2 Reis 4.38-41 - Morte Na Panela

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    Texto Bíblico: 2 Reis 4.38-41

     Nesse texto nós encontramos um grupo de pessoas fazendo algo

    fundamental para a manutenção da vida: comer. Nós comemos para viver 

    [...] alguns vivem para comer, mas esse não é o caso aqui: o texto trata de

    um grupo de omens !ons, !em"intencionados, interessados em #eus e

    dispostos a serem discipulados por $liseu. #iferentemente de $lias, $liseu

    re%ne pessoas ao redor de si para aprenderem so!re #eus com ele.

    &as ninguém é de ferro [...] #epois de oras conversando so!re

    'eologia, $liseu repara que os alunos estão dispersos. ( atenção deles

    tornou"se em desatenção e $liseu sa!e que eles precisam de comida para

    encer o est)mago e matar a fome.

    $liseu cama um moço e le diz: *+ega uma panela grande e prepara

    um ensopado para a turma.-  rapaz a!riu os arm/rios da despensa, e

    como não acou nada, resolveu sair para o campo para procurar algumas

    ervas. #epois de algum tempo de caminada e de procura, o rapaz enxergauma “trepadeira silvestre”, uma /rvore !onita, e apesar de não conecer 

    nada so!re aquela /rvore, resolveu encer sua mocila com os frutos

    daquela /rvore para 0ogar na sopa. $sse moço era mais perito em 'eologia

    do que em culin/ria e !ot1nica.

    moço do profeta 0oga as “colocíntidas” na panela e depois de

    algum tempo no fogão, cama seus colegas para a refeição. ( 23!lia diz

    que enquanto eles comiam do cozinado, alguém 0ogou seu prato e sua

    coler para longe e gritou para advertir os outros: “Morte na panela, ó

    homem de Deus”.  Naquele instante muitos começaram a manifestar 

    ind3cios de intoxicação alimentar: n/usea, v)mito, dor a!dominal, cólica...

    “e não puderam mais comer” 4vs. 567.

    1 89$&(N, #onald ;. 1 e 2 Reis: introdução e coment/rio. ão +aulo: , p.-?= 4érie @ultura 23!lica7

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    (quele grupo, que continuava com fome, estava assentado ao redor 

    de uma grande panela ceia de comida envenenada. #epois de um per3odo

     !reve de reflexão, numa t3pica orientação profética at3pica, $liseu ordena:

    *;oga farina na panela. #epois que a farina foi 0ogada na panela, a

    recomendação de $liseu continua: *d/ para o povo comer. “E já não

    havia mal nenhum na panela” 4vs. 5-7.

    texto pretende mostrar a intervenção de #eus na istória umana e

    o cuidado de #eus pelo seu povo, ali/s, esse é um dos principais temas que

     percorrem e que estruturam os livros de - e = Aeis.

     Deus dirige a a história! s livros de - e = Aeis apresentam #eus

    como $NBA mais de C66 vezes. #eus é visto na istória como aquele

    que governa so!re os reinos dos omens, levantando reis, destituindo reis e

    controlando o desenrolar de todos os eventos. 'odo o (' apresenta #eus

    como um #eus que age.=

    pro!lema descrito no texto tam!ém é o pro!lema enfrentando por 

    nós o0e. ( ameaça descrita no texto tam!ém é a ameaça presente em nossotempo. (inda existe morte na panela [...] 'oda vez que o veneno é colocado

    no lugar do pão, isto é, toda vez que o engodo e o engano religioso tomam

    o lugar da verdade, podemos afirmar, sem reservas, que existe morte na

     panela. ( partir do texto, vamos tratar a respeito de algumas liçDes urgentes

    e oportunas para o povo de #eus na atualidade:

    Tema: Morte na Panela

    2 89$&(N, #onald ;. 1 e 2 Reis: introdução e coment/rio. ão +aulo: , p.=6 4érie @ultura 23!lica7

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    1) Morte na panela é m problema comm

    texto trata de uma situação de grande miséria na istória do povo

    de #eus. Bavia fome na terra.

    (quela foi uma época de grande fome na terra 4= Aeis ?.-E >.=5"F67.

    povo andava inquieto. ( crise no a!astecimento era tão grande que a

    ca!eça de um 0umento era vendida por ?6 ciclos de prata. u se0a, a parte

    imprópria de um animal impuro, que nem Gri!oi era, custava quase - Hg de

     prata.

    Goi nesse cen/rio dif3cil e complexo que $liseu lecionava para os

    disc3pulos dos profetas naquele primitivo semin/rio e!reu. +reocupado

    com a so!revivIncia daqueles 0ovens, $liseu pediu para que seu moço

     preparasse um cozido, no entanto, para engrossar a sopa, o 0ovem lançou

    mão de “colocíntidas” de uma trepadeira silvestre.

    ( coloc3ntida é o fruto de uma videira selvagem. $ssas frutas são da

    cor e do tamano de uma laran0a. eu gosto é altamente amargo e quandoingerida causa cólicas, excitação dos nervos e taquicardia.F ( coloc3ntida é

    um veneno.

    (quele 0ovem queria suprir sua necessidade e a dos seus colegas, no

    entanto, quase os envenenou e quase su!traiu suas vidas. @orretamente

    afirmou o Aev. Bernandes #ias Jopes que “o veneno mata mais rápido

    ue a ome”.

    Kuantos estão se envenenando na tentativa de suprir suas

    necessidades mais !/sicas e existenciais.

    Kuantos que !uscando sentido para vida, não envenenam a própria

    alma com ensinamentos, doutrinas e pr/ticas for0adas no inferno e

    estranas L 23!lia.

    3 ;(&9$N, Ao!ertE G(M$', (. AE 2A8N, #avid. !ommentar" !ritical an#

    $xplanator" on t%e &%ole Bible 4vol. -E aH Bar!or, 8(: Jogos Aesearc stems, 9nc.,-OOP7, =FF.

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    Kuantos que !uscando satisfação para o coração não se relacionam

    de maneira inadequada com parceiros e mais parceiros.

    Kuantos que !uscando preencer o vazio no coração começam a

    fazer uso de drogas il3citas e l3citas, !uscando a socia!ilidade que o uso

    daquela su!st1ncia oferece.

    Kuantos que !uscando cura, milagres ou prosperidade esperam que

    #eus faça algo que $le não tem o!rigação de fazer ou que $le não dese0a

    fazer, e se lançam em campanas, em sacrif3cios, imaginando que seu eu

    der, #eus ter/ a o!rigação de me devolver o favor.

    Kuanto veneno est/ dispon3vel por a3. (pesar da fome severa, as

    coloc3ntidas encontravam"se dispon3veis.

     No per3odo do livro dos Aeis, o grande veneno que ameaçava a vida

    do povo era a idolatria, de modo que um dos principais propósitos do autor 

    dos livros de Aeis é o com!ate L idolatria, so!retudo, o com!ate ao culto a

    2aal.

    s cananeus, isto é, os moradores dos pa3ses vizinos a 9srael,tinam v/rios deuses. principal era 2aal. 2aal era o deus do vento e do

    clima. s cananeus entendiam que era 2aal quem enviava orvalo, cuva e

    neve e, consequentemente, era quem dava fertilidade para a terra. s

    cananeus acreditavam que era por causa do deus 2aal que, ano após ano: a

    vegetação retornava após a estiagem, as fImeas dos animais tinam

    in%meras crias e as muleres davam muitos filos e filas para seus

    maridos.

     Na religião dos cananeus, as pessoas ofereciam d/divas a 2aal na

    tentativa de conseguir seus favores e acavam que, se o agradassem, ele

    tina a o!rigação de a!enço/"los. $ra um verdadeiro “toma lá, dá cá”.

    (cavam que, sacrificando a 2aal, rece!eriam fartura como recompensa.

    Bo0e / muitos cristãos com essa mentalidade cananeia. 'em muito

    evangélico que na verdade adora a 2aal e não a ;avé. 'odo aquele que

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    dese0a os !ens do pai e não o pai em si est/ perdido. No !aalismo

    *evangélico contempor1neo, as pessoas pensam que, se derem o d3zimo,

    se não faltarem aos cultos da igre0a, se participarem de todas as reuniDes de

    oração, se fizerem isto e mais aquilo, então vão ter fam3lia sem pro!lemas,

     !om emprego, sa%de de dar inve0a, casa confort/vel, carro novo na

    garagem, dineiro no !anco e etc.

     No entanto, o #eus da 23!lia nos promete felicidade, mas não

    necessariamente prosperidade. adorador de 2aal só quer sa!er de rece!er 

    coisas !oas. Não admite passar por sofrimento.

    $ssa mentalidade doentia tem causado grandes danos em omens e

    muleres que não conseguem lidar com a esterilidade, com a doença, com a

    tragédia, com as crises.

    +recisamos exercer discernimento 4B! C.-57. Não podemos comer 

    todo alimento que se serve em nome de #eus. &orte na panela é um

     pro!lema comum.

    2) ' sol(o #a morte na panela é incomm

    e o pro!lema da morte na panela é extremamente comum, sua

    solução é incomum, mas simples. #iante daquela panela ceia de morte, o

     profeta $liseu ordena: “"oguem arinha”. 

    Mma das propriedades da farina é que ela cupa a oleosidade

    4quando nós colocamos muita farina na comida ela fica seca, não éQ7.

    (lém dessa propriedade da farina, precisamos nos lem!rar de que farina

    é feita de trigo.

    trigo que tira a morte da panela, que alimenta a alma, que retira

    todo o veneno do coração e que anula e cancela os erros e os equ3vocos do

     passado é ;esus @risto. “Em verdade, em verdade vos digo# se o grão de

    trigo, caindo na terra, não morrer, ica ele só$ mas, se morrer, produ% 

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    muito ruto” 4;oão -=.=57, é o que disse ;esus tratando a respeito de sua

     própria morte e sacrif3cio.

    omente ;esus e somente a ua +alavra pode remover a morte que

    existe na panela.

    omente o $vangelo verdadeiro pode curar o coração ferido e a

    alma insatisfeita.

    que é o $vangeloQ

    &' ( Evangelho ) uma *oa notícia ue anuncia ue anuncia ue

     omos resgatados$

    +' ( Evangelho ) a *oa notícia so*re o ue "esus risto e% para

    restaurar o nosso relacionamento com Deus.  (lister &cRrat afirmou:

    “-ue "esus morreu ) istória, ue "esus morreu por meus pecados )

     Evangelho”.

     No entanto, é importante considerarmos que o $vangelo tem dois

    inimigos iguais e opostos. 'ertuliano, um dos pais da 9gre0a, fez a seguinte

    afirmação: *(ssim como ;esus foi crucificado entre dois ladrDes, oevangelo tam!ém é sempre crucificado entre esses dois erros. $sses erros

    são legalismo 4o!servação da lei7 e antinomismo 4negação da lei7.

    “( legalismo airma ue, para sermos salvos, precisamos ter uma

    vida santa e moralmente *oa. ( antinomismo prega, ue, como já somos

     salvos, não precisamos ter uma vida santa e moralmente *oa”./ 

    $u acredito que tem muita gente, tem muito crente, se relacionando

    com #eus, ou acando que se relaciona com #eus, através da via da

    religião.

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    moralismo religioso opera !aseado na força e não fraqueza.

    moralismo religioso usa #eus 4ou a revelação de #eus7 para não mais

     precisar mais de #eus, pois se é o meu esforço que vai me salvar, eu não

     preciso de #eus nessa 0ogada.

    Mm mito grego pode nos a0udar aqui: trata"se do mito de +rocusto.

    +rocusto se acava a %ltima !olaca do pacote. +rocusto entendia que ele

    era o referencial da !eleza grega. +rocusto tina uma casa, que funcionava

    como ospedaria, localizada numa movimentada estrada na Rrécia. @omo

    ele era muito estético, sua ospedagem era muito limpa e arrumada. eu

    dese0o era de que seus óspedes sa3ssem melor do que aviam cegado.

    'odos os dias podia"se ver +rocusto assentado na varanda, dando as

     !oas"vindas aos via0antes e oferecendo sua ospedagem. 'udo era muito

    convidativo. Na maioria das noites, avia um ou dois óspedes. #epois do

     0antar, +rocusto levava os óspedes para seus quartos.

    Bavia em sua casa uma que, de acordo com ele, possu3a a

     propriedade extraordin/ria de corresponder ao tamano exato de quemdormia nela. que ele não contava era como isso acontecia.

    #epois que seus óspedes ca3am em sono pesado, +rocusto entrava

    no quarto e completava seu serviço de ospitalidade: se a pessoa fosse

     pequena para o padrão grego, ela era esticada numa roda até ocupar toda a

    camaE no caso das pessoas altas, o que so!rava dos !raços e das pernas era

    cortado fora. Kuer por estiramento ou por amputação, todos eram

    o!rigados a se encaixar nas dimensDes da cama. +ela manã, todos os seus

    óspedes tinam as medidas de um grego perfeito.

    +rocusto e sua cama são o esp3rito do moralismo religioso: uma

    estratégia e um esforço para encaixar qualquer um dentro de um padrão

     predeterminado na expectativa de que aquela forma trar/ !eleza.C

    5 +$'$AN, $ugene. ' mal#i(o #o !risto +enérico: a !analização de ;esus naespiritualidade atual. ão +aulo: &undo @ristão, =66P, p. -P="-PF.

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    $u quero dizer nessa noite algo que pode li!ertar seu coração e sua

    alma e deixar sua existIncia mais !ela e feliz: #eus não se relaciona com

    vocI em virtude do que vocI fezE #eus se relaciona com vocI em virtude

    do que ;esus fez por vocI.

    $vangelo, se crermos nele de verdade, nos afasta das extremas

    necessidades comuns a todos os omens:

    s omens tIm a necessidade de serem constantemente respeitados,

    apreciados e estimadosE

    'emos a necessidade de controlar nossa vida, pois não confiamos em

    #eus e em mais ninguémE

    'emos necessidade de controlarmos os outros para elevarmos nossa

    autoestima diminu3da.

    $vangelo muda o coração.

    $vangelo exorciza o orgulo, pois nos mostra que estamos tão

     perdidos que ;esus teve que morrer por nósE

    $vangelo exorciza o medo, pois nos mostra que nada que possamos fazer pode esgotar o amor de #eus por nós.

    que retira a morte da panela é o trigo que vem do céu.

    !onclso

    $u gostaria de concluir essa reflexão lem!rando vocIs que a istória

    da narrativa se passou em Rilgal. Rilgal era ao mesmo tempo, um lem!rete

    so!re a li!ertação concedida por #eus no passado, e um sinal de vitória no

     presente de!aixo da orientação de #eus.> Rilgal foi um local estratégico

     para #eus dar mudar a sorte do povo de 9srael. ( 'erra +rometida foi

    conquistada a partir de Rilgal.

    6  / 0*!*R* 0' BB*'. =. ed. ão +aulo: P6.

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    Rilgal era um lugar de decisão. Rilgal era um lugar de

    transformação. Rilgal era um lugar de expectativa. Rilgal era um lugar de

    esperança.

    Bo0e #eus dese0a te conduzir a fé em ;esus. #isse ;esus: “Eu sou o

     pão vivo ue desceu do c)u$ se algu)m dele comer, viverá eternamente$ e o

     pão ue eu darei pela vida do mundo ) a minha carne” 4;oão >.C-7.