguintes etapas: Sítios históricos, arqueológicos e espeleológicos; Desapropriação e
reassentamentos; Desmonte de rochas para a execução da plataforma estradal; Sinalização e
controle de acessos e medidas compensatórias, que podem ter ocorrido pelo fato de cada obra
ter sua peculiaridade, e esta trata-se de uma obra de Pavimentação.
Diante destes resultados podemos afirmar que a Engenharia do Exército Brasileiro,
por meio de sua atuação em ações subsidiárias em apoio ao desenvolvimento nacional, tem
tomado das devidas precauções para realizar a preservação ambiental.
Portanto, a nossa hipótese de pesquisa foi confirmada com a verificação das medidas
para a gestão ambiental executadas pelo 2º BEC para a execução da obra, e se foram
adequadas; e após analisadas as medidas executadas, observando se foi cumprida a legislação
ambiental vigente e o que Manual Escolar de Gestão Ambiental prevê. Assim podemos
constatar respectivamente, que a legislação que hoje vigora fora cumprida, sendo explicitada
no Plano de Controle Ambiental, em seu tópico “Aspectos Ambientais” e como já foi citado,
39
as medidas tomadas pelo 2º BEC em se tratando de uma obra de Pavimentação, foram
adequadas, portanto a hipótese foi ratificada.
Concluímos então que o Exército Brasileiro tem tomado das devidas precauções para
fins de Gestão Ambiental, destinando para isso Diretoria específica dentro do Departamento
de Engenharia e Construção, destacando-se assim, a grande importância dada a esse fator.
Nessa perspectiva é de grande relevância que sejam feitas pesquisas mais aprofundadas sobre
o tema, tendo em vista a atual conjuntura ambiental do mundo e ao fato de que o Exército
Brasileiro tem cada vez mais participado de ações em apoio ao desenvolvimento nacional,
com obras que geram grandes impactos ao meio ambiente.
40
REFERÊNCIAS
ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS. Manual de Gestão Ambiental. 1. ed. Resende: Acadêmica, 2009.
BRASIL. LEI N. 6938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981. Política Nacional do Meio Ambiente, Brasília, DF, ago 1981. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 01 maio. 2017.
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