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2⁰ Simpósio Internacional de História das Religiões XV Simpósio Nacional de História das Religiões ABHR 2016 PROTEÇÃO JURÍDICA DOS REFUGIADOS Débora Cristina Peyerl 1 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho é o apanhado final da pesquisa jurídica 2 elaborada como estudo para a linha de pesquisa “Direitos Humanos e Cidadania” do Grupo de Pesquisa em Direito da Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE – Campus São Bento do Sul. O tema apontado para discussão é a situação jurídica dos refugiados, abordando o disposto em tratados internacionais e apontando algumas agruras da realidade, principalmente com relação ao multiculturalismo. Para isso, dividiu-se o trabalho em dois principais tópicos: aspectos jurídicos internacionais com relação aos refugiados e crise dos refugiados. O primeiro tópico aborda os direitos humanos, conceito de refugiado e os principais tratados internacionais e a legislação brasileira sobre o tema. O segundo tópico traz um apanhado geral dos principais problemas enfrentados pelos refugiados, com ênfase ao direito à cultura. 2. PROBLEMÁTICA 1 Possui graduação em direito pela Faculdade de Direito de Joinville (1997). Especialista em Direito Empresarial pelo INBRAPE/UNIVILLE (1998), Meio Ambiente e Desenvolvimento Empresarial pela UNERJ (2004) e Direito Processual Civil pela UNC/Mafra (2009). Atualmente é professora da Universidade da Região de Joinville - campus São Bento do Sul/SC. Cursou créditos do Mestrado Profissional em Gestão Ambiental na Universidade Positivo - Curitiba/PR (2007) e como aluna especial crédito no Mestrado de Ciências Sociais na UEPG/PR (2013). Atualmente cursa os módulos do Doutorado em Direito Constitucional na Universidade de Buenos AIres (2015/2016) 2 ..“PRODUTO JURÍDICO CIENTÍFICO é o resultado escrito de uma pesquisa de Ciência Jurídica, com o cumprimento de seus requisitos”. [PASOLD, Cesar Luiz. Prática da Pesquisa jurídica: ideias e ferramentas úteis para o pesquisador do direito, p. 95].

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2⁰ Simpósio Internacional de História das Religiões

XV Simpósio Nacional de História das Religiões

ABHR 2016

PROTEÇÃO JURÍDICA DOS REFUGIADOS

Débora Cristina Peyerl1

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho é o apanhado final da pesquisa jurídica2 elaborada como estudo

para a linha de pesquisa “Direitos Humanos e Cidadania” do Grupo de Pesquisa em Direito da

Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE – Campus São Bento do Sul.

O tema apontado para discussão é a situação jurídica dos refugiados, abordando o

disposto em tratados internacionais e apontando algumas agruras da realidade,

principalmente com relação ao multiculturalismo.

Para isso, dividiu-se o trabalho em dois principais tópicos: aspectos jurídicos internacionais

com relação aos refugiados e crise dos refugiados.

O primeiro tópico aborda os direitos humanos, conceito de refugiado e os principais

tratados internacionais e a legislação brasileira sobre o tema.

O segundo tópico traz um apanhado geral dos principais problemas enfrentados pelos

refugiados, com ênfase ao direito à cultura.

2. PROBLEMÁTICA

1 Possui graduação em direito pela Faculdade de Direito de Joinville (1997). Especialista em Direito Empresarial pelo INBRAPE/UNIVILLE (1998), Meio Ambiente e Desenvolvimento Empresarial pela UNERJ (2004) e Direito Processual Civil pela UNC/Mafra (2009). Atualmente é professora da Universidade da Região de Joinville - campus São Bento do Sul/SC. Cursou créditos do Mestrado Profissional em Gestão Ambiental na Universidade Positivo - Curitiba/PR (2007) e como aluna especial crédito no Mestrado de Ciências Sociais na UEPG/PR (2013). Atualmente cursa os módulos do Doutorado em Direito Constitucional na Universidade de Buenos AIres (2015/2016) 2..“PRODUTO JURÍDICO CIENTÍFICO é o resultado escrito de uma pesquisa de Ciência Jurídica, com o cumprimento de seus requisitos”. [PASOLD, Cesar Luiz. Prática da Pesquisa jurídica: ideias e ferramentas úteis para o pesquisador do direito, p. 95].

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Ao longo dos séculos a humanidade enfrentou guerras em razão de território, políticas,

religiões, contudo com o advento da Segunda Guerra Mundial, onde milhares de pessoas tiveram

que sair de seus países, pela primeira vez os países reconheceram a existência de direitos e a

necessidade de proteção a estas pessoas.

A par destes fatos, outras pessoas deixam seus países em razão de confrontos armados,

buscando guarida em outros países. Para estes o Direito Internacional reconhece direitos e

garantias, são os chamados refugiados.

Estas pessoas migram para outros lugares dentro e fora do seu país de origem, buscando

melhores condições de sobreviver.

Atualmente o mundo vive uma grande onda de problemas sociais, políticos, econômicos e

ambientais que demandam um grande número refugiados e estes não encontram guarida nos

países que anteriormente firmaram os acordos internacionais para a sua proteção.

O presente trabalho abordará a definição jurídica de refugiado, seus direitos e garantias,

com ênfase no direito à preservação de seus costumes e modos de vida.

Ressaltamos que não se tem a pretensão de esgotar o tema, nem tampouco abranger a atual

crise dos refugiados na Europa3.

3. OBJETIVOS

O objetivo específico é abordar aspectos que envolvem a proteção jurídica dos

refugiados mundiais e a efetividade desta proteção.

4. METODOLOGIA,

Para atingir o objetivo e desenvolver a pesquisa, seguiu-se o método4 dedutivo5,

relacionando-se com as técnicas6 da pesquisa bibliográfica, tendo como resultado final do

presente artigo.

3Sobre o tema: http://noticias.uol.com.br/internacional/temas/crise-de-imigracao-na-europa; http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150904_graficos_imigracao_europa_rm 4 “Método é a forma lógico-comportamental na qual se baseia o Pesquisador para investigar, tratar os dados colhidos e relatar os resultados”. [PASOLD, Cesar Luiz. Prática da Pesquisa jurídica: ideias e ferramentas úteis para o pesquisador do direito, p. 124]. 5..“Estabelecer uma formulação geral e, em seguida, buscar as partes do fenômeno de modo a sustentar a formulação geral: este é o denominado Método Dedutivo”. [PASOLD, Cesar Luiz. Prática da Pesquisa jurídica: ideias e ferramentas úteis para o pesquisador do direito, p. 124]. 6..“Conjunto diferenciado de informações, reunidas e acionadas em forma instrumental, para realizar operações intelectuais ou físicas, sob o comando de uma ou mais bases lógicas de pesquisa”. [PASOLD, Cesar Luiz. Prática da Pesquisa jurídica: ideias e ferramentas úteis para o pesquisador do direito, p. 243].

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5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Aspectos jurídicos internacionais com relação aos refugiados

5.1.1 Direitos humanos

Para melhor compreensão do tema, passamos a estudar an passan o conceito e a evolução

dos direitos humanos.

Estes direitos foram garantidos ao longo da história da humanidade, sendo que a Declaração

dos Direitos Humanos de 1948, ratificada por quase a totalidade dos membros da ONU, não o

primeiro, mas o grande marco dessa proteção.

Para PIOVESAN7:

Os direitos humanos refletem um construído axiológico, a partir de um espaço simbólico de luta e ação social. No dizer de Joaquin Herrera Flores8, os direitos humanos traduzem processos que abrem e consolidam espaços de luta pela dignidade humana. Invocam uma plataforma emancipatória voltada à proteção da dignidade e à prevenção do sofrimento humano. No mesmo sentido, Celso Lafer9, lembrando Danièle Lochak, realça que os direitos humanos não apresentam uma história linear, não compõem a história de uma marcha triunfal, nem a história de uma causa perdida de antemão, mas a história de um combate. Enquanto reivindicações morais, os direitos humanos nascem quando devem e podem nascer. Como realça Norberto Bobbio, os direitos humanos não nascem todos de uma vez e nem de uma vez por todas10. Para Hannah Arendt, os direitos humanos não são um dado, mas um construído, uma invenção humana, em constante processo de construção e reconstrução11. Simbolizam os direitos humanos, para parafrasear Luigi Ferrajoli12, a lei do mais fraco contra a lei do mais forte, na expressão de um

7 PIOVESAN, Flávia. Proteção dos direitos sociais: desafios do ius commune Sul-Americano. Revista de Estudos Constitucionais, Hermenêutica e Teoria de Direitos, in http://revistas.unisinos.br/index.php/RECHTD/article/view/1520 acesso dia 05/07/2016, às 15h20. 8 As referências de 2 a 4 são as contidas no original do texto de PIOVESAN, as quais foram mantidas pois esclarecem melhor o tema: Joaquín Herrera Flores, Direitos Humanos, Interculturalidade e Racionalidade de Resistência, mimeo, p.7. 9 Celso Lafer, prefácio ao livro Direitos Humanos e Justiça Internacional, 2ª edição revista, ampliada e atualizada, Flávia Piovesan, São Paulo, ed. Saraiva, 2011, p.22. 10 Norberto Bobbio, Era dos Direitos, trad. Carlos Nelson Coutinho, Rio de Janeiro, Campus, 1988. 11 Hannah Arendt, As Origens do Totalitarismo, trad. Roberto Raposo, Rio de Janeiro, 1979. A respeito, ver também Celso Lafer, A Reconstrução dos Direitos Humanos: Um diálogo com o pensamento de Hannah Arendt, Cia das Letras, São Paulo, 1988, p.134. No mesmo sentido, afirma Ignacy Sachs: “Não se insistirá nunca o bastante sobre o fato de que a ascensão dos direitos é fruto de lutas, que os direitos são conquistados, às vezes, com barricadas, em um processo histórico cheio de vicissitudes, por meio do qual as necessidades e as aspirações se articulam em reivindicações e em estandartes de luta antes de serem reconhecidos como direitos”. (Ignacy Sachs, Desenvolvimento, Direitos Humanos e Cidadania, In: Direitos Humanos no Século XXI, 1998, p.156). Para Allan Rosas: “O conceito de direitos humanos é sempre progressivo. (…) O debate a respeito do que são os direitos humanos e como devem ser definidos é parte e parcela de nossa história, de nosso passado e de nosso presente.” (Allan Rosas, So-Called Rights of the Third Generation, In: Asbjorn Eide, Catarina Krause e Allan Rosas, Economic, Social and Cultural Rights, Martinus Nijhoff Publishers, Dordrecht, Boston e Londres, 1995, p. 243). 12 Luigi Ferrajoli, Diritti fondamentali – Um dibattito teórico, a cura di Ermanno Vitale, Roma, Bari, Laterza, 2002, p.338.

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contrapoder em face dos absolutismos, advenham do Estado, do setor privado ou mesmo da esfera doméstica.

Portanto, os direitos humanos surgiram de lutas para sua afirmação e estamos longe

do fim da batalha, mas o ordenamento internacional cada vez mais busca mecanismos para a

sua proteção.

Por isso entendemos que os direitos humanos foram garantidos no decorrer do tempo,

sendo que a doutrina determina tais momentos como gerações ou atualmente dimensões.

Direitos de primeira geração são aqueles ligados ao indivíduo, como liberdade e

igualdade; os de segunda geração são os sociais, ligados ao trabalho, saúde, educação e os de

terceira geração, os transindividuais, como p.ex. os relacionados à proteção do meio

ambiente. Seguem a sua evolução, sendo que poderemos vivenciar outras gerações.

Sobre os aspectos históricos dos Direitos Fundamentais Bobbio13 aduz que: “O elenco

dos direitos do homem se modificou, e continua a se modificar, com a mudança das condições

históricas (...)”.

Nessa mesma linha, para SARLET14, a primeira, a segunda e a terceira dimensão dos

Direitos Fundamentais “(...) gravitam em torno dos três postulados básicos da Revolução

Francesa, quais sejam, a liberdade, a igualdade e a fraternidade, que, considerados

individualmente, correspondem às diferentes dimensões”.

Entretanto, há outras correntes que sustentam a existência de não três, mas quatro

gerações dos direitos fundamentais como BONAVIDES15

Para CANOTILHO16 os Direitos Fundamentais também se dividem em quatro gerações,

“a primeira seria dos direitos de liberdade, os direitos das revoluções francesas e americanas;

a segunda seria a dos direitos democráticos de participação política; a terceira seria a dos

13 BOBBIO, Norberto. A era dos direitos, p. 18. 14 SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais, p. 55. 15 São direitos de quarta geração o direito a democracia, o direito a informação e o direito ao pluralismo. Deles depende a concretização da sociedade aberta do futuro, em sua dimensão de máxima universalidade, para a qual parece o mundo inclinar-se no plano de todas as relações de convivência. Enfim, os direitos de quarta geração compendiam o futuro da cidadania e o porvir da liberdade de todos os povos. Tão-somente com eles será legitima e possível à globalização política. BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional, p. 571-572. 16 CANOTILHO, João Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição, p. 380.

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direitos sociais e dos trabalhadores; a quarta a dos direitos dos povos”. (destaques conforme

o original)

Ainda citada na doutrina a expressão direitos fundamentais, cuja diferença nos

socorremos de SARLET17:

Em que pese sejam ambos os termos (‘direitos humanos’ e ‘direitos fundamentais’) comumente utilizados como sinônimos, a explicação corriqueira e, diga-se de passagem, procedente para a distinção é de que o termo „direitos fundamentais‟ se aplica para aqueles direitos do ser humano reconhecidos e positivados na esfera do direito constitucional positivo de determinado Estado, ao passo que a expressão „direitos humanos‟ guardaria relação com os documentos de direito internacional, por referir-se àquelas posições jurídicas que se reconhecem ao ser humano como tal, independentemente de sua vinculação com determinada ordem constitucional, e que, portanto, aspiram à validade universal, para todos os povos e tempos, de tal sorte que revelam um inequívoco caráter supranacional (internacional).

Com este contexto geral sobre direitos humanos, passamos a tratar especificamente

da proteção jurídica do refugiado.

5.1. 2 Refugiados

Com o advento da Segunda Guerra Mundial, muitos foram obrigados a deixar seus países,

com isso, a recém criada Organização das Nações Unidas (ONU), por intermédio de tratados,

procurou garantir um mínimo de proteção jurídica aquelas pessoas que passaram a ser chamadas

de refugiados.

Assim, mediante a Convenção de Genebra da Organização das Nações Unidas - ONU de 25

de julho de 1951, os refugiados foram conceituados como: “a pessoa que temendo ser perseguida

por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do

país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção

desse país”18 (art.1.2 da Convenção).

Convém salientar que a proteção aos refugiados por esta Convenção continha um limite

temporal e espacial, ou seja, somente eram considerados refugiados aquelas pessoas que foram

obrigadas a sair de seus países com relação aos eventos ocorridos na Europa e até a data de 1º. de

janeiro de 1951.

17 SARLET, op.cit., p. 29. 18 Disponível: http://www.acnur.org/t3/fileadmin/Documentos/portugues/BDL/Convencao_relativa_ao_Estatuto_dos_Refugiados.pdf?view=1

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Em 1967, por intermédio de um Protocolo, estas limitações deixaram de existir19.

Estes estatutos geram uma série de obrigações aos Estados signatários de respeitar a

religião, cultura, dar assistência, ou seja, criam direitos para os refugiados ao mínimo de vida digna.

Segundo BAPTISTA:

Para evitar o desgaste diplomático entre os países, o refúgio é classificado como um instituto apolítico e humanitário. Há a preocupação com a satisfação das necessidades básicas dos refugiados que incluem, mas não se restringem a alimentação, moradia, educação e saúde20

5.1.2.1 Outros tratados sobre refugiados

Destacamos primeiramente a Convenção da Unidade Africana, citada por RAMOS apud

MENDES (2015):

Já em 1969, foi aprovada a Convenção da Organização da Unidade Africana (hoje União Africana) sobre refugiados. Tal Convenção, que entrou em vigor em 1974, estabeleceu, pela primeira vez, a chamada “definição ampla de refugiado”, que consiste em considerar refugiado aquele que, em virtude de um cenário de graves violações de direitos humanos, foi obrigado a deixar sua residência habitual para buscar refúgio em outro Estado. Em 1984, a definição ampliada de refugiado foi acolhida pela Declaração de Cartagena, que, em seu item terceiro, estabeleceu que a definição de refugiado deveria, além de conter os elementos da Convenção de 1951 e do Protocolo de 1966, contemplar também como refugiados as pessoas que tenham fugido dos seus países porque a sua vida, segurança ou liberdade tivessem sido ameaçadas pela violência generalizada, a agressão estrangeira, os conflitos internos, a violação maciça dos direitos humanos ou outras circunstâncias que

tenham perturbado gravemente a ordem pública.” 21

Ainda a declaração de Cartagena em 1984, que visa proteger os refugiados na América

Central, México e Panamá ampliou o conceito de refugiado em sua cláusula terceira:

Reiterar que, face à experiência adquirida pela afluência em massa de refugiados na América Central, se toma necessário encarar a extensão do conceito de refugiado tendo em conta, no que é pertinente, e de acordo com as características da situação existente na região, o previsto na Convenção da OUA (artigo 1., parágrafo 2) e a doutrina utilizada nos relatórios da Comissão Interamericana dos Direitos Humanos. Deste modo, a definição ou o conceito de refugiado recomendável para sua utilização na região é o que, além de conter os elementos da Convenção de 1951 e do Protocolo de 1967, considere também como refugiados as pessoas que tenham fugido dos seus países porque a sua vida, segurança ou liberdade tenham sido ameaçadas pela violência generalizada, a agressão estrangeira, os

19 Art. 1º. § 2º.: O presente Protocolo será aplicado pelos Estados Membros sem nenhuma limitação geográfica; entretanto, as declarações já feitas em virtude da alínea “a” do §1 da seção B do artigo1 da Convenção aplicar-se-ão, também, no regime do presente Protocolo, a menos que as obrigações do Estado declarante tenham sido ampliadas de conformidade com o §2 da seção B do artigo 1 da Convenção. file:///C:/Users/User/Downloads/Protocolo_de_1967.pdf 20 BAPTISTA, O. C. G. (2011:177) 21 MENDES, G. C. (2015)

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conflitos internos, a violação maciça dos direitos humanos ou outras circunstâncias que tenham perturbado gravemente a ordem públicas 22

Esse conceito foi levado a discussão para todos os países Americanos signatários do Pacto

de San Jose (1969) e em comemoração aos dez anos da Declaração de Cartagena, em 1994, os países

americanos acordaram em reconhecer a importância da ampliação do conceito de refugiado. A

cláusula segunda ficou assim redigida:

Segunda. Reafirmar a vigência dos princípios contidos na Declaração de Cartagena e desenvolvidos nos documentos sobre Princípios e Critérios para a Protecção e Assistência aos Refugiados, Repatriados e Deslocados Centro-Americanos na América Latina (1989) e a Avaliação da Aplicação dos referidos Princípios e Critérios (1994), reiterando em particular o valor da definição de refugiado contida na Declaração de Cartagena, que, por estar fundamentada em critérios objectivos, provou ser um instrumento humanitário eficaz como suporte da prática dos Estados em alargar a protecção internacional a pessoas que dela necessitam, para além do âmbito da Convenção de 1951 e do Protocolo de 1967.23

Ademais, convém salientar outros tratados que, numa interpretação sistêmica, deverão ser

considerados: Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (1966); Convenção sobre os

Direitos da Criança (1989); Declaração sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres (1993)

entre outros.

5.1.2.2 Principios Gerais do Direito

Neste sentido, ainda destacamos uma das fontes de Direito Internacional Público, os

princípios gerais de direito que podem ser aplicados ao caso para reconhecer a condição de

refugiados.

ALEXY24 define os princípios como “normas que ordenam que algo seja realizado na melhor

medida possível, dentro das possibilidades jurídicas e reais existentes; são mandados de

optimização que podem ser cumpridos em diferentes graus”.

Dentre os vários princípios reconhecidos, destacamos, utilizando a divisão apresentada por

SEITENFUS e VENTURA, os seguintes princípios aplicáveis aos deslocados ambientais:

a) Princípios atinentes à concepção geral do direito: Princípio do patrimônio comum da

humanidade (meio ambiente, fundos marinhos)

22 Declaração de Cartagena (1984) 23 DECLARAÇÃO DE S. JOSÉ SOBRE REFUGIADOS E PESSOAS DESLOCADAS (1994) 24ALEXY, R. (2011: 86-87)

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b) Princípios referentes ao contencioso da responsabilidade internacional: exigência de

uma relação de causa e efeito entre o fato gerador da responsabilidade e prejuízo sofrido;

c) Princípios concernentes ao respeito do indivíduo: proteção dos direitos

fundamentais.

Ainda, cabe ressaltar o princípio a solidariedade internacional preconizada da Carta da ONU,

art. 55 e art. 56: (I) da promoção de níveis mais altos de vida, trabalho efetivo e condições de

progresso e desenvolvimento econômico e social de todos os povos; (II) da solução dos problemas

internacionais econômicos, sociais, sanitários e conexos; (III) da cooperação internacional, de

caráter cultural e educacional; e (IV) do respeito universal e efetivo raça, sexo, língua ou religião

dependem da cooperação da comunidade de Estados.

Assim, o que move a união dos Estados e a conscientização e valorização maior e mais

generalizada, faz com que se incluam as pessoas que perdem sua dignidade e seu país na categoria

de refugiados.

5.2.3 Direitos dos refugiados

Os refugiados possuem os direitos inerentes a todos os estrangeiros no país, principalmente

os direitos a liberdade e igualdade, e principalmente à integração econômica e sociais no novo país.

Ressaltamos que um dos principais direitos é o da proibição do reenvio do refugiado para o

país de origem contra a sua vontade.

Os refugiados também têm determinadas obrigações, entre elas a de respeitar as leis do seu

país de acolhida.

5.1.2.4 Proteção jurídica dos refugiados no Brasil

O Brasil ratificou os tratados internacionais acima citados, ou seja, tem a obrigação de zelar

pelos direitos dos refugiados que adentrem no país.

Porém, somente em 1997 aprovou lei que dá efetividade ao disposto na convenção de Viena

de 1951 e suas posteriores alterações.

A lei 9.474 de 22 de julho de 1997 tem como escopo definir mecanismos para a

implementação do Estatuto dos Refugiados de 1951 e determina outras providências.

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Verificamos que a referida lei contempla o conceito mais amplo da Convenção de Cartagena,

e em seu artigo 1º. assim determina:

Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso anterior; III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país

E, sobre os direitos que este possuem no Brasil, o art. 5º.determina que:

O refugiado gozará de direitos e estará sujeito aos deveres dos estrangeiros no Brasil, ao disposto nesta Lei, na Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951 e no Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados de 1967, cabendo-lhe a obrigação de acatar as leis, regulamentos e providências destinados à manutenção da ordem pública.

Ainda, a lei regulamenta a forma de reconhecimento da condição de refugiado,

incumbindo a autoridade a quem for apresentada a solicitação que instaurará um

procedimento administrativo que após ouvir o interessado e preparar termo de declaração,

que deverá conter as circunstâncias relativas à entrada no Brasil e às razões que o fizeram

deixar o país de origem o enviará ao CONARE - Comitê Nacional para os Refugiados, órgão

composto por representantes do governo e sociedade e ligado ao Ministério da Justiça que

aprovará a condição de refugiado.

5.2 CRISE REFUGIADOS

Apesar da proteção jurídica do estrangeiro estar muito clara nos tratados e princípios gerais

do direito internacional público e na legislação brasileira, a própria Convenção de Viena determina

que as demandas dos refugiados serão atendidas na medida do possível pelos países que os

recebem.

Para contextualizar, sabemos que o Direito Internacional Público possui uma visão utópica,

mais ligada ao idealismo da paz mundial e a visão apologética, mais realista, que acredita estar a

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disciplina ligada aos interesses particulares dos Estados que permitem o estabelecimento de regras,

mas sempre baseados nos seus próprios interesses.25

Verificamos que a visão apologética prevalece neste caso, pois, com este adendo, os países

poderão alegar que a falta de proteção ao refugiado está ocorrendo apesar de todos os esforços do

país.

Assim, muitos problemas surgem na prática da proteção aos refugiados. Mesmo antes da

Convenção de Viena de 1951, a ONU criou em 1949, o Alto Comissariado das Nações Unidas para

os Refugiados – ACNUR.

Este órgão está a trabalhar incansavelmente para atender ao grande número de refugiados

que surgem desde as décadas de 50 e 60 do século passado em razão de guerras e conflitos internos.

Segundo reportagem da Folha de São Paulo:

O número de pessoas deslocadas de suas casas por causa de guerras e perseguições políticas ou religiosas foi o maior da série histórica iniciada em 1950, informa a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quinta-feira. De acordo com o The Washington Post, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) que classificou o atual momento como um “um êxodo mundial sem paralelo nos tempos modernos”. Em 2014, o número de refugiados, requerentes de asilo e das pessoas forçadas a fugir dentro de seus próprios países ultrapassou 50 milhões pela primeira vez desde a II Guerra Mundial. E continuou a subir para quase 60 milhões de pessoas. A ONU classificou o fenômeno como “uma nação dos deslocados”, que é aproximadamente igual à população da Grã-Bretanha. No relatório do ano passado, que compila os dados de 2013, o número de refugiados estava em torno de 48 milhões de pessoas.26

25 El derecho internacional supone una narrativa y una retorica extremadamente útiles para describir y justificar las acciones de los Estados91 y, desde ese lugar, pareciera no contraponerse, sino reforzar la hegemonia imperial que historicamente ha signado las relaciones internacionales92. Pero esta “concretitud” –el hecho de que responda a los intereses políticos y economicos de los actores del sistema internacional– es balanceada por una tendencia complementaria, una abstraccion de “normatividad”, que hace que el derecho internacional deba tener cierta impronta que lo convierta en una disciplina autonoma y se ocupe de ampliar sus contenidos sin recurrir de modo permanente a la realidad especifica de los intereses coyunturales de los Estados. Esta oposicion, pero a la vez comunion, entre las pretensiones concretas y normativas que caracterizan al derecho internacional es lo que M. Koskenniemi ha descripto como la confluencia de una apologia y una utopia, respectivamente93. Se trata del cruce entre un sistema normativo creado para justificar el accionar puntual de los Estados (aspecto sociologico- politico) y un orden fundado en el desarrollo doctrinario de conceptos mas abstractos como “paz”, “seguridad internacional”, “medio ambiente sano”, entre otros (aspecto filosofico). En rigor de verdad, se trata de la contraposicion simultanea entre un modelo tradicional grociano –en el que la comunidad internacional se funda en los Estados, que colaboran entre si pero con sus propios intereses en miras– y un modelo moderno kantiano –en el que se procura la solidaridad transnacional no tanto entre Estados, sino para la humanidad, que se configura como el gran sujeto internacional–94. BUISS, E. (2015:21) 26 http://www1.folha.uol.com.br/especial/2015/refugiados/ acesso 19/07 14h21m

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Infelizmente, os refugiados encontram um grande número de desafios entre eles a

adaptação à uma nova cultura, nova língua.

Muitas vezes sofrem preconceito, xenofobia entre tantos outros problemas.

Para minimizar estes problemas, governos locais e a ONU por intermédio do ACNUR,

procuram traçar medidas políticas e sociais para a integração dos refugiados à nova vida.

Contudo, estas políticas são feitas “de cima para baixo” e não ouvem os principais

interessados, os refugiados. Segundo FONSECA:27

... essa integração local é um processo complexo e gradual que impõe consideráveis demandas, tanto por parte dos indivíduos deslocados como por parte das sociedades que os recebem, já que ela relaciona dimensões legais, econômicas, sociais e culturais4. Há um certo consenso internacional de que a dimensão econômica da integração local é o objetivo central quando se trata de soluções duradouras para a questão de refúgio, no sentido de proporcionar um vida estável e digna ao refugiado (ACNUR, 2002 p.42). Deste modo, as outras formas de se integrar o indivíduo na comunidade receptora podem ser negligenciadas, o que afeta de modo decisivo a realização plena da integração local.

Neste ponto, destacamos a preservação do direito à preservar a cultura do país de origem.

Ainda de acordo com FONSECA et all28:

O entendimento de que os direitos culturais são parte integrante dos direitos humanos já vem sendo expresso no âmbito do direito internacional há alguns anos, como se pode perceber na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Esta assegura que os indivíduos não só possam fruir dos bens culturais que a sociedade tem a oferecer, como pressupõe que cada um deva ter a liberdade de seguir e identificar-se com a religião e crença de sua escolha, com a garantia de que não sofrerá atos de violência ou discriminação devido a seu credo: Todo o homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular (onu, 1948, p.12).

Assim, um estudo dos Direitos Humanos garantidos atualmente pelas diversas convenções,

dos princípios gerias de Direito Internacional e de vários tratados que ampliaram o conceito de

refugiado em suas regiões podem ser utilizados para que os países cumpram com a proteção mínima

aos mesmos.

27 SILVA, Wanessa M. at all. Orientador Fúlvio Eduardo Fonseca, Cap. Diversidade Cultural de Refugiados. In Indivíduos em Sociedades Multiculturais. p. 13, disponível em http://www.sinus.org.br/2011/press/downloads/sochum.pdf, acesso em 19/07/2016, às 9h33m 28 SILVA, Wanessa M. at all. Orientador Fúlvio Eduardo Fonseca, op.cit, p. 24.

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Este entendimento pode ser a solução para socorrer as milhares de pessoas que atualmente

buscam outros países em razão de vários problemas que surgem apesar de existir a proteção jurídica

dos refugiados.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Verificamos que existe uma gama muito grande de normas que protegem os refugiados

atualmente no mundo. Igualmente verificamos que esta proteção nem sempre é efetiva gerando

muitos problemas.

As questões práticas relacionadas à efetividade da proteção jurídica dos refugiados não

estão mais apenas em estudos, e sim, estão sendo sentidas por pessoas e países que os recebem.

Ao analisarmos com uma visão mais utópica, verificamos a existência de dispositivos para o

reconhecimento da qualidade de refugiado dessas pessoas, mas numa visão mais realista, os países

relutam em aceitar e realmente receber e proteger estes refugiados.

Um estudo dos Direitos Humanos garantidos atualmente pelas diversas convenções, dos

princípios gerias de Direito Internacional e de vários tratados que ampliaram o conceito de refugiado

em suas regiões podem ser utilizados para que os países cumpram com a proteção mínima aos

refugiados, principalmente para com seus direitos básicos, inclusive o direito ao multiculturalismo.

Contudo, para minimizar estes problemas, necessário o esforço dos governos, da

Organização das Nações Unidas no sentido de criar uma dinâmica que perceba os eventuais conflitos

e necessidades dos refugiados, bem como da sociedade que os recebe a partir de elaboração de

planos e ações que ouçam todos os envolvidos para aumentar a efetividade da proteção jurídica

existentes nos diplomas legais.

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